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APOSTILA-1-FASE-DIREITO-CIVIL-XXXVII

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Sumário 
PARTE GERAL ................................................................................................................................................ 9 
PESSOA ........................................................................................................................................................... 9 
INÍCIO DA PERSONALIDADE............................................................................................................................ 10 
NASCITURO ........................................................................................................................................................... 10 
CAPACIDADE ............................................................................................................................................... 12 
EMANCIPAÇÃO ........................................................................................................................................... 12 
ESPÉCIES DE EMANCIPAÇÃO ........................................................................................................................... 14 
INCAPACIDADE .......................................................................................................................................... 17 
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES ...................................................................................................................... 17 
RELATIVAMENTE INCAPAZES........................................................................................................................ 18 
AÇÃO DE INTERDIÇÃO OU AÇÃO DE CURATELA..................................................................................................................... 21 
EPD - ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ............................................................................ 22 
PESSOA COM DEFICIÊNCIA .............................................................................................................................. 22 
DEFICIÊNCIA NÃO AFETA A PLENA CAPACIDADE CIVIL ........................................................................ 22 
TOMADA DE DECISÃO APOIADA .................................................................................................................... 23 
COMORIÊNCIA ............................................................................................................................................ 25 
DIREITOS DA PERSONALIDADE ............................................................................................................ 25 
CARACTERÍSTICAS .............................................................................................................................................. 27 
TÉCNICA DE PONDERAÇÃO DOS INTERESSES ........................................................................................... 28 
MORTE PRESUMIDA ................................................................................................................................. 33 
DESAPARECIMENTO COM PERIGO DE VIDA .......................................................................................... 34 
DESAPARECIMENTO SEM PERIGO DE VIDA ........................................................................................... 35 
CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE ........................................................................................................................................... 35 
SUCESSÃO PROVISÓRIA ...................................................................................................................................................................... 36 
SUCESSÃO DEFINITIVA ........................................................................................................................................................................ 38 
PESSOA JURÍDICA ...................................................................................................................................... 42 
AUTONOMIA ......................................................................................................................................................... 42 
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DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ......................................................................... 42 
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA ...................................................................................................................... 44 
DESPERSONALIZAÇÃO ...................................................................................................................................... 45 
EXTENSÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ÀS PESSOAS JURÍDICAS ............................... 45 
ASSOCIAÇÃO ......................................................................................................................................................... 45 
FUNDAÇÃO ............................................................................................................................................................ 47 
DOMICÍLIO .................................................................................................................................................. 50 
DOMICÍLIO DA PESSOA NATURAL............................................................................................................... 50 
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA ............................................................................................................... 53 
BENS .............................................................................................................................................................. 55 
DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS ........................................................................................ 55 
BENS IMÓVEIS E MÓVEIS .................................................................................................................................. 55 
BENS FUNGÍVEIS E NÃO FUNGÍVEIS .............................................................................................................. 59 
BENS CONSUMÍVEIS E NÃO CONSUMÍVEIS ................................................................................................. 60 
BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS ................................................................................................................... 60 
BENS SINGULARES E COLETIVOS ................................................................................................................... 61 
BENS CORPÓREOS E NÃO CORPÓREOS ........................................................................................................ 62 
DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS ........................................................................... 62 
BEM PRINCIPAL e BEM ACESSÓRIO .............................................................................................................. 62 
BENS PÚBLICOS ......................................................................................................................................... 65 
BENS DE USO COMUM DO POVO .................................................................................................................... 65 
BENS DE USO ESPECIAL ..................................................................................................................................... 66 
BENS DOMINICAIS ............................................................................................................................................... 66 
NEGÓCIO JURÍDICO .................................................................................................................................. 67 
INTERPRETAÇÃO .......................................................................................................................................67 
RESERVA MENTAL .............................................................................................................................................. 67 
SILÊNCIO ................................................................................................................................................................ 68 
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DECLARAÇÃO DE VONTADE ............................................................................................................................ 68 
BOA-FÉ OBJETIVA ............................................................................................................................................... 69 
NEGÓCIOS JURÍDICOS BENÉFICOS E A RENÚNCIA ................................................................................... 69 
DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS ............................................................................................... 70 
VÍCIOS DO CONSENTIMENTO ................................................................................................................. 70 
 ......................................................................................................................................................................................................................... 70 
ERRO OU IGNORÂNCIA ...................................................................................................................................... 70 
DOLO ....................................................................................................................................................................... 72 
COAÇÃO .................................................................................................................................................................. 73 
ESTADO DE PERIGO ............................................................................................................................................ 74 
LESÃO ...................................................................................................................................................................... 76 
VICIOS SOCIAIS ........................................................................................................................................... 78 
FRAUDE CONTRA CREDORES .......................................................................................................................... 78 
SIMULAÇÃO ........................................................................................................................................................... 80 
INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO ................................................................................................. 82 
NULIDADE .............................................................................................................................................................. 82 
ANULABILIDADE ................................................................................................................................................. 83 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA ................................................................................................................ 83 
PRESCRIÇÃO ............................................................................................................................................... 84 
CAUSAS SUSPENSIVAS E IMPEDITIVAS DA PRESCRIÇÃO ...................................................................... 85 
CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO ................................................................................................ 86 
PRAZOS DE PRESCRIÇÃO ................................................................................................................................. 87 
DECADÊNCIA ............................................................................................................................................... 89 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES ................................................................................................................... 92 
MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES ...................................................................................................... 92 
OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL ..................................................................................................................................... 93 
OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL ................................................................................................................................ 94 
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OBRIGACAO SOLIDÁRIA ................................................................................................................................... 95 
SOLIDARIEDADE ATIVA ...................................................................................................................................................................... 95 
SOLIDARIEDADE PASSIVA ................................................................................................................................................................. 97 
OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA .......................................................................................................................... 100 
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES .................................................................................................... 102 
CESSÃO DE CRÉDITO ..................................................................................................................................... 102 
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA .................................................................................................................................. 103 
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ....................................................................... 104 
ADIMPLEMENTO .................................................................................................................................... 104 
DE QUEM DEVE PAGAR ................................................................................................................................. 104 
DAQUELES A QUEM SE DEVE PAGAR ...................................................................................................... 105 
CREDOR PUTATIVO – ART 309, CC............................................................................................................................................... 106 
OBJETO DA OBRIGAÇÃO ............................................................................................................................. 107 
PROVA DO PAGAMENTO ............................................................................................................................... 108 
PRESUNÇÃO DE PAGAMENTO ...................................................................................................................................................... 108 
LUGAR DO PAGAMENTO .............................................................................................................................. 109 
TEMPO DO PAGAMENTO.............................................................................................................................. 110 
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ............................................................................................................ 110 
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO ................................................................................................................ 111 
SUB-ROGAÇÃO .................................................................................................................................................... 113 
IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO .................................................................................................................... 113 
DAÇÃO EM PAGAMENTO ...............................................................................................................................114 
NOVAÇÃO ............................................................................................................................................................. 115 
COMPENSAÇÃO .................................................................................................................................................. 116 
CONFUSÃO ........................................................................................................................................................... 116 
REMISSÃO DAS DÍVIDAS ............................................................................................................................... 117 
INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES ........................................................................................... 117 
INADIMPLEMENTO ABSOLUTO ........................................................................................................ 118 
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INADIMPLEMENTO RELATIVO OU MORA .................................................................................... 119 
MORA DO DEVEDOR ........................................................................................................................................................................... 121 
MORA DO CREDOR ............................................................................................................................................................................... 122 
CLÁUSULA PENAL ............................................................................................................................................. 123 
CLAUSULA PENAL MORATÓRIA .................................................................................................................................................... 124 
CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA ......................................................................................................................................... 125 
ARRAS OU SINAL .............................................................................................................................................. 129 
ARRAS CONFIRMATÓRIAS ............................................................................................................................................................... 129 
ARRAS PENITENCIAIS ........................................................................................................................................................................ 129 
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ..................................................................................................... 131 
VÍCIOS REDIBITÓRIOS .................................................................................................................................... 131 
EVICÇÃO ............................................................................................................................................................... 134 
CONTRATO ALEATÓRIO ................................................................................................................................. 135 
CONTRATO PRELIMINAR............................................................................................................................... 136 
ONEROSIDADE EXCESSIVA ............................................................................................................................ 138 
CONTRATOS EM ESPÉCIE .................................................................................................................... 139 
COMPRA E VENDA ........................................................................................................................................... 139 
RETROVENDA ........................................................................................................................................................................................ 141 
PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA .................................................................................................................................................... 142 
CONTRATO ESTIMATÓRIO ............................................................................................................................ 143 
 ................................................................................................................................................................................. 143 
DOAÇÃO ................................................................................................................................................................ 144 
CLÁUSULA DE REVERSÃO ................................................................................................................................................................ 145 
DOAÇÃO UNIVERSAL .......................................................................................................................................................................... 145 
DOAÇÃO INOFICIOSA .......................................................................................................................................................................... 146 
DOAÇÃO CÔNJUGE ADÚLTERO ...................................................................................................................................................... 146 
REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO ................................................................................................................................................................. 146 
LOCAÇÃO DE COISAS ..................................................................................................................................... 148 
EMPRÉSTIMO ..................................................................................................................................................... 149 
COMODATO ............................................................................................................................................................................................. 149 
MÚTUO ...................................................................................................................................................................................................... 151 
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇO .............................................................................................................................. 152 
EMPREITADA ...................................................................................................................................................... 154 
DEPÓSITO ............................................................................................................................................................ 156 
CORRETAGEM..................................................................................................................................................... 159 
TRANSPORTE ..................................................................................................................................................... 161 
TRANSPORTE DE PESSOAS ............................................................................................................................................................ 165 
SEGURO ................................................................................................................................................................. 167 
PLANO DE SAÚDE .............................................................................................................................................. 168 
FIANÇA .................................................................................................................................................................. 169 
TRANSAÇÃO ........................................................................................................................................................171 
RESPONSABILIDADE CIVIL .................................................................................................................. 173 
RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA ........................................................................................... 173 
CONDUTA HUMANA ....................................................................................................................................... 173 
ATO ILÍCITO ............................................................................................................................................................................................ 174 
ATO LÍCITO .............................................................................................................................................................................................. 174 
CULPA OU DOLO .............................................................................................................................................. 176 
DANOS ................................................................................................................................................................... 177 
DANO MATERIAL .................................................................................................................................................................................. 177 
DANO MORAL ......................................................................................................................................................................................... 177 
DANO ESTÉTICO ................................................................................................................................................................................... 178 
PERDA DE UMA CHANCE .................................................................................................................................................................. 178 
DANO REFLEXO OU EM RICOCHETE ........................................................................................................................................... 178 
NEXO CAUSAL .................................................................................................................................................... 180 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO INCAPAZ .............................................................................................. 181 
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA ............................................................................................. 183 
ABUSO DE DIREITO ....................................................................................................................................... 184 
RISCOS INERENTES À ATIVIDADE ........................................................................................................... 184 
RESPONSABILIDADE PELO FATO DE ANIMAL .................................................................................... 185 
RESPONSABILIDADE EM DECORRÊNCIA DE PRÉDIOS .................................................................... 185 
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RESPONSABILIDADE POR FATO DE TERCEIRO .................................................................................. 186 
SÚMULAS SOBRE RESPONSABILIDADE CIVIL .............................................................................. 187 
PROTEÇÃO DE DADOS ........................................................................................................................... 190 
DIREITO FUNDAMENTAL À PROTEÇÃO DE DADOS: ............................................................................. 190 
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS - LGPD .......................................................................................... 190 
OBJETIVO DA LEI .................................................................................................................................................................................. 190 
DADOS PESSOAIS E DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS ................................................................................................................ 190 
FUNDAMENTOS..................................................................................................................................................................................... 191 
PRINCÍPIOS.............................................................................................................................................................................................. 191 
CONSENTIMENTO DO TITULAR DOS DADOS .......................................................................................................................... 193 
DIREITOS DO TITULAR ...................................................................................................................................................................... 194 
RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS ................................................................................................. 194 
MARCO CIVIL DA INTERNET ................................................................................................................ 195 
PRINCÍPIOS, GARANTIAS, DIREITOS E DEVERES PARA O USO DA INTERNET NO BRASIL ............................... 195 
NÃO RESPONSABILIZAÇÃO DO PROVEDOR DE CONEXÃO POR CONTEÚDO GERADO POR TERCEIROS .... 196 
NECESSIDADE DE ORDEM JUDICIAL PARA RETIRAR CONTEÚDO ................................................................................ 196 
PORNOGRAFIA DE VINGANÇA – DESNECESSIDADE DE ORDEM JUDICIAL PARA RETIRAR CONTEÚDO ... 197 
LEI DE LOCAÇÕES ................................................................................................................................... 198 
DIREITO DE PREFERENCIA DO LOCATÁRIO ADQUIRIR O IMÓVEL LOCADO........................................................... 198 
AQUISIÇÃO DO IMÓVEL LOCADO POR TERCEIRO E A MANUTENÇÃO OU NÃO DA LOCAÇÃO ........................ 198 
MANUTENÇÃO DA LOCAÇÃO RESIDENCIAL NO CASO DE SEPARAÇÃO DE FATO, SEPARAÇÃO JUDICIAL, 
DIVÓRCIO OU DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL ................................................................................................................. 199 
AÇÕES LOCATÍCIAS ........................................................................................................................................... 200 
REGRAS GERAIS .................................................................................................................................................................................... 200 
AÇÃO DE DESPEJO................................................................................................................................................................................ 200 
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO DE ALUGUEL E ACESSÓRIOS DA LOCAÇÃO ......................................................................... 201 
AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL .................................................................................................................................................. 201 
AÇÃO RENOVATÓRIA ......................................................................................................................................................................... 202 
 
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PARTE GERAL 
 
PESSOA 
 
 
Art. 1o, CC: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
 
Existe a pessoa natural/física e a pessoa jurídica. 
Pessoa natural ou física: É o ser humano, dotado de corpo físico, alma e intelecto. 
Pessoa é todo aquele que poderá figurar numa relação jurídica, como sujeito de direitos 
e deveres. 
 
OBS: animais (art. 82, CC bens móveis semoventes) 
 
Art. 225, CF. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lopara as presentes e 
futuras gerações. 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em 
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os 
animais a crueldade. 
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se 
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam 
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, 
registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural 
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar 
dos animais envolvidos. 
 
 
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STF: “É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade 
religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz 
africana”. RE 494601 Julgamento 28/03/2019. Publicação 19/11/2019 
 
 
INÍCIO DA PERSONALIDADE 
 
Art. 2o, CC A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei 
põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
 
A personalidade da pessoa natural inicia com o nascimento com vida, constatada pela 
presença de ar nos pulmões, mesmo que não tenha ocorrido o corte do cordão umbilical. 
A certidão de nascimento tem apenas cunho administrativo, ou seja, registrar que 
ocorreu o nascimento, mas a pessoa já adquiriu os direitos da personalidade. É, 
portanto, declaratória (e não constitutiva) 
 
 
NASCITURO 
Nascituro: aquele que foi concebido e que está no ventre da mãe e ainda não nasceu. 
Nascituro é sujeito de direitos. 
Exemplos do nascituro como sujeito de direito: 
- Art. 5, CF, caput: direito a vida 
- ECA, art. 7: direito à assistência pre-natal 
- Direito ao reconhecimento de sua filiação: perfilhação. STF reconheceu o direito do 
nascituro de ver realizado o exame de DNA apesar da oposição da genitora (Caso Gloria 
Trevis, extraditanda) 
- Direito de receber doação, nos termos do art. 542, CC. 
 
 
OBS: A doutrina começou a defender que o nascituro também tem direitos 
patrimoniais, ou seja, mesmo antes do nascimento com vida, uma vez que os alimentos 
gravídicos, embora sejam solicitados pela mãe grávida, são destinados ao nascituro. 
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Lei de Alimentos Gravídicos. Lei 11.804/08 
 
Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei 
compreenderão os valores suficientes para cobrir 
as despesas adicionais do período de gravidez e 
que sejam dela decorrentes, da concepção ao 
parto, inclusive as referentes a alimentação 
especial, assistência médica e psicológica,
 exames complementares, 
internações, parto, medicamentos e demais 
prescrições preventivas e terapêuticas 
indispensáveis, a juízo do médico, além de outras 
que o juiz considere pertinentes. 
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este 
artigo referem-se à parte das despesas que 
deverá ser custeada pelo futuro pai, 
considerando-se a contribuição que também 
deverá ser dada pela mulher grávida, na 
proporção dos recursos de ambos. 
 
Art. 6o Convencido da existência de indícios da 
paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos 
que perdurarão até o nascimento da criança, 
sopesando as necessidades da parte autora e as 
possibilidades da parte ré. 
Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os 
alimentos gravídicos ficam convertidos em 
pensão alimentícia em favor do menor até que 
uma das partes solicite a sua revisão. 
 
STJ: Também possibilita indenização por dano moral para o nascituro. 
 
 
Natimorto: tem direitos da personalidade, tais como direito ao nome, imagem e 
sepultura, conforme Enunciado 1, das Jornadas de Direito Civil. 
 
Lei de Registros Públicos N. 6.015/73 (LRP): Art. 53. No caso de ter a criança nascido 
morta ou no de ter morrido na ocasião do parto, será, não obstante, feito o assento 
com os elementos que couberem e com remissão ao do óbito. 
§ 1º No caso de ter a criança nascido morta, será o registro feito no livro "C Auxiliar", 
com os elementos que couberem. 
§ 2º No caso de a criança morrer na ocasião do parto, tendo, entretanto, respirado, 
serão feitos os dois assentos, o de nascimento e o de óbito, com os elementos cabíveis 
e com remissões recíprocas. 
 
Embrião “in vitro”: posicionamento majoritário entende que não tem os direitos do 
nascituro. Não são aplicados os direitos da personalidade. 
 
 STF, na Adi 3510/DF afirmou a constitucionalidade do art. 5 da Lei de 
Biossegurança Lei 11. 105/05 no sentido de que, após 3 anos, os embriões 
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congelados não utilizados sejam encaminhados para pesquisas com células- 
tronco. 
 
 
CAPACIDADE 
 
Aptidão para exercer direitos e assumir deveres na orbita civil. 
 
 
 
 
 
Capacidade 
Capacidade de direito 
Capacidade de fato 
 
 
 
Capacidade de direito ou de gozo: é aquela comum a toda pessoa humana, inerente à 
personalidade, e que se perde com a morte. Capacidade de ser titular de direitos e de 
deveres. Mas exercerá esses direitos patrimoniais por meio de representante ou 
assistente. 
 
Capacidade de fato ou de exercício: é aquela relacionada com o exercício próprio dos 
atos da vida civil, podendo praticar atos com efeitos jurídicos, adquirindo, modificando 
ou extinguindo relações jurídicas. 
 
 
 
 
EMANCIPAÇÃO 
 
 
 
capacidade 
de direito 
 
 
capacidade 
de fato 
 
plena 
capacidade 
civil 
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ANTECIPAR A MAIORIDADE CIVIL. 
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Menor emancipado não responderá por crimes porque não ocorreu a maioridade penal. 
Praticado um crime, responderá por ato infracional (ECA) e não pelo Código Penal. 
 
Art. 104, ECA. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às 
medidas previstas nesta Lei. 
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do 
adolescente à data do fato. 
 
Enunciado 530 das Jornadas de Direito Civil: a emancipação, por si só, não elide a 
incidência do ECA. 
 
Art. 5o, CC A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, 
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, 
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia 
própria. 
 
 
 
ESPÉCIES DE EMANCIPAÇÃO 
 
 
 
Emancipação Voluntária 
A partir dos 16 anos. 
Pais: Instrumento público 
STJ: na emancipação voluntária os pais 
continuam respondendo pelos danos 
causados pelo filho (art. 932, e 933, CC). 
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Emancipação Judicial 
A partir dos 16 anos. 
Tutor: sentença judicial 
 
 
 
 
Emancipação Legal 
 
 
 
 
 
Art. 1.520, CC Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não 
atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. 
 
Art. 1.517, CC O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se 
autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não 
atingida a maioridade civil. 
 
Eman Cipa ÇÃO 
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A emancipação é irrevogável e irretratável 
 
 
QUESTÕES: 
01. (OAB/FGV) Pedro, em dezembro de 2011, aos 16 anos, se formou no ensino 
médio. Em agosto de 2012, ainda com 16 anos, começou estágio voluntário em uma 
companhia local. Em janeiro de 2013, já com 17 anos, foi morar com sua namorada. 
Em julho de 2013, ainda com 17 anos, após ter sido aprovadoe nomeado em um 
concurso público, Pedro entrou em exercício no respectivo emprego público. Tendo por 
base o disposto no Código Civil, assinale a opção que indica a data em que cessou a 
incapacidade de Pedro. 
a. Dezembro de 206 
b. Agosto de 2012. 
c. Janeiro de 2013. 
d. Julho de 2013. 
 
 
02. (OAB/FGV) Os tutores de José consideram que o rapaz, aos 16 anos, tem 
maturidade e discernimento necessários para praticar os atos da vida civil. Por isso, 
decidem conferir ao rapaz a sua emancipação. Consultam, para tanto, um advogado, 
que lhes aconselha corretamente no seguinte sentido: 
a. José poderá ser emancipado em procedimento judicial, com a oitiva do tutor sobre 
as condições do tutelado. 
b. José poderá ser emancipado via instrumento público, sendo desnecessária a 
homologação judicial. 
c. José poderá ser emancipado via instrumento público ou particular, sendo 
necessário procedimento judicial. 
d. José poderá ser emancipado por instrumento público, com averbação no registro 
de pessoas naturais. 
 
Gabarito: 
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01. D (art. 5º CC) 
02. A (art. 5º CC) 
 
 
INCAPACIDADE 
 
Incapacidade: é o reconhecimento da inexistência, numa pessoa, daqueles requisitos 
que a lei acha indispensáveis para que ela exerça os seus direitos direta e pessoalmente. 
(Silvio Rodrigues). Diz respeito à falta de perfeita compreensão para a prática de atos 
jurídicos. 
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES 
 
Art. 3o, CC São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil 
os menores de 16 (dezesseis) anos. 
 
 
 
 
 
Art. 3, CC – menores de 16 anos 
 
 
 
 
 
 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
 
Art. 168, CC As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer 
interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir. 
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do 
negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido 
supri-las, ainda que a requerimento das partes. 
 
Art. 169, CC O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce 
pelo decurso do tempo. 
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RELATIVAMENTE INCAPAZES 
 
 
Art. 4o, CC São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
 
Art. 171, CC Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio 
jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
 
Art. 178, CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do 
negócio jurídico, contado: 
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 
Absolutamente 
incapazes 
Nulos os 
negócios 
Jurídicos 
Não convalescem 
pelo decurso do 
tempo 
menores de 16 anos 
Art. 3, CC 
Art 3, CC 
Art 169, CC Art 166, I, CC 
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Art 4, CC 
Prazo decadencial de 4 anos, 
do dia em que cessar a 
incapacidade 
Art 4, III, CC 
Art 4, II, CC 
Art. 4, I, CC 
Art 4, IV, CC 
Art. 178, III, CC 
Anuláveis os 
negócios jurídicos 
Art. 171, CC 
 
Relativamente 
incapazes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
maiores de 16 
e menores de 
18 anos 
 
ébrios 
habituais e 
viciados em 
tóxicos 
aqueles que, 
por causa 
transitória ou 
permanente, 
não puderem 
exprimir sua 
vontade 
os pródigos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 4, I, CC maiores de dezesseis e menores de 
dezoito anos 
 
 
 
 
 
Art. 180, CC O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma 
obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra 
parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. 
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Art. 4, II, CC – ébrios habituais 
 
 
 
 
 
Art. 4, II, CC – viciados em tóxicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 4, III, CC - aqueles que, por causa transitória 
ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 4, IV, CC - pródigos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pródigo é a pessoa que, desordenadamente, gasta os seus haveres, dilapidando o seu 
patrimônio, de modo a comprometer a sua subsistência. É fenômeno complexo que 
exige diálogo entre o direito, psiquiatria, psicanálise e economia. 
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Art. 1.782, CC. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, 
transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, 
em geral, os atos que não sejam de mera administração. 
 
O pródigo não poderá praticar atos de disposição patrimonial. 
O pródigo pode decidir sobre uma cirurgia ou tratamento médico, escolher a profissão 
ou atividade laborativa, ou seja, relações existências e patrimoniais, desde que não 
dispositivas do patrimônio. 
 
 
AÇÃO DE INTERDIÇÃO OU AÇÃO DE CURATELA 
Art. 747 a art. 758, CPC e art. 1767 a 1783, CC 
 
 
 
 
 
A curatela se restringe aos atos de natureza negocial e patrimonial. Os aspectos 
existenciais continuam sendo do relativamente incapaz. 
 
ATENÇÃO: 
Enfermidade não é causa de incapacidade. 
Deficiência (física, mental, sensorial, intelectual) não é causa de incapacidade. 
Senectude (velhice) não é causa de incapacidade. 
aqueles que, por 
causa transitória ou 
permanente, não 
puderem exprimir 
sua vontade 
ébrios habituais e 
viciados em tóxicos 
os pródigos 
Ação de 
Interdição/Ação 
de Curatela 
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EPD - ESTATUTO DA PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA 
- LEI 13.146/15 
 
 
 
 
 
 
PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
 
Art. 2o , EPD Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de 
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação 
com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
 
DEFICIÊNCIA NÃO AFETA A PLENA CAPACIDADE CIVIL 
 
Art. 6o EPD A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: 
I - casar-se e constituir união estável; 
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; 
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a 
informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; 
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; 
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e 
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou 
adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. 
 
A pessoa com deficiência poderá, excepcionalmente, estar sujeito à 
Interdição/Curatela, nos termos do EPD - Estatuto da Pessoa com deficiência. Lei 
13.146/15: 
 
Art. 84, EPD A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua 
capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. 
§ 1o Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, 
conforme a lei. 
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§ 2o É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão 
apoiada. 
§ 3o A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva 
extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e 
durará o menor tempo possível. 
§ 4o Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração 
ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano. 
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza 
patrimonial e negocial. 
§ 1o A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao 
matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho eao voto. 
§ 2o A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as 
razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado. 
§ 3o No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz 
deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou 
comunitária com o curatelado. 
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida a situação de curatela 
da pessoa com deficiência. 
Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger os interesses da pessoa 
com deficiência em situação de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o Ministério 
Público, de oficio ou a requerimento do interessado, nomear, desde logo, curador 
provisório, o qual estará sujeito, no que couber, às disposições do Código de Processo 
Civil. 
 
TOMADA DE DECISÃO APOIADA 
 
Art. 84. § 2o EPD É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada 
de decisão apoiada. 
 
A TDA é um mecanismo protecionista para pessoas plenamente capazes, mas numa 
situação de vulnerabilidade em razão da deficiência. 
Exemplos: tetraplégicos, cegos, surdos, sequelados de AVC 
 
 
Art. 1.783-A, CC A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com 
deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha 
vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão 
sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários 
para que possa exercer sua capacidade. 
§ 1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e 
os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser 
oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo 
e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar. 
§ 2o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser 
apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no 
caput deste artigo. 
§ 3o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, 
assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá 
pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio. 
§ 4o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem 
restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado. 
§ 5o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar 
que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm
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sua função em relação ao apoiado. 
§ 6o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, 
havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá 
o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão. 
§ 7o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as 
obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar 
denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. 
§ 8o Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a 
pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio. 
§ 9o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado 
em processo de tomada de decisão apoiada. 
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de 
tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação do 
juiz sobre a matéria. 
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições 
referentes à prestação de contas na curatela. 
 
 
QUESTÕES 
01. (OAB/FGV) André possui um transtorno psiquiátrico grave, que demanda uso 
contínuo de medicamentos, graças aos quais ele leva vida normal. No entanto, em razão 
do consumo de remédios que se revelaram ineficazes, por causa de um defeito de 
fabricação naquele lote, André foi acometido de um surto que, ao privá-lo de 
discernimento, o levou a comprar diversos produtos caros de que não precisava. Para 
desfazer os efeitos desses negócios, André deve pleitear 
A) a nulidade dos negócios, por incapacidade absoluta decorrente de enfermidade ou 
deficiência mental. 
B) a nulidade dos negócios, por causa transitória impeditiva de expressão da vontade. 
C) a anulação do negócio, por causa transitória impeditiva de expressão da vontade. 
D) a anulação do negócio, por incapacidade relativa decorrente de enfermidade ou 
deficiência mental. 
 
GABARITO: 
01 - C relativamente incapaz. art. 4 e art. 171 CC 
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COMORIÊNCIA 
 
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo 
averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão 
simultaneamente mortos. 
 
Presunção de simultaneidade de óbitos quando, morrendo 2 pessoas ou mais ao mesmo 
tempo (simultaneamente), não for possível indicar, com precisão, a premoriência. 
A comoriencia impede a transmissão de qualquer direito (seja seguro de vida, seja 
sucessório) entre as pessoas comorientes. 
A comoriencia exige circunstância de tempo e não de lugar, motivo pelo qual não se 
exige que a morte se dê num mesmo local. Nada impede que a morte se dê por 
circunstâncias diferentes. 
Ex. Terremoto que atingiu varias localidades pode provar a morte ao mesmo tempo de 
pessoas sucessíveis entre si. Ex. pai e filho 
 
DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 
Dignidade da pessoa humana: Direitos Fundamentais e direitos da personalidade 
Titularidade: Pessoas naturais (nacionais e estrangeiros). 
Para as pessoas jurídicas se estendem os direitos da personalidade, na medida de suas 
características, mas não são considerados titulares de direitos da personalidade (art. 52, 
CC). 
 
Art. 52, CC os direitos da personalidade se aplicam, no que couber, a pessoa jurídica. 
 
Enunciado 286, Jornadas de direito civil: Os direitos da personalidade são direitos 
inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as 
pessoas jurídicas titulares de tais direitos. 
 
Sum 227/STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
Sum 365/STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. 
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No caso de morte: 
 
 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e 
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida 
prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou 
colateral até o quarto grau. 
 
Art. 12, paragrafo único fala dos lesados indiretos: que defendem direito próprio (e 
não direito do falecido). Eles têm direito de ver protegida a personalidade de seus 
familiares já falecidos. Portanto tem legitimidade ordinária e não são substitutos 
processuais. É o dano reflexo, obliquo ou em ricochete. 
 
Súmula 642/STJ: "O direito à indenização por danos morais transmite-se com o 
falecimento do titular, possuindo os herdeiros da vítima legitimidade ativa para ajuizar 
ou prosseguir a ação indenizatória". 
 
Exemplos de direitos da personalidade: 
Art. 11 e ss. Caráter enunciativo e não exaustivo. Ex. honra e moradia, meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, velhice digna 
 
PROTEÇAO DA INTEGRIDADE FISICA: corpo vivo, morto, autonomia do paciente 
PROTEÇAO DA INTEGRIDADE PSIQUICA: imagem, nome, honra e imagem 
PROTEÇAO DA INTEGRIDADE INTELECTUAL: direitos autorais 
 
Outros exemplos de direitos da personalidade: 
 
 
 
UNIÃO HOMOAFETIVA 
STF RE – 477554 União Estável Homoafetiva - Legitimidade Constitucional - Afeto 
como Valor Jurídico - Direito à Busca da Felicidade - Função Contramajoritária do STF 
(Transcrições) ARTIGO 
União EstávelHomoafetiva - Legitimidade Constitucional - Afeto como Valor Jurídico 
- Direito à Busca da Felicidade - Função Contramajoritária do STF (Transcrições) RE 
477554/MG* RELATOR: Min. Celso de Mello EMENTA: UNIÃO CIVIL ENTRE PESSOAS 
DO MESMO SEXO. ALTA RELEVÂNCIA SOCIAL E JURÍDICO-CONSTITUCIONAL DA 
QUESTÃO PERTINENTE ÀS UNIÕES HOMOAFETIVAS. LEGITIMIDADE 
CONSTITUCIONAL DO RECONHECIMENTO E QUALIFICAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL 
HOMOAFETIVA COMO ENTIDADE FAMILIAR: POSIÇÃO CONSAGRADA NA 
INSTAGRAM: @profandreiacunha 27 
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (ADPF 132/RJ E ADI 4.277/DF). 
O AFETO COMO VALOR JURÍDICO IMPREGNADO DE NATUREZA CONSTITUCIONAL: A 
VALORIZAÇÃO DESSE NOVO PARADIGMA COMO NÚCLEO CONFORMADOR DO 
CONCEITO DE FAMÍLIA. O DIREITO À BUSCA DA FELICIDADE, VERDADEIRO 
POSTULADO CONSTITUCIONAL IMPLÍCITO E EXPRESSÃO DE UMA IDÉIA-FORÇA QUE 
DERIVA DO PRINCÍPIO DA ESSENCIAL DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PRINCÍPIOS 
DE YOGYAKARTA (2006): DIREITO DE QUALQUER PESSOA DE CONSTITUIR FAMÍLIA, 
INDEPENDENTEMENTE DE SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL OU IDENTIDADE DE GÊNERO. 
DIREITO DO COMPANHEIRO, NA UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA, À PERCEPÇÃO DO 
BENEFÍCIO DA PENSÃO POR MORTE DE SEU PARCEIRO, DESDE QUE OBSERVADOS OS 
REQUISITOS DO ART. 1.723 DO CÓDIGO CIVIL. O ART. 226, § 3º, DA LEI 
FUNDAMENTAL CONSTITUI TÍPICA NORMA DE INCLUSÃO. A FUNÇÃO 
CONTRAMAJORITÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO ESTADO 
DEMOCRÁTICO DE DIREITO. A PROTEÇÃO DAS MINORIAS ANALISADA NA 
PERSPECTIVA DE UMA CONCEPÇÃO MATERIAL DE DEMOCRACIA CONSTITUCIONAL. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO. DECISÃO: 
 
VEDAÇÃO AO “DISCURSO DO ÓDIO” (HATE SPEECH): manifestações de 
pensamento contendo declarações de ódio, desprezo atreladas a religião, raça, 
orientação sexual e etc. são vedadas no ordenamento jurídico. 
 
DIREITO AO ESQUECIMENTO E STF 
A tese de repercussão geral firmada no julgamento foi a seguinte: 
 
 
“É incompatível com a Constituição Federal a ideia de um direito ao esquecimento, 
assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a 
divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios 
de comunicação social – analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no 
exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a 
caso, a partir dos parâmetros constitucionais, especialmente os relativos à proteção 
da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral, e as expressas e 
específicas previsões legais nos âmbitos penal e civel”. 
 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são 
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação 
voluntária. 
 
Absolutos (erga omnes) 
Indisponíveis 
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Intransmissíveis 
Imprescritiveis 
Impenhoráveis 
Extrapatrimoniais 
 
Absolutos: oponíveis erga omnes. Eficácia vertical e horizontal dos direitos da 
personalidade. 
Indisponíveis: intransmissíveis e irrenunciáveis. 
 
 
Limitação voluntária pode = não seja permanente + não seja geral 
Ex. Cessão patrimonial de direitos autorais; cessão gratuita de partes do corpo 
En. 4 CJF: limitação temporária e especifica é possível (caráter relativo). 
 
 
Impenhoráveis: bem de família. 
Sum 364/STJ: pessoas solteiras 
 
 
Vitaliciedade: morto; respeito à honra, memória, direito autoral de autor (art. 12, p 
único). 
 
Imprescritíveis: não se extinguem pelo uso e pelo decurso de tempo, salvo o caráter 
patrimonial. Ex. reparação de dano moral prescreve em 3 anos. 
 
TÉCNICA DE PONDERAÇÃO DOS INTERESSES 
ART 489, § 2o CPC. No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e 
os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a 
interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. 
 
Direito ao nome e pseudônimo utilizado para fins lícitos 
Art. 16, CC. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o 
sobrenome. 
Art. 17, CC. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou 
representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja 
intenção difamatória. 
Art. 18, CC. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda 
comercial. 
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Art. 19, CC. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá 
ao nome. 
 
Alteração do nome social 
 
 
 STF 2018 ADI 4275/DF: a alteração de nome social e de gênero de pessoa 
transexual NÃO depende da realização prévia de cirurgia de 
transgenitalização, nem de tratamento hormonal ou laudo médico. 
 
Provimento 73 do CNJ, de 2018, permite a referida alteração junto ao Registro Civil 
de Pessoa Natural. 
 
Sum 403/STJ: “Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não 
autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”. 
Sumula 221/STJ: São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente 
de publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo 
de divulgação. 
 
 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, 
quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons 
costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, 
na forma estabelecida em lei especial. 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do 
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
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Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a 
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 
 
Atos de disposição do próprio corpo: 
- Corpo vivo 
- corpo morto 
- consentimento informado 
 
 
CORPO VIVO: art. 13 (diminuição permanente e bons costumes) 
Exceção: urgência e transplante: gratuito, órgão dúplice e beneficiário pode ser 
escolhido, desde que se trate de parente. 
 
Partes destacadas do corpo: unhas, fios de cabelo, saliva, sémen têm a mesma 
proteção que se dá à integridade física porque expressam a intimidade da pessoa 
(DNA). 
Enunciado 6 das Jornadas de Direito Civil 
A expressão "exigência médica" contida no art. 13 refere-se tanto ao bem-estar físico 
quanto ao bem-estar psíquico do disponente. 
 
CORPO MORTO: art.14 (fins científicos e altruísticos). Ex transplante 
A doação de órgãos para após a morte é ato personalíssimo e a vontade expressa do 
doador em vida prevalece sobre a vontade dos familiares. 
 
Enunciado 402, Jornada de Direito Civil: O art. 14, parágrafo único, do Código Civil, 
fundado no consentimento informado, não dispensa o consentimento dos adolescentes 
para a doação de medula óssea prevista no art. 9º, § 6º, da Lei n. 9.434/1997 por 
aplicação analógica dos arts. 28, § 2º (alterado pela Lei n. 12.010/2009), e 45, § 2º, do 
ECA. 
 
Direito a não submissão de tratamento médico de risco – art. 15 
 
 
Enunciado 533 das Jornadas de Direito Civil: O paciente plenamente capaz poderá 
deliberar sobre todos os aspectos concernentes a tratamento médico que possa lhe 
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causar risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as situações de emergência ou no 
curso de procedimentos médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos. 
 
Enunciado 403 das Jornadas de Direito Civil: O Direito à inviolabilidade de 
consciência e de crença, previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal, aplica-se 
também à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão de sangue, com 
ou sem risco de morte, em razão do tratamento ou da falta dele, desde que observados 
os seguintes critérios: a) capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo 
representante ou assistente; b) manifestação de vontade livre, consciente e informada;e c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante. 
 
Proteção à palavra e à imagem – art. 20 
 
 
Imagem: imagem-retrato, imagem-atributo, imagem-voz 
Pessoa jurídica só possui imagem-atributo porque não tem estrutura biopsicológica 
para ter as demais imagens. 
Imagem-atributo: conjunto de características peculiares da apresentação e da 
identificação social de uma pessoa. 
 
Honra: prestígio social do seu titular. Respeitabilidade estima conquistados. 
Reputação. Autoestima. 
Honra objetiva: é o que os outros pensam de uma pessoa. Reputação. 
Honra subjetiva: juízo valorativo que determinada pessoa faz de si mesa. Autoestima. 
 
 
Proteção à vida privada – art. 21 
 
 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à 
manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou 
a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser 
proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe 
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins 
comerciais 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para 
requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do 
interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato 
contrário a esta norma. 
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Vida privada: é o refúgio impenetrável pela coletividade. É o direito de viver a própria 
vida em isolamento, não sendo submetido à publicidade que não provocou, nem 
desejou. Ex. segredo de correspondência, sigilo bancário, fiscal e telefônico. 
 
ART 5, IX, CF – LIBERDADE DE IMPRENSA, SEM CENSURA 
ART 5, IV, CF – LIBERDADE DE PENSAMENTO E DE EXPRESSÃO 
 
 
PUBLICAÇÃO DE BIOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS 
 
 
 ADIN 4815/DF: interpretação conforme a constituição, sem redução de texto, 
do art. 20 e 21, CC para permitir a publicação de biografias não autorizadas, 
uma vez que “a censura particular seria a forma de se impor o silencio à historia 
da comunidade e, em algumas ocasiões, a história dos fatos ultrapassam 
fronteiras e gerações...” (STF, Ac Unanime, Pleno, Adin 4815/DF, Min 
Carmem Lucia, j. 10.6.15) 
 
QUESTÕES 
(OAB/FGV) A proteção da pessoa é uma tendência marcante do atual direito privado, 
o que leva alguns autores a conceberem a existência de uma verdadeira cláusula geral 
de tutela da personalidade. Nesse sentido, uma das mudanças mais celebradas do novo 
Código Civil foi a introdução de um capítulo próprio sobre os chamados direitos da 
personalidade. Em relação à disciplina legal dos direitos da personalidade no Código 
Civil, é correto afirmar que: 
A) havendo lesão a direito da personalidade, em se tratando de morto, não é mais 
possível que se reclamem perdas e danos, visto que a morte põe fim à existência da 
pessoa natural, e os direitos personalíssimos são intransmissíveis. 
B) como regra geral, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, 
mas o seu exercício poderá sofrer irrestrita limitação voluntária. 
C) é permitida a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, com objetivo 
altruístico ou científico, para depois da morte, sendo que tal ato de disposição poderá 
ser revogado a qualquer tempo. 
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ucessão definitiv 
D) em razão de sua maior visibilidade social, a proteção dos direitos da personalidade 
das celebridades e das chamadas pessoas públicas é mais flexível, sendo permitido 
utilizar o seu nome para finalidade comercial, ainda que sem prévia autorização. 
 
Comentários: 
Letra A é Falsa, Art. 12 do CC. 
Letra B falsa, Art. 11 do CC. 
Letra C é correta Art. 14, parágrafo único do CC. 
Letra D é falsa. Não se admite o uso do nome de qualquer pessoa, seja ela notória ou 
não, para fins comerciais, a não ser que o próprio titular o autorize. É o que decorre dos 
termos do art. 18 do CC. 
 
MORTE PRESUMIDA 
Marca o fim da personalidade. 
 
 
 
 
 
MORTE 
PRESUMIDA 
 
Desaparecimento 
com perigo de 
vida 
 
Desaparecimento 
 
morte presumida, 
sem decretação de 
ausência 
 
morte presumida 
sem perigo de vida 
na abertura da 
s a
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DESAPARECIMENTO COM PERIGO DE VIDA 
 
 
 
 
 
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado 
até dois anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser 
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a 
data provável do falecimento. 
 
 
 
- prova de que a pessoa estava no local onde ocorreu a catástrofe e que posteriormente 
não ha mais noticias dela 
- art. 88, LRP – Lei de Registros Públicos (lei 6015/73): 
 
 
Art. 88. Poderão os Juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de 
pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer 
outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não 
for possível encontrar-se o cadáver para exame. 
Parágrafo único. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento 
em campanha, provados a impossibilidade de ter sido feito o registro nos termos do 
artigo 85 e os fatos que convençam da ocorrência do óbito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DESAPARECIMENTO SEM PERIGO DE VIDA 
 
 
AUSENTE NÃO É INCAPAZ 
Ausência: Necessita de declaração judicial, além dos pressupostos fáticos (não 
bastando o simples desaparecimento de uma pessoa para a sua configuração) 
 
CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE 
 
 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não 
houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, 
o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a 
ausência, e nomear-lhe-á curador. 
 
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente 
deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou 
se os seus poderes forem insuficientes. 
 
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme 
as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores 
e curadores. 
 
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de 
fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo 
curador. 
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos 
descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o 
cargo. 
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. 
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 
 
 
ART. 744 E 745, CPC 
- declara a ausência 
- arrecadação de bens 
- nomeação de curador (curadoria dos bens e não do ausente) 
- não há prazo mínimo de desaparecimento para mover a ação 
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A ordem de nomeação de curador não se confunde com a ordem de vocação hereditária. 
Ex. Os ascendentes precedem os descendentes. 
 
Enunciado 97 das Jornadas de direito civil: Art. 25: no que tange à tutela especial da 
família, as regras do Código Civil que se referem apenas ao cônjuge devem ser 
estendidas à situação jurídica que envolve o companheiro, como, por exemplo, na 
hipótese de nomeação de curador dos bens do ausente (art. 25 do Código Civil). 
 
SUCESSÃO PROVISÓRIA 
 
 
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou 
representante ou procurador, em se passando três anos, poderão osinteressados 
requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. 
 
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram 
interessados: 
I - o cônjuge não separado judicialmente; 
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; 
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
 
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá 
efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em 
julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha 
dos bens, como se o ausente fosse falecido. 
Cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado 
judicialmente, ou de fato por mais de 2 (dois) anos antes da 
declaração de ausência 
Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente 
incumbe aos pais 
Na falta dos pais, a curadoria dos bens do ausente imcumbe 
aos descendentes, sendo que os mais próximos precedem os 
mais remotos 
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§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão 
provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente. 
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias 
depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, 
proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 
1.819 a 1.823. 
 
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão 
dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos 
garantidos pela União. 
 
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias 
da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões 
respectivos. 
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia 
exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a 
administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa 
garantia. 
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade 
de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do 
ausente. 
 
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, 
ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína. 
 
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa 
e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as 
que de futuro àquele forem movidas. 
 
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do 
ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os 
outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, 
segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, 
e prestar anualmente contas ao juiz competente. 
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária 
e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. 
 
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta 
de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe 
tocaria. 
 
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do 
ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o 
eram àquele tempo. 
 
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a 
posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, 
ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega 
dos bens a seu dono. 
 
 
 
- Art. 26, CC 
- Sentença produz efeitos 180 dias depois de publicada; 
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- Após o transito em julgado promove-se ao inventario e abertura do testamento, se 
houver. 
- Transmissão precária de bens 
- Caução pelos herdeiros não necessários e guarda de 50% dos frutos e rendimentos 
- Se o desaparecido voltar e voluntária e injustificada a ausência, perderá os 
rendimentos a favor dos sucessores. 
- Credores do ausente receberão seus valores e não irão devolver ao desaparecido. 
 
 
SUCESSÃO DEFINITIVA 
 
 
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da 
sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o 
levantamento das cauções prestadas. 
 
 
 
 
 
Morte Presumida 
 
 
 
 
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; 
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei 
autoriza a abertura de sucessão definitiva. 
 
 
 
Casamento do ausente 
 
 
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: 
 
 
10 anos depois de passada 
em julgado a sentença que 
concede a abertura da 
sucessão provisória 
 
 
sucessão 
definitiva 
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(...) 
 
§ 1 o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo 
divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente. 
 
 
 
Ausente com 80 anos ou mais e 5 anos ou mais sem notícias dele. 
 
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente 
conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. 
 
 
 
Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da suscessão 
definitiva recupera os bens, na forma do art. 39, CC: 
 
 
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão 
definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão 
só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou 
o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens 
alienados depois daquele tempo. 
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, 
e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão 
ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas 
circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território 
federal. 
 
 
ausente 
conta 80 
anos 
 
5 anos 
datam as 
últimas 
notícias 
 
sucessão 
definitiva 
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QUESTÕES: 
(OAB/FGV) Cristiano, piloto comercial, está casado com Rebeca. Em um dia de forte 
neblina, ele não consegue controlar o avião que pilotava e a aeronave, com 200 pessoas 
a bordo, desaparece dos radares da torre de controle pouco antes do tempo previsto para 
a sua aterrissagem. Depois de vários dias de busca, apenas 10 passageiros foram 
resgatados, todos em estado crítico. Findas as buscas, como Cristiano não estava no rol 
de sobreviventes e seu corpo não fora encontrado, Rebeca decide procurar um 
advogado para saber como deverá proceder a partir de agora. Com base no relato 
apresentado, assinale a afirmativa correta. 
A) A esposa deverá ingressar com uma demanda judicial pedindo a decretação de 
ausência de Cristiano, a fim de que o juiz, em um momento posterior do processo, possa 
declarar a sua morte presumida. 
B) A esposa não poderá requerer a declaração de morte presumida de Cristiano, uma 
vez que apenas o Ministério Público detém legitimidade para tal pedido. 
C) A declaração da morte presumida de Cristiano poderá ser requerida 
independentemente de prévia decretação de ausência,

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