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COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 
Me. Karla Vaz Siqueira Cañete 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 
 
 
1 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
SEMANA 1 
 
OBJETIVO GERAL 
A atividade de comércio é inerente a todo ser humano. Vamos iniciar esta disciplina 
afirmando que o comércio é inerente ao ser humano e o acompanha desde o início da 
civilização. Por isso, conhecer o surgimento e a evolução do comércio Internacional é 
realmente conhecer as bases que desenvolveram essa atividade econômica, social e 
cultural em diferentes povos e épocas; é esse entendimento que vai nos ajudar a 
compreender melhor o seu funcionamento atual. 
 
Vamos iniciar esta semana apresentando a evolução do comércio exterior 
brasileiro, as entidades intervenientes do Comex no Brasil. A seguir conheceremos a 
estrutura administrativa do comércio exterior. Para finalizar esta primeira etapa, vamos 
conhecer o Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX. 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
1. Conhecer a evolução do comércio exterior brasileiro; 
2. Quem são as entidades intervenientes no comércio exterior do Brasil; 
3. Estrutura administrativa do COMEX; 
4. Conhecendo o Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX. 
 
Introdução 
Geralmente a primeira forma ou associação que as pessoas fazem no contato com 
a palavra comércio é pensar em um pequeno estabelecimento que vende alguns itens aos 
consumidores. É comum ouvirmos pessoas dizerem que tem um comércio e que isso 
representa algum tipo de atividade econômica. De fato, essa é uma visão bastante usual 
e mostra como grande parte da população compreende a existência das relações 
comerciais. Entretanto, o comércio é muito mais abrangente do que isso, não se tratando 
só de algo local, mas algo que movimenta a economia mundial. 
 
De maneira mais precisa, esse comércio pode ser compreendido como a 
transferência de propriedade de um bem ou serviço para outro. Essa movimentação 
implica no recebimento de um valor monetário ou outro bem ou serviço, então podemos 
compreender o comércio como uma transação de troca e se essa transação envolve o 
pagamento por meio de moeda envolve a noção dos termos compra e venda. É possível 
 
 
2 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
afirmar também que um bem ou serviço pode ser caracterizado como algo privado, já que 
o proprietário pode excluir outros agentes de seu uso e a renda gerada pelo bem ou 
serviço também pertence ao proprietário que, portanto, é livre para comercializá-lo. 
 
Hoje em dia, temos inúmeras maneiras de realizar o comércio, inclusive podemos 
fazê-lo por meios eletrônicos o que torna as transações muito mais fáceis e até 
impessoais; é o chamado e-commerce. Essa característica elimina as fronteiras uma vez 
que, por exemplo, alguém do Brasil pode comercializar com qualquer pessoa ou empresa 
em qualquer parte do mundo. De fato, um dos elementos mais em emblemáticos da 
globalização é a possibilidade de se estabelecer em transações com mais facilidade entre 
muitos países do mundo. 
 
É importante lembrar que uma das características essenciais do comércio é que ele 
melhora o bem-estar dos envolvidos, ou seja, as pessoas se tornam mais satisfeitas por 
meio da transação realizada, caso contrário não haveria razão que a justificasse. Para que 
possamos compreender melhor este ponto, vamos pensar em uma pessoa que tenha 
arroz e a outra tenha feijão. A que tem arroz quer trocar por feijão e vice-versa. Isso 
significa que o proprietário do arroz atribui um valor ao feijão e o proprietário do arroz 
enxerga um valor ao seu bem. Essa é uma avaliação subjetiva, mas está inserida em 
todas as transações comerciais e é o principal motor da questão das trocas. 
 
O comércio é também a causa da visão de especialização do trabalho. A 
especialização do trabalho permite que um agente, tanto uma empresa, quanto uma 
pessoa que seja responsável por apenas uma pequena parcela. É isso que oferece a 
imensa diversidade de bens e serviços que são produzidos diariamente. Quando 
pensamos em uma empresa, percebemos que para que ela possa realizar o seu trabalho, 
como montar o seu produto para a posterior venda ela precisa ter uma série de 
fornecedores. Imaginemos a indústria automobilística, por exemplo, que precisa de várias 
empresas fornecedoras dos seus produtos que são os carros, motos, caminhões. Para 
que se possa montar há uma enorme rede de empresas, que, por meio do comércio, 
possibilita a divisão de trabalho e consequentemente a especialização. 
 
Conforme Tripoli e Prates (2016), antigamente quando o trabalho era 
essencialmente agrícola, as pessoas produziam praticamente todos os bens de que 
necessitavam para consumo. Essa condição se alterou há vários séculos. Hoje em dia as 
 
 
3 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
pessoas vendem o próprio trabalho para alguma empresa e com a renda obtida adquirem 
todos os bens de que necessitam, do alimento ao vestuário, do lazer aos equipamentos 
eletrônicos. Essa separação entre quem produz e quem consome possibilitou a formação 
do chamado mercado que é um ambiente físico ou virtual onde o comércio acontece. O 
conceito econômico de mercado mostra que ele é um ambiente em que as forças de oferta 
e demanda interagem para a formação de preço. A oferta diz respeito ao comportamento 
das empresas no sentido de produzir e vender os bens e serviços, enquanto a demanda 
se refere ao comportamento dos consumidores para adquirir os bens e serviços a fim de 
atender suas necessidades. 
 
A fim de complementar o entendimento sobre o mercado, é necessário 
compreender o que é Produto Interno Bruto (PIB). O PIB de um país mostra o valor de 
mercado de todos os produtos comercializados durante um período, em geral em um ano. 
Conceitualmente o PIB é o “valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos 
em determinado período de tempo como os serviços de fatores de produção situados 
dentro dos limites geográficos de um país” (Bacha, 2004, p. 28). Normalmente, o PIB pode 
ser entendido como uma medida de produção de um país, mas também pode ser utilizado 
para indicar o comércio e não há dúvidas de que países com PIB maior tem também 
comércio maior. Para se ter uma ideia, o PIB brasileiro em 2019 foi de R$ 7,4 trilhões, de 
acordo com o IBGE, enquanto o PIB dos Estados Unidos da América estava em US$ 
21,374 trilhões. Acreditamos ser mais adequado levantar o PIB de 2019 que foi 
considerado um ano normal, já que a partir de 2020, com o advento da pandemia do novo 
coronavírus, todas as economias mundiais foram afetadas, causando impacto no 
comércio como um todo. 
 
 
 
4 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. A EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 
 
Vamos a partir de agora compreender como se deu o nascimento e a evolução do 
comércio exterior brasileiro. 
 
De acordo com o site Faz Comex (2021), o Comércio Exterior surgiu em meados 
de 1808 e 1820 quando a corte portuguesa chegou ao Brasil e naquele mesmo ano foi 
publicada a Carta Régia de Abertura dos Portos brasileiros às Nações Amigas. 
O decreto de abertura dos portos marcou uma nova era para o Brasil. Muitos 
historiadores, percebem este ato como um marco em nosso processo de emancipação 
política. Ocorreu uma inversão do pacto colonial e o princípio da interiorização da 
metrópole na América portuguesa. A cidade do Rio de Janeiro, que passou à condição de 
Corte, assumiu o antigo lugar de Lisboa como entreposto comercial entre as colônias e os 
demais países. 
 
De acordo com o site Infoescola, a abertura dos portos (1808) foi um tratado 
econômico assinado entre Portugal e Inglaterra no contexto das Guerras Napoleônicas. 
Este se caracterizou pela possibilidade das colônias portuguesas, na América, 
estabeleceremestudaremos como as empresas acessam os mercados 
internacionais, quais os processos para a internacionalização das empresas. 
Verificaremos se há necessidade de realizar alguma adequação de produtos para adentrar 
os mercados externos e de quais instrumentos de apoio as empresas podem se valer para 
conhecer os trâmites de comercializar seus produtos e serviços no mercado externo. 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
1. Acessos ao mercado externo; 
2. Processo de Internacionalização de empresas; 
3. Adequação de produtos ao mercado externo; 
4. Instrumentos de apoio ao comércio exterior. 
 
Introdução 
A globalização cria oportunidades importantes, que podem ser observadas até 
mesmo em tempos de crise. Empresas podem colocar-se para exportação e importação, 
internacionalizar-se ou ainda aumentar sua participação, caso já tenham desenvolvido 
negócios com o exterior. 
 
Nesse sentido, os profissionais que estão dispostos a trabalhar nesta área devem 
estar preocupados com o seu aperfeiçoamento contínuo na busca pelos conhecimentos e 
habilidades. À medida que uma empresa participa do mercado internacional suas chances 
de lucro podem aumentar, mas os riscos e a complexidade de suas operações também 
aumentam. Por isso, avaliar as dificuldades de uma negociação é estar preparado para 
responder rapidamente a contratempos que possam surgir durante um processo de 
importação e exportação. 
 
 
37 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A negociação exige preparo e uma dose de habilidade, porque frequentemente 
detalhes podem provocar a revisão dos objetivos de alteração na negociação. Negociar é 
algo que visa atender os interesses do comprador e do vendedor, de modo que ambos se 
sintam satisfeitos. Por fim, uma venda deve ser pensada de tal maneira que o cliente 
comprador continue comprando e não fique apenas em um único negócio. 
 
 
 
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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. INTERNACIONALIZAÇÃO EM COMÉRCIO EXTERIOR 
 
 Acessos ao mercado externo 
O processo de globalização da informação e da tecnologia, além da crescente 
abertura de mercados abriu imensas oportunidades de expansão no exterior; entre elas 
temos as reduções de custos, vantagens de localização, entre outros. Para as empresas 
e seus produtos isso decorre de maior competição em rivalidade. A internacionalização, é 
bom que se diga, não é isenta de riscos porque implica em uma saída para o exterior 
entrando em um novo ambiente de grande incerteza. Nesse sentido, a empresa deve 
avaliar de maneira estratégica como vai iniciar seu acesso ao mercado externo. 
 
Existem algumas formas de internacionalização. Vejamos quais são elas: 
1.° - Exportações diretas e indiretas; 
2.° - Acordos de cooperação contratual com licenças com seções ou agentes de 
franquias; 
3.° - Acordos de cooperação de acionistas por meio de investimento direto no 
exterior que podem ser realizados de 2 formas por meio de subsidiárias 
próprias comerciais e produtivas e por meio de joint venture. 
 
As diferentes maneiras de internacionalizar uma empresa são caracterizadas por 
certas variáveis que estão inter-relacionadas como grau de controle, comprometimento de 
recursos, custos de saída, potencial de aquisição de conhecimento etc. 
 
A exportação é a forma mais simples e tradicional de começar a internacionalização 
de uma empresa porque a produção se mantém no lugar de origem e se adapta aos 
mercados exteriores. Quando uma empresa não tem meios para fabricar no exterior e o 
mercado estrangeiro é atrativo, existe alto grau de incerteza, então a companhia tem como 
opção mais indicada a exportação indireta ou passiva que é realizada por meio de um 
intermediário. Por outro lado, há também a possibilidade de trabalhar com a exportação 
direta ou também chamada ativa, na qual a empresa entra em contato com os 
compradores finais no estrangeiro e se encarrega de todos os aspectos burocráticos 
logísticos e financeiros que implicam uma exportação. 
 
Uma outra forma de acessar os mercados internacionais são as chamadas vias 
contratuais. Neste grupo encontramos as licenças, as franquias e os contratos de 
 
 
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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
produção e distribuição. Esse tipo de internacionalização permite que a empresa acesse 
os mercados exteriores contando com algum tipo de sócio que realiza o processo no 
mercado de destino. Temos exemplos desse processo como a Coca-Cola que realiza 
contratos de produção e distribuição e o McDonald's que possuem um processo estendido 
de franquias ou mesmo licenças que são praticadas por diversas empresas como as 
montadoras de veículos. 
 
Chryssochoidis et al. (1997, citados por Muniz, 2004) defendem que as empresas 
passam por vários estados de internacionalização, o que determina o grau de 
envolvimento no mercado externo. Dunning (1991) ressalta que algumas características 
dos países no exterior como, riscos políticos e expectativas de expansão do mercado 
podem determinar a maneira escolhida para ingressar no mercado. Por exemplo, quando 
o mercado é limitado ou quando os riscos políticos são altos, as companhias normalmente 
optam pela exportação ou pelo licenciamento. Outros aspectos podem intervir na decisão 
de entrada, como a natureza da demanda e as barreiras tarifárias. Há ainda outros motivos 
internos à empresa como suas estratégias, seus objetivos, entre outros que podem afetar 
a definição do modo de entrada no exterior. 
 
Veremos mais detidamente cada um dos modelos de internacionalização: 
 
Licenciamento 
Refere-se a dar direito de uso através de contrato para que outra empresa no 
exterior por explore sua patente, segredo comercial ou marca (nomes e logotipos) tendo 
como contrapartida o pagamento de royalties. Ex. Empresa Coca-Cola que licencia sua 
marca para empresas em diversos países. 
 
Franquia 
É considerado uma forma de licenciamento, porém mais detalhada e mais bem 
formatada. Consiste na estratégia de penetração em mercado estrangeiro por meio de 
acordo contratual entre duas partes interessadas a fim de conceder ao franqueador o 
direito de vender o produto ou fazer uso da marca em troca de pagamento de royalties. 
Dessa maneira, o franqueador deve fornecer ao franqueado conhecimentos e habilidades 
bem como compartilhar recursos e capacitações com eles. 
 
 
 
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Joint Venture 
Geralmente as alianças entre empresas e joint ventures representam formas 
semelhantes para a entrada de uma empresa num país estrangeiro, podendo existir 
diferentes razões para uma empresa decidir se internacionalizar. 
 
É por meio de joint ventures, do lado da empresa estrangeira, que pode haver o 
interesse de utilizar os recursos e as capacidades da empresa local a fim de reduzir os 
custos ou riscos de entrada no mercado, bem como falta de conhecimento institucional e 
legal. Do lado da empresa local podem existir motivos que justifiquem a modalidade de 
joint venture que ajudem a superar obstáculos como, por exemplo, acesso a novas 
tecnologias desenvolvimento de produtos e processos, incorporação de novas linhas de 
produtos e de marcas, práticas de gestão, associação com marcas reconhecidas 
internacionalmente e acesso aos mercados internacionais. 
 
Consórcios 
Uma aliança bastante conhecida é a constituição de consórcios, que são 
associações criadas para alcançar recursos para criar um empreendimento. Consórcios 
de exportação são vistos como uma aglomeração de firmas com objetivos comuns 
constituindo uma instituição. 
 
Subsidiárias 
Esta modalidade se refere à abertura de filiais em mercados externos que não 
sejam o país sede (matriz) da empresa proprietária. A nova filial (subsidiária) pode 
começar do zero ou por meio de aquisição deuma empresa já existente. Pode ser uma 
subsidiária de vendas e distribuição. Essa estratégia representa o maior nível de comércio 
exterior, correspondendo a um alto grau de controle da empresa sobre o processo de 
acesso a mercados internacionais e alto investimento, principalmente se forem 
subsidiárias de produção, retorno mais alto e nível máximo da escala de risco. 
 
Faz notar que a partir do momento que as empresas instalam filiais em mais de um 
país podem ser compreendidas como empresas internacionais. Então é necessário 
também compreender o significado de empresas multinacionais e transnacionais. 
 
 
 
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Multinacionais: De acordo com as Nações Unidas, uma Multinacional é uma 
organização de negócios cujas atividades estão localizadas em mais de 2 países e a forma 
de organização que define é o investimento externo direto. Uma grande empresa 
multinacional pode operar em mais de 100 países, como é o caso por exemplo da General 
Motors com centenas de milhares de funcionários localizados em países fora de seu país 
de origem. Essa definição ajuda a explicar a ideia do investimento externo direto porque 
é uma habilidade dos gestores de um país em controlar as operações em países 
estrangeiros. Sendo assim uma empresa multinacional é o resultado do investimento 
direto externo que é definido como o controle efetivo das operações em um país pelos 
proprietários estrangeiros. Uma empresa multinacional transfere sua bagagem 
organizacional para outra estrutura institucional, inserida em diferentes contextos sociais, 
políticos e culturais, podendo causar conflitos com as normas previamente existentes. 
Nesse sentido, as empresas podem ser uma fonte importante de transferência de 
tecnologia e de conhecimento, através das fronteiras, permitindo a cópia e a emulação de 
novas práticas e o abandono de práticas anteriores. Em resumo, de acordo com (Culpi, 
2020) a definição econômica das empresas multinacionais é a de uma corporação 
localizada em mais de três países, que controle as atividades estrangeiras através do 
arranjo da firma. 
 
Transnacionais: De acordo com Culpi (2020), a partir da década de 1980 com os 
processos de crise sofridos nas grandes economias, as empresas sofrem pressão por 
expansão de lucros mediante aumento da eficiência redução de custos e progresso 
tecnológico o que induz ao processo de multinacionalização. Assim as empresas passam 
a diversificar a sua atuação, vê-se reduzida importância do local e seu alcance evolui até 
que se tornem transnacionais. As empresas transnacionais, diferentemente das empresas 
multinacionais, perdem sua referência nacional por não terem capital social pertencente a 
qualquer país, não sendo um país quem controla a produção. Isso ocorre porque os 
produtos passam a ter componentes fabricados em diferentes partes do globo, sendo 
montados em uma única região, o que é resultado da busca por diminuição de custos. A 
empresa transnacional opera no mercado financeiro nas diferentes bolsas de valores ao 
redor do mundo. 
 
 Internacionalização de empresas 
A internacionalização é um processo que envolve uma série de fatores como 
aprendizado, experiência e conhecimento que podem ser de difícil mensuração. A 
 
 
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internacionalização pode ser entendida como resultado do processo de globalização. 
Nesse sentido, ela é um impacto da crescente interdependência entre os estados por 
conta da expansão de investimentos e do comércio Internacional. Assim, as empresas 
para preservarem sua competitividade precisam se inserir no mercado externo. (Culpi, 
2020). 
 
Segundo Craig e Grant (1999, p. 115), “os negócios e o comércio ao redor do 
mundo são motivados pela concorrência, vantagens potenciais de custo e marketshare, 
alinhados ao desenvolvimento da comunicação e transportes”. 
 
Michael Porter (1990) afirma que todas as empresas que têm êxito no exterior 
apresentam um elemento comum que é a inovação tecnológica que pode ser qualquer 
vantagem competitiva, como um produto, uma forma de produção, uma estratégia de 
marketing ou organização interna. 
 
De acordo com o Sebrae (2019), a internacionalização pode trazer não só uma 
perspectiva de ganhos adicionais para as empresas, mas também a redução de custos 
em escala, assim como o crescimento e a expansão da marca no país de origem. Para 
que isso aconteça, existem diversas formas e modelos de internacionalização que variam 
de acordo com o volume de investimento em riscos da operação e com o grau de controle 
por parte da empresa. Quanto mais a empresa conhece e se relaciona com o mercado 
alvo, mais são serão exigidos conhecimentos e comprometimento com esse mercado ao 
longo do tempo. 
 
A maneira de entrada está muito relacionada ao nível de gestão do negócio, seja 
uma gestão operacional ou uma gestão estratégica. 
 
 
Antes de iniciar qualquer processo de internacionalização, a empresa precisa 
se certificar de que, de fato, tem o que precisa para atender esta nova 
demanda. Deve verificar a capacidade de adaptação, analisar a concorrência, 
construir redes de contato e garantir que sua equipe de gestão possui as 
competências necessárias para realizar esta expansão. 
 
 
 
 
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São inúmeras as vantagens que uma empresa tem ao optar pelo processo de 
internacionalização, podemos ver algumas delas: 
 
Vantagens de mercado 
 Presença internacional no mercado; 
 Produtos com capacidade de atender diferentes púbicos; 
 Identificação de nichos de consumidores; 
 Ampliação da margem de lucro; 
 Gerir riscos para projetar mercados; 
 Valorização dos consumidores. 
 
Vantagens de inovação 
 Transferência de conhecimento e tecnologia; 
 Alta produtividade e bom custo/benefício; 
 Novos padrões de competitividade; 
 Economia de escala para produzir e vender mais. 
 
Vantagens em finanças 
 Retorno positivo sobre investimentos; 
 Bom cenário para captação de recursos e incentivos fiscais; 
 Aprimoramento da gestão com foco na economia global; 
 Tecnologia para sincronizar a gestão financeira. 
 
Vantagens relacionadas ao Capital Humano 
 Desenvolvimento de lideranças com foco em mercados globais; 
 Intercâmbio entre profissionais de diferentes setores; 
 Novas experiências para o crescimento intelectual; 
 Internacionalização de carreiras; 
 Tecnologia social aplicada à dinâmica de trabalho. 
 
Mas para entrar no mercado internacional, é preciso conhecê-lo. Então, o ideal é 
pesquisar os requisitos legais (Documentações comercial, aduaneira e de transporte) e as 
Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (MAPA, ANVISA, entre outras). Conhecer as 
Barreiras e Acordos Comerciais, bem como as Preferências Tarifárias entre os países, 
 
 
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saber onde encontrar o NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) da mercadoria, que é 
um código numérico utilizado para classificar mercadorias importadas ou compradas no 
Brasil, sendo obrigatória sua inclusão nos documentos fiscais. A NCM é baseada no 
Sistema Harmonizado – SH (também conhecido por HS CODE), que é o sistema 
internacional de classificação de mercadorias, contendo informações referentes à origem 
do produto, materiais e aplicação. 
 
No que se refere à compra e venda de mercadorias, o que deve ser observado, 
tanto pelo exportador quanto pelo importador, são as condições que norteiam a venda das 
mercadorias. As regras utilizadas para esse fim são definidas pela escolha dos Incoterms 
– International Commercial Terms editados pela Câmara de Comércio Internacional (CCI). 
A utilização dos Incoterms é um procedimento a ser seguido e deverá estar pactuado entreas partes no contrato internacional de compra e venda de mercadorias. 
 
 
 
O que você conhece sobre o Sistema Geral de Preferências? 
O Sistema Geral de Preferências é um programa de benefícios tarifários 
concedidos pelos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento, na 
forma de redução ou isenção do imposto de importação incidente sobre 
determinados produtos. 
Os países desenvolvidos, membros da Organização de Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE), por meio de acordo aprovado em 
outubro de 1970 pela Junta de Comércio e Desenvolvimento da UNCTAD, 
estabeleceram o Sistema Geral de Preferências (SGP), mediante o qual 
concedem redução parcial ou total do imposto de importação incidente sobre 
determinados produtos, quando originários e procedentes de países em 
desenvolvimento. 
O SGP foi idealizado para que mercadorias de países em desenvolvimento 
pudessem ter um acesso privilegiado aos mercados dos países 
desenvolvidos, em bases não recíprocas, facilitando o avanço dos países 
beneficiados em seus processos de desenvolvimento. O Brasil aderiu ao 
acordo do SGPC, em 1988, em Belgrado, na atual Sérvia. Em 1991, o Congresso 
Nacional aprovou e promulgou os termos de adesão ao acordo. 
(Fonte: Ministério da Agricultura e FazComex (2021) 
 
http://www.oecd.org/latin-america/countries/brazil/brasil.htm
http://www.oecd.org/latin-america/countries/brazil/brasil.htm
https://unctad.org/
 
 
45 Comércio Exterior Brasileiro 
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2. COMPREENDENDO O MERCADO INTERNACIONAL 
 
Mesmo que as empresas consigam atender todas as exigências em relação aos 
seus produtos no que tange às exigências do mercado interno, é muito provável que o 
empresário tenha de satisfazer requisitos adicionais para adentrar ao mercado externo. 
 
No processo de exportação haverá adequações no produto, adaptações no sistema 
de produção, viagens para a participação em feiras e negociações, treinamentos etc. 
 
De acordo com Pigozzo (2012), para determinar o grau de adaptação dos produtos 
da empresa às necessidades culturais específicas dos diferentes mercados, o 
responsável pelo marketing internacional da empresa deverá realizar análise de 
sensibilidade ambiental e posicionar os produtos em uma escala, desde um extremo, dos 
produtos ambientalmente insensíveis (que não exigem grandes adaptações aos 
mercados) até outro que é o extremo, o daqueles altamente sensíveis aos diferentes 
fatores ambientais. Quanto maior for a sensibilidade, maior será a necessidade de a 
empresa aprender uma maneira para o produto interagir com o ambiente do novo 
mercado. Um exemplo do que pode acontecer é com o setor de bebidas alcoólicas que 
tem como mercados mais atrativos os países do ocidente, e como menos atrativos os 
países islâmicos, nos quais é proibido o consumo destes produtos. Quando pensamos em 
mercados potenciais, a atividade econômica é geralmente correlacionada ao desempenho 
dos diferentes setores econômicos - como agricultura, pecuária, mineração, indústria, 
infraestrutura, comércio e serviços etc. São vários os métodos que foram criados para 
classificar as economias em diferentes estágios de desenvolvimento. Vamos utilizar aqui 
o padrão do Banco Mundial, em que os países são desenvolvidos em 5 categorias, usando 
como base tão somente a renda média da população ou o PIB per capita. 
 
 
 
 
46 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Atualmente, as economias são classificadas segundo os níveis de bem-estar social 
da população, sendo o indicador mais usado o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), 
medida que leva em conta a taxa de expectativa de vida, a alfabetização, a educação e 
os padrões de vida das ações do mundo. O índice criado em 1990, mede o impacto das 
políticas econômicas sobre a qualidade de vida de uma nação e os principais indicadores 
econômicos internos externos dos países. São de fundamental importância para 
demonstrar uma avaliação da estrutura e da situação da economia, do tamanho do poder 
aquisitivo do mercado, entre outros fatores relevantes para a escolha dos mercados 
internacionais. Alguns índices que podem ser levados em consideração são: Produto 
Interno Bruto, composição do PIB, tamanho da população, PIB per capita, dimensão do 
mercado, estrutura da atividade econômica, tamanho do mercado, nível de 
desenvolvimento do país, taxa de inflação anual, composição da atividade econômica, 
compromisso com o desenvolvimento, investimentos, gastos públicos, nível de 
estatização da economia, dependência Internacional, potencial de crescimento do país, 
fluxo do comércio, nível de abertura, a taxa de crescimento, entre outros. 
 
Nesse sentido, antes de investir na internacionalização de um produto ou serviço, 
é preciso conhecer o potencial do país que se pretende investir para verificar as 
possibilidades e analisar as melhores opções. 
 
1. Economias de baixa renda - Países mais pobres, mercados com baixo poder 
aquisitivo. 
2. Economias de renda média inferior - Países em pleno desenvolvimento, nos 
primeiros estágios de industrialização, com mercado doméstico em crescimento, 
com potencial para aquisição de bens de consumo. 
3. Economias de renda média superior - Países recentemente industrializados 
que se movem em direção à pós-industrialização, cuja indústria se encontra em 
franco aumento de competitividade internacional, proporcionando melhorias na 
qualidade de vida da população, aumento da concentração populacional urbana 
e aumento dos salários (que continuam, no entanto, mais baixos que os 
oferecidos em países avançados). 
4. Economias de alta renda - Países avançados, membros de grupos como a 
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o 
Grupo dos Sete (G7), considerados os países mais industrializados incluindo 
Alemanha, Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte, França, Itália, 
Espanha, Japão, Canadá e Estados Unidos da América, entre outros, 
geralmente com suas economias fortemente concentradas em serviços em 
indústrias de base tecnológica oferecendo altos índices de bem-estar para os 
seus habitantes. 
5. Outras economias - Países comunistas incluindo Cuba, Coreia do Norte etc. 
 
 
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2.1 Ambiente cultural de marketing internacional 
Quando se pesquisa por novos mercados internacionais para os produtos de uma 
empresa é necessário conhecer e prospectar com consumidores potenciais, analisando o 
que se consome e como determinado produto é consumido naquele país, bem como quais 
são os hábitos de compra – onde, quando, quantas vezes e em que quantidades as 
pessoas compram. Nesse sentido, é possível dizer que o interesse principal é conhecer o 
universo cultural daquele país. A cultura de um país consiste em modelos de 
comportamento, modos de percepção, sistemas de valores, crenças, mitos, ídolos, 
símbolos, ferramentas, hábitos de vestir, adereços etc. que resultam dos esforços 
realizados por gerações passadas da sociedade para se adaptarem a seu ambiente. 
 
Pessoas que possuem a mesma cultura, podem ser distinguidas como membros 
daquela sociedade que normalmente possuem ideias, valores, atitudes, padrões de 
comportamento parecidos. Isso porque algumas variáveis compõem o seu cotidiano como 
a língua, a religião, o sistema legal, a educação, política e poder, materiais e tecnologia, 
estruturas de autoridade, valores, modos de pensar em relação às incertezas, conquistas, 
entre outras características. 
 
Há elementos da cultura que são fundamentais para a equação da demanda de um 
produto ou serviço. Temos como exemplo o consumo de refrigerantes que varia em função 
do preço, da qualidade, do gosto, dos costumes, dos hábitos, da eficácia da propaganda, 
da disponibilidade do produto nos canais de distribuição, das condiçõesclimáticas e do 
poder aquisitivo do consumidor. Considerando-se a maior ou a menor influência do 
ambiente na demanda, há produtos que apresentam mais sensibilidade ambiental, como 
alimentos, cosméticos e filmes, enquanto outros são menos sensíveis como 
eletrodomésticos, computadores e celulares. 
 
Então, um passo importante na estratégia de marketing Internacional é a seleção 
do mercado de exportação. É fazer um processo de avaliação de oportunidades que levará 
a empresa a decidir em qual mercado irá competir. Esse processo requer uma avaliação 
das exigências impostas pelo mercado prospectado e da capacidade real da companhia 
em atender e ou alterar tais exigências. A seleção de mercado não pode ser feita somente 
com base nos fundamentos de marketing; considerações mais amplas sobre a experiência 
as habilidades e os objetivos da empresa requerem que o processo seja desenvolvido 
com base em uma estratégia global. Identificar o mercado certo para a entrada e a 
 
 
48 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
operação da empresa, seja no estágio inicial do processo de internacionalização, seja um 
estado intermediário como parte do programa de extensão desenvolvido pela organização 
é importante por algumas razões vejamos: 
1. Identificação, sequência e cronograma de mercados a conquistar; 
2. A localização dos mercados influencia, pois isso afeta a capacidade de 
coordenação eficiente e requer estudos e análise para a definição de uma 
estrutura organizacional competente. 
3. Estabelecimento de bases nos mercados internacionais que permitam a 
expansão para demais territórios, como por exemplo, a entrada pela Argentina 
para atendimento da América Latina. 
 
O primeiro passo para a seleção do mercado-alvo em marketing Internacional 
estabelecer um perfil de produto-mercado. De acordo com Álvaro (2001) é preciso 
conhecer: 
 quem comprou e quem não comprou o produto ofertado; 
 qual é a necessidade ou a função do produto; 
 qual o problema o produto resolve; 
 quais consumidores o produto poderá atender e qual o preço estes pagam 
pelos produtos da concorrência; 
 quando e onde o produto é comprado; 
 por quanto o produto é comprado. 
 
Esse primeiro passo consiste em identificar um potencial de mercado de vários 
países ou regiões, avaliar a competitividade e o apelo do produto para cada mercado, 
definir o mix de marketing, estudar a resposta do mercado ao preço, às estratégias de 
comunicação, avaliar os canais de distribuição e o serviço ao cliente e utilizar o feedback 
para aperfeiçoamento do mix. 
 
É importante fazer uma pesquisa a fim de definir segmentos e nichos de mercado 
para o produto e elaborar sugestões para a formulação de estratégias do mix, levando-se 
em conta o produto (definição das linhas e dos tipos de produtos, componentes, 
embalagem e atributos mais adequados ao mercado), o preço (sugestões sobre custos, 
tipos de cotações, fixação de preços, descontos, garantias e formas de pagamento) a 
praça e a distribuição (reflexão sobre os canais mais convenientes para entrar no 
 
 
49 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
mercado, meios de transporte e distribuição até os clientes e negociação) e a promoção 
(sugestões para a estratégia de promoção e de posicionamento do produto, premissas, 
campanhas publicitárias, objetivos, tipos de mídias, público alvo [target], mensagens etc.). 
 
A decisão final sobre em quais mercados globais a empresa deseja atuar consiste, 
portanto, na seleção daqueles que são mais promissores para o produto a ser oferecido. 
 
Para conseguir descobrir os mercados mais promissores é possível colher 
informações por meio de diferentes organizações, de pessoas, os locais, os registros ou 
as publicações que se pode recorrer para pesquisar dados e informações a respeito de 
um mercado segmento ou nicho. Essas fontes podem ser divididas da seguinte forma: 
Internas - as informações obtidas por meio de registros da própria empresa 
Externas - informações obtidas fora dos registros da empresa incluem as fontes 
institucionais representadas por organizações domésticas e internacionais; 
Documentais que incluem artigos estudos e pesquisas publicadas por órgãos 
públicos e entidades privadas; 
Direta - são os sites de internet, periódicos ou publicações que disponibilizam a 
informação; 
Indiretas - que são sites de internet, periódicos ou publicações nas quais será 
possível obter as informações. 
 
Há também fontes de informações Institucionais que incluem órgãos públicos como 
a Receita Federal do Brasil (RFB) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
entidades privadas do país exportador como as Federações das Indústrias dos Estados 
do Brasil, do país importador, por exemplo, a Agência Central de Inteligência dos Estados 
Unidos da América (CIA) e de outros países. As principais fontes documentais incluem os 
periódicos de maior circulação do país, no caso do Brasil O Estado de São Paulo, O Globo 
e a Folha de São Paulo, revistas especializados científicas como Exame, HSM 
Management, Revista de Administração e Empresas (RAE), publicada pela Fundação 
Getúlio Vargas, Revista Brasileira de Comércio Exterior, publicada pela Fundação Centro 
de Estudos de Comércio Exterior, boletins e estatísticas sobre câmbio, comércio exterior 
como os Relatórios de Comércio Exterior da Secex e do Banco do Brasil. Também existem 
diretórios de exportadores com os Guias de Exportação da FIESP e da FUNCEX, os 
Anuários Setoriais publicados em mídias de comunicação como Exame Infraestrutura e o 
Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDES). 
 
 
50 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Uma fonte tradicional de informações estratégicas e estatísticas sobre comércio 
exterior que oferece informações gratuitas é a Alice web - sistema de análise de 
informações de comércio exterior via internet. A Alice web permite a consulta de dados 
sobre balança comercial, exportação e importação. Procura por categorias como 
mercadoria, país, bloco econômico, unidade da federação, via de transporte, porto etc. 
 
2.2 Adequação de produtos ao mercado externo 
Dificilmente o mercado externo absorve exatamente o mesmo produto vendido no 
mercado doméstico. Alterações podem ser necessárias em design, no tipo de matéria-
prima e acabamento utilizados, composição, dimensões do produto, cores, quantidade de 
produto por embalagem. Tais alterações implicam na produção de amostras e envio ao 
importador antes mesmo que um negócio tenha sido concretizado. 
 
Segundo Keegan e Green (2000), um produto pode ser definido com base em sua 
parte tangível, ou seja, por meio de suas características físicas como material, peso e 
dimensões. O desafio para a internacionalização é conciliar interesses relacionados à 
essas características, além de satisfazer as necessidades, os desejos de seus clientes, 
de todos os continentes, que cada vez mais são exigentes, demandam agregação de mais 
valor, sem alterar significativamente o preço do produto, visualizando o mesmo sob a ótica 
do consumidor, ao mesmo tempo, deve atender às demandas orçamentárias da empresa, 
visualizando o produto fisicamente, apoiando a redução do custo de materiais, de mão-
de-obra, das despesas de comercialização, inclusive daquelas realizadas relativas ao pós-
venda, assistência técnica, revisões, disponibilidade de peças de reposição, garantia de 
desempenho, etc. 
O produto é composto de diversos atributos e de várias características. Esses 
componentes englobam desde as características técnicas (especificações) e físicas 
(recipiente, embalagem, etiqueta) do produto até os elementos que atendem às 
necessidades do consumidor e fazem com que este o compre (atendimento, assistência 
técnica, benefícios e valor que o consumidor tem doproduto - sentimento que este traz 
quando é utilizado. Vejamos a seguir as características e atributos em detalhes: 
 Especificações: Características intrínsecas - destino básico, outros usos, 
propriedades físicas e químicas, acionamento, carga, qualidade. Por exemplo, 
aparelhos de barbear, lavadora de roupas, frutas, bebidas, lã de aço, aeronaves 
e gasolina. 
 
 
51 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Dimensões: tamanho, capacidade ou volume, por exemplo, roupas e 
refrigerantes. 
 Marca: nome que agrega valor. Por exemplo: McDonald’s (atendimento rápido) 
e relógios da marca Omega (estilo de prestígio). 
 Modelo: versões para segmentos específicos. Por exemplo: automóvel 
popular, médio, utilitário, de luxo etc. e calças (masculina, feminina, infantil, 
entre outras). 
 Recipiente: material que envolve a unidade do produto, núcleo. Por exemplo: 
lata, garrafa de refrigerante (alumínio, vidro ou plástico). 
 Embalagem: funções de proteção, informação, conservação, propaganda. Por 
exemplo: a marca de sabão em pó Omo dispõe as letras de forma simétrica na 
embalagem, como dois grandes olhos a procurar o cliente. Muitas alterações 
nas embalagens são necessárias, não só para atender gostos e preferências 
dos clientes do mercado externo, como também por normas e especificações 
técnicas do país de destino, que podem estar ligadas à higiene e saúde, 
segurança, prevenção de acidentes etc. Então é um desafio para os 
exportadores conhecer as normas técnicas dos países de interesse, realizar as 
modificações e obter as certificações de adequação dos produtos. 
 Etiqueta: logotipo para estabelecer distinção. Por exemplo: camisas da marca 
Lacoste. 
 Garantias: aumento da confiabilidade em relação aos defeitos que venham a 
ter os produtos. Por exemplo: Carros Hyundai (garantia de 5 anos). 
 Atendimento: fator de diferenciação nas fases pré, durante e pós-venda. Por 
exemplo: Santander Van Gogh (agência, gerente exclusivo etc.). 
Vejamos alguns detalhes importantes que devem ser observados nos elementos 
que compõem os produtos, especialmente em casos de internacionalização: 
 
Embalagem: Podemos dizer que é o agrupamento de produtos unitariamente 
envasados, que tem por finalidade proteger – por meio de rigidez e acondicionamento 
resistente a roubos, avarias, mudanças de clima etc. O produto precisa estar protegido 
durante todas as operações de transporte e manipulação, de maneira que este chegue 
aos canais de distribuição sem sofrer deterioração ou perda de volume. Pode ser múltipla 
e/ou de transporte, quando utilizada para unitizar cargas (paletes, contêineres), e deve ser 
marcada de forma legível, indelével e facilmente visível, sem, no entanto, identificar o 
 
 
52 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
conteúdo. Então, as embalagens têm funções econômicas – conferindo ao produto 
aparência de qualidade superior – e mercadológicas (por exemplo, em relação ao efeito 
visual e ao cumprimento de normas). No ponto de venda, além de proteger e identificar o 
produto, elas ajudam a promovê-lo, atraindo o olhar do consumidor e fazendo com que 
este sinta desejo de adquirir a mercadoria. Outro ponto importante diz respeito a utilização 
de embalagens mais reforçadas por conta do maior tempo de viagem do produto até seu 
destino. Normalmente, a carga é acomodada em contêineres em quantidades que devem 
ser estimadas previamente para o correto cálculo de custos e preço de exportação dos 
produtos. 
 
Marca: pode ser uma letra, uma palavra, um grupo de palavras, uma designação, 
um sinal, um símbolo ou uma combinação desses itens. Deve ser registrada em órgão 
competente, que identifica o produto e o diferencia da concorrência. A marca deve ser 
lembrada e inconfundível, além de ter linguagem universal, com o mesmo significado em 
qualquer idioma. Algumas empresas registram várias marcas para o seu produto (por 
exemplo: na Argentina, o sabão em pó Omo recebe a marca Ala); outras, porém têm uma 
só marca para o item e a família de produto e, até mesmo, para toda a empresa, como a 
Eletrolux. As marcas podem ser de produtores, agentes, exportadores, distribuidores ou 
varejistas, servindo para distinguir e comparar produtos. A marca reflete os valores e os 
atributos que a empresa deseja transmitir por meio do produto, como benefícios, 
qualidade, durabilidade, preço, exclusividade, personalidade, associando a marca a 
pessoas, cultura ou identidade nacional; desempenho ou segurança; tipos de usuários ou 
associação a grupos; status. 
 
 
 
Algumas empresas registram várias marcas para seus produtos. A marca 
valoriza o produto, e o valor agregado por ela pode ser estimado com base na 
lembrança realizada pelo consumidor, na aceitabilidade sem resistência, na 
preferência por comparação, na lealdade ou na exclusividade e na 
exclusividade e na qualidade ou no valor percebidos. 
 
 
Design: elemento de grande importância para agregar valor a um produto. Consiste 
na combinação de arte e ciência aplicada para melhorar a estética, a ergonomia e a 
usabilidade de um produto. Ao se pensar no design do produto, é importante levar em 
consideração alguns fatores como os custos de produção, o modo como será feito o 
 
 
53 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
marketing, as dimensões físicas, como deverá ser feita a manutenção, as necessidades e 
as preferências (cor, sabor, estilo, entre outras), os materiais que deverão ser utilizados 
em sua fabricação, o ambiente e a forma de uso, os aspectos legais, sanitários e 
fitossanitários, de segurança e técnicos. 
 
Elementos de pós-venda: são uma forma de agregar valor ao produto ou à marca 
da empresa. Incluem garantia, rastreamento da entrega em trânsito, assistência técnica 
de montagem, instalação e operação, disponibilidade de peças de reposição, manutenção 
etc. 
 
De acordo com Senna (2017), o acesso a mercados externos envolve vários 
aspectos e os custos são apontados como fator que inibe fortemente a expansão de 
exportações. As empresas de micro, pequeno e médio portes sofrem mais, pois possuem 
limitação de recursos humanos e financeiros. 
 
Existem as barreiras não-tarifárias que fazem uma espécie de “manto de proteção” 
de fabricantes locais e, por vezes, impedem o acesso de produtos brasileiros e, por isso, 
merecem maior atenção na formulação de projetos de exportação. Essas barreiras podem 
ser normas ou exigências técnicas e que demandam, frequentemente, adequação de 
produtos, que precisam de certificação para atingirem mercados no exterior. Podemos 
citar, por exemplo, as certificações UL e CE para as vendas. 
 
 
 
A marca UL, certificação emitida pelos Underwriters Laboratories, é um dos 
símbolos com maior reconhecimento, certificando que um produto cumpre 
com garantia os padrões de segurança e qualidade dos produtos no Estados 
Unidos e no Canadá, isso faz com que seja altamente competitivo para a 
sua livre circulação nos mercados internacionais. 
 
As certificações UL são de caráter voluntário; entretanto, pelo seu prestígio 
são consideradas necessárias para muitos produtos elétricos e eletrônicos, 
gerando confiança e tranquilidade para os consumidores. 
 
A sigla CE francesa para Conformité Européenne, ou "Conformidade 
Europeia", esse selo é necessário para qualquer fabricante, seja europeu ou 
não, que queira vender seus produtos dentro do território europeu, 
garantindo que um determinado número de parâmetros foi seguido em 
conformidade com os padrões da União Europeia. 
 
 
54 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
É importante observar que, em face da importância desses mercados, produtos 
certificados com esses padrões tornam-se, praticamente, aptos a ingressarem em 
quaisquer outros ganhando tambémrobustez para enfrentarem a concorrência de 
produtos importados. 
 
Essas marcações representam um atestado ou selo de qualidade dos produtos, 
agregando-lhes, portanto, valor (SENNA, 2017). Motivado por essas questões, fortemente 
relacionadas a ganhos de competitividade, tanto em mercados externos quanto em 
domésticos, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, por meio do Núcleo de 
Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa, instituiu, em 2001, o Programa de 
Apoio Tecnológico à Exportação – PROGEX para orientar aquelas empresas na 
adequação de produtos a mercados externos. 
 
Os Programas QUALIMINT (Qualificação Técnica para Aprimoramento de 
Produtos), PROLIMP (Produção mais limpa) e PRUMO (Projeto Unidades Móveis) são 
ferramentas do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) também voltadas a esse 
objetivo. A entidade adquiriu sólida experiência na implementação deles, sendo possível 
destacar “o acréscimo de exportações” a partir da conclusão do processo de adequação. 
 
 
 
Para melhor compreensão, pesquise: 
Qual é o foco principal da PROLIMP. 
O que a QUALIMINT pode fazer para ajudar nas exportações. 
A importância do IPT no processo de adequação dos produtos ao mercado. 
 
 
Sendo assim, verificamos que é necessário fazer algumas adequações nos 
produtos a fim de estar apto à entrada e permanência no mercado internacional. 
 
 
 
55 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. INSTRUMENTOS DE APOIO AO COMÉRCIO EXTERIOR 
 
A mudança do cenário econômico mundial e doméstico reforça o papel central das 
exportações para o desempenho da economia brasileira, uma vez que o comércio exterior 
estimula o crescimento da economia. 
 
De acordo com Resende et. al. (2014), a economia brasileira apresenta uma 
estrutura de mecanismos de apoio às empresas exportadoras que alteram a taxa de 
câmbio real que existe na prática para o exportador. Vinculadas às exportações estão 
operações que proporcionam receitas fiscais e financeiras aos exportadores. Tais receitas 
variam entre empresas e entre os setores da atividade econômica. Tomando-se a média 
destas receitas para as empresas exportadoras de um mesmo setor, teríamos, então, 
variações das receitas fiscais e financeiras entre setores, com efeitos distintos sobre as 
taxas de câmbio reais setoriais. Ou seja, o câmbio melhorado pelas políticas de promoção 
aumenta implicitamente o preço de exportação em cada setor da atividade produtiva 
brasileira. Deste modo, é possível interpretar as diferentes receitas fiscais e financeiras 
obtidas nos vários setores exportadores da economia como diferenças nas taxas de 
câmbio setoriais. 
 
As principais fontes de receitas fiscais e financeiras vinculadas à atividade de 
exportação no Brasil são as operações de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) e 
Pagamento Antecipado das Exportações (PAE), operações observadas no âmbito do 
regime de Drawback, operações relativas ao Proex e, ainda, às linhas de financiamento 
às exportações do BNDES. Vejamos um pouco mais sobre cada uma delas: 
 
ACC – Adiantamento de Contrato de Câmbio: é uma antecipação de recursos 
em moeda nacional ao exportador para uma operação que será realizada no futuro. Isto 
possibilita o exportador garantir recursos para todas as fases do processo de produção e 
comercialização das mercadorias a serem exportadas. Podemos dizer que o ACC é um 
mecanismo de financiamento às exportações brasileiras em que recursos são captados 
no mercado internacional e repassados ao exportador a taxas de juros próximas às 
internacionais. Neste caso, o exportador obtém redução dos custos do financiamento de 
capital de giro visto que tais custos são bem maiores no mercado financeiro doméstico. 
Quando o exportador já possui fundos internos para financiar a produção que será 
exportada, este pode realizar operações de arbitragem com os recursos do ACC em 
 
 
56 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
função do elevado diferencial entre as taxas de juros interna e externa. Em ambos os 
casos há ganhos financeiros implícitos nas operações de ACC que favorecem a 
rentabilidade da atividade exportadora. Ressalte-se que nem todas as empresas 
exportadoras têm acesso ao crédito internacional. Em geral, as empresas de pequeno e 
médio porte não conseguem acessar os canais de operações com ACCs, dada a 
percepção de alto risco do credor externo em relação a estas firmas. De todo modo, as 
grandes empresas, que realizam operações de ACC, contribuem com mais de 80% das 
exportações brasileiras. 
 
PAE - Pagamento Antecipado das Exportações: é um pagamento que o 
exportador recebe antecipadamente por suas exportações. Os recursos são antecipados 
por um agente externo (banco ou o próprio importador) à taxa de juros vigente no mercado 
financeiro internacional. Este mecanismo representa um financiamento ao exportador que 
obtém, a partir da contratação de sua produção para exportação em data futura, os 
recursos necessários para financiar a produção que será exportada. Segundo informações 
do Bacen, o prazo do PAE pode chegar a até dez anos e este mecanismo de 
financiamento só é acessível às empresas de grande porte. 
 
PROEX – Programa de Financiamento às Exportações: é um instrumento 
público de apoio às exportações brasileiras de bens e serviços e suas operações estão 
voltadas essencialmente para as micro, pequenas e médias empresas. O objetivo é, no 
caso das operações de equalização de taxas de juros, conceder ao financiador ou 
refinanciador dos exportadores, com recursos do Tesouro Nacional, equalização de taxas 
para tornar os encargos financeiros domésticos compatíveis com aqueles praticados no 
mercado internacional. Portanto, a exportação é financiada pelas instituições financeiras 
estabelecidas no País ou no exterior e o PROEX arca com parte dos encargos financeiros 
incidentes, de forma a tornar as taxas de juros equivalentes às praticadas 
internacionalmente. 
 
Linhas de financiamento BNDES: Conhecido como BNDES-Exim corresponde a 
linhas de financiamento às exportações concedidas pelo BNDES, por intermédio de 
instituições financeiras credenciadas, nas seguintes modalidades: Fase Pré-embarque 
(financiamento à produção) e Fase Pós-embarque (financiamento à comercialização). Em 
ambas as fases as condições de custo e de prazo do financiamento são mais favoráveis 
 
 
57 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
ao exportador quando comparadas às condições vigentes no mercado financeiro 
doméstico. 
 
Regime de Drawback: O regime aduaneiro especial de Drawback, instituído em 
1966 pelo Decreto Lei nº 37, de 21/11/66, consiste na suspensão ou eliminação de tributos 
incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado. O mecanismo 
funciona como um incentivo às exportações, pois reduz os custos de produção de 
produtos exportáveis, tornando-os mais competitivos no mercado internacional. Existem 
três modalidades de drawback: isenção, suspensão e restituição de tributos. A primeira 
modalidade consiste na isenção dos tributos incidentes na importação de mercadoria, em 
quantidade e qualidade equivalentes, destinada à reposição de outra importada 
anteriormente, com pagamento de tributos, e utilizada na industrialização de produto 
exportado. A segunda, na suspensão dos tributos incidentes na importação de mercadoria 
a ser utilizada na industrialização de produto que deve ser exportado. A terceira trata da 
restituição de tributos pagos na importação de insumo importado utilizado em produto 
exportado, embora este último praticamente não seja mais utilizado. 
 
 Além disso, existem diversas ferramentas e instrumentos para promover a difusão 
da cultura exportadora no Brasil e auxiliar as empresas nas diversas etapas relacionadas 
à exportação. Relacionamos algumasferramentas que podem ajudar: 
 
Apex Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos tem 
a missão de desenvolver a competitividade das empresas brasileiras, promovendo a 
internacionalização dos seus negócios e a atração de investimentos estrangeiros diretos. 
Em parceria com entidades setoriais, a Agência organiza ações de promoção comercial, 
como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de 
empresas brasileiras em grandes feiras internacionais e visitas de compradores 
estrangeiros e de formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira. 
Também produz estudos de inteligência comercial e competitiva com o objetivo de orientar 
as decisões das empresas nacionais sobre o ingresso em mercados internacionais. 
 
CAPTA - Sistema de Consultas sobre Tarifas, Regras de Origem e Serviços dos 
Acordos Comerciais Brasileiros. É possível consultar as preferências tarifárias negociadas 
entre o Brasil e seus parceiros comerciais ou concedidas unilateralmente por 
 
 
58 Comércio Exterior Brasileiro 
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determinados países ao Brasil. Também se pode verificar quais são as regras de origem 
vigentes nos acordos e sistemas preferenciais de comércio dos quais o Brasil é parte. 
 
Comex Responde – é um serviço de solução de dúvidas sobre comércio exterior, 
disponível nos idiomas português, inglês e espanhol, que conta atualmente com 22 órgãos 
e entidades da Administração Pública Federal com atribuições legais relacionadas ao 
comércio exterior, que respondem questões relativas às suas áreas de competência. 
O Comex Responde agrupa oito assuntos gerais: Estatística, Exportação, Importação, 
Investimento, Órgãos Brasileiros de Comércio Exterior, Promoção Comercial, Sistemas e 
Ferramentas de Apoio e Outros Assuntos, cada um deles subdividido em assuntos 
específicos. O usuário deverá informar seus dados de contato e sua área de atuação. As 
consultas poderão ser efetuadas através de mensagens com até 3000 caracteres e a 
resposta será enviada diretamente ao usuário no prazo médio de três dias. 
 
Comex Stat – é um sistema para consultas e extração de dados do comércio 
exterior brasileiro. São divulgados mensalmente os dados detalhados das exportações e 
importações brasileiras, extraídas do SISCOMEX e baseados na declaração dos 
exportadores e importadores. A base de dados do sistema também está disponível para 
download. 
Ressalta-se que o Comex Stat não requer nenhum tipo de cadastro, usuário ou senha e 
funcionará automaticamente em telas de diferentes tamanhos (celulares, tablets, 
notebooks, desktops etc.). O sistema permite extrações sem limitações de quantidades 
de períodos ou filtros, possibilitando consultas mais flexíveis e abrangentes, com mais 
combinações de resultados e com disponibilização de classificações internacionais para 
produtos. 
 
Exporta Fácil - Serviço de exportação dos Correios para enviar documentos, 
mercadorias e presentes para o exterior. 
 
Guia de Comércio Exterior e Investimentos (Invest e Export Brasil) - reúne, em 
um único espaço, as informações de mais de dez portais dedicados ao tema comércio 
exterior. Disponível nos idiomas português, inglês e espanhol, apresenta conteúdos 
organizados por temas. Este produto é resultado de parceria entre o Ministério da 
Economia, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento e Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos - Apex 
 
 
59 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Brasil. O Guia agrupa em um único ambiente web diversos assuntos relacionados ao 
comércio exterior e investimentos. 
 
Simulador de Preço de Exportação – Ajuda a determinar o preço de exportação 
de um produto por meio do método que consiste em eliminar do preço total da mercadoria 
no mercado interno (sem IPI) os componentes que não ocorrerão na composição do preço 
de exportação para, em seguida, adicionar a este resultado outros itens que deverão 
compor o preço de venda para o exterior. O resultado será um valor aproximado do preço 
de exportação. 
 
Trade Map - Fornece indicadores sobre desempenho de exportação, demanda 
internacional, mercados e diretório de empresas importadoras e exportadoras. 
 
Todas estas ferramentas estão disponíveis na internet, principalmente via site 
Aprendendo a Exportar. Lá existem outras ferramentas que podem ajudar e que não foram 
listadas aqui. Vale a pena conferir. 
 
Esperamos que você tenha gostado deste Guia e que possa acrescentar mais 
conhecimento por meio das nossas dicas nesta disciplina. É sempre importante frisar que 
nesta área de Comércio Exterior estar sempre atento às novas oportunidades neste 
mercado faz toda a diferença na sua carreira. Até a próxima! 
 
 
 
 
CRAIG, James; GRANT, Robert. Gerenciamento estratégico. São Paulo: Littera 
Mundi, 1999. 138 p. 
 
CULPI, Ludmila Andrzejewski. Internacionalização de empresas [recurso 
eletrônico] / Curitiba: Contentus, 2020. 
 
DUNNING, John H. Governments and Multinational Enterprises: From 
Confrontation to Co-operation? Dez. 1991. Disponível em: 
https://doi.org/10.1177/03058298910200021401. Acesso em: Acesso em 21 
de jan. 2020. 
 
FAZCOMEX. Sistema Geral de Preferências (SGP). Disponível em: 
https://www.fazcomex.com.br/blog/sistema-geral-de-preferencias-
sgp/Acesso em: Acesso em 21 de jan. 2020. 
https://journals.sagepub.com/action/doSearch?target=default&ContribAuthorStored=Dunning%2C+John+H
https://doi.org/10.1177%2F03058298910200021401
 
 
60 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
KEEGAN, W.J.; GREEN, M.C. Princípios de Marketing Global. São Paulo: Saraiva, 
1999.Hpa 
 
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. SGP – Sistema 
Geral de Preferências. Disponível em: 
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/relacoes-
internacionais/negociacoes-comerciais/brasil-mercosul-1/sgp-sistema-geral-
de-preferencias. Acesso em 21 de jan. 2020. 
 
MUNIZ, Brisa. The Internationalization Process of a Brazilian Company - A study 
of the Uppsala and the Network Models applied to a Brazilian company. 
Linkoping University, 2004. 
 
PORTER, M.E. A vantagem competitiva das nações. São Paulo: Campus, 1990. 
 
RESENDE, Mauro Borges. Instrumentos Fiscais e Financeiros de Apoio às 
Exportações e Múltiplas Taxas de Câmbio Setoriais no Brasil. Economia e 
Sociedade, setembro de 2014. Disponível em: 
https://www.researchgate.net/publication/254391245_Instrumentos_de_ap
oio_as_exportacoes_e_taxas_multiplasde_cambio_no_Brasil/link/0a85e53ac
412df0dbe000000/download>. Acesso em: 26 jan. 2021. 
 
SENNA, José Cândido. É importante adequar produtos a mercados externos. 
Diário do Comércio. 19 de junho de 2017. Disponível em: 
https://dcomercio.com.br/categoria/blogs/e-importante-adequar-produtos-
a-mercados-externos>. Acesso em: 26 jan. 2021. 
	SEMANA 1
	1. A EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
	1.1. A restrição das importações no Brasil
	1.2. Mudanças nas relações comerciais
	1.3. Comércio Exterior Brasileiro atual
	1.4. As relações comerciais entre Brasil e China
	2. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DO COMÉRCIO EXTERIOR
	2.1. Órgãos controladores e competências
	Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (antiga CAMEX)
	Competências
	Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais (antigo SAIN)
	Secretaria de Comércio Exterior (continua: SECEX)
	Receita Federal do Brasil – (RFB)
	2.2. ASPECTOS OPERACIONAIS E ADMINISTRATIVOS DO COMÉRCIO EXTERIOR
	Legislação
	Regulamento Aduaneiro (RA)
	Portaria Secex
	2.3. SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR (SISCOMEX)
	SEMANA 2
	1. INTERNACIONALIZAÇÃO EM COMÉRCIO EXTERIOR
	1.1. Acessos ao mercado externo
	Licenciamento
	Franquia
	Joint Venture
	Consórcios
	Subsidiárias
	1.2. Internacionalização de empresas2. COMPREENDENDO O MERCADO INTERNACIONAL
	2.1 Ambiente cultural de marketing internacional
	2.2 Adequação de produtos ao mercado externo
	3. INSTRUMENTOS DE APOIO AO COMÉRCIO EXTERIORrelações comerciais com outras nações europeias. Este tratado pôs fim à 
exclusividade portuguesa de ser a única nação europeia a manter relações comerciais 
com os Estados do Brasil e Maranhão. Em certo sentido, tal exclusividade econômica se 
constituía como a base da condição de colônia daqueles Estados. Alguns estudiosos 
consideram que a Abertura dos Portos foi o primeiro passo do processo de Independência 
do Brasil (1822). 
 
Já entre 1931 e 1940, o Comércio Exterior brasileiro sentiu os efeitos da grande 
crise da Bolsa de Nova Iorque. As safras de grãos, como as produções cafeeiras, 
acumulavam-se em armazéns, pois se produzia mais do que se vendia e para contornar 
a crise, o governo brasileiro acabou por destruir milhões de sacas de café. Nesta década, 
houve o início da Segunda Grande Guerra. 
 
No início da década de 1990, o Brasil elaborou a abertura comercial com redução 
de tarifas de importação e reformulação dos incentivos às exportações. Os fluxos 
comerciais se intensificaram e foi criado o então conhecido, Mercosul. Nesta mesma 
https://www.fazcomex.com.br/blog/portos-brasileiros-quais-os-principais/
https://www.fazcomex.com.br/blog/mercosul-o-que-e/
 
 
5 Comércio Exterior Brasileiro 
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década foi instituída a Organização Mundial de Comércio (OMC), organismo responsável 
pela regulamentação do comércio. 
 
A partir de 2000, o comércio exterior brasileiro aumentou num ritmo mais vigoroso. 
O crescimento econômico mundial, o aumento dos preços internacionais de produtos 
básicos, a diversificação dos mercados importadores e a maior produtividade da indústria 
nacional são fatores que favoreceram o dinamismo das exportações brasileiras. 
 
 A restrição das importações no Brasil 
O Brasil viveu anos difíceis para quem desejava importar na década de 1980 e 
começo dos anos 1990. O país tinha um programa de proteção à indústria nacional, que 
vetava a maioria das compras externas. Era um modelo restritivo com vistas ao controle 
das importações e consistia em medidas tarifárias e não-tarifárias, além da manipulação 
da taxa de câmbio. 
 
Na prática, aqueles que desejassem importar qualquer produto, fosse matéria-
prima ou produto, dependiam do cumprimento de uma extensa lista de obrigações, que 
envolvia formulários, diversas regras, autorizações, e quando aprovado, ainda assim 
pagaria uma das mais altas tarifas de importação do mundo. 
 
Seguindo um modelo protecionista, a substituição das importações era um 
processo que almejava levar ao aumento da produção interna do Brasil, e com isso 
diminuindo a necessidade de importações. Infelizmente, não foi isso que aconteceu. 
 
O objetivo era nobre, o de desenvolver o setor manufatureiro e resolver problemas 
de dependência de capitais externo, porém isso colocou o país em uma situação bastante 
difícil, com atrasos tecnológicos que existem até hoje, e que também não foi suficiente 
para proporcionar a efetiva redução dos índices de desigualdades sociais internas, e tão 
pouco criar avanços tecnológicos nos mais diversos segmentos da economia. 
 
 Mudanças nas relações comerciais 
Os negócios no mundo sofreram muitas mudanças e isso contribuiu, sobretudo no 
Brasil a partir da década de 90, para o aumento da competitividade, mudanças 
significativas aconteceram em novas tecnologias na estrutura logística, na abertura de 
mercados como quebra de barreiras, entre outras tantas coisas. O dinamismo nas 
https://www.fazcomex.com.br/blog/descubra-o-que-e-a-omc/
https://www.fazcomex.com.br/blog/o-que-sao-produtos-basicos/
https://www.fazcomex.com.br/blog/o-que-sao-produtos-basicos/
https://www.fazcomex.com.br/blog/quais-principais-produtos-exportados-brasil/
 
 
6 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
relações comerciais internacionais mudou o cenário competitivo até então e a 
competência faz a diferença na hora de saber quem se estabelece nesse mercado global. 
Com esse novo panorama, manter a competitividade no mercado exige do gestor 
habilidade, conhecimento, inovação e novos modelos de gestão, entre outras 
competências. E no processo de negociação com outro país vários são os fatores a serem 
considerados pelos gestores. Temos, por exemplo, os fatores de ordem legal como a 
legislação, a cultura e a sua influência na negociação Internacional, barreiras ao comércio 
exterior de ordem tributária e não tributária, técnica, questões cambiais, ambiente 
mercadológico, entre outros. Esses fatores e o conjunto deles exige um esforço adicional 
por parte de importadores e exportadores na conquista de novos mercados, bem como no 
desenvolvimento de novos negócios, produtos e serviços que tem um valor agregado. 
Para estar à frente da concorrência, as empresas devem estar preparadas para questões 
que norteiam as negociações internacionais. Os consumidores mudam seus hábitos, 
ficam mais exigentes, têm acesso a produtos do mundo todo de maneira mais rápida. 
Essa modificação de hábitos do consumidor obrigatoriamente gera mudança nas 
empresas que precisam preparar-se para essas novas demandas. Quando tratamos de 
comércio Internacional, a administração, coordenação e a gestão operacional, 
administrativa, financeira e técnica requerem cuidado, assim como bases de dados 
consistentes para tomadas de decisão, pois decisões erradas põem a perder 
oportunidades de lucratividade e sustentabilidade de um negócio no exterior. 
 
É preciso lembrar que a complexidade da atuação na importação e na exportação 
supõe preparo, planejamento e competência técnica por parte do importador e do 
exportador. A cadeia de suprimentos internacional é como uma grande gama de 
alternativas e, por entender cadeia de suprimentos como um conjunto de atividades 
interrelacionadas com o objetivo de distribuir um produto ao consumidor final, ela envolve, 
por exemplo, suprimentos, produção, armazenagem, distribuição e sua gestão, seu 
gerenciamento são adquiridos à medida em que se consegue coordenar de forma 
integrada todas essas atividades proporcionando-se qualidade ao produto e serviço 
entregue. 
 
 Comércio Exterior Brasileiro atual 
Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial – IEDI (2005), o 
comércio exterior brasileiro vem apresentando nos últimos anos um desempenho 
 
 
7 Comércio Exterior Brasileiro 
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considerado elevado. Por exemplo, o crescimento das exportações em 2004 alcançou 
32%, uma expansão que se seguiu a um ano de forte expansão como foi 2003 (+ 21,5%). 
 
Uma hipótese que pode explicar o grande desenvolvimento do comércio exterior do 
país pode passar por dois fatores principais: 
a) uma expansão muito forte do comércio internacional como em poucos 
momentos da história mundial recente; 
b) uma taxa de câmbio real competitiva que prevaleceu, em média, ao longo do 
período de 2002 a 2004. 
 
A taxa de câmbio real do país tem efeito sobre as exportações. Nos momentos em 
que a taxa de câmbio real brasileira se manteve desvalorizada em termos reais, o país 
aumentou sua participação no comércio mundial. 
 
Em meados de 2005, o crescimento do Comércio Exterior Brasileiro pode ser 
explicado pelo dinamismo da economia/comércio mundial, sendo que alguns fatores de 
relevo explicam a boa posição do país na comparação internacional: 
 Conjuntura de preços de commodities muito favorável, o que beneficia países 
que, como o Brasil, são grandes e diversificados exportadores desses produtos. 
 Política comercial do governo que àquela época abriu mercados para 
exportadores brasileiros; 
 Decisões estratégicas de empresas nacionais e internacionais aqui presentes 
no momento (por exemplo as empresas do setor automobilístico) quanto ao seu 
engajamento em exportações e em movimentos de internacionalização. 
 
É importante destacar a forte tendência do Brasil emexportar produtos de média 
ou baixa intensidade tecnológica e essas características trazem prejuízo à exportação já 
que os produtos de conteúdo de tecnologia são menos sujeitos a flutuações intensas dos 
preços internacionais e trazem também maior dinamismo de demanda. 
 
Trazendo para números mais atuais, podemos dizer que o comércio exterior 
brasileiro encerrou 2019 com números aquém do potencial do país. Para 2020, o cenário 
era de cautela, pois havia várias conturbações nas relações entre Estados Unidos, China 
e Irã. A taxa de câmbio se comportava com muita volatilidade e isso afetava o comércio 
internacional. Isso sem mencionar a reviravolta que a pandemia de Covid-19 provocou no 
 
 
8 Comércio Exterior Brasileiro 
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comércio e nas relações mundiais. É importante que, diante destes novos desafios, o 
Brasil adote uma postura um pouco mais neutra, a fim de resguardar a posições 
conquistadas nos últimos anos na área de comércio exterior. 
 
De acordo com Galhardo (2020), em 2019 o Brasil exportou cerca de USD 224 
bilhões e importou pouco mais de USD 177 bilhões. Perfazendo uma corrente de comércio 
– somatório de importações e exportações – de USD 401,3 bilhões. O número de 2019 do 
comércio exterior brasileiro não chega a ser decepcionante, nem pelo montante, nem pela 
pauta exportadora, ou seja, existem fatores relevantes que explicam o ‘fraco’ desempenho 
do nosso comércio exterior em 2019, e uma parte relevante deles são exógenos. 
 
Vale lembrar, por exemplo, que 2019 foi o primeiro ano da ‘nova guerra fria’. A 
guerra comercial entre China e Estados Unidos não pode ser menosprezada. Ela mexeu 
com estruturas globais muito relevantes como, por exemplo, a desaceleração da indústria 
alemã. 
 
Portanto, enquanto durar a disputa geopolítica entre as duas maiores economias 
do mundo, será absolutamente normal que não alcancemos os números vistos em 2011 
ou 2013 em relação ao comércio exterior brasileiro, quando a corrente de comércio 
superou os USD 480 bilhões. 
 
Ainda segundo Galhardo (2020), um outro fator relevante, que deriva deste 
primeiro, é o próprio abrandamento da guerra comercial. Em troca da diminuição das 
tarifas impostas pelos Estados Unidos, a China tem se comprometido a comprar mais 
produtos básicos do seu oponente nesta disputa. Mais importações dos Estados Unidos, 
menos importações do Brasil, uma conta bem simples mesmo. 
 
Nesse sentido, os desafios ao comércio exterior brasileiro são bastante variados e 
isso implica em maior vigilância e atividade por parte do governo brasileiro nestes 
próximos anos. 
 
 As relações comerciais entre Brasil e China 
É fato bastante conhecido que há alguns anos a China é o nosso principal parceiro 
comercial. Para se ter uma ideia da grandiosidade desta parceria, em 2019 a China 
importou pouco mais de USD 65,3 bilhões em produtos brasileiros. A despeito da queda 
 
 
9 Comércio Exterior Brasileiro 
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em relação a 2018 (USD 66,7 bilhões), trata-se do segundo maior valor anual da história 
na relação entre os dois países. 
 
Nesse sentido, é um bom negócio manter a China bem próxima, porém há um 
problema. O tipo de produtos que vendemos aos chineses são os mais básicos. Galhardo 
(2020), dos USD 65,3 bilhões exportados do Brasil para a China, 86% estão concentrados 
em apenas seis itens, todos básicos ou precariamente manufaturados. Soja USD 20,5 
bilhões, petróleo USD 15,4 bilhões, minério de ferro USD 13,1 bilhões, celulose 3,3 
bilhões, carne bovina 2,7 bilhões, carne de frango 1,2 bilhão. 
 
A título de ilustração, enquanto o preço médio do quilo exportado à China vale 
apenas 19 centavos de dólar, o quilo médio das exportações à Argentina vale 1,33 dólar. 
Em função disso, o Brasil precisa diversificar suas exportações, partindo para a venda de 
produtos que requeiram mais trabalho industrial e, mais que isso, diversificar as praças 
para envio dos materiais produzidos aqui. 
 
 
 
10 Comércio Exterior Brasileiro 
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2. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DO COMÉRCIO EXTERIOR 
 
De acordo com Silva (2013), até 1990, o Banco do Brasil, por intermédio da Carteira 
de Comércio Exterior (Cacex), o Banco Central do Brasil (Bacen) e o Conselho de 
Comércio Exterior (concex) eram responsáveis pelas decisões e pela administração das 
atividades de comércio exterior no Brasil. Em 1992, ocorreu a reforma administrativa e, na 
época, foi criado o Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo (MICT), que depois 
se tornou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Nesse 
momento, as responsabilidades da Cacex foram transferidas para Secretaria de Comércio 
Exterior (Secex). 
 
Iniciou-se, então, uma nova fase, o empresário gestor do comércio exterior passou 
a contar com uma nova é moderna estrutura organizacional de apoio às decisões 
negociação com outros mercados. 
 
Para que as empresas e qualquer profissional que deseje trabalhar na área de 
comércio exterior possam se posicionar estrategicamente em relação ao mercado 
Internacional, terá que haver uma obrigação de conhecer, entre outras coisas, as políticas 
brasileiras do setor de comércio exterior que são consideradas pilares fundamentais na 
construção das ações de importação e exportação. Não é o caso então de apenas se 
preparar tecnicamente, mas também de buscar uma orientação correta sobre os 
procedimentos administrativos, tributários, operacionais e burocráticos que vão nortear as 
transações comerciais de bens e serviços e sustentam as decisões com foco na 
internacionalização. Conhecer o tratamento administrativo aplicado a cada produto que 
vai ser exportado ou importado, cumprindo as exigências necessárias é determinante para 
o sucesso nos negócios. 
 
Todo o volume de informação e orientação para a operacionalização do comércio 
exterior está organizada numa estrutura que tem por objetivo determinar as regras e 
procedimentos. Não conhecer os órgãos controladores e anuentes, bem como suas 
atribuições representa aumento do risco e da complexidade da atuação no mercado 
exterior. 
 
Já vimos então a importância de conhecer a estrutura do comércio exterior 
brasileiro e sua representatividade no controle e definição das regras para as negociações 
 
 
11 Comércio Exterior Brasileiro 
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de exportação e importação. Veremos a seguir os principais controladores do comércio 
exterior no Brasil. 
 
 Órgãos controladores e competências 
 
Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) - Extinto 
Segundo o site do MDIC, o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio 
Exterior foi criado pela Medida Provisória nº 1.911-8, de 29-07-1999, DOU 30-07-1999 e 
possui como suas áreas de competências as seguintes: 
 Políticas de desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços; 
 Propriedade intelectual e transferência de tecnologia; 
 Metrologia, normalização e qualidade industrial; 
 Políticas de comércio exterior; 
 Regulamentação e execução dos programas e atividades relacionados ao 
comércio exterior; 
 Aplicação dos mecanismos de defesa comercial e participação em negociações 
internacionais relacionadas ao comércio exterior; 
 Formulação da política de apoio à microempresa, empresa de pequeno porte e 
artesanato; 
 Execução das atividades de registro do comércio. 
 
Ao MDIC estavam vinculadas as seguintes entidades: Superintendência da Zona 
Franca de Manaus (Suframa), Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) Instituto 
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e Banco Nacional 
do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 
 
Recentemente o MDIC foi extinto por meio do Medida Provisória n˚ 870, de 1˚ de 
janeiro de 2019(Art. 570), posteriormente convertida na LEI Nº 13.844. Sua extinção se 
deu devido a medida do atual presidente Jair Bolsonaro cuja proposta era reduzir o 
número de ministérios a fim de enxugar a máquina pública. 
 
Com isso, o Comércio Exterior foi incluso no chamado Superministério da 
Economia que também absorveu os seguintes ministérios: 
 Ministério da Fazenda; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Lei/L13844.htm
 
 
12 Comércio Exterior Brasileiro 
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 Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; 
 Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC); 
e 
 Ministério do Trabalho. 
 
Importante observar que o comércio exterior nunca contou um ministério exclusivo 
no Brasil, observe que o extinto MDIC além do Comex tratava também de assuntos como 
Desenvolvimento, Indústria e Serviços. 
 
Por muito tempo os profissionais da área tinham a expectativa que em algum dia 
ganhariam um ministério independente, a fim de tratar das políticas e assuntos de 
comércio exterior com mais atenção, dada a importância das exportações e importações 
para crescimento do país, porém recentemente o país deu um passo para o caminho 
inverso a isso. 
 
Com a extinção do MDIC foi criada a SECINT (Secretaria Especial de Comércio 
Exterior e Assuntos Internacionais) que é um vice ministério dentro do Ministério da 
Economia. 
 
Vejamos a estrutura atual do Ministério da Economia com a SECINT: 
 
Fonte: Fax Comex (2020). 
https://www.fazcomex.com.br/blog/conceitos-basicos-do-comercio-exterior/
 
 
13 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Para uma melhor compreensão, vamos observar o atual organograma completo do 
Ministério da Economia. Observe o destaque para os assuntos relacionados ao comércio 
exterior. 
Fonte: Fax Comex (2020). 
 
Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (antiga CAMEX) 
De acordo com o Site da Camex (2021), a Secretaria-Executiva da CAMEX é 
chefiada por um Secretário-Executivo, indicado pelo Ministro da Economia e composta 
por três subsecretarias: Subsecretaria de Estratégia Comercial, Subsecretaria de 
Investimentos Estrangeiros e Subsecretaria de Financiamento ao Comércio Exterior - 
Sucex. A Secretaria-Executiva da CAMEX integra a estrutura da Secretaria Especial de 
Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, conforme dispõe 
o Decreto 9.745/2019. 
 
http://www.camex.gov.br/strat
http://www.camex.gov.br/sinve
http://www.camex.gov.br/sinve
http://www.camex.gov.br/sucex
http://www.camex.gov.br/sucex
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9745.htm
 
 
14 Comércio Exterior Brasileiro 
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Competências 
São competências da Secretaria-Executiva da CAMEX, conforme o artigo 83º 
do Decreto 9.745/2019 e o § 10 do art. 5º do Decreto 4.732/2003: 
 prestar assistência direta ao Presidente do Conselho de Ministros da CAMEX e 
ao Presidente do Gecex; 
 preparar as reuniões do Conselho de Ministros da CAMEX, do Gecex, do 
Conex, do Coninv e do Copcom; 
 articular-se com entidades públicas e privadas e, em especial, com os órgãos 
integrantes da CAMEX, com vistas ao permanente aperfeiçoamento de suas 
ações; 
 coordenar os órgãos colegiados, comitês e grupos técnicos 
intragovernamentais criados no âmbito da CAMEX; 
 identificar, avaliar e submeter ao Conselho de Ministros da CAMEX medidas e 
propostas de normas e outros atos relacionados ao comércio exterior; 
 identificar, analisar e consolidar demandas, a serem submetidas ao Conselho 
de Ministros da CAMEX ou aos órgãos colegiados integrantes da CAMEX; 
 acompanhar e avaliar, quanto a prazos e metas, a implementação e o 
cumprimento das deliberações e diretrizes fixadas pelo Conselho de Ministros 
da CAMEX, incluídas aquelas cometidas aos seus colegiados; 
 coordenar grupos técnicos intragovernamentais, realizar e promover estudos e 
elaborar propostas sobre matérias de competência da CAMEX, a serem 
submetidas ao Conselho de Ministros da CAMEX e ao Gecex; 
 propor a criação e coordenar grupos técnicos intragovernamentais para o 
acompanhamento e implementação das ações em matéria comercial, de 
serviços e de investimentos entre o País e seus parceiros; 
 elaborar estudos e publicações, promover reuniões e propor medidas sobre 
assuntos relativos a comércio exterior e investimentos em parceria com a Apex-
Brasil; 
 apoiar e acompanhar as negociações internacionais sobre matérias afetas à 
CAMEX; 
 formular consultas públicas, solicitar informações a outros órgãos do Governo 
federal e ao setor privado e expedir atos no âmbito de sua competência; 
 
 
15 Comércio Exterior Brasileiro 
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 desempenhar as funções de Ponto Focal Nacional - Ombudsman de 
Investimentos Diretos; e 
 exercer outras competências que lhe sejam especificamente cometidas pelo 
Presidente do Conselho de Ministros da CAMEX ou pelo Presidente do Gecex. 
 adotar, no âmbito de sua competência, medidas administrativas necessárias à 
execução das atividades relacionadas com o Seguro de Crédito à Exportação, 
incluída a contratação de instituição habilitada para a execução de serviços a 
ele relacionados, inclusive análise, acompanhamento, gestão das operações de 
prestação de garantia e de recuperação de créditos sinistrados; 
 adotar, na condição de mandatária da União, providências para cobrança 
judicial e extrajudicial, no exterior, incluída a contratação de instituição 
habilitada ou de advogado de comprovada reputação ilibada, no País ou no 
exterior, dos créditos da União decorrentes de: 
 indenizações pagas, no âmbito do Seguro de Crédito à Exportação, 
com recursos públicos; e 
 financiamentos não pagos contratados com recursos do Programa de 
Financiamento às Exportações e do extinto Fundo de Financiamento 
à Exportação, esgotadas as possibilidades de recuperação do crédito 
pelo agente financeiro; 
 autorizar a garantia da cobertura dos riscos comerciais e dos riscos políticos e 
extraordinários assumidos pela União, em decorrência do Seguro de Crédito à 
Exportação, nos termos estabelecidos pela Lei nº 6.704, de 26 de outubro de 
1979, e de seu regulamento; 
 adotar, no âmbito de sua competência, medidas administrativas necessárias à 
execução das atividades relacionadas ao Seguro de Crédito à Exportação, 
incluída a contratação, nos termos do disposto na Lei nº 6.704, de 1979, de 
instituição habilitada ou da ABGF para a execução de serviços a ele 
relacionados, inclusive análise, acompanhamento, gestão das operações de 
prestação de garantia e de recuperação de créditos sinistrados; 
 adotar, na condição de mandatária da União, providências para cobrança 
judicial e extrajudicial, no exterior, dos créditos da União decorrentes de 
indenizações pagas, no âmbito do Seguro de Crédito à Exportação, com 
recursos do Fundo de Garantia à Exportação, incluída a contratação, nos 
termos estabelecidos pela Lei nº 11.281, de 20 de fevereiro de 2006, de 
 
 
16 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
instituição habilitada ou de advogado de comprovada reputação ilibada, no País 
ou no exterior; 
 autorizar a garantia da cobertura dos riscos comerciais e dos riscos políticos e 
extraordinários assumidos pela União, em decorrência do Seguro de Crédito à 
Exportação; e 
 autorizar o pagamento de indenizações, no âmbito do Seguro de Crédito à 
Exportação, com recursos públicos, após os procedimentos de regulação de 
sinistros. 
 A Secretaria-Executiva da Camex exercerá a presidência e a secretaria-
executiva do Grupo deTrabalho para Apoio ao Investidor Direto. 
 
Dentro da Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (antiga CAMEX) 
temos agora a seguinte disposição: 
1. Subsecretaria de Estratégia Comercial 
2. Subsecretaria de Investimentos Estrangeiros 
3. Subsecretaria de Financiamento ao Comércio Exterior 
 
1. Responsabilidades da Subsecretaria de Estratégia Comercial: 
 propor estratégias de inserção internacional do Brasil; 
 formular proposta de revisão da estrutura tarifária brasileira; 
 analisar, processar e recomendar encaminhamento sobre alterações tarifárias; 
 preparar as reuniões do Conselho Consultivo do Setor Privado - CONEX; 
 secretariar os grupos Grupo Técnico de Acompanhamento da Resolução GMC 
nº 08/08 - GTAR-08 e Grupo Técnico sobre Alterações Temporárias da Tarifa 
Externa Comum do Mercosul - GTAT-TEC; 
 coordenar, internamente, os Comitês Técnicos nº 1 - de Tarifas, Nomenclatura 
e Classificação de Mercadorias; 
 estudar e propor alterações na Tarifa Externa Comum e na Nomenclatura 
Comum do Mercosul; 
 acompanhar e analisar os impactos de medidas relativas às alterações 
tarifárias, ao acesso a mercados e à defesa comercial e 
 promover a aproximação das práticas internas de alteração tarifária, acesso a 
mercados e de defesa comercial com as práticas internacionais. 
 
 
 
17 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Propósito 
A atuação da Subsecretaria de Estratégia Comercial tem por objetivo promover a 
melhoria da competitividade e da produtividade da economia brasileira por meio da 
apresentação de propostas para o aprimoramento da política comercial brasileira e, em 
especial, por meio da gestão e coordenação dos mecanismos de alteração tarifária, com 
vistas a uma maior inserção do Brasil nas cadeias globais de valor e nos fluxos 
internacionais de comércio. 
 
2. Responsabilidades da Subsecretaria de Investimentos Estrangeiros 
É encarregada de: 
 estabelecer canal centralizado para investidores estrangeiros diretos; 
 atuar como Ombudsman de investimentos; 
 propor boas práticas regulatórias para facilitar a operação de investimentos do 
país; 
 acompanhar e monitorar os investimentos estrangeiros diretos no país; 
 formular e expedir recomendações, através do CONINV, para o fomento dos 
investimentos estrangeiros diretos no país e os investimentos brasileiros no 
exterior; 
 atuar como Secretaria-Executiva do Fundo Brasil-China de Cooperação para a 
Expansão da Capacidade Produtiva e dos Grupos de Trabalho dos Memorando 
de Entendimento e Cooperação assinados com Itália, China, Estados Unidos, 
França e Japão; 
 coordenar o Ponto de Contato Nacional para as Diretrizes da OCDE relativas 
às boas práticas de empresas multinacionais; e 
 atuar como Coordenador Nacional do Subgrupo de Trabalho nº 12 – 
Investimentos no Mercosul. 
 
Propósito: 
A Subsecretaria tem como objetivo ser um local de interlocução e de apoio ao 
investidor estrangeiro, especialmente por meio do website do Ombudsman, além de ser 
um local de reflexão e geração de propostas relativas à atração de investimentos externos, 
assim como em relação ao estímulo a investimentos brasileiros no exterior. 
 
 
 
 
18 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. Responsabilidades da Subsecretaria de Financiamento ao Comércio 
Exterior 
 propor, avaliar e acompanhar medidas de políticas e programas públicos de 
financiamento e de garantias às exportações, inclusive a recuperação de 
créditos ao exterior; 
 propor medidas de aperfeiçoamento dos fundos que lastreiem as atividades do 
Seguro de Crédito à Exportação; 
 opinar sobre normas pertinentes a aspectos comerciais para o Programa de 
Financiamento às Exportações; 
 acompanhar as diretrizes para a política de crédito e financiamento às 
exportações, especialmente do Programa de Financiamento às Exportações e 
do Seguro de Crédito à Exportação; 
 acompanhar e supervisionar o Fundo de Garantia à Exportação, além de 
elaborar proposta orçamentária para o cumprimento de obrigações do Seguro 
de Créditos à Exportação com recursos do Fundo; 
 exercer a função de secretaria-executiva do Comitê de Financiamento e 
Garantia das Exportações - Cofig e assessorar a presidência do referido 
Comitê; 
 participar, no âmbito do Cofig, das decisões relativas à concessão de 
assistência financeira às exportações, com recursos do Programa de 
Financiamento às Exportações, e de prestação de garantia da União, amparada 
pelo Fundo de Garantia à Exportação; 
 adotar, no âmbito de sua competência, medidas de integridade nas operações 
de crédito oficial à exportação com cobertura do Seguro de Crédito à 
Exportação; 
 exercer a função de secretaria-executiva do Comace e assessorar a 
Presidência do referido Comitê; 
 participar, no âmbito do Comace, das decisões relativas ao planejamento e ao 
acompanhamento da política de avaliação, negociação e recuperação de 
créditos brasileiros ao exterior; 
 coordenar as negociações relativas a créditos brasileiros ao exterior, incluídas 
aquelas realizadas em cooperação com o Clube de Paris; e 
 adotar as medidas necessárias à contratação: 
 
 
19 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
a) de instituição habilitada ou da ABGF para a execução dos serviços 
relacionados ao Seguro de Crédito à Exportação, inclusive análise, 
acompanhamento, gestão das operações de prestação de garantia e de 
recuperação de créditos sinistrados; e 
b) de instituição habilitada ou de advogado de comprovada reputação ilibada, 
no País ou no exterior, para a cobrança judicial e extrajudicial, no exterior, 
dos créditos da União, decorrentes de indenizações pagas, no âmbito do 
Seguro de Crédito à Exportação, com recursos do Fundo de Garantia à 
Exportação. 
 
Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais (antigo SAIN) 
De acordo com o site do Governo Federal, a Secretaria de Assuntos Internacionais 
– Sain é um órgão específico e singular do Ministério da Fazenda, diretamente 
subordinado ao Ministro de Estado da Fazenda, para tratar de questões envolvendo a 
economia brasileira no seu relacionamento com os demais países, blocos econômicos e 
organismos internacionais. 
 
A Sain presta assessoria técnica especializada em assuntos relativos à economia 
internacional com o objetivo de defender os interesses econômicos e financeiros do Brasil, 
fortalecendo sua participação nos processos decisórios internacionais, de forma a 
contribuir para o desenvolvimento sustentável do País. 
Dentro da Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais (antigo SAIN) temos 
agora a seguinte disposição: 
1. Subsecretaria de Instituições Internacionais de Desenvolvimento 
2. Subsecretaria de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica 
3. Subsecretaria de Financiamento ao Desenvolvimento e Mercados 
Internacionais 
 
1. Responsabilidades da Subsecretaria de Instituições Internacionais de 
Desenvolvimento 
Planejar e coordenar as ações da Secretaria de Assuntos Econômicos 
Internacionais nas instituições financeiras internacionais de desenvolvimento e em foros 
internacionais relacionados com desenvolvimento sustentável, meio ambiente e mudança 
 
 
20 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
de clima; coordenar a formulação da posição brasileira e as negociações nas instituições 
financeiras internacionais de desenvolvimento, além de parcerias e iniciativas 
internacionais de financiamento e assistência internacional para o desenvolvimento; 
coordenar a atuação da Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais como 
Autoridade Nacional Designada para o Fundo Verde do Clima e no âmbito do Fundo 
Global do Meio Ambiente; dentre outras. 
 
2. Responsabilidades da Subsecretaria de Finanças Internacionais e 
Cooperação EconômicaPlanejar, coordenar e supervisionar ações relacionadas com discussões e 
negociações econômico-financeiras extrarregionais de caráter bilateral e multilateral nas 
áreas de competência do Ministério; participar, como representante do Ministério, da 
coordenação de ações relacionadas com políticas, diretrizes e iniciativas de cooperação 
de natureza econômica, monetária, financeira, incluídas a regulação e a supervisão no 
âmbito internacional; subsidiar a formulação do posicionamento brasileiro em organismos, 
fóruns e instituições financeiras internacionais; planejar e coordenar as ações da 
Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais nos foros e organismos internacionais 
de natureza econômico-financeira, incluídos: Fundo Monetário Internacional – FMI, fóruns 
econômicos do Grupo dos 20 - G20, do Grupo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul 
– BRICS e da OCDE; dentre outras. 
 
3. Responsabilidades Subsecretaria de Financiamento ao Desenvolvimento e 
Mercados Internacionais 
De acordo com a Nota Técnica da FIESP, esta subsecretaria é responsável por 
acompanhar a formulação e avaliar os planos, os programas e as políticas de órgãos e 
fóruns financeiros internacionais; formular diretrizes, planejar e coordenar políticas e 
ações para a negociação de programas e projetos do setor público, vinculados a fontes 
externas; coordenar a atuação da Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais 
como secretaria-executiva da Comissão de Financiamentos Externo – Cofiex; 
acompanhar a execução de programas e projetos aprovados pela Cofiex e recomendar, 
quando necessário, alterações em sua implementação; dentre outras. 
 
 
 
 
21 Comércio Exterior Brasileiro 
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Secretaria de Comércio Exterior (continua: SECEX) 
Dentro da Secretaria de Comércio Exterior temos agora a seguinte disposição: 
1. Subsecretaria de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior – SITEC 
(antigo DEAEX) 
2. Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior – SUEXT (antigo DECEX) 
3. Subsecretaria de Facilitação de Comércio Exterior – SUFAC (antigo DECOE) 
4. Subsecretaria de Negociações Internacionais – SEINT (antigo DEINT) 
5. Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público – SDCOM (antigo 
DECOM) 
 
1. Responsabilidades da Subsecretaria de Inteligência e Estatísticas de 
Comércio Exterior – SITEC (antigo DEAEX) 
De acordo com a PORTARIA Nº 7.017, DE 11 DE MARÇO DE 2020 publicada no 
Diário Oficial da União, esta secretaria observará as recomendações internacionais de 
produção estatística, em especial as diretrizes metodológicas apontadas pela Divisão de 
Estatística da Organização das Nações Unidas, e terá como referência os manuais 
International Merchandise Trade Statistics: Concepts and Definitions e Manual on 
Statistics of International Trade in Services. 
 
2. Responsabilidades da Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior – 
SUEXT (antigo DECEX) 
 Desenvolver, executar e acompanhar políticas e programas de gestão 
operacionalização do comex; 
 Acompanhar, participar de atividades e implementar ações de comex 
relacionadas a acordos internacionais que envolvam setores específicos ou a 
comercialização de produtos; 
 Desenvolver, executar, administrar e acompanhar mecanismos de 
operacionalização do comex e seus sistemas; 
 Analisar e deliberar sobre exigências e controles comerciais nas operações de 
importação e exportação; 
 Analisar e deliberar sobre ato concessório de drawback, nas modalidades 
isenção e suspensão; 
 Analisar e deliberar sobre importação de bens usados; 
 
 
22 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Analisar e deliberar sobre exame de similaridade e acordos de importação com 
a participação de empresas nacionais; e 
 Fiscalizar preços, pesos, medidas, classificação, qualidades e tipos, declarados 
nas operações de exportação e importação. 
 Além de: 
 Coordenar o planejamento, o desenvolvimento, a implementação e a 
administração do Siscomex e do Portal Único, inclusive os seus procedimentos 
operacionais e a gestão da atuação de usuários do sistema, em conjunto com 
a Subsecretaria de Facilitação de Comércio Exterior, ressalvadas as 
competências da Secretaria Especial da Receita Federal; 
 Elaborar estudos que compreendam avaliações setoriais de comércio exterior 
e sua interdependência com o comércio interno; e 
 Elaborar estudos que compreendam mensurações do impacto das exigências 
e controles administrativos incidentes sobre o comércio exterior brasileiro, nas 
importações e exportações do País; 
 Participar de reuniões em órgãos colegiados em assuntos técnicos setoriais de 
comércio exterior e de eventos nacionais e internacionais relacionados com o 
comércio exterior brasileiro; 
 Operacionalizar a administração e o controle de cotas tarifárias e não tarifárias 
de importação e exportação; e 
 Elaborar estudos que visem a detectar práticas ilegais no comércio exterior e 
propor medidas pertinentes para o seu combate. 
3. Responsabilidades da Subsecretaria de Facilitação de Comércio Exterior 
– SUFAC (antigo DECOE) 
A facilitação de comércio refere-se à redução dos custos de transação por meio da 
simplificação e desburocratização dos procedimentos relacionados ao comércio exterior. 
 
4. Responsabilidades da Subsecretaria de Negociações Internacionais – 
SEINT (antigo DEINT) 
 
 Operacionalizar a administração e o controle de cotas tarifárias e não tarifárias 
de importação e exportação; 
 
 
23 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Elaborar estudos que visem a detectar práticas ilegais no comércio exterior e 
propor medidas pertinentes para o seu combate, entre outras ações. 
5. Responsabilidades da Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse 
Público – SDCOM (antigo DECOM) 
 Compete à Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público examinar a 
procedência e o mérito de petições de avaliação de interesse público, com 
vistas a avaliar o impacto das medidas de defesa comercial sobre a economia 
nacional. 
 Propor a suspensão ou alteração de aplicação de medidas antidumping ou 
compensatórias em razão de interesse público, entre outras. 
 
Receita Federal do Brasil – (RFB) 
Segundo Nyegray (2016), a Receita Federal Brasileira é o órgão responsável pelo 
controle aduaneiro em nosso país e tem por objetivo organizar uma rede entre as aduanas 
de maneira a garantir o movimento contínuo de mercadorias através de cadeias logísticas 
internacionais seguras. 
 
De acordo com o site FazComex, a Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil 
é responsável pela administração dos tributos federais, inclusive os previdenciários, e 
aqueles incidentes sobre o comércio exterior, abrangendo parte significativa das 
contribuições sociais do país. A RFB também subsidia o Poder Executivo Federal na 
formulação da política tributária brasileira, previne e combate à sonegação fiscal, o 
contrabando, o descaminho, a contrafação, a pirataria, o tráfico ilícito de entorpecentes e 
de drogas afins, o tráfico internacional de armas de fogo e munições, a lavagem ou 
ocultação de bens, direitos e valores e outros ilícitos aduaneiros. 
 
Entre as competências da Receita Federal estão: 
 administração dos tributos internos e do comércio exterior; 
 gestão e execução das atividades de arrecadação, lançamento, cobrança 
administrativa, fiscalização, pesquisa e investigação fiscal e controle da 
arrecadação administrada; 
 
 
24 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 gestão e execução dos serviços de administração, fiscalização e controle 
aduaneiro; 
 repressão ao contrabando e descaminho, no limite da sua alçada; 
 preparo e julgamento, em primeira instância, dos processos administrativos de 
determinação e exigência de créditos tributáriosda União; 
 interpretação, aplicação e elaboração de propostas para o aperfeiçoamento da 
legislação tributária e aduaneira federal; 
 subsídio à formulação da política tributária e aduaneira; 
 subsídio à elaboração do orçamento de receitas e benefícios tributários da 
União; 
 interação com o cidadão por meio dos diversos canais de atendimento, 
presencial ou a distância; 
 educação fiscal para o exercício da cidadania; 
 formulação e gestão da política de informações econômico-fiscais; 
 promoção da integração com órgãos públicos e privados afins, mediante 
convênios para troca de informações, métodos e técnicas de ação fiscal e para 
a racionalização de atividades, inclusive com a delegação de competência; e 
 atuação na cooperação internacional e na negociação e implementação de 
acordos internacionais em matéria tributária e aduaneira. 
 
Uma das atividades mais importante da Receita Federal é garantir que a legislação 
tributária seja cumprida e que dessa forma o governo consiga arrecadar os recursos 
necessário para assim poder administrar o país. É para a Receita que se pagam os 
impostos, por exemplo, e principalmente é a Receita que elabora propostas para 
aperfeiçoar o sistema tributário e aduaneiro do país. 
 
É bom dizer que Comércio Exterior é um importante vetor de produtividade e 
competitividade para a economia brasileira. Sendo assim, o Ministério da Economia atua 
de forma a promover no país uma política comercial que amplie e aprofunde a participação 
do Brasil nos fluxos internacionais de comércio e investimento. 
 
https://www.fazcomex.com.br/blog/o-que-e-comex/
 
 
25 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
É de responsabilidade da Receita Federal regular a entrada e a saída de bens do 
exterior, tanto no que diz respeito à importação como a exportação. A título de exemplo, 
em 2019 a RFB processou mais de quatro milhões de declarações 
aduaneiras (importação e exportação). Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais 
frequente a realização de compras de produtos importados por brasileiros, impulsionadas, 
sobretudo, pela democratização da internet no país. 
 
 
Como pudemos observar, desde 2019 há um novo cenário do Comércio 
Exterior. Além das mudanças de nomes, siglas, subordinações também houve 
algumas alterações de atribuições para cada uma destas secretarias e 
subsecretarias. 
Vejamos alguns exemplos: 
A DECEX ainda existe? 
Na verdade, a DECEX agora é SUEXT (Subsecretaria de Operações de Comércio 
Exterior). 
E a SECEX, é a mesma? 
Ela ainda existe, porém agora foram criados níveis a mais entre as Secretarias 
e o Ministro, que são os “Vice-Ministros”. Além disso algumas atribuições 
foram alteradas. 
Caso seja necessário resolver algo em relação aos despachos de Drawback? 
Estes assuntos ficaram a cargo da SUEXT – Subsecretaria de Operações de 
Comércio Exterior. 
Anteriormente as anuências que eram de responsabilidade do Decex, com as 
novas mudanças, como resolver? 
As anuências do DECEX agora são de responsabilidade da nova SUEXT. 
Com isso, vemos que para quem já trabalhava na área será preciso estar atento 
às novas alterações e, aos que iniciam agora fica a certeza de que esta 
profissão é extremamente dinâmica e requer aprimoramento contínuo. 
 
 
 
 ASPECTOS OPERACIONAIS E ADMINISTRATIVOS DO COMÉRCIO EXTERIOR 
 
Legislação 
A consolidação e o sucesso dos negócios das empresas no comércio exterior 
dependem, em grande parte, dos instrumentos que orientam as práticas operacionais e 
administrativas. Esses instrumentos dizem respeito não só as estratégias do governo para 
o setor de comércio exterior no Brasil, mas também as suas leis, como decretos, 
Regulamento Aduaneiro, Portaria Secex e Instruções Normativas da Receita Federal do 
https://www.fazcomex.com.br/blog/duimp-2019-o-que-muda-no-seu-dia-a-dia-da-importacao/
https://www.fazcomex.com.br/blog/fluxo-de-exportacao/
https://www.fazcomex.com.br/blog/principais-produtos-importados-brasil/
 
 
26 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Brasil. Esse conjunto de legislação é um pilar bastante essencial na construção de uma 
mentalidade de comércio exterior que trabalha com a ética, que seja responsável e de 
gestão de importação e de exportação em conformidade com as regras brasileiras e 
internacionais. As práticas operacionais, sobretudo no Brasil, quando desenvolvidas em 
desconformidade com a legislação causam prejuízos e comprometem os resultados 
planejados na compra e venda. 
 
Sabemos que não é fácil conhecer todas as leis relacionadas a área de comércio 
exterior, mas cabe a este profissional interessado área, a responsabilidade de buscar 
informações principalmente porque o seu planejamento será da internacionalização de 
produtos não há justificativa para a falta de informação, já que o governo brasileiro 
disponibiliza várias ferramentas de comércio exterior que fornecem dados estatísticos, 
orientação sobre procedimentos de importação exportação, planilhas e simuladores de 
preço de venda, simulador tributário na importação, opções de cursos, diferentes 
fluxogramas operacionais de importação e exportação organizados por segmento de 
mercado, oportunidades comerciais de compra e venda, pesquisas de preços mínimos 
cobrados no mercado Internacional, alíquotas de impostos na importação. Tudo isso pode 
ser acessado no site do governo federal. 
 
Está claro que a complexidade tributária brasileira dificulta o domínio de todos os 
aspectos legais que norteiam a exportação e importação no Brasil. São vários os aspectos 
legais relevantes e importantes que devem ser observados em relação à legislação, 
regulamento aduaneiro e as normas expedidas da Secex; embora não sejam as únicas 
leis que amparam as atividades do comércio exterior, têm grande influência no dia a dia 
dos exportadores e importadores, sejam de setores como indústria ou de comércio das 
empresas de assessoria ou qualquer outra ligada à prática comercial e empresarial. 
 
Regulamento Aduaneiro (RA) 
O Decreto n.°6.759, de 5 de fevereiro de 2009, regulamenta a administração das 
atividades aduaneiras, a fiscalização e o controle e a tributação das operações de 
comércio exterior. 
 
Qualquer planejamento de exportação ou importação deve passar pela 
concordância com a legislação seguindo o que determina o Regulamento Aduaneiro. 
 
 
27 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Assim sendo, destacamos alguns pontos importantes do regulamento: 
 Definição de território aduaneiro; 
 Definição de zona primária e zona secundária; 
 Impostos incidentes na importação e a exportação; 
 Fato gerador de impostos; 
 Incidências de impostos; 
 Não incidência de impostos; 
 Aplicação de alíquotas para recolhimento de impostos; 
 Competência para alteração de alíquotas de imposto de importação; 
 Taxas de câmbio para conversão para cálculo de imposto; 
 Regime de tributação simplificada; 
 Regime de tributação especial; 
 Regime de Tributação Unificada – RTU; 
 Contribuinte do imposto; 
 Restituição e compensação de imposto; 
 Isenções de impostos; 
 Reduções de impostos; 
 Amostras e remessas postais internacionais sem valor comercial; 
 Remessas postais destinadas a pessoa física; 
 Bagagem; 
 Regimes aduaneiros especiais; 
 Multas aplicadas à importação; 
 Multas aplicadas à exportação. 
Portos e aeroportos são pontos de passagem de mercadorias e, por isso, não 
devem reter produtos por muito tempo. Uma mercadoria importada, por exemplo, deve ser 
nacionalizada em um prazo de 90 dias em zona primária (RA art. 642), contados a partir 
da chegada no Brasil, se o importador não fizer essa nacionalização, terá mais trabalho 
para liberar a sua mercadoria. 
 
Nesse sentido, as empresas podem optar por usar a zona secundária, onde o prazo 
é de até120 dias para desembaraço de suas cargas. Caso não façam o desembaraço a 
carga pode ser considerada abandonada e, posteriormente vai para perdimento, de 
acordo com o artigo 689, inciso XXI do RA. Por isso, a importância da divisão do território 
aduaneiro em zona primária e secundária, o que facilita a vida de quem trabalha com 
 
 
28 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
comércio exterior e de alguma maneira colaboram com a estrutura operacional de 
armazenagem e movimentação de carga, desafogando os locais por onde entram em 
saem as mercadorias na zona secundária, os chamados portos secos e Estação 
Aduaneira Interior (EADI), os produtos podem ficar por um pouco mais de tempo. Outra 
facilidade é que a estrutura de zona secundária se concentra em várias partes dos estados 
brasileiros, e isso pode agilizar o acesso a um produto. 
 
Dessa forma, é bastante importante que se avalie a possibilidade de utilização da 
zona secundária. Além disso, é indispensável considerar que as possibilidades de 
operações em que não há incidência de impostos e conhecer as possibilidades de 
suspensão, isenção e redução de base de cálculo de impostos. 
 
Portaria Secex 
A Secex consolida as normas e procedimentos que são aplicadas às operações de 
comércio exterior. Essas normas são estabelecidas pelas portarias Secex para a prática 
das operações de administração das importações exportações. Ela normatiza operações 
por meio de portarias, nas quais constam pontos importantíssimos e vamos resumir alguns 
deles: 
 Credenciamento e habilitação para as operações no Sistema Integrado de 
Comércio Exterior -Siscomex; 
 Sistema administrativo licenciamento das importações; 
 Importação dispensadas de licenciamento; 
 Importações sujeitas a licenciamento automático; 
 Importações sujeitas a licenciamento não automático; 
 Importação sujeita a exame de similaridade; 
 Importação de material usado; 
 Importação sujeita à obtenção de cota tarifária; 
 Descontos na Importação Mercado Comum do Sul – Mercosul; 
 Regime aduaneiro especial de drawback; 
 Drawback suspensão; 
 Drawback de isenção; 
 Drawback intermediário; 
 Drawback para embarcação; 
 Drawback de mercado interno; 
 
 
29 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Demais modalidades de drawback; 
 Registro de Exportação - RE; 
 Tratamento administrativo para exportação; 
 Documentos de exportação; 
 Exportação sem cobertura cambial; 
 Exportação destinada a feiras exposições; 
 Comissão de agente; 
 Financiamento à exportação; 
 Sistema geral de preferência – SGP; 
 Retorno de mercadoria exportada; 
 Remessas financeiras ao exterior; 
 Empresa comercial exportadora, entre outras. 
 
Importante ressaltar que as portarias são atualizadas regularmente, podendo ter 
alterações diárias, semanais, mensais. Por isso, se faz necessário estar sempre atento às 
novas portarias divulgadas para não cometer erros no processo de importação e 
exportação. 
 
 SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR (SISCOMEX) 
O Siscomex foi implantado na década de 1990 e é um sistema administrado pela 
Receita Federal do Brasil que representa um avanço no controle administrativo, 
operacional, tributário e financeiro nas trocas internacionais de mercadorias e serviços. 
 
Os trâmites alfandegários de liberação de carga ganharam bastante agilidade e, 
embora ainda hoje haja muito a ser feito devemos reconhecer que as empresas ganharam 
graças ao Siscomex no que diz respeito à confiabilidade das operações e ao tempo de 
carga parada nas alfândegas aguardando a ação fiscal. 
 
O Sistema entrou em operação em 1993 com o módulo de Exportação e, em 1997, 
para as importações. Em 2014 foi lançado o Portal Único de Comércio Exterior. 
 
 
 
30 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Não há dúvida de que o Brasil inovou ao criar um fluxo único de informações na 
década de 90. Entretanto, houve a necessidade de uma nova revisão. Dessa forma, desde 
2014 iniciou-se o projeto do Portal Único de Comércio Exterior. 
 
O Portal Único Siscomex é uma iniciativa de reformulação dos processos de 
importação, exportação e trânsito aduaneiro. Com essa reformulação, buscou-se 
estabelecer processos mais eficientes e integrados entre todos os intervenientes públicos 
e privados no comércio exterior. 
 
Da reformulação dos processos, o Programa Portal Único passa ao 
desenvolvimento e integração dos fluxos de informações correspondentes a eles e dos 
sistemas informatizados encarregados de gerenciá-los. Os órgãos responsáveis pelo 
projeto de reformulação do Comércio Exterior são as equipes técnicas da Receita Federal 
do Brasil (RFB) e da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). 
 
 
 
É possível acessar o Portal Único Siscomex no seguinte endereço: 
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/#/. 
Neste endereço a empresa pode incluir suas operações de exportação e de 
importação e proceder com o acompanhamento da carga durante todo o 
processo. 
 
 
O Siscomex pode ser acessado no endereço: http://portal.siscomex.gov.br/. Neste 
site se concentram todos os sistemas de comércio exterior. O usuário pode acessar 
diversas informações, serviços e estatísticas do comércio exterior, assim como acessar 
todos os sistemas de comércio exterior do governo. É preciso lembrar que para acessá-lo 
é necessário realizar a Habilitação Siscomex, junto à RFB (Receita Federal do Brasil) e 
possuir Certificado Digital. 
 
O acesso ao Siscomex ocorre por meio de senha pessoal e intransferível. Cabe ao 
usuário, despachante aduaneiro ou não, zelar pela senha. A solicitação da senha é feita 
diretamente à Receita Federal do Brasil, e poderá pedir acesso, conforme determina a 
Instrução Normativa SRF n.°650/2006: 
 Despachante aduaneiro; 
https://www.fazcomex.com.br/comercio-exterior/portal-unico-siscomex/
https://www.fazcomex.com.br/blog/receita-federal-e-o-comex/
https://www.fazcomex.com.br/blog/receita-federal-e-o-comex/
http://portal.siscomex.gov.br/
https://www.fazcomex.com.br/blog/mudancas-habilitacao-siscomex/
https://www.fazcomex.com.br/comercio-exterior/certificado-digital/
 
 
31 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Dirigente ou empregado da pessoa jurídica representada; 
 Empregado de empresa coligada ou controlada da pessoa jurídica 
representada; e 
 Funcionário ou servidor especificamente designado, nos casos de habilitação 
na modalidade especial. 
 
Além da senha de acesso, o usuário deverá possuir certificado digital e-CPF. 
Habilitados para utilização no Siscomex, tanto exportador como importador poderão 
promover seus registros de importação e de exportação. 
 
O Siscomex possui vários módulos, conhecidos como “a família Siscomex”, são 
eles: 
 
Siscomex Importação Web – Nele é possível elaborar a Licença de Importação 
(LI) e Declaração de Importação (DI). O acesso é realizado pelo link: 
https://www1.siscomex.receita.fazenda.gov.br/siscomexImpweb-7/login_cert.jsp. 
 
Siscomex Exportação – A DUE (Declaração Única de Exportação) deve ser 
elaborada no Portal Único de Comex com acesso pelo link: 
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/#/. 
 
Drawback Integrado Suspensão – Nele é possível realizar o registro e 
acompanhamento de Atos Acessórios (AC) de Drawback na modalidade Suspensão- 
Integrado. Acesso pelo link: 
https://siscomex.desenvolvimento.gov.br/g33159Secex/jsp/logon.jsp?ind=6 . 
 
Drawback Isenção Web – É um sistema para registro eletrônico e 
acompanhamento por ambiente “web” de Atos Acessórios de Drawback na modalidade 
Isenção. Acesso pelo link: 
https://www.drawbackisencao.mdic.gov.br/drawbackisencao/private/pages/index.jsf . 
 
 
 
32 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Siscomex Mantra– Sistema Integrado da Gerência do Manifesto, do Trânsito e do 
Armazenamento - Auxiliar e integrado aos demais módulos, possui mais de 25 anos e, por 
isso, está bastante defasado tecnologicamente. É utilizado para embarque de mercadorias 
em meio aéreo. O acesso é feito utilizando CPF e senha ou Certificado Digital. O Mantra 
foi desenvolvido para conter o maior número de informações possíveis com o mínimo de 
caracteres, por isso é cheio de códigos. Há novas propostas para o processo de 
importação e as funções do Siscomex Mantra devem ser incorporadas pelo Módulo 
Fonte: Fax Comex (2020). 
 
Controle de Carga e Trânsito (CCT) do Portal Único de Comércio Exterior no futuro. 
A imagem mostra um exemplo de Mantra. 
 
Siscomex Carga – É o módulo de controle de carga aquaviária responsável pelo 
controle aduaneiro de entrada e saída de embarcações e de movimentação de cargas e 
unidades de carga nos portos, bem como de entrega de carga pelo depositário. Trata-se 
de um procedimento informatizado de controle, nos portos alfandegados, das 
embarcações e das cargas e contêineres vazios transportados, procedentes ou 
destinados ao exterior. Desde a época de sua implantação já dava ferramentas à Aduana 
para a fiscalização das cargas aquaviárias. Suas finalidades são: 
1. Controlar a viagem da embarcação no País, da primeira atracação até a última 
desatracação; 
2. Controlar a carga aquaviária (importação, exportação e de passagem); 
3. Possibilitar a análise da carga através da consulta aos dados informatizados; 
4. Permitir a interrupção do fluxo da carga, mediante bloqueios; 
 
 
33 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
5. Melhorar o controle do trânsito aduaneiro de cabotagem; 
6. Agilizar as autorizações decorrentes do termo de entrada e do passe de saída, 
substituindo pela autorização no sistema; 
7. Controlar eletronicamente o endosso do conhecimento de carga. 
 
Cabe ressaltar que a Receita Federal tem o poder de efetuar diversos tipos de 
bloqueios no Siscomex Carga a fim de impedir a liberação de mercadorias. Também há 
propostas de que o Siscomex Carga seja incorporado ao Módulo Controle de Carga e 
Trânsito (CCT) do Portal Único de Comércio Exterior no futuro. 
 
Siscomex Trânsito – O artigo 315 do Regulamento Aduaneiro trata do regime 
especial de trânsito aduaneiro que permite o transporte de mercadoria sob controle 
aduaneiro de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão do pagamento de 
tributos. O regime abrange do local de origem ao local de destino e desde o momento do 
desembaraço para trânsito aduaneiro pela unidade de origem até o momento em que a 
unidade de destino conclui o trânsito aduaneiro da carga. O Trânsito Aduaneiro é aplicado, 
por exemplo, para cargas que desembarcam no litoral e são transportadas para portos 
secos no interior do país. A modalidade é aplicada também para mercadorias estrangeiras 
que estão apenas de passagem pelo território nacional. O Siscomex Trânsito é o sistema 
através do qual o trânsito aduaneiro de bens é operacionalizado em nosso país. Esse 
sistema destina-se ao controle aduaneiro informatizado do regime especial de trânsito 
aduaneiro de entrada, passagem ou transferência, inclusive na operação de transporte 
multimodal. O acesso ao Siscomex Trânsito é realizado através do Portal Único de 
Comércio Exterior. Assim como em outros sistemas, atualmente no Siscomex Trânsito 
toda a documentação é apresentada digitalmente. 
Fonte: Fax Comex (2020). 
https://www.fazcomex.com.br/blog/cabotagem-saiba-mais/
https://www.fazcomex.com.br/blog/acesso-ao-portal-unico-siscomex/
https://www.fazcomex.com.br/blog/acesso-ao-portal-unico-siscomex/
 
 
34 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Com isso, vemos a relevância do Portal Único do Comércio Exterior que agrega 
todos os sistemas que auxiliam no processo de importação e exportação. 
 
 
 
Se você quiser conhecer um pouco mais sobre o Siscomex, uma sugestão é 
acompanhar as telas e instruções MANUAL DE PREENCHIMENTO DA 
DECLARAÇÃO ÚNICA DE EXPORTAÇÃO – DU-E disponível em: 
. Acesso em: 19 jan. 2021. 
E clicando no link disponível em: . É possível ver as telas de cada etapa na 
Importação. Vale a pena consultar! 
 
 
 
 
BACHA, C. J. C. Macroeconomia aplicada à análise da economia brasileira. São 
Paulo. Edusp, 2004. 
 
COMEX. Secretaria-Executiva da CAMEX. Disponível em: . Acesso em: Acesso em 18 de 
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https://sitefiespstorage.blob.core.windows.net/uploads/2019/04/file-20190426175446-nota-tecnica-final-26.pdf
 
 
36 Comércio Exterior Brasileiro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
SEMANA 2 
 
OBJETIVO GERAL 
Na primeira semana, vimos a trajetória do Comércio Exterior no Brasil, 
compreendemos quais são as entidades intervenientes e tomamos contato com a 
estrutura administrativa praticada no ambiente de importação e exportação. Além disso, 
verificamos a importância do Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex para 
planejar e executar as operações dentro da área. 
 
Nesta próxima etapa,

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