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AV2 - Prática Simulada IV -

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Aluno: Thiago Mota Gonçalves
Matricula: 2017.03.222-849
Prática Simulada IV
AO JUIZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE CANTO DISTANTE – RJ
Ref Autos nº 000/0000000000000
LUIZ, qualificado nos autos da ação de indenização que lhe move Armando, igualmente qualificado, vem a presença deste juízo, por seus procuradores que esta subescreve, por não se conformar com a sentença prolatada às fls. Xx, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, com base nos arts. 1009 a 1014, NCPC, requerando na oportunidade, que o recorrido seja intimado para, querendo, ofereça as contrarrazões e, ato constínuo, sejam os autos, com as razões anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro para os fins de mister.
E. Deferimento.
Local/Data
Assinatura do adv/OAB
_____________________________________________________________________
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ___CÂMARA CÍVEL.
REF: RAZÕES DE APELAÇÃO
APELANTE: LUIZ
APELADO: ARMANDO
Nº DO PROCESSO NO 1º GRAU: 00000
ARMANDO, ingressou com ação indenizatória contra o apelante em virtude da inexecução de um contrato de transporte.
Ocorre que Armando, ora apelado, na condição de cantor, veio a contratar os serviços do apelante, que vem a ser motorista de uma grande empresa, para que pudesse fazer seu traslado no dia 2 de março de 2017, do município de canto distante, uma pequena cidade no interior do estado do Rio de Janeiro, onde ambos residem, com destino a capital do estado.
No dia 2 de março de 2017, o ora apelante, ao verificar que havia esquecido de efetuar as manutenções periódicas e necessárias do seu veículo,optou por não viajar, uma vez que considerou inseguro pegar a estrada sem as devidas manutenções. Assim, em virtude disto, comunicou o apelado que não haveria a possibilidade de estar transportando o mesmo naquele dia, fazendo em seguida a devolução do que lhe fora pago.
Acontece que posteriormente, soube que o apelado Armando, não havia realizado a viagem até o Rio de Janeiro, não participando por consequencia da pré-seleção do concurso.
Contudo, o apelado entendeu por bem ingressar com a presente ação indenizatória em face de Luiz, menos de um mês após todo o ocorrido, onde pretende perdas e danos pelo inadimplemento do contrato de transporte bem como indenização pela perda de uma chance de participar do concurso.
Ao final do instrução processual, o juízo de primeiro grau, proferiu sentença de total procedência do pleito autoral, onde fundamentou sua decisão nos seguintes argumentos:
i) o inadimplemento contratual culposo foi confessado por Luiz, devendo ele arcar com perdas e danos, nos termos do Art. 475 do Código Civil, arbitrados no montante de cinco vezes o valor da contraprestação originalmente acordada pelas partes;
 
ii) o fato de Ricardo não ter contratado outro tipo de transporte para o Rio de Janeiro não interrompe o nexo causal entre o inadimplemento do contrato por Luiz e os danos sofridos; 
iii) Ricardo sofreu evidente perda da chance de participar do concurso, motivo pelo qual deve ser indenizado em montante arbitrado pelo juízo em um quarto do prêmio final que seria pago ao vencedor do certame 
Contra esta decisão, se insurge o apelante no presente recurso, esperando vê-la reformada em face das razões que adiante se alinham:
1. DA AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
A pretensão do autor de receber a indenização ora pleiteada, está argumentada sob a teoria da perda de uma chance, onde assegura o autor que, diante da inexecução do contrato, acabou por deixar de participar do evento seletivo para o concurso televiso de talentos musicais de amadores.
Ocorre, que a incidência da perda de uma chance, que poderia vir a viabilizar a ora pretendida indenização, exige que a alegada perda tenha projeção em alguma probabilidade real de sucesso no evento. No caso em questão, não se torna possível a vislumbrar nenhuma chance concreta, de que o apelado ao participar do concurso, teria chances efetivas de ser selecionado.
Saliento ainda que se trata de um evento com um numero expressivo de inscritos, 20.000, onde os mil melhores candidatos pré-selecionados na primeira fase, precisariam ainda passar por outras duas etapas de cunho eliminatório, até que apenas 20 candidatos fossem escolhidos para a participação no programa televisivo.
Ora, o aledo não trouxe qualquer elemento de fato contundente que pudesse demonstrar sua real possibilidade de ser selecionado para o concurso.
Sendo impossível, pois, impor-se responsabilidade civil ao apelante no presente caso, uma vez que é rechaçado pelo direito brasileiro a indenização por dano hipotético, o que está vislumbrado no presente caso.
2. DA INEXISTÊNCIA DE DANO EFETIVO
Não sendo possível a aplicação da teoria da perda de uma chance, imperioso observar a pretensão sob o aspecto da responsabilidade contratual.
Ao se tratar da alegação de inexecução de contrato, deverá eventual indenização ficar ligada as possíveis perdas e danos verificados em face do inadimplemento.
Do ônus da demonstração do prejuízo, não se desimcubiu o apelado, cabendo a ele a demonstração das perdas e danos decorrentes da inexecução como preceitua o Art. 475 do CC, mas assim não fez.
Ao contrário, restou indiscutível nos autos que o apelante, ao verificar que não seria possível fazer uma viagem segura, uma vez que o carro não havia passado pelas manutenções necessárias, o mesmo, de pronto, devolveu todo o preço ao contratante, ora apelado, o qual não e insurgiu contra isso.
Resta claro, que o que houve , fora na realidade um distrato consensual, em que desfeito o negócio jurídico, ambas as partes, foram levadas ao seu status quo sem que nenhuma dela alegasse na ocasião, nada referente a perda ou prejuízo.
Por consequência, nos termos da responsabilidade contratual, não há que se falar em indenização pretendida, pois razão não há.
3. DA BOA FÉ OBJETIVA E DOS DEVERES DECORRENTES – A CULPA CONCORRENTE DO APELADO:
Por fim, é possível verificar que a não-realização da viagem, decorreu também pelo desinteresse do apelado, que não optou por buscar outros meios de transporte, para que a viagem pudesse ter sido feito, o que caracteriza por consequência a culpa concorrente do apelado como bem demostrado pelo art. 945 do CC, lê-se:
“Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano”.
Tendo claro nos autos, que o apelado fora avisado da não possibilidade de ser atendido no transporte e tendo por conseguinte a devolução do valor que havia pago, poderia ele, se fosse do seu interesse, dirigir-se a rodoviária e tomar outro transporte para seu destino.
Em caso de culpa concorrente, a indenização deveria ser partilhada entre eles.
DOS PEDIDOS:
Isso posto, considerando os fundamentos levantados nesta peça recursal, espera o apelante, ver reconhecido e provido este apelo para:
a. Reformar a decisão de primeiro grau, para julgar improcedente a ação, uma vez que não se trata de hipótese com possibilidade real de se alcançada pela teoria da perda de chance, nem houve por parte do apelado a demonstração do prejuízo para além da devolução do preço.
b. alternativamente, que seja reconhecido a culpa concorrente pela inexecução do contrato, partindo-se e indenização de forma proporcional entre as partes, na medida de suas responsabilidades.
c. Em virtude do provimento do apelo, espera ver redimensionado o ônus de sucumbência.
E. deferimento.
Local e data
Advogado
OAB

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