Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 COMUNICAÇÃO E RELACIONAMENTO COM A IMPRENSA 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2 1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3 2. O QUE É A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL? .......................................... 4 2.1 ORGANIZAÇÕES ................................................................................. 6 3 . O ESTILO E A LINGUAGEM DO TEXTO EMPRESARIAL ........................ 9 3.1 A COMUNICAÇÃO ORAL DENTRO DA EMPRESA .......................... 11 3.1.1 Composto de comunicação – comunicação organizacional .............. 13 3.1.2 Comunicação Institucional ................................................................ 14 4 , IMPRENSA COMO PÚBLICO ................................................................. 17 4.1 Características ..................................................................................... 17 4.2 ENCONTRO COM A MÍDIA ................................................................ 19 5 . ORGANIZAÇÃO X IMPRENSA ................................................................ 21 5.1 O relações públicas como mediador ................................................... 22 5.1.1 Construindo e fortalecendo as relações ............................................ 23 5.2 Práticas para relações com a imprensa ............................................ 24 5.2.1 Práticas para boas relações com a imprensa .................................. 24 5. 3 Estratégias de relacionamento com a mídia ...................................... 25 5.3.1 opinião pública .................................................................................. 25 5.3.2 instrumentos, habilidades e atitudes ............................................... 26 6 . ASSESSORIA DE IMPRENSA ................................................................. 28 6.1 Porta-voz e media training .................................................................. 30 6.1.1 Avaliação e resultados ...................................................................... 31 Referencias ................................................................................................... 32 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 1 – INTRODUÇÃO Com o passar do tempo, as pessoas perceberam a importância do registro e da transmissão de informações e encontraram formas alternativas para se comunicarem. As pinturas rupestres são um exemplo disso. A partir delas, temos várias pistas de como foi o início da vida em sociedade. O tempo passou e, hoje, milhares de anos depois, todo o nosso desenvolvimento, seja ele social, econômico ou cultural depende de fluxos de informação e comunicação. Nos dias atuais, a necessidade de comunicação é imprescindível, visto que é através dela que as pessoas trocam e-mails, cartas, recebem ofícios, observam propagandas, cartas comerciais, memorandos, editais e muitos outros. No âmbito empresarial, a comunicação tomou proporções gigantescas. As relações com a imprensa são, dentre as funções de Relações Públicas, as que têm por finalidade adquirir e manter a confiança dos dirigentes e colabores dos diversos órgãos de divulgação (jornal, revista, rádio e televisão); confiança que se afirma pela utilização de noticiário proveniente de uma instituição pública ou privada. Para poder atingir esse fim, há necessidade de um serviço de informações dotado de todos os recursos e meios indispensáveis à realização de suas atividades. (Definição oficial aprovada pela Associação Internacional de Relações Públicas, em reunião realizada em Londres, em abril de 1959). (ANDRADE, 2003 , p.131) 4 2. O QUE É A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL? Figura 1 A comunicação empresarial consiste em um complexo de atividades, ações, estratégias, processos e produtos que buscam divulgar a entidade ou a empresa. Independente de ser uma universidade, uma organização não governamental, um sindicato ou outra entidade, a comunicação empresarial busca reforçar a imagem da instituição junto ao seu público. O tipo de públicos que ela pretende atingir também é de imprescindível importância para que o comunicador saiba de que forma chegar até ele. De acordo com o site Comunicação Empresarial,o profissional deve ter não apenas o conhecimento técnico, mas também uma vasta visão do mercado e do mundo dos negócios para saber de que forma se dirigir ao público que pretende atingir. O comunicador da empresa, seja ele o designer, o jornalista, o publicitário ou o relações públicas, deve ser, acima de tudo, um empreendedor. Atualmente, o mercado de trabalho vê a comunicação dentro da organização ou empresa como uma ferramenta importantíssima para a projeção de seus trabalhos ao seu público. Portanto, se não for bem arquitetada, poderá por a empresa em situações desagradáveis. Também há muitos eventos acerca da comunicação empresarial sendo desenvolvidos. Assim, 5 caro(a) acadêmico(a), você pode perceber que a comunicação empresarial é muito importante para o bom andamento da empresa. Com o avanço da industrialização mundial, ao longo dos anos de 1900, várias estratégias de comunicação organizacional foram sendo disseminadas em outros países, após o seu surgimento, nos Estados Unidos da América. No Brasil, a ascensão foi durante o governo de Juscelino Kubitschek, na década de cinquenta. A chegada de montadoras automotivas e a crescente industrialização trouxeram as primeiras discussões e implantações de programas de comunicação organizacional. Porém, vale lembrar que, em 1914, relativamente pouco tempo após o surgimento nos EUA, a The Light and Power Co. Ltda, de São Paulo, criou o primeiro departamento de Relações Públicas no Brasil – a empresa atuava como concessionária de iluminação pública e de transporte coletivo na capital paulista. Com todas as mudanças ocorridas pelo processo de desenvolvimento, na área de comunicação, uma disputa foi se formando entre jornalistas e RPs: na década de 1960, com o crescente aumento de espaço para as Relações Públicas, ao invés de a atuação de um completar a do outro, os profissionais foram se confrontando por vagas e cargos de chefia. E, para aquecer ainda mais as discussões, o Decreto 63.283, de 26 de setembro de 1968, regulamentou a Lei 5.377, de 11 de dezembro de 1967, que reconhece relações públicas como profissão (regulamentada) – isto ocasionou, também, a criação do Conselho Federal de Relações Públicas (CONFERP) e as unidades regionais (CONRERPs). No ano de 1987, a então Associação Brasileirade Editores de Revistas e Jornais de Empresas, a ABERJE, passou a se denominar Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. Nessa época, também, um fato novo foi adicionado à comunicação organizacional: vários jornalistas que cumpriam jornada dupla, em grandes veículos e em assessorias de imprensa de empresas públicas e privadas, criavam situações que soavam com desconfiança ao público leitor. Por exemplo, em uma empresa X, o assessor de imprensa encaminhava sua sugestão de pauta ao jornal Y que, por “coincidência”, tinha como repórter (e, às vezes, até editor) o próprio assessor. A prática, que era realizada também em outras esferas, era chamada de “jabaculê” ou, simplesmente, “jabá”. 6 A situação ficou ainda pior quando alguns destes jornalistas passaram a utilizar o espaço dos jornais em que trabalhavam para publicar matérias que interessavam aos seus clientes particulares. Muitos anos se passaram e esta prática permanecia. Em determinados casos, não era feita a cobertura de alguns acontecimentos, já que o assessor/repórter produziria a própria matéria. Porém, mesmo com os desvios éticos de alguns profissionais, o Brasil tem conquistado bons resultados em se tratando de comunicação organizacional. Gaudêncio Torquato (1997) cita exemplos brasileiros de comunicação organizacional (leia-se empresarial) de destaque em todo o mundo, como é o caso do trabalho gerenciado pelo jornalista Marco Antônio Lage, que produziu o sistema de Comunicação Corporativa da Fiat no Brasil, apresentado como modelo global na matriz da empresa, na Itália. (PESSOA, 2009). Para finalizar este pequeno apanhado histórico, faz-se necessário entender que a comunicação – seja ela empresarial mercadológica ou de informação – é dinâmica, ou seja, está em constante evolução. Todos os gestores organizacionais precisam entender que a comunicação não deve ser compreendida como um “mal necessário”, ou, tampouco, apenas como propaganda. 2.1 ORGANIZAÇÕES Agora que já sabemos um pouco mais sobre o que é a comunicação empresarial e como ela surgiu, vamos aprofundar o estudo sobre como as organizações se estruturam. O que é uma organização? Para que ela serve? Estes e outros questionamentos serão esclarecidos nesta parte do caderno. As organizações são estruturadas com pessoas, cujas atuações se baseiam em divisões de processos e trabalhos, com dependência de recursos de toda a ordem, como materiais, financeiros, tecnológicos, científicos, mercadológicos, históricos, comunicacionais e relacionais. Para Nassar (2008, p. 62-63), algumas características são comuns nas organizações. Entre os tópicos relacionados pelo autor, citamos: 7 Figura 2 Planejar é uma estratégia muito importante para bem comunicar. Para dinamizar os fluxos de informação, no sentido de fortalecer a imagem institucional, todo o macroambiente organizacional deve estar alinhado a estratégias e práticas de comunicação sólidas e bem estruturadas. Lembre sempre, acadêmico(a). Em comunicação empresarial, a palavra de ordem é PLANEJAMENTO. Falando nisso, Maximiliano (apud Souto, 2006), afirma que o planejamento é a principal ferramenta para que as organizações e as pessoas possam lidar com as incertezas do futuro, ou seja, se você está bem preparado e possui um bom planejamento em mãos, não correrá o risco de se prejudicar por algum incidente que possa vir a acontecer. 8 Em suma, caro(a) acadêmico(a), planejar é decidir antecipadamente o que, como, quando, de que forma, quem e onde fazer para que se possa atingir ao objetivo pretendido. Planejar e organizar são palavras-chave para que se possa obter sucesso nos nossos empreendimentos, sejam eles sociais, empresariais ou pessoais. Todas as organizações públicas ou privadas têm seus aspectos formais para o cotidiano de suas gestões. Estes documentos podem ser estatutos, regimentos, manuais de comportamento, normas de procedimentos etc. Sob a ótica da administração, amparada na gestão da comunicação, para que os objetivos organizacionais sejam alcançados, os públicos envolvidos devem ser informados, e as mensagens entendidas, aceitas e implementadas. “A comunicação, neste contexto formal, é fundamental para que a administração organizacional [...] tenham sentido e significado para os integrantes da organização e suas redes de relacionamento.” (NASSAR, 2008, p. 63-64). Para Maria Alzira Pimenta (2002, p. 58-59), “a comunicação dentro da empresa contribui para a definição e concretização de metas e objetivos, além de possibilitar a integração e equilíbrio entre seus componentes (departamentos, áreas etc.)”. É importante salientar que a comunicação dentro da organização deve sempre estar acompanhando a evolução da sociedade e, de certo modo, das pessoas. O relacionamento com os clientes é de suma importância para que haja a conquista de novos mercados, que é, sem dúvida, o principal objetivo de todas as organizações. Palavras, imagens, expressões que partem da empresa devem ser estrategicamente planejadas para que chamem a atenção e despertem interesse por parte do público. Lembre-se sempre: uma comunicação bem planejada pode aumentar, segundo Persona (2011), a aderência de sua marca na memória de seu público. 9 3 . O ESTILO E A LINGUAGEM DO TEXTO EMPRESARIAL Figura 3 Para iniciarmos, devemos ter a consciência de que um texto mal escrito, embora não pareça, poderá trazer prejuízos consideráveis a uma empresa ou organização. De que forma? De acordo com Gold (2010), um documento empresarial mal escrito poderá acarretar os seguintes problemas: a) Desmotivação para a leitura: o texto mal escrito não desperta a curiosidade e o interesse para que seja lido na íntegra. b) Privilégio da troca oral de informações: se o texto é mal escrito, a informação oral prevalece. Sabemos que na oralidade, o texto nem sempre é transmitido com exatidão. Cada pessoa o transmitirá de forma diferente, se ele estiver bem escrito, isso não acontecerá. c) Falta de credibilidade: um texto mal escrito pode comprometer toda a credibilidade da empresa perante seus colaboradores. d)Retrabalho: Um exemplo de retrabalho é o recadastramento de dados, que, por muitas vezes, pode levar alguns meses para ser refeito, o que não seria necessário se as informações fossem claras e objetivas. e) Conflitos internos constantes: uma mensagem mal interpretada pode ocasionar mal-entendidos dentro da própria empresa. 10 f) Ineficiência para novos negócios: a persuasão, se não for bem trabalhada, pode resultar em perdas para a empresa. Além disso, textos longos, com vocabulário sofisticado e muito rebuscado devem ficar fora do planejamento. Assim sendo, a clareza e a objetividade são cruciais para a boa comunicação dentro da organização. Segundo Gold (2010), algumas das principais características do texto empresarial. São elas: a concisão, a objetividade, a clareza, a coerência, a linguagem adequada e a correção gramatical. a) Concisão: este item significa que devemos escrever as informações sem repetir palavras e sem expressões de difícil compreensão. A análise das palavras deve ser cuidadosa. b) Objetividade: as ideias expostas no texto devem ser compreendidas já na primeira leitura. Textos muito complexos e parágrafos com muitas informações devem ser evitados. Para fazer um texto objetivo, deve-se, em primeiro lugar, ter em mente quais as informações são necessárias realmente. c) Clareza: sempre devemos ter em mente que o que é claro para nós nem sempre é claro para o outro. Assim, devemos escrever de forma mais clara possível, mas sempre pensando se o outro compreenderá o que queremos dizer. d) Coerência: Este item nada mais é do que a conexão das ideias. Não pular de um assunto para outrosem ligá-lo é de fundamental importância para a compreensão deste. e) Linguagem adequada: o uso de gírias, jargões e frases prontas não é uma boa estratégia para os textos empresariais. A correta saudação, o uso das palavras adequadas e a despedida são de fundamental importância para que o texto realmente chame a atenção. f) Correção gramatical: muita atenção nessa hora. O texto deve ser cuidadosamente corrigido antes de ser enviado ou divulgado. Nada mais constrangedor do que receber uma carta ou um ofício com erros ortogramaticais explícitos. Cuidado e atenção são primordiais. 11 3.1 A COMUNICAÇÃO ORAL DENTRO DA EMPRESA Figura 4 Sabemos que comunicar é algo muito delicado. A forma como comunicamos, a postura, as palavras, enfim. Quando nos comunicamos via texto escrito há a possibilidade de revisão. Já quando nos comunicamos oralmente, o que foi dito não retornará. Para tal, o cuidado na escolha das palavras e o planejamento novamente devem entrar em ação. A comunicação oral se dá dentro da empresa para inúmeras finalidades: comunicados em geral, palestras, divulgação de novos projetos, resultados de algum empreendimento realizado pela empresa ou até as tradicionais reuniões, dentre outras possibilidades. Para tanto, é necessário tomar alguns cuidados na hora de expor as ideias. A persuasão, ou seja, o ato de convencer o outro é tão importante que muitas pessoas tornam-se vencedoras pelo fato de saberem como utilizá-la. Pensando na empresa, o bom uso das palavras pode fazer com que um cliente feche negócio ou nunca mais retorne à empresa. Viram quanta responsabilidade está envolvida na comunicação? Quando gesticulamos ou como nos portamos, nossa roupa, nosso cabelo, no caso das mulheres, os acessórios e maquiagem, também fazem parte da 12 comunicação. Nosso comportamento perante as pessoas diz muito sobre nós e também sobre o que queremos transmitir ao nosso interlocutor. A seguir, seguem algumas dicas preciosas do que devemos fazer quando nos comunicamos oralmente, seja para um grande público ou para poucas pessoas. Lembre sempre: comunicação não é o que eu digo, mas sim o que o meu interlocutor compreende daquilo que eu disse. Está pronto? Então vamos a elas. Devemos sempre: • Falar em bom tom, ou seja, não falar baixo, alto, rápido ou devagar demais. Isso cansa o ouvinte. • Mulheres: evitar brincos, colares e pulseiras que façam barulho ou que sejam demasiadamente grandes, bem como decotes muito acentuados e saias muito curtas. • Cuidar com a dicção, ou seja, evitar a respiração ofegante ou pausas muito demoradas entre uma frase e outra. • Evitar vícios de linguagem como: né, tá, então, tipo assim... Isso demonstra muita informalidade perante o que falamos, e nem sempre é esta a intenção. • Cuidar com o uso de termos técnicos, pois nem todos os compreendem. Se for utilizá-los, verifique antes se o público os compreenderá. • Evitar mexer em si próprio, como arrumar a gravata ou passar a mão nos cabelos durante a fala. • Falar olhando para o público, nunca olhando para o chão ou teto. Isto transmite insegurança por parte de quem fala. • Ter conhecimento sobre o que iremos falar. Prepare-se antes. Não custa nada praticar um pouco, mesmo que na frente do espelho. • Deixar as mãos à mostra, nunca nos bolsos. Mãos sempre são muito expressivas. Se você as deixar no bolso, transmitirá timidez ao público. • Ter habilidade para ouvir os outros. Se houver dúvidas na plateia, ouça-as. Ao final, é válido perguntar se alguém quer expor ou perguntar algo. 13 • Criar um clima de receptividade e confiança é de primordial importância. O público gosta de sentir-se à vontade. • Dar feedbacks também é importante. Lembrá-los do que já foi dito de vez em quando utilizando expressões: “Como já mencionamos...” • Manter-se atualizados. Nada mais desconfortável do que passar uma informação ultrapassada e ser corrigido em público. • Evitar a seriedade ou as brincadeiras excessivas. Nem muitas piadas, nem muita cara dura. Seja maleável e saiba a hora de brincar e a hora de ser sério. 3.1.1 Composto de comunicação – comunicação organizacional Figura 5 A comunicação sofreu uma inquestionável sofisticação, principalmente nas grandes empresas, devido à evolução e sofisticação das novas tecnologias de informação. Com a mudança, passou a ocupar caráter estratégico nas organizações. Das básicas terminologias de comunicação interna e externa, área passou a agregar novos conceitos, como social, empresarial, corporativa, institucional, organizacional e mercadológica, por exemplo. (KUNSCH, 2003). 14 Nas próximas páginas, exploraremos, de forma mais acentuada, dois importantes modelos de comunicação organizacional-empresarial: a institucional e a mercadológica. 3.1.2 Comunicação Institucional Este tipo de comunicação é o que envolve as mais conhecidas áreas do composto da comunicação integrada. Abílio da Fonseca, professor e especialista em relações públicas, define comunicação institucional como o “[...] conjunto [...] de procedimentos destinados a difundir informações de interesse público sobre as filosofias, as políticas, as práticas e os objetivos das organizações”. (FONSECA apud KUNSCH, 2003, p. 164). As atividades de comunicação institucional integram-se mais precisamente às estratégias globais das organizações; diferentemente da comunicação mercadológica, que visa a um fim específico: a comercialização de bens ou serviços. Kunsch (2003) afirma que este tipo de comunicação enfatiza prioritariamente os aspectos mais relacionados à missão, à visão e à filosofia das instituições. Por este motivo, entende-se que a comunicação interna está diretamente ligada ao gerenciamento organizacional. Relações públicas: Já estudamos esta profissão na unidade anterior. Para tanto, vale ressaltar que essa área possui uma função estratégica importantíssima dentro de qualquer organização. Planejar e executar a comunicação são de fundamental importância para manter o bom relacionamento dentro e fora da empresa. Mais uma vez vale lembrar que os públicos para os quais a empresa se dirige são muito distintos, portanto, a adequação na hora de comunicar é imprescindível. Marketing social: o marketing social é responsável pelo cuidado com as estratégias empresariais que visam adotar atitudes que reforcem e fortaleçam a responsabilidade social da empresa. Marketing cultural: já o marketing cultural cuida das estratégias empresariais que visam adotar atitudes que valorizem e preservem a cultura da sociedade que cerca a empresa. Jornalismo: também já ressaltamos na unidade anterior a importância do jornalista dentro da empresa. O jornalismo: é a área da comunicação que se responsabiliza pela produção e divulgação das informações relacionadas à empresa. Estas informações podem ser 15 de cunho social, cultural, enfim, é através do jornalismo que as notícias acerca da empresa são divulgadas. Assessoria de imprensa: tem como função principal estabelecer e manter contato com os veículos de imprensa, informando-os sobre as atividades da organização. Utiliza como principal estratégia o uso de releases (sugestão de pauta). Identidade corporativa: tem como meta padronizar e orientar o uso correto de logomarcas, imagens, logotipos, cores, fontes e padrões gráficos que são estabelecidos pela organização. É orientada, normalmente, por manuais de identidade visual corporativa. Para tanto, contribui para manutenção da identidade da marca. Propaganda institucional: é instrumento de comunicação que promove a imagem e o modo como a opinião pública visualiza a empresa, e que tem como base a identidade coorporativa (seus valores, missão e visão) – tem como meta eliminar falsas impressões; informar e incentivar funcionários, fornecedores entre outros públicosde influência, conquistando a confiança de toda sociedade, obtendo apoio do governo e da imprensa e, assim, mantendo todos informados. Comunicação Mercadológica A comunicação mercadológica pode ser definida como sendo “[´...] responsável por toda a produção comunicativa em torno dos objetivos mercadológicos, tendo em vista a divulgação publicitária dos produtos ou serviços de uma empresa. Está vinculada diretamente ao marketing de negócios”. (KUNSCH, 2003, p. 162). Marketing: Kotler e Fox (1994, p. 24) definem a atividade da seguinte forma: “marketing é análise, planejamento, implementação e controle de programas cuidadosamente formulados para causar trocas voluntárias de valores com mercados-alvo e alcançar objetivos institucionais. Marketing envolve programar as ofertas da instituição para atender às necessidades e aos desejos de mercado salvo, usando preço, comunicação e distribuição eficazes para informar, motivar e atender a esses mercados”. 16 Propaganda: tem objetivo de informar e persuadir. Esta estratégia é paga, e tem a presença ostensiva da empresa no meio de comunicação, portanto o anunciante/empresa é o emissor da mensagem. Promoção de vendas: segundo Kotler (2000), a promoção de vendas consiste em um conjunto diversificado de ferramentas de incentivo, a maioria de curto prazo, projetadas para estimular a compra mais rápida ou em maior quantidade de produtos ou serviços, específicos pelo consumidor ou pelo comércio. Enquanto a propaganda oferece razões para se comprar, a promoção de vendas oferece incentivos à compra. Algumas ferramentas para contribuir para a estratégia e promoção de vendas: Crescimento do número de marcas; Frequência com que os concorrentes adotam promoções; Número de marcas consideradas similares; Maior sensibilidade a preço por parte dos consumidores; Nível de exigência dos canais de distribuição por promoções; Alto custo da propaganda e queda do nível de eficiência; Saturação da comunicação; Restrições legais. As ferramentas de promoção de vendas variam em seus objetivos (desde teste de consumo até estabelecimento de relações de longo prazo). Muitas empresas utilizam promoções para aproximar novos consumidores, recompensando clientes fiéis e aumentando as vendas e recompra de clientes eventuais. Feiras e exposições: estas estratégias de comunicação aproximativa possibilitam que os públicos de interesse tenham contato com as empresas e seus produtos. Marketing direto: segundo Cobra (1997), é um conjunto de atividades pelo qual o vendedor efetua a transferência de bens e serviços ao comprador, atingindo uma audiência determinada, através de uma ou mais mídias, com o propósito de obter uma resposta direta por telefone, cupom ou, em certos casos, a visita pessoal do consumidor. Os principais objetivos do marketing direto são: Divulgação da marca ao público alvo definido; Diminuição da dispersão da verba publicitária; Obtenção de resultados mensuráveis; Maximização da lucratividade. Exemplo: mala-direta, e-mail, marketing, tele marketing entre outros. Merchandising: conjunto de operações efetuadas no ponto de venda, para se colocar o produto certo na quantidade certa, com qualidade, com preço certo, no tempo certo, com impacto visual adequado e dentro de uma exposição correta. 17 Objetiva valorizar o produto aos olhos do consumidor e estimular a venda no ponto de venda (PDV), exemplo qualquer material de ponto de venda, como display e a própria organização dos produtos no PDV. Venda pessoal: processo de comunicação/relacionamento entre o vendedor e o consumidor. Exemplo: técnicas de vendas e treinamentos contribuem para esta estratégia. 4 , IMPRENSA COMO PÚBLICO A imprensa na maioria das vezes é tratada pelas organizações e suas assessorias apenas como um instrumento de divulgação de material institucional. Porém Andrade (2003) afirma que a impressa também é um público e deve receber u m tratamento de público. Isso significa que ações de comunicação devem ser dirigidas a ela, assim como deve ha ver um trabalho para garantir que esse público tenha uma boa imagem da organização. Além disso, é importante ressaltar que imprensa reflete a opinião pública e dessa maneira proporciona informações sobre o público, nesse sentindo ela ganha uma importância ainda maior às organizações. Isso evidencia a importância do profissional de relações públicas na construção e manutenção desse relacionamento, pois é ele o responsável por interagir diretamente com esse público e o por fazê-lo de forma estratégica e eficiente. 4.1 Características Depois de ser reconhecida com um público, é necessário levar em consideração suas particularidades para criar um bom plano estratégico de comunicação. Por esse motivo, Rocha e Goldschmidt (2008) apresentam as principais características da imprensa como público. A primeira é que a comunicação com ela deve ser do tipo mão dupla. Isso quer dizer que quando empresa libera informações, a imprensa retornará de alguma forma a organização, na maioria da s vezes o jornalista pede maiores informações. Se a empresa não considera isso natural, a divulgação de informações passa a ser unilateral. Isso impede que ocorra um feedback e a empresa estará apenas informando e não se comunicando. 18 Outra característica é o interesse mútuo. Isso quer dizer que as duas partes envolvidas no processo tem interesse que esse relacionamento ocorra. A imprensa se alimenta de novidades e informações de qualidade, por isso ao fazer uma matéria a respeito de uma organização não esta fazendo nenhum favor, pois ela também está interessada em divulgar determinado assunto. Da mesma forma as organizações, que ao prestarem esclarecimentos e informações a imprensa está fazendo algo que também é de seu interesse que existam notícias favoráveis a seu respeito. Por isso pode-se dizer que o interesse é recíproco. É característica da imprensa também o endosso editorial. Isso quer dizer que quando um jornalista publica um a notícia ele esta endossando a informação da empresa e atribuindo credibilidade a fonte. Por isso o importante não é o espaço dedicado a notícia, mas sim a credibilidade adquirida pela empresa. Uma das características da imprensa é a não garantia de que a pauta sugerida por ela ou a matéria já pronta será publicada. A publicação depende de diversos fatores além da vontade do jornalista. Fora isso , pode ocorrer da publicação não sair como o esperado pela organização, o que gera um a situação de desconforto. Esse tipo de situação reforça a importância de um bom relacionamento com a imprensa e da transformação da empresa em fonte de informação. Rocha e Goldschmidt (2008) ainda pontuam que a partir do momento em que uma informação é liberada ela não pertence mais a empresa, mas sim a imprensa que a tratará da forma que julgar melhor. Notícias a respeito de uma organização não são propagandas disfarçadas, isso é outra importante característica da imprensa. Ou seja, se deseja uma publicação com um enfoque publicitário deve comprar um espaço no veículo, mas se o que quer é divulgar informações institucionais relevante s para a sociedade é o caso de enviar uma sugestão de pauta ou um release. 19 4.2 ENCONTRO COM A MÍDIA Existem vários canais que a organização p ode se utilizar para chegar até a mídia. Corrado (1994) cita as entrevistas, ligaçõestelefônicas, comunicados a imprensa e cartas de sugestão. Cada uma delas possui suas particularidades e forma de agir, que serão apresentados a seguir. Ligações Telefonicas - O meio mais utilizado p ara se comunicar com a imprensa são as ligações telefônicas. Corrado (1994) apresenta quatro passos que o assessor deve seguir quando a organização recebe uma ligação da imprensa. O primeiro passo é descobrir o que o jornalista de seja saber, o autor frisa que a chamada não precisa ser respondida imediatamente, a organização tem direito de saber sobre o que se trata. O segundo passo é fazer a pessoa certa responder, ou seja, um profissional que esteja por dentro do assunto que o jornalista quer investigar ou até mesmo uma pessoa com maior poder de persuasão ou dicção. O próximo passo é se preparar para a ligação, ou seja, listar as possíveis perguntas que surgirão na entrevista e p reparar respostas. E por último encontrar pontos fundamentais, o que o autor quer dizer é que você tem a possibilidade de salientar alguns pontos favoráveis a organização na entrevista, já que você não esta lá apenas para responder perguntas, mas também para prestar esclarecimentos. Entrevistas - As entrevistas podem ser coletivas os individuais, a ação do entrevistado deve ser parecida, ma s como cada uma possui suas particularidades apresenta-se a seguir as características de cada uma. Quando um repórter pede uma entrevista individual, seja ela pessoalmente ou gravada o importante é estar preparado para responder to das as perguntas. Andrade (2003) ressalta que é proibido pedir as perguntas antes e por escrito, assim como não se deve pedir para a provar o texto depois d a entrevista, o que se pode fazer é solicitar o s principais pontos de pauta. Além disso, sugerir troca de favores é grosseiro, por isso o entrevistado não deve fazer relação entre a entrevista e os gastos publicitários da organização no veículo para qual o jornalista trabalha. É importante ressaltar que em uma entrevista o que se preza são respostas concisas, objetivas e sinceras, pois isso traz credibilidade à organização perante 20 aos seus públicos. Corrado (1994) lembra que a forma mais segura de se fornecer entrevistas de TV ou rádio é ao vivo, isso porque nesses casos há poucas possibilidades de manipulação ou má interpretação. Outro modelo de entrevista é a coletiva de imprensa. Programa-se uma entrevista coletiva quando existe uma notícia realmente importante para os veículos de comunicação em geral. Nesse tipo de encontro toda a mídia comparece e a organização da uma declaração curta e esclarecedora. É interessante que se coloque a disposição da mídia um release, um folheto e visuais, se apropriados. Por tradição esse tipo de reunião tem duração de cerca de meia hora. Andrade (2003) pontua que quando o profissional de Relações Públicas se propõe a convocar uma entrevista coletiva deve fazer seis perguntas a si mesmo: É realmente necessária? O fato é de suma importância? Há interesse jornalístico? Não poderia fazer um comunicado? Não estou procurando agradar meu patrão? Estou abusando da boa vontade da imprensa? Se a resposta para as três primeiras perguntas for sim, e para as três últimas for não, é o caso de convocar a imprensa. Relatos Informais - São encontros informais, via telefone ou pessoalmente, que objetivam esclarecer determinados pontos e devem ser considerados para registro. Corrado (1994) afirma que os relatos informais são um bom método estratégico para melhorar as relações que a mídia e aumentar as possibilidades da empresa ser lembrada pela mídia em futuros acontecimentos ou em situações que precisa divulgar informações. Comunicados à imprensa - “Os comunicados a imprensa são participações escritas pela organização e distribuídas à mídia” (CORRADO, 1994, p.169). Deve-se enviar pelo correio apenas comunicados de rotina, os acontecimentos importantes o indicado é usar o telefone ou e -mail, já que as cartas são muitas vezes esquecida s ou deixadas de lado Cartas de sugestão - A carta de sugestão é aquela que sugere uma pauta a mídia, sugerindo a organização ou uma de suas ações. É um método muito u sado, deve ser um texto curto, conciso e objetivo, e deve ser enérgica chamando a atenção dos jornalistas. O modelo p elo correio foi muito utilizado, porém hoje 21 o e-mail é o veículo mais adequado para sugerir pautas aos veículos de comunicação. 5 . ORGANIZAÇÃO X IMPRENSA Há um sentimento de suspeita entre a imprensa e as organizações em geral. Isso acontece porque a organização tem uma imagem de que a imprensa só deseja o sensacionalismo, enquanto essa acredita que as organizações nunca divulgam informações de forma clara dando somente notas que não possuem valor jornalístico. Para comprovar esse sentimento presente no relacionamento entre a mídia e a organização Corrado (1994) apresenta sete teorias sobre a hostilidade entre essas duas instituições. A primeira é a organização achar que pode dominar o relacionamento exigindo que a imprensa aja de acordo com as suas vontades, exigindo que se publique apenas matérias favoráveis a si. A segunda teoria é os repórteres serem vistos como mão-de-obra, já que muitas vezes são funcionários de uma organização, isso faz com que os empresários os tratem com desdém já que se imaginam superiores a eles. O negócio das empresas é a terceira teoria, pois as organizações acreditam que seu compromisso principal é com os acionistas e não co m os públicos como a imprensa defende. Outra teoria é o excesso de discrição por parte das organizações. O que se alega é que essas se preocupam demasiadamente em esconder informações desfavoráveis a si nas quais a mídia procura se concentrar. Para a imprensa é muito importante que se tenha acesso rápido ao alto escalão das organizações, porém essas não tem a visão de que esse contato pode favorecê-la dificultando-o, o que compõe a quinta teoria. A contra ponto, a mídia muitas vezes distorce o que ocorre nas organizações em busca de audiência apela sempre para as más notícias, contribuindo para o sentimento hostil d as organizações para com a imprensa. A última teoria é as prioridades, pois para as em presa o fator primordial em um noticiário é o seu efeito bom ou ruim, grande ou pequeno, já p ara a mídia é a importância social da notícia e o interesse que o público tem por ela. Isso tudo prova a existência do sentimento hostil e também o explica. O que deve se tirar de lição é que p ara um bom fluxo de informações as 22 organizações dependem da imprensa, por isso ela deve receber um bom tratamento e informações verídicas, criando um vínculo entre as duas instituições. Como já foi dito anteriormente garantir essas premissas é função do relações públicas e ele deve agir como mediador. 5.1 O relações públicas como mediador Figura 6 Para que o vínculo entre imprensa e organização se efetive é necessário que o profissional de relações públicas,através de estratégias de comunicação, desenvolva uma política de relações com a mídia funcionando como mediador desse relacionamento. Corrado (1994) defende que essas políticas devem estar presentes em normas escritas, ou seja, independente da forma escolhida para relacionar-se com a mídia o importante é que seja muito bem definida. As normas devem conter premissas de acordo com os interesses da mídia. É importante que o profissional de relações públicas por meio das assessorias de impressas tenham respostas competentes e rápidas quando os meios de comunicação solicitam. Além disso, devem sempre disponibilizar contato com a alta administração o u ao menos funcionar como porta -voz quando a mídia solicitar um contato mais próximo. O principal fator dessa política deve ser conquistar a confiança dos jornalistas, para isso é fundamental que se de atenção aos seus anseios que 23 muitas vezes são apenas informações verídicas. O departamento de comunicação deve ser o responsável pela mediação desse relacionamento e pela garantia de um tratamento digno a imprensa, pois esse setor é o principal favorecido com a boa imagem da empresa perante as mídias. 5.1.1 Construindo e fortalecendo as relações O primeiro passo para se construir um relacionamento com a imprensa é a conquista por parte da organização da confiança dos jornalistas. Para isso é fator essencial que a assessoria de imprensa sempre divulgue informações verídicas a respeitos dos fatos. Porém o preparo da pessoa que se relacionará com a imprensa é igualmente importante a informação a ser divulgada, por isso ela deve ter em mãos as informações que serão pauta da entrevista e a s fornecerem de maneira clara e honesta. Outro fator importante é o trato imparcial. Isso significa que é preciso evitar o favoritismo de um meio a outro, ou mesmo que a amizade entre um assessor e um jornalista permita que o furo seja dado a esse. É importante ressaltar esse ponto, pois essa parcialidade trará apatia dos desfavorecidos que se vingarão na primeira oportunidade divulgando informações desfavoráveis a respeito da organização o que deteriora a relação organização imprensa. Já em casos extraordinários, como os de crise, cabe a organização prestar esclarecimentos e disponibilizar todas as informações a imprensa . Isso evita que um desconforto seja causado pela divulgação de informações erradas ou pelo descaso da empresa para com o s jornalistas. Nesses casos afirma Andrade (2003) a “política de portas abertas” representa a melhor solução. E por último deve se evitar a supressão de notícias, ou seja, é proibido nesse relacionamento pedir ao veículo de comunicação que não publique uma notícia porque é desfavorável a organização . Nesse caso o jornalista se sentira ofendido e traindo a instituição em que trabalha. O mais adequado é a organização evitar situações que possam gerar esse tipo de notícia, ma s do contrário o que se pode fazer é emitir uma nota de esclarecimento, pedir 24 um prazo para a publicação ou tentar mostrar ao jornalista as consequências negativas que a mesma ocasionaria. 5.2 Práticas para relações com a imprensa Pode -se concluir algumas premissas para manter relacionamentos com a imprensa, estas serão apresentadas a seguir. A primeira é criar relações amistosas com os jornalistas, é importante sempre praticar a política de portas abertas, convocar a imprensa em casos importantes, passar a imprensa em geral notícias de utilidade pública e caráter importante. Além disso, os comunicados direcionados a imprensa devem ser concisos, desprovidos da pretensão de serem publicados na íntegra e identificados. A organização deve estar sempre a disposição da imprensa para responder qualquer questão. 5.2.1 Práticas para boas relações com a imprensa Apenas manter um relacionamento com a imprensa não basta às organizações. É essencial que essas sejam boas, por isso Andrade (2003) apresenta as recomendações de Joseph Rosapepe que incluem não pedir recortes e fotos aos jornais e revistas, não questionar se a nota enviada será publicada e sempre escreve las de maneira adequada e eficiente mesmo sabendo que serão reescritas p elo jornalista. Não se deve enviar comunicados de última hora. Além disso, ele d estaca que não se deve misturar publicidade com jornalismo, ou seja, a organização não deve esperar favores especiais somente porque anuncia no jornal. 25 5. 3 Estratégias de relacionamento com a mídia Desde o início das relações públicas, a assessoria de imprensa é um dos instrumentos ma is utilizados para divulgação de material e fatos institucionais. Porém, para Farias (2008) a percepção de que a assessoria de imprensa construiu para si remete a ações operacionais, por isso seu valor diminuiu perante as relações públicas. Para isso o autor sugere a utilização do termo estratégias de relacionamento, pois remete a ações duradouras, de maior eficiência. Antes de se iniciar uma relação com a mídia é importante ter claro os fluxos comunicacionais internos. A construção e manutenção desse relacionamento são importantes e m muitos aspectos, inclusive na conquista de novos clientes e contatos para a empresa. Já para se obter credibilidade o processo é mais complexo, pois é necessário a existência de uma ação contínua, estruturada e planejada como cita Farias (20 08) e ainda acrescenta que o fluxo de informações precisa ser de mão dupla uma vez que não se deve levar em consideração somente o fornecimento d e informações a imprensa, mas também o feedback gerado por ela que muitas vezes é a formação da opinião pública. Estratégias de relacionamento com a mídia devem ser entendidas como “um conjunto de percepções, ações e negociações que permitam afinar a sintonia entre os temas noticiáveis” Farias (2008). O papel do relações públicas é mediar esse relacionamento de maneiras distintas, mas sempre fornecendo informações d e acordo com a vontade da mídia e colaborando com os jornalistas e planejando de forma estratégica a comunicação integrada para a formação de uma opinião pública favorável. 5.3.1 opinião pública Opinião pública favorável: esse é um dos mais importantes objetivos que uma organização estabelece para a sua estratégia de relações públicas e, sem dúvida, o que se deseja por intermédio de ações de relacionamento com a imprensa. A opinião positiva dos públicos tem impacto essencial tanto em 26 questões institucionais quanto em questões promocionais. (FRANÇA, 2004 apud FARIAS, 2008, p.95). Para que exista de fato a opinião pública favorável á instituição, é necessário o reconhecimento da imprensa como público influenciável e investimento nesta parte fundamental na construção da opinião pública, mais especificamente as precauções com a mídia. Com essa finalidade são utilizados programas estratégicos, como veremos a seguir. 5.3.2 instrumentos, habilidades e atitudes Um dos mais tradicionais instrumentos de divulgação é o press release, trata- sede uma nota de caráter informativo e imparcial sobre um fato, contendo informações objetivas e sintetizadas com as premissas do que, quem, quando, onde, como e por quê . Elaborados pelas assessorias de comunicação, relações públicas, e imprensa, são utilizados para divulgar algo ou alguém e deve ser editado e investigado pelo veículo da impressa á noticiar sobre tal. Seguindo nesta linha, temos também o press kit que pode conter um ou mais press releases além de fotografias, portfólios, cópias de discursos, resumos de palestras, mapas d e eventos, entre outros recursos á fim de ampliar as possibilidades de enfoque ou caminho que as matérias poderão seguir. As entrevistas também são tipos de instrumentos, subdividindo-se em coletivas e individuais, nesta primeira categoria existe certa dificuldade de gerenciar a situação, uma vez que há muitos indivíduos envolvidos. Já nas individuais a garantia de êxito é maior, pois o contato é mais direto e personalizado. Encontros formais e informais trazem bons resultados através da aproximação de forma mais descontraída entre as partes, um café da manhã entre um executivo da alta administração e um jornalista, é um exemplo, porém, devido á falta de espaço na agenda dos profissionais não são tão utilizados quando poderiam. Open House (ou na linguagem da imprensa: press tour ou press trip) é uma ação que costuma d ar ótimos resultados, pois a organização abre literalmente as portas d a casa para a imprensa. A assessoria de imprensa organiza visitas há locais ou eventos que deseja divulgar, ou que ha já alguma notícia em potencial. 27 A garantia de sucesso no caso fica com o contato direto, a imagem da situação real em si credita e amplia as alternativas de abordagens posteriores. Justamente pela noção da importância das imagens, a televisão é o veículo de emissão mais “cobiçado”. Quando não houver interesse das emissoras em fazer a divulgação da empresa, esta pode optar pela contratação d e produtoras para a elaboração de um release eletrônico ou um vídeo release, que são materiais produzidos em formatos convencionais da televisão, sem nenhum tipo de publicidade ou personalização e com linguagem informativa e jornalística. Por ma is que esta prática possa ter alto custo, o investimento é compensado com o retorno positivo dos públicos. 28 6 . ASSESSORIA DE IMPRENSA Figura 7 Entende-se por assessoria de imprensa o canal de comunicação entre a empresa e a imprensa, em uma relação dinâmica em que a empresa fornece informações e recebe solicitações dos jornalistas, dirigidos ás redações de jornais, revistas, departamento de jornalismo, de emissoras de rádio e de TV, e agências noticiosas. (ROCHA; GOLDSCHMIDT, 2010, p.153). Para que as atividades sejam cumpridas e os instrumentos utilizados com eficácia e eficiência foi preciso pensar em um departamento que se dedicasse especificamente ao setor de relacionamento com a imprensa. A assessoria é responsável por cuidar de toda a parte que envolva imprensa para a pessoa ou organização na qual foi inserida. O objetivo dessa atividade - considerada um meio e não um fim visa o público formador de 29 opinião (imprensa, jornalistas) e consequentemente facilitar o trabalho destes profissionais para criar e manter boas relações com os mesmos. Deve ficar claro, então, que a assessoria não deve fazer nenhum tipo de publicidade da instituição e sim informar, agrupar registros e informações necessárias para uso da imprensa. Criar uma imagem da empresa junto á autoridades, políticos, empresários e jornalistas cabe ao profissional de relações públicas. Fazer promoções ou qualquer outro evento é função do departamento de promoções segundo Rocha (1994) apud Andrade (2003). As ondas democratizantes forjaram fatias de público que não compram um produto ou aceitam uma ideia pelo mero impulso e, sim, pelo conceito público da empresa e da qualidade do produto ou ideia. A empresa com um bom nome, um bom conceito, bons produtos, deve ser transparente, “high profile”, ou seja, trabalhar com a verdade. Isso por si só já é meio caminho andado para o jornalista ver com bons olhos a informação que aterrissar em sua mesa (DE SALVO, ano do salvo apud ANDRADE, 2003, p. 1991). 30 6.1 Porta-voz e media training Figura 8 Media training ou treinamento para a mídia são programas de formação de porta- vozes. Sabemos que não é papel do assessor fazer o contato prático com a imprensa, mas sim instruir e treinar os executivos, diretores ou a figura responsável pela instituição á executar esse contato. É preciso a dapta-los á formas claras e objetivas de traduzir a linguagem usada por esses agentes – técnica n a maioria das vezes – e prepará-los para contatos em potencial, já que muitos destes contatos poderão acontecer sem planejamento prévio. No preparo os mediadores são orientados pelos assessores á falar bem em público, posicionar-se perante ás câmeras, conversar com os jornalistas da TV, rádio ou mídia impressa . Porém, televisão, rádio, jornais, revistas, sites, exigem posicionamentos específicos que devem ser minuciosamente trabalhados. Outro ponto que requer atenção é a noção do que deve e o que não deve ser dito, se algo não deve ser divulgado, consequentemente não deve ser dito, é preciso criar parâmetros para este quesito. 31 6.1.1 Avaliação e resultados Depois da formação e treinamento dos porta-vozes temos a etapa da avaliação dos resultados. Como toda ação de relações públicas, o relacionamento com a imprensa também requer balanceamento e avaliação dos processos executados. Mesmo depois de muita dedicação por parte de comunicólogos em encontrar meios de com provar a eficácia d e seus programas, os métodos de avaliação ainda não ganharam espaço de com provação científica suficiente para serem considerados eficientes e indispensáveis dentro das instituições. Todavia, há boas formas de exibir os resultados gerados pelos programas de comunicação implantados. Alguns exemplos: a avaliação da comunicação interna, avaliações qualitativas (humanização, boa imagem, reputação e relacionamentos) e não apenas as quantitativas (produção e lucro), a coleta de clipping garante uma avaliação qualitativa ao mesmo tempo em que é quantitativa, fazendo uso de registros com dados comprovados e materializados. A mídia, de forma geral, e a imprensa, de forma específica, têm forte influência sobre o modo como os assuntos ficarão em suspense no oxigênio social, sem, contudo, terem a capacidade ao menos de forma exclusiva – de determinar a percepção sobre o todo dos temas. Ao mesmo tempo em que participam da formação, também têm predisposição – favorável ou contrária – em relação a temas, pessoas, setores, organizações etc. O reconhecimento disso é essencial no trato diário dos profissionais que lidam com a imprensa, com a mídia e com os demais públicos que se relacionamcom as organizações sejam estas do primeiro, segundo ou terceiro setor. (FARIAS, 2004, p.94) 32 Referencias AMARAL, Sueli Angélica do. Os 4 Ps do composto de marketing na literatura de ciência da informação. Disponível em: . Acesso em: 20 fev. 2007. ANDRADE, Cândido T eobaldo de Souza . Curso de relações públicas: relações com os diferentes públicos. 6. Ed. São Paulo: Thomson, 2003. ANDRADE, Candido Teobaldo de Souza. Dicionário profissional de relações públicas e comunicação e glossário de termos anglo-americanos. 2. ed. São Paulo: Summus, 1996. BABIN, P.; KOULOUMDJIAN, M. Os novos modelos de compreender: a geração do audiovisual e do computador. São Paulo: Paulinas, 1989. CORRADO, Frank M. A força da comunicação: quem não se comunica... São FARIAS, Lu iz Albe rto de. Estratégias de relacionamento com a mídia. In : KUNSCH, Margarida. Gestão estratégica em comunicação organizacional e relações públicas. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2008. GERALDI, J. W. Da redação à produção de textos. In: GERALDI, J. W.; CITELLI, B. Aprender e ensinar com textos de alunos. São Paulo: Cortez, 1997. v. 1. GOLD, Miriam. Redação empresarial. São Paulo: Pearson, 2010. GOMES, Pedro Gilberto. Tópicos de teoria da comunicação. São Leopoldo: UNISINOS, 1997. HEILBORN, G. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003. LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999. LUZ, Cynthia M. Como sobreviver na crise, sem crise (entrevista com John Birch). Revista Propaganda, São Paulo, n. 486, p. 9-12, ago. 1993. Disponível em: . Acesso em: 25 maio 2009. HOHLFELDT, Antônio; MARTINO, Luiz; FRANÇA, Vera (Orgs.). Teorias da Comunicação: conceitos, escolas e tendências. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2001. JAKOBSON, R. Linguística e comunicação.19. ed. São Paulo: Cultrix, 2003. KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. 4. ed. São Paulo: Summus, 2003. 179 ______. Relações públicas e modernidade: novos paradigmas na comunicação organizacional. São Paulo: Summus, 1997. LACOMBE, F. J. M.; 33 MAFEI, Maristela; CECATO, Valdete. Comunicação corpora tiva: gestão, imagem e posicionamento. São Paulo: Contexto, 2011. Paulo: Tradução: Barbara Theoto Lambert. Makron Books, 1994. ROCHA, Thelma, Goldschimdt, Andrea. Gestão dos stakeholders: como gerenciar o relacionamento e a comunicação entre a em presa e seus públicos de interesse. São Paulo: Saraiva, 2010. TERCIOTTI, Sandra Helena; MACARENCO, Isabel. Comunicação empresarial na prática. São Paulo: Saraiva, 2009. TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Português: de olho no mundo do trabalho. São Paulo: Scipione, 2004. VIEIRA, Maria Christina de Andrade. Comunicação empresarial: etiqueta e ética nos negócios. São Paulo: SENAC, 2009.
Compartilhar