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Prof. Dr. Fernando Oliveira UNIDADE III Organização do Estado Liberalismo conservador (social) – 1860/1945: Propõe uma sociedade cooperativa com indivíduos mutuamente se desenvolvendo: dá lugar a grupos com interesses conflitantes. A busca sem limites do lucro permite a existência de monopólios que destroem a competitividade e a liberdade de mercado. Reconhece a necessidade de um Estado ético. Pluralismo. Organização do Estado: liberalismo conservador Neoliberalismo (1954-): Sob a sua forma contemporânea, o liberalismo se inclinou para a defesa da atividade econômica dos agentes sociais segundo a ótica da liberdade econômica e da eficácia das soluções de mercado. Sem menosprezar as teses políticas, mas as relegando à interpretação do utilitarismo e do pragmatismo, o liberalismo econômico acabou dando prioridade à atividade econômica como instrumento de realização e consolidação dos ideais políticos de uma sociedade liberal regulada pela liberdade do mercado. Organização do Estado: neoliberalismo Liberalismo econômico: Defesa da propriedade privada. Não intervenção do Estado. Defesa da livre-iniciativa/empresa/concorrência. Crença no mercado (espontaneísmo). Lucro como motor da economia. Organização do Estado: liberalismo econômico Liberalismo político: Liberdade individual. Valorização do progresso. Antropocentrismo universalista. Multiculturalismo. Constitucionalismo/legalismo. Pluripartidarismo. Valorização da sociedade civil. Valorização do contrato. Distinção público/privado. Liberalismo político: características A limitação do Estado e sua subordinação aos interesses dos indivíduos da sociedade civil. Legitimidade e extensão do poder da sociedade política, vinculando a sua finalidade à questão do alcance da ação livre dos homens diante desse poder. O fundamental para o liberalismo não é tanto a análise da natureza do poder e da política, mas o seu alcance. O que é essencial é a vida privada dos indivíduos que necessitam organizar uma sociedade adequada aos seus fins. Os principais elementos do liberalismo político , O abandono do ideal de comunidade política de indivíduos que compartilham fins últimos. Depreciação do valor político e cívico do homem em favor da existência social e econômica (como proprietário, produtor e consumidor de mercadorias) que se desenvolve na esfera da sociedade civil burguesa. O contratualismo e a representação política. A ideia básica do contratualismo é a de que os princípios que devem regular a vida política são legítimos apenas quando eles podem racionalmente ser validados e consentidos por todos os indivíduos que a eles se vinculam. Os principais elementos do liberalismo político , Uma teoria do contrato social encara o pacto original como o estabelecimento de um sistema de leis públicas comuns que define e regula a autoridade política e se aplica a todos os cidadãos. A ideia de que o interesse privado deve buscar a sua proteção na esfera pública reduz a dimensão política à noção de representação dos cidadãos, os quais, em troca da estabilidade do poder e da paz, delegam ao Estado as ações políticas. A cidadania é um meio pelo qual o indivíduo faz valer esses bens jurídicos e a sua condição de titular deles, sobretudo, frente ao Estado. Os principais elementos do liberalismo político , A primeira reação antiliberal organizada foi o socialismo. Sua doutrinação começou no campo literário, no século XVIII, intensificando-se logo depois da implantação do Estado liberal, a par com a crítica da Revolução Francesa, até atingir o seu clímax com o Manifesto comunista, de Marx e Engels, em 1848. Até então, as ideias socialistas ou comunistas (ambas tinham o mesmo sentido) permaneciam no plano literário. Era o socialismo utópico como agora se denomina. No terreno político, confundiam-se socialistas e anarquistas, por esposarem a mesma ideia da extinção do Estado. Organização do Estado: reação antiliberal A partir da segunda metade do século XIX, as correntes socialistas se cristalizaram no marxismo, que dá início ao chamado socialismo científico. A obra de Marx, intitulada O Capital, condensa a doutrina marxista, enquanto o Manifesto comunista, assinado por Marx e Engels, foi o grito de guerra que ecoou pelo mundo inteiro, inspirando o socialismo revolucionário e, com este, o socialismo de Estado. As ideias marxistas proliferaram como sementeira lançada em terreno fértil. O Estado liberal, eivado de erros doutrinários, superado pelas realidades sociais, tornara-se impotente para resolver o conflito, cada vez mais grave, entre as classes obreiras e patronais. Reação antiliberal: o socialismo e o comunismo Tal situação se agravara de maneira alarmante nos primeiros anos do século XX, ameaçando a estabilidade dos governos democráticos, os quais passaram a adotar medidas excepcionais de autodefesa. A guerra de 1914-1918, chamando aos setores da defesa externa as forças militares e as atenções dos estadistas, criou ambiente propício à transformação violenta da ordem constituída. Foi o que ocorreu na Rússia: enquanto o grosso do exército se desviara para as frentes de batalha, sofrendo os reveses impostos pelas armas alemãs, encontrando-se o país desorganizado, debatendo-se numa tremenda crise social e econômica, valeu-se a corrente socialista da confusão reinante para suprimir a velha autocracia dos czares. Reação antiliberal Segundo o ideal comunista, o Estado seria um mal necessário, uma organização transitória, devendo extinguir-se por etapas. Atingido o estágio superior da ordem comunista, extinguir-se-ia o governo de pessoas, para dar lugar a um sistema de simples administração das coisas comuns. Até 1936, pelos menos, essa era a doutrina. O Estado desapareceria como consequência do nivelamento das classes. Suprimidas-as, ao ser atingido o estágio superior da ordem comunista, cessariam as lutas e, com elas, a razão de ser do Estado. O comunismo e o socialismo Nos últimos anos, porém, a história registrou a falência do modelo marxista corporificado pela extinta URSS. Mikhail Gorbachev assumiu em março de 1985 a secretaria geral do Partido Comunista, disposto a modernizar o modelo então vigente, cujos sinais de exaustão já eram mais do que visíveis. Lançou, logo nos meses seguintes, os programas da Perestroika (reestruturação) e da Glasnost (transparência), compromissos de reforma da economia e das estruturas políticas. O modelo comunista e sua queda A queda do Muro de Berlim – 1989. Em outubro de 1988, ampliou o seu poder político e foi eleito presidente da URSS, cargo que, em maio de 1989, acumulou com a presidência do novo Parlamento Soviético. Em fevereiro de 1990, o Partido Comunista da União Soviética (PCUS) renuncia ao monopólio do poder, ao mesmo tempo em que começam a cair governos comunistas de países vizinhos do Leste Europeu. O modelo comunista e sua queda Assinale o modelo que não se ajusta com as ideias de um Estado liberal: a) Liberalismo econômico. b) Democracia. c) Liberalismo político. d) Comunismo. e) Instituições democráticas. Interatividade Assinale o modelo que não se ajusta com as ideias de um Estado liberal: a) Liberalismo econômico. b) Democracia. c) Liberalismo político. d) Comunismo. e) Instituições democráticas. Resposta O fascismo italiano, depois do comunismo russo, foi a mais notável tentativa levada a efeito no sentido de reformar as bases do Estado moderno. Apresentou-se como um movimento de dupla reação: contra a desintegração socioeconômica do liberalismo decadente e contra a infiltração do comunismo internacionalista. No campo da filosofia política situou-se numa posição intermediária, entre o coletivismo e o individualismo, formulando a concepção de que o Estado é união de grupos ou corporações. O fascismoe a sua doutrina Eminentemente nacionalista, apresentou-se com as características do velho cesarismo romano, sonhando com o restabelecimento das glórias do passado imperial. Mais radical do que o bonapartismo, amparou-se na teoria do poder absoluto, segundo a fórmula do Leviatã, de Hobbes. Colocando-se, portanto, em posição diametralmente oposta à concepção liberal, proclama Mussolini que a nação não é elemento integrante do Estado. Ao revés, é criada pelo Estado, cabendo a este dar ao povo, consciente da sua unidade moral, uma vontade, consequentemente, uma existência efetiva. O Estado fascista A esse extremismo monista, Pio XI deu a denominação de estatolatria – endeusamento do Estado. É evidente a afinidade entre o fascismo e a doutrina do famoso secretário florentino, exposta no livro O príncipe, tanto que o próprio Mussolini, escrevendo Prelúdios a Maquiavel, em 1924, mencionou que, na atualidade italiana, o maquiavelismo estava mais vivo do que na época do seu aparecimento. Na ordem econômica, o fascismo condenou formalmente o liberalismo e o socialismo marxista. Pretendeu pôr fim à luta de classes pela organização sindicalista, agrupando nas mesmas corporações todos os membros de cada ramo da produção, sem distinção entre patrões e operários. O Estado fascista Fascismo é uma ideologia política ultranacionalista e autoritária caracterizada por poder ditatorial, repressão da oposição por via da força e forte arregimentação da sociedade e da economia. O fascismo é definitivamente e absolutamente oposto às doutrinas do liberalismo, tanto na esfera econômica quanto na política, sustenta Mussolini positivamente. Desdenhando dos profetas liberais dos últimos séculos, ele chama o liberalismo de “religião desconhecida” e enaltece Bismarck e o estatismo como vitoriosos; para ele, o século XX assistia aos templos do liberalismo se fechando, aos fiéis desertando e ao alvorecer glorioso da alternativa fascista. O que é o fascismo de fato? O Estado nazista Fonte: https://www.politize.com.br/nazismo/ O regime nazista durou de 1933 a 1945 e foi instituído por Hitler por meio do Terceiro Império ou Reich. Foi marcado por uma série de características muito próprias da filosofia política nazista. Uma das questões mais importantes do regime era a propaganda feita pelo nazismo dentro e fora da Alemanha. O nazismo é considerado um regime fascista por contar uma série de similaridades, como: ser autoritário, prever a concentração total do poder, glorificação de um líder, exaltação da coletividade nacional, expansão de territórios, controle dos meios de comunicação. O regime nazista Algumas das principais características da filosofia nazista desenvolvida por Hitler eram o racismo, a xenofobia, o nacionalismo e o antissemitismo. Vamos entender como e por quê? 1. Unidade nacional Por meio do nazismo, buscava-se uma unidade nacional, contendo também características do nacionalismo. Criaram uma “comunidade do povo”, com o intuito de unir todos os alemães e excluir os povos estrangeiros. Características desse “Estado nazista” 2. Antissemitismo Outro ponto elementar para entendermos o nazismo é compreender a importância do antissemitismo dentro desse regime, isto é, o preconceito e o ódio contra judeus. Uma lei que separava os “arianos” dos judeus foi criada, chamada Leis de Nuremberg, que determinava institucionalmente essa segregação racial. 3. Teoria do Espaço Vital A Teoria do Espaço Vital é uma ideia que surgiu da revolta pela Alemanha ter perdido territórios depois da Primeira Guerra Mundial. É uma ideia relacionada a todas as outras, de que a raça ariana deveria ter um único território e expandi-lo ao máximo, formando “um guia, um império, um povo”, conforme dizia Hitler. O Estado nazista Assinale a alternativa que não condiz com um Estado sob o regime fascista: a) Glorificação de um líder. b) Concentração total do poder. c) Autoritarismo. d) Democracia. e) Controle dos meios de comunicação. Interatividade Assinale a alternativa que não condiz com um Estado sob o regime fascista: a) Glorificação de um líder. b) Concentração total do poder. c) Autoritarismo. d) Democracia. e) Controle dos meios de comunicação. Resposta Formas de Estado: Como fato social, o Estado se caracteriza pela reunião dos seus três elementos morfológicos – população, território e governo. As variações típicas de cada um desses elementos sugerem diversas classificações do Estado. Assim, quanto ao seu primeiro elemento – população –, o Estado pode ser nacional, como o Japão; ou plurinacional, como a Grã-Bretanha. Quanto ao seu segundo elemento – território –, levando em conta a sua posição geográfica, o Estado pode ser central, como o Paraguai; ou marítimo, como o Chile. Formas de Estado Estados imperfeitos e perfeitos: Primeiramente, cumpre-nos avisar que afastamos de cogitação a classificação dos Estados em soberanos e semissoberanos, precisamente porque não admitimos a existência de semissoberania. O conceito de soberania, já exposto, não admite meio-termo: a soberania é ou não é soberania. O Estado semissoberano, admitido por muitos autores, provavelmente pela maioria, equivale a Estado não soberano. Estados imperfeitos e perfeitos Chegamos à conclusão de que essa figura esdrúxula de Semiestado entra como cavalo de Troia no recinto do direito público para provocar sérias confusões. Para que se enquadre como objeto de estudo, esse Estado não soberano, criado para servir como moeda de troca nos negócios das grandes potências, abrimos aqui uma classificação de Estados em perfeitos e imperfeitos. Estado perfeito é aquele que reúne os três elementos constitutivos – população, território e governo –, cada um na sua integridade. O elemento governo se entende como poder soberano irrestrito. É característica do Estado perfeito, sobretudo, a plena personalidade jurídica de direito público internacional. O Estado perfeito x imperfeito Estado imperfeito é aquele que, embora possuindo os três elementos constitutivos, sofre restrição em qualquer deles. Essa restrição se verifica, com maior frequência, sobre o elemento governo. O Estado imperfeito pode ter administração própria, poder de auto-organização, mas não é Estado na exata acepção do termo enquanto estiver sujeito à influência tutelar de uma potência estrangeira. Não sendo soberano, não é pessoa jurídica de direito público internacional. Logo, não é Estado perfeito. O Estado imperfeito São tipos de Estados imperfeitos: os vassalos e os protegidos. Os Estados vassalos existiram em toda a Idade Média, principalmente sob o império turco. Os Estados protegidos, chamados protetorados, foram criados pela diplomacia de pós- guerra, no jogo das grandes potências vitoriosas. O Pacto da Sociedade das Nações, de 1919, criou diversos protetorados, notadamente a Síria e a Palestina. Foi a França o país que mais se valeu desse processo para manter o seu vasto império colonial, abrangendo Taiti, Madagascar, Tunísia, Marrocos, Tonkin etc. Estado imperfeito Estado imperfeito é também aquele que, num dado momento, perde o seu território, mas subsiste pelo reconhecimento do direito internacional. Essa figura de Estado sui generis foi criada pela diplomacia do século XX, principalmente nos casos da Abissínia e dos outros Estados invadidos pelo chamado eixo Roma-Berlim, cujos governos se refugiaram em Londres, onde continuaram a exercer as suas prerrogativas de Estado soberano. Estado imperfeito No plano do direito público internacional, os Estados se dividem em simples e compostos. Note-se que o direito público interno dá outra divisão (unitários e federais) porque vê o Estado por dentro, na sua estrutura interna; enquanto o direito público internacional vê o sujeito como unidade ou pluralidade, isto é, como Estado único ou comounião de Estados. Estado simples é aquele que corresponde a um grupo populacional homogêneo, com o seu território tradicional e seu poder público constituído por uma única expressão, que é o governo nacional. Exemplos: França, Portugal, Itália, Peru etc. Estados simples e compostos Estado composto é uma união de dois ou mais Estados, apresentando duas esferas distintas de poder governamental e obedecendo a um regime jurídico especial, variável em cada caso, sempre com a predominância do governo da união como sujeito de direito público internacional. É uma pluralidade de Estados, perante o direito público interno, mas no exterior se projeta como uma unidade. São tipos característicos de Estado composto: Estados simples e compostos a) união pessoal; b) união real; c) união incorporada; d) confederação. A federação é Estado simples perante o direito público internacional. Estados simples e compostos União pessoal: É uma forma própria da monarquia, que ocorre quando dois ou mais Estados são submetidos ao governo de um só monarca. Resulta esse fato, em regra geral, do direito de sucessão hereditária, pois um mesmo príncipe, descendente de duas ou mais dinastias, poderá herdar duas ou mais Coroas. Entretanto, pode resultar também de eleição ou de acordo internacional. Foram exemplos desse tipo de união: Espanha e Portugal, sob Felipe d’Áustria; Inglaterra e Hanover, sob Jorge I; Inglaterra e Escócia, sob Jayme I; Castela e Aragão, sob D. Joana, a louca. União pessoal União real: É também uma forma tipicamente monárquica. Consiste na união íntima e definitiva de dois ou mais Estados, conservando cada um a sua autonomia administrativa, a sua existência própria, mas formando uma só pessoa jurídica de direito público internacional. Foram exemplos de união real: Escócia, Irlanda e Inglaterra, até 1707; Suécia e Noruega; Áustria e Hungria. União real União incorporada: É uma união de dois ou mais Estados distintos para a formação de uma nova unidade. Nesse caso, os Estados se extinguem, são completamente absorvidos pela nova entidade resultante da incorporação. A Grã-Bretanha é exemplo clássico de união incorporada. Os reinos, outrora independentes, Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte, formaram união pessoal, depois união real e, finalmente, fundiram-se formando um só Estado com a denominação de Grã-Bretanha. União incorporada Confederação: É uma reunião permanente e contratual de Estados independentes que se ligam para fins de defesa externa e paz interna (Jellinek). Essa forma de Estado composto requer maior explicação. Na união confederativa, os Estados confederados não sofrem qualquer restrição à sua soberania interna, nem perdem a personalidade jurídica de direito público internacional. A par dos Estados soberanos, unidos pelos laços da união contratual, surge a Confederação, como entidade supraestatal, com as suas instituições e as suas autoridades constituídas. Confederação de Estados É também uma forma tipicamente monárquica. Consiste na união íntima e definitiva de dois ou mais Estados, conservando cada um a sua autonomia administrativa, a sua existência própria, mas formando uma só pessoa jurídica de direito público internacional. Estamos nos referindo a: a) União real. b) União composta. c) União incorporada. d) Confederação de Estados. e) Estado simples. Interatividade É também uma forma tipicamente monárquica. Consiste na união íntima e definitiva de dois ou mais Estados, conservando cada um a sua autonomia administrativa, a sua existência própria, mas formando uma só pessoa jurídica de direito público internacional. Estamos nos referindo a: a) União real. b) União composta. c) União incorporada. d) Confederação de Estados. e) Estado simples. Resposta Estado federal: Sob o ponto de vista do direito público interno, mais precisamente do Direito Constitucional, os Estados se dividem em unitários e federais. Estado unitário é aquele que apresenta uma organização política singular, com um governo único de plena jurisdição nacional, sem divisões internas que não sejam simplesmente de ordem administrativa. Estado federal O Estado unitário é o tipo normal, o Estado padrão. A França é um Estado unitário. Portugal, Bélgica, Holanda, Uruguai, Panamá, Peru são Estados unitários. Embora descentralizados em municípios, distritos ou departamentos, tais divisões são de Direito Administrativo. Não têm esses organismos menores uma autonomia política. O Estado unitário Estado federal é aquele que se divide em províncias politicamente autônomas, possuindo duas fontes paralelas de direito público, uma nacional e outra provincial. Brasil, Estados Unidos da América do Norte, México, Argentina e República Bolivariana da Venezuela são Estados federais. O que caracteriza o Estado federal é justamente o fato de, sobre o mesmo território e sobre as mesmas pessoas, exercer-se, harmônica e simultaneamente, a ação pública de dois governos distintos: o federal e o estadual. O Estado federal O Estado federal – define Queiroz Lima – é um Estado formado pela união de vários Estados; é um Estado de Estados. Denominam-no os alemães de staatenstaat. A forma federativa moderna não se estruturou sobre bases teóricas. Ela é produto de uma experiência bem-sucedida – a experiência norte-americana. As federações ensaiadas na Antiguidade, todas elas, foram instáveis e efêmeras. O Estado federal Características do Estado federal: São características fundamentais do sistema federativo, segundo o modelo norte-americano: a) Distribuição do poder de governo em dois planos harmônicos: federal e provincial (ou central e local). O governo federal exerce todos os poderes que expressamente lhe foram reservados na Constituição Federal, poderes esses que dizem respeito às relações internacionais da união ou aos interesses comuns das unidades federadas. Características do Estado federal b) Sistema judiciarista, consistente na maior amplitude de competência do Poder Judiciário, tendo este, na sua cúpula, um Supremo Tribunal Federal, que é órgão de equilíbrio federativo e de segurança da ordem constitucional. c) Composição bicameral do Poder Legislativo, realizando-se a representação nacional na Câmara dos Deputados e a representação dos Estados-membros no Senado, sendo esta última representação rigorosamente igualitária. Características do Estado federal d) Constância dos princípios fundamentais da Federação e da República, sob as garantias da imutabilidade desses princípios, da rigidez constitucional e do instituto da intervenção federal. Características do Estado liberal Federalismo no Brasil: O federalismo brasileiro é diferente, é muito mais rígido. O nosso sistema é de federalismo orgânico. Essa diversidade tem um fundamento histórico. O Brasil Império era um Estado juridicamente unitário, mas, na realidade, era dividido em províncias. O ideal da descentralização política, no Brasil, vem desde os primórdios da nossa existência, desde os tempos coloniais. Federalismo no Brasil O federalismo brasileiro x americano (EUA) O FEDERALISMO BRASILEIRO Vastidão territorial, pois o Brasil é um país continental. Heterogeneidade socioeconômica. FEDERALISMO NORTE-AMERICANO X BRASILEIRO Americano Brasileiro Ponto de partida Separação para União União para autonomia Motivação Defesa comum Sentimento de autonomia Sentido Concentração Dispersão Situação das partes Simetria (relativa) Assimetria Características da federação 1. Guardião da Constituição. 2. Repartição de receitas. 3. Descentralização política. 4. Soberania do Estado federal. 5. Intervenção. 6. Inexistência de direito de secessão. 7. Auto-organização dos Estados-membros. Assinale a alternativa que aponta marca de um Estado federativo: a) Guardião da Constituição. b) Repartição de receitas.c) Descentralização política. d) Soberania do Estado federal. e) Todas as alternativas estão corretas. Interatividade Assinale a alternativa que aponta marca de um Estado federativo: a) Guardião da Constituição. b) Repartição de receitas. c) Descentralização política. d) Soberania do Estado federal. e) Todas as alternativas estão corretas. Resposta LIMA, Eusébio Queiroz. Teoria do Estado. Imprenta, Rio de Janeiro: Record, 1957. Referências ATÉ A PRÓXIMA!