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INSTAGRAM: @profandreiacunha 1 INSTAGRAM: @profandreiacunha 2 Sumário PARTE GERAL ................................................................................................................................................ 9 PESSOA ........................................................................................................................................................... 9 INÍCIO DA PERSONALIDADE............................................................................................................................ 10 NASCITURO ........................................................................................................................................................... 10 CAPACIDADE ............................................................................................................................................... 12 EMANCIPAÇÃO ........................................................................................................................................... 12 ESPÉCIES DE EMANCIPAÇÃO ........................................................................................................................... 14 INCAPACIDADE .......................................................................................................................................... 17 ABSOLUTAMENTE INCAPAZES ...................................................................................................................... 17 RELATIVAMENTE INCAPAZES........................................................................................................................ 18 AÇÃO DE INTERDIÇÃO OU AÇÃO DE CURATELA..................................................................................................................... 21 EPD - ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ............................................................................ 22 PESSOA COM DEFICIÊNCIA .............................................................................................................................. 22 DEFICIÊNCIA NÃO AFETA A PLENA CAPACIDADE CIVIL ........................................................................ 22 TOMADA DE DECISÃO APOIADA .................................................................................................................... 23 COMORIÊNCIA ............................................................................................................................................ 25 DIREITOS DA PERSONALIDADE ............................................................................................................ 25 CARACTERÍSTICAS .............................................................................................................................................. 27 TÉCNICA DE PONDERAÇÃO DOS INTERESSES ........................................................................................... 28 MORTE PRESUMIDA ................................................................................................................................. 33 DESAPARECIMENTO COM PERIGO DE VIDA .......................................................................................... 34 DESAPARECIMENTO SEM PERIGO DE VIDA ........................................................................................... 35 CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE ........................................................................................................................................... 35 SUCESSÃO PROVISÓRIA ...................................................................................................................................................................... 36 SUCESSÃO DEFINITIVA ........................................................................................................................................................................ 38 PESSOA JURÍDICA ...................................................................................................................................... 42 AUTONOMIA ......................................................................................................................................................... 42 INSTAGRAM: @profandreiacunha 3 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ......................................................................... 42 DESCONSIDERAÇÃO INVERSA ...................................................................................................................... 44 DESPERSONALIZAÇÃO ...................................................................................................................................... 45 EXTENSÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ÀS PESSOAS JURÍDICAS ............................... 45 ASSOCIAÇÃO ......................................................................................................................................................... 45 FUNDAÇÃO ............................................................................................................................................................ 47 DOMICÍLIO .................................................................................................................................................. 50 DOMICÍLIO DA PESSOA NATURAL............................................................................................................... 50 DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA ............................................................................................................... 53 BENS .............................................................................................................................................................. 55 DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS ........................................................................................ 55 BENS IMÓVEIS E MÓVEIS .................................................................................................................................. 55 BENS FUNGÍVEIS E NÃO FUNGÍVEIS .............................................................................................................. 59 BENS CONSUMÍVEIS E NÃO CONSUMÍVEIS ................................................................................................. 60 BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS ................................................................................................................... 60 BENS SINGULARES E COLETIVOS ................................................................................................................... 61 BENS CORPÓREOS E NÃO CORPÓREOS ........................................................................................................ 62 DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS ........................................................................... 62 BEM PRINCIPAL e BEM ACESSÓRIO .............................................................................................................. 62 BENS PÚBLICOS ......................................................................................................................................... 65 BENS DE USO COMUM DO POVO .................................................................................................................... 65 BENS DE USO ESPECIAL ..................................................................................................................................... 66 BENS DOMINICAIS ............................................................................................................................................... 66 NEGÓCIO JURÍDICO .................................................................................................................................. 67 INTERPRETAÇÃO .......................................................................................................................................67 RESERVA MENTAL .............................................................................................................................................. 67 SILÊNCIO ................................................................................................................................................................ 68 INSTAGRAM: @profandreiacunha 4 DECLARAÇÃO DE VONTADE ............................................................................................................................ 68 BOA-FÉ OBJETIVA ............................................................................................................................................... 69 NEGÓCIOS JURÍDICOS BENÉFICOS E A RENÚNCIA ................................................................................... 69 DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS ............................................................................................... 70 VÍCIOS DO CONSENTIMENTO ................................................................................................................. 70 ......................................................................................................................................................................................................................... 70 ERRO OU IGNORÂNCIA ...................................................................................................................................... 70 DOLO ....................................................................................................................................................................... 72 COAÇÃO .................................................................................................................................................................. 73 ESTADO DE PERIGO ............................................................................................................................................ 74 LESÃO ...................................................................................................................................................................... 76 VICIOS SOCIAIS ........................................................................................................................................... 78 FRAUDE CONTRA CREDORES .......................................................................................................................... 78 SIMULAÇÃO ........................................................................................................................................................... 80 INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO ................................................................................................. 82 NULIDADE .............................................................................................................................................................. 82 ANULABILIDADE ................................................................................................................................................. 83 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA ................................................................................................................ 83 PRESCRIÇÃO ............................................................................................................................................... 84 CAUSAS SUSPENSIVAS E IMPEDITIVAS DA PRESCRIÇÃO ...................................................................... 85 CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO ................................................................................................ 86 PRAZOS DE PRESCRIÇÃO ................................................................................................................................. 87 DECADÊNCIA ............................................................................................................................................... 89 DIREITO DAS OBRIGAÇÕES ................................................................................................................... 92 MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES ...................................................................................................... 92 OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL ..................................................................................................................................... 93 OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL ................................................................................................................................ 94 INSTAGRAM: @profandreiacunha 5 OBRIGACAO SOLIDÁRIA ................................................................................................................................... 95 SOLIDARIEDADE ATIVA ...................................................................................................................................................................... 95 SOLIDARIEDADE PASSIVA ................................................................................................................................................................. 97 OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA .......................................................................................................................... 100 TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES .................................................................................................... 102 CESSÃO DE CRÉDITO ..................................................................................................................................... 102 ASSUNÇÃO DE DÍVIDA .................................................................................................................................. 103 ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ....................................................................... 104 ADIMPLEMENTO .................................................................................................................................... 104 DE QUEM DEVE PAGAR ................................................................................................................................. 104 DAQUELES A QUEM SE DEVE PAGAR ...................................................................................................... 105 CREDOR PUTATIVO – ART 309, CC............................................................................................................................................... 106 OBJETO DA OBRIGAÇÃO ............................................................................................................................. 107 PROVA DO PAGAMENTO ............................................................................................................................... 108 PRESUNÇÃO DE PAGAMENTO ...................................................................................................................................................... 108 LUGAR DO PAGAMENTO .............................................................................................................................. 109 TEMPO DO PAGAMENTO.............................................................................................................................. 110 EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ............................................................................................................ 110 CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO ................................................................................................................ 111 SUB-ROGAÇÃO .................................................................................................................................................... 113 IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO .................................................................................................................... 113 DAÇÃO EM PAGAMENTO ...............................................................................................................................114 NOVAÇÃO ............................................................................................................................................................. 115 COMPENSAÇÃO .................................................................................................................................................. 116 CONFUSÃO ........................................................................................................................................................... 116 REMISSÃO DAS DÍVIDAS ............................................................................................................................... 117 INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES ........................................................................................... 117 INADIMPLEMENTO ABSOLUTO ........................................................................................................ 118 INSTAGRAM: @profandreiacunha 6 INADIMPLEMENTO RELATIVO OU MORA .................................................................................... 119 MORA DO DEVEDOR ........................................................................................................................................................................... 121 MORA DO CREDOR ............................................................................................................................................................................... 122 CLÁUSULA PENAL ............................................................................................................................................. 123 CLAUSULA PENAL MORATÓRIA .................................................................................................................................................... 124 CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA ......................................................................................................................................... 125 ARRAS OU SINAL .............................................................................................................................................. 129 ARRAS CONFIRMATÓRIAS ............................................................................................................................................................... 129 ARRAS PENITENCIAIS ........................................................................................................................................................................ 129 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ..................................................................................................... 131 VÍCIOS REDIBITÓRIOS .................................................................................................................................... 131 EVICÇÃO ............................................................................................................................................................... 134 CONTRATO ALEATÓRIO ................................................................................................................................. 135 CONTRATO PRELIMINAR............................................................................................................................... 136 ONEROSIDADE EXCESSIVA ............................................................................................................................ 138 CONTRATOS EM ESPÉCIE .................................................................................................................... 139 COMPRA E VENDA ........................................................................................................................................... 139 RETROVENDA ........................................................................................................................................................................................ 141 PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA .................................................................................................................................................... 142 CONTRATO ESTIMATÓRIO ............................................................................................................................ 143 ................................................................................................................................................................................. 143 DOAÇÃO ................................................................................................................................................................ 144 CLÁUSULA DE REVERSÃO ................................................................................................................................................................ 145 DOAÇÃO UNIVERSAL .......................................................................................................................................................................... 145 DOAÇÃO INOFICIOSA .......................................................................................................................................................................... 146 DOAÇÃO CÔNJUGE ADÚLTERO ...................................................................................................................................................... 146 REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO ................................................................................................................................................................. 146 LOCAÇÃO DE COISAS ..................................................................................................................................... 148 EMPRÉSTIMO ..................................................................................................................................................... 149 COMODATO ............................................................................................................................................................................................. 149 MÚTUO ...................................................................................................................................................................................................... 151 INSTAGRAM: @profandreiacunha 7 PRESTAÇÃO DE SERVIÇO .............................................................................................................................. 152 EMPREITADA ...................................................................................................................................................... 154 DEPÓSITO ............................................................................................................................................................ 156 CORRETAGEM..................................................................................................................................................... 159 TRANSPORTE ..................................................................................................................................................... 161 TRANSPORTE DE PESSOAS ............................................................................................................................................................ 165 SEGURO ................................................................................................................................................................. 167 PLANO DE SAÚDE .............................................................................................................................................. 168 FIANÇA .................................................................................................................................................................. 169 TRANSAÇÃO ........................................................................................................................................................171 RESPONSABILIDADE CIVIL .................................................................................................................. 173 RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA ........................................................................................... 173 CONDUTA HUMANA ....................................................................................................................................... 173 ATO ILÍCITO ............................................................................................................................................................................................ 174 ATO LÍCITO .............................................................................................................................................................................................. 174 CULPA OU DOLO .............................................................................................................................................. 176 DANOS ................................................................................................................................................................... 177 DANO MATERIAL .................................................................................................................................................................................. 177 DANO MORAL ......................................................................................................................................................................................... 177 DANO ESTÉTICO ................................................................................................................................................................................... 178 PERDA DE UMA CHANCE .................................................................................................................................................................. 178 DANO REFLEXO OU EM RICOCHETE ........................................................................................................................................... 178 NEXO CAUSAL .................................................................................................................................................... 180 RESPONSABILIDADE CIVIL DO INCAPAZ .............................................................................................. 181 RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA ............................................................................................. 183 ABUSO DE DIREITO ....................................................................................................................................... 184 RISCOS INERENTES À ATIVIDADE ........................................................................................................... 184 RESPONSABILIDADE PELO FATO DE ANIMAL .................................................................................... 185 RESPONSABILIDADE EM DECORRÊNCIA DE PRÉDIOS .................................................................... 185 INSTAGRAM: @profandreiacunha 8 RESPONSABILIDADE POR FATO DE TERCEIRO .................................................................................. 186 SÚMULAS SOBRE RESPONSABILIDADE CIVIL .............................................................................. 187 PROTEÇÃO DE DADOS ........................................................................................................................... 190 DIREITO FUNDAMENTAL À PROTEÇÃO DE DADOS: ............................................................................. 190 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS - LGPD .......................................................................................... 190 OBJETIVO DA LEI .................................................................................................................................................................................. 190 DADOS PESSOAIS E DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS ................................................................................................................ 190 FUNDAMENTOS..................................................................................................................................................................................... 191 PRINCÍPIOS.............................................................................................................................................................................................. 191 CONSENTIMENTO DO TITULAR DOS DADOS .......................................................................................................................... 193 DIREITOS DO TITULAR ...................................................................................................................................................................... 194 RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS ................................................................................................. 194 MARCO CIVIL DA INTERNET ................................................................................................................ 195 PRINCÍPIOS, GARANTIAS, DIREITOS E DEVERES PARA O USO DA INTERNET NO BRASIL ............................... 195 NÃO RESPONSABILIZAÇÃO DO PROVEDOR DE CONEXÃO POR CONTEÚDO GERADO POR TERCEIROS .... 196 NECESSIDADE DE ORDEM JUDICIAL PARA RETIRAR CONTEÚDO ................................................................................ 196 PORNOGRAFIA DE VINGANÇA – DESNECESSIDADE DE ORDEM JUDICIAL PARA RETIRAR CONTEÚDO ... 197 LEI DE LOCAÇÕES ................................................................................................................................... 198 DIREITO DE PREFERENCIA DO LOCATÁRIO ADQUIRIR O IMÓVEL LOCADO........................................................... 198 AQUISIÇÃO DO IMÓVEL LOCADO POR TERCEIRO E A MANUTENÇÃO OU NÃO DA LOCAÇÃO ........................ 198 MANUTENÇÃO DA LOCAÇÃO RESIDENCIAL NO CASO DE SEPARAÇÃO DE FATO, SEPARAÇÃO JUDICIAL, DIVÓRCIO OU DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL ................................................................................................................. 199 AÇÕES LOCATÍCIAS ........................................................................................................................................... 200 REGRAS GERAIS .................................................................................................................................................................................... 200 AÇÃO DE DESPEJO................................................................................................................................................................................ 200 AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO DE ALUGUEL E ACESSÓRIOS DA LOCAÇÃO ......................................................................... 201 AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL .................................................................................................................................................. 201 AÇÃO RENOVATÓRIA ......................................................................................................................................................................... 202 INSTAGRAM: @profandreiacunha 9 PARTE GERAL PESSOA Art. 1o, CC: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Existe a pessoa natural/física e a pessoa jurídica. Pessoa natural ou física: É o ser humano, dotado de corpo físico, alma e intelecto. Pessoa é todo aquele que poderá figurar numa relação jurídica, como sujeito de direitos e deveres. OBS: animais (art. 82, CC bens móveis semoventes) Art. 225, CF. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lopara as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. INSTAGRAM: @profandreiacunha 10 STF: “É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana”. RE 494601 Julgamento 28/03/2019. Publicação 19/11/2019 INÍCIO DA PERSONALIDADE Art. 2o, CC A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. A personalidade da pessoa natural inicia com o nascimento com vida, constatada pela presença de ar nos pulmões, mesmo que não tenha ocorrido o corte do cordão umbilical. A certidão de nascimento tem apenas cunho administrativo, ou seja, registrar que ocorreu o nascimento, mas a pessoa já adquiriu os direitos da personalidade. É, portanto, declaratória (e não constitutiva) NASCITURO Nascituro: aquele que foi concebido e que está no ventre da mãe e ainda não nasceu. Nascituro é sujeito de direitos. Exemplos do nascituro como sujeito de direito: - Art. 5, CF, caput: direito a vida - ECA, art. 7: direito à assistência pre-natal - Direito ao reconhecimento de sua filiação: perfilhação. STF reconheceu o direito do nascituro de ver realizado o exame de DNA apesar da oposição da genitora (Caso Gloria Trevis, extraditanda) - Direito de receber doação, nos termos do art. 542, CC. OBS: A doutrina começou a defender que o nascituro também tem direitos patrimoniais, ou seja, mesmo antes do nascimento com vida, uma vez que os alimentos gravídicos, embora sejam solicitados pela mãe grávida, são destinados ao nascituro. INSTAGRAM: @profandreiacunha 11 Lei de Alimentos Gravídicos. Lei 11.804/08 Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes. Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos. Art. 6o Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão. STJ: Também possibilita indenização por dano moral para o nascituro. Natimorto: tem direitos da personalidade, tais como direito ao nome, imagem e sepultura, conforme Enunciado 1, das Jornadas de Direito Civil. Lei de Registros Públicos N. 6.015/73 (LRP): Art. 53. No caso de ter a criança nascido morta ou no de ter morrido na ocasião do parto, será, não obstante, feito o assento com os elementos que couberem e com remissão ao do óbito. § 1º No caso de ter a criança nascido morta, será o registro feito no livro "C Auxiliar", com os elementos que couberem. § 2º No caso de a criança morrer na ocasião do parto, tendo, entretanto, respirado, serão feitos os dois assentos, o de nascimento e o de óbito, com os elementos cabíveis e com remissões recíprocas. Embrião “in vitro”: posicionamento majoritário entende que não tem os direitos do nascituro. Não são aplicados os direitos da personalidade. STF, na Adi 3510/DF afirmou a constitucionalidade do art. 5 da Lei de Biossegurança Lei 11. 105/05 no sentido de que, após 3 anos, os embriões INSTAGRAM: @profandreiacunha 12 congelados não utilizados sejam encaminhados para pesquisas com células- tronco. CAPACIDADE Aptidão para exercer direitos e assumir deveres na orbita civil. Capacidade Capacidade de direito Capacidade de fato Capacidade de direito ou de gozo: é aquela comum a toda pessoa humana, inerente à personalidade, e que se perde com a morte. Capacidade de ser titular de direitos e de deveres. Mas exercerá esses direitos patrimoniais por meio de representante ou assistente. Capacidade de fato ou de exercício: é aquela relacionada com o exercício próprio dos atos da vida civil, podendo praticar atos com efeitos jurídicos, adquirindo, modificando ou extinguindo relações jurídicas. EMANCIPAÇÃO capacidade de direito capacidade de fato plena capacidade civil INSTAGRAM: @profandreiacunha 13 ANTECIPAR A MAIORIDADE CIVIL. INSTAGRAM: @profandreiacunha 14 Menor emancipado não responderá por crimes porque não ocorreu a maioridade penal. Praticado um crime, responderá por ato infracional (ECA) e não pelo Código Penal. Art. 104, ECA. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato. Enunciado 530 das Jornadas de Direito Civil: a emancipação, por si só, não elide a incidência do ECA. Art. 5o, CC A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. ESPÉCIES DE EMANCIPAÇÃO Emancipação Voluntária A partir dos 16 anos. Pais: Instrumento público STJ: na emancipação voluntária os pais continuam respondendo pelos danos causados pelo filho (art. 932, e 933, CC). INSTAGRAM: @profandreiacunha 15 Emancipação Judicial A partir dos 16 anos. Tutor: sentença judicial Emancipação Legal Art. 1.520, CC Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. Art. 1.517, CC O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil. Eman Cipa ÇÃO INSTAGRAM: @profandreiacunha 16 A emancipação é irrevogável e irretratável QUESTÕES: 01. (OAB/FGV) Pedro, em dezembro de 2011, aos 16 anos, se formou no ensino médio. Em agosto de 2012, ainda com 16 anos, começou estágio voluntário em uma companhia local. Em janeiro de 2013, já com 17 anos, foi morar com sua namorada. Em julho de 2013, ainda com 17 anos, após ter sido aprovadoe nomeado em um concurso público, Pedro entrou em exercício no respectivo emprego público. Tendo por base o disposto no Código Civil, assinale a opção que indica a data em que cessou a incapacidade de Pedro. a. Dezembro de 206 b. Agosto de 2012. c. Janeiro de 2013. d. Julho de 2013. 02. (OAB/FGV) Os tutores de José consideram que o rapaz, aos 16 anos, tem maturidade e discernimento necessários para praticar os atos da vida civil. Por isso, decidem conferir ao rapaz a sua emancipação. Consultam, para tanto, um advogado, que lhes aconselha corretamente no seguinte sentido: a. José poderá ser emancipado em procedimento judicial, com a oitiva do tutor sobre as condições do tutelado. b. José poderá ser emancipado via instrumento público, sendo desnecessária a homologação judicial. c. José poderá ser emancipado via instrumento público ou particular, sendo necessário procedimento judicial. d. José poderá ser emancipado por instrumento público, com averbação no registro de pessoas naturais. Gabarito: INSTAGRAM: @profandreiacunha 17 01. D (art. 5º CC) 02. A (art. 5º CC) INCAPACIDADE Incapacidade: é o reconhecimento da inexistência, numa pessoa, daqueles requisitos que a lei acha indispensáveis para que ela exerça os seus direitos direta e pessoalmente. (Silvio Rodrigues). Diz respeito à falta de perfeita compreensão para a prática de atos jurídicos. ABSOLUTAMENTE INCAPAZES Art. 3o, CC São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. Art. 3, CC – menores de 16 anos Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; Art. 168, CC As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir. Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. Art. 169, CC O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo. INSTAGRAM: @profandreiacunha 18 RELATIVAMENTE INCAPAZES Art. 4o, CC São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. Art. 171, CC Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; Art. 178, CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. Absolutamente incapazes Nulos os negócios Jurídicos Não convalescem pelo decurso do tempo menores de 16 anos Art. 3, CC Art 3, CC Art 169, CC Art 166, I, CC INSTAGRAM: @profandreiacunha 19 Art 4, CC Prazo decadencial de 4 anos, do dia em que cessar a incapacidade Art 4, III, CC Art 4, II, CC Art. 4, I, CC Art 4, IV, CC Art. 178, III, CC Anuláveis os negócios jurídicos Art. 171, CC Relativamente incapazes maiores de 16 e menores de 18 anos ébrios habituais e viciados em tóxicos aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade os pródigos Art. 4, I, CC maiores de dezesseis e menores de dezoito anos Art. 180, CC O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. INSTAGRAM: @profandreiacunha 20 Art. 4, II, CC – ébrios habituais Art. 4, II, CC – viciados em tóxicos Art. 4, III, CC - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; Art. 4, IV, CC - pródigos Pródigo é a pessoa que, desordenadamente, gasta os seus haveres, dilapidando o seu patrimônio, de modo a comprometer a sua subsistência. É fenômeno complexo que exige diálogo entre o direito, psiquiatria, psicanálise e economia. INSTAGRAM: @profandreiacunha 21 Art. 1.782, CC. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração. O pródigo não poderá praticar atos de disposição patrimonial. O pródigo pode decidir sobre uma cirurgia ou tratamento médico, escolher a profissão ou atividade laborativa, ou seja, relações existências e patrimoniais, desde que não dispositivas do patrimônio. AÇÃO DE INTERDIÇÃO OU AÇÃO DE CURATELA Art. 747 a art. 758, CPC e art. 1767 a 1783, CC A curatela se restringe aos atos de natureza negocial e patrimonial. Os aspectos existenciais continuam sendo do relativamente incapaz. ATENÇÃO: Enfermidade não é causa de incapacidade. Deficiência (física, mental, sensorial, intelectual) não é causa de incapacidade. Senectude (velhice) não é causa de incapacidade. aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade ébrios habituais e viciados em tóxicos os pródigos Ação de Interdição/Ação de Curatela INSTAGRAM: @profandreiacunha 22 EPD - ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA - LEI 13.146/15 PESSOA COM DEFICIÊNCIA Art. 2o , EPD Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. DEFICIÊNCIA NÃO AFETA A PLENA CAPACIDADE CIVIL Art. 6o EPD A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: I - casar-se e constituir união estável; II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. A pessoa com deficiência poderá, excepcionalmente, estar sujeito à Interdição/Curatela, nos termos do EPD - Estatuto da Pessoa com deficiência. Lei 13.146/15: Art. 84, EPD A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1o Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. INSTAGRAM: @profandreiacunha 23 § 2o É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. § 3o A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. § 4o Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano. Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. § 1o A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho eao voto. § 2o A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado. § 3o No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado. Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida a situação de curatela da pessoa com deficiência. Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger os interesses da pessoa com deficiência em situação de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a requerimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório, o qual estará sujeito, no que couber, às disposições do Código de Processo Civil. TOMADA DE DECISÃO APOIADA Art. 84. § 2o EPD É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. A TDA é um mecanismo protecionista para pessoas plenamente capazes, mas numa situação de vulnerabilidade em razão da deficiência. Exemplos: tetraplégicos, cegos, surdos, sequelados de AVC Art. 1.783-A, CC A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade. § 1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar. § 2o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo. § 3o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio. § 4o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado. § 5o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm INSTAGRAM: @profandreiacunha 24 sua função em relação ao apoiado. § 6o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão. § 7o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. § 8o Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio. § 9o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada. § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria. § 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes à prestação de contas na curatela. QUESTÕES 01. (OAB/FGV) André possui um transtorno psiquiátrico grave, que demanda uso contínuo de medicamentos, graças aos quais ele leva vida normal. No entanto, em razão do consumo de remédios que se revelaram ineficazes, por causa de um defeito de fabricação naquele lote, André foi acometido de um surto que, ao privá-lo de discernimento, o levou a comprar diversos produtos caros de que não precisava. Para desfazer os efeitos desses negócios, André deve pleitear A) a nulidade dos negócios, por incapacidade absoluta decorrente de enfermidade ou deficiência mental. B) a nulidade dos negócios, por causa transitória impeditiva de expressão da vontade. C) a anulação do negócio, por causa transitória impeditiva de expressão da vontade. D) a anulação do negócio, por incapacidade relativa decorrente de enfermidade ou deficiência mental. GABARITO: 01 - C relativamente incapaz. art. 4 e art. 171 CC INSTAGRAM: @profandreiacunha 25 COMORIÊNCIA Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. Presunção de simultaneidade de óbitos quando, morrendo 2 pessoas ou mais ao mesmo tempo (simultaneamente), não for possível indicar, com precisão, a premoriência. A comoriencia impede a transmissão de qualquer direito (seja seguro de vida, seja sucessório) entre as pessoas comorientes. A comoriencia exige circunstância de tempo e não de lugar, motivo pelo qual não se exige que a morte se dê num mesmo local. Nada impede que a morte se dê por circunstâncias diferentes. Ex. Terremoto que atingiu varias localidades pode provar a morte ao mesmo tempo de pessoas sucessíveis entre si. Ex. pai e filho DIREITOS DA PERSONALIDADE Dignidade da pessoa humana: Direitos Fundamentais e direitos da personalidade Titularidade: Pessoas naturais (nacionais e estrangeiros). Para as pessoas jurídicas se estendem os direitos da personalidade, na medida de suas características, mas não são considerados titulares de direitos da personalidade (art. 52, CC). Art. 52, CC os direitos da personalidade se aplicam, no que couber, a pessoa jurídica. Enunciado 286, Jornadas de direito civil: Os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos. Sum 227/STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. Sum 365/STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. INSTAGRAM: @profandreiacunha 26 No caso de morte: Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. Art. 12, paragrafo único fala dos lesados indiretos: que defendem direito próprio (e não direito do falecido). Eles têm direito de ver protegida a personalidade de seus familiares já falecidos. Portanto tem legitimidade ordinária e não são substitutos processuais. É o dano reflexo, obliquo ou em ricochete. Súmula 642/STJ: "O direito à indenização por danos morais transmite-se com o falecimento do titular, possuindo os herdeiros da vítima legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a ação indenizatória". Exemplos de direitos da personalidade: Art. 11 e ss. Caráter enunciativo e não exaustivo. Ex. honra e moradia, meio ambiente ecologicamente equilibrado, velhice digna PROTEÇAO DA INTEGRIDADE FISICA: corpo vivo, morto, autonomia do paciente PROTEÇAO DA INTEGRIDADE PSIQUICA: imagem, nome, honra e imagem PROTEÇAO DA INTEGRIDADE INTELECTUAL: direitos autorais Outros exemplos de direitos da personalidade: UNIÃO HOMOAFETIVA STF RE – 477554 União Estável Homoafetiva - Legitimidade Constitucional - Afeto como Valor Jurídico - Direito à Busca da Felicidade - Função Contramajoritária do STF (Transcrições) ARTIGO União EstávelHomoafetiva - Legitimidade Constitucional - Afeto como Valor Jurídico - Direito à Busca da Felicidade - Função Contramajoritária do STF (Transcrições) RE 477554/MG* RELATOR: Min. Celso de Mello EMENTA: UNIÃO CIVIL ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO. ALTA RELEVÂNCIA SOCIAL E JURÍDICO-CONSTITUCIONAL DA QUESTÃO PERTINENTE ÀS UNIÕES HOMOAFETIVAS. LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO RECONHECIMENTO E QUALIFICAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA COMO ENTIDADE FAMILIAR: POSIÇÃO CONSAGRADA NA INSTAGRAM: @profandreiacunha 27 JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (ADPF 132/RJ E ADI 4.277/DF). O AFETO COMO VALOR JURÍDICO IMPREGNADO DE NATUREZA CONSTITUCIONAL: A VALORIZAÇÃO DESSE NOVO PARADIGMA COMO NÚCLEO CONFORMADOR DO CONCEITO DE FAMÍLIA. O DIREITO À BUSCA DA FELICIDADE, VERDADEIRO POSTULADO CONSTITUCIONAL IMPLÍCITO E EXPRESSÃO DE UMA IDÉIA-FORÇA QUE DERIVA DO PRINCÍPIO DA ESSENCIAL DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PRINCÍPIOS DE YOGYAKARTA (2006): DIREITO DE QUALQUER PESSOA DE CONSTITUIR FAMÍLIA, INDEPENDENTEMENTE DE SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL OU IDENTIDADE DE GÊNERO. DIREITO DO COMPANHEIRO, NA UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA, À PERCEPÇÃO DO BENEFÍCIO DA PENSÃO POR MORTE DE SEU PARCEIRO, DESDE QUE OBSERVADOS OS REQUISITOS DO ART. 1.723 DO CÓDIGO CIVIL. O ART. 226, § 3º, DA LEI FUNDAMENTAL CONSTITUI TÍPICA NORMA DE INCLUSÃO. A FUNÇÃO CONTRAMAJORITÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. A PROTEÇÃO DAS MINORIAS ANALISADA NA PERSPECTIVA DE UMA CONCEPÇÃO MATERIAL DE DEMOCRACIA CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO. DECISÃO: VEDAÇÃO AO “DISCURSO DO ÓDIO” (HATE SPEECH): manifestações de pensamento contendo declarações de ódio, desprezo atreladas a religião, raça, orientação sexual e etc. são vedadas no ordenamento jurídico. DIREITO AO ESQUECIMENTO E STF A tese de repercussão geral firmada no julgamento foi a seguinte: “É incompatível com a Constituição Federal a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação social – analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais, especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral, e as expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e civel”. CARACTERÍSTICAS Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Absolutos (erga omnes) Indisponíveis INSTAGRAM: @profandreiacunha 28 Intransmissíveis Imprescritiveis Impenhoráveis Extrapatrimoniais Absolutos: oponíveis erga omnes. Eficácia vertical e horizontal dos direitos da personalidade. Indisponíveis: intransmissíveis e irrenunciáveis. Limitação voluntária pode = não seja permanente + não seja geral Ex. Cessão patrimonial de direitos autorais; cessão gratuita de partes do corpo En. 4 CJF: limitação temporária e especifica é possível (caráter relativo). Impenhoráveis: bem de família. Sum 364/STJ: pessoas solteiras Vitaliciedade: morto; respeito à honra, memória, direito autoral de autor (art. 12, p único). Imprescritíveis: não se extinguem pelo uso e pelo decurso de tempo, salvo o caráter patrimonial. Ex. reparação de dano moral prescreve em 3 anos. TÉCNICA DE PONDERAÇÃO DOS INTERESSES ART 489, § 2o CPC. No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. Direito ao nome e pseudônimo utilizado para fins lícitos Art. 16, CC. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Art. 17, CC. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Art. 18, CC. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. INSTAGRAM: @profandreiacunha 29 Art. 19, CC. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. Alteração do nome social STF 2018 ADI 4275/DF: a alteração de nome social e de gênero de pessoa transexual NÃO depende da realização prévia de cirurgia de transgenitalização, nem de tratamento hormonal ou laudo médico. Provimento 73 do CNJ, de 2018, permite a referida alteração junto ao Registro Civil de Pessoa Natural. Sum 403/STJ: “Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”. Sumula 221/STJ: São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação. Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. INSTAGRAM: @profandreiacunha 30 Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Atos de disposição do próprio corpo: - Corpo vivo - corpo morto - consentimento informado CORPO VIVO: art. 13 (diminuição permanente e bons costumes) Exceção: urgência e transplante: gratuito, órgão dúplice e beneficiário pode ser escolhido, desde que se trate de parente. Partes destacadas do corpo: unhas, fios de cabelo, saliva, sémen têm a mesma proteção que se dá à integridade física porque expressam a intimidade da pessoa (DNA). Enunciado 6 das Jornadas de Direito Civil A expressão "exigência médica" contida no art. 13 refere-se tanto ao bem-estar físico quanto ao bem-estar psíquico do disponente. CORPO MORTO: art.14 (fins científicos e altruísticos). Ex transplante A doação de órgãos para após a morte é ato personalíssimo e a vontade expressa do doador em vida prevalece sobre a vontade dos familiares. Enunciado 402, Jornada de Direito Civil: O art. 14, parágrafo único, do Código Civil, fundado no consentimento informado, não dispensa o consentimento dos adolescentes para a doação de medula óssea prevista no art. 9º, § 6º, da Lei n. 9.434/1997 por aplicação analógica dos arts. 28, § 2º (alterado pela Lei n. 12.010/2009), e 45, § 2º, do ECA. Direito a não submissão de tratamento médico de risco – art. 15 Enunciado 533 das Jornadas de Direito Civil: O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os aspectos concernentes a tratamento médico que possa lhe INSTAGRAM: @profandreiacunha 31 causar risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos. Enunciado 403 das Jornadas de Direito Civil: O Direito à inviolabilidade de consciência e de crença, previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal, aplica-se também à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão de sangue, com ou sem risco de morte, em razão do tratamento ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios: a) capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo representante ou assistente; b) manifestação de vontade livre, consciente e informada;e c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante. Proteção à palavra e à imagem – art. 20 Imagem: imagem-retrato, imagem-atributo, imagem-voz Pessoa jurídica só possui imagem-atributo porque não tem estrutura biopsicológica para ter as demais imagens. Imagem-atributo: conjunto de características peculiares da apresentação e da identificação social de uma pessoa. Honra: prestígio social do seu titular. Respeitabilidade estima conquistados. Reputação. Autoestima. Honra objetiva: é o que os outros pensam de uma pessoa. Reputação. Honra subjetiva: juízo valorativo que determinada pessoa faz de si mesa. Autoestima. Proteção à vida privada – art. 21 Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. INSTAGRAM: @profandreiacunha 32 Vida privada: é o refúgio impenetrável pela coletividade. É o direito de viver a própria vida em isolamento, não sendo submetido à publicidade que não provocou, nem desejou. Ex. segredo de correspondência, sigilo bancário, fiscal e telefônico. ART 5, IX, CF – LIBERDADE DE IMPRENSA, SEM CENSURA ART 5, IV, CF – LIBERDADE DE PENSAMENTO E DE EXPRESSÃO PUBLICAÇÃO DE BIOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS ADIN 4815/DF: interpretação conforme a constituição, sem redução de texto, do art. 20 e 21, CC para permitir a publicação de biografias não autorizadas, uma vez que “a censura particular seria a forma de se impor o silencio à historia da comunidade e, em algumas ocasiões, a história dos fatos ultrapassam fronteiras e gerações...” (STF, Ac Unanime, Pleno, Adin 4815/DF, Min Carmem Lucia, j. 10.6.15) QUESTÕES (OAB/FGV) A proteção da pessoa é uma tendência marcante do atual direito privado, o que leva alguns autores a conceberem a existência de uma verdadeira cláusula geral de tutela da personalidade. Nesse sentido, uma das mudanças mais celebradas do novo Código Civil foi a introdução de um capítulo próprio sobre os chamados direitos da personalidade. Em relação à disciplina legal dos direitos da personalidade no Código Civil, é correto afirmar que: A) havendo lesão a direito da personalidade, em se tratando de morto, não é mais possível que se reclamem perdas e danos, visto que a morte põe fim à existência da pessoa natural, e os direitos personalíssimos são intransmissíveis. B) como regra geral, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, mas o seu exercício poderá sofrer irrestrita limitação voluntária. C) é permitida a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, com objetivo altruístico ou científico, para depois da morte, sendo que tal ato de disposição poderá ser revogado a qualquer tempo. INSTAGRAM: @profandreiacunha 33 ucessão definitiv D) em razão de sua maior visibilidade social, a proteção dos direitos da personalidade das celebridades e das chamadas pessoas públicas é mais flexível, sendo permitido utilizar o seu nome para finalidade comercial, ainda que sem prévia autorização. Comentários: Letra A é Falsa, Art. 12 do CC. Letra B falsa, Art. 11 do CC. Letra C é correta Art. 14, parágrafo único do CC. Letra D é falsa. Não se admite o uso do nome de qualquer pessoa, seja ela notória ou não, para fins comerciais, a não ser que o próprio titular o autorize. É o que decorre dos termos do art. 18 do CC. MORTE PRESUMIDA Marca o fim da personalidade. MORTE PRESUMIDA Desaparecimento com perigo de vida Desaparecimento morte presumida, sem decretação de ausência morte presumida sem perigo de vida na abertura da s a INSTAGRAM: @profandreiacunha 34 DESAPARECIMENTO COM PERIGO DE VIDA Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. - prova de que a pessoa estava no local onde ocorreu a catástrofe e que posteriormente não ha mais noticias dela - art. 88, LRP – Lei de Registros Públicos (lei 6015/73): Art. 88. Poderão os Juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-se o cadáver para exame. Parágrafo único. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento em campanha, provados a impossibilidade de ter sido feito o registro nos termos do artigo 85 e os fatos que convençam da ocorrência do óbito. INSTAGRAM: @profandreiacunha 35 DESAPARECIMENTO SEM PERIGO DE VIDA AUSENTE NÃO É INCAPAZ Ausência: Necessita de declaração judicial, além dos pressupostos fáticos (não bastando o simples desaparecimento de uma pessoa para a sua configuração) CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes. Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores. Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador. § 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. § 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. § 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. ART. 744 E 745, CPC - declara a ausência - arrecadação de bens - nomeação de curador (curadoria dos bens e não do ausente) - não há prazo mínimo de desaparecimento para mover a ação INSTAGRAM: @profandreiacunha 36 A ordem de nomeação de curador não se confunde com a ordem de vocação hereditária. Ex. Os ascendentes precedem os descendentes. Enunciado 97 das Jornadas de direito civil: Art. 25: no que tange à tutela especial da família, as regras do Código Civil que se referem apenas ao cônjuge devem ser estendidas à situação jurídica que envolve o companheiro, como, por exemplo, na hipótese de nomeação de curador dos bens do ausente (art. 25 do Código Civil). SUCESSÃO PROVISÓRIA Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão osinteressados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: I - o cônjuge não separado judicialmente; II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. Cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de 2 (dois) anos antes da declaração de ausência Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais Na falta dos pais, a curadoria dos bens do ausente imcumbe aos descendentes, sendo que os mais próximos precedem os mais remotos DÊ ? NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM XXXIV Exame de Ordem Unificado - 1ª fase INSTAGRAM: @profandreiacunha 37 § 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente. § 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823. Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União. Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. § 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia. § 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína. Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas. Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente. Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria. Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo. Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. - Art. 26, CC - Sentença produz efeitos 180 dias depois de publicada; NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM XXXVI Exame de Ordem Unificado - 1ª fase INSTAGRAM: @profandreiacunha 38 - Após o transito em julgado promove-se ao inventario e abertura do testamento, se houver. - Transmissão precária de bens - Caução pelos herdeiros não necessários e guarda de 50% dos frutos e rendimentos - Se o desaparecido voltar e voluntária e injustificada a ausência, perderá os rendimentos a favor dos sucessores. - Credores do ausente receberão seus valores e não irão devolver ao desaparecido. SUCESSÃO DEFINITIVA Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. Morte Presumida Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Casamento do ausente Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: 10 anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória sucessão definitiva NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM XXXVI Exame de Ordem Unificado - 1ª fase INSTAGRAM: @profandreiacunha 39 (...) § 1 o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente. Ausente com 80 anos ou mais e 5 anos ou mais sem notícias dele. Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da suscessão definitiva recupera os bens, na forma do art. 39, CC: Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal. ausente conta 80 anos 5 anos datam as últimas notícias sucessão definitiva NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM XXXVI Exame de Ordem Unificado - 1ª fase INSTAGRAM: @profandreiacunha 40 QUESTÕES: (OAB/FGV) Cristiano, piloto comercial, está casado com Rebeca. Em um dia de forte neblina, ele não consegue controlar o avião que pilotava e a aeronave, com 200 pessoas a bordo, desaparece dos radares da torre de controle pouco antes do tempo previsto para a sua aterrissagem. Depois de vários dias de busca, apenas 10 passageiros foram resgatados, todos em estado crítico. Findas as buscas, como Cristiano não estava no rol de sobreviventes e seu corpo não fora encontrado, Rebeca decide procurar um advogado para saber como deverá proceder a partir de agora. Com base no relato apresentado, assinale a afirmativa correta. A) A esposa deverá ingressar com uma demanda judicial pedindo a decretação de ausência de Cristiano, a fim de que o juiz, em um momento posterior do processo, possa declarar a sua morte presumida. B) A esposa não poderá requerer a declaração de morte presumida de Cristiano, uma vez que apenas o Ministério Público detém legitimidade para tal pedido. C) A declaração da morte presumida de Cristiano poderá ser requerida independentemente de prévia decretação de ausência,
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