Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistemas Fluidotérmicos Aulas 02 e 03 © UNIP 2020 all rights reserved Universidade Paulista Aulas 02 e 03 Curso de Engenharia Mecânica Introdução �Uma das mais importantes máquinas térmicas, foi a locomotiva, criada no século XIX. No Brasil, conhecida como "Maria-Fumaça", utilizada para o transporte de cargas. Sua velocidade chegava à 8 km/h. � As locomotivas com o passar do tempo foram sendo aperfeiçoadas, e seus motores Motores de combustão interna © UNIP 2020 all rights reserved � As locomotivas com o passar do tempo foram sendo aperfeiçoadas, e seus motores a vapor de combustão externa (a combustão ocorre fora do motor), foram sendo substituídos por motor diesel de combustão interna e o número de vagões aumentou, sendo chamadas de "trem". � O alemão Karl Benz inventor do primeiro carro movido à gasolina. Em 1879 criou o motor de dois tempos (ciclos de admissão, compressão, expansão e exaustão de gases a cada volta do eixo) e motor a gás. Seus motores são máquinas térmicas que produzem o movimento através da queima do combustível no seu interior, por isso chamadas de motor de combustão interna. Introdução �Os motores a álcool ou gasolina são constituídos por um pistão ligado ao virabrequim ( ou árvore de manivela) através de uma haste chamada biela, e consequentemente, a uma câmara de combustão que possui duas válvulas, um cilindro e uma vela de ignição. Motores de combustão interna © UNIP 2020 all rights reserved Figura 1: Motor de combustão interna . Introdução �Atualmente, os automóveis possuem motores com quatro a oito cilindros. Quanto mais o número de cilindros, maior a potência do motor. Os motores trabalham numa sequência de quatro movimentos do pistão no cilindro, o que completa um ciclo. Esse ciclo de funcionamento foi aplicado por Nikolaus Otto, então, chamados de "motor de 4 tempos" ou "motor Otto“. Motores de combustão interna © UNIP 2020 all rights reserved de "motor de 4 tempos" ou "motor Otto“. Motor é um exemplo de máquinas térmicas - dispositivo que transforma outras fontes de energias, como energias térmica, elétrica, termoquímica, atômica, em energia mecânica. �As máquinas térmicas trabalham em processos termodinâmicos cíclicos. Motores de combustão interna © UNIP 2020 all rights reserved � Elas recebem calor de uma “fonte quente”, rejeitam calor a uma “fonte fria” produzindo trabalho mecânico. Eficiência de uma máquina térmica que gera trabalho: Motores de combustão interna © UNIP 2020 all rights reserved térmica que gera trabalho: Neste contexto, será transformado energia termoquímica de um combustível em trabalho mecânico. A obtenção de trabalho é ocasionada por uma sequência de processos realizados numa substância denominada fluido ativo (FA). O FA é formado pela mistura combustível e ar na entrada, e produtos de combustão na saída do volume de controle. Motores de combustão interna © UNIP 2020 all rights reserved Quanto ao comportamento do fluido ativo, as máquinas térmicas podem ser classificadas em: � Motores de combustão externa (MCE): a combustão, reação de queima do combustível, ocorre externamente ao FA (ar aquecido pela combustão), sendo apenas veículo da energia térmica a ser transformado em trabalho mecânico. Exemplos: máquina à vapor, motor de Stiling. Aplicação 1 de motor de combustão externa © UNIP 2020 all rights reserved Figura 2: Ciclo Rankine representativo de um motor de combustão externa. Fonte: Franco Bruneti; Motores de Combustão Interna, 2012. Modelagem do Ciclo de Rankine Aplicação 2 de motor de combustão externa © UNIP 2020 all rights reserved Figura 3: Modelagem do ciclo de Rankine. Fonte: Michael J. Moran_Shapiro_Princípios de Termodinamica para Engenharia, 2018. Uma central de potência com turbina a gás operando num ciclo fechado usa ar como fluido de trabalho conforme esquema a seguir. Determine a potência líquida e a eficiência da central. Exemplo de motor de combustão externa © UNIP 2020 all rights reserved � Motores de combustão interna (MCI): o FA participa diretamente da combustão. Para se obter trabalhotrabalho mecânicomecânico, os MCIs são classificados em: � MotoresMotores alternativosalternativos: o trabalho é obtido pelo movimento de vai e vem de um pistão, transformado em rotação contínua por um sistema biela-manivela. Motores de combustão interna © UNIP 2020 all rights reserved pistão, transformado em rotação contínua por um sistema biela-manivela. � MotoresMotores rotativosrotativos: o trabalho é obtido diretamente por um movimento de rotação. Exemplos: turbina a gás, motor Wankel; � MotoresMotores dede impulsoimpulso: o trabalho é obtido pela força de reação dos gases expelidos em alta velocidade pelo motor. Exemplos: motor a jato e foguetes. MotoresMotores alternativosalternativos Embora a maioria das turbinas a gás seja motores de combustão interna, o nome é usualmente aplicado a motores de combustão interna alternativos do tipo comumente usado em automóveis, caminhões e ônibus. Algumas definições: Motores de combustão interna © UNIP 2020 all rights reserved Algumas definições: � As posições extremas dentro do cilindro são denominadas respectivamente, de ponto morto superior (PMS) e ponto morto inferior (PMI). � Diz-se que o pistão está no ponto morto superior quando ele se moveu até uma posição em que o volume do cilindro é um mínimo. Esse volume mínimo é conhecido por volume morto. � Diz-se que o pistão está no ponto morto inferior quando o pistão se moveu até a posição de volume máximo do cilindro. PMS (Ponto Morto Superior): posição na qual o pistão está o mais próximo possível do cabeçote. PMI (Ponto Morto Inferior): posição na qual o pistão está o mais afastado possível do cabeçote. S (Curso do pistão): distância percorrida pelo Motores de combustão interna - Terminologia do Motor © UNIP 2020 all rights reserved Figura 4: Nomenclatura referente às posições do pistão. Fonte: Franco Bruneti; Motores de Combustão Interna, 2012. S (Curso do pistão): distância percorrida pelo pistão no deslocamento de um ponto morto ao outro ou vice-versa. V1 (Volume total) - volume compreendido entre a cabeça do pistão e o cabeçote, quando o pistão está no PMI. V2 (Volume morto ou volume da câmara de combustão): volume compreendido entre a cabeça do pistão e o cabeçote, quando o pistão está no PMS (Conhecido também com Vm). Vdu (Cilindrada unitária) : conhecida como volume deslocado útil ou deslocamento volumétrico, que é o volume deslocado pelo pistão de um ponto morto a outro. (1) nos quais, S = 2⋅ r (raio da manivela); D = diâmetro do cilindro. S D SAVVV cildu ⋅=⋅=−= 4 2 21 π Motores de combustão interna © UNIP 2020 all rights reserved nos quais, S = 2⋅ r (raio da manivela); D = diâmetro do cilindro. Vd (Volume deslocado do motor ou volume máximo da câmara de combustão): deslocamento volumétrico do motor ou cilindrada total. Para um motor com z cilindros (multicilindros), Vd é dado por: (2) no qual, z = número de cilindros do motor. zS D zVV dud ⋅⋅=⋅= 4 2 π Taxa de compressão rv (taxa de compressão ou Relação volumétrica): razão entre o volume total, V1 (volume no ponto inferior ) e o volume morto superior, V2 , e representa em quantas vezes V1 é reduzido. O movimento alternativo do pistão é convertido em movimento de rotação por um mecanismo de manivela. Motores de combustão interna © UNIP 2020 all rights reserved (3) Pela equação (1), tem-se: (4) 2 1 V V rv = 1 22 2 +=⇒ + = V V r V VV r duv du v Motores de combustão interna - Nomenclatura cinemática De acordo com a figura 5, algumas características referentes à cinemática dos motores são descritas: V.E.: válvula de escapamento. V.A.: válvula de admissão. r: raio da manivela. n: frequência da árvore de manivelas. © UNIP 2020 all rights reserved Figura 5: Nomenclatura cinemática. Fonte: Franco Bruneti; Motores de Combustão Interna, 2012. n: frequênciada árvore de manivelas. ωωωω: velocidade angular da árvore de manivelas. Vp : velocidade média do pistão. L: comprimento da biela. x: distância para o pistão atingir o PMS. αααα = ângulo formado entre a manivela e um eixo vertical de referência. αααα = 0°, quando o pistão está no PMS. αααα = 180°, quando o pistão está no PMI. Velocidade angular: (5) onde T = é o período [s]. Velocidade média do pistão (velocidade que o pistão atinge dentro do cilindro) Motores de combustão interna - Nomenclatura cinemática T oufoun π ωπωπω ⋅ =⋅⋅=⋅⋅= 2 22 © UNIP 2020 all rights reserved Velocidade média do pistão (velocidade que o pistão atinge dentro do cilindro) (6) A equação para a posição do pistão, x, em função da posição angular da manivela e das dimensões da manivela e da biela, fica: (7) e (8) ⋅ −−+−= αα 2 2 11)cos1( sen L r Lrx 4 2 2 p d D xVV π ⋅+= 60 2 2 RPMS VnSV pp ⋅⋅ =⇒⋅⋅= Motores de combustão interna © UNIP 2020 all rights reserved Figura 6: Nomenclatura para motores alternativos cilindro-pistão. Figura 7: Diagrama de pressão-volume para um motor de combustão interna alternativo Fonte: Michael J. Moran_Shapiro_Princípios de Termodinamica para Engenharia, 2018. Motores de combustão interna De acordo com a figura (7) que fornece um diagrama pressão-deslocamento pode-se observar que: i. Com a válvula de admissão aberta, o pistão executa um curso de admissão quando absorve uma carga fresca para dentro do cilindro. No caso de motores com ignição por centelha, a carga é uma mistura de ar e combustível. Para motores com ignição por compressão a carga é somente ar. © UNIP 2020 all rights reserved ii. Com ambas as válvulas fechadas, o pistão passa por um curso de compressão, elevando a temperatura e a pressão da carga . Esta fase exige fornecimento de trabalho do pistão para o conteúdo do cilindro. Inicia-se então um processo de combustão, que resulta em uma mistura gasosa de alta pressão e alta temperatura. � Motores com ignição por centelha: a combustão é induzida através da vela próxima ao final do curso de compressão. � Motores com ignição por compressão: a combustão é iniciada pela injeção de combustível no ar quente comprimido, começando próximo ao final do curso de compressão e continuando através da primeira etapa da expansão. iii. Um curso de potência vem em seguida ao curso de compressão, durante o qual a mistura gasosa se expande e é realizado trabalho sobre o pistão à medida que este retorna ao ponto morto inferior. iv. O pistão então executa um curso de escape no qual os gases queimados são expulsos do cilindro através da válvula de escape aberta. Motores de combustão interna © UNIP 2020 all rights reserved Os ciclos de potência que realizam trabalho a partir do movimento de um pistão num cilindro (os processos que envolvem trabalho não ocorrem a volume constante). O trabalho líquido (WLiq ) para um ciclo é : (9) Ciclos de Potência dos Motores com Pistão )( 21 VVpW mefLiq −= © UNIP 2020 all rights reserved Um parâmetro usado para descrever o desempenho de motores alternativos a pistão é a pressão média efetiva (pmef). A pressão média efetiva é a pressão constante teórica que, se atuasse no pistão durante o curso de potência, produziria o mesmo trabalho líquido que é realmente produzido em um ciclo, ou seja: (10) onde Vdesl = velocidade de deslocamento. desl Liq mef V W p = Utilizando o resultado da equação (9) para determinar a potência do motor, , tem-se: (11) Para o cálculo da potência dos motores de quatro tempos, o resultado da quação (11) Ciclos de Potência dos Motores com Pistão 60 RPM VpW deslmef= ⋅ ⋅ W © UNIP 2020 all rights reserved Para o cálculo da potência dos motores de quatro tempos, o resultado da quação (11) deverá ser corrigido para o fator ½. Isso ocorre porque são necessários duas revoluções completas para que o motor de quatro tempos complete o ciclo. 1) Um motor de 6 cilindros tem uma cilindrada de 5,2 L. O diâmetro dos cilindros é 10,2 cm e o volume morto é 54,2 cm3. Determine: a) O curso; b) Taxa de compressão; c) Volume total de um cilindro. 2) O motor da Ferrari Fl – 2.000 possui 10 cilindros montados em V, 40 válvulas, Motores de combustão interna – Exercícios © UNIP 2020 all rights reserved 2) O motor da Ferrari Fl – 2.000 possui 10 cilindros montados em V, 40 válvulas, cilindrada total de 2.997 cm3 e potência de 574 kW (770 HP) . Os cilindros têm diâmetro de 96 mm, motor a 4T, diâmetro dos pistões de 10 cm, raio do virabrequim de 4,5 cm, volume da câmara de combustão de 78,5 cm3 e rotação de 14.500 rpm. Determine: a) O curso (mm); b) A cilindrada unitária (m3); c) A taxa de compressão; d) A velocidade média do pistão (m/s); e) A velocidade angular da árvore comando de válvulas (rad/s).
Compartilhar