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O desenho mecânico e elementos de ligação

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O desenho mecânico e elementos de ligação
Prof. José Ricardo Gomes Matheus
Descrição
Representação gráfica voltada para projeto de máquinas, peças mecânicas e normas, entre outros itens,
com o máximo de detalhes evidenciados.
Propósito
O desenho mecânico é a linguagem que permite uma comunicação padronizada na concepção de projetos
de máquinas. O entendimento de suas vantagens, portanto, é fundamental para a excelência do projeto.
Esse desenho representa graficamente uma ideia desde a sua concepção até o produto, servindo como
ponte entre nossos pensamentos e a realidade dando vida ao que está no papel. Tudo isso está alicerçado
por normas que unificam e internacionalizam a linguagem dos desenhos técnicos.
Objetivos
Módulo 1
Fundamentos do desenho mecânico
Reconhecer os fundamentos do desenho mecânico: contextualização, normas técnicas, vistas
ortográficas e projeções.
Módulo 2
Cortes em desenhos mecânicos
Interpretar os cortes em desenhos mecânicos.
Módulo 3
Tolerâncias e unidades
Identificar as tolerâncias geométricas e as unidades nos desenhos mecânicos.
Módulo 4
Elementos de ligações
Reconhecer os elementos de ligações desmontáveis e fixos nos desenhos mecânicos.
Introdução

Assista ao vídeo a seguir para entender porque o desenho mecânico é tão importante para o engenheiro.
Orientação sobre unidade de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de
tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a
unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o
padrão internacional de separação dos números e das unidades.
1 - Fundamentos do desenho mecânico
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os fundamentos do desenho mecânico:
contextualização, normas técnicas e vistas ortográ�cas e projeções.
Vamos começar!
Os desenhos mecânicos: de�nições, normas técnicas,
vistas ortográ�cas e projeções
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo.
Contextualizando o desenho mecânico
O que é um desenho mecânico?
O desenho é a linguagem dos engenheiros e técnicos: ele está para esses profissionais como o idioma está
para as pessoas em geral. Não existe projeto mecânico nas áreas de fabricação, montagem e manutenção
em que o engenheiro e o técnico não utilizem a linguagem gráfica.
Um desenho pode ser compreendido apenas pela sua forma, pela aplicação de uma
norma (lei) ou, na maioria das vezes, pela utilização das duas formas anteriores.
Desse modo, ao realizar um desenho, deve-se verificar se as vistas, os cortes, as
cotas e as indicações são suficientes para que ele alcance a finalidade a que se
destina.
Seja mediante um instrumento convencional (esquadros, compasso etc.), um esboço a mão livre ou com o
auxílio do computador, é preciso ter sempre em mente ao se redigir um desenho que apenas por intermédio
da leitura e da sua interpretação correta o elemento mecânico ou a máquina será construído. Por isso,

existe a necessidade de ter o conhecimento e o domínio das normas técnicas para que se possa redigir e
interpretar os desenhos corretamente.
Para entender o que é um desenho mecânico, é necessário primeiramente considerar cada termo que
compõe a expressão separadamente. Um desenho é uma linha ou delineamento que permite representar
uma figura.
O desenho mecânico, por sua vez, pode estar ligado a uma máquina, um dispositivo ou um mecanismo. Ele
é, portanto, uma representação gráfica de uma maquinaria, parte dela ou de suas peças. Trata-se de planos
ou de diagramas que mostram a disposição ou a operação desses dispositivos.
Em todos os tipos de expressão gráfica, seja na pintura, na escrita ou nos
desenhos, existe uma característica comum a todas elas: a necessidade de tal
representação ser entendida por outras pessoas, mesmo que ela faça parte
daquelas artes mais abstratas.
Este deve ser o nosso principal objetivo quando se redige um desenho: fazer com que ele seja entendido por
outras pessoas.
Normas técnicas ABNT
Normas utilizadas no desenho mecânico
Normas são o conjunto de regras colocado de forma simples ou um documento que contém especificações
técnicas ou outros critérios a serem seguidos ou respeitados. Não existe uma quantidade exata de normas:
elas podem ser elaboradas de acordo com as necessidades de instituições, de órgãos públicos, de um país
ou até de empresas (CATAPAN, 2014a, p. 8).
É nessa situação que se observa a importância das normas técnicas. Elas são documentos que
estabelecem critérios que devem ser seguidos por todos a fim de garantir a uniformidade da qualidade e da
segurança de bens e serviços oferecidos.
Com o objetivo de transformar o desenho técnico em linguagem gráfica e padronizá-lo, surgiram normas
internacionais usadas no mundo todo. Elas são uma espécie de guia que:
Facilita a compreensão de desenhos e projetos de pessoas de nacionalidades diferentes;
Simplifica processos de produção;
Unifica as características de um objeto, permitindo a substituição por outro.
As normas foram criadas pelos interessados em estabelecer códigos que regulassem as relações entre
consumidores, produtores, engenheiros, clientes e empreiteiros. Cada país elabora as suas normas. No
Brasil, elas são editadas e aprovadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), criada em
1940.
Vejamos uma relação de algumas normas utilizadas no desenho técnico mecânico fornecidas pela ABNT:
NBR 11534 - Representação de engrenagens em desenho técnico;
NBR 11145 - Representação de molas em desenho técnico;
NBR 8993 - Representação de partes roscadas em desenho técnico;
NBR 7165 - Símbolos gráficos de solda;
NBR 14220-2 - Mancais de deslizamento;
NBR 1414611 - Representação simplificada de estruturas metálicas;
NBR 14957 - Representação de recartilhado.
Saiba mais
Existem várias normas que regulam os desenhos na engenharia. Consultando o catálogo da ABNT, você
encontrará outras normas relativas ao desenho técnico.
Vistas ortográ�cas e projeções
Origem do método
Em 1795, Gaspard Monge (1746-1818), aos 49 anos de idade, criou um método com base na dupla projeção
ortogonal de um objeto tridimensional. Matemático, ele foi o responsável pela criação tanto da geometria
descritiva (base do desenho técnico projetivo) quanto da diferencial.
Chamadas de vista de cima, superior ou planta e vista de frente, frontal ou anterior, essas duas projeções
são representadas em dois planos ortogonais ou perpendiculares posteriormente denominados π e π’
(Imagem 1.1). Ambas passaram a ser representadas em um único plano graças a um rebatimento, gerando
o que se chama em geometria descritiva de épura.
Imagem 1.1 - Representação espacial da concepção original de Gaspard Monge sobre a projeção cilíndrica ortogonal em dois planos.
Foi a partir do método mongeano e dos conceitos dos diedros de projeções que, a partir de normas e
procedimentos do desenho técnico projetivo, foi possível chegar à representação gráfica bidimensional de
peças e objetos. Posteriormente, criou-se o terceiro plano ou plano de perfil (denominado π”), permitindo a
representação em três vistas.
Comentário
No processo evolutivo do desenho projetivo, ainda foi possível alcançar a concepção de se imaginar o
objeto no interior de um hexaedro ou cubo, permitindo a representação em até seis vistas, como será visto
adiante.
O desenho técnico projetivo, tal qual é representado hoje em dia, foi uma evolução da geometria descritiva
em função da rápida necessidade imposta por problemas de engenharia, principalmente em função da
Primeira Revolução industrial, que ocorreu entre 1780 e 1860.
Devemos destacar que Gaspard Monge, ao publicar seu livro de geometria descritiva, em 1795, demonstrou,
na verdade, como seria a projeção cilíndrica de uma reta nos dois planos ortogonais π e π’. Posteriormente,
viu-se a possibilidade de projetar objetostridimensionais em dois planos, já que as arestas desses objetos
são retas como as estudadas pela geometria descritiva.
Plano de per�l π”, 1° triedro
Com a evolução da complexidade das peças a serem desenhadas, apenas duas projeções não forneciam
uma boa compreensão aos desenhos. Sendo assim, o terceiro plano de projeção foi concebido, obtendo-se
três projeções ou vistas.
Teoricamente, esse plano de perfil divide o espaço R3 em quatro triedros, mas, na prática tanto da
engenharia quanto da arquitetura e do desenho industrial, os desenhos técnicos são conduzidos apenas nos
1º e no 3º triedro.
O conceito de triedo não é igual em todos os países. Veja:
Europa e Brasil
Emprega-se o conceito do 1º triedro.
Estados Unidos
Emprega-se o conceito do 3º triedro.
Na verdade, na prática do desenho técnico, emprega-se o termo “diedro” em vez de “triedro”, isto é, os
desenhos seguem a planificação do 1º ou do 3º diedro (imagem 1.2).
Em desenho técnico, o conceito das seis vistas ortográficas também não é igual para todos os países.
Europa e Brasil
Utilizam o conceito do 1º diedro.
Estados Unidos e Canadá
Utilizam o conceito do 3º diedro.
Na imagem a seguir, veja a planificação dos diedros.


Imagem 1.2 - O terceiro plano de projeção, o plano de perfil (PP) ou π”.
Quando é feita a épura do 1º triedro, além da rotação para baixo do plano horizontal (PH) ou π, faz-se a
rotação do plano de perfil (PP) ou π” no sentido anti-horário, como demonstra a imagem a seguir.
Imagem 1.3 - Planificação (épura) dos 3 planos de projeções (π, π’ e π”) no 1º diedro.
Do ponto de vista teórico, objetos podem ser posicionados ou analisados de qualquer perspectiva, como
mostraremos a seguir. No entanto, na prática do desenho técnico projetivo, sempre se coloca o objeto com
seus planos paralelos aos planos π, π’ e π” (imagem 1.4).
Imagem 1.4 - Objeto paralelo aos planos π, π’ e π”.
Em alguns casos, como aqueles que serão exibidos adiante, não se consegue que todos os planos do objeto
fiquem paralelos aos π, π’ e π”. Com isso, utiliza-se o artifício da vista ortográfica auxiliar, a qual, na
geometria descritiva, se fundamenta pelas operações de rotação e rebatimento de planos com o objetivo de
obter a “verdadeira grandeza” das arestas (Imagem 1.5).
Imagem 1.5 - Objeto não paralelo aos planos π, π’ e π”.
Vistas ortográ�cas
Vistas ortográ�cas em seis planos
Na prática, especialmente em problemas de engenharia, arquitetura e desenho industrial, muitos objetos ou
peças contêm uma complexidade tal que apenas essas três vistas não serão suficientes para sua
representação e entendimento.
Para solucionar tal dificuldade, surge este conceito: imaginar os objetos ou as peças dentro do 1º triedro,
mas com a adição de mais três planos paralelos respectivamente a π, π’ e π”, formando o hexaedro básico
(com seis planos) usado em desenho técnico projetivo. Esse hexaedro possibilita a representação gráfica a
partir de seis posições, ou melhor, das seis vistas ortográficas.
Mas resta a questão: considerando o conceito do hexaedro básico do desenho
técnico projetivo, como ficam as seis projeções desse prisma?
Rotação ou rebatimento dos planos
Considerando o 1º diedro, o hexaedro básico é planificado da seguinte forma:
Imagem 1.6 - Rebatimento e planificação, dando origem às seis vistas ortográficas.
Analisando a imagem é possível perceber que:
Mantém-se o plano vertical π’ fixo (aqui representado em linha contínua pelos pontos A, B, C e D);
O plano horizontal π (representado pelos pontos C, D, H e G) gira para baixo, ou seja, no sentido horário;
O plano de perfil π” (representado pelos pontos A, C, E e H) gira para a direita no sentido anti-horário;
O plano superior paralelo ao horizontal π (representado pelos pontos A, B, E e F) gira para cima;
O plano lateral paralelo ao de perfil π” (representado pelos pontos B, D, F e G) gira para a esquerda;
O plano frontal paralelo ao vertical π’ (representado pelos pontos E, F, G e H) acompanha o giro do plano de
perfil π” para a direita e no sentido anti-horário.
Após a rotação ou rebatimento dos planos do hexaedro básico no 1º diedro, há uma planificação com os
seis planos, constituindo as seis vistas ortográficas usadas no desenho técnico projetivo (imagem 1.7).
Imagem 1.7 - Posição das seis vistas ortográficas no 1º diedro.
Em desenho técnico projetivo, essas seis vistas ortográficas recebem os seguintes nomes:
1. Vista de frente ou frontal ou anterior;
2. Vista superior ou de cima ou planta;
3. Vista lateral esquerda ou de perfil;
4. Vista lateral direita;
5. Vista inferior ou de baixo;
6. Vista posterior ou de trás.
É preciso observar que, devido à forma do rebatimento, a vista superior fica embaixo; a inferior, em cima; a
lateral esquerda, na direita; e a lateral direita, na esquerda. Na prática do desenho técnico projetivo, os
planos e as linhas de projeção não são representados, e sim as seis vistas ortográficas (imagem 1.8).
Imagem 1.8 - Planificação de um objeto a partir da sua vista frontal.
Considerando o objeto a seguir e a face escolhida como a de frente ou frontal ou anterior, suas seis vistas
ortográficas, no 1º diedro, ficam como as da imagem abaixo, com várias observações.
Imagem 1.9 - Vistas ortográficas desenhadas a partir da vista frontal escolhida.
Uma vez escolhida para o mesmo objeto outra face como de frente (imagem 1.10), as “novas” seis vistas
ortográficas ficam conforme as da imagem 1.11. Na “prática” (embora não seja uma norma) do desenho
técnico projetivo, escolhe-se como face frontal a de maiores dimensões e/ou a que tenha a maior
quantidade de arestas visíveis nessa face.
Imagem 1.10 - Nova vista frontal.
Imagem 1.11 - “Novas” seis vistas ortográficas.
Quantas vistas ortográficas são feitas em um desenho técnico projetivo
profissional?
O profissional analisa o objeto e procura entender quais são as essenciais, ou seja, são desenhadas apenas
as vistas estritamente necessárias para o entendimento e o uso do objeto.
Para quem está começando no estudo do desenho técnico projetivo, é muito comum fazer mais vistas
ortográficas que as necessárias. Quase sempre esse aluno vai acabar perguntando a seu professor: como
vou saber quais são as vistas necessárias?
Uma boa resposta é: quase todo objeto consegue ser representado com duas ou três vistas: a de frente, a
superior e uma lateral. Se, fazendo as três vistas, uma delas não precisa ser cotada, isso significa que tal
vista é desnecessária, já que todas as informações constam em apenas duas.
Rotação ou rebatimento dos planos no 3º diedro
Como já apontamos, os desenhos técnicos projetivos em nosso país são feitos considerando o objeto ou a
peça no 1º diedro, mas, em alguns outros países, como os EUA e o Canadá, trabalha-se com o 3º diedro.
Como a importação de máquinas e objetos dessas nações é uma realidade, é normal que, na prática, os
brasileiros tenham de interpretar desenhos feitos no 3º diedro, ou seja, eles também precisam conhecer
essa particularidade, a qual, aliás, é fácil.
As diferenças na forma de se projetar no 1º e no 3º diedro estão relacionadas à forma como se situa o
observador, o objeto a ser projetado e o plano de projeção. As imagens 1.12 (a) e (b) apontam tais
diferenças:
Imagem 1.12 - Conceito da projeção do 1º e 3º diedros.
Mostraremos agora como se realiza a rotação, o rebatimento ou a planificação do hexaedro básico quando
se considera o 3º diedro:
Imagem 1.13 - Rotação do hexaedro básico quando se considera o 3º diedro.
Após a rotação ou rebatimento dos planos do hexaedro básico no 3º diedro, ocorre uma planificação com
os seis planos, constituindo as seis vistas ortográficas usadas no desenho técnico projetivo. Considerando
o 3º diedro, essas seis vistas recebem os seguintes nomes (imagem 1.14):
1. De frente, anterior ou frontal;
2. Superior, planta ou de cima;
3. Lateral esquerda;
4. Lateral direita;
5. Inferior ou de baixo;
6. De trás ou posterior.
Imagem 1.14 - Seis vistas ortográficasdo 3º diedro.
Essas vistas estão “invertidas” em relação àquelas presentes no 1º diedro, como pontua a imagem 1.7.
Deve ser observado que se olha por um lado e se representa exatamente como se vê, isto é, como uma
“parede de vidro”. Concebido em 1413 pelo arquiteto italiano Filippo Brunelleschi (1377-1446), o conceito de
perspectiva cônica se baseia nessa forma de “ver” os objetos (imagem 1.15).
magem 1.7
Imagem que representa a posição das seis vistas ortográficas no 1º diedro.
Imagem 1.15 - Visualização espacial e projetiva de uma peça, considerando o hexaedro básico no 3º diedro.
Exemplos de desenhos representados no 1º e no 3º diedro
A imagem 1.16 ilustra as diferenças entre o posicionamento das vistas ortográficas principais quando se
desenha no 1º ou no 3º diedro.
Imagem 1.16 - Comparação entre as três vistas ortográficas principais tanto no 1º quanto no 3º diedro.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O que há de comum entre uma pintura e um desenho mecânico?
Parabéns! A alternativa D está correta.
A
O necessário entendimento da representação por pessoas com conhecimento
específico.
B
A modernização dos conceitos de pintura e outras artes abstratas levou ao
desenvolvimento do desenho mecânico.
C
Tanto a pintura quanto o desenho mecânico necessitam de um profissional que entenda
suas particularidades.
D
A necessidade de que aquela representação seja entendida por outras pessoas, mesmo
aquelas artes mais abstratas.
E
Na pintura abstrata, a arte pictórica é determinada pela ausência de formas da natureza
da mesma forma que ocorre no desenho mecânico.
Em todos os tipos de expressão gráfica, seja na pintura, na escrita ou nos desenhos, existe uma
característica comum a todas elas: a necessidade de que aquela representação seja entendida por
outras pessoas, mesmo as artes mais abstratas. Este deve ser o nosso principal objetivo ao redigir um
desenho: que ele seja entendido por outras pessoas.
Questão 2
Qual é o objetivo de padronizar a linguagem gráfica utilizada no desenho técnico?
Parabéns! A alternativa E está correta.
A
Simplificar os processos de produção e unificar as características de um objeto,
permitindo a substituição por outro e tornando o processo mais econômico.
B
Orientar a produção de qualquer objeto a partir da compreensão de desenhos,
simplificando e acelerando os processos e tornando tal objeto mais economicamente
viável.
C
Poder internacionalizar diferentes processos, simplificando e viabilizando a produção de
um objeto ou permitindo a substituição por outro.
D
Compreender que desenhos e projetos de pessoas de nacionalidades diferentes permite
a simplificação de processos de produção, mesmo que ele não seja economicamente
viável.
E
Facilitar a compreensão de desenhos e projetos de pessoas de nacionalidades
diferentes, simplificando processos de produção e unificando as características de um
objeto, o que permite a substituição por outro.
O desenho técnico mecânico é o meio mais exato para comunicar a forma de determinado objeto; para
isso, o desenhista mecânico deve seguir regras preestabelecidas chamadas de normas técnicas. Afinal,
desenhos com pouca informação ou baixa qualidade ocasionam erros de fabricação.
2 - Cortes em desenhos mecânicos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de interpretar os cortes em desenhos mecânicos.
Vamos começar!
Os cortes em desenhos mecânicos
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo.

Cortes
O que são cortes?
Corte é a denominação dada à representação de um produto secionada por um ou mais planos virtuais
(planos secantes). No corte, se representa tudo o que está atrás do plano secante, sendo que as linhas
invisíveis nas vistas ortogonais passam a ficar visíveis.
Em muitos casos, a representação da realidade por meio do sistema de vistas ortográficas pode não ser
adequada devido à dificuldade de interpretação do desenho, principalmente em peças complexas, por conta
do grande número de linhas presente.
Exemplo
Imagine um prédio ou o motor de um carro sendo representado por meio de vistas ortográficas, ou seja,
observados de fora, sendo registradas no desenho todas as arestas e contornos visíveis e invisíveis. O
número de linhas resultante nos desenhos desses exemplos exigiria um tempo bastante longo para sua
confecção - e mais ainda para sua interpretação.
Exploremos um pouco mais os dois exemplos acima:
Prédio representado por vistas ortográ�cas
Deve-se registrar todos os detalhes visíveis pelo lado de fora dele e aqueles invisíveis a partir dessa posição.
Motor de carro representado por vistas ortográ�cas
Deve-se registrar todos os detalhes visíveis externamente e aqueles internos e existentes do outro lado da
peça.
Atenção!
Os detalhes visíveis pelo lado de fora são: contorno, esquadrias, arestas, detalhes de fachada etc. Já os
detalhes invisíveis pelo lado de fora são: paredes internas, esquadrias e vãos internos, além de detalhes da
fachada oposta.
É fácil compreender que, em peças complexas, além do tempo despendido para a transmissão de
informações nesse sistema, a dificuldade de interpretação aumentaria a probabilidade de equívocos na
compreensão do desenho. O objetivo, no entanto, é justamente o de buscar uma facilidade de
representação, rapidez e eficiência na interpretação dos desenhos.
Para evitar tais dificuldades, nos desenhos técnicos, utilizam-se dois tipos de representação:
Representações de peças por meio de vistas seccionadas (imagem 2.1);
Representações em vistas ortográficas.
Imagem 2.1 - Tubo em corte mostrando detalhes internos.
Representar uma peça “cortada” consiste em:
Imaginar que a peça seja seccionada por um plano imaginário (imagem 2.2);
Eliminar toda a porção da peça situada entre o plano de corte e o observador;
Representar a porção restante da peça como se estivéssemos observando-a cortada, seguindo, para isso,
algumas regras a serem comentadas a seguir.
Imagem 2.2 - Observador e peça a ser cortada.
O “traço” do plano de corte deve ser indicado em uma vista perpendicular a ele. Esse plano precisa ser
representado por intermédio de uma linha do tipo traço-ponto larga, que se prolonga para fora do contorno
da peça.
Dica
Dentro da peça, o traço do plano de corte pode ser representado com linhas estreitas do tipo traço-ponto ou
ser suprimido.
Obrigatoriamente, deve-se representar o sentido de observação, o que é feito graças a setas nos extremos
da linha que demarca a posição do plano de corte. Cabe lembrar que um objeto cortado, se observado em
um sentido ou outro, pode resultar em vistas bastante diferentes.
Caso mais de um corte da mesma peça seja representado, letras maiúsculas serão colocadas junto às
setas indicativas da direção. Essas letras servem para identificar cada posição de corte e são informadas
após cada vista cortada com a finalidade de vinculá-la à respectiva posição de corte.
Na imagem adiante, por exemplo, as letras “A”, “B”, “C” e “D” estão junto às setas e aos “nomes” dos cortes
(corte AA, corte BB, corte CC e corte DD) indicados abaixo das respectivas vistas seccionadas.
Imagem 2.2.1 Secção de uma peça.
Dica
Quando a posição de corte for óbvia, ela não necessitará de indicação, como aponta o item 4.7.2.2 da NBR
10067/1995.
Ao se desenhar a peça cortada, algumas arestas antes invisíveis se tornarão visíveis em função da retirada
de parte da peça que impedia sua visibilidade. As que passarem a ser visíveis serão representadas com
linhas contínuas.
Buscando dar clareza à representação e à facilidade de interpretação ao desenho, evita-se ao máximo a
representação de detalhes invisíveis nas vistas “em corte”. A supressão de todas as linhas tracejadas que
representariam elementos invisíveis em peças cortadas pode ser adotada como padrão para a maior parte
dos cortes.
Para salientar a parte da peça cortada, coloca-se uma espécie de pintura nos locais onde o plano de corteatravessou as partes sólidas da peça, isto é, os locais onde seria necessário serrá-la para gerar o corte.
Chamada de hachura, tal “pintura” será comentada a seguir.
Hachuras
O que são hachuras?
No desenho de um corte ou de uma seção, linhas finas a 45° conhecidas como hachuras são desenhadas
na região cheia com material. Em teoria, cada material possui um tipo de linha ou representação. As linhas
finas inclinadas a 45° mostradas até aqui, na verdade, são a hachura geral, podendo ser usada em qualquer
tipo de material.
Imagem 2.3 - Principais hachuras utilizadas.
A imagem 2.3 contém os principais tipos de hachuras usados nos desenhos técnicos. Normalmente, em
desenhos mecânicos, utiliza-se apenas a hachura geral independentemente do tipo de material, já que, na
lista de material, é feita a especificação completa dele.
Em desenhos de arquitetura e engenharia civil, é costume mostrar, em cortes, os diferentes materiais por
meio das hachuras, embora a lista de material também os especifique completamente.
Cortes técnicos
Tipos de cortes
Existem basicamente cinco tipos de corte:
1. Corte total;
2. Corte parcial;
3. Meio corte & meia vista;
4. Corte composto por planos paralelos (ou corte em desvio, segundo o item 4.7.6 da NBR 10067/1995);
5. Corte composto por planos concorrentes.
Deve-se optar pelo tipo de corte em função da informação que se necessita transmitir, objetivando sempre a
clareza na transmissão dela.
Um único plano de corte atravessa toda a peça, que é representada totalmente cortada.
Imagem 2.4 - Corte total, longitudinal (“A - A”) ou transversal (“B - B”).
Ele é adotado quando se deseja representar somente uma parte da peça em corte para salientar
algum detalhe dela. A região cortada e a representada em vista são separadas por linhas de ruptura.
Corte total 
Corte parcial 
Imagem 2.5 - Corte parcial.
É empregado quando se deseja representar somente uma parte da peça em corte a fim de destacar
algum detalhe dela. A região cortada e a representada em vista são separadas por uma linha de eixo.
Imagem 2.6 - Meio corte.
É utilizado quando, em um único corte, se deseja representar partes da peça que não estão
alinhadas e que poderão ser representadas em um único corte se ele for composto por dois ou mais
planos paralelos entre si.
Meio corte & meia vista 
Corte composto por planos paralelos 
Imagem 2.7 - Peça com cortes em planos paralelos.
É usado para representar em um único corte detalhes que seriam observados em cortes feitos por
planos diferentes e concorrentes entre si. Dentro do sistema de vistas ortográficas, o observador,
para evitar qualquer distorção, sempre precisa estar posicionado perpendicularmente ao plano de
projeção.
Nos cortes, o plano de corte estará sempre paralelo ao de projeção; e as vistas perpendiculares, aos
dois. Em um corte composto por planos concorrentes, há, em uma única vista, cortes gerados por
planos não paralelos entre si.
Imagem 2.8 - Peça com cortes em planos concorrentes.
Exceções
Existem algumas exceções na representação de cortes que visam a facilitar sua interpretação.
Abordaremos tais exceções a seguir:
Quando seccionados longitudinalmente pelo plano de corte, os elementos de fixação (parafuso,
porca, pino, arruela, chaveta etc.) não são representados cortados; consequentemente, eles não
recebem hachuras. É como se realizássemos o corte de todo o restante da peça e, ao final,
acrescentássemos esses elementos.
Corte composto por planos concorrentes 
Representação de elementos de fixação 
Imagem 2.9 -Exemplo de fixação de juntas por: parafuso e rebite.
Da mesma forma que nos elementos de fixação, as esferas, mesmo quando seccionadas pelo plano
de corte, não são representadas cortadas nem recebem hachuras.
Imagem 2.10 - Exemplos de rolamentos de esfera.
Nervuras constituem elementos de fixação que seguem a mesma regra desses elementos quando
são seccionadas longitudinalmente pelo plano de corte, não sendo representadas cortadas e, por
consequência, não recebendo hachuras. Elas ainda têm a particularidade de serem representadas
em verdadeira grandeza quando são constituintes de peças simétricas.
Representação de esferas 
Representação de nervuras de esforço das peças 
Imagem 2.11 - Exemplos de peça com nervuras.
Seções
O que são seções?
Seções são cortes especiais cuja finalidade é mostrar apenas determinada região ou área de uma peça.
Elas são muito utilizadas em:
Eixos (em rasgos de chavetas);
Perfis metálicos (cantoneiras);
Volantes;
Árvores mecânicas.
Mas qual é a diferença entre uma seção e um corte? Entenda a seguir:
Corte
Representa-se o que está em contato com o plano de corte e o que está além desse plano em vista.
Seção

Representa-se somente a parte da peça efetivamente seccionada.
Adota-se esse tipo de representação principalmente em peças que mudam sua forma ao longo do seu
desenvolvimento. Com as seções, é possível mostrar a forma da peça em cada parte dela sem a
necessidade de gerar um corte completo em cada uma dessas posições.
Formas de representação das seções
As seções podem ser representadas fora da vista da peça onde se demarca sua posição ou rebatidas sobre
o próprio eixo e sobrepostas à vista da peça. No caso da representação fora da vista, as seções podem
estar dispostas uma após a outra ou alinhadas com os planos de seccionamento.
Imagem 2.12 - Representação das seções de m eixo qualquer.
No caso de uma representação da seção sobreposta à vista da peça em que o plano de corte é demarcado,
as seções são rebatidas sobre o próprio eixo e “aplicadas” sobre o desenho da vista. Nesse caso, para
facilitar a interpretação e a diferenciação entre as duas linhas (as da seção e as da vista) sobre a qual a
seção é sobreposta, as linhas da seção são representadas com linhas estreitas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Dado o objeto em perspectiva, marque a opção que corresponde às linhas de corte apresentadas na
sua vista frontal.
Imagem em perspectiva.
As opções de linha de corte são:
Parabéns! A alternativa B está correta.
O corte AA atravessa o furo de seção quadrática, deixando o furo circular sem alteração. O BB passa
por meio dos dois furos da imagem. As respostas A e E estão descartadas, porque só mostram dois
A Imagem 1
B Imagem 2
C Imagem 3
D Imagem 4
E Imagem 5
furos no corte BB, enquanto D alinha os furos no corte AA, o que não corresponde à vista frontal. Já a
letra C mostra os furos em posições contrárias ao exibido também na vista frontal.
Questão 2
Que tipo de corte está apresentado na imagem a seguir?
Parabéns! A alternativa C está correta.
Corte composto e corte em desvio são a mesma coisa. O corte total atravessaria a peça toda. Já o
meio corte é empregado no desenho de peças simétricas nas quais aparece somente a meia vista em
corte. O corte parcial é utilizado para mostrar determinados detalhes internos na projeção.
A Total.
B Em desvio.
C Parcial.
D Meio corte.
E Composto.
3 - Tolerâncias e unidades
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as tolerâncias geométricas e as
unidades nos desenhos mecânicos.
Vamos começar!
As tolerâncias geométricas e as unidades nos desenhos
mecânicos
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo.

Tolerância geométrica
A execução da peça dentro da tolerância dimensional não garante, por si só, um funcionamento adequado. É
necessário que as peças estejam dentro das formas previstas para poderem ser montadas adequadamente
e para que funcionem sem problemas.
Do mesmo modo que é praticamente impossível obter uma peça real com as dimensões nominais exatas,
também é muito difícil arranjar uma peça real com formas rigorosamente idênticas às da peça projetada.
Dessa maneira, desvios de formas dentro de certos limites não chegam a prejudicar o bom funcionamento
das peças.
Quando dois ou mais elementos de uma peça estão associados,outro fator tem de ser considerado: a
posição relativa desses elementos. As variações aceitáveis das formas e das posições dos elementos na
execução da peça constituem as tolerâncias geométricas.
Comentário
Nosso objetivo é interpretar desenhos técnicos com indicações de tolerâncias geométricas. Como se trata
de um assunto muito complexo, daremos apenas uma visão geral sem a pretensão de esgotar o tema. Seu
aprofundamento virá apenas com muito estudo e a prática profissional!
Forma
Tolerância de forma
As tolerâncias de forma limitam os afastamentos de dado elemento em relação à sua forma geométrica
teórica.
Tolerância de retitude ou retilineidade
Trata-se da diferença admissível da reta delimitada por um cilindro imaginário que tem como eixo de
simetria a linha teórica e como superfície os limites de tolerância admissíveis para a linha teórica, conforme
representam as imagens 3.1 e 3.2.
Imagem 3.1 - Tolerância de retilineidade com formato cilíndrico.
Imagem 3.2 - Tolerância de retilineidade com formato de paralelepípedo.
A tolerância de retilineidade com formato cilíndrico pode ser aplicada para o controle de desvios
geométricos em sólidos de revolução, como, por exemplo, cilindros e eixos. Já a tolerância com formato de
paralelepípedo pode ser aplicada para o controle de desvios geométricos em sólidos com seção transversal
retangular, como guias e barramentos de máquinas operatrizes.
A imagem adiante apresenta um exemplo de indicação da tolerância de retilineidade em desenhos técnicos:
Imagem 3.3 - Indicação de tolerância de retilineidade em desenho técnico.
Tal exemplo indica que o eixo da parte cilíndrica da peça deve estar dentro de um cilindro com diâmetro de
0,08mm. A imagem 3.4 contém um esquema de medição da retilineidade com o relógio comparador
encostado em duas réguas apoiadas ao lado da peça sob uma mesa de desempeno.
Imagem 3.4 - Esquema de medição da retilineidade.
Tolerância de planeza ou planicidade
Tolerância de planeza é a diferença admissível na variação da forma plana de uma peça, que é representada
por dois planos paralelos que definem os limites superior e inferior de variação admissível entre os quais se
deve encontrar a superfície efetiva (medida).
Imagem 3.5 - Tolerância de planeza ou planicidade.
A imagem 3.5 representa a tolerância de planicidade de acordo com a definição; a 3.6, um exemplo de
indicação desta tolerância em desenhos técnicos.
Imagem 3.6 - Indicação de tolerância de planicidade em desenho técnico.
O exemplo da imagem 3.7 indica que a superfície da peça deve ficar entre dois planos paralelos distantes
entre si de 0,08mm. Ele apresenta um esquema de medição do desvio de planicidade da superfície de uma
peça usando o relógio comparador sobre uma mesa de desempeno.
Imagem 3.7 - Esquema de medição de planeza ou planicidade.
Os desvios de planeza são de grande interesse especialmente na construção de máquinas operatrizes, nos
quais o assento dos carros e das caixas de engrenagens sobre guias prismáticas ou paralelas tem grande
influência na precisão exigida da máquina. Representadas na imagem 3.8, a concavidade e a convexidade
são os tipos mais comuns de desvios de planeza.
Imagem 3.8 - Concavidade e convexidade como desvios de planeza.
Saiba mais
As expressões “não côncavo” ou “não convexo” poderão complementar as especificações de tolerância de
planeza quando ela for relevante.
Tolerância de circularidade
Desvios de circularidade (ou ovalização) podem ocorrer na seção circular de uma peça em forma de disco,
cilindro ou cone. A tolerância de circularidade é representada por dois círculos concêntricos que indicam os
limites inferior e superior tolerados para o desvio de circularidade (imagem 3.9).
Imagem 3.9 - Representação da tolerância de circularidade.
Espera-se que tais desvios de circularidade fiquem dentro da tolerância dimensional especificada para o
diâmetro da peça cilíndrica. A tolerância de circularidade é, no máximo, igual à tolerância dimensional para
eixos e furos com qualidade de trabalho até IT8 ou à metade da tolerância dimensional para qualidades
iguais ou maiores que IT9.
Os desvios de circularidade costumam ser pequenos e pouco importantes, mas as tolerâncias de
circularidade deverão ser especificadas quando a precisão desejada não puder ser garantida pelos
processos normais de usinagem. A imagem 3.10 contém um exemplo de indicação dessa tolerância em
desenhos técnicos equivalente a 0,04mm:
Imagem 3.10 - Indicação de tolerância de circularidade em desenho técnico.
A medição do desvio de circularidade pode ser realizada com a utilização de um relógio comparador e um
equipamento onde a peça é posicionada entre centros (imagem 3.11a) ou em um prisma em V (imagem
3.11b):
Imagem 3.11 - Métodos para medição da circularidade.
Também é possível empregar equipamentos automatizados especialmente projetados para medir o desvio
de circularidade como o da imagem 3.12:
Imagem 3.12 - Equipamento para medição da circularidade.
Nesse equipamento, a peça é posicionada sobre um prato giratório, enquanto um apalpador faz o contato
com a superfície da peça. Os valores são indicados em um mostrador digital ou impressos.
Atenção!
É conveniente indicar na especificação de tolerância de circularidade o método recomendado para a
medição do desvio.
Tolerância de cilindricidade
O desvio de cilindricidade é o desvio que pode ocorrer em toda a superfície de uma peça cilíndrica, incluindo
a seção longitudinal e a transversal do cilindro. A tolerância de cilindricidade (imagem 3.13) é definida por
dois cilindros concêntricos que circundam a superfície da peça, estabelecendo os limites inferior e superior
dessa tolerância.
Imagem 3.13 - Tolerância de cilindricidade.
A imagem 3.14 possui um exemplo de indicação da tolerância de cilindricidade em desenhos técnicos,
informando que a superfície da peça cilíndrica tem de ficar entre dois cilindros coaxiais cujos raios têm uma
diferença de 0,04mm:
Imagem 3.14 - Indicação de tolerância de cilindricidade em desenho técnico.
A medição do desvio de cilindricidade precisa ser realizada em vários planos de medida ao longo de todo o
comprimento da peça, sendo igual à diferença entre o maior e o menor valor medido. O desvio máximo
medido não deve ser maior que a tolerância especificada.
Dica
O desvio de cilindricidade pode ser considerado o desvio de circularidade medido em toda a extensão da
peça.
A medição do desvio de cilindricidade (imagem 3.15) pode ser realizada por um instrumento de medição
especialmente desenvolvido para esse propósito. Entretanto, na ausência de tal instrumento, ela pode ser
realizada em duas etapas:
Etapa 1
Medição do desvio máximo ao longo da seção longitudinal da peça.
Etapa 2
Medição do desvio máximo na seção transversal da peça (circularidade).
Imagem 3.15 - Medição do desvio de cilindricidade.
Tolerância de forma de uma linha qualquer
A tolerância para o desvio de forma de uma linha qualquer (imagem 3.16) é representada por um sólido de
seção circular com centro na linha de simetria teórica, cujo diâmetro é a tolerância especificada. A linha
efetiva (medida) que representa o perfil da peça fabricada deve ficar dentro do sólido especificado pela
tolerância.
Imagem 3.16 - Tolerância de forma de uma linha qualquer.
A imagem 3.17 apresenta um exemplo de indicação da tolerância de forma de uma linha qualquer em
desenhos técnicos, informando que o perfil da peça deve ficar entre duas envolventes que formam um
sólido de seção circular com diâmetro igual a 0,06mm:

Imagem 3.17 - Indicação de tolerância de forma de uma linha qualquer em desenho técnico.
Tolerância de forma de uma superfície qualquer
A tolerância para o desvio de forma de uma superfície qualquer (imagem 3.18) é representada por duas
superfícies teóricas que envolvem a superfície projetada para a peça, cuja distância é limitada por uma
esfera com diâmetro equivalente à tolerância especificada. O centro da esfera está localizadona superfície
teórica.
Imagem 3.18 - Tolerância de forma de uma superfície qualquer.
A imagem 3.19 possui um exemplo de indicação da tolerância de forma de uma superfície qualquer em
desenhos técnicos, informando que a superfície da peça precisa ficar entre duas superfícies envolventes
cuja distância é limitada por uma esfera com diâmetro igual a 0,06mm. Os desvios de forma de uma
superfície qualquer podem ser medidos em máquinas de medir por coordenadas ou tridimensionais.
Imagem 3.19 - Indicação de tolerância de forma de uma superfície qualquer em desenho técnico.
Posição
Tolerância de posição
A tolerância geométrica de posição é o desvio de posição máximo admissível para uma peça fabricada em
relação à posição teórica definida no projeto. As tolerâncias de posição limitam os afastamentos da
posição mútua de dois ou mais elementos por razões funcionais ou para assegurar uma interpretação
inequívoca. Geralmente, um deles é usado referência para a indicação das tolerâncias. Se for necessário,
poderá ser usado como referência.
Tolerância de paralelismo
Tolerância de paralelismo de uma linha reta (eixo) ou de um plano é o desvio de posição máximo admissível
em relação à outra linha reta ou plano de referência (imagem 3.20).
Imagem 3.20 - Tolerância de paralelismo. (a) Paralelismo entre retas (b) Paralelismo entre planos.
A tolerância de paralelismo entre duas linhas retas (imagem 3.20a) é delimitada pelo espaço contido em um
cilindro paralelo ao eixo de referência, que envolve a linha efetiva (medida), tendo como eixo de simetria
uma das retas teóricas.
A tolerância de paralelismo entre dois planos (imagem 3.20b), por sua vez, se trata do desvio máximo
admissível para uma superfície plana de uma peça representada pela distância entre dois planos teóricos
paralelos entre si, sendo um o plano de referência, entre os quais deve estar a superfície plana efetiva
(medida) da peça.
A imagem 3.21 apresenta um exemplo de indicação da tolerância de paralelismo em desenhos técnicos,
informando que a linha reta ou superfície plana da peça tem de ficar entre duas retas paralelas (cilindro) ou
dois planos paralelos com distância de 0,06mm entre si e paralelos à reta ou ao plano de referência A.
Imagem 3.21 - Indicação de tolerância de paralelismo em desenho técnico.
Tolerância de inclinação
Tolerância de inclinação de uma linha reta (eixo) ou de um plano é o desvio de posição máximo admissível
para o ângulo teórico em relação a outra linha reta ou plano de referência. Já o campo de tolerância do
desvio angular é delimitado por duas retas (imagem 3.22) ou dois planos paralelos entre si com inclinação
igual ao valor teórico especificado em projeto.
Imagem 3.22 - Tolerância de inclinação.
A imagem 3.23 contém um exemplo de indicação da tolerância de inclinação em desenhos técnicos,
informando que a linha reta ou a superfície plana indicada na peça deve ficar entre duas retas paralelas com
distância de 0,06mm entre si e formando um ângulo plano de 45 graus com o plano de referência A.
Imagem 3.23 - Indicação de tolerância de inclinação em desenho técnico.
Tolerância de perpendicularidade
Tolerância de perpendicularidade de uma linha reta (eixo) ou de um plano é o desvio de posição máximo
admissível para o ângulo teórico de 90 graus em relação a outra linha reta ou plano de referência (imagem
3.24). O desvio de perpendicularidade pode ser considerado um caso particular do desvio de inclinação.
Imagem 3.24 - Tolerância de perpendicularidade. (a) Linha reta com um plano (b) Plano com plano.
O campo de tolerância do desvio de perpendicularidade entre uma reta e um plano (imagem 3.24a) é
delimitado por um cilindro dentro do qual deve estar a reta efetiva (medida), cujo eixo teórico faz um ângulo
de 90° em relação a um plano de referência especificado. Já o campo de tolerância do desvio de
perpendicularidade entre dois planos (imagem 3.24b) é delimitado por dois planos teóricos paralelos entre
si com inclinação de 90° em relação ao plano de referência especificado, entre os quais deve estar o plano
efetivo (medido).
A imagem 3.25 apresenta um exemplo de indicação da tolerância de perpendicularidade em desenhos
técnicos, informando que o plano efetivo (medido) da superfície indicada na peça precisa ficar entre dois
planos teóricos paralelos com distância de 0,2mm entre si que formam um ângulo plano de 90° com o
plano de referência A.
Imagem 3.25 - Indicação de tolerância de perpendicularidade em desenho técnico.
Tolerância de localização de um ponto
Tolerância de localização de um ponto é o desvio máximo admissível para a posição de um elemento em
relação à sua posição teórica. O campo de tolerâncias é delimitado por um círculo ou esfera cujo centro
corresponde à localização teórica do ponto, enquanto a superfície corresponde aos limites admissíveis para
a localização do ponto (imagem 3.26).
Imagem 3.26 - Tolerância de localização de um ponto.
A imagem 3.27 possui um exemplo de indicação da tolerância de localização de um ponto em desenhos
técnicos, informando que o eixo de um furo precisa estar incluído dentro de uma esfera de diâmetro 0,2mm,
cujo eixo teórico está na posição geometricamente exata indicada pelas cotas 60mm e 80mm.
Imagem 3.27 - Indicação de tolerância de localização em desenho técnico.
Tolerância de simetria
A tolerância de simetria de um plano médio ou de uma linha média em relação a uma reta ou plano de
referência constitui o desvio máximo admissível para o plano médio efetivo (medido) de uma peça
representada pela distância entre dois planos teóricos paralelos entre si e simétricos em relação ao plano
médio de referência.
A imagem 3.28 possui um exemplo de indicação da tolerância de simetria em desenhos técnicos,
informando que o plano médio do canal deve estar entre dois planos paralelos com distância de 0,05mm
entre si e simétricos ao plano de referência A.
Imagem 3.28 - Indicação de tolerância de simetria em desenho técnico.
O desvio de simetria pode ser considerado um caso particular do desvio de localização do ponto no qual os
elementos considerados são arestas simétricas.
Tolerância de concentricidade
A tolerância de concentricidade é a variação admissível da posição do eixo de simetria de elementos
teoricamente concêntricos. O campo de tolerância do desvio de concentricidade é delimitado por um círculo
em cujo centro está a linha de simetria de um elemento de referência. Teoricamente coincidente, a linha de
simetria do segundo elemento deve estar no interior do círculo de referência.
Tolerância de coaxialidade
A tolerância de coaxialidade é o desvio máximo admissível de concentricidade medido ao longo do eixo de
simetria dos elementos considerados. O campo de tolerância é definido como um cilindro concêntrico a um
dos elementos. O segundo elemento precisa ter seu eixo de simetria (teoricamente coincidente com o
primeiro) dentro do cilindro de tolerância.
Imagem 3.29 - Indicação de tolerância de coaxialidade em desenho técnico.
A imagem 3.29 apresenta um exemplo de indicação da tolerância de coaxialidade em desenhos técnicos,
informando que o eixo de simetria da parte indicada na peça deve estar incluído dentro de um cilindro com
diâmetro de 0,05mm, cujo eixo coincide com o eixo de referência A.
Desvios
Desvios compostos de forma e posição
Algumas vezes, não é possível separar os desvios de forma dos desvios de posição para fabricação das
peças e medição posterior, formando os desvios compostos de forma e posição. Entre os vários tipos de
desvios compostos, destacam-se os de batida em superfícies de revolução.
A tolerância de batida é o desvio máximo admissível na posição do elemento
considerado ao completar uma rotação, girando em torno de um eixo de referência
sem se deslocar axialmente.
Os desvios de batida podem somar erros, como, por exemplo, coaxialidade, excentricidade,
perpendicularidade, circularidade e planicidade. A medição do desvio de batida é possível somente com o
elementorealizando uma rotação completa.
Os desvios de batida, de acordo com a posição do desvio em relação ao eixo de rotação, podem ser
subdivididos em:
Desvios de batida radial.
Desvios de batida axial.
Tolerância de batida radial
Tolerância de batida radial (imagem 3.30) é o desvio máximo admissível da posição de um elemento ao
completar uma rotação medida no sentido radial ao eixo de rotação. Já o campo de tolerância é definido em
um plano perpendicular ao eixo de rotação composto de dois círculos concêntricos, dentro dos quais deve
estar o perfil da peça durante uma volta completa em torno de seu eixo de simetria.
Imagem 3.30 - Tolerância de batida radial em superfícies cilíndricas.
A medição do desvio de batida radial é semelhante ao método de medição do desvio de circularidade, que
pode ser realizada, como vimos, com a utilização de um relógio comparador e um equipamento onde a peça
é posicionada entre os centros (imagem 3.31a) ou em um prisma em V (imagem 3.31b).
Imagem 3.31 - Métodos para medição do desvio de batida radial. (a) Medição entre centros (b) Medição com prisma em V.
A imagem 3.32 contém um exemplo de indicação da tolerância de batida radial em desenhos técnicos,
informando que, em uma revolução completa da peça em torno do eixo de referência A, o balanço radial da
superfície indicada não deve ser maior que a tolerância de 0,02mm.
Imagem 3.32 - Indicação de tolerância de batida radial em desenho técnico.
Para superfícies cônicas, a tolerância de batida é a distância entre superfícies cônicas concêntricas, dentro
das quais deverá encontrar-se a superfície efetiva (medida) quando a peça efetuar um giro completo sobre
seu eixo de simetria (imagem 3.33).
Imagem 3.33 - Tolerância de batida radial em superfícies cônicas.
Tolerância de batida axial
Tolerância de batida axial (imagem 3.34) constitui o desvio máximo admissível da posição de um elemento
ao completar uma rotação, que é medida no sentido axial ao eixo de rotação.
Imagem 3.34 - Tolerância de batida axial.
O campo de tolerância é definido como um cilindro concêntrico ao eixo de rotação, cuja altura (distância
entre as bases) corresponde à tolerância de batida axial. A trajetória de um ponto qualquer durante uma
rotação completa precisa ficar dentro do cilindro.
A imagem 3.35 apresenta um exemplo de indicação da tolerância de batida axial em desenhos técnicos,
informando que, em uma revolução completa da peça em torno do eixo de referência A, o balanço axial da
superfície frontal não deve ser maior que a tolerância de 0,04mm.
Imagem 3.35 - Indicação de tolerância de batida axial em desenho técnico.
A imagem 3.36 possui um exemplo de medição do batimento axial que utiliza o relógio comparador:
Imagem 3.36 - Medição do desvio de batida axial.
Unidades
As unidades de medida utilizadas dependem da natureza da engenharia.
Engenharia cartográ�ca
A unidade de medida mais comum na engenharia cartográfica é o quilômetro, cuja abreviação é km.
Engenharia civil
A unidade de medida mais comum na engenharia civil é o metro, cuja abreviação é m.
Engenharia mecânica
A unidade de medida mais comum na engenharia mecânica é o milímetro, cuja abreviação é mm.
Comentário
Na engenharia mecânica, o milímetro é tão comum ser utilizado que, em geral, nos desenhos técnicos, tal
abreviação sequer aparece!
Os desenhos têm suas medidas dadas em valores numéricos chamados de “cotas”. Cotar significa
dimensionar, indicar dimensões dos elementos de um desenho.
Os procedimentos descritos adiante serão necessários para sistematizar o entendimento das dimensões
sem afetar o entendimento do objeto representado. O desenho técnico, além de representar, dentro de uma
escala, a forma tridimensional, precisa conter informações sobre as dimensões do objeto representado.
As dimensões definirão as características geométricas do objeto, dando valores de tamanho e posição a:
Diâmetros;
Comprimentos;
Ângulos;
Todos os outros detalhes que compõem sua forma espacial.
Unidades
Escalas
Como o desenho técnico é utilizado para a representação de máquinas, equipamentos, prédios e até
unidades inteiras de processamento industrial, é fácil concluir que nem sempre será possível representar os
objetos em suas verdadeiras grandezas. Assim, para viabilizar a execução dos desenhos, os objetos
grandes precisam ser representados com suas dimensões reduzidas, enquanto objetos ou detalhes muito
pequenos demandam uma representação ampliada.
Para evitar distorções e manter a proporcionalidade entre o desenho e o tamanho real do objeto
representado, foi estabelecido o seguinte padrão: as reduções ou ampliações precisam ser feitas
respeitando uma razão constante entre as dimensões do desenho e as dimensões reais do objeto
representado. A razão existente entre essas duas dimensões é chamada de escala do desenho.
Atenção!
Como o desenho técnico é uma linguagem gráfica, a ordem da razão nunca pode ser invertida. A escala do
desenho sempre será definida pela relação existente entre as dimensões lineares de um desenho e as
respectivas dimensões reais do objeto desenhado.
Para facilitar a interpretação da relação existente entre o tamanho do desenho e o tamanho real do objeto,
pelo menos um dos lados da razão sempre terá valor unitário. Isso resulta nas seguintes possibilidades:
Interpretando as escalas
Quando um desenho está na escala 1:20, por exemplo, isso quer dizer que 1mm do desenho corresponde a
20mm no objeto real. Ou seja, para cada 20mm do objeto real, você precisa representá-lo somente por 1mm
no papel.
Eis um raciocínio análogo para outras escalas:
Escala 1:50
1mm no desenho = 50mm no objeto.
Escala 1:100
1mm no desenho = 100mm no objeto.
Escala 1:200
1mm no desenho = 200mm no objeto.
Escala 2:1
2mm no desenho = 1mm no objeto.
Escala 5:1
5mm no desenho = 1mm no objeto.
Escala 10:1
10mm no desenho = 1mm no objeto.
A escala basicamente é a dimensão do desenho dividida pela dimensão real do objeto, respeitando as
unidades de medidas.
Exemplo
A distância gráfica de um desenho mede 4cm e a respectiva distância natural, 9m. Sua escala, portanto, é:
E = d/D
E = 4cm/900cm
E = 1/225 O desenho está na escala 1:225 (redução).
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Em relação à tolerância de forma de cilindricidade, qual é o significado da simbologia exposta a seguir?
A O eixo da parte cilíndrica da peça deve estar dentro de um cilindro de φ t = 0,05.
B
A superfície tolerada precisa estar incluída entre dois cilindros coaxiais cujos raios têm
uma diferença de t = 0,05.
C O plano tolerado tem de estar entre dois planos de distância t = 0,05.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A opção A trata de tolerância de linearidade; a C, de planicidade; a D, de interpretação de tolerância de
circularidade; e a E, de tolerância de posição, e não de forma.
Questão 2
A distância gráfica de um desenho mede 5cm e a sua distância natural, 10mm. Qual é o valor da sua
escala?
Parabéns! A alternativa C está correta.
D
A linha de circunferência de cada seção deve estar dentro de um anel circular de
espessura t = 0,05.
E O eixo tolerado precisa estar dentro de um cilindro de φ t = 0,05.
A 1:5 - redução.
B 1:2 – redução.
C 5:1 - ampliação.
D 2:1 - ampliação
E 20;1 - ampliação.
E = d/D = 50/10 = 5:1 (ampliação).
4 - Elementos de ligações
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os elementos de ligações desmontáveis
e �xos nos desenhos mecânicos.
Vamos começar!
Os elementos de ligações desmontáveis e �xas
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo.

O que são elementos de ligação
Os elementos de fixação (ou ligação) têm como objetivo principal unir duas ou mais peças de forma fixa ou
móvel em projetos mecânicos. Esses fixadores possuem aplicações e funções diferenciadas: alguns visam
à fixação permanente, enquanto outros permitem até a rotação de peças com segurança.
A utilizaçãoe as formas de fixação dependem exclusivamente do projeto mecânico, porém novos
elementos de fixação podem substituir os antigos, dando acabamento e segurança. A evolução dos
fixadores não está ligada apenas à aplicação ou custo, mas também à segurança que o fixador pode
oferecer no projeto.
Tanto os elementos de fixação móvel quanto os de fixação permanente devem ser usados com muita
habilidade e cuidado, já que eles geralmente são os componentes mais frágeis da máquina. Assim, para
projetar um conjunto mecânico, é preciso escolher o elemento de fixação adequado aos tipos de peças que
serão unidas ou fixadas.
Exemplo
Se unirmos peças robustas com elementos de fixação fracos e mal planejados, o conjunto apresentará
falhas e poderá ficar inutilizado. Ocorrerá, portanto, um desperdício de tempo, de materiais e de recursos
financeiros.
Também é importante planejar e escolher corretamente os elementos de fixação a serem usados a fim de
evitar a concentração de tensão nas peças fixadas. Essas tensões causam rupturas nas peças por fadiga do
material.
Os elementes podem ser fixados de duas formas diferentes, entenda cada uma delas a seguir.
Fixação móvel
O uso da fixação móvel permite que os elementos possam ser retirados (e recolocados) sem gerar
danos ao produto. Exemplo: em parafusos, arruelas e porcas.
Fixação permanente
Na fixação permanente, uma vez instalados, os elementos para a reutilização não podem ser retirados.
Exemplo: rebites, pinos de solda e outros.
Elementos de ligação desmontáveis ou móveis
Parafusos
O parafuso é um elemento de máquina. Em formato cônico ou cilíndrico, ele é sulcado em espiral ao longo
de sua face externa e tem a sua base superior adaptada a diversas ferramentas de torção (cabeça do
parafuso).
Essa base pode ser:
Cônica

Redonda
Quadrada
Sextavada.
Sua única função é aplicar pressão entre duas peças, que permanecerão unidas em função da força de
atrito entre suas superfícies. Um parafuso não garante a posição entre ambas.
Tipos mais comuns de parafusos e suas aplicações
Há vários tipos de parafusos, veremos os tipos mais comuns a seguir.
Cabeça sextavada 
Esse tipo de parafuso é usado com ou sem rosca, é aplicado para uniões que necessitam forte
aperto (com chave de boca).
Parafuso de cabeça sextavada.
Esse tipo de parafuso é utilizado em uniões que necessitam forte aperto em locais com pouco
espaço para manuseio de ferramentas.
Parafuso sextavado interno (Allen).
Esse tipo de parafuso é utilizado para travar elementos de máquinas não deixando saliências
externas.
Sextavado interno (Allen) 
Sem cabeça e fenda/sextavado interno 
Parafuso sem cabeça e fenda/sextavado interno.
Esse tipo de parafuso é usado em montagens que não sofrem grandes esforços e cuja cabeça não
pode exceder a superficie.
Parafuso de cabeça escareada chata com fenda.
Esse tipo de parafuso é usado em montagens que não sofrem grandes esforços, proporcionando
bom acabamento superficial.
Cabeça escareada chata com fenda 
Cabeça redonda com fenda 
Parafuso de cabeça redonda com fenda.
Esse tipo de parafuso é usado na fixação de elementos nos quais existe a possibilidade de se fazer
um encaixe profundo para a cabeça do parafuso e bom acabamento superficial.
Parafuso de cabeça cilindrica com fenda.
Esse tipo de parafuso é usado na fixação de elementos com pouca espessura ficando a cabeça
embutida.
Parafuso cabeça escareada boleada com fenda.
Esse tipo de parafuso é usado em madeira e em peças de alvenaria (junto com buchas plásticas).
Cabeça cilindrica com fenda 
Cabeça escareada boleada com fenda 
Rosca soberba (vários tipos de cabeça) 
Parafuso de rosca soberba.
Tipos de roscas
Assim como existe vários tipos de parafusos, também existe vários tipos de roscas. A seguir, veremos os
diversos perfis encontrados nas roscas.
É utilizada em parafusos e porcas de fixação na união de peças.
Exemplo: Fixação da roda do carro.
Rosca triangular.
É utilizada em parafusos que transmitem movimento suave e uniforme.
Exemplo: Fusos de máquinas.
Rosca de perfil triangular 
Rosca de perfil trapezoidal 
Rosca trapezoidal.
É utilizada em parafusos de grandes diâmetros sujeitos a grandes esforços.
Exemplo: Equipamentos ferroviários.
Rosca redonda.
É utilizada em parafusos que sofrem grandes esforços e choques.
Exemplo: Prensas e morsas.
Rosca de perfil redondo 
Rosca de perfil quadrado 
Rosca quadrada.
É utilizada em parafusos que exercem grande esforço em um só sentido.
Exemplo: Macacos de catraca.
Rosca dente-de-serra.
Além de conhecer os tipos de roscas e suas aplicações, é necessário conhecer suas medidas. A seguir,
veremos três tipos de roscas e como especificá-las a partir de suas medidas.
Imagem 4.1 - Três tipos de roscas e suas medidas.
Agora, veja na tabela a seguir as medidas que essas roscas podem ter.
TABELA DE ROSCAS
ROSCA MÉTRICA (M)
Perfil triangular - ISO NB 97
ROSCA WHITWORTH
Normal P
Rosca de perfil dente-de-serra 
TABELA DE ROSCAS
d
Diam.
di
Núcleo
P
Passo
d
Poleg.
d
mm
di
Núcleo
Nº de
fios/1"
d
mm
d
Núc
4 3,141 0,7 1/8" 3,17 2,36 40 1/8" 9,
6 4,773 1 5/32" 3,96 2,95 32 1/4" 13
8 6,466 1,25 3/16" 4,76 3,4 24 3/8" 16
10 8,16 1,5 7/32" 5,55 4,2 20 1/2" 20
12 9,833 1,75 1/4" 6,35 4,72 20 5/8" 22
14 11,546 2 5/16" 7,93 6,13 18 3/4" 26
16 13,546 2 3/8" 9,52 7,49 16 7/8" 30
18 14,933 2,5 1/2" 12,7 9,99 12 1" 33
20 16,933 2,5 9/16" 4,28 11,57 12
1
1/4"
41
22 18,933 2,5 5/8" 15,87 12,91 11
1
1/2"
47
24 20,319 3 11/16" 17,46 14,5 11
1
3/4"
53
30 25,706 3,5 3/4" 19,05 16,79 10 2" 59
36 31,093 4 13/16" 20,63 17,38 10
2
1/4"
65
42 36,479 4,5 7/8" 22,22 18,61 9
2
1/2"
75
48 41,866 5 15/16" 23,81 20,19 9
2
3/4"
81
TABELA DE ROSCAS
56 49,252 5,5 1" 25,4 21,33 8 3" 87
60 53,252 5,5 1 1/8" 28,57 23,92 7
3
1/4"
93
64 56,639 6 1 1/4" 31,75 27,1 7
3
1/2"
100
Tabela - tipos de roscas e suas medidas
VIEIRA, 2018, p. 24.
Representação grá�ca
As imagens 4.2 e 4.3 mostram respectivamente a representação convencional de furos roscados e a
sequência e montagem:
Imagem 4.2 - Representação convencional de furos roscados (em corte, a região da rosca é hachurada).
Imagem 4.3 - Sequência de montagem de furo roscado e união com outra peça por prisioneiro, arruela e porca.
No caso de uma chapa superior, o furo passante deve permitir folga em relação ao diâmetro externo da
rosca do parafuso. Já na chapa roscada, os diâmetros das roscas são coincidentes (imagens 4.4 e 4.5)
Imagem 4.4 - Exemplo de união de duas chapas por parafusos.
Imagem 4.5 - Exemplo de união por parafusos de duas chapas com furos passantes.
Cotagem
Na cotagem do diâmetro nominal de parafusos, deve-se identificar à qual norma a rosca obedece. Isso é
feito precedendo o valor nominal da rosca com o símbolo da norma.
Exemplo
Para um parafuso de diâmetro 10mm, são usados, entre outros, os seguintes símbolos: M10 (métrica), W10
(Whitworth) e G10 (gás ou rosca de cano).
Na imagem a seguir, veja a cotagem de diversos tipos de parafusos.
Imagem 4.6 - Cotagem de parafusos.
Porcas
Fabricada em metal ou plástico, a porca é uma peça de forma prismática ou cilíndrica com furo roscado por
meio do qual se encaixa o parafuso. Ela é usada com o parafuso para a fixação dele.
A seguir, veremos os diversos tipos de porcas e suas aplicações.
É utilizada para aperto manual (arco de serra).
Porca borboleta.
É utilizada para aperto manual (arco de serra).
Porca recartilhada.
É utilizada para um bom acabamento.
Porca borboleta 
Porca recartilhada 
Porca cega 
Porca cega.
É utilizada para fixações diversas.
Porca quadrada.
É utilizada com cupilha para evitar que vibrações a soltem.
Porca castelo.
Porca quadrada 
Porca castelo 
A imagem 4.7 revela como desenhar alguns tipos de porcas a partir da sua nomenclatura.
Imagem 4.7 - Dimensionamento de alguns tipos de porcas.
Arruelas
A arruela é um disco metálico com um furo no centro através do qual passa o parafuso. Sua funçãoé
distribuir igualmente a força de aperto entre a porca, o parafuso e as partes montadas (imagem 4.8).
Imagem 4.8 - Montagem com auxílio de arruela.
A imagem a seguir, expõe os diversos tipos de arruelas, representação e cotagem:
Arruela lisa
Arruela de pressão
Arruela dentada
Anéis elásticos
Também conhecido como anel de trava, retenção ou segurança, o anel elástico é uma espécie de arruela
incompleta cuja abertura serve para que o encaixe seja feito no ressalto em um eixo.
Esse anel é usado para:
Impedir o deslocamento axial de eixos;
Posicionar ou limitar o curso de uma peça que desliza sobre um eixo.
A seguir, entenda o desenho esquemático de cada tipo de anel elástico e onde aplicá-los:
É utilizado em eixos com diâmetro entre 4 e 1.000mm.
Tipo G 
É utilizado em furos com diâmetro entre 9,5 e 1.000mm.
É utilizado em eixos com diâmetro entre 8 e 24mm.
É utilizado em eixos com diâmetro entre 4 e 390mm fixando rolamento.
Tipo I 
Tipo RS 
Anilha para fixação de rolamento 
É utilizado para pequenos esforços axiais.
Elementos de ligação �xas
Rebites
O rebite possui corpo cilíndrico e cabeça, sendo fabricado em aço (comum, inox e outros exemplos),
alumínio, cobre ou latão. Ele é usado para a fixação permanente de duas ou mais peças.
Em geral, seu emprego se dá em situações em que não é possível usar solda por um ou mais destes
motivos:
Tipo de material;
Não admissão de tensões provenientes da solda;
Facilidade do processo de fabricação.
Anel trava de seção circular 
Na indústria, os rebites são aplicados principalmente em:
Estruturas metálicas;
Reservatórios;
Caldeiras;
Máquinas;
Navios;
Aviões;
Veículos de transporte;
Treliças.
Tipos de rebites
Os tipos de pino são divididos pelo formato da cabeça. Pelos desenhos dos pinos a seguir, podemos
perceber uma relação padronizada entre o diâmetro (d) do corpo e o da cabeça:
Bastante utilizado pela grande resistência oferecida.
Bastante utilizado pela grande resistência oferecida.
Cabeça redonda larga 
Cabeça redonda estreita 
Utilizado em uniões que não admitem saliências.
Utilizado em uniões que não admitem saliências.
Utilizado em uniões que admitem pequenas saliências.
Cabeça escareada chata larga 
Cabeça escareada chata estreita 
Cabeça escareada com calota 
Utilizado em uniões que admitem pequenas saliências.
Utilizado em chapas com espessura máxima de 7mm.
Especi�cações
Para o uso de rebites, é necessário saber quatro especificações:
Cabeça panela 
Cabeça cilíndrica 
Material;
Tipo de cabeça;
Diâmetro do corpo;
Comprimento útil: Comprimento do corpo (L) menos a sobra necessária (Z), que, por sua vez, é o
comprimento restante necessário para formar a outra cabeça do rebite.
Imagem 4.10 - Como especificar os rebites.
Rebitagem
É o processo de união de peças usando rebite.
Imagem 4.11 - Sequência de rebitagem.
A rebitagem pode ser:
Manual, com pancadas de martelo (uso em pequena escala);
Automático, com o auxílio de um martelo pneumático ou de rebitadeiras pneumáticas ou hidráulicas.
O processo ainda pode ser a quente ou a frio. Na rebitagem a quente, o rebite é anteriormente aquecido em
forno ou em chama até atingir a cor vermelho brilhante. Usado em rebites de aço com diâmetro maior que
6,35mm, ele obtém um melhor preenchimento do espaço e uma menor aplicação de força.
Rebite de repuxo
Apesar de ser um rebite especial (imagem 4.4), o de repuxo é amplamente utilizado em chapas que não
sofrerão grandes esforços. Esse rebite tem um furo pelo qual passa um contrarrebite. Para a rebitagem,
utiliza-se um equipamento simples que puxa o contrarrebite, formando a 2ª cabeça do rebite (imagem 4.12).
magem 4.4
Exemplo de união de duas chapas por parafusos.
Imagem 4.12 - Medidas do rebite.
Vejamos a sequência contida na imagem a seguir:
1. O rebite é colocado no furo das peças;
2. A rebitadeira puxa o contrarrebite enquanto segura a cabeça do rebite contra a peça;
3. A cabeça do contrarrebite forma a cabeça do rebite;
4. A cabeça do contrarrebite é quebrada, e o corpo abandona o rebite.
Veja a ilustração desse fluxo na imagem a seguir.
Imagem 4.13 - Sequência de rebitagem de um rebite de repuxo.
Pinos
Geralmente de aço, pinos são elementos cilíndricos/cônicos que unem peças articuladas. Nesse tipo de
união, as peças formam uma junção móvel, permitindo conjuntos que se articulam entre si.
Na indústria, os pinos são aplicados principalmente em:
Braços articulados, como, por exemplo, guindastes.
Portas.
Tipos de pinos
Alguns tipos de pinos mais comuns são mostrados abaixo:
É utilizado durante a ação de centragem.
É utilizado durante a ação de retirada do pino de furos cegos é facilitada por uma haste roscada
(aperto de porca retira a haste).
É utilizado para forças cortantes, ele requer um furo com tolerâncias rigorosas.
Pino cônico 
Pino cônico 
Pino cilíndrico 
Apresenta elevada resistência, podendo ser assentado em furos com variação de diâmetro.
Cavilhas
A cavilha é uma peça cilíndrica fabricada em aço cuja superfície externa recebe três entalhes que formam
ressaltos. A forma e o comprimento dos entalhes determinam os tipos de cavilha.
Sua fixação é feita diretamente no furo aberto por uma broca, dispensando o acabamento e a precisão do
furo alargado. A cavilha une peças que não são articuladas entre si.
A tabela a seguir apresenta os diversos tipos de cavilhas, suas normas e utilização.
TIPO NORMA UTILIZAÇAO
KS 1 DIN 1471 Fixação e junção.
KS 2 DIN 1472 Ajustagem e articulação.
KS 3 DIN 1473
Fixação e junção em casos de aplicação de forças
variáveis e simétricas, bordas de peças de ferro
fundido.
KS 4 DIN 1474 Encosto e ajustagem.
KS 6 e 7 - Ajustagem e fixação de molas e correntes.
Pino elástico 
TIPO NORMA UTILIZAÇAO
KS 9 -
Utilizado nos casos em que se tem necessidade
de puxar a cavilha do furo.
KS 10 -
Fixação bilateral de molas de tração ou de eixos
de roletes.
KS 8 DIN 1475 Articulação de peças.
KS 11 e 12 - Fixação de eixos de roletes e manivelas.
KN4 DIN 1476
Fixação de blindagens, chapas e dobradiças sobre
metal
KN5 DIN 1477
KN7 -
Eixo de articulação de barras de estruturas,
tramelas, ganchos, roletes e polias.
Tabela - Tipos de cavilhas, suas normas e utilização.
DORNELES, V., 2009, p. 7.
A imagem a seguir exibe os desenhos das cavilhas da tabela acima.
Imagem 4.14 - Desenho das diversas cavilhas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
São exemplos de ligações móveis:
Parabéns! A alternativa D está correta.
Rebites, pinos e cavilhas são elementos de ligação fixas.
Questão 2
Que tipo de elemento de ligação é usado para limitar o curso de uma peça que desliza sobre um eixo?
A Parafusos, pinos e rebites.
B Parafusos, porcas e cavilhas.
C Parafusos, porcas e pinos.
D Parafusos, porcas e arruelas.
E Parafusos, pinos e arruelas.
A Cavilhas.
B Pinos.
C Arruelas.
D Porcas.
Parabéns! A alternativa E está correta.
As cavilhas e os pinos são ligações fixas e não se aplicam ao que é pedido na pergunta. Já porcas e
arruelas não sevem para limitar o curso de uma peça que desliza sobre um eixo. Tal função é dos anéis
elásticos.
Considerações �nais
O desenho técnico, assim como o mecânico, é de suma importância na vida de engenheiros e técnicos.
Verificamos neste conteúdo que seguir os padrões estabelecidos pelas normas vigentes torna a linguagem
do desenho universal, proporcionando um entendimento perfeito da ideia ou do projeto independentemente
do país de origem.
Pontuamos que saber interpretar cotas, tolerâncias, vistas principais e escalas, entre outros exemplos,
facilita a vida do profissional da área. Também fizemos uma introdução aos elementos de máquina mais
simples: os de ligação fixas e os móveis. Ambos são componentes que fazem parte do nosso cotidiano,
ainda que muitas vezes não atentemos para isso.
Podcast
Agora, o especialista José Ricardo Gomes Matheus encerra o tema falando sobre os principais tópicosabordados.
E Anéis elásticos.

Referências
ABRANTES, J; FILGUEIRAS FILHO, C. A. Desenho técnico básico - teoria e prática. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067 - Princípios gerais de representação em
desenho técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
CATAPAN, M. F. Apostila de desenho mecânico 1: parte I. Curitiba: UFPR, 2014a.
CATAPAN, M. F. Apostila de desenho mecânico 1: parte III. Curitiba: UFPR, 2014b.
COLLINS, Jack. Projeto de elementos de máquina: uma perspectiva de prevenção da falha. 1. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2006.
DORNELES, V. Elementos de Mecânica, 2009.
GORDO, Nívia; FERREIRA, Joel. Mecânica: Elementos de Máquinas. São Paulo, 2012. Apostila do Telecurso
2000 - FIESP, CIESP, SESI, SENAI, Irs.
SILVA, J. J. M. da. Elementos de fixação - parafusos e porcas. Sobral: IFCE, 2014.
VIEIRA, A. F. C. Desenho técnico mecânico I. São Paulo: EESC-USP, 2018.
Explore +
Pesquise o site da ABNT e familiarize-se com as normas técnicas de desenho.
Outra dica é um livro de desenho técnico de Tomas E. French:
FRENCH, T. E. Desenho técnico e tecnologia gráfica. Rio de Janeiro: Globo, 2002.
Para aprofundar seus conhecimentos sobre tolerâncias, unidades e elementos de ligação, também
indicamos esta obra:
BUDYNAS, R. G.; NISBETT, J. K. Elementos de máquinas de Shigley. 10. ed. Porto Alegre: Amgh Editora,
2016.

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