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SLIDE - Biopolimeros na indústria de

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B i o p o l i m e r o s n a i n d ú s t r i a d e 
alimentos: do aproveitamento de 
resíduos agroindustriais a produção de 
biopolimeros
Felipe Ravelly Alves de Souza
PPGBIOTEC/UFPE
José Sebastião Thiego de Oliveira
PPGBIOTEC/UFPE
Daniella Pereira da Silva
PPGBIOTEC/UFPE
Michelle Galindo de Oliveira
CAV/UFPE
Danielle Dias Neves
UFRPE
Wagner Eduardo da Silva
UFRPE
Thayza Christina Montenegro Stamford
UFPE
10.37885/210303531
https://dx.doi.org/10.37885/210303531
371Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4
Palavras-chave: Biopolímeros, Resíduo Agroindustrial, Coproduto, Indústria Alimentícia, 
Embalagem Bioativa.
RESUMO
Biopolímeros são polissacarídeos considerados como fonte sustentável amplamente 
utilizados por serem biodegradáveis e renonáveis, apresentando vasta aplicabilidade 
na indústria alimentícia, inclusive para embalagens. Considerando o enorme descarte 
de resíduos agroindustriais, faz-se necessário a busca de alternativas conscientes, para 
produção, utilização e descarte, objetivando a redução dos impactos ambientais. Nesse 
sentido, a potencialidade de biopolímeros e sua elevada biocompatibilidade são de extre-
ma relevância e importância para a indústria alimentícia. O processamento biotecnológico 
de biopolímeros destaca-se significantemente, tendo em vista que, a utilização de com-
postos bioativos de origem natural, como a celulose e a quitosana, para conservação de 
alimentos tem sido cada vez mais evidenciada cientificamente. Dessa forma, a presente 
revisão de literatura visa abordar o potencial de utilização de resíduos agroindustriais 
como alternativa de substrato para a produção de quitosana e celulose microbiológicas, 
bem como a aplicação desses polímeros na indústria alimentícia.
372Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4
INTRODUÇÃO
A indústria de alimentos é uma das mais importantes de transformação, não só no Brasil, 
mas a nível mundial. O crescimento populacional e o aumento da demanda por alimentos 
tanto em um aspecto quantitativo, para suprir a necessidade alimentar da população, quanto 
qualitativo, a fim de manter parâmetros de qualidade e segurança alimentar, tem sido alvo 
de intensificação nos estudos científicos. Tais estudos tem o intuito de investigar e encontrar 
soluções para os mais diversos problemas, como a manutenção da qualidade nos produtos 
de prateleira (TIMOFIECSYK; PAWLOWSKY, 2000; GUERRA; ROCHA; NODARI, 2015).
O produto alimentício é o foco da produção na indústria de alimentos, contudo, além 
deste, são gerados outros materiais, os resíduos - que são todos e quaisquer elementos que 
não são considerados matéria prima ou produto e é oriundo das etapas de processamento 
que vão desde a colheita até o produto final (GUERRA; ROCHA; NODARI, 2015).
Na maioria das vezes esses materiais são descartados no meio ambiente sem qualquer 
tratamento, o que gera impactos relacionados não somente a questões ambientais, mas 
também à saúde pública. Uma das soluções para contornar os problemas causados pela 
má administração desses recursos é a reutilização destes em processos através da imple-
mentação de um sistema que utilize uma produção sustentável, fator que pode influenciar, 
inclusive, no aumento da lucratividade das empresas (TIMOFIECSYK; PAWLOWSKY, 2000; 
LANDIM et al., 2016;).
Dentre as mais diversas formas de reutilização dos resíduos industriais, o processa-
mento biotecnológico se destaca pois permite que estes subprodutos possam ser reutilizados 
para a obtenção de uma gama de produtos valiosos como combustíveis, rações, produtos 
farmacêuticos ou biopolímeros – polímeros de origem natural que possuem uma vasta possi-
bilidade de aplicação, entre elas, a formulação de materiais que possam ser utilizados como 
matrizes de revestimento e conservação (SINGH nee’ NIGAM; PANDEY, 2009).
Diversos mecanismos e/ou processos são utilizados com o intuito de promover a dimi-
nuição da taxa de deterioração dos alimentos como a utilização de embalagens, por exemplo, 
que de acordo com a ANVISA (2001) trata-se do invólucro, recipiente ou qualquer forma de 
acondicionamento, removível ou não, destinada a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou 
manter, especificamente ou não, matérias-primas ou produtos.
As embalagens bioativas, por sua vez, são sistemas capazes de diminuir a deterioração, 
seja pela ação antimicrobiana, ou pela preservação de características desejáveis por meio 
da interação entre os compostos incorporados e o alimento. Essas embalagens apresentam 
em sua composição polímeros que são de origem biológica, tratadas ou não com substâncias 
que potencializem a sua atuação. Entretanto, para o seu desenvolvimento, devem ser leva-
dos em consideração aspectos como: natureza química do alimento e dos microrganismos 
373Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4372Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4
envolvidos, condições de armazenamento e distribuição, características organolépticas e 
toxicidade dos compostos, além das propriedades físicas e mecânicas dessas embalagens 
(ALMEIDA et al., 2015).
A utilização de compostos bioativos de origem natural, como a celulose e a quitosana, 
para conservação de alimentos tem sido cada vez mais evidenciada cientificamente. Pois, 
diferente dos compostos químicos sintéticos, esses polímeros podem apresentar baixa toxici-
dade, biodegradabilidade, ação antioxidante e antimicrobiana, além de características físicas 
e sensoriais que são de interesse industrial (BARBOSA et al., 2015; TAVARES et al., 2017).
A celulose é um polímero natural, que pode ser encontrado em plantas, algas, fungos 
e bactérias. A celulose bacteriana (CB), especificamente, apresenta uma estrutura primária 
similar à da celulose vegetal (CV), porém, difere na organização das cadeias e no diâmetro 
das microfibrilas. Além disso, a CB é flexível, atóxica, possui porosidade reduzida, excelentes 
propriedades mecânicas, ópticas e sensoriais para utilização como embalagem bioativa de 
produtos alimentícios. Todavia, a CB apresenta alto coeficiente de permeabilidade ao vapor 
d’água, além de não ser macia quando seca e sua opacidade pode comprometer a aparência 
do material a ser revestido, características que podem ser melhoradas pela associação com 
outros compostos (CARREÑO; CAICEDO; MARTÍNEZ, 2012; DONINI et al., 2010).
A quitosana, por sua vez, é um biopolímero policatiônico encontrado naturalmente no 
exoesqueleto de crustáceos e insetos, rádula de moluscos e na parede celular de alguns 
fungos Zygomicetes. Dentre estas, apesar da quitosana oriunda de crustáceos ser a mais 
comercializada, a quitosana fúngica se destaca por apresentar independência da influência 
de fatores sazonais, facilidade de produção em larga escala, padronização das características 
físico-químicas do polímero, extração simultânea de quitina e quitosana, além da redução 
do tempo e custos de produção, pois o processo de extração é simples e barato. Sua apli-
cabilidade como embalagem bioativa comestível deve-se a sua boa biocompatibilidade com 
os tecidos vivos, não toxicidade, biodegradabilidade, atividade antimicrobiana, antioxidante, 
capacidade de formar película e facilidade de associação com outros compostos (TAVARES 
et al., 2017; BARBOSA et al., 2015).
Diante do exposto a presente revisão de literatura aborda o gerenciamento de resíduos 
agroindustriais como alternativa para produção microbiana de polímeros naturais, quitosana e 
celulose, com potencial para aplicação na conservação de alimentos pós-colheita. Também, 
fundamenta-se na possibilidade de possa gerar uma embalagem bioativa que interaja de 
forma positiva com os alimentos, agregando propriedades de interesse industrial, esta re-
visão tem por objetivo abordar o potencial de utilização de resíduos agroindustriais como 
alternativa de substrato para a produção de quitosana e celulose microbiológicas, bem como 
a aplicação desses polímeros na indústria alimentícia.
374Avanços em Ciência e Tecnologiade Alimentos - Volume 4
A INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA: PRODUTIVIDADE X CRESCIMENTO POPU-
LACIONAL
A preocupação mundial com o crescimento populacional (1,18% ao ano), uso exage-
rado dos recursos naturais (20% a mais que a taxa de reposição) e a demanda cada vez 
maior por alimentos em ordem quanti-qualitativa tem direcionado boa parte dos estudos 
científicos ao ramo da indústria alimentícia. Tal direcionamento busca solucionar os mais 
diversos problemas referentes ao setor, dentre estes: I) o aumento da produtividade, para 
sanar a necessidade alimentar em virtude do crescimento populacional, sem agredir o meio 
ambiente; II) manuseio dos resíduos (agro)indústrias, a fim de diminuir os impactos am-
bientais causados pela má administração desses recursos; III) e redução das perdas na 
produção agrícola, problema que influi diretamente no valor do produto para o consumidor 
final (CARNEIRO, 2003; LIMA, 2017; LEITE & PAWLOWSKY, 2005).
Segundo a ONU (2020), estima-se que a população global chegou a 7,8 bilhões de 
pessoas e que, até 2060, ultrapassará a marca dos 10 bilhões de habitantes, fato que nos 
remete a uma reflexão sobre alternativas que possibilitem uma alimentação adequada para 
todos. Para além da questão alimentar, o crescimento populacional cria focos de tensão 
no meio ambiente, na organização social, nos sistemas econômicos e no desenvolvimento 
tecnológico, uma vez que traz implicação direta na expansão das áreas de cultivo, industriais 
e urbanas (MUTEIA, 2014).
Com base nos dados publicados pela FAO (2020), será necessário, em 2060, um 
aumento de pelo menos 70% da produção de alimentos em escala mundial para suprir a 
necessidade da população. Entretanto, este aumento só será bem-vindo se as áreas de 
cultivo não excederem cerca de 20% de expansão considerados sustentáveis. Diante deste 
cenário, o aumento da produtividade se apresenta como um caminho necessário para am-
pliação da oferta e redução dos danos no ecossistema.
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS
Proveniente da produção industrial, os resíduos industriais, ou resíduos sólidos, são 
considerados um dos responsáveis por grande parte dos impactos ambientais que ocorrem 
atualmente. Na sua grande maioria, são considerados perigosos e acarretam consequên-
cias negativas não apenas para o meio ambiente, mas também para a saúde da popula-
ção (COSTA, 2020).
A indústria agropecuária, com enfoque na indústria de alimentos, é um dos setores que 
mais geram resíduos em escala nacional e mundial, pois, em virtude da alta perecibilidade 
de alguns produtos, há a necessidade de processamentos que visam o aumento da vida 
375Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4374Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4
útil e facilitação do transporte desses alimentos, processamentos que geram toneladas de 
resíduos ao ano (INFANTE et al., 2013). De acordo com a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos, instituída pela a Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, os resíduos são todos e 
quaisquer materiais, substâncias, objetos ou bens descartados resultante de atividades hu-
manas em sociedade, que podem estar no estado sólido, semissólido, líquido ou gasoso e 
sua correta administração tem como objetivo a minimização dos impactos causados à saúde 
humana e ao meio ambiente.
Diferente do que é estabelecido pelo senso comum, o manuseio correto dos resí-
duos industriais é uma responsabilidade compartilhada que envolve não somente os fabri-
cantes, importadores, distribuidores, comerciantes e titulares dos serviços públicos, mas 
também os próprios consumidores. Deve-se salientar que os resíduos se diferenciam do 
“lixo (rejeito)”, uma vez que enquanto este último não possui nenhum tipo de valor, o outro 
pode apresentar valor econômico agregado, por possibilitar o reaproveitamento. (PELIZER; 
PONTIERI; MORAES, 2007).
Dentre os resíduos com potencial biotecnológico, podemos citar: o melaço de soja, 
resíduo agroindustrial proveniente do processo de beneficiamento da soja, constituído por 
carboidratos, proteínas e lipídios (CHAGAS et al., 2017; SILVA et al., 2019); a manipueira, 
liquido resultante da prensagem das raízes de mandioca durante o processo de fabricação da 
farinha, que apresenta composição variável, mas geralmente composta por nitrogênio, sais 
minerais, metais e cianeto (AMORIM et al., 2016; JESUS et al., 2016); a milhocina, que é um 
subproduto agroindustrial proveniente do processamento do milho, composto principalmente 
por carboidratos, aminoácidos, peptídeos, vitaminas, sais minerais e nitrogênio (BARROS 
et al., 2016); e o glicerol, que pode ser obtido através de fermentação biológica, síntese 
química, como subproduto na fabricação de sabão, hidrogenação da sacarose, durante a 
produção do bioetanol, ou como subproduto em processos de transesterificação de óleos 
vegetais e animais para a fabricação do biodiesel. Neste último caso, pode-se encontrar, na 
solução, ácidos graxos, metanol, catalisadores, sais de potássio e sódio, metais pesados 
e outros materiais orgânicos (SILVA; SOUZA; ANTERO, 2017; SANTIBÁÑEZ; VARNERO; 
BUSTAMANTE, 2011;PENHA et al., 2016).
Diversas são as possibilidades de reutilização destes materiais, como o processamento 
biotecnológico, que é uma alternativa ao manejo e gerenciamento adequado dos resíduos 
industriais. Dessa forma o aproveitamento de resíduos agroindustriais preconiza a ideia de 
desenvolvimento sustentável ao possibilitar que esses subprodutos possam ser reutilizados 
para a obtenção de uma gama de produtos valiosos como combustíveis, rações, produ-
tos farmacêuticos ou biopolímeros com uma vasta possibilidade de aplicação em várias 
376Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4
áreas. Ao mesmo tempo que reduz os danos ambientais causados pelo depósito inadequado, 
ou sem tratamento, desses subprodutos na natureza (SINGH nee’ NIGAM; PANDEY, 2009).
PERDAS NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Atualmente, o Brasil é um dos maiores produtores de alimento no mundo e se destaca 
pela sua produtividade e qualidade de produção. Contudo, todos os produtores agrícolas, de 
pequeno a grande porte, lidam com grandes problemas referentes às perdas e desperdícios 
durante as etapas de pós-colheita e armazenamento (ABBADE, 2019; SANTOS et al., 2020).
De acordo com a FAO (2020), aproximadamente um quarto (25%) dos alimentos pro-
duzidos anualmente para o consumo humano se perde, ou é desperdiçado, o que seria 
suficiente para alimentar cerca de dois bilhões de pessoas. A perda e o desperdício, em-
bora diferentes - pois enquanto um está associado a redução não intencional de alimentos 
disponíveis para o consumo humano, o último trata-se do descarte intencional dos produtos 
alimentícios, apresentam grande impacto na sustentabilidade dos sistemas alimentares, 
porque reduzem a disponibilidade local e mundial de alimentos e geram menores recursos 
para os produtores. Além disso, tem um efeito negativo sobre o meio ambiente devido à 
utilização não sustentável dos recursos naturais.
Essa problemática está presente em toda a cadeia produtiva, principalmente nas etapas 
de pós-colheita, em atividades relacionadas ao processamento, transporte, armazenagem, 
embalagem e comercialização. Há muitas causas de perdas no pós-colheita, estas podem 
ser de origem biológica e microbiológica, química ou física, perdas que levam os produtores 
a operarem com prejuízo financeiro, o que ocasiona o aumento no preço do produto para o 
consumidor final (GORAYEB et al., 2019).
Nesse contexto, a utilização de metodologias de conservação surge como uma forma 
de contornar esse problema, pois buscam diminuir a taxa de deterioração dos alimentos 
através de ações microbianas, enzimáticas, químicas ou físicas, ao possibilitar que os ali-
mentos permaneçam adequados para o consumo por mais tempo (PINHEIRO et al., 2011).
MECANISMOS DE CONSERVAÇÃO
Diversas são as metodologias utilizadas com o intuito de reduzir as perdas e preservar 
a qualidade dos alimentos, como a refrigeração,o congelamento, branqueamento, pasteuri-
zação, esterilização, secagem, apertização, tindalização, desidratação, liofilização, radiação 
ou até mesmo o uso de conservantes químicos. Embora a utilização desses e outros méto-
dos mostrem eficiência na preservação dos alimentos, eles podem aumentar os custos de 
377Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4376Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4
produção como também promover a alteração de características físicas e sensoriais desses 
produtos (ASSIS, 2014; LEONARDI, 2018).
Além dessas metodologias, outro sistema de conservação comumente adotado nas 
indústrias alimentícias são as embalagens - materiais que buscam separar os alimentos do 
ambiente circundante, reduzir a exposição a fatores de deterioração (microrganismos, oxi-
gênio e vapor de água) e evitar a perda de compostos desejáveis (substâncias voláteis que 
conferem odor e sabor). Elas podem ser classificadas como: a) primárias, quando estão em 
contato direto com o produto, b) secundárias, que promovem o agrupamento dos alimentos 
para facilitar a manipulação, e c) terciárias, que protegem os alimentos durante a fase de 
transporte (LANDIM et al., 2016; OTONI et al., 2017).
Diversos polímeros sintéticos são utilizados para a produção dos mais diversos tipos 
de embalagens, como o polipropileno, polietileno de alta ou baixa densidade (HDPE e LDPE, 
respectivamente) e o policloreto de vinila. No entanto, esses polímeros não são degradáveis 
e o descarte inapropriado podem causar efeitos deletérios ao meio ambiente, uma vez que 
levam, em média, 400 anos para se decompor. Uma alternativa a isso é a produção de emba-
lagens ecossustentáveis, que são materiais confeccionados a partir de polímeros renováveis 
(de base biológica) e biodegradáveis (CACCIOTTI et al., 2018; INDUMATHI et al., 2019).
As propriedades físico-químicas e biológicas desses polímeros, bem como as tecnolo-
gias utilizadas para a produção das embalagens ecossustentáveis podem conferir ao material 
polimérico, além de características amigáveis ao meio ambiente, uma capacidade de intera-
ção ativa ou passiva. As embalagens passivas (mais comuns no mercado) são projetadas 
para protegerem o alimento de forma a não apresentar nem uma interação com o mes-
mo. As embalagens ativas são produzidas a fim de interagirem de maneira intencional com 
o alimento, prolongando seu tempo de vida útil de prateleira ao conferir e/ou manter carac-
terísticas sensoriais e/ou nutricionais desejáveis (DANTAS et al., 2015; OTONI et al., 2017).
EMBALAGENS BIOATIVAS
O termo “embalagem bioativa” vem sendo utilizado para referenciar as embalagens 
ativas que interagem de forma intencional com o alimento e são constituídas geralmente 
por matrizes poliméricas de origem biológica, com ou sem a presença de aditivos naturais 
incorporados que agreguem características desejáveis. Elas são uma tendência que sur-
giu em resposta à demanda por produtos naturais que causem pouco impacto ambiental, 
sejam seguros ao consumo humano e possam ser substitutos dos conservantes sintéticos 
(ALMEIDA et al., 2015).
As embalagens bioativas podem ser projetadas na forma de filmes ou revestimentos 
comestíveis e apresentam em sua composição polímeros capazes de formar película e criar 
378Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4
uma camada fina protetora na superfície dos alimentos sem interferir em suas propriedades 
organolépticas. Os requisitos de barreira desses filmes e revestimentos comestíveis depen-
dem da sua aplicação e das propriedades do alimento a ser protegido. Quando destinado 
para o revestimento de frutas e vegetais frescos, por exemplo, devem ter baixa permeabi-
lidade ao vapor de água para reduzir as taxas de dessecação, enquanto a permeabilidade 
ao oxigênio deve ser baixa o suficiente para retardar a respiração, mas não muito baixa 
para criar condições anaeróbicas favoráveis a produção de etanol e formação de sabores 
indesejados (OTONI et al., 2017; VIANA et al., 2018).
Diversos biopolímeros foram relatados quanto ao seu potencial de aplicação na for-
mação dessas embalagens, como a quitosana, o amido, o colágeno, glúten, gelatina e a 
carragenina. Dentre estes, a quitosana tem demonstrado um potencial promissor, pois além 
de ser biodegradável, possui ação antioxidante e antimicrobiana, não toxicidade, facilidade 
para formação de filmes e associação com outros compostos (INDUMATHI et al., 2019).
QUITOSANA
A quitosana é um biopolímero composto por cadeias de N-acetil-D-glucosamina e 
D-glucosamina ligadas por meio de ligações β → (1-4) dispostas randomicamente, o que a 
torna insolúvel em água e meio básico e solúvel em soluções ácidas. Principal constituinte 
do exoesqueleto de crustáceos e insetos, rádula de moluscos e parede celular de alguns 
fungos, a quitosana é um dos polissacarídeos mais utilizados nos estudos envolvendo o 
preparo de soluções poliméricas (ISLAM et al., 2017; ABDUL KHALIL et al., 2016).
A nível comercial, este polímero é obtido principalmente a partir da desacetilação quí-
mica da quitina presente no exoesqueleto de crustáceos e embora seu rendimento possa 
ser de 2 a 3 vezes maior que a obtenção da quitosana fúngica (QF), apresenta alguns en-
traves como a dependência de fatores sazonais, o que dificulta a padronização do produto; 
Necessidade de utilização de grande quantidade de compostos químicos, o que provoca 
a oneração do processo e geração de resíduos; e, quando utilizado na área alimentícia, a 
alergenicidade, que se dá em virtude da presença de proteínas contaminantes que se acu-
mulam de forma residual na molécula de quitosana devido à problemas durante as etapas 
de purificação (GHORMADE; PATHAN; DESHPANDE, 2017; MATI-BAOUCHE et al., 2014; 
STAMFORD et al., 2007).
A obtenção da quitosana a partir da biomassa fúngica consiste em um processo contro-
lado que permite a extração simultânea de quitina e quitosana. Apresenta como vantagens 
a obtenção do polímero sem a presença de contaminantes, principalmente de proteínas 
responsáveis pelas respostas alergênicas, homogeneidade das propriedades físico-químicas 
e rendimento otimizado, pois o processo de extração é simples e barato e não está sujeito a 
379Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4378Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4
interferência de fatores sazonais (FRANCO et al., 2004; NIEDERHOFER; MÜLLER, 2004; 
STAMFORD et al., 2007; AMORIM et al., 2001).
A bioatividade da quitosana, como por exemplo sua ação antimicrobiana, depende sig-
nificantemente do seu peso molecular (PM), do grau de desacetilação (GD) e da distribuição 
e conformação do grupo acetil em sua cadeia polimérica, parâmetros estes facilmente con-
trolados quando se obtém a quitosana a partir da biomassa fúngica. Devido a esta e outras 
propriedades como a biocompatibilidade, biodegradabilidade, ação antioxidante, capacidade 
de formar película e facilidade de interação com outros compostos, a quitosana apresenta um 
potencial de utilização como embalagens bioativas destinadas à indústria alimentícia, pois 
sua aplicação pode contribuir com a diminuição do uso de conservantes químicos e na oferta 
de alimentos mais saudáveis (FAI et al., 2008; BAUMANN; FAUST, 2001; KHOR, 2002).
Embora a quitosana apresente inúmeras propriedades interessantes à produção de 
embalagens bioativas, os filmes formados a partir desses polímeros apresentam proprie-
dades mecânicas pobres, parâmetro que pode ser modificado através da sua associação 
com outros compostos. Dentre os materiais já relatados que são capazes de interagir com a 
quitosana, a celulose tem se destacado pois estes polímeros possuem uma estrutura similar. 
Esta similaridade em estruturas primárias sugere que as estruturas secundárias e os padrões 
de agregação também podem ser suficientemente semelhantes para facilitar a formação de 
misturas homogêneas desses dois compostos e formar um material com propriedades me-
cânicas melhoradas (WU etal., 2004; ABDUL KHALIL et al., 2016; ISOGAI; ATALLA, 1992).
CELULOSE BACTERIANA
A celulose é um homopolímero linear formado por unidades de repetição (Figura 1) 
compostas de dois anéis de anidroglicose ((C6H10O5)n, onde n é dependente do material da 
fonte de celulose) ligados entre si através de ligações glicosídicas do tipo β-1,4. Encontrado 
com abundância na natureza, a celulose é o polissacarídeo responsável por mais da me-
tade do carbono orgânico total na biosfera da terra (MOON et al., 2011; HU et al., 2010; 
MOREAU et al., 2016).
380Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4
Figura 1. A unidade de repetição da celulose (celobiose)
Fonte: MOON et al., 2011
A linearidade da cadeia de celulose deve-se a ligação de hidrogênio intracadeia entre 
a hidroxila de uma molécula e o oxigênio de moléculas adjacentes. Além disso, as pontes 
de hidrogênio intermoleculares conferem estabilidade e rigidez axial a este polímero ao pro-
mover o empilhamento paralelo de múltiplas cadeias de celobiose e a formação de fibrilas 
elementares (Figura 2a) que se agregam em microfibrilas (Figura 2b) e, posteriormente, em 
fibrilas macroscópicas maiores (Figura 2c) (MOON et al., 2011; DING et al., 2014).
A fonte natural de maior exploração da celulose é a madeira ou algumas plantas supe-
riores. Contudo, existem uma variedade de organismos, incluindo musgos, algas, tunicados 
e algumas bactérias como as do gênero Acetobacter (ou Gluconacetobacter), doravante 
denominado de Komagataeibacter, que sintetizam esse biopolímero com diferenças morfo-
lógicas (SALVI et al., 2014; VOLOVA et al., 2018; EICHHORN et al., 2010).
A fórmula molecular da celulose de origem bacteriana é idêntica à da celulose de fontes 
vegetais. No entanto, apresenta uma variação nas propriedades mecânicas, físicas e químicas 
devido a uma divergência na organização das cadeias e no diâmetro das microfibrilas. Isto 
confere a celulose bacteriana (CB) uma alta resistência à tração, maior flexibilidade, porosi-
dade, cristalinidade e grau de polimerização, capacidade de retenção de água e pronunciada 
permeabilidade a gases e líquidos. Além disso, a CB possui um alto grau de pureza, pois 
não contém lignina, hemicelulose e outros constituintes lignocelulósicos, é biodegradável e 
possui grande compatibilidade com os tecidos vivos (SULAEVA et al., 2015; VOLOVA et al., 
2018; CHEN et al., 2016).
381Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4380Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4
Figura 2. Modelo esquêmico de uma a) fibrila elementar de celulose (CEF) de 36 cadeias; b) microfibrila contendo 3 CEF; 
e c) macrofibrílas
Fonte: DING et al., 2014
Industrialmente, a celulose é utilizada para produção de papel, porém, nos últimos 
anos, diversos relatos foram realizados em que descrevem a potencialidade da utilização da 
celulose de origem bacteriana na engenharia de tecidos (STUMPF et al., 2018), na biomedi-
cina (RAJWADE et al., 2015), na fabricação de compósitos eletrocondutores (CHEN et al., 
2016) ou na fabricação de embalagens bioativas para a indústria de alimentos (DOBRE et al., 
2011), entre outras aplicações biotecnológicas (CACICEDO et al., 2016). As aplicações da 
celulose na indústria são ampliadas através das divergências nas propriedades físico-quími-
cas e mecânicas da CB, divergências que podem ser obtidas por meio da associação deste 
biopolímero com outros compostos, através da variação nas condições de cultivo (fontes 
de nutrientes, agitação, tempo de incubação, pH e temperatura), alterações químicas e 
microrganismo utilizado para sua obtenção (RUKA et al., 2012; CACICEDO et al., 2016).
BACTÉRIAS PRODUTORAS DE CELULOSE
Diversos microrganismos possuem a capacidade de sintetizar a celulose, como a 
Rhizobium leguminosarum, Burkholderia spp., Pseudomonas putida, Dickeya dadantii, 
Erwinia chrysanthemi, Agrobacterium tumefaciens, Escherichia coli, Salmonella enterica 
(GULLO et al., 2018) e algumas bactérias do ácido acético (AAB) como a Komagataeibacter 
hansenii (anteriormente denominada de Gluconacetobacter xylinus e Acetobacter xylinus), 
(YAMADA et al., 2012). Entre os microrganismos relatados, a Komagataeibacter hansenii 
tem demonstrado ser a espécie mais eficiente para a produção de celulose, uma vez que 
382Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4
ela é capaz de utilizar uma variedade de fontes de carbono para produzir CB em culturas 
líquidas (RAJWADE et al., 2015).
K. hansenii é um microrganismo não patogênico em forma de bastonete, gram-negativo, 
mesofílico, aeróbico e de catalise positiva (LAVASANI et al., 2017) que realiza a síntese de 
celulose de forma quimicamente pura, através da oxidação incompleta de diversos açúcares 
e álcoois. Esse polímero é fundamental para a bactéria, pois funciona como um mecanis-
mo de flotação, permitindo que o microrganismo permaneça numa interface ar/líquido para 
obter oxigênio com maior facilidade para o seu crescimento e prevenir a desidratação do 
substrato, devido seu caráter higroscópico (ZHONG et al., 2013; MIKKELSEN et al., 2009).
A biossíntese da CB depende de duas vias anfibólicas importantes, a via das pento-
ses, onde ocorre a oxidação dos carboidratos e o ciclo de Krebs, onde ocorre a oxidação 
dos ácidos orgânicos. A síntese da celulose é sustentada diretamente pela fosforilação de 
hexoses exógenas e indiretamente pela via das pentoses e gliconeogênese, resultando em 
um pool metabólico de hexose fosfato, cuja conversão em celulose é direta, não dependendo 
de clivagens intermediárias dos esqueletos carbônicos (DONINI et al., 2010).
Independente da rota metabólica a ser tomada pela K. hansenii, baseando-se na fonte 
de carbono a ser utilizada, há um ponto em comum que é a produção de UDP-Glicose cata-
lisada pela enzima UDPG-pirofosforilase, que será convertida, posteriormente, em celulose 
pela atuação da enzima celulose sintase. No entanto, a síntese desse polímero constitui 
um processo oneroso para a célula, chegando a consumir cerca de 10% do ATP gerado no 
metabolismo bacteriano, o que resulta na necessidade de um metabolismo aeróbio (ROSS 
et al., 1991; ZHONG et al., 2013).
Além da fonte de carbono e a necessidade de oxigênio, outros fatores influenciam dire-
tamente no metabolismo deste microrganismo e na síntese da celulose, como o pH do meio, 
condições de cultivo (estático ou sob agitação), disponibilidade de nitrogênio, bem como a 
profundidade e área superficial de contato (RUKA et al., 2012). Embora o meio HS (Hestrin-
Schramm) consiga suprir a demanda de nutrientes requeridas pelo microrganismo para sin-
tetizar celulose com eficiência, o custo relativamente elevado deste pode limitar a produção 
industrial, uma vez que o meio de cultura é responsável por mais de 65% do custo total de 
produção da CB. Uma alternativa à resolução desta problemática é a utilização de meios 
de cultura a partir de resíduos industriais, metodologia que poderia baratear o processo, 
viabilizar a produção em escala industrial, além de contribuir para a preservação do meio 
ambiente (DONINI et al., 2010; HONG et al., 2012; JOZALA et al., 2015).
383Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4382Avanços em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Volume 4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, é possível verificar a ampla aplicabilidade da quitosana e celulose 
microbiologicas no âmbito agroindustrial, tal qual, o elevado aproveitamento destes polissa-
carídeos na indústria alimentícia. Percebe-se ainda, grande variedade e vantagem no uso de 
biopolímeros, visto que, são originários de fonte sustentável e renovável, indo de encontro 
ao conceito de ecosustentabilidade e de química verde. Ademais, destaca-se o consumo de 
produtos saudáveis, assim como, fortalecimento na utilização de produtos biodegradáveis 
e bioativos, para reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção 
e reuso. Corroborando, desta maneira, com a promoção, redução, reciclagem e utilização 
conscientedos resíduos agroindustriais, visto que, estão em constante crescimento devido 
à suas propriedades e potencialidades.
AGRADECIMENTOS
O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento 
de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES), pelo CNPq (Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e pela FACEPE (Fundação de Amparo à Ciência 
e Tecnologia do Estado de Pernambuco) com bolsa de mestrado e doutorado e auxílio 
financeiro que possibilitou a dedicação integral ao programa de pós-graduação e a opera-
cionalização do estudo.
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