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Código Civil atualizado até 25 de agosto

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Prévia do material em texto

CÓDIGO CIVIL DE 2002 – Lei 10.406/2002.
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira
	Última atualização legislativa: 11/08/21 - Lei 13.811/19 - vide art. 1520 – (publicada em 13/03/19); Lei 13.874/19 – conversão da MP 881/19 – (vide arts. 49-A; 50; 421; 423, § único; art. 480-A; art. 480-B; art. 980-A, § 7º; art. 1052, § único; arts. 1368-C a 1.368-F). MP 958/2020 (revogou o art. 1.463); Lei 14.030/20 (publicada em 28/07/20); MP 1.040/21 (inclusão do art. 206-A); Lei nº 14.179, de 30.6.2021; Lei nº 14.193, de 6.8.2021 (inclusão do § único ao art. 971).
Última atualização jurisprudencial: 19/08/21 - Inclusão dos julgados: Info 656 (arts. 1208 e 1261); Info 656 (arts. 987 e 1687); Info 657 (art. 206, §5º, I); Info 658 (art. 187); Info 658 (art. 1238, § único); Info 659 (art. 330); Info 660 (art. 197, I); Info 660 (art. 661, §1º); Info 664 (art. 940); Sem Info (art. 1683); Info 685 (art. 1.831); Info 694 (art. 168); Info 674 (art. 20); Info 687 (art. 1565, §1º); Info 577 e Info 698 (art. 504)
Última atualização questões de concurso: 25/08/2021.
Observações quanto à compreensão do material:
1) Cores utilizadas:
· EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, verbos, bem como outras informações relevantes, etc.
· EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
· EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe no CC/02).
· EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
2) Siglas utilizadas:
· MP (concursos do Ministério Público); M ou TJMG (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc.
LEI No 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002.
	
	Institui o Código Civil.
          O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
P A R T E    G E R A L
	(MPMT-2008-FMP): O Código Civil brasileiro de 2002, assim como o de 1916, contém uma Parte Geral e outra Especial. Tendo em vista essa afirmação, aponte a assertiva correta: O legislador de 1916, seguido pelo de 2002, inspirou-se nas Institutas do Corpus Juris Civilis para dividir desta forma o Código Civil.
LIVRO I
DAS PESSOAS
TÍTULO I
DAS PESSOAS NATURAIS
CAPÍTULO I
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. (DPEMA-2009) (DPEMT-2009) (DPEPA-2009) (MPPR-2011) (MPF-2011) (TJRS-2012) (DPEAC-2012) (DPEPR-2014) (TRF4-2014) (MPBA-2018)
	(MPDFT-2021): Segundo a teoria da personalidade adotada pelo Código Civil: Personalidade e capacidade jurídica estabelecem entre si uma relação de conteúdo e continente, pois a capacidade jurídica é a extensão da personalidade. BL: art. 1º, CC.
##Atenção: ##MPDFT-2021: Segundo Flávio Tartuce, a personalidade “é a soma de caracteres da pessoa, ou seja, aquilo que ela é para si e para a sociedade. Afirma-se doutrinariamente que a capacidade é a medida da personalidade, ou seja a personalidade é um ‘quid’ (substância, essência) e a capacidade um quantum”. (TARTUCE, 2020, pp. 62-63).
(MPRS-2017): Todas as pessoas têm a capacidade de direito, o que pressupõe a capacidade de fato, em regra, pois a incapacidade é a exceção. BL: art. 1º, CC.
##Atenção: ##MPMT-2008: ##DPEMT-2009: ##DPEMA-2009: ##DPEPA-2009: ##MPCE-2011: ##MPPR-2011: ##DPEAC-2012: ##DPEPR-2014: ##TRF4-2014: ##MPDFT-2021: ##CESPE: ##FCC: Flávio Tartuce explica que, “todas as pessoas têm a primeira (capacidade de direito), o que pressupõe a segunda (capacidade de fato), em regra, uma vez que a incapacidade é exceção” (TARTUCE, 2020, p. 62). O art. 1º do CC/02 traz a denominada capacidade de direito ou de gozo, que nas lições de Tartuce, compreende “aquela para ser sujeito de direitos e deveres na ordem privada, e que todas as pessoas têm sem distinção. Em suma, em havendo pessoa, está presente tal capacidade, não importando questões formais como ausência de certidão de nascimento ou de documentos” (TARTUCE, 2020, p. 62). Por outro lado, a capacidade de fato ou de exercício é a possibilidade que se tem de praticar pessoalmente atos da vida civil. Quem não tem essa aptidão, são os denominados incapazes. Essa incapacidade pode ser absoluta (menor de 16 anos – art. 3º) ou relativa (art. 4º).
	(MPDFT-2021): Segundo a teoria da personalidade adotada pelo Código Civil: A capacidade de fato não diz respeito a estrutura da personalidade, apenas regula a forma do cometimento das manifestações de vontade negociais e não negociais. BL: art. 1º, CC.
(TRF4-2014): Assinale a alternativa correta: A incapacidade é a restrição legal aos atos da vida civil, sendo esta, na Ordem Jurídica brasileira, exclusivamente, de fato ou exercício. BL: art. 1º, CC.
##Atenção: No direito brasileiro, não existe incapacidade de direito, porque todos se tornam, ao nascer, capazes de adquirir direitos (CC, art. 1°). Há, portanto, somente incapacidade de fato ou de exercício. Incapacidade, assim, é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, imposta por lei, somente ao que, por exceção, necessitam de proteção, pois a capacidade é a regra.
(MPCE-2011-FCC): Os menores de dezoito anos têm capacidade para adquirir direitos e contrair obrigações. BL: art. 1º, CC. 
(MPMT-2008-FMP): O absolutamente incapaz tem capacidade de direito. BL: art. 1º, CC.
##Atenção: ##MPF-2011: Sujeito de direito: é o titular de interesses juridicamente protegidos, qualificado como tal por uma norma jurídica. 
##Atenção: ##MPF-2011: ##DPEPR-2014: Personalidade jurídica: autorização prévia e genérica do ordenamento jurídico para a prática de qualquer ato jurídico que não seja proibido pelo Direito.
##Atenção: Capacidade: aptidão jurídica (de direito/de gozo) ou de fato (de exercício/de ação). 
##Atenção: Legitimação: aptidão especial exigida para a prática de determinados atos (ex.: arts. 496[footnoteRef:1], 1749, I[footnoteRef:2], 1687[footnoteRef:3]) [1: Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.] [2: Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade: I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor; (...)] [3: Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.] 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. (DPEMT-2009) (DPEPA-2009) (MPPR-2011) (MPRJ-2012) (DPEAC-2012) (MPF-2012) (DPEDF-2013) (DPERR-2013) (DPEPR-2014) (DPEMA-2009/2015) (TJPR-2017) (MPBA-2015/2018) (PCMA-2018) (TJRO-2019) (MPMT-2019) (MPDFT-2021)
	JDC nº 01: A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como: nome, imagem e sepultura. (DPEAC-2012) (DPERR-2013) (MPBA-2018)
JDC nº 02: Sem prejuízo dos direitos da personalidade nele assegurados, o art. 2º do Código Civil não é sede adequada para questões emergentes da reprogenética humana, que deve ser objeto de um estatuto próprio.[footnoteRef:4] (Oficial de Justiça/TJRS-2020) [4: ##Atenção: Este estatuto é a Lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005).] 
	(TJPA-2019-CESPE): Conforme a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) e a posição do STF sobre as teorias natalista e da personalidade condicional, o direito à vida deve ser respeitado desde o momento da concepção. BL: art. 4º, item 1 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos[footnoteRef:5] e art. 2º, CC. [5: Artigo 4º – Direito à vida: 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.] 
##Atenção: O STF, damesma forma, entende que, muito embora o CC/02 tenha adotado a teoria natalista, o direito à vida deve ser respeitado desde à concepção, e não somente com o nascimento.
##Atenção: ##MPBA-2018: A personalidade civil da pessoa começa com o nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro, porque o CC/02 adotou a teoria natalista.
(MPPI-2019-CESPE): O Código Civil dispõe que “toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil” e que “a personalidade civil da pessoa começa com o nascimento com vida”. Considerando-se os conceitos de capacidade e personalidade, é correto afirmar que a pessoa passa, a partir do nascimento com vida, a ser sujeito de direitos e de deveres, e a ocorrência desse requisito determina consequências de alta relevância, incluindo aspectos sucessórios. BL: arts. 1º e 2º, CC.
##Atenção: ##Oficial de Justiça/TJRS-2020: ##FGV: Maria Berenice Dias explica que, quando ocorre o nascimento com vida, torna-se de imediato titular de herança, fazendo jus aos seus frutos e rendimentos desde a abertura da sucessão.
(MPMG-2018): Os aspectos essenciais da personalidade humana são caracterizados pela imaterialidade. BL: arts. 1º e 2º, CC.
##Atenção: Personalidade humana é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém.
(MPMG-2017): Considere o julgado a seguir: “Responsabilidade civil. Acidente de trabalho. Morte. Indenização por dano moral. Filho nascituro. Fixação do quantum indenizatório. Dies a quo. Correção monetária. Data da fixação pelo juiz. Juros de mora. Data do evento danoso. Processo civil. Juntada de documento na fase recursal. Possibilidade, desde que não configurada a má-fé da parte e oportunizado o contraditório. Anulação do processo. Inexistência de dano. Desnecessidade. – Impossível admitir-se a redução do valor fixado a título de compensação por danos morais em relação ao nascituro, em comparação com outros filhos do de cujus, já nascidos na ocasião do evento morte, porquanto o fundamento da compensação é a existência de um sofrimento impossível de ser quantificado com precisão. – Embora sejam muitos os fatores a considerar para a fixação da satisfação compensatória por danos morais, é principalmente com base na gravidade da lesão que o juiz fixa o valor da reparação. [...]” (STJ, REsp 931.556/ RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª T., j. 17.6.08). Da interpretação da ementa, é possível concluir que o STJ adotou no julgado, quanto ao início da personalidade jurídica: a teoria concepcionista.
(MPMG-2017): Quanto aos direitos fundamentais, assinale a alternativa correta: A Constituição Federal não dispõe sobre o início da vida humana e, por isso, a capacidade para ser titular de direitos fundamentais é informada pela lei civil. BL: art. 5º, caput, CF c/c art. 2º, CC.
##Atenção: A Constituição estabelece o direito à vida como um direito fundamental, mas não dispõe sobre o seu início, que é disposto no Código Civil.
(Anal. Judic./TJAL-2012-CESPE): O nascituro e o embrião possuem personalidade jurídica formal, e apenas a partir do nascimento com vida se adquire a personalidade jurídica material e se alcançam os direitos patrimoniais e obrigacionais.
##Atenção: ##MPPR-2011: ##Oficial de Justiça/TJRS-2020: ##FGV: Maria Helena Diniz classifica a personalidade jurídica em formal e material: 1) Personalidade jurídica formal: relaciona-se com os direitos da personalidade, o que o nascituro já tem desde a concepção; 2) Personalidade jurídica material: mantém relação com os direitos patrimoniais, e o nascituro só a adquire com o nascimento com vida (TARTUCE, 2020, p. 65).
Art. 3o  São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (TJMS-2015) (MPAM-2015) (MPDFT-2015) (PCMS-2017) (PCMG-2018) (Cartórios/TJMG-2018) (MPGO-2016/2019) (MPPR-2016/2019) (MPMG-2017/2019) (TJAL-2019) (TJRO-2019) (MPSC-2019) (Anal. Judic./TRF3-2019)
I a III - (Revogados); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência)
	(MPGO-2019): Em relação à capacidade e à personalidade das Pessoas Naturais, é correto afirmar que: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil, contudo, são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos. BL: arts. 1º e 3º, CC.
(DPEAP-2018-FCC): Considere a seguinte assertiva à luz do Estatuto da Pessoa com Deficiência: As pessoas que em razão de enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil deixaram de ser absolutamente incapazes. BL: art. 3º, CC.
(MPMG-2017): O defeito de idade é fundamento exclusivo para a incapacidade absoluta. BL: art. 3º, CC.
##Atenção: O defeito de idade é o vício do negócio jurídico em função da situação etária de uma ou algumas das partes. Se menor de 16 anos, sua incapacidade para figurar num dos polos do negócio jurídico é absoluta, sendo este o fundamento exclusivo para a incapacidade absoluta, uma vez que, após a promulgação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, já não há outras hipóteses de incapacidade absoluta que não a menoridade civil. Portanto, com o advento do Estatuto da Pessoa com Deficiência, somente se consideram absolutamente incapazes as pessoas menores de 16 anos.
Art. 4o  São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; (MPSE-2010) (TJAM-2016) (MPSC-2016) (MPGO-2016/2019) (TJAL-2019) (MPPR-2019) (MPMG-2019)
	(PCPI-2018-NUCEPE): Fernando, atualmente, com 17 anos de idade, nasceu sem o movimento das pernas. Quanto a personalidade e capacidade de Fernando, podemos afirmar: possui incapacidade relativa apenas em razão do critério etário. BL: art. 4º, I, CC.
##Atenção: Nos termos do art. 3º do CC, são absolutamente incapazes os menores de 16 anos. Por outro lado, o art. 4º, I do CC afirma que são relativamente incapazes os maiores de 16 e menores de 18 anos. O ECA considera “criança” a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e “adolescente” aquela entre 12 e 18 anos de idade incompletos. Logo, crianças e adolescentes até 16 anos são considerados absolutamente incapazes. Os adolescentes com idade entre 16 e 17 anos são considerados relativamente incapazes.
##Atenção: ##MPGO-2016: A senilidade, ou seja, o envelhecimento, a velhice, por si só, não é considerada como um motivo de incapacidade, tendo em vista que o avanço da idade e a perda da capacidade cognitiva não possuem ligação direta com o avanço da idade, sendo garantido ao idoso o tratamento isonômico a que faz jus. Nesse sentido, vejamos o seguinte trecho de julgado do TJMG: “A velhice ou senilidade, por si só, nunca foi tida como causa de restrição da capacidade de fato, podendo ocorrer a interdição anterior em hipótese em que a senectude originasse de um estado patológico (a esse respeito, da jurisprudência anterior: TJMG, Acórdão 1.0701.00.006030-4/001, Uberaba, 2ª Câmara Cível, Rel. Des. Francisco de Assis Figueiredo, j. 01/06/2004, DJMG 25.06.2004)”. (p. 89).
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (MPGO-2016/2019) (MPPR-2016/2019) (MPPI-2019) (MPMG-2019)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;  (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (MPAM-2015) (MPDFT-2015) (MPGO-2016/2019) (MPPR-2016/2019) (MPSC-2019) (MPMG-2019)
	(TJAL-2019-FCC): Alessandra, atualmente com 17 anos de idade, nasceu com deficiência mental que a impede, de forma permanente, de exprimir sua vontade. Para o Código Civil, ela é incapaz, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer, e permanecerá nessa condição mesmo depois de completar 18 anos. BL: art. 4º, I e III, CC.
##Atenção: ##MPGO-2019: O Estatuto da Pessoa com Deficiência acabou consolidando as ideias constantes na Convenção de Nova York, tendo em seu art. 114,alterado substancialmente alguns dispositivos do CC/02, revogando assim, todos os incisos do art. 3º e alterando os incisos II e III do art. 4º do CC. Cumpre registrar que, na antiga inciso III do art. 3º do CC, tínhamos a previsão dos que, mesmo por causa transitória, não pudessem exprimir sua vontade. Com as alterações legislativas trazidas pelo Estatuto, apenas são absolutamente incapazes os menores de 16 anos, não mais havendo maiores absolutamente incapazes. No caso em tela, considerando que Alessandra, atualmente com 17 anos de idade, nasceu com deficiência mental que a impede, de forma permanente, de exprimir sua vontade, para o atual redação do CC/02, ela é incapaz, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer, e permanecerá nessa condição mesmo depois de completar 18 anos. Portanto, podemos concluir que, no caso de Alessandra, temos que ela será relativamente incapaz, nos termos do art. 4º, inciso I, em razão de sua idade, mas também, mesmo após completar os 18 anos, por causa do inciso III, isto é, em razão da sua impossibilidade permanente de exprimir sua vontade.
(Anal. Judic./TRF3-2019-FCC): Ricardo, maior de 16 anos, não consegue, por causa permanente, exprimir sua vontade. Nesse caso, de acordo com o CC/02, Ricardo é incapaz, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer, mas contra ele corre a prescrição. BL: art. 4º, I e III c/c art. 198, I, CC[footnoteRef:6]. [6: Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; (...)] 
IV - os pródigos. (MPDFT-2013) (TRF4-2014) (Cartórios/TJRS-2015) (MPGO-2016/2019) (MPPR-2016/2019) (MPMG-2019)
Parágrafo único.  A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. (TJMG-2008) (MPSE-2010) (DPEAM-2013) (DPEMA-2015) (TRF4-2016) (MPBA-2018) (MPGO-2019)
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: [Emancipação: antecipa a capacidade, porém não a maioridade civil.]
	JDC nº 530: A emancipação, por si só, não elide a incidência do ECA.
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial [VOLUNTÁRIA], ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos [JUDICIAL]; (TJMG-2008) (TJDFT-2008) (DPESP-2009) (DPEAL-2009) (DPEPI-2009) (TRF1-2009) (MPSP-2008/2010) (TJPI-2012) (DPEPR-2012) (TJSC-2010/2013) (MPES-2013) (DPEAM-2013) (DPERR-2013) (TRF3-2013) (TRF4-2014) (MPDFT-2013/2015) (DPEMA-2015) (TJAM-2016) (MPSC-2016) (DPERO-2017) (TJPA-2019) (MPSC-2019) (MPGO-2019)
	JDC nº 397: A emancipação por concessão dos pais ou por sentença do juiz está sujeita à desconstituição por vício de vontade. (TJDFT-2016)
	(MPRS-2016): Se o menor estiver sob tutela, a emancipação será concedida por sentença do juiz, ouvido o tutor. BL: art. 5º, § único, I, in fine, do CC.
(PGM-Balneário Camboriú/SC-2016-FAPESE): A incapacidade de fato ou de exercício é afastada por meio da emancipação. BL: art. 5º, § único, CC.
(Anal. Judic./TREES-2012-CESPE): Os pais podem conceder emancipação a filho que tenha completado dezesseis anos de idade. BL: art. 5º, § único, I do CC.
(TJRS-2009): Ao ensejo da separação judicial de Carlos e Cláudia, o juiz determinou que a guarda do filho do casal, Mário, então com 16 anos de idade, ficaria com o pai. Por considerar que o filho já tinha maturidade suficiente para dirigir sua pessoa e administrar seus bens, Carlos elaborou um instrumento particular de emancipação e o encaminhou para o registro competente, sem que a mãe do menor tivesse conhecimento. Na hipótese, a emancipação não é válida porque, além de o poder familiar dever ser em igualdade de condições pelo pai e pela mãe, a emancipação voluntária somente ser materializada por instrumento público. BL: art. 5º, § único, I do CC.
##Atenção: De acordo com o art. 5º, § único, I do CC, exige-se o instrumento público e a concordância de ambos os pais para a concessão da emancipação, ainda que a guarda seja unilateral. A concessão da emancipação por um dos pais é possível, desde que em relação ao outro tenha ocorrido a extinção do poder familiar (art. 1635, CC).
II - pelo casamento; (MPSP-2010) (MPES-2013) (MPMG-2014) (MPPR-2014) (DPEMS-2014) (TJMS-2015) (MPGO-2019)
	(PGM-Francisco Morato/SP-2019-VUNESP): Pode-se corretamente afirmar que o menor de 17 anos de idade divorciado é capaz. BL: art. 5º, § único, II, CC.
##Atenção: ##MPMG-2014: Nos termos do CC/02, a união estável NÃO SE EQUIPARA ao casamento para o efeito de cessação da incapacidade para os menores. O rol do art. 5º, § único, do CC não admite analogia para fins de emancipação (cessação da incapacidade para menores), não permitindo que a hipótese de casamento seja ampliada à união estável. Logo, a emancipação só pode ser prevista expressamente por lei.
III - pelo exercício de emprego público efetivo; (Cartórios/TJMG-2008) (MPMG-2010) (MPPR-2014) (MPAM-2015) (TRF4-2016) (MPGO-2019)
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; (Cartórios/TJMG-2008) (MPPR-2014) (MPGO-2019)
	(Anal. Judic./TRT21-2017-FCC): João se tornou órfão de ambos os pais no dia 01/06/17, colou grau em curso de ensino superior no dia 2/7/17, entrou em exercício de emprego público efetivo no dia 3/8/17, casou-se no dia 4/9/17 e completou 18 anos de idade no dia 5/10/17. Nesse caso, de acordo com o CC/02, a incapacidade de João cessou no dia 2/07/17. BL: art. 5º, § único, IV do CC.
##Atenção: Como na questão proposta, a situação que ocorreu antes foi a colação em grau superior, podemos afirmar que a incapacidade de João cessou no dia 02 de julho de 2017.
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. (MPSP-2010) (TJPI-2012) (MPES-2013) (SEFAZ/RS-2018) (MPGO-2019) 
	(Cartórios/TJMG-2018-Consulplan): A emancipação produz o efeito de antecipação da aquisição da capacidade de fato. BL: art. 5º, § único, CC.
##Atenção: ##DPEMA-2015: ##FCC: ##Cartórios/TJMG-2018: ##Consulplan: “A emancipação pode ser conceituada como sendo o ato jurídico que antecipa os efeitos da aquisição da maioridade e da consequente capacidade civil plena, para data anterior àquela em que o menor atinge a idade de 18 anos, para fins civis. Com a emancipação, o menor deixa de ser incapaz e passa a ser capaz. Todavia, ele não deixa de ser menor.” (TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil, 7a ed., p. 78). Logo, pode-se afirmar que a capacidade civil plena pode ser adquirida antes da maioridade civil, considerando que uma pessoa menor de 18 anos pode ser emancipada nas situações trazidas pelo art. 5º, § único do CC.
(MPMS-2015): Havendo emancipação do menor, ainda que não inexista qualquer vício no ato, o emancipado não poderá retirar a Carteira Nacional de Habilitação – CNH, segundo a legislação vigente. BL: art. 5º, § único, CC.
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. (MPSE-2010) (MPPB-2011) (MPGO-2014) (Cartórios/TJRO-2017) (MPBA-2018) (MPMG-2018) (MPPI-2019)
	(Cartórios/TJSC-2019-IESES): Em relação à morte presumida: A morte é presumida nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva do ausente. BL: art. 6º, CC.
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência [hipóteses taxativas]: (TJSE-2008) (TRF1-2009) (TJPR-2010) (MPSC-2013) (MPGO-2014) (MPT-2017) (MPPI-2019)
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; (TJDFT-2008) (TJRR-2008) (TRF1-2009) (PGERO-2011) (MPPR-2008/2013) (MPGO-2014) (Cartórios/TJSC-2019)
	(TJAM-2016-CESPE): O reconhecimento da morte presumida, quando for extremamente provável a morte de quem estava com a vida sob risco, independe da declaração da ausência. BL: art. 7º, I, CC.(MPDFT-2011): É prescindível a declaração de ausência para o reconhecimento judicial da morte presumida na hipótese de ser extremamente provável o falecimento de quem estava em perigo de vida. BL: art. 7º, I, CC.
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. (TRF1-2009) (MPPR-2013) (MPGO-2014) (Cartórios/TJRS-2015) (Cartórios/TJSC-2019)
	(MPGO-2019): Em relação à capacidade e à personalidade das Pessoas Naturais, é correto afirmar que: A existência da pessoa natural termina com a morte. Presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucesso definitiva, sendo que a morte presumida pode ser declarada sem decretação de ausência quando for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida ou se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. BL: arts. 6º e 7º, CC.
(TJPB-2015-CESPE): A legislação civil brasileira admite o reconhecimento de morte sem a existência de cadáver e sem a necessidade de declaração de ausência. BL: art. 7º, II, CC.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. (TJDFT-2008) (TRF4-2009) (Anal. Judic./TJPI-2015)
	JDC nº 614: Os efeitos patrimoniais da presunção de morte posterior à declaração da ausência são aplicáveis aos casos do art. 7º, de modo que, se o presumivelmente morto reaparecer nos dez anos seguintes à abertura da sucessão, receberá igualmente os bens existentes no estado em que se acharem.
	(TCERJ-2021-CESPE): Conforme as disposições legais sobre pessoas naturais, julgue o item a seguir: Em caso de desaparecimento do corpo de pessoa vitimada em grave acidente aéreo, depois de esgotadas as buscas e averiguações, a declaração de óbito independe de decretação judicial de ausência. BL: art. 7º, I e § único, CC.
(TRT1-2014-FCC): Alexandre, casado com Maria, viajava a serviço em uma embarcação que desapareceu em um rio caudaloso, tendo, provavelmente, naufragado durante uma tempestade. Neste caso, Maria poderá requerer a declaração de morte presumida de seu cônjuge, sem decretação de ausência, depois de esgotadas as buscas e averiguações e a sentença deverá fixar a data provável do falecimento. BL: art. 7º, I e § único, CC.
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. (TJSP-2008/2009) (DPEBA-2010) (DPEDF-2013) (MPPE-2014) (TJPB-2015) (MPSC-2016) (Cartórios/TJRO-2017) (MPMG-2018) (MPSP-2019) (Cartórios/TJSC-2019) 
	(TRF2-2018-IBFC): Devido ao desabamento do Edifício Wilton Paes de Almeida, localizado na capital do Estado de São Paulo, após um incêndio de grandes proporções ocorrido no local, pai e filho se encontravam no interior do prédio e vieram a falecer. Não tendo sido identificado por perícia qual foi o momento da morte de cada um dos dois, assinale a alternativa correta: a hipótese é de comoriência. BL: art. 8º, CC.
(MPMG-2017): Assinale a alternativa correta: A comoriência é compatível com a morte presumida, sem a decretação de ausência. BL: art. 7º e 8º, CC.
##Atenção: A morte presumida é ficta, isto é, o juiz declara a morte de alguém, com base numa extrema probabilidade, em função de perigo de vida ou tendo desaparecido em guerra ou campanha por mais de dois anos. Perceba-se que em ambos os casos, é faltante o cadáver. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, é possível decretar-se a comoriência, presumindo-se simultaneamente mortos.
(MPMG-2017): Assinale a alternativa correta: A comoriência encerra presunção relativa de falecimento ao mesmo tempo, não havendo necessidade de que seja do mesmo modo. BL: art. 8º, CC.
##Atenção: ##MPSP-2019: Ressalta-se que o requisito que a lei impõe é temporal, não há restrição em relação ao modo da morte. Portanto, a comoriência é o fenômeno da morte de duas ou mais pessoas no mesmo evento, que se traduz numa "presunção legal e relativa" quanto "ao momento da morte", conforme art. 8º do CC.
(TJDFT-2014-CESPE): A comoriência pode ser reconhecida ainda que os óbitos não tenham decorrido de um único acidente. BL: art. 8º, CC.
##Atenção: A morte conjunta ocorrida no mesmo evento é comum, mas situações haverá de pessoas falecidas em locais ou ocasiões distintas, mas no mesmo instante, sem que se possa averiguar quem precedeu. Nestas situações, haverá presunção de comoriência de morte simultânea, aplicando o art. 8º do CC. No campo sucessório, se os comorientes são herdeiros uns dos outros, não há transferência de direitos entre eles. Ausente o vínculo sucessório, não há falar em comoriência.
##Atenção: Maria Berenice Dias ensina: “Não havendo a possibilidade de saber quem é herdeiro de quem, a lei presume que as mortes foram concomitantes. Desaparece o vínculo sucessório entre ambos. Com isso, um não herda do outro e os bens de cada um passam aos seus respectivos herdeiros.”(fonte: DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Sucessões. 7. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: RT, 2010, pág. 286.).
(TJRJ-2013-VUNESP): Marido e mulher, casados pelo regime da separação total de bens, morreram em um acidente de avião, sem se conseguir, aplicando-se todas as técnicas da medicina legal, identificar qual dos mortos faleceu primeiro. Deixaram filhos. Nesse caso, quanto à sucessão, é correto afirmar que pelo regime de bens, um cônjuge poderia ser herdeiro do outro, mas, no presente caso, devido à comoriência, não cabe direito sucessório entre si, pelo que os filhos serão os herdeiros de todo o monte partível. BL: art. 8º, CC.
Art. 9o Serão registrados em registro público: 
I - os nascimentos, casamentos e óbitos; (MPSP-2010) (TJDFT-2012) (Cartórios/TJMG-2012) (MPRR-2017) (MPBA-2018) (TJPA-2019)
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; (MPMG-2012) (TRF4-2014) (TJPB-2015) (MPRR-2017) (MPBA-2018) (TJPA-2019) (Cartórios/TJMG-2019)
 III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; (TJMT-2009) (MPMG-2012) (TRF2-2013) (DPEMA-2015) (MPBA-2018) (MPSC-2019) (Cartórios/TJMG-2019)
	(PGM-Várzea Paulista/SP-2016-VUNESP): As interdições deverão ser registradas no registro civil de pessoas naturais. BL: art. 29, V da LRP c/c art. 9º, III do CC.
##Atenção: Tanto a interdição por incapacidade absoluta quanto a interdição por incapacidade relativa demandam registro em registro público.
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. (TJDFT-2012) (MPMG-2012) (MPBA-2018) (Cartórios/TJMG-2012/2019)
	##Atenção: Dica bem conhecida para ajudar a lembrar dos casos de REGISTRO:
NASCEU (nascimento) - CRESCEU (emancipação) - CASOU (casamento) - FICOU DOIDO (interdição) - FUGIU (ausência) e  MORREU (óbito e morte presumida).
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
	##Atenção: Dica para diferenciar REGISTRO de AVERBAÇÃO:
· Registro (art. 9º) - iniciam com vogal 
· Averbação (art. 10) - iniciam com preposição Parte superior do formulárioParte inferior do formulário
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; (MPSP-2006/2010) (MPCE-2011) (MPMG-2012) (TJMA-2013) (TRF2-2013) (TJPA-2019) (MPSC-2019)
	(TJCE-2018-CESPE): Conforme o Código Civil e a Lei de Registros Públicos, depende de averbação a sentença de divórcio. BL: art. 10, I, CC c/c art. 29, §1º, “a” c/c art. 167, II, 14, da LRP.
(MPRR-2017-CESPE): No Registro Civil das Pessoas Naturais é feita a averbação: Das sentenças de nulidade do casamento. BL: art. 10, I, CC e art. 29, §1º, “a” da LRP.
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; (MPPR-2013) (TRF2-2013) (TRF5-2015) (MPSC-2019) (Cartórios/TJMG-2019)
	(TJPA-2019-CESPE): De acordo com o Código Civil, devem ser averbados em registro público os atos judiciais que declararemou reconhecerem filiação. BL: art. 10, II, CC.
(TJPA-2019-CESPE): De acordo com o Código Civil, devem ser averbados em registro público os atos extrajudiciais que declararem ou reconhecerem filiação. BL: art. 10, II, CC.
(TJMG-2008): De acordo com o Código Civil, averba-se em registro público sentença que declara ou reconhece a filiação. BL: art. 10, II e art. 1609, II, ambos do CC.
III - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)
	JDC nº 272: Não é admitida em nosso ordenamento jurídico a adoção por ato extrajudicial, sendo indispensável a atuação jurisdicional, inclusive para a adoção de maiores de dezoito anos.
JDC nº 273: Tanto na adoção bilateral quanto na unilateral, quando não se preserva o vínculo com qualquer dos genitores originários, deverá ser averbado o cancelamento do registro originário de nascimento do adotado, lavrando-se novo registro. Sendo unilateral a adoção, e sempre que se preserve o vínculo originário com um dos genitores, deverá ser averbada a substituição do nome do pai ou mãe naturais pelo nome do pai ou mãe adotivos.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
	(TJPR-2008): É possível afirmar, mesmo à luz da doutrina que preconiza a constitucionalização do Direito Civil, que nem todo direito fundamental é direito da personalidade.
##Atenção: À luz da constitucionalização do Direito Civil, três são os princípios magnos afetos aos direitos da personalidade, quais sejam: a) os da dignidade humana; b) da solidariedade social e; c) da igualdade (art. 1º, III; 3º, I; 5º, caput, CF). Consequentemente, a garantia do direito à propriedade não guarda qualquer relação com os direitos da personalidade (art. 5º, XXII, CF).
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. (TJMG-2009) (DPEMA-2009) (TJMS-2010) (DPEAM-2011) (PGESP-2012) (TRF4-2012) (MPDFT-2013) (MPRS-2014) (DPEPR-2014) (MPF-2011/2015) (PGEAM-2016) (MPMG-2017) (MPBA-2015/2018) (MPMS-2018) (MPSP-2019) (MPPI-2019) (DPERJ-2021)
	JDC nº 04: O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral. (DPEMA-2009) (DPEAM-2011) (PGESP-2012) (TRF4-2012) (TJDFT-2016) (PGEAM-2016) (MPSP-2019) (MPPI-2019) (DPERJ-2021)
JDC nº 139: Os direitos da personalidade podem sofrer limitações, ainda que não especificamente previstas em lei, não podendo ser exercidos com abuso de direito de seu titular, contrariamente à boa-fé objetiva e aos bons costumes. (DPEMA-2009) (MPDFT-2015) (MPSC-2016) (MPSP-2019) (MPPI-2019)
JDC nº 274: Os direitos da personalidade, regulados de maneira não exaustiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida no art. 1º, inc. III, da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana). Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se aplicar a técnica da ponderação. (TJMG-2009) (MPRS-2014)
JDC nº 531: A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento. (MPMS-2018)
JDC nº 532: É permitida a disposição gratuita do próprio corpo com objetivos exclusivamente científicos, nos termos dos arts. 11 e 13 do Código Civil.
	(MPSP-2019): Considere a afirmação a seguir: Os direitos da personalidade são extrapatrimoniais, imprescritíveis e vitalícios. BL: art. 11, CC.
##Atenção: Flávio Tartuce explica que, “partindo para a análise de suas características, os direitos da personalidade são tidos como intransmissíveis, irrenunciáveis, extrapatrimoniais e vitalícios, eis que comuns à própria existência da pessoa. Tratam-se ainda de direitos subjetivos, inerentes à pessoa (inatos), tidos como absolutos, indisponíveis, imprescritíveis e impenhoráveis.” (Fonte: TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil – Vol. Único, 10ª Ed., Forense: Editora Método, 2020, p. 93).
(MPBA-2018): A partir de 1988, muito se falou no Brasil da influência da Constituição Federal nos demais ramos Direito. Em 2002, o Código Civil, sob a égide do Direito Constitucional, introduziu importantes modificações no Direito Privado Brasileiro, destacando-se aquelas relativas aos direitos da personalidade, à privacidade, à imagem, à integridade física entre outros relevantes direitos regulados na parte geral do referido diploma legal. Considere os preceitos normativos ali contidos e julgue a seguinte afirmativa: Os direitos da personalidade são intransferíveis com exceção dos casos previstos em lei. BL: art. 11, CC.
(MPF-2017): Relativamente ao chamado direito ao esquecimento, é correto afirmar que: A tese ganhou força com a aprovação do Enunciado 531 na VI Jornada de Direito Civil, promovida pelo CJF/STJ. BL: Enunciado 531, JDC.
(MPSC-2016): De acordo com o CC/02, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Todavia, alguns direitos excepcionam referida regra, como por exemplo, o direito a imagem e o direito a honra. BL: art. 11, CC e Enunciado 04 JDC.
##Atenção: Tartuce explica que, “via de regra, são irrenunciáveis e intransmissíveis, extrapatrimoniais e vitalícios, eis que comuns à própria existência da pessoa. São também direitos subjetivos, inerentes à pessoa (inatos). O direito da personalidade não é disponível no sentido estrito, sendo transmissíveis apenas expressões do uso do direito da personalidade. Em outras palavras, existem aspectos patrimoniais do direito de personalidade que podem ser destacados ou transmitidos, desde que de forma limitada. Ex.: cessão onerosa dos direitos patrimoniais da imagem de um atleta profissional, cessão patrimonial dos direitos do autor (art. 28, Lei 9.610/98).” (Fonte: TARTUCE, Flávio, Manual de Direito Civil, vol. único, 2016, p. 110-111).Parte superior do formulárioParte inferior do formulário
(DPEPE-2015-CESPE): A respeito de direitos da personalidade, pessoas jurídicas e personalidade, julgue o item a seguir, de acordo com a jurisprudência do STJ. A exagerada e indefinida exploração midiática de crimes e tragédias privadas deve ser impedida, a fim de se respeitar o direito ao esquecimento das vítimas de crimes e, assim, preservar a dignidade da pessoa humana. BL: Enunciado 531, JDC.
(TJPR-2014-PUCPR): Consistem em direitos da personalidade, dentre outros: o direito à vida, ao próprio corpo, à liberdade de pensamento e de expressão, à liberdade, à honra, ao recato, à imagem e à identidade. BL: Enunciado 274, JDC.
(DPERS-2014-FCC): Os direitos de personalidade são adquiridos pelo sujeito independentemente da vontade, mas seu exercício admite limitação voluntária, desde que esta não ocorra de forma geral e permanente. BL: art. 11, CC e Enunciado 04 da JDC.
(TJDFT-2014-CESPE): A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento. BL: Enunciado 531, JDC.
##Atenção: Em março de 2013, na VI JDC, foi aprovado um Enunciado 531 defendendo a existência do direito ao esquecimento como uma expressão da dignidade da pessoa humana. Vale ressaltar que há doutrinadores que criticam a existência de um “direito ao esquecimento”. O Min. Luis Felipe Salomão, no julgamento do REsp 1.335.153-RJ, apesar de ser favorável ao direito ao esquecimento, colacionou diversos argumentos contrários à tese. Vejamos os mais relevantes: a) o acolhimento do chamado direito ao esquecimento constituiria um atentado à liberdade de expressão e de imprensa; b) o direito de fazer desaparecer as informações que retratam uma pessoa significa perda da própria história, o que vale dizer que o direito ao esquecimento afronta o direito à memória de toda a sociedade; c) o direito ao esquecimento teria o condão de fazer desaparecer registros sobre crimes e criminosos perversos, que entraram para a história social, policial e judiciária, informações de inegável interesse público; d) é absurdo imaginar que uma informação que é lícita se torne ilícita pelo simples fato de que já passou muito tempo desde a sua ocorrência; e) quando alguémse insere em um fato de interesse coletivo, mitiga-se a proteção à intimidade e privacidade em benefício do interesse público. Sem dúvida nenhuma, o principal ponto de conflito quanto à aceitação do direito ao esquecimento reside justamente em como conciliar esse direito com a liberdade de expressão e de imprensa e com o direito à informação.
(DPERS-2014-FCC): O sistema de codificação do CC/02 estabeleceu a visão antropocêntrica ao Direito Privado, da qual é exemplo a previsão normativa dos direitos da personalidade.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. (MPSP-2008) (TJMG-2009) (DPEMA-2009) (DPEGO-2010) (MPF-2008/2011) (TJRO-2011) (DPEAM-2011) (DPEPR-2012) (PGESP-2012) (MPDFT-2013) (TJPI-2015) (MPBA-2015/2018) 
	JDC nº 05: 1) as disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam-se, inclusive, às situações previstas no art. 20, excepcionados os casos expressos de legitimidade para requerer as medidas nele estabelecidas; 2) as disposições do art. 20 do novo Código Civil têm a finalidade específica de regrar a projeção dos bens personalíssimos nas situações nele enumeradas. Com exceção dos casos expressos de legitimação que se conformem com a tipificação preconizada nessa norma, a ela podem ser aplicadas subsidiariamente as regras instituídas no art. 12.
JDC nº 140: A primeira parte do art. 12 do Código Civil refere-se às técnicas de tutela específica, aplicáveis de ofício, enunciadas no art. 461 do Código de Processo Civil, devendo ser interpretada com resultado extensivo.
JDC nº 631: A liberdade de expressão não goza de posição preferencial em relação aos direitos da personalidade no ordenamento jurídico brasileiro.
	(MPPE-2014-FCC): A artista “X”, que se apresenta totalmente nua frequentemente em casas noturnas, constatou que seus vizinhos sorrateiramente a espionavam, fotografavam e filmavam despida, no interior de sua residência, divulgando o material em redes sociais. Nesse caso ela poderá requerer ao Juiz competente providências para impedir e fazer cessar esses atos. BL: art. 12, CC.
(MPMG-2010): Nem todos os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, podendo o titular requerer que cesse a ameaça ou a lesão a qualquer deles. BL: arts. 11 e 12, CC.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente [= supérstite], ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. (MPF-2008) (TJRO-2011) (DPEAM-2011) (TJMG-2009/2012) (DPEPR-2012) (PGESP-2012) (TJSP-2013) (MPDFT-2013) (TJPI-2015) (MPBA-2018) (DPEDF-2013/2019) (MPMG-2019)
	Súmula 642-STJ: O direito à indenização por danos morais transmite-se com o falecimento do titular, possuindo os herdeiros da vítima legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a ação indenizatória.
JDC nº 275: O rol dos legitimados de que tratam os arts. 12, parágrafo único, e 20, parágrafo único, do Código Civil também compreende o companheiro.
JDC nº 398: As medidas previstas no art. 12, parágrafo único, do Código Civil podem ser invocadas por qualquer uma das pessoas ali mencionadas de forma concorrente e autônoma.
JDC nº 399: Os poderes conferidos aos legitimados para a tutela post mortem dos direitos da personalidade, nos termos dos arts. 12, parágrafo único, e 20, parágrafo único, do CC, não compreendem a faculdade de limitação voluntária.
JDC nº 400: Os parágrafos únicos dos arts. 12 e 20 asseguram legitimidade, por direito próprio, aos parentes, cônjuge ou companheiro para a tutela contra lesão perpetrada post mortem.
	##Atenção: ##STF: ##DOD: ##DPEDF-2019: ##CESPE: Inexistência do direito à indenização em razão da divulgação, no jornal, de imagem do cadáver morto em via pública: Jornal divulgou a foto do cadáver de um indivíduo morto em tiroteio ocorrido em via pública. Os familiares do morto ajuizaram ação de indenização por danos morais contra o jornal alegando que houve violação aos direitos de imagem. O STF julgou a ação improcedente argumentando que condenar o jornal seria uma forma de censura, o que afronta a liberdade de informação jornalística. STF. 2ª Turma. ARE 892127 AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 23/10/18 (Info 921).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##DPEDF-2013: ##CESPE: O espólio não tem legitimidade ativa para ajuizar ação em que o dano moral pleiteado pela família tem como titulares do direito os herdeiros, não por herança, mas sim por causa de direito próprio deles. STJ. 4ª T. REsp 1143968-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 26/2/2013 (Info 517). STJ. 4ª T. REsp 1209474-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 10/9/2013 (Info 532). Veja o teor da Súmula 642 do STJ, citada acima.
	(MPMG-2019): Analise a seguinte proposição sobre o fim da personalidade da pessoa natural e marque a alternativa correta: É facultado ao cônjuge sobrevivente, ou a qualquer parente em linha reta ou colateral até o quarto grau, exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade de pessoa já falecida, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. BL: arts. 12, caput e único, CC
(Anal. Judic./TJAM-2019-CESPE): Embora o direito à honra seja personalíssimo, o direito de exigir sua reparação econômica, no caso de dano moral, se transmite aos sucessores do ofendido, caso este tenha falecido. BL: art. 12, § único, CC.
(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): O companheiro sobrevivente tem legitimidade para requerer medida judicial para que cesse lesão a direito da personalidade da pessoa falecida com quem possuía união estável. BL: art. 12, § único e Enunciado 275, JDC.
(MPBA-2015): O cônjuge sobrevivente ou qualquer parente do morto, em linha reta, ou colateral até o quarto grau, pode exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. BL: art. 12 e § único, CC.
##Atenção: Consagra o art. 12, § único do CC a situação dos lesados indiretos. Quando se tratar de lesão a interesses econômicos, o lesado indireto será aquele que sofre um prejuízo em interesse patrimonial próprio, resultante de dano causado a um bem jurídico alheio, podendo a vítima estar falecida ou declarada ausente. Assim, o lesado indireto reclama por direito próprio, por prejuízos que sofra, e age de forma concorrente e autônoma. É o que ocorre na situação de dano por ricochete. Os legitimados previstos legalmente para proteção dos direitos da personalidade são: a) cônjuge sobrevivente; b) parentes em linha reta ou colateral até 4º grau.
(MPPA-2014-FCC): Gilberto Costa, mais conhecido pelo pseudônimo Jacinto Perez, faleceu deixando apenas sobrinhos. Depois de seu falecimento, passou a ser injustamente difamado em redes sociais. As ofensas mencionavam ora Gilberto Costa ora Jacinto Perez. Os sobrinhos poderão requerer que cessem as ofensas ao falecido tio, não importando se dirigidas a Gilberto Costa ou a Jacinto Perez, além de reclamar perdas e danos. BL: art. 12 c/c art. 19, CC.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. (DPEMA-2009) (DPEAM-2011) (TJSC-2013) (TRF4-2012/2014) (TJPR-2010/2019) 
	(DPERJ-2021-FGV): A respeito dos direitos da personalidade, é correto afirmar que: as partes destacadas e recuperáveis do corpo humano – como fio de cabelo, saliva, sêmen – merecem a mesma proteção recebida pelas partes não recuperáveis do corpo.
##Atenção: O direito à integridade física concerne à proteção jurídica do corpo humano, isto é, à sua incolumidade corporal, incluída a tutela do corpo vivo e do corpo morto, além dos tecidos, órgãos e partes suscetíveis de separação e individualização. O STJ reconhece a proteção à integridade física independentemente de o dano ter deixado sequelas graves (STJ, REsp. 575.576, 2004) (CRISTIANO, Chaves. Curso de Direito Civil, Vol. 1. 15ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2017, p.225). Anderson Schreiber que embora o CC/02 não tenha tratado especificamente das partes destacadas do corpo humano, como unhas, fios de cabelo e sêmen, se limitando a estabelecer que são proibidos os atos de disposição do próprio corpo (art. 13), a doutrina tem entendido que há extensão, ou seja, que elas estão incluídas na proteção legal. (Fonte: Artigo de Anderson Schreiber publicado na obra: Gustavo Tepedino; Luiz Edson Fachin. (Orgs.). Diálogos sobre Direito Civil. Rio de Janeiro: Renovar, 2008, v. II, p. 231-264).
##Atenção: A teor do art. 13 do CC, os direitos da personalidade estão sujeitos à disponibilidade relativa.
##Atenção: Segundo o teor do art. 13 do CC, é defeso, ou seja, é proibido, o ato de disposição do próprio corpo quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Desse modo, toda pessoa tem direito a dispor de seu próprio corpo, desde que tal disposição não resulte em diminuição permanente da integridade física ou contrarie os bons costumes. Em se tratando de diminuições permanentes da integridade física, como ocorrem nas amputações por gangrena de extremidades ou para retirada de órgãos e tecidos cancerígenos, são possíveis através de exigência médica. Por "exigência médica" entende-se não só a busca pelo bem estar físico, mas também pelo psicológico, consoante o teor do Enunciado 6 da I JDC, abaixo citado. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. (TRF4-2014)
	JDC nº 06: A expressão “exigência médica” contida no art. 13 refere-se tanto ao bem-estar físico quanto ao bem-estar psíquico do disponente. (DPEMA-2009) (TRF4-2014)
JDC nº 276: O art. 13 do Código Civil, ao permitir a disposição do próprio corpo por exigência médica, autoriza as cirurgias de transgenitalização, em conformidade com os procedimentos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e a consequente alteração do prenome e do sexo no Registro Civil. (DPEMA-2009) (TJDFT-2015)
JDC nº 401: Não contraria os bons costumes a cessão gratuita de direitos de uso de material biológico para fins de pesquisa científica, desde que a manifestação de vontade tenha sido livre, esclarecida e puder ser revogada a qualquer tempo, conforme as normas éticas que regem a pesquisa científica e o respeito aos direitos fundamentais.
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPSC-2019: Não se exige que o indivíduo tenha deixado um documento escrito dizendo que desejava ser submetido à criogenia, podendo essa vontade ser provada por outros meios, como a declaração do familiar mais próximo. Não há exigência de formalidade específica acerca da manifestação de última vontade do indivíduo sobre a destinação de seu corpo após a morte, sendo possível a submissão do cadáver ao procedimento de criogenia em atenção à vontade manifestada em vida. A criogenia (ou criopreservação) é a técnica de congelamento do corpo humano após a morte, em baixíssima temperatura, a fim de conservá-lo, com o intuito de reanimação futura da pessoa caso sobrevenha alguma importante descoberta científica que possibilite o seu retorno à vida. Em outras palavras, a criogenia consiste no congelamento de cadáveres a baixas temperaturas, com a finalidade de que, com os possíveis avanços da ciência, sejam, um dia, ressuscitados. STJ. 3ª T. REsp 1693718-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 26/3/19 (Info 645).
	(MPSC-2019): Segundo entendimento do STJ, não há exigência de formalidade específica acerca da manifestação de última vontade do indivíduo sobre a destinação de seu corpo após a morte, sendo possível a submissão do cadáver ao procedimento de criogenia em atenção à vontade manifestada em vida. BL: Info 645, STJ.
	(PCRS-2018-FUNDATEC): Além da possibilidade legal de realização de transplantes e exceto por determinação médica, é defeso o ato de disposição sobre o próprio corpo quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. BL: art. 13 e § único, CC.
(MPSC-2013): Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física ou contrariar os bons costumes. O ato a que se refere a lei será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. BL: art. 13 e § único, CC.
(MPSP-2012): Por se tratar de direito da personalidade, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes, salvo na seguinte hipótese: Para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. BL: art. 13, CC.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. (DPEMA-2009) (TJPR-2010) (DPEAM-2011) (TJMG-2012) (PGESP-2012) (TRF4-2014) (MPDFT-2015) (TJSP-2015) (MPBA-2015) (MPMG-2017) (Cartórios/TJMG-2019) (DPERJ-2021)
	(TJMS-2020-FCC): Luiz Antônio, sentindo-se perto da morte, por meio de testamento, dispõe gratuitamente do próprio corpo em prol da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, para estudos em curso médico. Excepciona porém o coração, em relação ao qual pleiteia seja enterrado no túmulo de sua família. Esse ato é válido, por ter objetivo científico, ser gratuito e por não ser defesa a disposição parcial do corpo após a morte. BL: art. 13, § único c/c art. 14, CC.
(TJPR-2019-CESPE): Conforme os direitos da personalidade, a disposição do próprio corpo é permitida, após a morte, para fins científicos e de forma gratuita. BL: art. 14, CC.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. (DPEMA-2009) (TJPR-2010) (DPEAM-2011) (TJMG-2012) (TRF4-2014) (MPMG-2017) (Cartórios/TJMG-2019) (DPERJ-2021)
	JDC nº 277: O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição gratuita do próprio corpo, com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte, determinou que a manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, portanto, a aplicação do art. 4º da Lei n. 9.434/97 ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial doador. (TRF4-2014) (MPMG-2017) (Cartórios/TJPR-2019) (TJMS-2020)
JDC nº 402: O art. 14, parágrafo único, do Código Civil, fundado no consentimento informado, não dispensa o consentimento dos adolescentes para a doação de medula óssea prevista no art. 9º, § 6º, da Lei n. 9.434/1997 por aplicação analógica dos arts. 28, § 2º (alterado pela Lei n. 12.010/2009), e 45, § 2º, do ECA.
	(Cartórios/TJPR-2019-UFPR): Afrânio, renomado cientista, ofereceu seu corpo para estudo após a sua morte. Para tanto, registrou sua vontade em cartório. Todavia, três anos após o registro em cartório, se arrependeu do ato de disposição de seu próprio corpo, por questões religiosas. Sobre o ato de revogação, é correto afirmar: O ato de disposição pode ser revogado a qualquer tempo. BL: art. 14 e § único, CC.
(MPBA-2018): Considere que, na atualidade, há grande apelo para as doações de órgãos e tecidos humanos e para atender a essa necessidade a lei civil estabelece que, com o objetivo exclusivamente altruístico, ou científico pode o cidadão dispor para depois de sua morte: Do próprio corpo, no todo ou em parte, sendo tal disposição revogável e gratuita. BL: art. 14 e § único, CC.
(Anal. Judic./TRF5-2017-FCC): Paulo se obrigou a ceder à terceiro o seu corpo, depois de morto, em contrapartida ao pagamento de mil reais aos seus herdeiros. Nesse caso, de acordo com o CC/02, esse contrato é inválido, pois não se admite a disposição onerosa do próprio corpo para depois da morte. BL: art. 14, CC.
(TJMG-2007): Na sistemática do Código Civil, os direitos da personalidade são indisponíveis. Mas, casualmente, admite-se temperamentos. Assim, são relativamente disponíveis, de acordo com a lei: o direito à integridade física. BL: arts. 13 e 14, CC.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. (DPEAM-2011)(TJMG-2012) (DPESP-2012) (PCGO-2013) (MPBA-2015) 
	JDC nº 403: O Direito à inviolabilidade de consciência e de crença, previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal, aplica-se também à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão de sangue, com ou sem risco de morte, em razão do tratamento ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios: a) capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo representante ou assistente; b) manifestação de vontade livre, consciente e informada; e c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante.
JDC nº 533: O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os aspectos concernentes a tratamento médico que possa lhe causar risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos.
	(TJSP-2017-VUNESP): No caso da celebração de um contrato de prestação de serviços vinculados à saúde, a obtenção do consentimento informado do paciente, destinatário final do atendimento, é obrigatória, tratando-se de obrigação vinculada ao princípio da boa-fé. BL: art. 15, CC e Enunciado 533 da JDC. 
##Atenção: Todos os riscos e possíveis sequelas provenientes de determinado ato cirúrgico devem ser previamente alertados ao paciente, para que possa ser obtido seu consentimento. Assim, se o médico deixar de informar o paciente sobre possíveis sequelas decorrentes do ato cirúrgico deve indenizá-lo, ainda que tenha sido diligente na execução de suas atividades profissionais. (STJ - AREsp 615340 PE 2014/0297407-4 - 2014).
##Atenção: O Princípio do CONSENTIMENTO INFORMADO constitui direito do paciente de participar de toda e qualquer decisão sobre tratamento que possa afetar sua integridade psicofísica e o dever de o médico alertar sobre os riscos e benefícios das terapêuticas envolvidas.
(DPEES-2008-CESPE): O indivíduo não pode ser constrangido a submeter-se a tratamento ou a intervenção cirúrgica com risco de morte. BL: art. 15, CC.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. (TJMG-2007) (TJMA-2008) (MPMS-2011) (MPM-2013) (MPRS-2014) (TRF4-2014)
	(TRF2-2014): Nome é um direito personalíssimo e, em princípio, é inalterável e imutável, salvo as exceções em lei, sendo possível a supressão de um patronímico pelo casamento, desde que não haja prejuízo à ancestralidade nem à sociedade. BL: art. 16, CC e Entendimento do STJ.
##Atenção: Segundo o STJ, “a supressão devidamente justificada de um patronímico em virtude do casamento realiza importante direito da personalidade, desde que não prejudique a plena ancestralidade nem a sociedade Preservação da autonomia de vontade e da integridade psicológica perante a unidade familiar no caso concreto.”. (REsp 1433187/SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 3ª T., j. 26/05/2015).
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. (TRT3-2007) (MPSC-2013) (MPMG-2014) (Cartórios/TJMG-2019)
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. (TRT3-2007) (DPEPR-2012)
	JDC nº 278: A publicidade que venha a divulgar, sem autorização, qualidades inerentes a determinada pessoa, ainda que sem mencionar seu nome, mas sendo capaz de identificá-la, constitui violação a direito da personalidade.
	(Cartórios/TJPR-2019-UFPR): Júlio de Almeida, famoso ator de teatro, usa como pseudônimo Hélio das Dores. Tendo atuado em vários palcos pelo mundo a fora, sua fama é internacional. Sabendo disso, a empresa “X” usa o pseudônimo de Júlio em propaganda comercial. Levando em consideração os dados apresentados, assinale a alternativa correta: Júlio de Almeida deve autorizar o uso do pseudônimo. BL: art. 18, CC.
(PCRS-2018-FUNDATEC): Não se pode usar o nome de outrem em propaganda comercial sem a devida autorização. BL: art. 18, CC.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. (TJDFT-2007) (TJMA-2008) (MPF-2011) (TJMG-2012) (PGESP-2012) (MPMG-2014) (MPBA-2018) (Cartórios/TJPR-2019) (Cartórios/TJMG-2019)
	(ABIN-2018-CESPE): A proteção do pseudônimo, nome por meio do qual autor de obra artística, literária ou científica se oculta, é expressamente assegurada se sua utilização for para atividades lícitas. BL: art. 19, CC.
(TJSC-2017-FCC): “De nossa parte, lembramos ainda a já afirmada função identificadora do pseudônimo, relativamente à esfera de ação em que é usado, o que, sem dúvida, é um traço distintivo do falso nome, que, evidentemente, embora, em certas circunstâncias, possa vir também a exercer papel semelhante, não é usado com essa finalidade, senão com a de frustrar qualquer possibilidade de identificação.” (R. Limongi França. Do Nome Civil das Pessoas Naturais. p. 542. 3. ed. São Paulo. RT, 1975). Essa afirmação é compatível com o direito brasileiro, porque o pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. BL: art. 19, CC.
(TJSP-2015-VUNESP): O pseudônimo licitamente utilizado goza de proteção que se dá ao nome. BL: art. 19, CC.
##Atenção: O pseudônimo possui as mesmas proteções garantidas ao nome.
(TRF2-2013-CESPE): A proteção legal do pseudônimo se restringe aos adotados para as atividades lícitas. BL: art. 19 do CC.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815) (MPF-2008) (PGESP-2012) (MPDFT-2013) (MPSC-2013) (MPRS-2014) (TRF4-2014) (TJSP-2015) (DPU-2017) (MPBA-2018) (Cartórios/TJMG-2019)
	##Atenção: ##STJ: #DOD: ##DPERJ-2021: ##FGV: O uso da imagem de torcedor inserido no contexto de uma torcida não induz a reparação por danos morais quando não configurada a projeção, a identificação e a individualização da pessoa nela representada: Em regra, a autorização para uso da imagem deve ser expressa; no entanto, a depender das circunstâncias, especialmente quando se trata de imagem de multidão, de pessoa famosa ou ocupante de cargo público, há julgados do STJ em que se admite o consentimento presumível, o qual deve ser analisado com extrema cautela e interpretado de forma restrita e excepcional. De um lado, o uso da imagem da torcida - em que aparecem vários dos seus integrantes - associada à partida de futebol, é ato plenamente esperado pelos torcedores, porque costumeiro nesse tipo de evento; de outro lado, quem comparece a um jogo esportivo não tem a expectativa de que sua imagem seja explorada comercialmente, associada à propaganda de um produto ou serviço, porque, nesse caso, o uso não decorre diretamente da existência do espetáculo. A imagem é a emanação de uma pessoa, a forma com a qual ela se projeta, se identifica e se individualiza no meio social. Não há violação ao direito à imagem se a divulgação ocorrida não configura projeção, identificação e individualização da pessoa nela representada. No caso concreto, o autor não autorizou ainda que tacitamente a divulgação de sua imagem em campanha publicitária de automóvel. Ocorre que, pelas circunstâncias, não há que se falar em utilização abusiva da imagem, tampouco em dano moral porque o vídeo divulgado não destaca a sua imagem, mostrando o autor durante poucos segundos inserido na torcida, juntamente com vários outros torcedores. STJ. 3ª T. REsp 1772593-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 16/06/20 (Info 674).
	(Téc. Judic./TJSC-2018-FGV): Quando de uma viagem a Fortaleza, ocorrida em maio de 2011, o casal Carolina e Rodrigo foram fotografados pelo gerente do Quiosque do Vento Ltda., de modo a registrar a presença em uma parede de fotos. No entanto, sem consentimento do casal, o gerente, no mês seguinteà visita deles, imprimiu a foto em tamanho superior ao das demais da parede de exposição e a inseriu em um grande cartaz publicitário afixado na parte externa do estabelecimento. Em maio do corrente ano, Carolina e Rodrigo retornam a Fortaleza e, para rememorar a viagem de 2011, visitam o Quiosque do Vento. Lá chegando, deparam-se com o enorme cartaz e exigem, de imediato, a sua retirada. Essa exigência de Carolina e Rodrigo é: adequada, pois o direito de personalidade é imprescritível. 
##Atenção: Inicialmente, de acordo com o art. 20, CC, a exposição da imagem de uma pessoa pode ser proibida (sem prejuízo de eventual indenização) se destinarem a fins comerciais. Apesar do direito de imagem ser disponível (permite ao seu titular obter proveito econômico, firmando contratos de licenciamento ou concessão de uso de sua imagem), caso haja violação a ele, tem a proteção comum aos demais direitos da personalidade, tais como ser absoluto, impenhorável, imprescritível, oponível erga omnes (contra todos), etc. Deve-se deixar claro uma coisa. Enquanto o cartaz publicitário estiver afixado no estabelecimento estará ocorrendo a violação ao direito de personalidade (violação contínua), que não se convalesce com o decorrer do tempo. Portanto, a qualquer tempo a pessoa lesada pode exigir a imediata retirada do cartaz. É isso o que deseja o casal. No entanto, segundo a jurisprudência, o prazo para requerer indenização pelo uso indevido da imagem é de três anos (art. 206, §3°, V, C). Vejamos, ainda, o teor da Súmula 403 do STJ: “Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”. Resumindo: Uma coisa é o direito em si (de retirada imediata do cartaz), imprescritível. Outra coisa é a indenização pelo uso indevido da imagem (nesse caso o direito prescreve em 3 anos). BL: art. 20, CC e S. 403, STJ.
(MPF-2017): Em matéria de direitos da personalidade, é correto afirmar que, quando se trata de pessoas que ocupam cargos públicos, prevalece o entendimento de que há uma ampliação da liberdade de informação jornalística. BL: Enunciado 279, CJF e art. 20, CC. (PGESP-2012)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. (DPU-2007) (MPDFT-2013) (MPBA-2018) (PCRS-2018)
	JDC nº 05: 1) as disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam-se, inclusive, às situações previstas no art. 20, excepcionados os casos expressos de legitimidade para requerer as medidas nele estabelecidas; 2) as disposições do art. 20 do novo Código Civil têm a finalidade específica de regrar a projeção dos bens personalíssimos nas situações nele enumeradas. Com exceção dos casos expressos de legitimação que se conformem com a tipificação preconizada nessa norma, a ela podem ser aplicadas subsidiariamente as regras instituídas no art. 12.
JDC nº 275: O rol dos legitimados de que tratam os arts. 12 parágrafo único, e 20, parágrafo único, do Código Civil também compreende o companheiro.
JDC nº 279: A proteção à imagem deve ser ponderada com outros interesses constitucionalmente tutelados, especialmente em face do direito de amplo acesso à informação e da liberdade de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á em conta a notoriedade do retratado e dos fatos abordados, bem como a veracidade destes e, ainda, as características de sua utilização (comercial, informativa, biográfica), privilegiando-se medidas que não restrinjam a divulgação de informações.
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide ADIN 4815)
	JDC nº 404: A tutela da privacidade da pessoa humana compreende os controles espacial, contextual e temporal dos próprios dados, sendo necessário seu expresso consentimento para tratamento de informações que versem especialmente o estado de saúde, a condição sexual, a origem racial ou étnica, as convicções religiosas, filosóficas e políticas
JDC nº 405: As informações genéticas são parte da vida privada e não podem ser utilizadas para fins diversos daqueles que motivaram seu armazenamento, registro ou uso, salvo com autorização do titular.
JDC nº 576: O direito ao esquecimento pode ser assegurado por tutela judicial inibitória.
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: O direito à retratação e ao esclarecimento da verdade possui previsão na CF/1988 e no Código Civil, não tendo sido afastado pelo STF no julgamento da ADPF 130/DF. O princípio da reparação integral (arts. 927 e 944 do CC) possibilita o pagamento da indenização em pecúnia e in natura, a fim de se dar efetividade ao instituto da responsabilidade civil. Dessa forma, é possível que o magistrado condene o autor da ofensa a divulgar a sentença condenatória nos mesmos veículos de comunicação em que foi cometida a ofensa à honra, desde que fundamentada em dispositivos legais diversos da Lei de Imprensa. STJ. 3ª Turma. REsp 1771866-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 12/2/19 (Info 642).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: Ação de indenização proposta por ex-goleiro do Santos em virtude da veiculação indireta de sua imagem (por ator profissional contratado), sem prévia autorização, em cenas do documentário “Pelé Eterno”. O autor alegou que a simples utilização não autorizada de sua imagem, ainda que de forma indireta, geraria direito a indenização por danos morais, independentemente de efetivo prejuízo. O STJ não concordou. A representação cênica de episódio histórico em obra audiovisual biográfica não depende da concessão de prévia autorização de terceiros ali representados como coadjuvantes. O STF, no julgamento da ADI 4.815/DF, afirmou que é inexigível a autorização de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais bem como desnecessária a autorização de pessoas nelas retratadas como coadjuvantes. A Súmula 403/STJ é inaplicável às hipóteses de representação da imagem de pessoa como coadjuvante em obra biográfica audiovisual que tem por objeto a história profissional de terceiro. STJ. 3ª T. REsp 1454016-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 12/12/17 (Info 621).
##Atenção: ##STJ: ##DOD:A Súmula 403 do STJ é inaplicável às hipóteses de divulgação de imagem vinculada a fato histórico de repercussão social. Caso concreto: a TV Record exibiu reportagem sobre o assassinato da atriz Daniela Perez, tendo realizado, inclusive, uma entrevista com Guilherme de Pádua, condenado pelo homicídio. Foram exibidas, sem prévia autorização da família, fotos da vítima Daniela. O STJ entendeu que, como havia relevância nacional na reportagem, não se aplica a Súmula 403 do STJ, não havendo direito à indenização. STJ. 3ª T. REsp 1.631.329-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, j. 24/10/17 (Info 614).
##Atenção: ##STF: ##DOD: O STF julgou procedente a ADI 4815, proposta pela Associação dos Editores de Livros (ANEL) e conferiu interpretação conforme a Constituição aos arts. 20 e 21 do CC/02 para declarar que não é necessária a autorização prévia para a publicação de biografias. Portanto, para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. As exatas palavras do STF foram as seguintes: “É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes”. Caso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram violadospela publicação, terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização pecuniária, como também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de resposta etc. STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 10/6/2015 (Info 789).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: Imagine que determinada modelo é fotografada para uma revista. O titular dos direitos autorais sobre essas fotos será o fotógrafo (e não a modelo). Em se tratando de fotografia, para efeitos de proteção do direito autoral, o autor – e, portanto, o titular do direito autoral – é o fotógrafo (e não o fotografado). O fotógrafo, detentor da técnica e da inspiração, é quem coordena os demais elementos complementares ao retrato do objeto – como iluminação – e capta a oportunidade do momento e o transforma em criação intelectual, digna, portanto, de tutela como manifestação de cunho artístico. A pessoa fotografada terá proteção jurídica, mas com base no direito de imagem (e não no direito autoral). Desse modo, a proteção do fotografado é feita com fundamento no art. 20 do Código Civil (e não com base na Lei 9.610/98). STJ. 4ª Turma. REsp 1.322.704-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 23/10/14 (Info 554).
	(PCRS-2018-FUNDATEC): A intimidade da pessoa natural é inviolável, e o juiz adotará as providências para fazer cessar ato contrário a esta norma. BL: art. 12 c/c 21, CC.
CAPÍTULO III
DA AUSÊNCIA
Seção I
Da Curadoria dos Bens do Ausente
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. (DPDF-2006) (MPMG-2010) (TJRJ-2012) (MPDFT-2013) (TRT1-2014) (Cartórios/TJRS-2015) (Cartórios/TJMG-2016)
	(Anal. Judic./TREMA-2015-IESES): A declaração de ausência poderá ser requerida com o desaparecimento de uma pessoa, sem deixar representante ou procurador. BL: art. 22, CC.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes. (TJRJ-2012) (Cartórios/TJRS-2015) 
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador. (MPDFT-2013) (Anal. Judic./TJMS-2017)
	JDC nº 97: No que tange à tutela especial da família, as regras do Código Civil que se referem apenas ao cônjuge devem ser estendidas à situação jurídica que envolve o companheiro, como, por exemplo, na hipótese de nomeação de curador dos bens do ausente (art. 25 do CC).
	(MPMG-2019): Analise a seguinte proposição sobre o fim da personalidade da pessoa natural e marque a alternativa correta: Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador, que será, preferencialmente, o cônjuge, salvo se separado judicialmente ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência. BL: arts. 22 e 25, caput, CC
(Anal. Judic./STM-2018-CESPE): O companheiro do ausente na ocasião do desaparecimento deste deve ser considerado como seu curador legítimo e possui preferência, em relação aos pais ou descendentes da pessoa desaparecida, para exercer essa função. BL: art. 25, CC e Enunc. 97, JDC.
(MPGO-2012): Nos termos da lei, será legítimo curador do ausente o seu cônjuge, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência. BL: art. 25, CC.
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
	(Cartórios/TJMG-2016-Consulplan): Quanto à ausência: Segundo o Código Civil, será nomeado curador do ausente o cônjuge ou o companheiro, por interpretação analógica e sistemática, os pais, ou os descendentes, nesta ordem. BL: art. 25 e §1º, CC.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
Seção II
Da Sucessão Provisória
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. (DPEMS-2008) (DPESC-2012) (MPDFT-2013) (MPPR-2013) (TJMT-2014) (Cartórios/TJRS-2015) (Cartórios/TJCE-2018)
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: 
I - o cônjuge não separado judicialmente; [obs.: inclui-se o(a) companheiro(a)] (DPESC-2012) (MPDFT-2013)
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; (DPESC-2012) (MPDFT-2013)
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; (DPESC-2012) (MPDFT-2013)
	(DPDF-2013-CESPE): Aqueles que, independentemente da existência de grau de parentesco, tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte possuem legitimidade, como interessados, em requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. BL: art. 26 c/c art. 27, III, CC.
##Atenção: Esses interessados não são apenas os parentes, eventuais sucessores do de cujus. Basta que haja algum interesse pecuniário. Nesse sentido, é o que prevê o art. 27 do CC.
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. (DPESC-2012) (MPDFT-2013)
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. (Anal. Judic./TRERN-2011)
	(MPSC-2013): A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. BL: art. 28, CC.
##Atenção: Do art. 28 do CC, extrai-se o seguinte (fonte: qconcursos):
· Regra: Os efeitos da sentença de abertura da sucessão provisória só após 180 dias de publicada na imprensa (pode ser que transite em julgado em momento anterior).
 
· Exceção: Quando o ausente houver deixado testamento, a sua abertura far-se-á tão logo da ocorrência do trânsito em julgado da sentença de abertura da sucessão provisória.
· Exceção: Em caso de inventário ou partilha, igualmente se dará após o trânsito em julgado da sentença de abertura da sucessão provisória.
§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente. (MPF-2005) (MPGO-2013)
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União. (MPGO-2012) (DPESC-2012)
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. (DPESC-2012) (Cartórios/TJMG-2016) (TJAL-2019) (DPEDF-2019)
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória,

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