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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
Aula 1: O nosso sistema de saúde: O que é, e como funciona? 
 O Brasil foi um dos países que, nas lutas pela democracia, incluiu a democratização da saúde na agenda política por 
meio do movimento da Reforma Sanitária Brasileira (RSB) e da construção do Sistema Único de Saúde (SUS), 
estabelecido pela Constituição de 1988. Desse modo, foi o único país capitalista da América Latina que estabeleceu 
um sistema de saúde universal naquele contexto. 
 Enquanto países que saíam de ditaduras ou de governos autoritários – como Brasil, Espanha e Portugal – buscaram 
reformas de caráter universalista e público, outros apostaram em reformas que, apesar de manterem a natureza 
pública dos sistemas de saúde, expressavam as influências das lógicas do mercado – como a Inglaterra, a Alemanha, 
a Suécia, entre outros. 
 Desse modo, nos últimos anos, tem-se verificado um debate internacional sobre diferentes concepções de 
universalidade em saúde, enquanto o futuro dos sistemas universais de saúde tem sido motivo de preocupação dos 
que defendem o direito à saúde como inerente à cidadania e não vinculado ao poder de compra ou inserção dos 
indivíduos no mercado de trabalho. 
 O SUS sofreu sérios obstáculos no seu desenvolvimento histórico diante do subfinanciamento crônico e da falta de 
prioridade pelos governos após a promulgação da Constituição de 1988. 
 Reconhecidos os avanços do SUS em diversas oportunidades, cabe concentrar a atenção, presentemente, nos 
principais obstáculos e ameaças tais como: 
a) limitadas bases sociais e políticas; 
b) interesses econômicos e financeiros ligados às empresas de saúde; 
c) proposta político-ideológica da Cobertura Universal em Saúde; 
d) desfinanciamento; 
e) insuficiência da infraestrutura pública; 
f) reprodução do modelo médico hegemônico. 
 O Brasil ilustra de modo contundente as tensões na construção e na defesa de um sistema de saúde universal, 
sobretudo considerando as suas desigualdades sociais e de saúde, a situação de país capitalista periférico, a crise 
econômica e política, as fragilidades institucionais, o crescimento de ideologias conservadoras e neoliberais, bem 
como as ameaças à democracia. 
 O SUS, reduzido a um mecanismo de atenção aos pobres, tem sido preservado; e não há nenhuma proposta para 
extingui-lo, mas a saúde é um tema periférico no governo atual. 
 Desde a promulgação da Constituição federal de 1988, o Brasil mudou muito no âmbito da saúde. Não obstante os 
avanços importantes, persistem problemas antigos; e novos têm surgido, de modo que o objetivo maior de assegurar 
o direito universal à saúde, via consolidação do SUS, não foi alcançado. 
 Apesar do reconhecimento formal do direito à saúde e do acesso universal e gratuito para todos os cidadãos, verifica-
se a expansão dos seguros saúde privados e o aumento de despesas diretas dos indivíduos e famílias com saúde, 
tornando mais desiguais os sistemas nacionais de saúde nesses países. Por isso a pertinência de investigar as 
desigualdades em saúde produzidas pelas reformas setoriais e pelas políticas de austeridade em curso. 
 O maior desafio nos tempos atuais continua sendo político: atravessar a tormenta, resistindo aos “ataques e riscos 
de desmantelamento do SUS pelas políticas de ajuste fiscal”. As lutas em defesa da democracia e das conquistas 
civilizatórias que integram o projeto da RSB apontam para a pertinência de construir uma identidade em torno do 
direito à saúde e de constituir novos sujeitos sociais para a ação política contra-hegemônica. 
 
Aula 2: Epidemiologia - ciência construtiva e base para os sistemas de saúde, no Brasil 
 Epidemiologia: 
 Ciência básica da Saúde Coletiva. 
 Estuda os fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas. 
 Debruça-se sobre os problemas de saúde em grupos de pessoas (numerosos ou não). 
 Determinar a extensão da doença na população. 
 Estudar a história natural da doença na população. 
 Avaliar medidas preventivas, terapêuticas e novos modelos de serviço de saúde. 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 Fornecer subsídios, planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das 
doenças, bem como para estabelecer prioridades. 
 Identificar perfis e fatores de risco, estabelecer medidas preventivas e identificar grupos de indivíduos que têm 
maior risco de serem atingidos por determinados agravos. 
 Identificar e explicar os padrões de distribuição geográfica das doenças. 
 Avaliar o quanto os serviços de saúde respondem aos problemas e às necessidades das populações e auxiliar o 
planejamento e desenvolvimento dos serviços de saúde. 
 
 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção 
de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade 
de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. 
 A epidemiologia social se distingue pela insistência em investigar explicitamente os determinantes sociais do processo 
saúde-doença. 
 Indivíduos pobres vivendo em ambientes degradados apresentam pior estado de saúde do que indivíduos pobres 
vivendo em ambientes melhores. 
 Além das variáveis individuais devem ser consideradas as variáveis grupais ou ecológicas, expressas em construtos 
tais como desigualdade de renda, capital social ou características de vizinhança. 
 A relação entre privação material e nível de saúde é demonstrada e facilmente aceita, mas o mesmo não ocorre com 
a desigualdade relativa. A partir da indagação sobre os possíveis mecanismos mediadores entre as desigualdades de 
renda e o estado de saúde das populações residentes nos países desenvolvidos, vários autores identificaram na falta 
de investimentos em capital humano e nos efeitos danosos do stress, componentes importantes da cadeia de 
causalidade. 
 A percepção do lugar na hierarquia social, em sociedades com desigualdades marcantes, induz a níveis declinantes 
de confiança e coesão social que são traduzidos em processos psico-neuro-endócrinos e em comportamentos anti-
sociais e nocivos para a saúde. 
 A trajetória pessoal moldada pelo contexto social e pelas condições materiais de vida acaba por determinar o estado 
de saúde. 
 
Aula 3: Indicadores demográficos: elementos orgânicos na estrutura do sistema de saúde 
 Indicador é uma variável ou parâmetro que pode medir alterações de um fenômeno de forma válida, sensível e 
específica. 
 Indicadores de saúde são medidas que contêm informações relevantes sobre como anda o sistema de saúde. 
 Os indicadores proporcionam formas mensuráveis para descrever tanto a realidade de saúde como as modificações 
ocorridas em função da presença de um serviço ou programa de saúde. 
 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 O controle dos indicadores é feito pela RIPSA (Rede Interagencial de Informações para a Saúde), que tem os seguintes 
objetivos: estabelecer dados e indicadores consistentes, atualizados, abrangentes e de amplo acesso; articular as 
instituições; aperfeiçoar a produção de dados e informações; compreensão do quadro sanitário brasileiro. 
TIPOS DE INDICADORES DE SAÚDE 
I) VALORES ABSOLUTOS 
 Servem para traduzir uma realidade pontual e não permitem comparações. 
 Ex: número de casos de sarampo, número de vacinas necessárias em uma campanha. 
 
II) VALORES RELATIVOS 
 Sugere relação entre dois eventos. 
 Permite comparação e avaliação de prioridades. 
 Podem ser de dois tipos: 
 
 Coeficientes: Medem o RISCO de uma pessoa morrer ou adoecer em um determinado local e ano. 
 
 
 
 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 
 
 
 Índices: 
 
Coeficiente de mortalidade materna é o 
total de morte de mulheres durante o 
pré-natal, parto e/ou puerpério (42 dias) 
dividido pelos nascidos vivos. 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
O autor escolheucinco grupos etários para mortalidade proporcional por idade, e a partir daí criou uma curva 
para indicar o nível de saúde, permitindo a comparação em diversas localidades, além de ser um bom indicador da 
qualidade de saúde da população. 
 
 
INDICADORES RELACIONADOS À DEMOGRAFIA 
 TAXA DE FECUNDIDADE: 
 Mede o número médio de filhos nascidos por uma mulher ao final do seu período reprodutivo. 
 Taxas inferiores a 2,1 são insuficientes para a reposição populacional. 
 TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL: somatórios das taxas especificas de fecundidade para as mulheres residentes de 
15 a 49 anos de idade. É o principal determinante da dinâmica demográfica. 
 
 TAXA DE FECUNDIDADE ESPECÍFICA: Nº de filhos nascidos vivos de mães residentes, de uma determinada faixa etária 
 População total feminina residente desta mesma faixa etária. 
 
 TAXA BRUTA DE NATALIDADE: Nº total de nascidos vivos 
 População total 
 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 PROPORÇÃO DE IDOSOS NA POPULAÇÃO: Nº de pessoas de 60 anos e mais de idade 
 População total 
 
 ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO: Nº de pessoas de 60 anos e mais de idade 
 População com menos de 15 anos 
 
 RAZÃO DE DEPENDÊNCIA: População de 0-14 anos e 60 anos e mais de idade 
 População de 15-59 anos de idade 
 
 Anos Potenciais de Vida Perdidos: é um indicador que mostra o efeito das mortes ocorridas precocemente em relação 
à duração de vida esperada para uma determinada população, ou seja, quanto mais precoces forem as mortes, 
maiores os anos potenciais de vida perdidos. 
 
 
Aula 4: Relação dos indicadores de saúde e a epidemiologia descritiva 
 O objetivo central da epidemiologia descritiva é: delinear o perfil epidemiológico das populações e possibilitar 
intervenções de saúde coletiva contextualizadas por meio do estudo da frequência e da distribuição desses eventos 
em função de variáveis circunstanciais ligadas ao tempo (data do início dos sintomas, data da cura ou do óbito, meses 
de maior ocorrência de um agravo), ao lugar (endereço, características socioambientais do local de moradia) e à 
pessoa (sexo, idade, renda, estado civil, escolaridade, estilo de vida). 
 Tentar responder cinco questões fundamentais (os cinco W – Who, What, Why, When e Where): quem adoeceu, quais 
as causas possíveis, por que as pessoas adoeceram, quando ficaram enfermas e onde. 
 A eleição das variáveis circunstanciais (mês/ ano/semana/dia, local de ocorrência, sexo, ocupação, renda) depende, 
entre outros fatores, do conhecimento prévio das particularidades intrínsecas do evento estudado, de questões 
postas pelo investigador e de dados disponíveis. 
 O método epidemiológico e, em particular, a epidemiologia descritiva tiveram seus fundamentos praticamente 
definidos com a investigação, por John Snow, das epidemias de cólera ocorridas em Londres em 1849 e 1854. Ao 
mapear os óbitos causados pela cólera, o médico britânico encontrou uma associação entre a doença, refletida num 
aglomerado espacial de casos, e o consumo de água oriunda de uma bomba de abastecimento situada na Broad 
Street. 
 A partir das décadas de 1940 e 1950, o aumento da expectativa de vida, com a queda dramática na letalidade por 
doenças infecciosas e a diminuição da taxa de natalidade, inverteu o perfil epidemiológico das nações industrializadas. 
As doenças e agravos não transmissíveis (DANT) passaram a prevalecer nas estatísticas de morbimortalidade, num 
fenômeno que ficou conhecido como transição epidemiológica. 
 No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil, os estudos epidemiológicos descritivos ganham especial 
relevância. Por exemplo, a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990), ao tratar da alocação de 
recursos do SUS, propõe, juntamente com outros critérios, a análise do “perfil epidemiológico” da população a ser 
atendida. A abordagem descritiva, sem dúvida, fornece os recursos fundamentais para essa tarefa. Em tese, a referida 
lei sugere que o conhecimento dos indicadores locais e dos potenciais determinantes do processo saúde-doença nos 
diferentes contextos deve orientar o planejamento e a avaliação das ações de saúde, assegurando o uso racional dos 
recursos e, sobretudo, favorecendo o alcance de melhores condições de vida. 
 
VARIÁVEIS RELACIONADAS COM O TEMPO 
 As variáveis ligadas à distribuição dos casos de uma doença em função do tempo formam, com as demais pessoas e 
o lugar, o tripé da epidemiologia descritiva. 
 Intervalo de tempo (quantidade de tempo transcorrido entre dois eventos sucessivos). 
Contribui para o planejamento, gestão 
e avaliação de políticas públicas 
relacionadas à saúde, previdência e 
assistência social de idosos. 
Mede o segmento da população 
economicamente ativa dependente 
em relação à economicamente ativa. 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 Intervalo cronológico (basicamente, é uma referência a uma sequência de alguns anos, especificados, do calendário 
oficial). 
 Em epidemiologia, as distribuições cronológicas são elaboradas para atender os seguintes objetivos: 
 Exibir a ação da doença ou agravo à saúde coletiva, desde a atualidade, regredindo a um tempo que pode ser 
curto ou não. Isso significa, entre outras possibilidades, registrar a história do evento, tendo como instrumento a 
variação da frequência dos casos num dado intervalo (intervalo cronológico). 
 Mostrar o tipo de variação que caracteriza o processo estudado, se cíclico ou atípico, se sazonal ou não. 
 Revelar a tendência secular do processo sob investigação. 
 Manifestar o caráter endêmico ou epidêmico de determinada doença ou agravo. 
 Detectar e interpretar a evolução da incidência de um evento e com isso propor hipóteses a serem investigadas 
a partir de estudos analíticos. 
 
 Variação atípica: Alterações inusitadas na incidência das doenças, diferente do esperado. Um exemplo clássico de 
variação atípica de uma doença é a ocorrência de um surto ou um processo epidêmico. 
 Variação cíclica: Consiste nas variações que apresentam ciclos periódicos e regulares, e essa periodicidade independe 
de a tendência ser ascendente ou decrescente. Exemplos mais conhecidos e bastante estudados são representados 
por doenças como sarampo, rubéola e difteria. 
 Assim, flutuações temporais que ocorrem em período maior que 1 ano são denominadas variações cíclicas, enquanto 
aquelas cujos ciclos ocorrem dentro de um mesmo ano e coincidem com as estações do ano são denominadas 
variações sazonais. 
 Tendência histórica ou secular: Caracteriza-se pelas variações na incidência/prevalência ou mortalidade/letalidade 
de doenças observadas por longo período de tempo, décadas ou, até mesmo, séculos. Exemplo: Mudanças na 
sobrevida dos pacientes acometidos por determinada doença em consequência da melhoria do tratamento ou, até 
mesmo, do tratamento habitual aplicado mais precocemente por melhoria do diagnóstico (HIV/AIDS). 
 
VARIÁVEIS RELACIONADAS COM O ESPAÇO 
 A eleição de variáveis espaciais depende do conceito de espaço utilizado. Podem ser estritamente vinculadas ao 
ambiente físico ou, ao contrário, podem refletir também a realidade social dos lugares. 
 Variáveis geopolíticas: Existem muitas variáveis geopolíticas possíveis: “países da América Latina”, “países 
emergentes”, “países filiados à Organização das Nações Unidas”. Quando o espaço é recortado segundo uma dessas 
variáveis, tomada como variável independente, diz-se que o estudo do evento saúde-doença é feito 
comparativamente em nível internacional. 
 Variáveis político-administrativas: Os territórios nacionais podem estar organizadossegundo critérios político-
administrativos arbitrários, que separam artificialmente áreas homogêneas ou unem áreas inteiramente díspares sob 
os pontos de vista físico, ecológico, social ou de estrutura produtiva. Enquanto, por exemplo, a proporção de 
brasileiros que viviam em extrema pobreza em 2009 era de aproximadamente 5%, entre os nordestinos alcançava 
mais do que o dobro (11%). 
 Variáveis geográficas: Considera-se espaço geográfico uma determinada porção localizada da superfície terrestre, 
constituída pelas rugosidades, águas correntes e estanques, solo, clima, fauna e flora, ocupada ou não, modificada ou 
não e organizada por um tecido populacional socialmente estruturado, acrescida dos resultados objetivos de 
intervenção do ser humano no decurso da história. 
 
VARIÁVEIS RELACIONADAS COM A PESSOA 
 As variáveis relacionadas com a pessoa independem do tempo e do espaço e, portanto, não devem ser confundidas 
com as variáveis populacionais. Estas, as variáveis populacionais, se ligam, de um modo ou de outro como variáveis 
geográficas que são, ao espaço ocupado. 
 1. Características gerais: Idade; Sexo. 
 2. Características familiares: Estado civil; Idade dos pais; Dimensão da família; Posição na ordem de nascimento; 
Privação de pais (de um ou de ambos); Morbidade familiar por causas específicas. 
 3. Características étnicas: Raça; Cultura; Religião; Lugar de nascimento; Grupo étnico. 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 4. Nível socioeconômico: Ocupação; Renda pessoal, renda familiar ou renda familiar per capita; Nível de instrução; 
Tipo e zona de residência; Sinais exteriores de riqueza. 
 5. Ocorrências durante a vida intrauterina e ao nascer: Idade materna ao nascer; Número de fetos gestados (único 
ou gêmeos); Características e ocorrências durante o parto; Condições físicas da mãe e ocorrências vividas por esta 
durante a gestação. 
 6. Características endógenas: Constituição física; Resistência individual; Estado fisiológico; Estado de nutrição; 
Doenças intercorrentes; Tipo de comportamento. 
 7. Ocorrências acidentais: Ocorrências estressantes; Doenças sofridas: medicamentos eventualmente consumidos; 
Acidentes sofridos. 
 8. Hábitos e atividades: Atividades ocupacionais; Medicamentos usados com certa constância; Uso/abuso de 
inseticidas domésticos e agrícolas; Uso excessivo de drogas permitidas (fumo, álcool, medicamentos); Uso de 
substâncias ilícitas; Comportamento alimentar; Atividade física; Lazer. 
 
 
Aula 5: Transições em saúde: nutricional, epidemiológica e demográfica 
 A transição nutricional refere-se a modificações no perfil nutricional da população, caracterizada pela redução da 
prevalência de desnutrição e aumento da prevalência da obesidade. 
 
 Em meio a essa mudança no perfil nutricional, destaca-se como causa e consequência a transição epidemiológica, 
marcada por um modelo polarizado de transição que se caracteriza pela coexistência de doenças infecciosas e não 
transmissíveis. 
 
 A teoria da transição demográfica postula que os países tendem a percorrer, progressivamente, quatro estágios na 
sua dinâmica populacional. O primeiro estágio é caracterizado por um equilíbrio populacional decorrente das altas de 
natalidade e mortalidade, principalmente infantil. No segundo estágio, ocorre a explosão demográfica derivada da 
redução da taxa de mortalidade infantil e a conservação da alta taxa de fecundidade. No terceiro estágio, a redução 
acelerada das taxas de fecundidade e baixas taxas de mortalidade levam ao fenômeno do envelhecimento da 
população, processo no qual o Brasil se encontra. O quarto e último estágio da transição demográfica, conhecido 
como fase moderna da transição, caracteriza-se por baixas taxas de fecundidade e mortalidade, que proporcionam 
um equilíbrio populacional. 
 
 O Brasil tem experimentado, nas últimas décadas, importantes transformações no seu padrão de morbimortalidade, 
relacionadas, principalmente, às seguintes condições: 
 A redução da mortalidade precoce, especialmente aquela ligada a doenças infecciosas e parasitárias; 
 O aumento da expectativa de vida ao nascer, com o consequente incremento da população idosa; 
 O processo acelerado de urbanização e de mudanças socioculturais que respondem, em grande parte, pelo 
aumento dos acidentes e das violências. 
 
 As pessoas concentram-se mais nas cidades, onde gastam menos energia e têm acesso a variados tipos de alimentos, 
principalmente industrializados. 
 
 Diante do aumento da prevalência da obesidade nos estratos de renda e escolaridade mais inferiores, a redução da 
desnutrição nos bolsões de miséria, aliada a patologias decorrentes da evolução social, como o câncer e as doenças 
cardiovasculares, nos remete à complexidade da situação epidemiológica nutricional pela qual passa o Brasil, exigindo 
da agenda do setor de saúde os sentidos e a práxis da integralidade, da equidade e da universalidade na assistência 
médica, além de sinalizar a importância de estudos que acompanhem a evolução nutricional das populações, 
subsidiando os formuladores e executores de políticas públicas na criação ou ajuste de intervenções condizentes com 
a dinâmica dos processos nutricionais. 
 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
Aula 6: História Natural da Doença e Determinante Sociais de Saúde 
 A epidemiologia visa: 
 1. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas. 
 2. Proporcionar dados essenciais para planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e 
tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades. 
 3. Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidade. 
 
 Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não mera ausência de moléstia ou enfermidade. 
 Na história natural da doença admite-se o conceito de saúde com uma estruturação explicativa proporcionada pela 
tríade ecológica (agente, suscetível e meio ambiente). 
 História natural da doença é o nome dado ao conjunto de processos interativos que compreendem “as inter-relações 
do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras 
forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do 
ser humano ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. 
 A história natural da doença, portanto, tem desenvolvimento em dois períodos sequenciados: o período 
epidemiológico e o período patológico. No primeiro, o interesse é dirigido para as relações suscetível-ambiente; ao 
segundo interessam as modificações que se passam no organismo vivo. 
 
 Período epidemiológico (pré-patogênico): Todos os fatores que mantem as interações entre agente 
etiológico e suscetível. Fatores ambientais (desmatamento, poluição, agrotóxicos, água, topografia, solo, clima, 
produção de alimento, abundância de vida animal); fatores genéticos (maior ou menor suscetibilidade das 
pessoas); fatores sociais (poder aquisitivo, escolaridade, instrumentos jurídico-legais, acesso à informação, 
hábitos culturais, preconceitos, crenças, comportamentos, valores, marginalização, desemprego, violência). 
 
 Período patogênico: Interação estímulo-suscetível, alterações bioquímicas, alterações fisiológicas, sinais e 
sintomas, cura ou morte. 
 
 Na determinação social do processo saúde-doença admite-se um processo dinâmico, complexo e multidimensional 
que engloba dimensões biológicas, psicológicas, socioculturais, econômicas, ambientais e políticas a fim de identificar 
uma complexa inter-relação quando se trata de saúde e doença de uma pessoa, de um grupo social ou de sociedades. 
 A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio 
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. Saúde pública é a ciência e a arte de evitar doenças, prolongar a vida e desenvolver a saúde física e mental e a 
eficiência, mediante esforços organizados da comunidade, para o saneamento do meio ambiente, o controle de 
infecções na comunidade, a organização de serviços médicos e paramédicos para o diagnóstico precoce e o 
tratamento preventivo de doenças, e o aperfeiçoamento da máquina social que irá assegurar a cada indivíduo, dentro 
da comunidade, um padrão de vida adequado à manutenção da saúde. 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 A saúde pública e epidemiologia são indissociáveis quanto a seus objetivos sociais e quanto à sua prática, sendo a 
epidemiologia o instrumento privilegiado para orientar a atuação da saúde pública. Se a saúde pública é a face 
tecnológica, a epidemiologia será a face científica. 
 
 PREVENÇÃO PRIMÁRIA: 
 PROMOÇÃO DA SAÚDE: Moradia adequada; Escolas; Áreas de lazer; Alimentação adequada; Educação em todos 
os níveis; Educação em saúde; Atividade física regular; Saneamento básico. 
 
 PROTEÇÃO ESPECÍFICA: Imunização; Saúde do trabalhador; Higiene pessoal e do lar; Proteção contra acidentes; 
Aconselhamento genético; Controle dos vetores e reservatórios; Uso de preservativos e seringas descartáveis. 
 
 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: 
 DIAGNÓSTICO PRECOCE: Inquérito para descoberta de casos na comunidade; Exames periódicos, individuais, 
para detecção precoce de casos; Isolamento para evitar a propagação de doenças; Tratamento para evitar a 
progressão da doença. 
 
 LIMITAÇÃO DE INCAPACIDADES: Evitar futuras complicações; Evitar sequelas; Reduzir o risco de transmissão da 
doença. 
 
 PREVENÇÃO TERCIÁRIA: 
 Reabilitação (impedir a incapacidade total). 
 Fisioterapia. 
 Terapia ocupacional. 
 Emprego para o reabilitado. 
 Redução da dependência familiar. 
 Redução da dependência social. 
 Melhoria da qualidade de vida da pessoa com sequela. 
 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
Aula 7: Territorialização 
 O Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil é um sistema público fundamentado num projeto territorial descentralizado, 
hierarquizado e integrado regionalmente através das redes de atenção à saúde. 
 Toda arquitetura desse projeto é alicerçada nos princípios da universalidade, equidade e integralidade descritos nos 
dispositivos constitucionais do direito de todos a saúde, não importa em qual ponto do território a pessoa esteja, e 
do dever do Estado de oferecer as possibilidades da sua efetivação. 
 A atenção básica (ABS) é o único nível da atenção que estará presente em todo o território nacional e através dela, 
das pactuações intermunicipais e dos sistemas regionais, as pessoas poderão acessar os demais níveis do cuidado, 
assim designados secundário e terciário. Portanto, todo o projeto territorial do SUS depende da constituição de uma 
base que deve funcionar como porta de entrada e centro de comando do sistema 
 O documento que regula as responsabilizações e os modos de organização e financiamento é a Política Nacional da 
Atenção Básica (PNAB). 
 Era necessário mais do que apenas delimitar territórios para os serviços, devendo haver uma relação de vinculação e 
pertencimento entre a população e os serviços. Essa concepção, assim designada territorialização da saúde, ganhou 
força ainda na implementação dos Distritos Sanitários, foi, depois, incorporada aos programas Agentes Comunitário 
de Saúde (ACS) e Saúde da Família (PSF) e passou a compor o escopo das políticas estratégicas em torno da Saúde da 
Família (ESF) e das Redes de Atenção à Saúde (RAS). 
 
 
 
 A Portaria 1.886 é o primeiro documento normativo do SUS a fazer menção à territorialização dos serviços. 
 A descentralização não foi acompanhada, na mesma velocidade, da transferência de recursos pelo governo federal. 
Esse problema se intensificou após a Ementa Constitucional (EC) nº 29, que aglutinou as normativas anteriores e 
regulou o montante mínimo a ser aplicado no SUS pelos três entes federativos. 
 A EC-29 só foi regulamentada em 2012, através da Lei Complementar (LC) nº 141, que foi uma normativa bastante 
aguardada na esperança de que resolvesse o subfinanciamento do SUS. 
 A territorialização é uma atribuição comum a todos os profissionais da ABS, assim está posto na PNAB. Mas a verdade 
é que o profissional que mais entra nesse território e o reconhece é o ACS. 
 Convivemos ainda hoje com modelos de atenção desterritorializados e fragmentados em ações descontínuas, 
casuísticas e pouco resolutivas. 
 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
Aula 8: Política de Saúde no Brasil 
 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 Nos anos 1970 teve início um movimento social que clamava por novas políticas de saúde, uma vez que o sistema 
previdenciário brasileiro somente garantia serviços de saúde como um benefício previdenciário aos trabalhadores 
filiados ao Regime Geral da Previdência Social. Os demais cidadãos brasileiros ficavam ao sabor da filantropia das 
Santas Casas e da assistência oferecida por poucos hospitais públicos (federais e estaduais) e pelos serviços de pronto-
socorro que ficavam ao encargo dos municípios. 
 Em 1986 foi realizada a 8ª Conferência Nacional de Saúde, marco do movimento da Reforma Sanitária. 
 O Programa dos Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS) visava colocar em prática os ideais da 
Reforma Sanitária, mediante convênio entre a União e os estados brasileiros que universalizou o acesso aos serviços 
de saúde. 
 O SUDS abriu caminho para que o SUS, tão inovador, pudesse ser consagrado na Carta Constitucional de 1988. 
 
 
 
 Em 1990 foi editada a Lei 8.080, dispondo sobre a organização administrativa e sanitária do SUS, sendo 
complementada, no mesmo ano, pela Lei 8.142, que tratou de dois temas vetados na Lei 8.080: a participação da 
comunidade e as transferências de recursos financeiros da União para os entes subnacionais. 
 
 A NOB 91 pretendeu transformar o SUS num grande convênio, ignorando a Constituição de 1988. 
 A NOB 92, que deu origem, no ano seguinte, à NOB 93, considerada um grande avanço por ter respeitado as condições 
de gestão dos entes municipais e estaduais, reconhecendo que todos os entes federativos compõem o SUS, nos 
termos da CF, e que, em razão das diferenças socioeconômicas e demográficas, devem ter o direito de escolher a 
condição de gestão mais compatível com sua realidade. 
 A NOB 96 buscou construir a plena responsabilidade do poder público municipal. Essa responsabilidade não se 
restringiu à prestação de serviços de saúde, mas expandiu-se a todo o sistema. 
 
 As NOAS tiveram como objetivo promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações 
e serviços de saúde em todos os níveis de atenção, sendo instituída a regionalização como macroestratégia e tendo 
como um dos pontos mais relevantes o processo de elaboração do Plano Diretor de Regionalização. 
 
 O Pacto pela Saúde pretende estabelecer um novo patamar na forma de financiamento, definição de 
responsabilidades, metas sanitárias e compromissos entre os gestores da saúde, consubstanciados em termos de 
compromissos com metas e plano operativo. Dos componentes do Pacto pela Saúde, tem-se: 
 O Pacto pela Vida propõe metas sanitárias que abordem a realidade específica de cada município ou estado de 
acordo com a exequibilidade orçamentária e financeira dessas metas. 
 O Pacto em Defesa do SUS intenciona fortalecer o debate sobre o próprio SUS, resgatando os princípios 
doutrinários do Movimento de Reforma Sanitária e os direitos adquiridos a partir da Constituição de 1988. Traz à 
tona a necessidade de priorização do financiamento para o setor saúde. 
 O Pacto de Gestão tem como principal finalidade a busca de maior autonomia para os estados e municípios no 
que tange aos processos normativos do SUS, definindo responsabilidade sanitária de cada esfera de governo, 
tornando mais claras as atribuições de cada ume contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão 
compartilhada do SUS. 
 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 A Lei Complementar 141 tem por finalidade definir: (a) os percentuais da União que devem ser obrigatoriamente 
aplicados em saúde; (b) os percentuais dos estados e municípios; (c) os critérios de rateio dos recursos da União para 
estados e municípios e dos estados para os municípios; e (d) fiscalização, controle e avaliação do gasto com saúde. 
 
 
Aula 9: Modelos de Atenção à Saúde no Brasil 
 Atenção Primária à Saúde: utilização de tecnologias simplificadas e de baixo custo, contrapondo-se ao modelo 
hospitalocêntrico e alimentando propostas de reformulação das políticas públicas e de reorganização do sistema de 
serviços de saúde. 
 Modelo é uma representação simplificada da realidade onde se retêm e se destacam os seus traços fundamentais. 
 Justamente essa representação esquemática e simplificada de um sistema de saúde, no que tange à prestação da 
atenção, pode ser entendida como modelo de atenção ou modelo assistencial. 
 Modelo de atenção à saúde pode ser definido como combinações tecnológicas estruturadas para a resolução de 
problemas e para o atendimento de necessidades de saúde, individuais e coletivas. 
 
 MODELO MÉDICO HEGEMÔNICO: 
 Centrado na clínica e voltado para a demanda espontânea. 
 Atenção médica individual, secundarizando a promoção à saúde e a prevenção de doenças. 
 Saúde-doença como mercadoria. 
 Ênfase no biologismo. 
 Medicalização dos problemas. 
 Privilégio da medicina curativa. 
 Estímulo ao consumismo médico. 
 Participação passiva e subordinada dos consumidores. 
 Destaque para os hospitais. 
 
 MODELO SANITARISTA: 
 Busca atender necessidades que nem sempre se expressam em demandas. 
 Campanhas (vacinação, controle de epidemias, erradicação de endemias). 
 Programas especiais (controle de tuberculose, saúde da criança, saúde da mulher, saúde mental, controle do 
tabagismo, câncer etc). 
 Vigilância sanitária e vigilância epidemiológica. 
 
 Na reflexão sobre modelos de atenção à saúde no Brasil, a integralidade, a efetividade, a qualidade e a humanização 
dos serviços de saúde constituem grandes desafios para as políticas de saúde. Nessa busca por alternativas, têm sido 
valorizadas propostas como oferta organizada, distritalização, ações programáticas de saúde, vigilância da saúde, 
estratégia de saúde da família, acolhimento, linhas de cuidado, projeto assistencial e equipes matriciais e de 
referência. 
 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 
 
Aula 10: Genograma e Ecomapa 
Genograma: 
 Método de avaliação do contexto familiar. 
 Consiste em um sistema de coleta e registro de dados que integra a história biomédica e a história psicossocial do 
paciente e de sua família. 
 Diálogo do grupo familiar, representa a estrutura familiar interna. 
 É importante que o médico conheça qual é a constituição da família, o grau de parentesco e o tipo de relacionamento 
entre eles. 
 Tem interesse nas seguintes situações clínicas: ansiedade crônica, depressão, ataque de pânico, consumo de drogas, 
violência doméstica, violência sexual, problemas de comportamento infantil. 
 Limitações: é estático no tempo (como uma fotografia com data); não avalia a dinâmica e nem o funcionamento 
familiar; tem baixa aplicação nas famílias de poucos elementos. 
 
 Componentes do genograma: 
 
 
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Filho mais velho 
sempre à esquerda 
e os outros a partir 
dele, por ordem 
de nascimento. 
Cada geração é 
representada na 
mesma linha. 
O pai/marido vem à 
esquerda e 
mãe/mulher é 
colocada à direita. 
 
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Ecomapa: 
 Representa os relacionamentos dos membros da família com os sistemas mais amplos. 
 Enquanto o genograma identifica as relações e ligações dentro do sistema multigeracional da família, o Ecomapa 
identifica as relações e ligações da família com o meio onde habita. 
 Não é mais do que uma representação gráfica das ligações de uma família às pessoas e estruturas sociais do meio em 
que habita. 
 
 
 Permite uma melhor compreensão das situações geradoras de estresse e dos recursos disponíveis. 
 Observar o progresso e resultado das medidas de intervenção, quer sobre a família, quer sobre o meio. 
 Áreas que devem ser incluídas no ecomapa: a vizinhança, serviços da comunidade, grupos sociais, educação, relações 
pessoais significativas, trabalho. 
 Pode ser aplicado por diferentes técnicos da equipe de saúde.

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