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CAPÍTULO-LIVRO_2020_Projetos-e-intervencoes-na-cidade-contemporanea

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Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 1 
 
Organizadoras 
Sandra Medina Benini 
Geise Brizotti Pasquotto 
 
 
 
Projetos e intervenções 
na cidade contemporânea 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
ANAP 
Tupã/SP 
2 
 
2020 
EDITORA ANAP 
Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista 
Pessoa de Direito Privado Sem Fins Lucrativos, fundada em 14 de setembro de 2003. 
www.editoraanap.org.br 
editora@amigosdanatureza.org.br 
 
Revisão Ortográfica - Smirna Cavalheiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Índice para catálogo sistemático 
Brasil: Planejamento Urbano 
 
 
B467p Projetos e intervenções na cidade contemporânea / Sandra Medina 
Benini; Geise Brizotti Pasquotto (orgs). 1 ed. – Tupã: ANAP, 2020. 
 
 208 p; il.; 14.8 x 21cm 
 
Requisitos do Sistema: Adobe Acrobat Reader 
ISBN 978-65-86753-12-7 
 
1. Ambiente 2. Cidade 3. Planejamento 
I. Título. 
 
CDD: 710 
CDU: 710/49 
 
Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 3 
 
 
COMISSÃO CIENTÍFICA INTERNACIONAL 
 
Prof. Dr. Carlos Andrés Hernández Arriagada 
Prof. Dr. Eduardo Salinas Chávez - Universidade de La Habana, PPGG, UFGD-MS 
Prof. Dr. Eros Salinas Chàvez - UFMS /Aquidauana Post doctorado 
Prof. Dr. Josep Muntañola Thornberg - UPC -Barcelona, Espanha 
Prof. Dr. José Seguinot - Universidad de Puerto Rico 
Prof. Dr. Miguel Ernesto González Castañeda - Universidad de Guadalajara - México 
Prof. Dr. Oscar Buitrago Bermúdez - Universidad Del Valle - Cali, Colombia 
Prof. Dr. Paulo Nuno Maia de Sousa Nossa - Universidade de Coimbra 
 
COMISSÃO CIENTÍFICA NACIONAL 
 
Prof. Dr. Adeir Archanjo da Mota - UFGD 
Prof. Dr. Adriano Amaro de Sousa - Fatec de Itaquaquecetuba-SP 
Profa. Dra. Alba Regina Azevedo Arana - UNOESTE 
Prof. Dr. Alessandro dos Santos Pin -Centro Universitário de Goiatuba 
Prof. Dr. Alexandre Carneiro da Silva 
Prof. Dr. Alexandre França Tetto - UFPR 
Prof. Dr. Alexandre Gonçalves - Faculdade IMEPAC Itumbiara 
Prof. Dr. Alexandre Sylvio Vieira da Costa - UFVJM 
Prof. Dr. Alfredo Zenen Dominguez González - UNEMAT 
Profa. Dra. Alina Gonçalves Santiago - UFSC 
Profa. Dra. Aline Werneck Barbosa de Carvalho - UFV 
Prof. Dr. Alyson Bueno Francisco - CEETEPS 
Profa. Dra. Ana Klaudia de Almeida Viana Perdigão - UFPA 
Profa. Dra. Ana Lúcia de Jesus Almeida - UNESP 
Profa. Dra. Ana Lúcia Reis Melo Fernandes da Costa - IFAC 
Profa. Dra. Ana Paula Branco do Nascimento – UNINOVE 
Profa. Dra. Ana Paula Fracalanza – USP 
Profa. Dra. Ana Paula Novais Pires 
Profa. Dra. Ana Paula Santos de Melo Fiori - IFAL 
Prof. Dr. André de Souza Silva - UNISINOS 
Profa. Dra. Andrea Aparecida Zacharias – UNESP 
Profa. Dra. Andrea Holz Pfutzenreuter – UFSC 
Prof. Dr. Antonio Carlos Pries Devide - Polo Regional Vale do Paraiba - APTA/SAA 
Prof. Dr. Antonio Cezar Leal - FCT/UNESP 
Prof. Dr. Antonio Fábio Sabbá Guimarães Vieira - UFAM 
Prof. Dr. Antonio Marcos dos Santos - UPE 
Prof. Dr. Antônio Pasqualetto -PUC Goiás e IFG 
Prof. Dr. Antonio Soukef Júnior - UNIVAG 
Profa. Dra. Arlete Maria Francisco - FCT/UNP 
Profa. Dra. Beatriz Ribeiro Soares - UFU 
Profa. Dra. Carla Rodrigues Santos - Faculdade FASIPE 
Prof. Dr. Carlos Eduardo Fortes Gonzalez – UTFPR - Curitiba 
Profa. Dra. Carmem Silvia Maluf – Uniube 
Profa. Dra. Cássia Maria Bonifácio - UFSCar 
Profa. Dra. Célia Regina Moretti Meirelles - UPM 
4 
 
Prof. Dr. Cesar Fabiano Fioriti - FCT/UNESP 
Prof. Dr. Cledimar Rogério Lourenzi - UFSC 
Profa. Dra. Cristiane Miranda Martins - IFTO 
Prof. Dr. Christiano Peres Coelho – UFJ 
Profa. Dra. Dayana Aparecida Marques de Oliveira Cruz - IFSP 
Prof. Dr. Daniel Sant'Ana - UnB 
Profa. Dra. Daniela de Souza Onça - FAED/UESP 
Prof. Dr. Darllan Collins da Cunha e Silva - UNESP 
Profa. Dra. Denise Antonucci - UPM 
Profa. Dra. Diana da Cruz Fagundes Bueno - UNITAU 
Prof. Dr. Edson Leite Ribeiro - Unieuro - Brasília / Ministério das Cidades 
Profa. Dra. Edilene Mayumi Murashita Takenaka - FATEC de Presidente Prudente 
Prof. Dr. Edvaldo Cesar Moretti - UFGD 
Profa. Dra. Eliana Corrêa Aguirre de Mattos - UNICAMP 
Profa. Dra. Eloisa Carvalho de Araujo - UFF 
Profa. Dra. Eneida de Almeida - USJT 
Prof. Dr. Erich Kellner – UFSCar 
Profa. Dra. Eva Faustino da Fonseca de Moura Barbosa - UEMS 
Profa. Dra. Fátima Aparecida da SIlva Iocca - UNEMAT 
Prof. Dr. Felippe Pessoa de Melo - Centro Universitário AGES 
Prof. Dr. Fernanda Silva Graciani - UFGD 
Prof. Dr. Fernando Sérgio Okimoto – UNESP 
Profa. Dra. Flávia Akemi Ikuta - UFMS 
Profa. Dra. Flávia Maria de Moura Santos - UFMT 
Profa. Dra. Flávia Rebelo Mochel - UFMA 
Prof. Dr. Flavio Rodrigues do Nascimento - UFC 
Prof. Dr. Francisco Marques Cardozo Júnior - UESPI 
Prof. Dr. Frederico Braida Rodrigues de Paula - UFJF 
Prof. Dr. Frederico Canuto - UFMG 
Prof. Dr. Frederico Yuri Hanai – UFSCar 
Profa. Dra. Geise Brizotti Pasquotto - UNESP 
Prof. Dr. Gabriel Luis Bonora Vidrih Ferreira - UEMS 
Profa. Dra. Gelze Serrat de Souza Campos Rodrigues - UFU 
Prof. Dr. Generoso De Angelis Neto - UEM 
Prof. Dr. Geraldino Carneiro de Araújo - UFMS 
Profa. Dra. Gianna Melo Barbirato - UFAL 
Prof. Dr. Gilivã Antonio Fridrich – Faculdade DAMA 
Prof. Dr. Glauco de Paula Cocozza – UFU 
Profa. Dra. Iracimara de Anchieta Messias - FCT/UNESP 
Profa. Dra. Irani Lauer Lellis - UFOPA 
Profa. Dra. Isabel Crisitna Moroz Caccia Gouveia - FCT/UNESP 
Profa. Dra. Jakeline Aparecida Semechechem - UENP 
Profa. Dra. Jakeline Santos Cochev da Cruz 
Prof. Dr. João Adalberto Campato Jr. - - Universidade BRASIL 
Prof. Dr. João Cândido André da Silva Neto - UEA 
Prof. Dr. João Carlos Nucci - UFPR 
Prof. Dr. João Paulo Peres Bezerra - UFFS 
Prof. Dr. João Roberto Gomes de Faria - FAAC/UNESP 
Prof. Dr. José Aparecido dos Santos - FAI 
Prof. Dr. José Mariano Caccia Gouveia - FCT/UNESP 
Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 5 
 
Prof. Dr. José Queiroz de Miranda Neto – UFPA 
Prof. Dr. Josinês Barbosa Rabelo - Centro Universitário Tabosa de Almeida 
Profa. Dra. Jovanka Baracuhy Cavalcanti Scocuglia - UFPB 
Profa. Dra. Juliana de Oliveira Vicentini 
Profa. Dra. Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro -Universidade BRASIL 
Prof. Dr. Junior Ruiz Garcia - UFPR 
Profa. Dra. Karin Schwabe Meneguetti – UEM 
Profa. Dra. Katia Sakihama Ventura - UFSCar 
Prof. Dr. Leandro Gaffo - UFSB 
Prof. Dr. Leandro Teixeira Paranhos Lopes -Universidade BRASIL 
Profa. Dra. Leda Correia Pedro Miyazaki - UFU 
Profa. Dra. Leonice Domingos dos Santos Cintra Lima - Universidade BRASIL 
Profa. Dra. Leonice Seolin Dias - ANAP 
Profa. Dra. Lidia Maria de Almeida Plicas - IBILCE/UNESP 
Profa. Dra. Lilian Keila Barazetti – UNOESTE 
Profa. Dra. Liriane Gonçalves Barbosa 
Profa. Dra. Lisiane Ilha Librelotto - UFS 
Profa. Dra. Lucy Ribeiro Ayach - UFMS 
Profa. Dra. Luciana Ferreira Leal - FACCAT 
Profa. Dra. Luciane Lobato Sobral - UEPA 
Profa. Dra. Luciana Márcia Gonçalves – UFSCar 
Prof. Dr. Luiz Fernando Gouvêa e Silva - UFG 
Prof. Dr. Marcelo Campos - FCE/UNESP 
Prof. Dr. Marcelo Real Prado - UTFPR 
Profa. Dra. Marcia Eliane Silva Carvalho - UFS 
Prof. Dr. Márcio Rogério Pontes - EQUOIA Engenharia Ambiental LTDA 
Profa. Dra. Margareth de Castro Afeche Pimenta - UFSC 
Profa. Dra. Maria Ângela Dias - UFRJ 
Profa. Dra. Maria Ângela Pereira de Castro e Silva Bortolucci - IAU 
Profa. Dra. Maria Augusta Justi Pisani - UPM 
Profa. Dra. María Gloria Fabregat Rodríguez - UNESP 
Profa. Dra. Maria Helena Pereira Mirante – UNOESTE 
Profa. Dra. Maria José Neto - UFMS 
Profa. Dra. Maristela Gonçalves Giassi - UNESC 
Profa. Dra. Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira - UFMT 
Profa. Dra. Martha Priscila Bezerra Pereira - UFCG 
Prof. Dr. Maurício Lamano Ferreira - UNINOVE 
Profa. Dra. Nádia Vicência do Nascimento Martins - UEPA 
Profa. Dra. Natacha Cíntia Regina Aleixo - UEA 
Profa. Dra. Natália Cristina Alves 
Prof. Dr. Natalino Perovano Filho - UESB 
Prof. Dr. Nilton Ricoy Torres - FAU/USP 
Profa. Dra. Olivia de Campos Maia Pereira - EESC - USP 
Profa.Dra. Onilda Gomes Bezerra - UFPE 
Prof. Dr. Paulo Alves de Melo – UFPA 
Prof. Dr. Paulo Cesar Rocha - FCT/UNESP 
Prof. Dr. Paulo Cesar Vieira Archanjo 
Profa. Dra. Priscila Varges da Silva - UFMS 
Profa. Dra. Regina Célia de Castro Fereira - UEMA 
Prof. Dr. Raul Reis Amorim - UNICAMP 
6 
 
Prof. Dr. Renan Antônio da Silva - UNESP – IBRC 
Profa. Dra. Renata Morandi Lóra - IFES 
Profa. Dra. Renata Ribeiro de Araújo - - FCT/UNESP 
Prof. Dr. Ricardo de Sampaio Dagnino - UFRGS 
Prof. Dr. Ricardo Toshio Fujihara - UFSCar 
Profa. Dra. Risete Maria Queiroz Leao Braga – UFPA 
Profa. Dra. Rita Denize de Oliveira - UFPA 
Prof. Dr. Rodrigo Barchi - UNISO 
Prof. Dr. Rodrigo Cezar Criado - TOLEDO / Prudente Centro Universitário 
Prof. Dr. Rodrigo Gonçalves dos Santos - UFSC 
Prof. Dr. Rodrigo José Pisani - UNIFAL-MG 
Prof. Dr. Rodrigo Santiago Barbosa Rocha - UEPA 
Prof. Dr. Rodrigo Simão Camacho - UFGD 
Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Araujo - UFMA 
Profa. Dra. Roselene Maria Schneider - UFMT 
Prof. Dr. Salvador Carpi Junior - UNICAMP 
Profa. Dra. Sandra Mara Alves da Silva Neves - UNEMAT 
Prof. Dr. Sérgio Augusto Mello da Silva - FEIS/UNESP 
Prof. Dr. Sergio Luis de Carvalho - FEIS/UNES 
Profa. Dra. Sílvia Carla da Silva André - UFSCar 
Profa. Dra. Silvia Mikami G. Pina - Unicamp 
Profa. Dra. Simone Valaski - UFPR 
Profa. Dra. Sueli Angelo Furlan - USP 
Profa. Dra. Tânia Fernandes Veri Araujo - IF Goiano 
Profa. Dra. Tânia Paula da Silva – UNEMAT 
Profa. Dra. Tatiane Bonametti Veiga - UNICENTRO 
Prof. Dr. Thiago Ferreira Dias Kanthack 
Profa. Dra. Vera Lucia Freitas Marinho – UEMS 
Prof. Dr. Vilmar Alves Pereira - FURG 
Prof. Dr. Vitor Corrêa de Mattos Barretto - FCAE/UNESP 
Prof. Dr. Xisto Serafim de Santana de Souza Júnior - UFCG 
Prof. Dr. Wagner de Souza Rezende - UFG 
Profa. Dra. Yanayne Benetti Barbosa 
 
 
Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 7 
 
ORGANIZADORAS DA OBRA 
 
Sandra Medina Benini 
Possui Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela UNIMAR (1995), Graduação em Direito pela 
FADAP (2005), Graduação em Geografia pelo Claretiano (2014), Especialização em Administração 
Ambiental pela FACCAT (2005), Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho pela 
UNILINS (2008), Especialização em Direito Público com ênfase em Gestão Pública pela Faculdade 
IBMEC-SP (2019), Especialização em Direito de Família e Sucessões pela Faculdade IBMEC-SP 
(2020), Mestrado em Geografia pela FCT/UNESP (2009), Doutorado em Geografia pela 
FCT/CUNESP (2015), Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana 
Mackenzie, bolsista CAPES/Prosup (2016) e Pós-doutorado Arquitetura e Urbanismo pela 
FAAC/UNESP, bolsista PNPD/Capes (2017). Tem experiência na área de Planejamento Urbano e 
Regional, Planejamento Ambiental e Direito Urbanístico. 
 
Geise Brizotti Pasquotto 
 Doutora em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade de São Paulo - USP (2016) com o 
tema "Edifício Cultural como Estratégia de Intervenção Urbana: A Cidade das Artes na Barra da 
Tijuca, Rio de Janeiro". Mestre na área de arquitetura e construção pela Universidade Estadual de 
Campinas - UNICAMP (2011) com o tema "Edifícios Culturais e a Reabilitação de Áreas Centrais: O 
Complexo Cultural Teatro da Dança de São Paulo". Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela 
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP (2006). Possui vasta experiência 
como docente no ensino superior atuando em diversas faculdades, como na Universidade 
Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (UNESP), na Pontifícia Universidade Católica de 
Campinas (PUC-Campinas), Universidade São Francisco, entre outras. Como pesquisadora atua na 
área de Teoria do Urbanismo, Intervenções Urbanas, Projetos Urbanos, Planejamento Urbano e 
Regional e Técnicas de Análise do Espaço Urbano. 
Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 9 
 
SUMÁRIO 
 
PREFÁCIO .......................................................................................... 
Maria Augusta Justi Pisani 
 
 
11 
Capítulo 1 ......................................................................................... 
PROJETOS URBANOS NA CIDADE CONTEMPORÂNEA: O 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E O CITY MARKETING 
Geise Brizotti Pasquotto 
 
15 
Capítulo 2 ......................................................................................... 
REESTRUTURAÇÕES URBANAS DA ZONA PORTUÁRIA DO 
RIO DE JANEIRO: DA CAPITAL COLONIAL AO PORTO 
MARAVILHA 
Laura De Bona; Manoel Lemes da Silva Neto 
 
35 
Capítulo 3 ......................................................................................... 
O CENÁRIO DA ROCINHA PELA ANÁLISE DA GRAMÁTICA DA 
FORMA 
Maria Angela Dias; Margaret Lica Chokyu 
 
59 
Capítulo 4 ....................................................................................... 
COPACABANA: O BAIRRO, A ORLA E AS TERRITORIALIDADES 
ESPORTIVAS 
Marcelo Ribeiro Tavares; Lilian Fessler Vaz; Madalena Cunha Matos 
 
85 
Capítulo 5 ........................................................................................ 
O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DA CIDADE DE SANTOS: 
CORRELAÇÕES ENTRE LOCAL, NACIONAL E GLOBAL | 1532-
1930 
Hilmar Diniz Paiva Filho; Roberto Righi 
 
 
 
 
101 
Geise
Realce
10 
 
Capítulo 6 ........................................................................................ 
INTERVENÇÕES EFÊMERAS E LÚDICAS NA CIDADE 
CONTEMPORÂNEA 
Isabela de Mattos Ferreira; Frederico Braida; Vera Lúcia Nojima 
 
123 
Capítulo 7 ........................................................................................ 
MOBILIÁRIO URBANO E SIGNIFICAÇÃO DA VIDA NA CIDADE 
Antonio Ferreira Colchete Filho; Lucia Maria Sá Antunes Costa; 
Juliana Varejão Giese; Karine Dias de Jesus; Fernando Araújo Costa 
 
141 
Capítulo 8 ......................................................................................... 
EM BUSCA DO BOM LUGAR: O PARKLET COMO FORMA DE 
INTERVENÇÃO URBANA 
Maria de Lourdes Carneiro da Cunha Nóbrega; Isabella Trindade 
 
155 
Capítulo 9 ....................................................................................... 
REQUALIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS DO EIXO 
HISTÓRICO DE SANTO AMARO, SÃO PAULO 
Luciana Monzillo de Oliveira; Thaty Tamara Baldini Galvão; Milena 
Formagio Kikuchi; Natacha Viana Seabra de Freitas; Isabella Silva 
de Serro Azul; Samuel Bertrand Melo Nazareth 
 
177 
Capítulo 10 ........................................................................................ 
IMPRESSÕES DE UM CENTRO HISTÓRICO: ESTUDO DE CASO 
DO MUNICÍPIO DE CUIABÁ 
Antonio Busnardo Filho; Antonio Soukef Júnior; Helena Napoleon 
Degreas 
 
 
195 
 
 
Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 15 
 
Capítulo 1 
 
PROJETOS URBANOS NA CIDADE CONTEMPORÂNEA: O 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E O CITY MARKETING 
 
Geise Brizotti Pasquotto1 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
No século XX notou-se a consolidação das chamadas cidades globais, 
que se configuram, segundo Carvalho (2000, p. 72), "como ‘nó’ ou ‘ponto 
nodal’ entre a economia nacional e o mercado mundial”. Essas aglomerações 
concentram vastos recursos financeiros, indústrias de liderança, grandes 
empresas transnacionais e exercem influência na ordem econômica e social 
mundial. 
O poder local, como já apontara Harvey (1996), abandonou a posição 
prevalente nos anos 1960 de gerenciador da cidade, e adotou, a partir dos anos 
1980, uma postura de gestor empresarial, ou seja, pautado no 
“empreendedorismo urbano” em relação ao desenvolvimento econômico. 
Dessa forma, na década de 1990, as cidades intencionais são 
construídas para reduzir as ameaças e potencializar as oportunidades, 
buscando uma visão futura com o apoio da sociedade, num esforço mútuo 
(LOPES, 1998). Os projetos, dentro de uma sociedade urbana plural de 
desenvolvimento estratégico, procuraram uma identidade em cada local de 
intervenção e uma forma de expor tal imagem mundialmente. 
Verifica-se que, por meio de uma economiaglobal da sociedade em 
rede, um dos principais objetivos das cidades globais é a competitividade 
utilizada para responder às demandas externas e atrair recursos humanos e 
financeiros internacionais (BORJA; FORN, 1996). Diante da necessidade de 
competir, as cidades passam a assegurar seu status por meio da transformação 
do espaço em vitrine, exercendo consequências marcantes para o 
 
1 Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UNESP, mestra em Arquitetura e Construção pela 
UNICAMP e doutora em Planejamento Urbano e Regional pela USP. E-mail: geisebp@gmail.com 
16 
 
planejamento estratégico. Deste modo, as cidades passam a constituir 
produtos que são comercializados (BENACH, 1997). Se a forma de exposição 
ou seu objeto forem bem definidos por ocasião do planejamento estratégico, 
geralmente a cidade se sobressai no contexto da competição global. 
Duas ações foram de grande importância, segundo Vargas e Castilho 
(2009), neste processo. A primeira, o capital imobiliário, criou localizações 
privilegiadas e induziu à demanda por intermédio da oferta. A segunda, o poder 
público local, buscou a valorização positiva da imagem da cidade para a 
captação de investimentos externos destinados ao desenvolvimento da 
economia urbana. Juntos, adotaram o planejamento de mercado (ASHWORTH; 
VOOGD, 1991) e introduziram as técnicas de promoção urbana. 
Tal mecanismo institucional de promoção e venda das cidades é 
conhecido por city marketing. A emergência e ascensão desse processo 
“indicam também a emergência e ascensão de uma nova ideologia do 
planejamento e ação, uma nova visão de mundo que se impõe na orientação 
dessas políticas” (SÁNCHEZ, 2003, p. 26). Esse processo e influência no 
planejamento ocorre pela facilidade com que essa ferramenta incorpora novas 
tecnologias de comunicação e informação e que, mediante o vínculo com 
novas políticas e representações sociais, intervém na renovação das formas 
espaciais e imprime marcas no espaço urbano (SÁNCHEZ, 1999). 
Segundo Sánchez (1999, p. 1), a valorização do city marketing também 
seria fruto da atual conjuntura econômica mundial, “seus modelos de 
desenvolvimento, suas funções e suas morfologias”. Nesse cenário se 
perceberia um aumento contínuo nos níveis de competitividade entre os 
lugares e os próprios setores (áreas, bairros) distintos de uma mesma cidade, 
como também pela adoção do receituário neoliberal da livre concorrência, já 
que o capital cada vez mais especulativo enxergaria até mesmo as cidades 
como locais de investimento, caso elas fossem capazes de gerar uma 
expectativa de ganhos futuros. 
 
PROJETOS URBANOS E A CIDADE 
 
Os estudos dos projetos urbanos, cada vez mais recorrentes na 
literatura anglo-saxônica, possuem escassas análises nas literaturas nacionais 
e latino-americanas. Um dos aspectos que diferem tais estudos é o enfoque 
Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 17 
 
pontual das intervenções na América do Sul, dificultando a identificação de 
projetos estratégicos capazes de alterar o todo urbano (Master Plan) das 
cidades onde são implementados. 
Desta forma, podem-se dividir as intervenções urbanas em dois eixos: 
os Grandes Projetos Urbanos (GPUs) e os projetos de intervenção pontual 
concentrada. Nos Projetos Urbanos, devido a esta escala, trabalham com a 
premissa que sua implantação não é totalmente determinada (PORTAS, 2003, 
on-line), mas sim que seu processo é aberto, com retroalimentações, pois ele 
está sujeito a frequentes readaptações a partir das exigências de circunstâncias 
cambiáveis e pela dinâmica de interação entre os atores envolvidos (ASCHER, 
2001). Os projetos urbanos de intervenção pontual concentrada investem 
vultosos recursos em algumas estruturas ou edificações, dotados de 
visibilidade midiática, consideradas capazes de disseminar contaminações 
positivas (VAZ, 2003) sobre o entorno e de contribuir para a constituição de 
uma nova imagem urbana. 
A literatura sobre os GPUs está dividida em três vertentes: os críticos, 
os defensores e os neutros. A primeira vertente defende que tais projetos são 
mais uma estratégia de dominação levada adiante no âmbito do planejamento 
e das intervenções sobre o território (ARANTES, 2007; HARVEY, 1996; 
MOULAERT; RODRÍGUEZ; SWYNGEDOUW, 2003). Defendem também que os 
projetos são de interesse de uma minoria capaz de apropriar-se de seus 
resultados financeiros e de elementos obrigatórios em ações do chamado 
Planejamento Estratégico. Arantes (1998, p. 25) denuncia que os Grandes 
Projetos urbanos são “[...] uma espécie de panaceia que por vezes não passa 
de recurso publicitário, quando não, inclusive, de inibição e controle cultural e 
social”. 
Para outros, os GPUs são uma forma para enfrentar a alienação que 
acompanha os processos recentes da expansão capitalista (BORJA; CASTELLS, 
1997; ASCHER, 2001). Segundo Oliveira e Lima Junior (2009), tais 
posicionamentos podem ser englobados em dois grandes grupos: os 
apologistas e os críticos (Quadro 1). 
 
 
 
 
18 
 
Quadro 1. Diferentes perspectivas sobre os grandes projetos urbanos: apologistas e críticos 
 
DIFERENTES PERSPECTIVAS SOBRE OS GRANDES PROJETOS URBANOS 
APOLOGISTAS CRÍTICOS 
Desenvolvidos em redes sociais baseadas em 
confiança mútua e dependentes de 
mecanismos de negociação e coordenação, 
para acomodarem diferentes interesses. 
O poder de decisão sobre os GPUs é detido 
por atores de uma região específica do 
espaço social, o que os configura como 
elitistas e autoritários. 
Baseados numa representação do espaço 
contemporâneo em termos de globalização e 
competição: decisões são tomadas em 
referência a escalas que ultrapassam a 
comunidade e o entorno imediato do projeto. 
Os GPUs subordinam o local aos interesses 
globais. 
Dependentes de uma formulação da questão 
urbana em torno da ideia de crise e 
reestruturação econômica, pelo que são 
voltados para a atração de investimentos e a 
garantia do desenvolvimento. 
A ênfase na dimensão econômica 
desconsidera os interesses das comunidades 
locais (valor de uso), abre espaço para a 
realização dos interesses de grupos (valor de 
troca) dominantes e contribui para acentuar 
as diferenças sociais. 
Pragmáticos: fundados numa leitura da 
realidade que recorre a formas flexíveis de 
tomada de decisão e ação, próprias para 
readaptar o projeto às circunstâncias 
emergentes ao longo do tempo de sua 
implantação. 
Conservadores: desconsideram ou mesmo 
restringem a possibilidade de transformação 
social. 
Baseados na premissa que irão gerar impactos 
positivos a difundir-se pelo espaço físico 
(reestruturação urbana e melhoria das 
condições locais de vida) e social (distribuição 
da riqueza socialmente produzida). 
A premissa de que são benéficos para o 
conjunto da sociedade é tida como infundada 
pois os GPUs resultam em impactos 
negativos, sobretudo por contribuir para o 
acirramento da exclusão socioterritorial. 
Dedicados às intervenções físicas, tratadas 
como meios para a realização de estratégias 
de desenvolvimento. 
Referidos ao estrangeiro, sem adequada 
inserção, também retiram o foco de políticas 
sociais distributivas, extensivas a toda a 
cidade. 
Desenvolvidos com soluções sofisticadas, 
afinados com as tecnologias mais avançadas 
no mundo da globalização e apoiados em 
múltiplas competências e saberes. 
Ao adotar tecnologias exógenas, inacessíveis 
para o cidadão comum e para a maior parte 
das empresas locais, os GPUs reproduzem 
localmente, as diferenças do espaço global. 
Fonte: OLIVEIRA, F. L. de; LIMA JUNIOR, P. de N. Grandes projetos urbanos: panorama da 
experiência brasileira. In: CONGRESSO DA LASA, Rio de Janeiro, 2009. 
 
 
Entretanto, existe uma terceira vertente (na qual me incluo), como no 
caso de Ultramari e Rezende (2007, p. 9), que busca um equilíbrio, relatandoProjetos e intervenções na cidade contemporânea - 19 
 
que é “necessário relativizar, sem deixar de se estar atento aos riscos”, como a 
da vulgarização histórica urbana por meio da revalorização cênica do 
patrimônio arquitetônico, da valorização de partes para resultar no todo e da 
procura, por meio da criação de ícones de arquitetura e urbanismo, de agregar 
interesses opostos e apaziguar críticas e polêmicas contrárias a determinado 
projeto político-partidário. 
 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
 
Os teóricos que se debruçaram em estudar as cidades contemporâneas, 
também se inclinam para a análise das ferramentas atuais utilizadas nestas 
cidades, como o planejamento estratégico, amplamente inspirado nas teorias 
de gestão empresarial, “como que para fazer jus à vocação liberal e competitiva 
que as cidades supostamente passaram a ter” (FERREIRA, 2003, p. 157). 
O planejamento estratégico representou uma transposição dos 
conceitos do planejamento de empresas para o planejamento urbano 
(KAUFMAN; JACOBS, 1987), sendo na década de 1980 intensamente utilizado 
pelo setor público, com ênfase no planejamento de cidades (LOPES, 1998), 
como, por exemplo, São Francisco (Estados Unidos da América), Montreal e 
Toronto (Canadá), Birmingham, Frankfurt, Paris, Lyon, Madrid, Bilbao, Valença, 
Málaga, Barcelona e Lisboa (Europa), Sidney e Melbourne (Austrália), Rosário, 
Mendoza e Buenos Aires (Argentina), Bogotá, Medelín, Cartagena (Colômbia), 
Monterrey e Guadalajara (México) e Rio de Janeiro, Fortaleza, Campos, Juiz de 
Fora, Belo Horizonte e Recife (Brasil). 
 
O Planejamento Estratégico de Cidades desenvolveu-se face a 
necessidade de compatibilizar os desafios gerados pela nova 
estruturação da sociedade urbana, em um mundo globalizado, criando 
novas demandas e aspirações, com a administração do espaço local. 
Busca uma visão de futuro, a partir da realidade atual que nos permita 
evoluir dentro de condições pré-estabelecidas que capacitem a 
sociedade urbana para enfrentar desafios e obstáculos, dentro de seus 
próprios termos, minorando aqueles impostos de fora. (LOPES, 1998, p. 
87). 
 
A ideia que sustenta o conceito é a de que, no mundo da acumulação 
flexível, em que dominam as "novas" dinâmicas econômicas da globalização, 
20 
 
as cidades devem ser mais competitivas na sua capacidade de oferecer a base 
física para esse novo cenário, e para isso devem ser pensadas não mais como 
cidades, mas sim como empresas. 
Existem diversos fatores que não devem ser esquecidos na elaboração 
de um planejamento estratégico, como o engajamento da população e o apoio 
da mídia. A mobilização e o engajamento da sociedade urbana, por meio do 
seu compromisso com a implantação é difícil, porém, 
 
[...] a participação ativa e consciente da sociedade é condição essencial 
para a aceitação do Plano Estratégico de Cidades, permitindo um 
programa de implantação acelerado dos projetos e alcançar os objetivos 
propostos, num espaço de tempo previsível. (LOPES, 1998, p. 162). 
 
O apoio da mídia é outro fator importante que deve estar presente em 
todas as etapas, por meio da abertura de canais de comunicação e da 
participação e comprometimento de seus executivos em todas as fases do 
processo. 
 
CITY MARKETING 
 
O city marketing é uma ramificação do planejamento estratégico que 
trabalha com a promoção e venda das cidades. Essa relação com a cidade-
mercadoria faz com que outros autores trabalhem uma abordagem 
mercadológica. 
 
City marketing é definido como a percepção das vantagens da obtenção 
de investimentos privados e preparação de estruturas de parceria para 
alcançá-los. O city marketing será tratado [...] como o processo 
mediante o qual as atividades urbanas estão o mais proximamente 
possível relacionadas com a demanda de clientes-alvo de forma a 
maximizar a eficiência social e o funcionamento econômico da área 
envolvida de acordo com todos os objetivos que tenham sido 
estabelecidos. (ASHWORTH; VOOGD, 1991, apud SÁNCHEZ, 2003, p. 55). 
 
Ele visa à associação de ações para a promoção das cidades, tornando-
a atrativa e competitiva e está cada vez mais sendo utilizado no 
desenvolvimento e planejamento das cidades de grande porte ou turísticas, 
Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 21 
 
adquirindo, segundo Sánchez (1997), uma centralidade no conjunto das novas 
políticas urbanas, tornando-se o principal instrumento para alavancar os 
diversos processos de promoção das cidades. E sua emergência e ascensão 
corroboram uma nova ideologia do planejamento e ação, resultando em uma 
nova visão de mundo que se estabelece na orientação dessas políticas 
(SÁNCHEZ, 2003). 
As principais ferramentas do city marketing identificadas, a partir da 
década de 1990, são: i) a arquitetura icônica; ii) os eventos emblemáticos; iii) 
as “marcas”; iv) o discurso/slogan/logotipo, e v) as parcerias público-privadas. 
Esses instrumentos são interdependentes, isto é, para o city marketing 
ocorrer de fato, devem-se usar associações dessas ferramentas, relacionando 
um tópico com o outro (Organograma 1). 
 
Organograma 1. Ferramentas do City Marketing 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 ARQUITETURA ICÔNICA 
 
“O signo icônico, ou ícone, representa determinado objeto ou ideia por 
meio de relação de semelhança visual ou analogia” (MENDES, 2006, p. 18). A 
mensagem dos ícones é compreendida rapidamente, pois não exige um 
conhecimento anterior. Já os símbolos “são representações gráficas 
convencionadas por um grupo ou comunidade (de acordo com sua sociedade 
e cultura) para representar objetos ou ideias sem que se estabeleçam relações 
de semelhança entre o representante e o representado” (MENDES, 2006, p. 
18). Nesse contexto, como indica Lynch (1997), os símbolos ou conjunto deles, 
transformam-se em imagem ambiental, onde se associam a conceitos como: 
identidade, estrutura e significado. 
22 
 
 
Os elementos componentes da estrutura urbana, no contexto 
sociocultural em que estão inseridos, podem-se transformar em signos 
icônicos e simbólicos, passando a integrar, num processo espontâneo ou 
não (complemento nosso), o repertório coletivo das sociedades, 
repertório esse que depende das características físicas, econômicas, 
sociais e culturais da sociedade. (MENDES, 2006, p. 45). 
 
Os ícones passaram de elementos da natureza (rios, vales, montanhas) 
para construções edificadas e posteriormente monumentos, etc. Por exemplo, 
na Mesopotâmia e Egito tínhamos a simbologia do poder e religiosidade por 
meio dos Zigurates e das pirâmides. Na Antiguidade clássica destacam-se o 
Parthenon grego e os anfiteatros e aquedutos romanos. Na Idade Média, as 
catedrais receberam destaque pela sua monumentalidade, que contribuíram 
para criar novas estruturas urbanas para as cidades. 
Essa relação simbólica de poder continua sendo utilizada atualmente 
pelos governantes, em uma tentativa de legitimação de sua posição. Segundo 
palestra de Henri-Pierre Jeudy2, a estética é talvez mais próxima da política do 
que a ética, ela não pode estar a serviço do político, mas deve provocar a 
questão política. Assim, foi-se adaptando e montando uma nova paisagem para 
as cidades, nas quais se verificam construções como ímãs de atração 
populacional, econômica e política. 
O termo edifício icônico, no contexto do planejamento estratégico, é 
cunhado por Charles Jencks em seu livro “Iconic Building: The power of 
enigma”. Segundo o autor, os edifícios contemporâneos são duplamente 
icônicos, pois primeiramente são como imagens reduzidas (como uma espécie 
de logo) e, em segundo, apresentam semelhanças entre imagens visuais que 
propiciam o surgimento de “metáforas surpreendentes” (JENCKS, 2005, p. 28). 
Outras nomenclaturas são utilizadas para falar sobre os edifícios que possuem 
um impacto diferenciado na paisagem urbana, como “forma global de caráter 
escultórico” (MONTANER, 2007,p. 36) ou “ícones de grande escala” (HAZAN, 
2003, on-line). Esses ícones são utilizados para aumentar a divulgação da 
 
2 Entrevista sobre a palestra “Mais estética e menos ética” que o sociólogo francês proferiu em 
setembro de 2000, no Instituto dos Arquitetos do Brasil, Rio de Janeiro. In: HAZAN, V. M. 
Informação, acessibilidade e espaço urbano. Dissertação (mestrado) – IPPUR-UFRJ, Rio de Janeiro, 
RJ, 2000. 
Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 23 
 
cidade e servir como âncora para atração de investimentos, competitividade 
mundial, entre outros, gerando uma repercussão mundial muito grande por 
meio da sociedade informacional, “já que os mitos circulam na mídia e na rede 
com grande rapidez, fazendo deles símbolos além das fronteiras do espaço 
local” (HAZAN, 2003, on-line). 
 Na cidade mundial contemporânea, a construção dos ícones faz parte 
de um planejamento estratégico que visa não apenas a revitalizá-lo, mas dar 
condições de capturar novos incentivos que garantam sua sobrevivência. 
Algumas cidades do mundo são conhecidas pelos seus ícones, como é o 
caso dos Emirados Árabes, França (Figuras 1 e 2), Espanha, entre outros. 
 
Figuras 1 e 2. Arc de La Défense e Centre National d'Art et de Culture Georges-Pompidou 
 
Fonte: Fotos da autora (ano). 
 
A inovação é um tópico muito importante para a política de promoção 
urbana, mas atualmente o que é visto é uma “homogeneização da 
espetacularização”, onde os arquitetos realizam seus projetos de forma a não 
levar em consideração as características da cultura local e sim de uma estética 
global (Figuras 3, 4 e 5). 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Figuras 3, 4 e 5. Torre Agbar/Glòries projetada pelo Arq. Jean Nouvel (Barcelona), Swiss Re 
projetado pelo escritório do arq. Norman Foster (Londres) e Burj Doha (Doha) projetada pelo Arq. 
Jean Nouvel 
 
Fonte: Foto da autora/John Salmon (wikimedia commons)/Isabell Schulz (wikimedia commons). 
 
 EVENTOS EMBLEMÁTICOS 
 
Segundo Robertson e Guerrier (2003, p. 291), “grandes eventos 
emblemáticos são uma forma de as cidades poderem criar uma imagem em 
nível internacional e atrair investimento externo com o objetivo de promover 
o crescimento de longo prazo”. As cidades atingiram o objetivo de se tornarem 
mundiais, segundo Sanchez (1999), utilizando um grande evento internacional 
e realizando um projeto de transformação urbana com sucesso. 
Na década de 1990, em Barcelona (Espanha), os eventos sediados pela 
cidade, como a Copa do Mundo de Futebol em 1982, e as Olimpíadas em 1992 
(Figura 6), alavancaram um processo de reestruturação e embelezamento da 
cidade. Também ocorreu esse processo em Lisboa (Portugal), com a Exposição 
Universal de 1998 – EXPO 98 (Figura 7). Por meio desses eventos, além de 
captação de investimentos, houve reformas completas, como o 
remodelamento dos desenhos urbanos. 
 
 
 
 
Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 25 
 
Figuras 6 e 7. Olimpíadas de 1992 em Barcelona – Ícone: Torre de Telecomunicações de Montijuïc 
projetado pelo Arq. Santiago Calatrava/Expo 98 em Lisboa - Ícone: Pavilhão de Portugal projetado 
pelo Arq. Álvaro Siza Vieira 
 
Fonte: Foto da autora (à esquerda), Raquel N. Rodrigues - wikimedia commons (à direita). 
 
Segundo Robertson e Guerrier (2003, p. 305), se os planos de 
desenvolvimento urbano e do evento são concisos e de longo prazo, e se são 
consideradas todas as capacidades necessárias, com claras linhas de 
responsabilidade, então os benefícios podem ultrapassar as perdas. Vale 
ressaltar que os encontros, eventos, congressos e reuniões ocorridos nas 
cidades possibilitam um crescimento nas propostas projetuais, uma projeção 
nacional e internacional das ideias em andamento, maior facilidade em reunir 
parcerias e uma abertura para novos investidores. No entanto, também podem 
ocasionar dívida pública, verbas redirecionadas gerando deficiência 
orçamentária em outras áreas, estruturas abandonadas, entre outros. 
 
 MARCAS 
 
Além das construções de ícones propriamente ditos, alguns edifícios e 
programas possuem ainda um “valor” adicionado por meio das marcas. Assim, 
existem três tipos de marcas: i) a marca do edifício, ii) a marca do arquiteto ou 
urbanista e iii) a marca do programa/intervenção. 
A marca do edifício é aquela que, inserida em sua construção, leva uma 
mudança radical em seu entorno e na infraestrutura de uma cidade, apenas 
pela sua chegada. Um exemplo paradigmático é o museu de Guggenheim. 
O primeiro museu criado foi o museu Solomon R. Guggenheim (Erro! 
Fonte de referência não encontrada.8) em Nova Iorque projetado pelo 
arquiteto Frank Lloyd Wright, que utilizou suas curvas e características do 
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?title=User:Raquel_N._Rodrigues&action=edit&redlink=1
26 
 
modernismo para a criação do edifício. Em uma política expansionista foram 
criados o Museu Guggenheim Bilbao (Erro! Fonte de referência não 
encontrada.9) do arquiteto Frank Gehry, o Guggenheim Hermitage Museum 
em Las Vegas, o Deutsche Guggenheim em Berlim e a Coleção Peggy 
Guggenheim em Veneza (restaurado e projetado pelo arquiteto Vittorio 
Gregotti). 
 
Figuras 8 e 9. Solomon R. Guggenheim Museum projetado por Frank Lloyd Wright (Nova Iorque - 
EUA) / Guggenheim Museum Bilbao projetado por Frank Gehry (Bilbao - Espanha) 
 
Fonte: Foto da autora (à esquerda), Naotake Murayama - wikimedia commons (à direita). 
 
A marca do arquiteto/urbanista é outra forma de conferir ao edifício 
uma característica adicional, atraindo investimentos para o local. De acordo 
com Hazan (2003, on-line), os arquitetos conceituados mundialmente ajudam 
a “mitificar” as construções desde sua concepção. Esse processo de utilizar os 
arquitetos do star-system internacional representam “[...] uma cartada de peso 
na grande arena estratégica, a mídia” (CAMPOS; SOMEKH, 2001, p. 175). 
Alguns exemplos de arquitetos ditos “stars” são: Jean Nouvel, Frank O. 
Gehry, Oscar Niemeyer, Renzo Piano, Santiago Calatrava, Zaha Hadid, entre 
outros. 
A marca do programa/intervenção está intimamente ligada com o 
próximo tópico, relacionada ao discurso, slogan e logotipo. 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Guggenheim_Hermitage_Museum&action=edit
http://pt.wikipedia.org/wiki/Las_Vegas
https://www.flickr.com/people/12832970@N00
Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 27 
 
 DISCURSO, SLOGAN E LOGOTIPO 
 
Um dos principais elementos que deve ser considerado na formulação 
de um discurso, segundo Mendes (2006), refere-se ao grupo de pessoas que se 
pretende atingir (o público-alvo) e quais características ele possui (faixa etária, 
gênero, nível sociocultural, costumes, etc.). Entretanto, segundo a autora, os 
emissores (pessoas que farão os discursos) devem possuir alguma ligação com 
o seu receptor (público-alvo), por assemelhar-se com eles ou por ser referência 
de sucesso, credibilidade e respeito. 
Trata-se, segundo Sanchez et al. (2004), de apresentações orais voltadas 
para a instauração de um clima (e de um espírito) pretensamente dinamizador 
e empreendedor na cidade. Os promotores do city marketing utilizam termos 
como “sinergias”, “parcerias”, “competitividade”, “sustentabilidade 
ambiental”, “pertencimento”, “cidadania”, “eficiência”, entre outros. Esses 
autores defendem que a lealdade ao lugar e o sentido de pertencimento 
estimulados pelos “projetos de cidade” em curso, têm significado político: 
incidem tanto nas mentalidades coletivas quanto no território (SANCHEZ, 2001, 
p. 36). 
O discurso também está relacionado com obras de promoção urbana 
quando o poder público passa a listar em seus pronunciamentos o repertório 
de edifícios na cidade assinados por grandes arquitetos como sinal indicador 
do seu processo de internacionalização. 
As intervenções urbanas e as cidades, que têm como embasamentoo 
planejamento estratégico, possuem como diretriz de divulgação o slogan 
juntamente com o discurso (Quadro 1). Esse slogan procura resumir e enfatizar 
o principal objetivo do programa ou da cidade, buscando uma abordagem 
direta e de grande impacto para a população (escala menor) e no âmbito 
nacional e internacional (escala maior). Alguns exemplos são: 
 
 
28 
 
Quadro 1. Discursos e slogans das cidades de Curitiba e Rio de Janeiro (Brasil), Barcelona (Espanha) 
e Nova Iorque (Estados Unidos) 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
É importante observar também que os slogans normalmente vêm 
acompanhados de um logotipo (Figuras 10, 11 e 12). Ele é desenvolvido para 
reforçar a mensagem do slogan ou do programa e fixá-lo nos usuários alvo. 
Esse logotipo também está relacionado com a publicidade, que é 
 
[...] um processo de comunicação persuasiva, de caráter impessoal e 
controlado, que, através dos meios massivos e de forma que o receptor 
identifique o emissor, dá a conhecer um produto ou serviço, com o 
objetivo de informar e influir em sua compra ou aceitação (GOMES, 
2003, p. 42). 
 
 
Curitiba 
 
“Capital Social” – reforçando a qualidade de vida da população. 
“Capital Ecológica” com base no índice de áreas verdes da cidade (50 
m²/hab) resultado do programa de arborização e inserção de parques em 
Curitiba. 
“Cidade do Primeiro Mundo” – relacionado com o transporte público e 
com a qualidade de vida da cidade. 
Rio de Janeiro “Cidade Maravilhosa” – para valorizar as belezas naturais e artificiais da 
cidade. 
“Rio Sempre Rio” e “As cidades da Cidade” – duas vertentes do 
planejamento estratégico do Rio de Janeiro (PREFEITURA DO RIO DE 
JANEIRO). 
“Urbanismo de Volta às Ruas” – slogan do programa Rio Cidade que 
procurou enfatizar como a administração voltou a se preocupar com os 
pedestres, as vias e fluxos. 
Barcelona “Barcelona, posa´t guapa” (Barcelona, ponha-se bonita) e “Barcelona, 
mais que nunca” - despertar o sentimento de pertencimento da 
população em relação a cidade. 
Nova Iorque “I love NY” (Eu amo Nova Iorque) – campanha para enfocar o grau de 
pertencimento da população com sua cidade. 
Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 29 
 
Figuras 10, 11 e 12. Logotipos de eventos emblemáticos, programas de política pública e institutos 
de urbanismo 
 
Logotipo da Exposição 
Universal de 1998 em 
Lisboa – Portugal. 
Logotipo do 
programa Eixo 
Tamanduatehy 
em Santo 
André - Brasil 
Logotipo do Instituto de 
Pesquisa e Planejamento 
Urbano de Curitiba – 
Brasil. 
Fonte: Irm.isr.ist.utl.pt/Prefeitura Municipal de Santo André/IPPUC. 
 
 PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS 
 
A última ferramenta é a parceria público-privada, muito utilizada no 
planejamento estratégico de promoção urbana. No processo de 
empresariamento urbano (HARVEY, 1996), a formação de parcerias entre o 
setor público e a iniciativa privada “constitui-se em um dos principais pilares 
das novas feições e estrutura do governo urbano sintonizado na 
competitividade” (SANCHEZ et al., 2004, p. 49). As parcerias buscam 
implementar meios de obter financiamento para as obras frente à crise fiscal e 
à escassez de recursos públicos, escapar dos regulamentos e/ou impedimentos 
da máquina pública e facilitar a confecção de novas formatações jurídicas, 
burocrático-administrativas e financeiras para a execução dos projetos 
(SANCHEZ et al., 2004). Complementando, os autores relatam que as parcerias 
público-privadas são compreendidas como condição principal e um dos 
principais recursos para a realização de um projeto, ocorrendo assim uma 
flexibilização do programa básico conforme os interesses desses agentes, 
chegando à mudança de temas e dimensões dos projetos. 
No entanto, é de extrema importância uma relação dual de equilíbrio 
entre as partes, para que o setor privado não dite a forma de planejar 
exclusivamente seguindo seus interesses, em detrimento do que seria melhor 
para a cidade. 
Vale ressaltar também que, como indica Sanchez (2003, p. 53), além 
de parcerias público-privadas, ocorre em alguns projetos ou programas um 
comprometimento das agências de cooperação, instituições multilaterais e 
30 
 
organizações supranacionais, como o Banco Mundial, a ONU (Organização das 
Nações Unidas), o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), PNUD 
(Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e a Comunidade 
Europeia. Segundo a autora, a identificação dessa ligação política entre as 
agências multilaterais de cooperação e alguns dos “principais ideólogos 
encarregados da difusão do ‘novo modelo de gestão urbana’ [...] permite o 
entendimento das conexões entre o chamado ‘pensamento global’ e a 
ideologia neoliberal”, fazendo com que um determinado ‘modelo’” de cidade 
se constitua como um pensamento geral de todas as nações, encarregadas de 
difundir um ideário, políticas e práticas de planejamento. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O processo de city marketing e sua influência no planejamento ocorre 
pela facilidade com que essa ferramenta incorpora novas formas de 
comunicação, interfere na renovação das formas espaciais e imprime marcas 
no espaço urbano. Essa produção de espaço possui muitos benefícios, como a 
atração de investimentos e pessoas, o incremento do turismo, o 
desenvolvimento estético e estrutural, entre outros. Mas é indispensável que 
sejam investigados os aspectos negativos dessas ações, para que no futuro 
essas ferramentas possam ser utilizadas para o benefício da população e para 
uma melhoria no seu desempenho em relação a cidade como um todo. 
Nas análises realizadas em relação às ferramentas de city marketing, 
foi possível verificar alguns fatores que desempenham uma ação negativa nas 
intervenções de promoção urbana, como: i) as parcerias ditando a forma de 
planejar; ii) a padronização arquitetônica e urbanística; iii) a criação de 
cenários; iv) a expulsão da população das áreas que receberam as 
intervenções, e v) o enfraquecimento das culturas e tradições locais. 
As parcerias público-privadas ditando a forma de planejar é um 
processo difícil de ser desconectado das intervenções, pois o poder público 
necessita delas para que seu projeto produza fluxo (de pessoas, mercadorias e 
capital) e garanta investimentos. O importante é determinar qual a força que 
elas detêm, para que não ultrapasse a do poder público. A parceria privada 
deve trabalhar como colaboradora, mas não como detentora de regras 
preestabelecidas por elas. 
Projetos e intervenções na cidade contemporânea - 31 
 
A padronização arquitetônica pode ser vista de duas maneiras: da 
forma e do arquiteto. A primeira é o caso de a arquitetura monumental não 
possuir uma característica específica para cada local, descartando as tradições, 
a cultura e os materiais da região. Qualquer lugar que detenha capital 
suficiente para um megaprojeto, poderá inserir em sua malha urbana uma 
torre em forma de elipse, uma estrutura geométrica desconstruída ou até 
mesmo com formato de navio, flores, entre outras. Segundo Sánchez (2003) 
essas novas formas de produção do espaço vêm criando nas cidades os 
chamados espaços de renovação que são cada vez mais homogêneos no 
mundo todo, uma vez que são moldados em decorrência de valores culturais e 
hábitos de consumo do espaço tornados dominantes na escala mundial. 
A segunda situação é quando as características do arquiteto 
homogeneízam seu próprio projeto em qualquer lugar que ele o desenvolva. O 
arquiteto, preso ao estilo que lhe foi concedido a fama, torna-se “escravo” 
formal e estético, produzindo uma infinidade de trabalhos semelhantes. A 
arquitetura icônica é um instrumento importante do planejamento urbano, 
incrementando o turismo e atraindo maior visibilidade, portanto, não é 
defendida a eliminação dessas construções e sim a valorização do local, 
fazendo com que o projeto reflita, além da característica de cadaarquiteto, a 
cultura, história e estética própria do local a ser inserido. 
Ainda em relação aos ícones arquitetônicos está a criação de cenários 
que não condizem com a verdadeira situação da população. Os espaços 
públicos anteriormente destinados às trocas de sociabilidade, o verdadeiro 
espaço vivenciado, passa à condição de representação de um espaço artificial, 
desvinculado dos residentes e usuários, visto que é constituído de uma só vez, 
sem considerar as tradições e as identidades locais. A cidade pode, e merece, 
receber projetos novos, reestruturação da malha urbana e desenvolvimento 
urbano, mas o que não deve acontecer é a estruturação de apenas uma parte 
da cidade em detrimento das outras. Existe “um descompasso entre a 
apropriação simbólica dos espaços modernizados e a apropriação efetiva dos 
produtos da modernização, com inclusões e exclusões ordenadoras dos usos 
sociais” (SANCHEZ, 2003, p. 34). Ocorre assim, como identifica Lima (2004), 
uma teatralização da vida pública, que exclui a primitiva população desses 
espaços que são regidos pelo poder público e pelos interesses corporativos. 
Esse processo que “incorpora e ao mesmo tempo dissimula: relações sociais 
32 
 
bem como a forma como se dão essas relações" (LEFEBVRE, 1998, p. 81), faz 
com que essa população seja expulsa, tanto horizontalmente (para bairros 
periféricos) como verticalmente (para outros níveis da terra). A expulsão ou 
fuga vertical pode ser exemplificada com a cidade de Xangai, onde o comércio 
informal da população ocorre no subsolo, contrastando com o térreo, rico e 
esteticamente bem elaborado. 
Se o city marketing, a partir dos estudos teóricos e das análises dos 
projetos realizados, incluir a utilização de ferramentas em prol de um bem 
comum, o processo de promoção urbana poderá ser aplicada em várias 
localidades, não só em “cidades globais”, realizando um “novo planejamento 
urbano” onde a população poderá ter orgulho de morar na cidade. 
 
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