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Estruturas de Mercado 
e Tomada de Decisão
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Bruno Leonardo Silva Tardelli 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Concorrência Monopolística
• Introdução 
• A Concorrência Monopolística
• A Análise Microeconômica da Concorrência Monopolística
• Modelo de Diferenciação de Produtos por Localização
• Considerações Finais
O objetivo desta Unidade é:
Introduzir o entendimento sobre a concorrência monopolística, a partir 
de suas características principais e a comparação com as estruturas de 
concorrência perfeita e monopólio.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta unidade, serão discutidos os aspectos gerais da estrutura de mercado 
conhecida como concorrência monopolística. A unidade trata da descrição 
dessa estrutura por meio da comparação com a concorrência perfeita e o 
monopólio. Passa-se ao processo de escolha da empresa sob concorrência 
monopolística e por um modelo de diferenciação por localização, que é 
uma aplicação da concorrência monopolística. Diante da complexidade 
do assunto, realize todas as atividades propostas na unidade para obter o 
máximo de sucesso.
ORIENTAÇÕES
Concorrência Monopolística
UNIDADE Concorrência Monopolística
Contextualização
Mundialmente, as marcas Pepsi e Coca-Cola “brigam” para serem 
protagonistas. Entretanto, a estrutura de mercado na qual estão inseridas não é 
a concorrência perfeita, o monopólio ou o oligopólio, mas sim, a concorrência 
monopolística. A presente unidade tem o compromisso de apresentar esta 
estrutura de mercado.
Fonte: Blog Análise Econômica
6
7
Introdução 
O estudo de estruturas de mercado dos produtores de bens e serviços envolve, 
normalmente, uma separação em concorrência perfeita, monopólio, oligopólio 
e concorrência monopolística. 
Sob concorrência perfeita, o número de empresas geralmente é elevado, os 
produtos são homogêneos e não existem barreiras à entrada, de modo que, no 
longo prazo, o lucro econômico é igual a zero. Por outro lado, sob monopólio, 
o mercado é dominado por uma única empresa. Para evidenciar de fato um 
monopólio, é preciso que o produto não possua substituto próximo ao alcance 
dos consumidores. Além disso, um mercado dominado por uma única empresa 
obviamente possuirá significativas barreiras à entrada de competidores.
A estrutura de concorrência monopolística, por sua vez, seria um meio-termo 
entre concorrência perfeita e monopólio. Em termos lúdicos, seria uma espécie de 
Frankenstein, por reunir elementos que transitam entre aquelas duas estruturas 
de mercado. Nas palavras de Varian (2012, p. 507), a competição monopolística 
seria provavelmente a forma que mais prevalece na estrutura industrial. 
Esta unidade está dividida em três seções, desconsiderando esta introdução e as 
considerações finais. Na primeira seção, descreve-se a estrutura de concorrência 
monopolística, com a inserção de exemplos; na segunda seção, é realizada a 
análise gráfica da maximização de lucro de setores que enfrentam concorrência 
monopolística; por fim, na terceira seção, abre-se espaço para apresentar um 
modelo de diferenciação de produtos por localização.
A Concorrência Monopolística
As principais características da concorrência monopolística seriam a presença 
de livre barreira à entrada (e também saída) de concorrentes e a existência de 
substitutos próximos, o que vai de encontro à concorrência perfeita. Entretanto, 
apesar de algumas similaridades com a concorrência perfeita, em setores marcados 
pela existência de concorrência monopolística, os produtos concorrentes são 
diferenciados entre si. Essa diferenciação, por sua vez, pode oferecer a determinados 
produtores algum poder de monopólio – ou seja, o índice de Lerner seria diferente 
de zero –, de modo que o preço não seria exatamente igual ao custo marginal no 
nível produtivo que maximiza o lucro da empresa.
A pergunta que surge é: que tipo de setores seriam marcados por esse tipo 
de concorrência?
7
UNIDADE Concorrência Monopolística
Um caso bastante discutido na literatura (VARIAN, 2012; PINDYCK e 
RUBINFELD, 2010) é o da Coca-Cola. Para entender este exemplo, basta 
olharmos nas gôndolas dos supermercados. Quantas marcas distintas de 
refrigerantes são possíveis de serem encontradas? Muitas. Um número 
relativamente grande de empresas atua no mercado de refrigerantes, de modo 
que empresas menores concorrem com a Coca-Cola em determinado grau. 
O que ocorre é que o investimento necessário para participar do mercado de 
refrigerantes não é, nem de perto, o que seria necessário para fazer parte, por 
exemplo, de um setor como o automobilístico. A ideia da facilidade de entrada 
de empresas concorrentes estaria nesse sentido. 
Entretanto, mesmo havendo a presença de diversas empresas de refrigerantes 
espalhadas em diversas regiões, algumas marcas possuem uma aceitação melhor 
dos consumidores em relação a outras. Essa diferenciação no produto, no caso do 
setor de refrigerantes, normalmente, vai estar associada ao sabor. Se o produto 
de uma empresa agrada melhor o paladar dos consumidores em potencial, é 
possível que isso traga alguma vantagem à empresa, que lhe dê capacidade 
para exercer algum poder de monopólio. A Coca-Cola, por exemplo, é um 
caso de sucesso de sabor nos paladares mundiais, de distribuição do produto e 
gerenciamento da marca.
Os diferenciais representam ingredientes importantes de poder de monopólio. 
A capacidade de oferecer um produto diferenciado em meio a um mercado com 
um elevado número de empresas participantes, como o de refrigerantes, poderia 
trazer à Coca-Cola a possibilidade de elevar seu preço, sem que os consumidores 
fujam em debandada, dado certo nível de aumento. A mensuração desse efeito é 
via elasticidade-preço da demanda. 
Nas palavras de Vasconcellos, Oliveira e Barbieri (2011, p. 221,222),
[...] as diferenças entre os produtos são percebidas pelos consumidores, sendo que, 
quando uma firma sobe seu preço, ela não perde todos seus consumidores, mas apenas 
parte delas. Desse modo, cada firma individual defronta com uma curva de demanda 
por seu produto negativamente inclinada, embora bastante elástica em decorrência da 
existência de diversos substitutos próximos oferecidos por seus concorrentes. Sobre 
essa curva de demanda, cada firma se comportará como um monopolista comum, 
produzindo no ponto em que seu custo marginal se iguala a sua receita marginal. 
Elasticidade 
Vasconcellos e Garcia (2008) explicam a elasticidade da seguinte forma:
Cada produto tem uma sensibilidade específica com relação às variações dos preços 
e da renda. Essa sensibilidade ou reação pode ser medida a partir do conceito de 
elasticidade. Genericamente a elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade 
de uma variável quando ocorrem alterações em outra variável, coeteris paribus. 
(VASCONCELLOS e GARCIA, 2008, p. 68).
8
9
De outra forma, a elasticidade seria a “[...] medida da resposta da quantidade 
demandada ou da quantidade oferecida a variações em seus determinantes.” 
(MANKIW, 2001, 94).
Elasticidade-preço da demanda
[...] a resposta relativa da quantidade demandada de um bem X às variações de seu preço, 
ou, de outra forma, é a variação percentual na quantidade procurada do bem X em 
relação a uma variação percentual em seu preço, coeteris paribus” (VASCONCELLOS 
e GARCIA, 2008).
Outro exemplo que transmitiria a ideia de concorrência monopolística é o do 
setor de produção de café torrado e moído. Dados coletados junto à Associação 
Brasileira da Indústria de Café (ABIC) revelam a forma como se distribuem as 
empresas associadas (tabela 1). 
Tabela 1 – Produção e participação por grupos e portes de empresas de café torrado e moído associadas no Brasil 
entre Novembro de 2013 e Outubro de 2014.
Grupos
2013-2014
Participação (%) Número de Empresas
1 a 999 sacas 7,20% 338
1.000 a 2.999 sacas 5,48% 34
3.000 a 9.999 sacas 12,83% 29
A partir de 10.000 sacas 74,49% 10
TOTAL 100,00% 411
Fonte: ABIC(2015)
Tipicamente, a produção de café é mensurada em sacas (60 Kg). Identifica-se, 
na tabela 1, a presença de grande concentração na produção de café torrado 
e moído. A utilização média superior a 10.000 sacas/mês do grão para torrar 
e moer o grão no Brasil – e entre as associadas – é atingida por apenas 10 
empresas, que correspondem, conjuntamente, a mais de 70% do mercado. 
Apesar disso, empresas de pequeno porte entram livremente no mercado. A 
constatação vem do fato de que, das 411 empresas associadas, 338 utilizam 
média inferior a 1000 sacas por mês e, somadas, atingiram entre novembro de 
2013 e outubro de 2014, apenas 7,20% de participação do mercado.
O elevado número de empresas de pequeno porte denota a possibilidade de 
entrada no mercado de café torrado e moído com investimento relativamente baixo, 
tecnologia conhecida e ausência de importantes fatores que impediriam a entrada.
9
UNIDADE Concorrência Monopolística
 Apesar do elevado número de pequenas empresas que convivem no mercado, 
regionalmente, existem preferências distintas por parte dos consumidores, o que 
poderia fazê-los escolher entre uma marca e outra. Além disso, o café torrado 
e moído possui características distintas entre marcas, pela origem do café, a 
determinação dos tipos de cafés que serão utilizados, entre outros.
Conforme Vasconcellos, Oliveira e Barbieri (2011, p. 221),
[...] as causas da diferenciação entre os produtos podem ser as mais diversas possíveis. 
Entre elas podemos citar: diferenciação na qualidade intrínseca do produto, diferenciação 
na localização da firma, diferenciação nos serviços adicionais prestados pela firma, tais 
como assistência técnica e informações ao consumidor e diferenciação no serviço de 
vendas ao consumidor. 
A partir de tudo o que foi dito até o momento, um mercado como o de café torrado 
e moído poderia ser considerado um envolvido por concorrência monopolística.
De acordo com Vasconcellos, Oliveira e Barbieri (2011, p. 221),
[...] dizemos que um mercado está em concorrência monopolística quando ele é 
caracterizado pela presença de muitas firmas que produzem mercadorias muito 
semelhantes, mas não idênticas, e pela livre entrada de novas empresas nesse mercado. 
Uma questão adicional que deve ficar clara é que, apesar da diferenciação 
do produto como uma característica fundamental de um mercado dominado 
pela concorrência monopolística, as empresas possuem produtos que são 
altamente substituíveis entre si, de modo que não seria possível a uma empresa, 
individualmente, elevar demasiadamente os preços, pois, assim, esta perderá 
boa parte de seus consumidores. Desse modo, apesar da diferenciação entre os 
produtos por empresas distintas, os consumidores não ficarão muito satisfeitos 
com as empresas que decidirem subir os preços de forma substancial para muito 
além de seus concorrentes.
10
11
A Análise Microeconômica da Concorrência 
Monopolística
Uma constatação substancial para o prosseguimento do estudo da estrutura 
de concorrência monopolística é um entendimento geral sobre a distinção do 
processo de maximização de lucro de uma empresa sob concorrência perfeita e 
sob monopólio.
Aspectos da concorrência perfeita e do monopólio
Quando existe a referência à concorrência perfeita, está-se falando basicamente 
de uma estrutura em que os produtos são homogêneos – ou seja, não existe 
diferenciação –, em que há livre entrada e saída de produtores e na qual o 
número de participantes é substancial. Neste sentido, cada produtor é “obrigado” 
a tomar o preço de mercado como dado, de modo que, independentemente da 
quantidade demandada de seus bens, deverá manter os preços como assumidos 
pela interação entre um grandioso número de ofertantes e demandantes. Assim, 
a curva de demanda de uma empresa qualquer será horizontal, de tal modo 
que expressará a impossibilidade de modificar os preços, independentemente 
da quantidade demandada de seus bens ou serviços. Sob concorrência perfeita, 
apesar de algumas empresas poderem auferir lucro econômico acima de zero 
no curto prazo, no longo prazo, este lucro será extinto com a entrada de outras 
empresas no mercado. 
Como o nível de maximização de lucros de uma empresa sob qualquer estrutura 
de mercado ocorre no ponto em que a receita marginal (RMg) iguala-se ao custo 
marginal (CMg), no caso da concorrência perfeita, um ponto é adicionado. O 
acréscimo seria dizer que como a receita marginal – ou seja a receita proveniente 
da venda de uma unidade adicional de produto – é igual ao preço de mercado (P), 
também seria válido o fato de que P = RMg = CMg.
Por outro lado, sob a estrutura de mercado monopolista, o produtor individual 
representa a oferta do mercado. Desse modo, toda a demanda pelo produto 
será desse ofertante. Como a curva de demanda do mercado é descendente 
(inclinada negativamente) pela própria lei da demanda, a curva de demanda 
da empresa monopolista será descendente. O monopolista poderá exigir um 
preço superior dos consumidores, dado que é o único no mercado e que, por 
possuir as características de um monopolista, seu produto terá menor potencial 
de ser substituído. No caso do monopolista, a maximização de lucro continua 
sendo o ponto em que a curva de receita marginal (RMg) cruza a curva de custo 
marginal, mas não será mais igual ao preço, pois unidades adicionais de produto 
no mercado modificarão o preço atual. Um traço marcante no monopólio é que, 
no nível de maximização de lucro, o preço será acima do custo marginal, o que 
lhe garantirá poder de monopólio.
11
UNIDADE Concorrência Monopolística
O fato de a curva de demanda individual apresentar-se negativamente inclinada 
oferece à empresa monopolista a possibilidade de manter a diferença entre o 
preço de mercado e o custo marginal, no nível de maximização de lucro, mesmo 
no longo prazo. Isso lhe conferirá poder de mercado que pode ser mensurado 
via índice de Lerner. O monopolista terá, também, lucro extraordinário, ou seja, 
lucro econômico acima de zero, mesmo no longo prazo.
A concorrência monopolística no contexto de concorrência 
perfeita e de monopólio
Os comentários gerais em torno de outras estruturas, para além da concorrência 
monopolística, criam a possibilidade de comparação entre esta e as outras duas 
mais abordadas.
Segundo Pindyck e Rubinfeld (2010, p.393),
[...] como ocorre com o monopólio, na competição monopolística as empresas 
defrontam com curvas de demanda descendentes. Por isso, elas têm algum poder de 
monopólio. Mas isso não significa que empresas monopolisticamente competitivas 
tenham possibilidade de obter altos lucros. A concorrência monopolística também se 
assemelha à competição perfeita: como há livre entrada, a possibilidade de obter lucros 
atrairá novas empresas com marcas competitivas, o que tenderá a reduzir os lucros 
econômicos a zero.
O equilíbrio da empresa sob concorrência monopolística: o curto 
e longo prazo
Como já comentado, a curva de demanda individual sob concorrência 
monopolística se apresenta como decrescente. O ponto de explicação para tal 
fato é que, apesar do alto grau de substituição entre os produtos do mercado, 
pelo fato de existir diferenciação entre os bens ou serviços apresentados pela 
empresa, o produto apresentado pela empresa é único, de tal modo que pequenas 
variações no preço partindo da empresa são possíveis. Isso é um ponto oposto 
à concorrência perfeita, na qual qualquer aumento de preço não seria tolerado 
pelos consumidores, pelo fato de ter ao redor produtos homogêneos. 
A empresa sob concorrência monopolística terá uma receita marginal 
declinante, assim como a empresa monopolista. Por possuir um produto 
diferenciado no mercado, a produção e venda de cada produto adicional não 
resultará na mesma receita marginal, como ocorre sob concorrência perfeita. A 
empresa sob concorrência monopolística apresenta queda na receita marginal 
(RMg) a cada produto oferecido ao mercado justamente por elevar a oferta ao 
mercado (Lei da oferta).12
13
A partir desse cenário, cabem alguns comentários a respeito das curvas 
de custo marginal e custo médio da empresa envolvida em uma estrutura de 
concorrência monopolística. As curvas de custo marginal apresentam formato de 
“U” – em função da lei dos rendimentos decrescentes – e a curva de custo médio 
acompanha esse formato por ser consequência da curva de custo marginal.
Análise da curva de Produto Marginal e a Lei dos Rendimentos 
Decrescentes 
Relacionando a presença de dois insumos, capital e trabalho, sendo este variável 
e aquele fixo, Pindyck e Rubinfeld (2010) explicam a lei da seguinte forma:
A lei dos rendimentos marginais decrescentes diz que, à medida que aumenta 
o uso de determinado insumo em incrementos iguais (mantendo-se fixos os demais 
insumos), acaba-se chegando a um ponto em que a produção adicional resultante 
decresce. Quando a quantidade utilizada do insumo trabalho é pequena (e o capital 
é fixo), pequenos incrementos de insumo trabalho geram substanciais aumentos no 
volume de produção, à medida que os funcionários são admitidos para desenvolver 
tarefas especializadas. Inevitavelmente, entretanto, a lei dos rendimentos marginais 
decrescentes entra em ação. Quando houver funcionários em demasia, alguns se 
tornarão ineficientes e o produto marginal do insumo trabalho apresentará queda. 
(PINDICK e RUBINFELD, 2010, p.175)
Conceitos de Custo Marginal e Custo Médio
Considerando C como o custo total e q a quantidade produzida, a tabela 2 
apresenta os conceitos de custo marginal e custo médio (ou custo médio total).
Tabela 2 - Curvas de Custo Marginal e Custo Médio
Definição Equação
Custo Marginal
Aumento no custo resultante 
da produção de uma unidade 
adicional de produto.
∆=
∆
C
CMg
q
Custo Total Médio
Custo total da empresa 
dividido pela quantidade 
produzida.
= CCTMe
q
A empresa sob concorrência monopolística maximizará o lucro produzindo no 
nível em que a receita marginal (RMg) igualar o custo marginal (CMg). No curto 
prazo, este ponto é o QCP (gráfico 1.a). Observa-se que o preço de mercado no 
curto prazo, denotado por PCP, é superior ao custo médio (CMe), de modo que a 
empresa terá lucro econômico acima de zero, pois o custo médio, além de incluir 
os custos tipicamente contábeis inclui os custos de oportunidade, no curto prazo, 
a empresa estaria, em média, superando todos estes custos. A área sombreada no 
gráfico 1.a aponta para o montante deste lucro extraordinário.
13
UNIDADE Concorrência Monopolística
Gráfico 1 – Equilíbrio de curto e longo prazo da empresa sob concorrência monopolística
Fonte: Pindick e Rubinfeld (2010)
Entretanto, considerando um período suficiente para existir todos os ajustes 
possíveis, a empresa enfrentará o longo prazo. Entre o curto prazo e o longo prazo, 
empresas situadas em outros ramos de atividade identificam a possibilidade de 
auferir lucro econômico acima de zero no mercado monopolístico em questão, e 
se propõe a entrar neste mercado, que poderia ser o de refrigerantes, café torrado 
e moído, ou qualquer outro mercado que apresentar concorrência monopolística 
no curto prazo. A partir do momento em que outras empresas se interessam e 
entram no mercado, existe uma divisão maior da quantidade demandada por 
cada empresa. Como existem mais empresas para atender os consumidores, 
todas as empresas presentes no longo prazo terão menor quantidade demandada 
em relação à situação de curto prazo. Assim, com a entrada de novas empresas, 
a curva de demanda de cada empresa irá se deslocar para a esquerda em relação 
à situação de curto prazo (gráfico 1.b).
A pergunta que resta é: qual o limite para esse deslocamento? Assim como 
na situação de concorrência perfeita, o equilíbrio de longo prazo será atingido 
quando não houver mais possibilidades de lucro econômico acima de zero, ou 
seja, não existir lucro acima da expectativa média de todos os outros setores 
produtivos possíveis.
Mas, então, qual seria ese ponto? O equilíbrio é atingido quando o nível de 
produção no qual a curva de custo marginal cruza a curva de custo marginal RMg 
= CMg e, ao mesmo tempo, o preço é igual ao custo médio (PLP = CMe), como 
pode ser observado no gráfico (1.b).
É importante observar, que empresas situadas em mercados com concorrência 
monopolística continuam tendo poder de monopólio – dado que o preço de 
mercado está acima do custo marginal. Entretanto, o lucro extraordinário não 
existirá no longo prazo. 
14
15
Modelo de Diferenciação de Produtos por 
Localização
Um modelo de diferenciação de produtos por localização é apresentado 
por Varian (2012). O modelo apresentado trata-se do conhecido Modelo de 
Hotteling, em referência a Harold Hotteling, que publicou o artigo Stability in 
Competition, em 1929, na revista The Economic Journal.
O modelo trata de uma concorrência entre vendedores que não se diferenciam 
em relação ao produto vendido, mas sim na localização.
Varian (2012) discute a ideia central do artigo exemplificando com a presença 
de dois sorveteiros em uma praia, ao longo de um calçadão, os quais escolheriam 
um ponto fixo para venderem sorvete em função de uma concessão oferecida 
a eles, sendo o preço do sorvete o mesmo entre eles. O modelo tenta expor, 
portanto, que a única distinção entre eles é o ponto de venda, que ficaria a 
critério de escolha do sorveteiro. A decisão da localização escolhida pelo 
sorveteiro implicaria no volume de vendas. Cada sorveteiro deveria encontrar 
um ponto de modo a “[...] minimizar a distância total a ser percorrida por todos 
os consumidores” (VARIAN, 2012, p. 509). Ou seja, é como se cada sorveteiro 
enxergasse a disposição dos banhistas ao longo da praia como sendo uniforme e 
devesse estimar em qual localização os banhistas em geral teriam que percorrer 
menor distância para poder atraí-los. 
A resposta ao “dilema dos sorveteiros” é: na metade da praia. Mas por quê? 
Figura 1 – Calçadão da praia e sorveteiros A e B
Suponha que os sorveteiros se dispusessem, inicialmene, um no ponto ¼ do 
calçadão da praia (sorveteiro A) e outro no ¾ do calçadão de praia (sorveteiro 
B). Além disso, o calçadão da praia será referenciado como tendo ponto inicial à 
esquerda do ponto ¼ e o final à direita de ¾ de praia.
15
UNIDADE Concorrência Monopolística
Partindo das hipóteses iniciais, os consumidores localizados no início da do 
calçadão da praia até pouco antes da metade do calçadão preferirão comprar 
do sorveteiro A, ao passo que os consumidores localizados pouco à frente da 
metade até o final comprarão do sorveteiro B. Os consumidores localizados na 
metade da praia serão indiferentes entre comprar de A ou B.
Caso o sorveteiro A pense em conquistar novos clientes, poderá se deslocar 
à direita. Pouco a pouco, esse sorveteiro irá conquistar alguns banhistas mais 
à direita e permanecerá com os consumidores localizados à sua esquerda. Até 
qual ponto se deslocará? Até pouco antes de chegar no ¾ de praia, onde está 
localizado o sorveteiro B, pois, assim, ganhará toda a faixa de consumidores 
localizados à sua esquerda. Por outro lado, o sorveteiro B não terá interesse de se 
manter na posição ¾ do calçadão, pois terá menos clientes do que a quantidade 
que maximizará suas vendas. Assim, o sorveteiro B se deslocaria à esquerda, 
conquistando os consumidores do sorveteiro A. O sorveteiro A, por sua vez, não 
ficará “parado” e acompanhará o movimento do sorveteiro B. 
Mas, afinal, quando essa “brincadeira” vai parar? O equilíbrio será estabelecido 
quando ambos sorveteiros se localizarem na metade do calçadão da praia, na 
qual nenhum terá interesse em realizar qualquer outra movimentação.
Outro exemplo interessante apresentado por Varian (2012) é o que envolve 
duas emissoras de rádio, que, implicitamente, considera a existência somente 
delas no mercado de rádio. 
Pense na escolha da programação musical por duas emissoras de rádio. Em um extremo, 
temos a música clássica, e no outro, o rock heavy metal. Cada ouvinte escolhe a 
estação que estejamais de acordo com seu gosto. Se a estação de música clássica 
tocar algo um pouco mais ao centro do espectro do gosto, não perderá os clientes 
clássicos, mas ganhará alguns ouvintes de gosto mediano. Se a emissora de rock dos 
amantes de rock deslocar sua programação um pouco mais para o centro, não perderá 
nenhum dos amantes do rock, e ainda ganhará alguns ouvintes de gosto mediano. Em 
equilíbrio, ambas as estações tocarão o mesmo tipo de música, e as pessoas com gostos 
extremados ficarão descontentes com ambas. (VARIAN, 2012, p. 510)
O exemplo trata, portanto, de uma extensão do caso dos dois sorveteiros. 
Existe a possibilidade de aplicação da análise microeconômica com uso de 
sorveteiros ou mais emissoras, mas isso fugiria do escopo desta unidade.
16
17
Considerações Finais
A partir desta unidade, foi possível identificar a concorrência monopolística 
em meio às estruturas de concorrência perfeita e monopólio, de modo a facilitar 
o entendimento daquela. Viu-se que a estrutura de mercado de concorrência 
monopolística contém traços tanto de concorrência perfeita como de monopólio. 
Nesse contexto, a partir da “leve” diferenciação do produto e da livre entrada 
no mercado, o comportamento de longo prazo assemelha-se à concorrência 
perfeita, por ter lucro econômico zero, mas também à empresa monopolista, pois 
mantém certo poder de monopólio, identificado na diferença entre o preço de 
mercado de longo prazo e o custo marginal. Além disso, a unidade foi finalizada 
com a aplicação de um modelo de diferenciação por localização para expressar 
essa possibilidade de distinção entre empresas. 
17
UNIDADE Concorrência Monopolística
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Como material complementar, há um link que ampliará seus conhecimentos sobre 
o tema desta unidade.
 Vídeos
Assista ao vídeo sobre o embate entre marcas de bebidas: https://youtu.be/cK7gVLyOPf8
18
https://youtu.be/cK7gVLyOPf8
19
Referências
MANKIW, N. G. Introdução à Economia. Princípios de Micro e Macroeconomia. 
2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2010.
VASCONCELLOS, M. A. S.; ENRIQUEZ GARCIA, M. Fundamentos de 
Economia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
VASCONCELLOS, M. A. S.; OLIVEIRA, R. G.; BARBIERI, F. Manual de 
Microeconomia. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
VARIAN, H. R. Microeconomia. Princípios Básicos. 8. ed. Rio de Janeiro: 
Campus, 2012.
19

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