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6 Planejamento e avaliação

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Planejamento e avaliação do ensino de História
Prof.: Vânia Maria Siqueira Alves
Drª em Museologia e Patrimônio - UNIRIO
	1. Não há docência sem discência
1.1 Ensinar exige rigorosidade metódica
1.2 Ensinar exige pesquisa
1.3 Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos
1.4 Ensinar exige criticidade
1.5 Ensinar exige estética e ética
1.6 Ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo
1.7 Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação
1.8 Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática
1.9 Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural	2. Ensinar não é transferir conhecimento
2.1 Ensinar exige consciência do inacabamento
2.2 Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado
2.3 Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando
2.4 Ensinar exige bom-senso
2.5 Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educandos
2.6 Ensinar exige apreensão da realidade
2.7 Ensinar exige alegria e esperança
2.8 Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível
2.9 Ensinar exige curiosidade
3. Ensinar é uma especificidade humana
3.1 Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade
3.2 Ensinar exige comprometimento
3.3 Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo
3.4 Ensinar exige liberdade e autoridade
3.5 Ensinar exige tomada consciente de decisões
3.6 Ensinar exige saber escutar
3.7 Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica
3.8 Ensinar exige disponibilidade para o diálogo
3.9 Ensinar exige querer bem aos educandos (FREIRE, 1996, p.
7–8).
- Planejamento do ensino de História
Planejamento e plano
- Tudo que almejamos com melhor qualidade e bons resultados requer uma palavra básica: Planejamento.
- Planejar é organizar ações.
- Enquanto o planejamento do ensino é o processo que envolve "a atuação concreta dos educadores no cotidiano do seu trabalho pedagógico, envolvendo todas as suas ações e situações, o tempo todo, envolvendo a permanente interação entre os educadores e entre os próprios educandos" (FUSARI, 1989, p. 10)
O plano de ensino é um momento de documentação do processo educacional escolar como um todo. 
Plano de ensino é, pois, um documento elaborado pelo(s) docente(s), contendo a(s) sua(s) proposta(s) de trabalho, numa área e/ou disciplina específica.
- O planejamento deve partir das concepções assumidas pela escola no Projeto Político-Pedagógico, em relação a qual é sua função, quais suas finalidades formativas e como a disciplina de História pode contribuir.
Aspectos para um planejamento eficiente
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Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
Executar
Acompanhar/Revisar
Avaliar
Diagnosticar
Planejar
- Esferas do Planejamento
- Realizado em três esferas: rede, escola e professor.
- Rede: Cabe às secretarias de educação checar as avaliações sobre suas escolas, analisar problemas como repetência e deficiências e unir esses dados a documentos para definir metas e prioridades. - Nos encontros, é definida a forma como as orientações pedagógicas chegarão até as escolas.
- Escola: Cabe ao coordenador pedagógico mediar o processo de planejamento, impedindo que o mesmo enfoque problemas administrativos e burocráticos (Vasconcelos).
a) Planejamento de uma escola;
b) Planejamento de uma parte da escola
c) Planejamento Integrado de uma disciplina em diversas séries;
d) Planejamento de diferentes disciplinas de uma série;
e) Planejamento de uma disciplina em uma série específica.
- Professor: o foco do planejamento se fecha sobre o trabalho didático. A tarefa dos professores começa com o estudo dos resultados da avaliação realizada no fim do ano anterior, feito pelos professores e pelo coordenador pedagógico. A equipe dá atenção aos pontos que concentraram dificuldades de aprendizagem e a estratégias que funcionaram ou não. 
a) Planejamento anual ou semestral
b) Plano de aula
- Pressupostos para a construção Planejamento em História
- Que o ensino de História deve efetivamente superar a abordagem informativa, conteudista, tradicional, desinteressante e não significativa – para professores e alunos – e que uma das possibilidades para essa superação é sua problematização a partir do que está próximo, do que é familiar e natural aos alunos.
-Que o processo de construção do conhecimento histórico deve ser gradativamente fundamentado na Educação Básica como um todo, e que é viável inclusive como forma de superação dos dilemas quantidade (de conteúdo) x qualidade de aprofundamento e de problematização dos conteúdos históricos. 
- A proposição é de que o ensino de História pode lhes permitir problematizar sua realidade cotidiana, percebê-la não como natural, mas sim como construída historicamente, e que, portanto, como agentes históricos que são, as escolhas que fazem – de ação e de omissão – também constituem e contribuem, no presente, para uma construção histórica.
- Elementos necessários para um Planejamento de ensino
- Tema (ou assunto): O que vai ser ensinado?
- Conteúdo programático: que vai ser ensinado? Detalhamento ou subdivisão do tema.
- Objetivo geral: O que pretendo atingir com esse conteúdo?
- Objetivos específicos: O que pretendo atingir com esse conteúdo? Detalhamento do objetivo geral, ou sua operacionalização em objetivos menores.
-Metodologia (geral): Como ensinarei esse tema, a fim de atingir meus objetivos?
- Metodologia – recursos: Quais os recursos necessários e disponíveis para atingir meus objetivos?
	- Livro didático;
	- Fontes históricas;
	- Importância da pesquisa inserida nas atividades de compreensão da 	História.
	- História local;
- Metodologia – estratégias: Estratégia refere-se à forma de ensinar. Quais as estratégias mais adequadas para atingir meus objetivos?
- Metodologia – Avaliação: Qual o melhor modo de avaliar meus alunos, para saber se o objetivo foi atingido por eles?
- Avaliação
- Imprecisões na terminologia avaliação.
- “Fenômeno avaliação”, um fenômeno indefinido.
- Ação Avaliativa está totalmente relacionada com o planejamento da ação educativa.
- Concepções de avaliação no Brasil (ROMÃO 2003)ç
	- Visão de mundo positivistas.
	- Visão de mundo dialéticas. 
- A avaliação é essencial à educação. Inerente e indissociável enquanto concebida como problematização, questionamento, reflexão sobre a ação (HOFFMANN, 2005, p.15).
- A avaliação deve ser um ato subsidiário da prática pedagógica, com vistas à obtenção de resultados mais satisfatórios possíveis diante do caminho de desenvolvimento de cada educando (LUCKESI, 2005).
- Avaliação
- A Ação Avaliativa comporta, portanto, duas dimensões de avaliação: a pedagógica e a burocrática.
- Para compreender e praticar o acompanhamento da aprendizagem dos educandos como avaliação é preciso: 
- Disposição psicológica do educador em acolher a realidade como ela é;
- Compreensão do ato de avaliar em geral: diagnosticar, qualificar a realidade (o que se espera que saiba) e intervir
→Diagnóstico: a constatação e a qualificação do objeto (tomada de posição)
- Avaliação da aprendizagem escolar: diagnosticar o que tem, constatação: 
→ Definição clara dos objetivos;
→ dados relevantes;
→ instrumentos de coleta de dados;
→ utilização dos instrumentos.
→ Tomada de decisão
- Avaliação formativa
- Avaliação da aprendizagem só existe se articulada com uma pedagogia construtiva.
- Avaliação
- Em uma avaliação, o professor deve ter clareza sobre o que deseja averiguar e, decorrente disso, qual o melhor momento e a melhor forma de fazê-lo.
- A avaliação deve estar relacionada aos objetivos estabelecidos (e compartilhados com os alunos) e o que foi efetivamente ensinado, decorrendo disso os critérios de avaliação; deve haver clareza e precisão no uso dos termos e quanto ao que se espera que o aluno faça (explicitar ao aluno o sentido tanto do que está sendo ensinado e de seu objetivo quanto da avaliação); e deve ser consideradoo tempo necessário para a resolução e o tempo disponível para tal.
- Os propósitos de uma atividade também podem variar bastante, desde avaliar o conhecimento específico sobre um determinado tema (a criança sabe isso?), até sobre a aplicação dele derivada (ela sabe fazer ou aplicar aquele procedimento?), ou, ainda, se sabe avançar na reflexão sobre ele (ela consegue levantar uma hipótese ou explicação plausível, relacionada ao contexto, ou identificar semelhanças ou diferenças em relação ao seu cotidiano, no presente?).
Avaliação
Ato de avaliar a aprendizagem na escola- Luckesi (2003)
Inclusiva
Futuro
Diagnostica
Ato de avaliar a aprendizagem na escola- Romão (2003)
Avaliação
Função Prognóstica
Função diagnóstica
Função classificatória
- Instrumentos de Avaliação ou instrumentos de coleta de dados para a avaliação
- Variedade de instrumentos.
- As provas são compostas com questões, organizadas de forma didática. Essas questões devem ter comandos e instruções capazes de orientar, de forma eficiente.
- Em provas, há dois grandes grupos de questões: 
1) as questões abertas ou dissertativas, cujas respostas são construídas.
2) as questões objetivas, cujas respostas são selecionadas ou escolhidas entre algumas alternativas propostas pelos autores dos itens.
- Cuidados necessários para elaboração de um instrumento de coleta de dados para a avaliação
 - Planejamento
Levantamento dos conteúdos em torno dos quais o educando deverá manifestar o seu desempenho → conteúdos essenciais.
Levantar e selecionar, articuladamente com os conteúdos essenciais estabelecidos, os tipos de atividades que podem criar as condições para que o educando manifeste seu desempenho de aprendizagem.
- Elaboração das questões
- As questões devem apresentar o mesmo nível de dificuldade e complexidade dos conteúdos ensinados, nem mais fácil nem mais difícil..
- Devem servir-se das mesmas perspectivas metodológicas utilizadas no ensino dos conteúdos.
- Devem estar construídas numa linguagem clara e compreensível.
- Devem ter algum nível de precisão. Não podem ser como: O que fez D. Pedro I?
- Não é necessário precisão exacerbada.
- Devem ajudar o educando a aprofundar seus conhecimentos e habilidades.
-Organização das questões num instrumento
- Organizar as questões e situações problemas por bloco de conteúdos, de tal forma que, ao oferecer respostas ao que se pede, o educando possa sistematizar melhor ou resistematizar os conhecimentos ensinados e aprendidos.
- Cuidados necessários para elaboração de um instrumento de coleta de dados para a avaliação
- Aplicação dos instrumentos em sala de aula
- Chegada à sala de aula: ser amistoso, conversar para reduzir a ansiedade. Se necessário, dirimir as dúvidas previamente, assim como no decorrer da duração da aplicação do instrumento.
- Acompanhamento dos estudantes no período destinado a responder os instrumentos.
Não fazer muito teatro em caso de cola.
- Recolhimento, correção e devolução dos instrumentos
Recolhimento e correção: “Olhar como obra de arte”
Corrigir tudo o que for apresentado, sem borrar de vermelho, sem desqualificar.
-Devolução dos resultados
Entregar nas mão de cada um.
Comentar o que ocorreu de positivo e negativo.
Reorientar aprendizagens que não se processaram ainda.
Propor novas tarefas e pequenos exercícios para que possam ser solucionados pelo conjunto dos alunos para que aqueles que não aprenderam aprendam ainda.
- Olhar para o conjunto de fatores intervenientes na aprendizagem.
Para avaliar qualquer disciplina é necessário levar em conta a tarefa que o aluno deve cumprir, sua margem de liberdade, a forma da produção final, os critérios de avaliação em função da exatidão e da pertinência das respostas. O professor pode programar a sua avaliação em função do tempo destinado à disciplina de história nas séries iniciais e em função de algumas operações intelectuais que o aluno deve ir construindo para atingir as finalidades do ensino de História anteriormente definidas (RANZI; MORENO, 2005, p. 11).
Ranzi e Moreno (2005) propõem uma ficha de acompanhamento individual, que possa ser utilizada ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Nela também trazem alguns exemplos de critérios que poderiam ser utilizados no ensino de História.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática pedagógica. 35. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GONÇALVES, Nadia G. Conteúdo, Metodologia e Avaliação do Ensino de História. Universidade Federal do Paraná. Setor de Educação. Coordenação de Integração de Políticas de Educação a Distância Magistério da Educação Infantil e Anos Iniciais do ensino Fundamental. Curitiba, 2011. 
HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. Porto Alegre/RS: Mediação, 2005, 35ª ed. Revista. 104 p.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2005.
RANZI, Serlei M. F.; MORENO, Jean C. A avaliação em história nas séries iniciais. UFPR – Prograd/Cinfop, MEC – SEB. Curitiba: EdUFPR, 2005. Disponível em: <http://www.cinfop.ufpr.br/pdf/colecao_1/historia_3.pdf>. Acesso em: 12/02/2023.

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