Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GABARITO DA 1a AVALIAÇÃO – 2a CHAMADA – ANÁLISE REAL (Obrigatoriamente preencha completamente as informações acima solicitadas.) 1. Prove que ∣∣|x|− |y|∣∣ 6 ∣∣x− y∣∣, ∀ x,y ∈ R. Demonstração: |x| = |x− y+ y| = |(x− y) + y| 6 |x− y|+ |y|⇒ |x|− |y| 6 |x− y| |y| = |y− x+ x| = |(y− x) + x| 6 |y− x|+ |x|⇒ |y|− |x| 6 |x− y|⇒ − ( |y|− |x| ) = |x|− |y| > −|x− y| Daí, temos − |x− y| 6 |x|− |y| 6 |x− y|⇔ ∣∣|x|− |y|∣∣ 6 ∣∣x− y∣∣. 2. Dados x,y ∈ R, se x2 + y2 = 0, prove que x = y = 0. Demonstração: Se x 6= 0, então x2 > 0, ou seja, −(x2) < 0. Daí, x2 + y2 = 0⇔ y2 = −(x2) < 0, o que é um absurdo. Portanto, se x2 + y2 = 0, então x = y = 0. 3. Responda: (a) Seja X ⊂ R limitado inferiormente e não-vazio. Defina o ínfimo do conjunto X, notação inf X. Definição: Um elemento a ∈ R chama-se ínfimo de X quando a é a maior das cotas inferiores de X em R. Assim, a ∈ R é o ínfimo de X se, e só se, a satisfaz as duas condições abaixo: (I1) a 6 x, ∀ x ∈ X; (I2) Dado c ∈ R, c > a, então existe x ∈ X tal que x < c. E ainda, a condição (I2) nos diz que ∀ε > 0, ∃x ∈ X; x < a+ ε. Dado c > a, basta tomar ε = c− a. 1 (b) Use o fato a seguir: ”Fato: O conjunto N ⊂ R não é limitado superiormente”, para mostrar que o ínfimo do conjunto X = {1/n;n ∈ N} é igual a 0 (zero). (Use a definição de ínfimo). Demonstração: Temos que 0 é evidentemente uma cota inferior de X, pois 0 6 1 n , ∀n ∈ N. Basta mostrarmos que dado c ∈ R, c > 0, c não pode ser cota inferior de X (ou seja, 0 é a maior das cotas inferiores). De fato, dado c ∈ R, c > 0, temos que existe n ∈ N, por (i) anterior, tal que n > 1 c ⇔ 1 n < c⇔ c > 1 n ∈ X, ∀ c > 0, como queríamos provar. 4. Responda: (a) Defina limite de uma sequência (xn), com lim(xn) = a, a ∈ R. Definição: Dizemos que o número real a é limite da sequência (xn)n∈N de números reais, ou simplesmente (xn), e escrevemos a = lim n→+∞ xn ⇔ ∀ ε > 0, ∃n0 ∈ N; ∀n > n0, então |xn − a| < ε. (b) Diz-se que (xn) é uma sequência de Cauchy quando, para todo ε > 0 dado, existe n0 ∈ N, tais que ∀m,n ∈ N com m,n > n0 ⇒ ∣∣xm − xn∣∣ < ε. Prove que: se uma sequência (xn) é convergente, então ela é de Cauchy. Demonstração: Como (xn) é convergente, temos que existe a ∈ BbbR, tal que limn→+∞ xn = a. Daí, lim n→+∞ xn = a⇔ ∀ ε > 0, ∃n0 ∈ N; ∀n > n0, então |xn − a| < ε 2 e lim m→+∞ xm = a⇔ ∀ ε > 0, ∃n0 ∈ N; ∀m > n0, então |xm − a| < ε 2 . Portanto, para todo ε > 0 dado, existe n0 ∈ N, tais que ∀m,n ∈ N com m,n > n0, tem-se |xm − xn| = |(xm − a) + (a− xn)| 6 |xm − a|+ |a− xn| 6 ε 2 + ε 2 = ε. 5. Fato: Seja (xn) uma sequência. Se xn > 0 para todo n natural e lim ( xn+1 xn ) = a < 1, 2 então lim n→∞(xn) = 0. Use o fato citado para mostrar que lim n→∞ ( cn n! ) = 0, onde c é uma constante real, com c > 1. Demonstração: Observe que xn = cn n! e xn+1 = cn+1 (n+ 1)! = cn.c (n+ 1).n! . Daí, lim n→∞ ( xn+1 xn ) = lim n→∞ ( cn.c (n+ 1).n! . n! cn ) = lim n→∞ c n+ 1 = c. lim n→∞ 1 n+ 1 = c.0 = 0 6. Defina indutivamente a sequência (xn) pondo x1 = √ 2 e xn+1 = √ 2+ xn. Prove que lim n→∞(xn) = 2, sabendo que (xn) é monótona crescente, limitada e L = √ 2+ √ 2+ √ 2+√. . .. Demonstração: Para mostrarmos que (xn) é convergente, devemos mostrar que (xn) é monótona (crescente) e limitada. [Mostremos por indução, sobre n que (xn) é monótona] (i) x2 = √ 2+ √ 2 > √ 2 = x1. Para n = 1, xn+1 > xn (ok!) (ii) (HI) Suponha que seja verdade para n = k − 1, i.e, xk > xk−1, sendo, xk =√ 2+ xk−1. (iii) Vamos mostrar que vale para n = (k − 1) + 1 = k, ou seja, vamos mostrar que xk+1 > xk. De fato, xk = √ 2+ xk−1 ⇒ (xk)2 = 2+ xk−1 < 2+ xk = (xk+1)2 ⇔ (xk) 2 < (xk+1) 2 ⇔ xk < xk+1 Logo, xn < xn+1 para todo n ∈ N. Portanto, (xn) é monótona. [Mostremos que (xn) é limitada] Temos que xn > 0, ∀n ∈ N. Afirmo que existe c > 0, tal que xn < c, ∀n ∈ N. Da relção x2n+1 = 2+ xn, obtemos a seguinte equação x2 − x− 2 = 0. Portanto, se c é raiz positiva de tal equação, isto é, c2 = 2 + c. Vamos mostrar que xn < c, ∀n ∈ N. Fazendo indução sobre n, temos 3 (i) Para n = 1, x1 = √ 2 < c⇔ 2 < c2 (ok!). (ii) Suponha que vale para n = k, i.e, xk < c. (iii) Vamos mostrar que vale para n = k + 1, ou seja, vamos mostrar que xk+1 < c. De fato, xk+1 = √ 2+ xk ⇒ (xk+1)2 = 2+ xk < 2+ c = c2 ⇔ (xk+1) 2 < c2 ⇔ xk+1 < c Logo, xn < c para todo n ∈ N. Portanto, (xn) é limitada. Como (xn) é monótona e limitada, então (xn) é convergente, i.e, xn → L, L ∈ R. Assim, xk+1 = √ 2+ xk ⇔ (xk+1)2 = 2+ xk, ao limite com n→ +∞, lim(xk+1)2 = lim(2+ xk)⇔ L2 = 2+ L⇔ L2 − 2.L = 0⇔ L = 2 ou L = 0. Mas L = 2, pois xn > 0 ∀n ∈ N. Obs 0.1. Siga as instruções: (a) Escolha 5, e somente 5, questões para responder. (b) Cada questão vale 2,0 pontos. Bom Proveito!!!! 4
Compartilhar