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Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 1 Organizadoras Sandra Medina Benini Geise Brizotti Pasquotto Projetos e intervenções na cidade contemporânea 1ª Edição ANAP Tupã/SP 2 2020 EDITORA ANAP Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista Pessoa de Direito Privado Sem Fins Lucrativos, fundada em 14 de setembro de 2003. www.editoraanap.org.br editora@amigosdanatureza.org.br Revisão Ortográfica - Smirna Cavalheiro Ficha Catalográfica Índice para catálogo sistemático Brasil: Planejamento Urbano B467p Projetos e intervenções na cidade contemporânea / Sandra Medina Benini; Geise Brizotti Pasquotto (orgs). 1 ed. – Tupã: ANAP, 2020. 208 p; il.; 14.8 x 21cm Requisitos do Sistema: Adobe Acrobat Reader ISBN 978-65-86753-12-7 1. Ambiente 2. Cidade 3. Planejamento I. Título. CDD: 710 CDU: 710/49 Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 3 COMISSÃO CIENTÍFICA INTERNACIONAL Prof. Dr. Carlos Andrés Hernández Arriagada Prof. Dr. Eduardo Salinas Chávez - Universidade de La Habana, PPGG, UFGD-MS Prof. Dr. Eros Salinas Chàvez - UFMS /Aquidauana Post doctorado Prof. Dr. Josep Muntañola Thornberg - UPC -Barcelona, Espanha Prof. Dr. José Seguinot - Universidad de Puerto Rico Prof. Dr. Miguel Ernesto González Castañeda - Universidad de Guadalajara - México Prof. Dr. Oscar Buitrago Bermúdez - Universidad Del Valle - Cali, Colombia Prof. Dr. Paulo Nuno Maia de Sousa Nossa - Universidade de Coimbra COMISSÃO CIENTÍFICA NACIONAL Prof. Dr. Adeir Archanjo da Mota - UFGD Prof. Dr. Adriano Amaro de Sousa - Fatec de Itaquaquecetuba-SP Profa. Dra. Alba Regina Azevedo Arana - UNOESTE Prof. Dr. Alessandro dos Santos Pin -Centro Universitário de Goiatuba Prof. Dr. Alexandre Carneiro da Silva Prof. Dr. Alexandre França Tetto - UFPR Prof. Dr. Alexandre Gonçalves - Faculdade IMEPAC Itumbiara Prof. Dr. Alexandre Sylvio Vieira da Costa - UFVJM Prof. Dr. Alfredo Zenen Dominguez González - UNEMAT Profa. Dra. Alina Gonçalves Santiago - UFSC Profa. Dra. Aline Werneck Barbosa de Carvalho - UFV Prof. Dr. Alyson Bueno Francisco - CEETEPS Profa. Dra. Ana Klaudia de Almeida Viana Perdigão - UFPA Profa. Dra. Ana Lúcia de Jesus Almeida - UNESP Profa. Dra. Ana Lúcia Reis Melo Fernandes da Costa - IFAC Profa. Dra. Ana Paula Branco do Nascimento – UNINOVE Profa. Dra. Ana Paula Fracalanza – USP Profa. Dra. Ana Paula Novais Pires Profa. Dra. Ana Paula Santos de Melo Fiori - IFAL Prof. Dr. André de Souza Silva - UNISINOS Profa. Dra. Andrea Aparecida Zacharias – UNESP Profa. Dra. Andrea Holz Pfutzenreuter – UFSC Prof. Dr. Antonio Carlos Pries Devide - Polo Regional Vale do Paraiba - APTA/SAA Prof. Dr. Antonio Cezar Leal - FCT/UNESP Prof. Dr. Antonio Fábio Sabbá Guimarães Vieira - UFAM Prof. Dr. Antonio Marcos dos Santos - UPE Prof. Dr. Antônio Pasqualetto -PUC Goiás e IFG Prof. Dr. Antonio Soukef Júnior - UNIVAG Profa. Dra. Arlete Maria Francisco - FCT/UNP Profa. Dra. Beatriz Ribeiro Soares - UFU Profa. Dra. Carla Rodrigues Santos - Faculdade FASIPE Prof. Dr. Carlos Eduardo Fortes Gonzalez – UTFPR - Curitiba Profa. Dra. Carmem Silvia Maluf – Uniube Profa. Dra. Cássia Maria Bonifácio - UFSCar Profa. Dra. Célia Regina Moretti Meirelles - UPM 4 Prof. Dr. Cesar Fabiano Fioriti - FCT/UNESP Prof. Dr. Cledimar Rogério Lourenzi - UFSC Profa. Dra. Cristiane Miranda Martins - IFTO Prof. Dr. Christiano Peres Coelho – UFJ Profa. Dra. Dayana Aparecida Marques de Oliveira Cruz - IFSP Prof. Dr. Daniel Sant'Ana - UnB Profa. Dra. Daniela de Souza Onça - FAED/UESP Prof. Dr. Darllan Collins da Cunha e Silva - UNESP Profa. Dra. Denise Antonucci - UPM Profa. Dra. Diana da Cruz Fagundes Bueno - UNITAU Prof. Dr. Edson Leite Ribeiro - Unieuro - Brasília / Ministério das Cidades Profa. Dra. Edilene Mayumi Murashita Takenaka - FATEC de Presidente Prudente Prof. Dr. Edvaldo Cesar Moretti - UFGD Profa. Dra. Eliana Corrêa Aguirre de Mattos - UNICAMP Profa. Dra. Eloisa Carvalho de Araujo - UFF Profa. Dra. Eneida de Almeida - USJT Prof. Dr. Erich Kellner – UFSCar Profa. Dra. Eva Faustino da Fonseca de Moura Barbosa - UEMS Profa. Dra. Fátima Aparecida da SIlva Iocca - UNEMAT Prof. Dr. Felippe Pessoa de Melo - Centro Universitário AGES Prof. Dr. Fernanda Silva Graciani - UFGD Prof. Dr. Fernando Sérgio Okimoto – UNESP Profa. Dra. Flávia Akemi Ikuta - UFMS Profa. Dra. Flávia Maria de Moura Santos - UFMT Profa. Dra. Flávia Rebelo Mochel - UFMA Prof. Dr. Flavio Rodrigues do Nascimento - UFC Prof. Dr. Francisco Marques Cardozo Júnior - UESPI Prof. Dr. Frederico Braida Rodrigues de Paula - UFJF Prof. Dr. Frederico Canuto - UFMG Prof. Dr. Frederico Yuri Hanai – UFSCar Profa. Dra. Geise Brizotti Pasquotto - UNESP Prof. Dr. Gabriel Luis Bonora Vidrih Ferreira - UEMS Profa. Dra. Gelze Serrat de Souza Campos Rodrigues - UFU Prof. Dr. Generoso De Angelis Neto - UEM Prof. Dr. Geraldino Carneiro de Araújo - UFMS Profa. Dra. Gianna Melo Barbirato - UFAL Prof. Dr. Gilivã Antonio Fridrich – Faculdade DAMA Prof. Dr. Glauco de Paula Cocozza – UFU Profa. Dra. Iracimara de Anchieta Messias - FCT/UNESP Profa. Dra. Irani Lauer Lellis - UFOPA Profa. Dra. Isabel Crisitna Moroz Caccia Gouveia - FCT/UNESP Profa. Dra. Jakeline Aparecida Semechechem - UENP Profa. Dra. Jakeline Santos Cochev da Cruz Prof. Dr. João Adalberto Campato Jr. - - Universidade BRASIL Prof. Dr. João Cândido André da Silva Neto - UEA Prof. Dr. João Carlos Nucci - UFPR Prof. Dr. João Paulo Peres Bezerra - UFFS Prof. Dr. João Roberto Gomes de Faria - FAAC/UNESP Prof. Dr. José Aparecido dos Santos - FAI Prof. Dr. José Mariano Caccia Gouveia - FCT/UNESP Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 5 Prof. Dr. José Queiroz de Miranda Neto – UFPA Prof. Dr. Josinês Barbosa Rabelo - Centro Universitário Tabosa de Almeida Profa. Dra. Jovanka Baracuhy Cavalcanti Scocuglia - UFPB Profa. Dra. Juliana de Oliveira Vicentini Profa. Dra. Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro -Universidade BRASIL Prof. Dr. Junior Ruiz Garcia - UFPR Profa. Dra. Karin Schwabe Meneguetti – UEM Profa. Dra. Katia Sakihama Ventura - UFSCar Prof. Dr. Leandro Gaffo - UFSB Prof. Dr. Leandro Teixeira Paranhos Lopes -Universidade BRASIL Profa. Dra. Leda Correia Pedro Miyazaki - UFU Profa. Dra. Leonice Domingos dos Santos Cintra Lima - Universidade BRASIL Profa. Dra. Leonice Seolin Dias - ANAP Profa. Dra. Lidia Maria de Almeida Plicas - IBILCE/UNESP Profa. Dra. Lilian Keila Barazetti – UNOESTE Profa. Dra. Liriane Gonçalves Barbosa Profa. Dra. Lisiane Ilha Librelotto - UFS Profa. Dra. Lucy Ribeiro Ayach - UFMS Profa. Dra. Luciana Ferreira Leal - FACCAT Profa. Dra. Luciane Lobato Sobral - UEPA Profa. Dra. Luciana Márcia Gonçalves – UFSCar Prof. Dr. Luiz Fernando Gouvêa e Silva - UFG Prof. Dr. Marcelo Campos - FCE/UNESP Prof. Dr. Marcelo Real Prado - UTFPR Profa. Dra. Marcia Eliane Silva Carvalho - UFS Prof. Dr. Márcio Rogério Pontes - EQUOIA Engenharia Ambiental LTDA Profa. Dra. Margareth de Castro Afeche Pimenta - UFSC Profa. Dra. Maria Ângela Dias - UFRJ Profa. Dra. Maria Ângela Pereira de Castro e Silva Bortolucci - IAU Profa. Dra. Maria Augusta Justi Pisani - UPM Profa. Dra. María Gloria Fabregat Rodríguez - UNESP Profa. Dra. Maria Helena Pereira Mirante – UNOESTE Profa. Dra. Maria José Neto - UFMS Profa. Dra. Maristela Gonçalves Giassi - UNESC Profa. Dra. Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira - UFMT Profa. Dra. Martha Priscila Bezerra Pereira - UFCG Prof. Dr. Maurício Lamano Ferreira - UNINOVE Profa. Dra. Nádia Vicência do Nascimento Martins - UEPA Profa. Dra. Natacha Cíntia Regina Aleixo - UEA Profa. Dra. Natália Cristina Alves Prof. Dr. Natalino Perovano Filho - UESB Prof. Dr. Nilton Ricoy Torres - FAU/USP Profa. Dra. Olivia de Campos Maia Pereira - EESC - USP Profa.Dra. Onilda Gomes Bezerra - UFPE Prof. Dr. Paulo Alves de Melo – UFPA Prof. Dr. Paulo Cesar Rocha - FCT/UNESP Prof. Dr. Paulo Cesar Vieira Archanjo Profa. Dra. Priscila Varges da Silva - UFMS Profa. Dra. Regina Célia de Castro Fereira - UEMA Prof. Dr. Raul Reis Amorim - UNICAMP 6 Prof. Dr. Renan Antônio da Silva - UNESP – IBRC Profa. Dra. Renata Morandi Lóra - IFES Profa. Dra. Renata Ribeiro de Araújo - - FCT/UNESP Prof. Dr. Ricardo de Sampaio Dagnino - UFRGS Prof. Dr. Ricardo Toshio Fujihara - UFSCar Profa. Dra. Risete Maria Queiroz Leao Braga – UFPA Profa. Dra. Rita Denize de Oliveira - UFPA Prof. Dr. Rodrigo Barchi - UNISO Prof. Dr. Rodrigo Cezar Criado - TOLEDO / Prudente Centro Universitário Prof. Dr. Rodrigo Gonçalves dos Santos - UFSC Prof. Dr. Rodrigo José Pisani - UNIFAL-MG Prof. Dr. Rodrigo Santiago Barbosa Rocha - UEPA Prof. Dr. Rodrigo Simão Camacho - UFGD Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Araujo - UFMA Profa. Dra. Roselene Maria Schneider - UFMT Prof. Dr. Salvador Carpi Junior - UNICAMP Profa. Dra. Sandra Mara Alves da Silva Neves - UNEMAT Prof. Dr. Sérgio Augusto Mello da Silva - FEIS/UNESP Prof. Dr. Sergio Luis de Carvalho - FEIS/UNES Profa. Dra. Sílvia Carla da Silva André - UFSCar Profa. Dra. Silvia Mikami G. Pina - Unicamp Profa. Dra. Simone Valaski - UFPR Profa. Dra. Sueli Angelo Furlan - USP Profa. Dra. Tânia Fernandes Veri Araujo - IF Goiano Profa. Dra. Tânia Paula da Silva – UNEMAT Profa. Dra. Tatiane Bonametti Veiga - UNICENTRO Prof. Dr. Thiago Ferreira Dias Kanthack Profa. Dra. Vera Lucia Freitas Marinho – UEMS Prof. Dr. Vilmar Alves Pereira - FURG Prof. Dr. Vitor Corrêa de Mattos Barretto - FCAE/UNESP Prof. Dr. Xisto Serafim de Santana de Souza Júnior - UFCG Prof. Dr. Wagner de Souza Rezende - UFG Profa. Dra. Yanayne Benetti Barbosa Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 7 ORGANIZADORAS DA OBRA Sandra Medina Benini Possui Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela UNIMAR (1995), Graduação em Direito pela FADAP (2005), Graduação em Geografia pelo Claretiano (2014), Especialização em Administração Ambiental pela FACCAT (2005), Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UNILINS (2008), Especialização em Direito Público com ênfase em Gestão Pública pela Faculdade IBMEC-SP (2019), Especialização em Direito de Família e Sucessões pela Faculdade IBMEC-SP (2020), Mestrado em Geografia pela FCT/UNESP (2009), Doutorado em Geografia pela FCT/CUNESP (2015), Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, bolsista CAPES/Prosup (2016) e Pós-doutorado Arquitetura e Urbanismo pela FAAC/UNESP, bolsista PNPD/Capes (2017). Tem experiência na área de Planejamento Urbano e Regional, Planejamento Ambiental e Direito Urbanístico. Geise Brizotti Pasquotto Doutora em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade de São Paulo - USP (2016) com o tema "Edifício Cultural como Estratégia de Intervenção Urbana: A Cidade das Artes na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro". Mestre na área de arquitetura e construção pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2011) com o tema "Edifícios Culturais e a Reabilitação de Áreas Centrais: O Complexo Cultural Teatro da Dança de São Paulo". Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP (2006). Possui vasta experiência como docente no ensino superior atuando em diversas faculdades, como na Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (UNESP), na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Universidade São Francisco, entre outras. Como pesquisadora atua na área de Teoria do Urbanismo, Intervenções Urbanas, Projetos Urbanos, Planejamento Urbano e Regional e Técnicas de Análise do Espaço Urbano. Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 9 SUMÁRIO PREFÁCIO .......................................................................................... Maria Augusta Justi Pisani 11 Capítulo 1 ......................................................................................... PROJETOS URBANOS NA CIDADE CONTEMPORÂNEA: O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E O CITY MARKETING Geise Brizotti Pasquotto 15 Capítulo 2 ......................................................................................... REESTRUTURAÇÕES URBANAS DA ZONA PORTUÁRIA DO RIO DE JANEIRO: DA CAPITAL COLONIAL AO PORTO MARAVILHA Laura De Bona; Manoel Lemes da Silva Neto 35 Capítulo 3 ......................................................................................... O CENÁRIO DA ROCINHA PELA ANÁLISE DA GRAMÁTICA DA FORMA Maria Angela Dias; Margaret Lica Chokyu 59 Capítulo 4 ....................................................................................... COPACABANA: O BAIRRO, A ORLA E AS TERRITORIALIDADES ESPORTIVAS Marcelo Ribeiro Tavares; Lilian Fessler Vaz; Madalena Cunha Matos 85 Capítulo 5 ........................................................................................ O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DA CIDADE DE SANTOS: CORRELAÇÕES ENTRE LOCAL, NACIONAL E GLOBAL | 1532- 1930 Hilmar Diniz Paiva Filho; Roberto Righi 101 Geise Realce 10 Capítulo 6 ........................................................................................ INTERVENÇÕES EFÊMERAS E LÚDICAS NA CIDADE CONTEMPORÂNEA Isabela de Mattos Ferreira; Frederico Braida; Vera Lúcia Nojima 123 Capítulo 7 ........................................................................................ MOBILIÁRIO URBANO E SIGNIFICAÇÃO DA VIDA NA CIDADE Antonio Ferreira Colchete Filho; Lucia Maria Sá Antunes Costa; Juliana Varejão Giese; Karine Dias de Jesus; Fernando Araújo Costa 141 Capítulo 8 ......................................................................................... EM BUSCA DO BOM LUGAR: O PARKLET COMO FORMA DE INTERVENÇÃO URBANA Maria de Lourdes Carneiro da Cunha Nóbrega; Isabella Trindade 155 Capítulo 9 ....................................................................................... REQUALIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS DO EIXO HISTÓRICO DE SANTO AMARO, SÃO PAULO Luciana Monzillo de Oliveira; Thaty Tamara Baldini Galvão; Milena Formagio Kikuchi; Natacha Viana Seabra de Freitas; Isabella Silva de Serro Azul; Samuel Bertrand Melo Nazareth 177 Capítulo 10 ........................................................................................ IMPRESSÕES DE UM CENTRO HISTÓRICO: ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE CUIABÁ Antonio Busnardo Filho; Antonio Soukef Júnior; Helena Napoleon Degreas 195 Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 15 Capítulo 1 PROJETOS URBANOS NA CIDADE CONTEMPORÂNEA: O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E O CITY MARKETING Geise Brizotti Pasquotto1 INTRODUÇÃO No século XX notou-se a consolidação das chamadas cidades globais, que se configuram, segundo Carvalho (2000, p. 72), "como ‘nó’ ou ‘ponto nodal’ entre a economia nacional e o mercado mundial”. Essas aglomerações concentram vastos recursos financeiros, indústrias de liderança, grandes empresas transnacionais e exercem influência na ordem econômica e social mundial. O poder local, como já apontara Harvey (1996), abandonou a posição prevalente nos anos 1960 de gerenciador da cidade, e adotou, a partir dos anos 1980, uma postura de gestor empresarial, ou seja, pautado no “empreendedorismo urbano” em relação ao desenvolvimento econômico. Dessa forma, na década de 1990, as cidades intencionais são construídas para reduzir as ameaças e potencializar as oportunidades, buscando uma visão futura com o apoio da sociedade, num esforço mútuo (LOPES, 1998). Os projetos, dentro de uma sociedade urbana plural de desenvolvimento estratégico, procuraram uma identidade em cada local de intervenção e uma forma de expor tal imagem mundialmente. Verifica-se que, por meio de uma economiaglobal da sociedade em rede, um dos principais objetivos das cidades globais é a competitividade utilizada para responder às demandas externas e atrair recursos humanos e financeiros internacionais (BORJA; FORN, 1996). Diante da necessidade de competir, as cidades passam a assegurar seu status por meio da transformação do espaço em vitrine, exercendo consequências marcantes para o 1 Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UNESP, mestra em Arquitetura e Construção pela UNICAMP e doutora em Planejamento Urbano e Regional pela USP. E-mail: geisebp@gmail.com 16 planejamento estratégico. Deste modo, as cidades passam a constituir produtos que são comercializados (BENACH, 1997). Se a forma de exposição ou seu objeto forem bem definidos por ocasião do planejamento estratégico, geralmente a cidade se sobressai no contexto da competição global. Duas ações foram de grande importância, segundo Vargas e Castilho (2009), neste processo. A primeira, o capital imobiliário, criou localizações privilegiadas e induziu à demanda por intermédio da oferta. A segunda, o poder público local, buscou a valorização positiva da imagem da cidade para a captação de investimentos externos destinados ao desenvolvimento da economia urbana. Juntos, adotaram o planejamento de mercado (ASHWORTH; VOOGD, 1991) e introduziram as técnicas de promoção urbana. Tal mecanismo institucional de promoção e venda das cidades é conhecido por city marketing. A emergência e ascensão desse processo “indicam também a emergência e ascensão de uma nova ideologia do planejamento e ação, uma nova visão de mundo que se impõe na orientação dessas políticas” (SÁNCHEZ, 2003, p. 26). Esse processo e influência no planejamento ocorre pela facilidade com que essa ferramenta incorpora novas tecnologias de comunicação e informação e que, mediante o vínculo com novas políticas e representações sociais, intervém na renovação das formas espaciais e imprime marcas no espaço urbano (SÁNCHEZ, 1999). Segundo Sánchez (1999, p. 1), a valorização do city marketing também seria fruto da atual conjuntura econômica mundial, “seus modelos de desenvolvimento, suas funções e suas morfologias”. Nesse cenário se perceberia um aumento contínuo nos níveis de competitividade entre os lugares e os próprios setores (áreas, bairros) distintos de uma mesma cidade, como também pela adoção do receituário neoliberal da livre concorrência, já que o capital cada vez mais especulativo enxergaria até mesmo as cidades como locais de investimento, caso elas fossem capazes de gerar uma expectativa de ganhos futuros. PROJETOS URBANOS E A CIDADE Os estudos dos projetos urbanos, cada vez mais recorrentes na literatura anglo-saxônica, possuem escassas análises nas literaturas nacionais e latino-americanas. Um dos aspectos que diferem tais estudos é o enfoque Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 17 pontual das intervenções na América do Sul, dificultando a identificação de projetos estratégicos capazes de alterar o todo urbano (Master Plan) das cidades onde são implementados. Desta forma, podem-se dividir as intervenções urbanas em dois eixos: os Grandes Projetos Urbanos (GPUs) e os projetos de intervenção pontual concentrada. Nos Projetos Urbanos, devido a esta escala, trabalham com a premissa que sua implantação não é totalmente determinada (PORTAS, 2003, on-line), mas sim que seu processo é aberto, com retroalimentações, pois ele está sujeito a frequentes readaptações a partir das exigências de circunstâncias cambiáveis e pela dinâmica de interação entre os atores envolvidos (ASCHER, 2001). Os projetos urbanos de intervenção pontual concentrada investem vultosos recursos em algumas estruturas ou edificações, dotados de visibilidade midiática, consideradas capazes de disseminar contaminações positivas (VAZ, 2003) sobre o entorno e de contribuir para a constituição de uma nova imagem urbana. A literatura sobre os GPUs está dividida em três vertentes: os críticos, os defensores e os neutros. A primeira vertente defende que tais projetos são mais uma estratégia de dominação levada adiante no âmbito do planejamento e das intervenções sobre o território (ARANTES, 2007; HARVEY, 1996; MOULAERT; RODRÍGUEZ; SWYNGEDOUW, 2003). Defendem também que os projetos são de interesse de uma minoria capaz de apropriar-se de seus resultados financeiros e de elementos obrigatórios em ações do chamado Planejamento Estratégico. Arantes (1998, p. 25) denuncia que os Grandes Projetos urbanos são “[...] uma espécie de panaceia que por vezes não passa de recurso publicitário, quando não, inclusive, de inibição e controle cultural e social”. Para outros, os GPUs são uma forma para enfrentar a alienação que acompanha os processos recentes da expansão capitalista (BORJA; CASTELLS, 1997; ASCHER, 2001). Segundo Oliveira e Lima Junior (2009), tais posicionamentos podem ser englobados em dois grandes grupos: os apologistas e os críticos (Quadro 1). 18 Quadro 1. Diferentes perspectivas sobre os grandes projetos urbanos: apologistas e críticos DIFERENTES PERSPECTIVAS SOBRE OS GRANDES PROJETOS URBANOS APOLOGISTAS CRÍTICOS Desenvolvidos em redes sociais baseadas em confiança mútua e dependentes de mecanismos de negociação e coordenação, para acomodarem diferentes interesses. O poder de decisão sobre os GPUs é detido por atores de uma região específica do espaço social, o que os configura como elitistas e autoritários. Baseados numa representação do espaço contemporâneo em termos de globalização e competição: decisões são tomadas em referência a escalas que ultrapassam a comunidade e o entorno imediato do projeto. Os GPUs subordinam o local aos interesses globais. Dependentes de uma formulação da questão urbana em torno da ideia de crise e reestruturação econômica, pelo que são voltados para a atração de investimentos e a garantia do desenvolvimento. A ênfase na dimensão econômica desconsidera os interesses das comunidades locais (valor de uso), abre espaço para a realização dos interesses de grupos (valor de troca) dominantes e contribui para acentuar as diferenças sociais. Pragmáticos: fundados numa leitura da realidade que recorre a formas flexíveis de tomada de decisão e ação, próprias para readaptar o projeto às circunstâncias emergentes ao longo do tempo de sua implantação. Conservadores: desconsideram ou mesmo restringem a possibilidade de transformação social. Baseados na premissa que irão gerar impactos positivos a difundir-se pelo espaço físico (reestruturação urbana e melhoria das condições locais de vida) e social (distribuição da riqueza socialmente produzida). A premissa de que são benéficos para o conjunto da sociedade é tida como infundada pois os GPUs resultam em impactos negativos, sobretudo por contribuir para o acirramento da exclusão socioterritorial. Dedicados às intervenções físicas, tratadas como meios para a realização de estratégias de desenvolvimento. Referidos ao estrangeiro, sem adequada inserção, também retiram o foco de políticas sociais distributivas, extensivas a toda a cidade. Desenvolvidos com soluções sofisticadas, afinados com as tecnologias mais avançadas no mundo da globalização e apoiados em múltiplas competências e saberes. Ao adotar tecnologias exógenas, inacessíveis para o cidadão comum e para a maior parte das empresas locais, os GPUs reproduzem localmente, as diferenças do espaço global. Fonte: OLIVEIRA, F. L. de; LIMA JUNIOR, P. de N. Grandes projetos urbanos: panorama da experiência brasileira. In: CONGRESSO DA LASA, Rio de Janeiro, 2009. Entretanto, existe uma terceira vertente (na qual me incluo), como no caso de Ultramari e Rezende (2007, p. 9), que busca um equilíbrio, relatandoProjetos e intervenções na cidade contemporânea - 19 que é “necessário relativizar, sem deixar de se estar atento aos riscos”, como a da vulgarização histórica urbana por meio da revalorização cênica do patrimônio arquitetônico, da valorização de partes para resultar no todo e da procura, por meio da criação de ícones de arquitetura e urbanismo, de agregar interesses opostos e apaziguar críticas e polêmicas contrárias a determinado projeto político-partidário. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Os teóricos que se debruçaram em estudar as cidades contemporâneas, também se inclinam para a análise das ferramentas atuais utilizadas nestas cidades, como o planejamento estratégico, amplamente inspirado nas teorias de gestão empresarial, “como que para fazer jus à vocação liberal e competitiva que as cidades supostamente passaram a ter” (FERREIRA, 2003, p. 157). O planejamento estratégico representou uma transposição dos conceitos do planejamento de empresas para o planejamento urbano (KAUFMAN; JACOBS, 1987), sendo na década de 1980 intensamente utilizado pelo setor público, com ênfase no planejamento de cidades (LOPES, 1998), como, por exemplo, São Francisco (Estados Unidos da América), Montreal e Toronto (Canadá), Birmingham, Frankfurt, Paris, Lyon, Madrid, Bilbao, Valença, Málaga, Barcelona e Lisboa (Europa), Sidney e Melbourne (Austrália), Rosário, Mendoza e Buenos Aires (Argentina), Bogotá, Medelín, Cartagena (Colômbia), Monterrey e Guadalajara (México) e Rio de Janeiro, Fortaleza, Campos, Juiz de Fora, Belo Horizonte e Recife (Brasil). O Planejamento Estratégico de Cidades desenvolveu-se face a necessidade de compatibilizar os desafios gerados pela nova estruturação da sociedade urbana, em um mundo globalizado, criando novas demandas e aspirações, com a administração do espaço local. Busca uma visão de futuro, a partir da realidade atual que nos permita evoluir dentro de condições pré-estabelecidas que capacitem a sociedade urbana para enfrentar desafios e obstáculos, dentro de seus próprios termos, minorando aqueles impostos de fora. (LOPES, 1998, p. 87). A ideia que sustenta o conceito é a de que, no mundo da acumulação flexível, em que dominam as "novas" dinâmicas econômicas da globalização, 20 as cidades devem ser mais competitivas na sua capacidade de oferecer a base física para esse novo cenário, e para isso devem ser pensadas não mais como cidades, mas sim como empresas. Existem diversos fatores que não devem ser esquecidos na elaboração de um planejamento estratégico, como o engajamento da população e o apoio da mídia. A mobilização e o engajamento da sociedade urbana, por meio do seu compromisso com a implantação é difícil, porém, [...] a participação ativa e consciente da sociedade é condição essencial para a aceitação do Plano Estratégico de Cidades, permitindo um programa de implantação acelerado dos projetos e alcançar os objetivos propostos, num espaço de tempo previsível. (LOPES, 1998, p. 162). O apoio da mídia é outro fator importante que deve estar presente em todas as etapas, por meio da abertura de canais de comunicação e da participação e comprometimento de seus executivos em todas as fases do processo. CITY MARKETING O city marketing é uma ramificação do planejamento estratégico que trabalha com a promoção e venda das cidades. Essa relação com a cidade- mercadoria faz com que outros autores trabalhem uma abordagem mercadológica. City marketing é definido como a percepção das vantagens da obtenção de investimentos privados e preparação de estruturas de parceria para alcançá-los. O city marketing será tratado [...] como o processo mediante o qual as atividades urbanas estão o mais proximamente possível relacionadas com a demanda de clientes-alvo de forma a maximizar a eficiência social e o funcionamento econômico da área envolvida de acordo com todos os objetivos que tenham sido estabelecidos. (ASHWORTH; VOOGD, 1991, apud SÁNCHEZ, 2003, p. 55). Ele visa à associação de ações para a promoção das cidades, tornando- a atrativa e competitiva e está cada vez mais sendo utilizado no desenvolvimento e planejamento das cidades de grande porte ou turísticas, Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 21 adquirindo, segundo Sánchez (1997), uma centralidade no conjunto das novas políticas urbanas, tornando-se o principal instrumento para alavancar os diversos processos de promoção das cidades. E sua emergência e ascensão corroboram uma nova ideologia do planejamento e ação, resultando em uma nova visão de mundo que se estabelece na orientação dessas políticas (SÁNCHEZ, 2003). As principais ferramentas do city marketing identificadas, a partir da década de 1990, são: i) a arquitetura icônica; ii) os eventos emblemáticos; iii) as “marcas”; iv) o discurso/slogan/logotipo, e v) as parcerias público-privadas. Esses instrumentos são interdependentes, isto é, para o city marketing ocorrer de fato, devem-se usar associações dessas ferramentas, relacionando um tópico com o outro (Organograma 1). Organograma 1. Ferramentas do City Marketing Fonte: Elaborado pela autora. ARQUITETURA ICÔNICA “O signo icônico, ou ícone, representa determinado objeto ou ideia por meio de relação de semelhança visual ou analogia” (MENDES, 2006, p. 18). A mensagem dos ícones é compreendida rapidamente, pois não exige um conhecimento anterior. Já os símbolos “são representações gráficas convencionadas por um grupo ou comunidade (de acordo com sua sociedade e cultura) para representar objetos ou ideias sem que se estabeleçam relações de semelhança entre o representante e o representado” (MENDES, 2006, p. 18). Nesse contexto, como indica Lynch (1997), os símbolos ou conjunto deles, transformam-se em imagem ambiental, onde se associam a conceitos como: identidade, estrutura e significado. 22 Os elementos componentes da estrutura urbana, no contexto sociocultural em que estão inseridos, podem-se transformar em signos icônicos e simbólicos, passando a integrar, num processo espontâneo ou não (complemento nosso), o repertório coletivo das sociedades, repertório esse que depende das características físicas, econômicas, sociais e culturais da sociedade. (MENDES, 2006, p. 45). Os ícones passaram de elementos da natureza (rios, vales, montanhas) para construções edificadas e posteriormente monumentos, etc. Por exemplo, na Mesopotâmia e Egito tínhamos a simbologia do poder e religiosidade por meio dos Zigurates e das pirâmides. Na Antiguidade clássica destacam-se o Parthenon grego e os anfiteatros e aquedutos romanos. Na Idade Média, as catedrais receberam destaque pela sua monumentalidade, que contribuíram para criar novas estruturas urbanas para as cidades. Essa relação simbólica de poder continua sendo utilizada atualmente pelos governantes, em uma tentativa de legitimação de sua posição. Segundo palestra de Henri-Pierre Jeudy2, a estética é talvez mais próxima da política do que a ética, ela não pode estar a serviço do político, mas deve provocar a questão política. Assim, foi-se adaptando e montando uma nova paisagem para as cidades, nas quais se verificam construções como ímãs de atração populacional, econômica e política. O termo edifício icônico, no contexto do planejamento estratégico, é cunhado por Charles Jencks em seu livro “Iconic Building: The power of enigma”. Segundo o autor, os edifícios contemporâneos são duplamente icônicos, pois primeiramente são como imagens reduzidas (como uma espécie de logo) e, em segundo, apresentam semelhanças entre imagens visuais que propiciam o surgimento de “metáforas surpreendentes” (JENCKS, 2005, p. 28). Outras nomenclaturas são utilizadas para falar sobre os edifícios que possuem um impacto diferenciado na paisagem urbana, como “forma global de caráter escultórico” (MONTANER, 2007,p. 36) ou “ícones de grande escala” (HAZAN, 2003, on-line). Esses ícones são utilizados para aumentar a divulgação da 2 Entrevista sobre a palestra “Mais estética e menos ética” que o sociólogo francês proferiu em setembro de 2000, no Instituto dos Arquitetos do Brasil, Rio de Janeiro. In: HAZAN, V. M. Informação, acessibilidade e espaço urbano. Dissertação (mestrado) – IPPUR-UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, 2000. Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 23 cidade e servir como âncora para atração de investimentos, competitividade mundial, entre outros, gerando uma repercussão mundial muito grande por meio da sociedade informacional, “já que os mitos circulam na mídia e na rede com grande rapidez, fazendo deles símbolos além das fronteiras do espaço local” (HAZAN, 2003, on-line). Na cidade mundial contemporânea, a construção dos ícones faz parte de um planejamento estratégico que visa não apenas a revitalizá-lo, mas dar condições de capturar novos incentivos que garantam sua sobrevivência. Algumas cidades do mundo são conhecidas pelos seus ícones, como é o caso dos Emirados Árabes, França (Figuras 1 e 2), Espanha, entre outros. Figuras 1 e 2. Arc de La Défense e Centre National d'Art et de Culture Georges-Pompidou Fonte: Fotos da autora (ano). A inovação é um tópico muito importante para a política de promoção urbana, mas atualmente o que é visto é uma “homogeneização da espetacularização”, onde os arquitetos realizam seus projetos de forma a não levar em consideração as características da cultura local e sim de uma estética global (Figuras 3, 4 e 5). 24 Figuras 3, 4 e 5. Torre Agbar/Glòries projetada pelo Arq. Jean Nouvel (Barcelona), Swiss Re projetado pelo escritório do arq. Norman Foster (Londres) e Burj Doha (Doha) projetada pelo Arq. Jean Nouvel Fonte: Foto da autora/John Salmon (wikimedia commons)/Isabell Schulz (wikimedia commons). EVENTOS EMBLEMÁTICOS Segundo Robertson e Guerrier (2003, p. 291), “grandes eventos emblemáticos são uma forma de as cidades poderem criar uma imagem em nível internacional e atrair investimento externo com o objetivo de promover o crescimento de longo prazo”. As cidades atingiram o objetivo de se tornarem mundiais, segundo Sanchez (1999), utilizando um grande evento internacional e realizando um projeto de transformação urbana com sucesso. Na década de 1990, em Barcelona (Espanha), os eventos sediados pela cidade, como a Copa do Mundo de Futebol em 1982, e as Olimpíadas em 1992 (Figura 6), alavancaram um processo de reestruturação e embelezamento da cidade. Também ocorreu esse processo em Lisboa (Portugal), com a Exposição Universal de 1998 – EXPO 98 (Figura 7). Por meio desses eventos, além de captação de investimentos, houve reformas completas, como o remodelamento dos desenhos urbanos. Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 25 Figuras 6 e 7. Olimpíadas de 1992 em Barcelona – Ícone: Torre de Telecomunicações de Montijuïc projetado pelo Arq. Santiago Calatrava/Expo 98 em Lisboa - Ícone: Pavilhão de Portugal projetado pelo Arq. Álvaro Siza Vieira Fonte: Foto da autora (à esquerda), Raquel N. Rodrigues - wikimedia commons (à direita). Segundo Robertson e Guerrier (2003, p. 305), se os planos de desenvolvimento urbano e do evento são concisos e de longo prazo, e se são consideradas todas as capacidades necessárias, com claras linhas de responsabilidade, então os benefícios podem ultrapassar as perdas. Vale ressaltar que os encontros, eventos, congressos e reuniões ocorridos nas cidades possibilitam um crescimento nas propostas projetuais, uma projeção nacional e internacional das ideias em andamento, maior facilidade em reunir parcerias e uma abertura para novos investidores. No entanto, também podem ocasionar dívida pública, verbas redirecionadas gerando deficiência orçamentária em outras áreas, estruturas abandonadas, entre outros. MARCAS Além das construções de ícones propriamente ditos, alguns edifícios e programas possuem ainda um “valor” adicionado por meio das marcas. Assim, existem três tipos de marcas: i) a marca do edifício, ii) a marca do arquiteto ou urbanista e iii) a marca do programa/intervenção. A marca do edifício é aquela que, inserida em sua construção, leva uma mudança radical em seu entorno e na infraestrutura de uma cidade, apenas pela sua chegada. Um exemplo paradigmático é o museu de Guggenheim. O primeiro museu criado foi o museu Solomon R. Guggenheim (Erro! Fonte de referência não encontrada.8) em Nova Iorque projetado pelo arquiteto Frank Lloyd Wright, que utilizou suas curvas e características do https://commons.wikimedia.org/w/index.php?title=User:Raquel_N._Rodrigues&action=edit&redlink=1 26 modernismo para a criação do edifício. Em uma política expansionista foram criados o Museu Guggenheim Bilbao (Erro! Fonte de referência não encontrada.9) do arquiteto Frank Gehry, o Guggenheim Hermitage Museum em Las Vegas, o Deutsche Guggenheim em Berlim e a Coleção Peggy Guggenheim em Veneza (restaurado e projetado pelo arquiteto Vittorio Gregotti). Figuras 8 e 9. Solomon R. Guggenheim Museum projetado por Frank Lloyd Wright (Nova Iorque - EUA) / Guggenheim Museum Bilbao projetado por Frank Gehry (Bilbao - Espanha) Fonte: Foto da autora (à esquerda), Naotake Murayama - wikimedia commons (à direita). A marca do arquiteto/urbanista é outra forma de conferir ao edifício uma característica adicional, atraindo investimentos para o local. De acordo com Hazan (2003, on-line), os arquitetos conceituados mundialmente ajudam a “mitificar” as construções desde sua concepção. Esse processo de utilizar os arquitetos do star-system internacional representam “[...] uma cartada de peso na grande arena estratégica, a mídia” (CAMPOS; SOMEKH, 2001, p. 175). Alguns exemplos de arquitetos ditos “stars” são: Jean Nouvel, Frank O. Gehry, Oscar Niemeyer, Renzo Piano, Santiago Calatrava, Zaha Hadid, entre outros. A marca do programa/intervenção está intimamente ligada com o próximo tópico, relacionada ao discurso, slogan e logotipo. http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Guggenheim_Hermitage_Museum&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Las_Vegas https://www.flickr.com/people/12832970@N00 Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 27 DISCURSO, SLOGAN E LOGOTIPO Um dos principais elementos que deve ser considerado na formulação de um discurso, segundo Mendes (2006), refere-se ao grupo de pessoas que se pretende atingir (o público-alvo) e quais características ele possui (faixa etária, gênero, nível sociocultural, costumes, etc.). Entretanto, segundo a autora, os emissores (pessoas que farão os discursos) devem possuir alguma ligação com o seu receptor (público-alvo), por assemelhar-se com eles ou por ser referência de sucesso, credibilidade e respeito. Trata-se, segundo Sanchez et al. (2004), de apresentações orais voltadas para a instauração de um clima (e de um espírito) pretensamente dinamizador e empreendedor na cidade. Os promotores do city marketing utilizam termos como “sinergias”, “parcerias”, “competitividade”, “sustentabilidade ambiental”, “pertencimento”, “cidadania”, “eficiência”, entre outros. Esses autores defendem que a lealdade ao lugar e o sentido de pertencimento estimulados pelos “projetos de cidade” em curso, têm significado político: incidem tanto nas mentalidades coletivas quanto no território (SANCHEZ, 2001, p. 36). O discurso também está relacionado com obras de promoção urbana quando o poder público passa a listar em seus pronunciamentos o repertório de edifícios na cidade assinados por grandes arquitetos como sinal indicador do seu processo de internacionalização. As intervenções urbanas e as cidades, que têm como embasamentoo planejamento estratégico, possuem como diretriz de divulgação o slogan juntamente com o discurso (Quadro 1). Esse slogan procura resumir e enfatizar o principal objetivo do programa ou da cidade, buscando uma abordagem direta e de grande impacto para a população (escala menor) e no âmbito nacional e internacional (escala maior). Alguns exemplos são: 28 Quadro 1. Discursos e slogans das cidades de Curitiba e Rio de Janeiro (Brasil), Barcelona (Espanha) e Nova Iorque (Estados Unidos) Fonte: Elaborado pela autora. É importante observar também que os slogans normalmente vêm acompanhados de um logotipo (Figuras 10, 11 e 12). Ele é desenvolvido para reforçar a mensagem do slogan ou do programa e fixá-lo nos usuários alvo. Esse logotipo também está relacionado com a publicidade, que é [...] um processo de comunicação persuasiva, de caráter impessoal e controlado, que, através dos meios massivos e de forma que o receptor identifique o emissor, dá a conhecer um produto ou serviço, com o objetivo de informar e influir em sua compra ou aceitação (GOMES, 2003, p. 42). Curitiba “Capital Social” – reforçando a qualidade de vida da população. “Capital Ecológica” com base no índice de áreas verdes da cidade (50 m²/hab) resultado do programa de arborização e inserção de parques em Curitiba. “Cidade do Primeiro Mundo” – relacionado com o transporte público e com a qualidade de vida da cidade. Rio de Janeiro “Cidade Maravilhosa” – para valorizar as belezas naturais e artificiais da cidade. “Rio Sempre Rio” e “As cidades da Cidade” – duas vertentes do planejamento estratégico do Rio de Janeiro (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO). “Urbanismo de Volta às Ruas” – slogan do programa Rio Cidade que procurou enfatizar como a administração voltou a se preocupar com os pedestres, as vias e fluxos. Barcelona “Barcelona, posa´t guapa” (Barcelona, ponha-se bonita) e “Barcelona, mais que nunca” - despertar o sentimento de pertencimento da população em relação a cidade. Nova Iorque “I love NY” (Eu amo Nova Iorque) – campanha para enfocar o grau de pertencimento da população com sua cidade. Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 29 Figuras 10, 11 e 12. Logotipos de eventos emblemáticos, programas de política pública e institutos de urbanismo Logotipo da Exposição Universal de 1998 em Lisboa – Portugal. Logotipo do programa Eixo Tamanduatehy em Santo André - Brasil Logotipo do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba – Brasil. Fonte: Irm.isr.ist.utl.pt/Prefeitura Municipal de Santo André/IPPUC. PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS A última ferramenta é a parceria público-privada, muito utilizada no planejamento estratégico de promoção urbana. No processo de empresariamento urbano (HARVEY, 1996), a formação de parcerias entre o setor público e a iniciativa privada “constitui-se em um dos principais pilares das novas feições e estrutura do governo urbano sintonizado na competitividade” (SANCHEZ et al., 2004, p. 49). As parcerias buscam implementar meios de obter financiamento para as obras frente à crise fiscal e à escassez de recursos públicos, escapar dos regulamentos e/ou impedimentos da máquina pública e facilitar a confecção de novas formatações jurídicas, burocrático-administrativas e financeiras para a execução dos projetos (SANCHEZ et al., 2004). Complementando, os autores relatam que as parcerias público-privadas são compreendidas como condição principal e um dos principais recursos para a realização de um projeto, ocorrendo assim uma flexibilização do programa básico conforme os interesses desses agentes, chegando à mudança de temas e dimensões dos projetos. No entanto, é de extrema importância uma relação dual de equilíbrio entre as partes, para que o setor privado não dite a forma de planejar exclusivamente seguindo seus interesses, em detrimento do que seria melhor para a cidade. Vale ressaltar também que, como indica Sanchez (2003, p. 53), além de parcerias público-privadas, ocorre em alguns projetos ou programas um comprometimento das agências de cooperação, instituições multilaterais e 30 organizações supranacionais, como o Banco Mundial, a ONU (Organização das Nações Unidas), o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e a Comunidade Europeia. Segundo a autora, a identificação dessa ligação política entre as agências multilaterais de cooperação e alguns dos “principais ideólogos encarregados da difusão do ‘novo modelo de gestão urbana’ [...] permite o entendimento das conexões entre o chamado ‘pensamento global’ e a ideologia neoliberal”, fazendo com que um determinado ‘modelo’” de cidade se constitua como um pensamento geral de todas as nações, encarregadas de difundir um ideário, políticas e práticas de planejamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS O processo de city marketing e sua influência no planejamento ocorre pela facilidade com que essa ferramenta incorpora novas formas de comunicação, interfere na renovação das formas espaciais e imprime marcas no espaço urbano. Essa produção de espaço possui muitos benefícios, como a atração de investimentos e pessoas, o incremento do turismo, o desenvolvimento estético e estrutural, entre outros. Mas é indispensável que sejam investigados os aspectos negativos dessas ações, para que no futuro essas ferramentas possam ser utilizadas para o benefício da população e para uma melhoria no seu desempenho em relação a cidade como um todo. Nas análises realizadas em relação às ferramentas de city marketing, foi possível verificar alguns fatores que desempenham uma ação negativa nas intervenções de promoção urbana, como: i) as parcerias ditando a forma de planejar; ii) a padronização arquitetônica e urbanística; iii) a criação de cenários; iv) a expulsão da população das áreas que receberam as intervenções, e v) o enfraquecimento das culturas e tradições locais. As parcerias público-privadas ditando a forma de planejar é um processo difícil de ser desconectado das intervenções, pois o poder público necessita delas para que seu projeto produza fluxo (de pessoas, mercadorias e capital) e garanta investimentos. O importante é determinar qual a força que elas detêm, para que não ultrapasse a do poder público. A parceria privada deve trabalhar como colaboradora, mas não como detentora de regras preestabelecidas por elas. Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 31 A padronização arquitetônica pode ser vista de duas maneiras: da forma e do arquiteto. A primeira é o caso de a arquitetura monumental não possuir uma característica específica para cada local, descartando as tradições, a cultura e os materiais da região. Qualquer lugar que detenha capital suficiente para um megaprojeto, poderá inserir em sua malha urbana uma torre em forma de elipse, uma estrutura geométrica desconstruída ou até mesmo com formato de navio, flores, entre outras. Segundo Sánchez (2003) essas novas formas de produção do espaço vêm criando nas cidades os chamados espaços de renovação que são cada vez mais homogêneos no mundo todo, uma vez que são moldados em decorrência de valores culturais e hábitos de consumo do espaço tornados dominantes na escala mundial. A segunda situação é quando as características do arquiteto homogeneízam seu próprio projeto em qualquer lugar que ele o desenvolva. O arquiteto, preso ao estilo que lhe foi concedido a fama, torna-se “escravo” formal e estético, produzindo uma infinidade de trabalhos semelhantes. A arquitetura icônica é um instrumento importante do planejamento urbano, incrementando o turismo e atraindo maior visibilidade, portanto, não é defendida a eliminação dessas construções e sim a valorização do local, fazendo com que o projeto reflita, além da característica de cadaarquiteto, a cultura, história e estética própria do local a ser inserido. Ainda em relação aos ícones arquitetônicos está a criação de cenários que não condizem com a verdadeira situação da população. Os espaços públicos anteriormente destinados às trocas de sociabilidade, o verdadeiro espaço vivenciado, passa à condição de representação de um espaço artificial, desvinculado dos residentes e usuários, visto que é constituído de uma só vez, sem considerar as tradições e as identidades locais. A cidade pode, e merece, receber projetos novos, reestruturação da malha urbana e desenvolvimento urbano, mas o que não deve acontecer é a estruturação de apenas uma parte da cidade em detrimento das outras. Existe “um descompasso entre a apropriação simbólica dos espaços modernizados e a apropriação efetiva dos produtos da modernização, com inclusões e exclusões ordenadoras dos usos sociais” (SANCHEZ, 2003, p. 34). Ocorre assim, como identifica Lima (2004), uma teatralização da vida pública, que exclui a primitiva população desses espaços que são regidos pelo poder público e pelos interesses corporativos. Esse processo que “incorpora e ao mesmo tempo dissimula: relações sociais 32 bem como a forma como se dão essas relações" (LEFEBVRE, 1998, p. 81), faz com que essa população seja expulsa, tanto horizontalmente (para bairros periféricos) como verticalmente (para outros níveis da terra). A expulsão ou fuga vertical pode ser exemplificada com a cidade de Xangai, onde o comércio informal da população ocorre no subsolo, contrastando com o térreo, rico e esteticamente bem elaborado. Se o city marketing, a partir dos estudos teóricos e das análises dos projetos realizados, incluir a utilização de ferramentas em prol de um bem comum, o processo de promoção urbana poderá ser aplicada em várias localidades, não só em “cidades globais”, realizando um “novo planejamento urbano” onde a população poderá ter orgulho de morar na cidade. REFERÊNCIAS ARANTES, O. B. F. O urbanismo em fim de linha. São Paulo: Edusp, 1998. ______. Uma estratégia fatal: a cultura nas novas gestões urbanas. In: ARANTES, O.; VAINER, C.; MARICATO, E. A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2007. p. 14-16. ASCHER, F. Metropolização e transformação dos centros das cidades. In MEYER, R. M. P. (Org.). Os centros das metrópoles: reflexões e propostas para a cidade democrática do século XXI. São Paulo: Terceiro Nome; Viva o Centro; Imprensa Oficial do Estado, 2001. ASHWORTH, G. J.; VOOGD, H. Selling the city: marketing approaches in public sector urban planning. 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