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12/11/2022 Economia brasileira Prof.: Vânia Maria Siqueira Alves Drª em Museologia e Patrimônio - UNIRIO Prof.: Vânia Maria Siqueira Alves Drª em Museologia e Patrimônio - UNIRIO Prof.: Vânia Maria Siqueira Alves Drª em Museologia e Patrimônio - UNIRIO Problemas e métodos da História Unidade II: Problemas e métodos da História História e temporalidade História e memória História e verdade As fontes e a crítica do historiador História e temporalidade - História e temporalidade O que é tempo? - O tempo e, por excelência, uma invenção que procura situar a ação humana dentro de uma sucessão diferenciada de acontecimentos. - Pode-se admitir, como alguns historiadores, que tempo é uma categoria mental que não é natural, nem espontânea, nem universal. - Cada fato histórico deve ser compreendido no tempo em que aconteceu. - Formas de medir o tempo: - Os calendários possibilitam as noções de passado, presente e futuro, porque estabelecem pontos fixos de referência e linearidade. - Relógios. - História e temporalidade - Os diversos tempos: - Tempo Físico - Tempo Psicológico - Tempo social - Tempo Histórico - Tempo Histórico - Tempo complexo, construído, múltiplo, multifacetado. - Produto das ações, relações e formas de pensar dos homens - diversidade. - ”O tempo da História tem espessura e profundidade” - ”O tempo cria e toda a criação exige tempo” - “Tempo presente como tempo da vida” - O tempo histórico [...] esta associado a ação social e politica, a homens concretos que agem e sofrem as consequências de ações, a suas instituições e organizações. Todos eles, homens e instituições, tem formas próprias de ação e consecução que Ilhes são imanentes e que possuem um ritmo temporal próprio. Pensemos, para ficarmos em exemplos do mundo cotidiano, nos calendários festivos que articulam a vida em sociedade, na alternância dos tempos dedicados ao trabalho e em sua duração, que determinaram a sequência da vida no passado e continuam a determiná-la diariamente. [...] Reinhart Koselleck. Futuro passado: contribuição a semântica dos tempos históricos, 2006 - História e temporalidade Como ensinar os alunos a pensar historicamente, tomando a perspectiva da temporalidade como central desse ’modo de pensar’? - Importância de partir das vivências pessoais, familiares, sociais. - Importância de revelar como a História constrói seu conhecimento, as peculiaridades do tempo histórico. - “Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente continuo” (Hobsbawm) - “A aprendizagem do tempo, desde que observemos e ascultemos atentamente a voz de nossas crianças e jovens, apresenta-se como mistério desafiador e muito mais difícil do que pode parecer à primeira vista”(Sônia Miranda). - História e temporalidade Como educar para a compreensão do tempo ? -Cultura do tempo na infância: rotinas, ritmos, horários. - Crianças e jovens tem dificuldade de construir a noção de mudança. - Relação de estranhamento com o tempo – “presença da ausência” - Crianças de 6 a 11 anos: os alunos trabalham com a noção de tempo histórico em suas dimensões de presente, passado e futuro associadas à anterioridade, posteridade, simultaneidade, abordadas inicialmente na dimensão cotidiana para, depois, ampliarem-se em períodos mais longos. - Temporalidade histórica como componente conceitual altamente complexo. - A questão da aquisição linguística. - Relações entre o pensamento matemático e a compreensão da temporalidade histórica – construção de medidas, de grandezas, de dimensões e ritmos. - Aprender a Historiar História e Memória - História e Memória - Importância do passado para a vida das pessoas. Ele é fundamental tanto para a realização de tarefas cotidianas quanto para a construção da identidade pessoal e de grupos. - O passado pode ser evocado por várias formas: o modo pessoal e quase estático (a via da memória) e o modo coletivo e crítico (a via da História). - Memória e História são dois instrumentos muito importantes. Ambas são fontes para a construção da nossa identidade. - São modos diferentes, mas intercomplementares, pois a memória lança mão da História, e a História não se constrói sem a memória. - O passado é evocado por diferentes interesses. - A memória é sacralizadora, não admite questionamentos e é do âmbito da experiência afetiva, pessoal direta. - O esquecimento é, portanto, constitutivo da memória; mas esse esquecimento pode ser vontade de limitar-se ao essencial ou ocultação. - A memória coletiva aparece quando as mesmas lembranças, vividas ou transmitidas, voltam de maneira repetitiva e quando elas são apresentadas como propriedade específica da comunidade. - História e Memória - A memória, por sua vez, não deve ser vista apenas como um repositório de dados sobre o passado. Ao contrário, ela e uma forca ativa, dinâmica, seletiva, que define o que se deve esquecer e o que se deve lembrar do passado, e é também um instrumento e um objeto de poder. A memória não e neutra e é recuperada sempre em função das demandas do presente. Assim, falar de memoria significa ter em mente uma relação que envolve o passado, o presente e o futuro. - A História, ao contrário, investiga, busca pistas, desmitifica, reúne toda espécie de depoimentos e hipóteses. Quando encerrada no escrito, a História pode ser compartilhada por uma comunidade científica. - Apesar das diferenças, a História não vive sem a memória - a História faz uso e até pode converter-se em memória. A memória, por sua vez, necessita da História para constituir-se. - História, Memória e identidades - Relação entre identidade e memória. - A memória e um elemento constitutivo do sentimento de identidade, na medida em que responde também pelos sentimentos de continuidade e de coerência. - A identidade permite diferentes significados e apreensões. - E possível definir identidade como o processo pelo qual uma pessoa se reconhece e constrói laços de afinidade, tendo por base um atributo ou conjunto de atributos que o distingue dos outros, seja pelo local de nascimento, religião, origem familiar ou profissão, por exemplo. Assim, a noção de identidade pode referir-se as formas como indivíduos ou grupos/coletividades se reconhecem ou se assemelham por meio de um traço característico ou de uma diferença comum, constituindo, ao mesmo tempo, um elemento distintivo e unificador. - As identidades são construídas e estão longe de serem fixas e imutáveis. - Que histórias devemos contar às crianças? - Para responder a essa pergunta, é necessário pensar um pouco sobre os conceitos de acontecimento, sujeito e objeto histórico. - Quando escrevemos histórias, numa expressão bem popular, “contamos coisas” que supomos terem acontecido. Narramos acontecimentos. - Acontecimento é a mais simples unidade de significação da vida e a nossa vida é constituída por milhares de acontecimentos. - A ideia de acontecimento está diretamente ligada à ideia de sujeito. - Sujeito pode ser quem teve a ideia, quem tomou a decisão de executá-la ou quem a executou efetivamente. (Cf. Houaiss, 2007; Mosé, 2004, p. 266; Aróstegui, 2006, p. 330). - Hoje, ao escreverem histórias (também para as crianças), os historiadores narram acontecimentos promovidos por sujeitos individuais-pessoais, sujeitos coletivos e até por abstrações produzidas a partir do exame da experiência humana e de fenômenos físico-naturais. História e verdade As fontes e a crítica do historiador - As fontes e a crítica do historiador - O trabalho do historiador se faz a partir de fontes, que são basicamente os vestígios deixados pelos homens ao longo de sua existência. - Sem fontes, não há Historia. - Todo trabalho de Historia pressupõe, em primeiro lugar, uma delimitação temática (qual o assunto), temporal (qual o período) e espacial (qual a região) do objeto a ser estudado. - A partir dessas definições, cabe ao historiador uma seleção de fontescom as quais ele pretende trabalhar. - As fontes podem ser de origem diversa e oferecer elementos diferentes e complementares sobre uma determinada experiencia histórica. - E a partir das fontes que os historiadores extraem os fatos que utilizarão para a escrita da História. - As fontes e a crítica do historiador - A crítica da fonte não termina ao averiguar a sua autenticidade, mas segue num contínuo processo de interpretação: de onde vem o documento? Quem o produziu? Quando for feito? Como foi conservado? Haveria razões, conscientes ou inconscientes, para que o autor deformasse as informações? - Não há documento neutro, nem fonte que traga a verdade embutida. - Por isso, as fontes, sejam elas escritas (documentos oficiais, cartas, diários, leis), orais, iconográficas (pinturas, retratos, esculturas), devem estar submetidas a análise crítica. - Os limites da crítica - A produção do conhecimento histórico esta diretamente ligada ao olhar que o historiador lança sobre os acontecimentos. - O conhecimento histórico é sempre indireto. Ele é feito por meio de fontes que servem a construção de uma narrativa. - Não existe História fora do tempo, portanto, cada época lê os vestígios do passado de uma forma diferente. - A critica limita-se a fornecer interpretações possíveis. Referências FERREIRA, Marieta de Moraes. FRANCO, Renato. Aprendendo Historia: reflexão e ensino. São Paulo: Editora do Brasil, 2009. FREITAS, Itamar. Fundamentos teórico-metodológicos para o ensino de História (anos iniciais). Editora UFS Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2010. GIL, Carmem Zeli de Vargas. ALMEIDA, Dóris Bittencourt. A docência em História: Reflexões e propostas para ações. Erechim, Edelbra, 2012. SUGESTÕES DE LEITURA E FILMES Calendários do mundo todo: diferentes formas de marcar o tempo. Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/calendarios-do-mundo-todo-diferentes-formas-de-marcar-o-tempo/ A periodização da História: uma discussão sem fim Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/periodizacao-da-historia-uma-discussao-sem-fim/ Construir uma linha de tempo com a história dos brinquedos Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/construir-uma-linha-de-tempo-com-a-historia-dos-brinquedos/ Calendário gregoriano: o tempo decretado pelo papa Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/calendario-gregoriano-o-tempo-decretado-pelo-papa/ Uma animação para trabalhar a noção de tempo Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/uma-animacao-para-trabalhar-a-nocao-de-tempo/ Curta metragem “A roda” Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eI0NQCJibK4 Dona Cristina perdeu a memória Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8KLUQO0BCZg
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