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530-1480-1-SM


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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE 
UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA 
CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE SEUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
 
 
MATA ATLÂNTICA: 
CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE 
UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA 
CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE SEUS 
ECOSSISTEMAS 
 
 
Rodolfo Cristiano Martins Santos 
Curso de Ciências Biológicas 
Belo Horizonte – MG 
2010 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE 
UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA 
CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE SEUS 
 
Rodolfo Cristiano Martins Santos
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE 
UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA 
CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO 
 
Orientadores: Adriano Páglia
 
 
 
 
Rodolfo Cristiano Martins Santos 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
 
 
MATA ATLÂNTICA: 
CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE 
UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA 
CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE SEUS 
ECOSSISTEMAS 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado 
junto ao Curso de Ciências Biológicas do 
Centro Universitário Metodista Izabela 
Hendrix, como requisito parcial para obtenção 
do titulo de licenciado no curso de Ciências 
Biológicas. 
 
 
Páglia 
 
 
 
Belo Horizonte – MG. 
2010 
 
2 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE 
UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA 
DE SEUS 
Trabalho de conclusão de curso apresentado 
junto ao Curso de Ciências Biológicas do 
Centro Universitário Metodista Izabela 
Hendrix, como requisito parcial para obtenção 
do titulo de licenciado no curso de Ciências 
 
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
 
ATA DE ENTREGA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO NO 
COLEGIADO DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
 
 
Aos 25 de Junho de 2010, o aluno 
entregou o trabalho de conclusão de curso intitulado 
CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE UM DOS 
BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA CONSERVAÇÃO E 
PRESERVAÇÃO DE SEUS ECOSSISTEMAS
Grau de Licenciado em Ciências Biológicas. Este trabalho foi orientado pelo 
Prof. ADRIANO PÁGLIA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não havendo mais a tratar, eu, Adriano Páglia, lavrei a presente ata que, depois 
de lida e aprovada, será assinada por mim, 
Curso de Ciências Biológicas e pelo(a) aluno (a). Belo Horizonte, 25 de Junho 
de 2010. 
 
 
_______________________________
Orientador(a) 
 
_______________________________
Membro do Colegiado
 
____________________
Aluno(a) 
 
 
 
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
ATA DE ENTREGA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO NO 
COLEGIADO DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
Aos 25 de Junho de 2010, o aluno RODOLFO CRISTIANO MARTINS SANTOS
entregou o trabalho de conclusão de curso intitulado MATA ATLÂNTICA: 
CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE UM DOS 
BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA CONSERVAÇÃO E 
PRESERVAÇÃO DE SEUS ECOSSISTEMAS, requisito parcial para obtenção do 
ado em Ciências Biológicas. Este trabalho foi orientado pelo 
ADRIANO PÁGLIA que fez a seguinte avaliação: 
Não havendo mais a tratar, eu, Adriano Páglia, lavrei a presente ata que, depois 
de lida e aprovada, será assinada por mim, pelo representante do colegiado do 
Curso de Ciências Biológicas e pelo(a) aluno (a). Belo Horizonte, 25 de Junho 
_____________________________________ 
_____________________________________ 
Membro do Colegiado 
_____________________________________ 
 
 
3 
ATA DE ENTREGA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO NO 
 
RODOLFO CRISTIANO MARTINS SANTOS 
MATA ATLÂNTICA: 
CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE UM DOS 
BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA CONSERVAÇÃO E 
requisito parcial para obtenção do 
ado em Ciências Biológicas. Este trabalho foi orientado pelo 
Não havendo mais a tratar, eu, Adriano Páglia, lavrei a presente ata que, depois 
pelo representante do colegiado do 
Curso de Ciências Biológicas e pelo(a) aluno (a). Belo Horizonte, 25 de Junho 
4 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Aos professores do Curso de Graduação em Ciências Biológicas do Instituto 
Metodista Izabela Hendrix que apoiaram todas as etapas de execução deste 
trabalho. Sua elaboração só foi possível graças à colaboração de Adriano Paglia, 
Fábio A. Rodrigues e Fernando A. de Oliveira. Por fim agradeço a todos os meus 
colegas e amigos que me ajudaram e, principalmente aos meus pais que de forma 
especial e carinhosa me deram força e coragem, me apoiando nos momentos de 
dificuldades, são eles a quem eu rogo todas as noites a minha existência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O Homem vive da natureza, isto significa que a 
natureza é o seu corpo com o qual ele deve permanecer 
em processo constante, para não perecer. O fato de que 
a vida física e espiritual do homem se relaciona com a 
natureza não tem outro sentido senão o de que a 
natureza se relaciona consigo mesma, pois o homem é 
parte da natureza” (Karl Marx, 1818-1883). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
Resumo 7 
Características, abrangência e a área original da Mata Atlântica 8 
A grande biodiversidade que a mata atlântica apresenta 11 
As bacias hidrográficas e o aqüífero guarani no domínio da mata atlântica 17 
Historia – colonização e a devastação da mata atlântica 20 
As espécies ameaçadas da mata atlântica 23 
Projetos e programas de incentivo a conservação da mata atlântica brasileira 25 
Conclusão 28 
Referências bibliográficas 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Resumo: Alguns a chamam de Floresta perenifólias latifoliadas higrófilas costeiras, 
outros a denominam como Floresta latifoliada tropical úmida de encosta. Mas todos a 
conhecem pelo nome de Mata Atlântica. Essa é uma floresta sempre verde, cujos 
componentes em geral possuem folhas largas, onde há bastante umidade durante todo o 
ano devido sua vizinhança com o Oceano Atlântico e, que acompanha uma grande faixa 
litorânea do território brasileiro. A Mata Atlântica originalmente se estendia por toda 
costa brasileira, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, e encobria uma área de 
cerca de 1,3 milhões de Km2, ou seja, 15% do território nacional, passando por 17 
Estados. Ela representava a segunda maior floresta tropical úmida em território 
brasileiro. Essa floresta é uma das maiores áreas de biodiversidade mundial, estando 
entre os cinco principais Hotspots do planeta, abrigando um grande número de espécies 
que não são encontradas em nenhum outro lugar. Porém, atualmente é um dos biomas 
mais degradados do Brasil, intensamente devastado pelas ações do homem desde o 
período colonial. As formações vegetais da floresta são constituídas principalmente por 
árvores de médio e grande porte, formando uma floresta fechada e densa, além de 
ostentar uma fauna rica com a presença de diversas espécies. A elaboração deste 
trabalho tem como intenção mostrar aos leitores a enorme importância desse bioma e 
que mesmo tendo perdido cerca de 90% de sua área original a floresta ainda continua 
exuberante. Este trabalho levantará os principais fatores que contribuíram e que ainda 
contribuem para a grande devastação ocorrida nesta floresta, e discutirá sua importância 
econômica e ambiental. O objetivo geral do trabalho é apresentar uma visão ampla da 
floresta, levantar pontos para reflexão da população a respeito de sua preservação e 
fazer com que as pessoas olhem para a floresta com outros olhos, buscando sempre a 
criação de ações estratégicas possíveis para restauração do bioma através do 
desenvolvimento sustentável. Esse trabalho visa também levantar, sistematizar e 
divulgar informações para subsidiar a proteção e o uso racional dos remanescentes 
florestais da Mata Atlântica. 
 
Palavras-Chave: Bacias hidrográficas;Biodiversidade; Domínio Mata Atlântica; Hotspots 
 
Abstract: Some call it evergreen broadleaf forest Swamp coastal, others refer to as 
tropical moist broadleaf forest hillside. But everyone knows the name of Atlantic. This 
is an evergreen forest, whose components in general have broad leaves, where there is 
enough moisture throughout the year due to their proximity to the Atlantic Ocean, and 
accompanying a large coastal area of Brazil. The Atlantic forest originally stretched 
across the Brazilian coast from Rio Grande do Norte to Rio Grande do Sul, and covered 
up an area of about 1.3 million km2, or 15% of the country, passing through 17 states. 
She represented the second largest tropical rainforest in Brazil. This forest is a major 
area of global biodiversity and is among the top five hotspots on the planet, harboring a 
large number of species that are not found anywhere else. However, it is now one of the 
most degraded biomes of Brazil, intensely devastated by the actions of man since the 
colonial period. The vegetation of the forest trees are composed mainly of medium and 
large size, forming a closed forest and dense, and boasting a rich fauna with the 
presence of several species. The preparation of this work is intended to show readers the 
great importance of this biome, and that even having lost about 90% of its original 
forest still lush. This work will lift the main factors that contributed and still contribute 
to the devastation that occurred in this forest, and discuss their economic and 
environmental importance. The overall objective of the paper is to present a broad view 
of the forest, raising points for consideration of the population about their preservation 
and making people look to the forest with other eyes, always seeking the creation of 
strategic actions for possible restoration of the biome through sustainable development. 
This work also aims at identifying, systematizing and disseminating information to 
support the protection and rational use of the remaining Atlantic Forest. 
 
Key words: Watersheds; Biodiversity; Dominion Atlantic Forest; Hotspots 
8 
 
CARACTERÍSTICAS, ABRANGÊNCIA E A ÁREA ORIGINAL DA MATA 
ATLÂNTICA 
 
 
As florestas tropicais por estarem localizadas entre os trópicos são 
conhecidas por sua alta biodiversidade, que é um dos fatores que contribui para a 
existência de muitos nichos ecológicos (Mantovani, 2003). No Brasil, podemos 
destacar como exemplos duas importantes florestas tropicais de grandes dimensões: 
a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica. 
A maior dessas florestas se estende pela bacia hidrográfica do Rio 
Amazonas e está localizada na região norte do Brasil, estendendo-se ainda pelos 
países vizinhos, como a Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, 
Peru, Suriname e Venezuela. Essa floresta ainda permanece muito preservada, 
devido sua enorme extensão. Ela abriga um complexo e diversificado conjunto de 
formações vegetais e, que se convencionou chamar de Floresta Amazônica ou 
Floresta Equatorial Amazônica. 
A outra, menor, porém de grandes dimensões, é chamada de Mata Atlântica, 
ela estabeleceu-se ao longo de toda costa leste do Brasil e se estendia também a 
oeste, até algumas áreas dos Estados da Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e 
Piauí, Estados que não estão localizados junto à costa, com exceção da Bahia 
(Figura 1). 
A Mata Atlântica apresenta uma formação vegetal que está presente em 
grande parte da região litorânea brasileira. Originalmente a floresta se estendia do 
Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul (onde há uma importante cadeia de 
montanhas que acompanham a costa), e cobria uma área de cerca de 1,3 milhões de 
Km2, ou seja, 15% do território nacional, passando por 17 Estados - Alagoas, Bahia, 
Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, 
Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do 
Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo (Figuras 1a.-1b. e Tabela 1). Ela 
representava a segunda maior floresta tropical úmida em território brasileiro 
(Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2001), atualmente é o terceiro bioma em 
extensão no Brasil, atrás da Amazônia com aproximadamente 4.196.943 Km2 
encobrindo 49,29% do país e do Cerrado com 2.036.448 Km2 representando 23,92% 
do território brasileiro. Em termos de biodiversidade, a Mata Atlântica possui a 
segunda maior riqueza de espécies da flora e da fauna brasileira. 
9 
 
 
 
Figura 1a. O Domínio Mata Atlântica nos 17 Estados Brasileiros. No Brasil a Mata Atlântica ocorre em 17 
Estados e em cerca de 3.400 municípios. Sendo que, três Estados (RJ, ES, SC) estão integralmente 
incluídos no Domínio da Mata Atlântica. Fonte: Portal da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. 
 
 
Figura 1b. Domínio original da Mata Atlântica próximo ao ano de 1500 e seus Remanescentes Florestais 
atuais. Segundo o Decreto 750/93. Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica. 
 
 
 
 
10 
 
Tabela 1. Área original da Mata Atlântica segundo definição do Conselho Nacional do Meio Ambiente – 
CONAMA. Fonte: Portal da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. 
Área original da Mata Atlântica segundo definição do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente - CONAMA 
UF Área UF Área 
Km 2 (1) Km 2 (2) % (3) 
Alagoas 27.933 14.529 52,01 
Bahia 567.295 177.924 31,36 
Ceará 146.348 4.878 3,33 
Espírito Santo 46.184 46.184 100,00 
Goiás 341.290 10.687 3,13 
Mato Grosso do Sul 358.159 51.536 14,39 
Minas Gerais 588.384 281.311 47,81 
Paraíba 56.585 6.743 11,92 
Pernambuco 98.938 17.811 18,00 
Piauí 252.379 22.907 9,08 
Paraná 199.709 193.011 96,65 
Rio de Janeiro 43.910 43.291 98,59 
Rio Grande do Norte 53.307 3.298 6,19 
Rio Grande do Sul 282.062 132.070 46,82 
Santa Catarina 95.443 95.265 99,81 
Sergipe 22.050 7.155 32,45 
São Paulo 248.809 197.823 79,51 
TOTAL 3.428,783 1.306.421 38,10 
(1) IBGE, 1999 
(2) ISA, 1999 
(3) Sobre a área da UF 
DMA – Domínio da Mata Atlântica (CONAMA, 1992) 
 
A composição da Mata Atlântica distingue-se da composição dos outros 
biomas por ser extremamente heterogênea. A floresta estende-se por uma grande 
área que apresenta zonas climáticas e formações vegetais diversificadas, que vão de 
tropicais a subtropicais. 
Diferentemente da maioria das florestas tropicais espalhadas pelo mundo, a 
Floresta Atlântica possui um conjunto de variáveis geográficas e climáticas que a 
tornam singular. A elevação da topografia do bioma vária entre o nível do mar até 
2.900m de altitude (Mantovani, 2003), a temperatura média vária de 14-21ºC, 
chegando à máxima de 35ºC, não passando a mínima absoluta de 1ºC, embora que 
no Sul do país a temperatura possa cair até valores abaixo de 0ºC, e com 
pluviosidade média de 1200 mm anuais (IZMA, 2009). Atualmente, os climas no 
bioma, variam de regimes sub-úmidos com estações secas, no Nordeste, até zonas 
com pluviosidade extrema, em alguns locais da Serra do Mar (Câmara, 2005). Essa 
grande variação de temperatura mais a grande umidade trazida pelo mar são os 
principais responsáveis pela vasta diversidade de espécies ali encontrada. 
 
11 
 
A GRANDE BIODIVERSIDADE QUE A MATA ATLÂNTICA APRESENTA 
 
 
A Biodiversidade diz respeito à variabilidade de organismos vivos de todas 
as origens, incluindo também os ecossistemas terrestres, marinhos e outros 
ecossistemas aquáticos, e os complexos processos ecológicos de que fazem parte, 
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies (diversidade genética), entre 
espécies e ecossistemas. 
Os resultados de estudos e levantamentos técnico-científicos realizados em 
pesquisas no Domínio da Mata Atlântica, especialmente nas últimas décadas, 
confirmam a notável diversidade do bioma. Esse domínio é um complexo 
ecossistema de grande importância, não só para o Brasil mais para todo o mundo, 
pois o bioma abriga parcelas significativas de diversidade biológicas. 
Esse conjunto fitofisionômico bastante diversificado propiciou uma 
significativavariação ambiental, criando as condições adequadas para a evolução de 
um complexo biótico de natureza vegetal e animal altamente rico. É por este motivo 
que a Mata Atlântica é considerada atualmente como um dos biomas mais ricos em 
termos de diversidade biológica. 
Devido à sua enorme riqueza biológica e seu estado de degradação 
acentuada, a Mata Atlântica, juntamente com outros 34 biomas que também 
apresentam um alto nível de riqueza em espécies e que sofrem com as ações 
antrópicas causadas pelo homem, foram incluídas por estudiosos na lista dos 
Hotspots mundiais. Lista que apresenta todos os biomas que tem prioridade para a 
conservação da biodiversidade ali presente. 
A Mata Atlântica figura entre os cinco principais biomas no ranking dos 
Hotspots de biodiversidade do planeta (Figura 2), devido seu alto grau de 
endemismo, abrigando muitas espécies que não são encontradas em nenhum outro 
lugar (Lagos & Muller, 2007). 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
Figura 2. Os Hotspots de biodiversidade global. Fonte: Hotspots Revisitados - As Regiões Biologicamente 
Mais Ricas e Ameaçadas do Planeta 
 
1. Andes Tropicais 
2. Tumbes-Chocó-Magdalena (Panamá, 
Colômbia, Equador, Peru) 
3. Mata Atlântica (Brasil, Paraguai, 
Argentina) 
4. Cerrado 
5. Florestas Valdivias (Chile Central) 
6. Mesoamérica (Costa Rica, Nicarágua, 
Honduras, El Salvador, Guatemala, Belize, 
México) 
7. Ilhas do Caribe 
8. Província Florística da Califórnia 
9. Floresta de Pinho-Encino de Sierra 
Madre (México, EUA) 
10. Floresta da Guiné (África Ocidental) 
11. Província Florística do Cabo (África do 
Sul) 
12. Karoo das Plantas Suculentas (África do 
Sul, Namíbia) 
13. Madagascar e Ilhas do Oceano Índico 
14. Montanhas do Arco Oriental 
15. Florestas de Afromontante (África 
Ocidental) 
16. Maputaland-Pondoland-Albany (África 
do Sul, Swazilândia, Moçambique) 
17. Chifre da África 
18. Bacia do Mediterrâneo 
19. Cáucaso 
20. Ghats Ocidentais (Índia e Sri Lanka) 
21. Montanhas do Centro-Sul da China 
22. Sunda (Indonésia, Malásia, e Brunei) 
23. Wallacea (Indonésia) 
24. Filipinas 
25. Região da Indo-Birmânia 
26. Himalaia 
27. Região Irano-Anatólica 
28. Montanhas da Ásia Central 
29. Japão 
30. Sudoeste da Austrália 
31. Nova Caledônia 
32. Nova Zelândia 
33. Ilhas da Polinésia e Micronésia 
(incluindo Hawai) 
34. Ilhas da Melanésia Oriental 
 
Apesar da intensa fragmentação e destruição, que começou com a 
exploração de seus recursos no início do século XVI, a Mata Atlântica ainda 
continua sendo uma das florestas mais ricas em biodiversidade, detendo recordes de 
diversidade de espécies por hectares jamais vistos em outros biomas (Lino & 
Simões, 2004). 
Até bem pouco tempo atrás, pensava-se que a Mata Atlântica fosse somente 
as florestas que ficavam junto ao litoral do Brasil. Mas, na verdade, atualmente 
considera-se que a Mata Atlântica engloba um conjunto de mosaicos florestais e 
formações de ecossistemas associados que são representados por uma série de 
13 
 
tipologias ou unidades fitogeográficas (Figura 3), que inclui: Floresta Ombrófila 
Densa; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Ombrófila Mista - Mata de Araucária, 
também conhecidas como Pinheiros-do-Paraná; Floresta Estacional Decidual; 
Floresta Estacional Semidecidual; Formações Pioneiras (Restinga, Manguezal, 
Campo Salino, vegetação com influencia fluvial ou lacustre); Campos de Altitude, 
Encraves de Cerrado e, Zonas de tensão ecológica (Marcuzzo & Pagel, 1998), o que 
proporciona a grande biodiversidade reconhecida para o bioma. 
 
 
Figura 3. Distribuição das diferentes formações vegetais dentro do Domínio da Mata Atlântica. Fonte: 
Digitalização do Mapa de Vegetação do Brasil, IBGE, escala 1:5.000.000. - Instituto Socioambiental / 
Fundação SOS Mata Atlântica. 
 
 
A partir da tabela 2 podemos observar a extensão de algumas dessas 
formações vegetais dentro do Domínio da Mata Atlântica. Podemos notar que as 
formações florestais predominante são a Floresta Estacional Semidecidual, que 
cobre cerca de 486 mil Km2, seguida pela Floresta Ombrófila Densa e pela Floresta 
Ombrófila Mista, cada uma correspondendo respectivamente a 16,75% e 12,93% da 
extensão do Domínio. Já as formações menos expressivas são os Refúgios 
14 
 
Ecológicos com 103 Km2 e a Floresta Ombrófila Aberta com 18.740 Km2. Essas 
formações florestais juntamente com as demais, totalizam uma área estimada em 
1.306.421 Km2 de floresta, o que corresponde à área atual do Domínio da Mata 
Atlântica. 
A Floresta Estacional Semidecidual é também conhecida como Mata de 
Interior. As características ecológicas que se destacam nesse tipo de vegetação são a 
dupla estacionalidade climática e a chamada seca fisiológica. Essa formação vegetal 
ocorre principalmente nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato 
Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com a ocorrência de alguns 
encraves no Nordeste, como nos Estados da Bahia e do Piauí. Formada por um 
conjunto vegetativo bastante diversificado, a Floresta Estacional Semidecidual 
dividi-se em: Floresta Estacional Semidecidual das Terras Baixas, Floresta 
Estacional Semidecidual Submontana e Floresta Estacional Semidecidual Montana. 
Já a Floresta Ombrófila Densa ou Floresta Pluvial Tropical Atlântica é uma floresta 
que se caracteriza principalmente por apresentar uma cobertura vegetal densa 
formada pelo dossel das árvores, por ser uma floresta perenefoliar e também por 
apresentar uma ecologia que se reside nos ambientes ombrófilos – relacionada com 
os índices termo-pluviométricos mais elevados das regiões litorâneas. Devido à 
precipitação bem distribuída durante todo o ano, a floresta praticamente não tem 
períodos de seca. Essa formação vegetal estende-se do Ceará ao Rio Grande do Sul, 
localizada principalmente nas encostas da Serra do Mar, da Serra Geral e em ilhas 
situadas no litoral entre os Estados do Paraná e do Rio de Janeiro (RBMA, 2010). 
Floresta Ombrófila Mista conhecida como Mata de Araucária, é caracterizada por 
apresentar dois estratos, um estrato superior com a presença dominante da 
Araucária angustifólia e um estrato inferior constituído por árvores e arbustos mais 
baixos pertencentes em sua maioria a família das Mirtáceas. O estrato superior 
forma uma cobertura característica, dando a impressão de tratar-se de uma formação 
uniestratificado. Mais sob a cobertura das copas das araucárias encontram-se outras 
espécies de árvores, arbustos, ervas e epífitas, que variam em número e porte 
dependendo do local e do estágio de desenvolvimento da comunidade em questão. 
Está floresta estende-se principalmente aos Estados do Rio Grande do Sul, Santa 
Catarina e Paraná, e em pequenos fragmentos, nas partes mais elevadas de São 
Paulo, Rio de Janeiro e no sul de Minas Gerais (Biodiversidade RS, 2010). 
 Entre as formações vegetais do Domínio da Mata Atlântica encontramos as 
chamadas zonas de tensão ecológicas ou ecótonos, que são formações 
15 
 
fitogeográficas com estruturas fisionômicas indiferenciadas, onde as vegetações de 
duas ou mais regiões se interpenetram. De modo geral, há uma gradual mudança 
fitofisionômica e florística evidenciada pelo distanciamento entre essas áreas e pelos 
diversos tipos de encraves, que caracterizam as faixas de contato inter-regionais 
(Veloso, 1991). 
 
Tabela 2. Fisionomias vegetais inseridas no Domínio da Mata Atlântica, conforme CONAMA 1992. 
 
Fitofisionomias (1) Extensão em Km2 (2) Porcentagem (3) 
1-Formações Florestais 1.041.998 79,76 
 1.2- Ombrófila Densa 218.790 16,75 
 1.3- Ombrófila Aberta 18.740 1,43 
 1.4- Ombrófila Mista 168.916 12,93 
 1.5- Estacional Semidecidual 486.500 37,23 
 1.6- Estacional Decidual 149.052 11,41 
2- Zonas de Tensão Ecológica 157.747 12,07 
3- Encraves 65.468 5,01 
4- Refúgio Ecológico 103 0,01 
5- Formações Pioneiras 41.105 3,15 
TOTAL DMA 1.306.421 100,00 
(1) Mapa de Vegetação do Brasil, 1993 
(2) ISA, 1999(3) Sobre a área total do DMA 
Fonte: Modificado a partir de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica / Anuário Mata Atlântica 
 
A abundância de espécies na Mata Atlântica é tão expressiva que os dois 
maiores recordes de variedade para vegetais lenhosos foram catalogados nesse 
bioma. Com 454 espécies em uma área de 10.000 m2 no sul do Estado da Bahia e 
476 espécies numa região serrana do Espírito Santo, também com 10.000 m2. 
Estudos indicam que o bioma ainda abriga variadas formas de vida como: 261 
espécies de mamíferos – sendo que 28% são endêmicas, 340 espécies de anfíbios – 
74% endêmicos, 192 de répteis – 31% endêmicos, e 1.020 espécies de aves – sendo 
18% encontradas só neste bioma, além de conter aproximadamente 20.000 espécies 
de plantas vasculares, das quais 10.000 estão restritas ao bioma. Os primatas, por 
exemplo, é um grupo onde mais de 66% das espécies são endêmicas. 
A biota da floresta é composta tanto por espécie mais antigas (Pré-Plioceno, 
compreendidas entre 5 milhões e 332 mil e 1 milhão e 806 mil anos atrás) quanto 
novas (Plioceno, compreendida entre 1 milhão e 806 mil e 11 mil e 500 anos atrás) 
datadas do período Neogeno, distribuídas em pelo menos cinco centros de 
endemismo e duas áreas de transição. Esses centros de endemismo podem ser 
constatados com base na distribuição das plantas e dos vertebrados terrestres (Silva 
& Casteletti, 2003; Silva et al, 2004). 
16 
 
O solo geralmente é bastante raso, sempre úmido e extremamente pobre em 
nutrientes e minerais. Recebendo uma iluminação bem reduzida, devido à absorção 
dos raios solares pelo estrato arbóreo da copa das árvores. A umidade e a presença 
de grande quantidade de matéria orgânica constituída principalmente pela 
serrapilheira tornam o solo favorável à ação de microrganismos decompositores 
como os fungos e bactérias, que possibilitam o reaproveitamento desse material 
pelas raízes dos vegetais. A vegetação de grande porte, apensar do solo ser raso, 
consegue sustentar-se porque possuem raízes tabulares e raízes escora, paralelas ao 
solo, formando uma espécie de "manta de raízes", devido o emaranhamento que as 
mesma se encontram. 
O número de espécies e o grau de endemismo da fauna e da flora para o 
Domínio da Mata Atlântica variam de trabalho para trabalho. Devido à grande 
dificuldade que os autores encontram em definir a real área de abrangência da 
floresta, pelas diferentes metodologias aplicadas aos estudos e, pela incerteza a 
respeito da taxonomia e distribuição dos espécimes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
AS BACIAS HIDROGRÁFICAS E O AQÜÍFERO GUARANI NO DOMÍNIO 
DA MATA ATLÂNTICA 
 
 
A Mata Atlântica também apresenta um papel de grande importância para a 
manutenção dos recursos hídricos disponíveis nos principais Estados brasileiros, 
cobrindo sete das nove maiores bacias hidrográficas do país (Figura 4). 
 
Figura 4. Bacias e Micro Bacias Hidrográficas na Mata Atlântica e seu Domínio. Fonte: Reserva da 
Biosfera da Mata Atlântica - Anuário Mata Atlântica. Fonte: Portal da Reserva da Biosfera da Mata 
Atlântica. 
 
1. Rios Litorâneos do Extremo Sul da Mata 
Atlântica (Bacia dos Rios Araranguá, 
Mapituba e Tramandaí) 
2. Rios Litorâneos de Santa Catarina 
3. Rios Litorâneos do Paraná 
4. Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de 
Iguape 
5. Rios Litorâneos do Norte de São Paulo e 
Baía de Ilha Grande 
6. Rios Litorâneos do Rio de Janeiro 
7. Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul 
8. Rios Litorâneos do Espírito Santo entre a 
Foz do Rio Paraíba do Sul e Rio Doce 
9. Bacia Hidrográfica do Rio Doce 
10. Rios Litorâneos entre a Foz do Rio 
Doce e do Rio Jequitinhonha 
11. Bacia Hidrográfica do Rio 
Jequitinhonha 
12. Bacia Hidrográfica do Rio Pardo 
13. Bacia Hidrográfica do Rio de Contas e 
Adjacentes 
14. Bacia Hidrográfica do Rio Paraguaçu 
15. Rios Litorâneos entre a Foz do Rio 
Paraguaçu e do Rio São Francisco 
16. Bacia Hidrográfica do Rio São 
Francisco 
17. Rios Litorâneos do Nordeste Oriental 
18. Bacia Hidrográfica do Rio Paraná 
Superior (Alto Paraná) 
19. Bacia Hidrográfica do Rio Iguaçu 
20. Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai 
Superior 
21. Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai 
Médio 
22. Bacia Hidrográfica da Laguna dos Patos 
18 
 
 
A floresta é fundamental para os processos de manutenção dos recursos 
hídricos, assegurando a quantidade e qualidade necessária de água potável para mais 
de 120 milhões de brasileiros em cerca de 3400 municípios, e para os mais diversos 
setores da economia nacional como a agricultura, a pesca, a indústria, o turismo e a 
geração de energia. 
Os ecossistemas aquáticos na Mata Atlântica, como os rios e lagos, 
protegem uma riquíssima diversidade de espécies, mas a maioria desses 
ecossistemas se encontram ameaçados devido as fortes pressões que as ações 
humanas vem provocam ao longo dos anos. Como exemplos de ameaças que esses 
ecossistemas vêm sofrendo, podemos citar: a poluição; assoreamento; 
desmatamento das Áreas de Preservação Permanente, como as matas ciliares; e as 
represas feitas sem os devidos cuidados ambientais. Estudos e levantamento feitos 
em 10% da região da Planície de Inundação do Alto Rio Paraná (526.000 km2 - 
0,4% do bioma Mata Atlântica), que é uma área de proteção ambiental no Estado do 
Paraná, foram encontrados 50% das espécies de peixes e 6% dos anfíbios 
registrados para todo o bioma e 58% dos anelídeos, 50% dos rotíferos e 8% das 
algas registrados para o Brasil (Agostinho et al., 2005). 
O Aqüífero Guarani é considerado o maior reservatório subterrâneo de água 
doce do planeta. Sua ampla área abrange significativamente o Domínio da Mata 
Atlântica, o aqüífero se estende da Bacia do Rio Paraná até a Bacia do Paraguai-
Paraná, estendendo-se das coordenadas 14°S a 35°S até 47°W a 60°W (Figura 5) 
(Facetti, 2005). 
19 
 
 
Figura 5. Distribuição geográfica do Aqüífero Guarani em relação ao Hotspot Mata Atlântica. Fonte: State 
of the Hotspots - Mata Atlântica: Biodiversidade, Ameaças e Perspectivas. 
 
 
Com 1,1 milhões de Km2, sendo que 770.000 Km2 estão em território 
brasileiro, o Aqüífero ainda abrange mais três Países, a Argentina, o Paraguai e o 
Uruguai com 220.000 Km2 – 80.000 Km2 – 60.000 Km2 respectivamente. A 
profundidade no Aqüífero pode variar de poucos metros até quase 1.000 metros e 
um volume de água na ordem de 45.000 Km3 (Gastmans & Chang, 2005). 
A utilização de suas águas de modo consciente e sustentável com a 
conservação das condições que garantem a qualidade da água são os principais 
fatores que estão ligados a proteção do Aqüífero. Pelo fato da Mata Atlântica estar 
sobre esse imenso manancial subterrâneo o último fator deve está intimamente 
ligado à preservação da floresta. A proteção, tanto das florestas como das águas na 
Mata Atlântica deve ser realizada com urgência, através de políticas e mecanismos 
de gestão integrada, além de mecanismos institucionais apropriados. A perda das 
últimas áreas remanescentes da Mata Atlântica pode desenvolver uma série de 
fenômenos físicos, químicos e biológicos que, em última instancia, alterariam a 
capacidade de infiltração dos solos, o tempo necessário para a renovação da água e, 
ainda, a qualidade da água do Aqüífero. Podendo ocorrer um grande desequilíbrio 
nos ecossistemas acima dele (Facetti, 2005). 
 
20 
 
HISTORIA – COLONIZAÇÃO E A DEVASTAÇÃO DA MATA 
ATLÂNTICA 
 
 
A Mata Atlântica foi intensamente devastada pelas ações do homem desde o 
período colonial em razão de sua localização. Estudos recentes apontam que restam 
hoje entre 11 a 16% de sua vegetação original. A maior parte dos remanescentes 
florestais deste bioma encontra-se na forma de pequenos fragmentos aleatoriamente 
distribuídos (Viana, 1995) e biologicamente empobrecidos, cuja restauração poderia 
levar centenas de anos. Seus principais remanescentes se encontram concentrados 
nos Estados das regiões Sul e Sudeste - área hoje habitada por120 milhões de 
pessoas - 80% da população do Brasil, recobrindo grande parte da Serra do Mar e da 
Serra da Mantiqueira, onde o processo de ocupação foi dificultado pelo relevo 
acidentado e pouca infra-estrutura de transporte. Hoje, a maior parte da área 
litorânea que já foi ocupada pela Mata Atlântica concentra-se as maiores cidades e 
pólos industriais responsáveis por grande parte da economia gerada no País 
(Ministério do Meio Ambiente, 2002). 
No começo do século XVI quando os portugueses chegaram ao literal 
brasileiro, se surpreenderam ao encontrarem a Mata Atlântica. A beleza majestosa e 
a abundante riqueza que a floresta apresentava, mexeram profundamente com a 
concepção dos europeus e contribuiu para criar uma imagem de terra paradisíaca, 
onde os recursos naturais pareciam abundantes quase que inesgotáveis e, por mais 
de 500 anos a Mata Atlântica propiciou e vem propiciando lucro fácil ao homem. 
A Mata Atlântica vem sofrendo transformações de sua paisagem desde o 
inicio de sua colonização, onde o homem é o principal responsável por essas 
alterações. Os colonizadores converteram grandes áreas de florestas naturais para 
outros usos, cujo resultado final pode ser observado pelo domínio do homem em 
áreas onde antes só havia floresta. O alto grau de interferência na Mata Atlântica 
devido à ocupação dos primeiros espaços territoriais próximos à região costeira até 
tempos mais recentes com muitas matérias-primas sendo exploradas através de 
diferentes ciclos econômicos e com eles vieram diferentes impactos. Entre os ciclos 
vivenciados pela Floresta Atlântica podemos destacar: Ciclo do Pau-Brasil (século 
XVI), Ciclo do Couro (século XVI - ), Ciclo da Cana-de-Açúcar (séculos XVI-
XVIII), Ciclo da Pecuária (séculos XVI-XIX), Ciclo da Mineração (1709-1789), 
Agricultura e Industrialização (1822-1889), Ciclo do Café (1800-1930) e o Ciclo da 
21 
 
Soja (1970 -). A exploração do Pau-Brasil (Caesalpinia sp.), por exemplo, durou 
mais de três séculos de extração predatória sem que sequer o processamento da 
madeira para extração do corante tivesse sido desenvolvido na colônia, agregando 
algum valor ao produto. Estes ciclos econômicos juntamente com a ocupação 
desordenada dos centros urbanos são alguns dos principais fatores que contribuíram 
e que ainda contribuem para a devastação da Mata Atlântica. A dinâmica da 
destruição foi mais acentuada durante as últimas três décadas, resultando em 
alterações severas para os ecossistemas que compõem o bioma, especialmente pela 
alta fragmentação do habitat e perda de sua biodiversidade. Muitas espécies vegetais 
como o Pau-Brasil, o Cedro e a Araucária foram quase extintas devido sua 
superexploração, o que acarretou uma grande perda de hectares da floresta. Pois 
essas árvores eram e ainda são consideradas madeiras de alto valor econômico, 
essas e outras madeiras foram empregadas em diversas atividades desde o período 
colonial, da construção de navios a extração de essências para perfumes. Mas a 
exploração da madeira na Mata Atlântica teve uma grande importância econômica 
para o Brasil até muito recentemente (Dreyer, 2003). Segundo dados do IBGE a 
Mata Atlântica era responsável por grande parte das madeiras em toras 
comercializadas no País. Em meados de 1970 a floresta ainda contribuía com 47% 
de toda a produção de madeira em tora no Brasil, com um total de 15 milhões de m3. 
Produção radicalmente reduzida para menos de 7,9 milhões de m3 em 1988, dado o 
esgotamento dos recursos devido à exploração não sustentável. Hoje, no entanto, a 
indústria conta com a exploração em larga escala de madeira da Floresta Amazônica 
ou de plantações de espécies exóticas de Pinheiros e Eucaliptos. Entre 1985 e 1990 
foram cortadas na Mata Atlântica 1.200.000.000 de árvores (Centro Ecológico, 
2005). 
De 2005 a 2008 a Mata Atlântica perdeu mais de 102.938 hectares, o 
equivalente a dois terços da cidade de São Paulo, de acordo com o levantamento do 
Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica & 
INPE, 2008). A destruição da Mata expressa e sintetiza todo o processo de 
desenvolvimento econômico predatório no Brasil. Os dados do levantamento 
mostram que o desmatamento é expressivo, contrariando a queda na taxa observada 
entre 2000-2005. 
O levantamento do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica 
renova os dados de 10 dos 17 Estados que possuem a Mata Atlântica em seu 
domínio: Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de 
22 
 
Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Mostrando os Estados que mais 
contribuem para esse crescente desmatamento que são: Minas Gerais, Santa 
Catarina e Bahia, que perderam nos últimos três anos, 32.728 ha, 25.953 ha e 24.148 
ha, respectivamente. Atrás destes Estados se encontram o Estado do Paraná, Rio 
Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito 
Santo (SOS Mata Atlântica & INPE, 2008). 
Em Minas Gerais a floresta possuía, originalmente, 27.235.854 ha de Mata 
Atlântica, que se estendiam por 46% de seu território. Pelo levantamento, restam 
apenas 9,6% de floresta. Já em Santa Catarina, que está completamente inserido no 
bioma, tem 23,2% de floresta, e a Bahia, com 33% do território na Mata Atlântica, 
tem hoje apenas 8,8% de floresta. (INPE, 2008). 
Além da exploração dos recursos naturais da Mata Atlântica, as 
monoculturas são um outro problema que contribuiu em grande parte para o 
agravamento do desmatamento da floresta. Nos séculos XVI e XVII, os 
responsáveis por destruir enormes extensões de terras foram a Cana-de-Açúcar e o 
Café, que necessitavam cada vez mais de grandes áreas, devido o crescimento 
econômico da época e, hoje podemos destacar o plantio da Soja como o principal 
vilão das monoculturas (Oliveira, 2009). 
Nos dias atuais, a cada ano que passa a soja ganha mais mercado e com isso 
exigi cada vez mais território para as expansões agrícolas. Deste modo à soja 
continuará a devastar a Mata Atlântica e iniciará uma devastação mais acentuada da 
Floresta Amazônica por já ter invadido suas fronteiras. 
 Se por um lado não restam dúvidas de que a Mata Atlântica é o bioma que 
mais sofreu modificações desde o período colonial brasileiro, com efeitos 
irreversíveis sobre a biodiversidade, a sua abrangência também coincide com os 
locais de maior concentração do conhecimento científico do país. Assim, fazem-se 
também prioritárias a criação e estruturação de novos centros difusores de 
conhecimento, distribuídos de maneira mais uniforme nas demais regiões 
brasileiras. 
 
 
 
 
 
 
23 
 
AS ESPÉCIES AMEAÇADAS DA MATA ATLÂNTICA 
 
 
O Brasil abriga cinco importantes biomas e o maior sistema fluvial do 
planeta, e apresenta uma das mais ricas biotas continental do mundo. Estudos 
mostram que o Brasil abriga 13% de toda biota mundial (Lewinsohn & Prado, 
2006), o que lhe rendeu o titulo de país Megadiverso. Mas os números relativos à 
perda de seu patrimônio natural também chama a atenção. A Mata Atlântica é a 
floresta mais alterada entre os grandes biomas do país; seguido de perto pelo 
Cerrado, que perde cada vez mais espaço para a soja e, mais recentemente, para a 
cana-de-açúcar; e a Amazônia que perde áreas do tamanho de campos de futebol a 
cada hora, devido sua superexploração. 
 Um dos principais fatores que contribui para a perda de grandes áreas e, por 
conseqüência, de espécies – muitas exclusivas da Mata Atlântica e seus 
ecossistemas associados, deriva do modelo econômico e de ocupação territorial. 
Apesar das discordâncias em relação aos números das espécies ameaçadas de 
extinção no Domínio da Mata Atlântica, os números não são nada confortáveis, 
entre centenas ou milhares de vezes acima do que é registrado na história natural dos 
processos de extinção. 
As espécies ameaçadas de extinção no Brasil não estão homogeneamente 
distribuídas no território nacional(Tabela 3). A Mata Atlântica e o Cerrado são os 
dois maiores Hotspots brasileiros e, juntos respondem por 72% das espécies 
ameaçadas que estão descritas no Livro vermelho, totalizando cerca de 458 táxons. 
Devido ao grande número de espécies endêmicas e a acentuada devastação e 
fragmentação florestal fazem da Mata Atlântica a campeã em número de espécies 
com alto risco de extinção (Machado, 2008). 
A partir da tabela 3 podemos observar que no Brasil a concentração de 
espécies ameaçadas se dá principalmente nos limites da Mata Atlântica. Neste 
bioma, algumas regiões se destacam, como: a região serrana do Espírito Santo e a 
Serra do Mar, do Estado do Rio de Janeiro até o norte de Santa Catarina; a Mata 
Atlântica do Sul da Bahia; o Centro de Endemismo de Pernambuco, nos Estados de 
Pernambuco e Alagoas. 
 
 
24 
 
Tabela 3. Número de espécies ameaçadas em cada bioma por categoria de ameaça. Legenda: EX – 
Extinta; EW – Extinta na natureza; CR – Criticamente em Perigo; EN – Em Perigo; VU – Vulnerável. 
Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. 
 
Número de espécies ameaçadas em cada bioma por categoria de ameaça 
 
Biomas 
Categorias de Ameaças 
Total 
EX EW CR EN VU 
Brasil 7 2 125 163 330 627 
Mata Atlântica 5 1 83 103 188 380 (60,6%) 
Cerrado 2 - 13 22 74 111 (17,7%) 
Marinho - - 10 20 56 86 (13,7%) 
Campos Sulinos - - 11 16 33 60 (9,5%) 
Amazônia 1 - 9 14 33 57 (9,1%) 
Caatinga - 1 10 6 26 43 (6,8%) 
Pantanal 1 - 2 3 24 30 (4,7%) 
 
 
Apesar da legislação existente para proteger e preservar a Mata Atlântica e 
sua diversidade biológica, a perda e a fragmentação dos hábitats, agravadas pelas 
atividades antrópicas, como: a caça, a extração de produtos florestais e pela 
conversão das florestas em terras cultivadas, não diminuíram (Machado, 20008). 
Hoje, estima-se que pelo menos 510 espécies de plantas, aves, mamíferos, répteis e 
anfíbios da Mata Atlântica estão oficialmente ameaçadas de extinção. Algumas 
estão ameaçadas apenas no bioma, outras em todo o Brasil e outras em nível global 
(Tabela 4). Além disso, centenas de outras espécies também estão ameaçadas em 
partes específicas da Mata Atlântica. (Ministério do Meio Ambiente, 2002). 
 
Tabela 4. Número total de espécies, espécies endêmicas e espécies ameaçadas de grupos selecionados da 
Mata Atlântica do Brasil. Fonte: State of the Hotspots - Mata Atlântica: Biodiversidade, Ameaças e 
Perspectivas. 
 
Número total de espécies, espécies endêmicas e espécies ameaçadas de grupos 
selecionados da Mata Atlântica do Brasil 
 
Taxa 
 
Número 
total de 
espécies 
 
Espécies 
endemis
mo 
 
% de 
endemism
o 
 
Espécie
s 
ameaça
das 
% de 
espécies 
ameaça
das 
Espécies 
ameaçadas 
em escala 
regional 
Árvores e 
arbustos 
20.000 8.000 40,00 367 1,84 151 
Aves 849 188 22,14 104 12,25 362 
Mamíferos 250 55 22,00 35 14,00 113 
Répteis 197 60 30,46 3 1,52 18 
Anfíbios 340 90 26,47 1 0,29 16 
 
 
 
 
25 
 
PROJETOS E PROGRAMAS DE INCENTIVO A CONSERVAÇÃO DA 
MATA ATLÂNTICA BRASILEIRA 
 
 
 
Uma das melhores formas encontradas por muitos países para garantir a 
proteção da diversidade de seres vivos e de seus hábitats, foram à criação das 
Unidades de Conservação, que são consideradas a melhor estratégia a ser adotada 
para preservar. Embora as ações para a criação das unidades de conservação tenham 
sido altamente positivas, as grandes áreas a serem preservadas e a falta de 
informações sobre as poucas áreas protegidas enfatiza a necessidade imediata de 
adotar ações voltadas para áreas prioritárias, estipuladas a partir de estudos técnico-
cientificos. Áreas não só da Mata Atlântica, mas de todos os outros biomas. 
Está parte do trabalho tem como objetivo, expor alguns dos principais 
projetos e programas de incentivo a conservação da biodiversidade da Mata 
Atlântica. Iniciativas que são desenvolvidas a partir de políticas públicas com a 
ajuda de Organizações não governamentais, que por conseqüência resultam em 
importantes aprendizado e inovações estratégicas para a conservação do bioma. 
A partir da degradação ambiental observada no Brasil, foram criados em 
1934 mecanismos legais voltados para a conservação – Código Florestal Brasileiro, 
mas era insuficientemente satisfatório. Publicado em 1934 e editado novamente em 
1965, o código florestal já definia uma área mínima das matas nativas a serem 
protegidas. Mas só em 1988, com a nova Constituição Federal, que a conservação 
da biodiversidade passou a ser de competência da União, dos Estados e dos 
Municípios. 
Na Mata Atlântica brasileira nos últimos 40 anos foram criadas mais de 600 
novas áreas de proteção, sendo uma das regiões com o maior número de Unidades 
de Conservação de Proteção Integral - entre Parques, Reservas Biológicas, Estações 
Ecológicas entre outras. Apesar de grande, este número é insuficiente, pois as 
Unidades de Conservação são pequenas e a floresta passou e vem passado por alto 
grau de devastação. Mas esse crescimento no número de áreas protegidas representa 
o início de uma caminhada importante para a preservação do bioma. 
Pessoal mal preparado e a falto de investimentos dos órgãos governamentais 
dificultam e limitam seriamente os trabalhos realizados nas Unidades de 
Conservação. Além disso, muito dos fragmentos de Mata Atlântica que restam para 
se preservar se encontram em propriedades privadas. Isso pode permitir o 
26 
 
estabelecimento de uma ampla rede reconhecida como indispensável na proteção da 
biodiversidade da floresta. 
Podendo ser criada voluntariamente e em perpetuidade nas propriedades 
privadas, as RPPNs - Reservas Particulares do Patrimônio Natural – são uma 
categoria de Unidade de Conservação reconhecidas pela atual legislação ambiental 
brasileira. Na Mata Atlântica existem atualmente cerca de 565 destas reservas, que 
juntas cobrem uma área de aproximadamente 16 mil hectares (Fundação SOS Mata 
Atlântica, 2009). O número das RPPNs vem aumentando e muitas são importantes 
para a preservação e proteção de espécies ameaçadas, como exemplo podemos citar 
a RPPN Frei Caneca em Pernambuco, responsável por proteger populações de 
limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi) que aparece no Livro Vermelho como 
espécie criticamente ameaçada. A partir daí notamos a grande importância das 
RPPNs para a conservação da biodiversidade brasileira, pois, juntas contribuem para 
uma rápida ampliação das áreas protegidas no país e possibilitam a participação da 
iniciativa privada no esforço nacional de conservação, auxiliando os órgãos públicos 
nesta difícil tarefa de preservar a vida. 
Uma outra forma auspiciosa que os Governantes encontraram para preservar 
não só a Mata Atlântica mais também os outros biomas, é a compensação fiscal, 
através do chamado ICMS Ecológico, calculado com base nas áreas sob proteção 
oficial declarada pelos Estados e Municípios. Este instrumento busca um modelo de 
gestão ambiental integrado, objetivando principalmente a conservação da 
biodiversidade e visando a diminuição da poluição produzida pelos esgotos 
domésticos e lixo dos municípios. O Estado do Paraná foi o primeiro a adotar este 
modelo de gestão em 1991 e, desde então os números de áreas sob proteção oficial 
aumentaram no Estado e contribuiu para a melhoria na qualidade da conservação 
dos parques municipais, estaduais e das RPPN e, incentivou a criação e manutenção 
de outras Unidades de Conservação. 
Lançado no ano de 1996 pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria 
com o Banco Mundial e com o Fundo Global para o Meio Ambiente (Global 
Environment Facility), o Programa Nacional de Biodiversidade é um planejamento 
para a conservação do bioma. O Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da 
Diversidade Biológica Brasileira – Probio – é um importante componente 
estratégico do programa, visando priorizar as áreas para a conservação na Mata 
Atlântica. 
27 
 
A implementação do Corredor Central de Biodiversidade,nos Estados do 
Espírito Santo e Sul da Bahia, são financiados pelo Banco Mundial em colaboração 
com o Ministério do Meio Ambiente, agências ambientais estaduais e ONGs. O 
corredor da Bahia, por exemplo, abrange 8.500 Km2 de uma das regiões que detém 
os maiores recordes de riqueza em espécies do mundo. As Reservas da Biosfera são 
ecossistemas terrestres ou marinhos especialmente protegidos, que tem como 
objetivo pesquisar soluções para conciliar a conservação da biodiversidade e ao 
mesmo tempo, possibilitar o uso sustentável dos recursos naturais dos biomas. Além 
de serem unidades reconhecidas internacionalmente pela United Nations 
Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) como Patrimônio 
Natural de importância mundial, para as atuais e futuras gerações. Entre as 440 
reservas declaradas pela UNESCO em 97 países, na Mata Atlântica está à maior 
Reserva da Biosfera em área florestal do mundo. A área da Reserva da Biosfera da 
Mata Atlântica conta com aproximadamente 35.000.000 hectares cobrindo 15 
Estados brasileiros. Na esfera internacional a floresta ainda conta com 4 áreas 
reconhecidas como Sítios do Patrimônio Mundial Natural, que estão localizadas na 
costa do descobrimento BA/ES; Mata Atlântica do Sudeste SP/PR; Ilhas Atlânticas 
Fernando de Noronha/Atol das Rocas e Foz do Iguaçu/PR e 1 Sítio RAMSAR no 
Parque Nacional da Lagoa do Peixe /RS (Lino 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
CONCLUSÃO 
 
 
Apesar de toda a degradação ocorrida na Mata Atlântica nos últimos 
séculos, observamos que o desmatamento na floresta vem diminuiu, mas ainda 
continua. É preciso que as políticas públicas que incentivam a preservação e a 
fiscalização realizada pelos órgãos competentes, atuem de maneira mais eficiente 
para que as leis ambientais sejam colocadas em prática e cumpridas, garantindo 
assim, a preservação e regeneração da floresta. 
Um dos grandes problemas para a conservação deste bioma e de sua vida 
selvagem é a fragmentação dos ecossistemas. Os Parques e Reservas da Mata 
Atlântica contribuem significamente para a preservação da diversidade biológica do 
bioma, mais ainda são necessárias extensas áreas protegidas para que a conservação 
se torne expressiva e significativa, de forma a se manter os processos ecológicos e 
evolutivos viáveis a longo prazo. Umas das melhores alternativas é a criação de 
novas áreas de proteção integral, como as RPPNs que são importantes para a 
preservação e proteção de espécies ameaçadas e que estão isoladas de outras 
populações. Não podemos esquecer também da importância da Educação Ambiental 
que é um instrumento que ajuda a minimizar os problemas socioambientais, 
mostrando a população a importância dos diferentes ambientes em que vivemos e a 
importância da floresta para nossa sobrevivência. 
A Mata Atlântica possui uma grande importância do ponto de vista 
ambiental e econômico, sua preservação é primordial. Por isso, viver na Mata 
Atlântica é um grande privilégio, mas também uma grande responsabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
 
 
AGOSTINHO, A. A. et al., Conservação da Biodiversidade em águas Continentais 
do Brasil. Megadiversidade - Vol. 1 - Nº 1 - Julho de 2005. 
 
ALVES, Luciana. F. e METZGER, Jean Paul. A Regeneração Florestal em Áreas de 
Floresta Secundária na Reserva Florestal do Morro Grande, Cotia, SP. Biota 
Neotropica. Maio/Ago 2006, Vol. 6, Nº 2. 
 
AZEVEDO, A.R., SILVA, V.V. & FERREIRA, A.M.M. 2003. Análise dos 
fragmentos florestais na Bacia o Rio Turvo, Médio Vale do Rio Paraíba do Sul, RJ. 
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