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COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO JOÃO VÍTOR CASTILHEJO MARQUES RA: 28278452 UMA DISCUSSÃO SOBRE A EFETIVIDADE DAS TORCIDAS ÚNICAS EM JOGOS DE FUTEBOL NO ESTADO DE SÃO PAULO GUARULHOS – SP 2022 JOÃO VÍTOR CASTILHEJO MARQUES UMA DISCUSSÃO SOBRE A EFETIVIDADE DAS TORCIDAS ÚNICAS EM JOGOS DE FUTEBOL NO ESTADO DE SÃO PAULO Trabalho de apresentado à Universidade Guarulhos – UNG, como requisito para a . Orientador: Prof GUARULHOS - SP 2022 JOÃO VÍTOR CASTILHEJO MARQUES UMA DISCUSSÃO SOBRE A EFETIVIDADE DAS TORCIDAS ÚNICAS EM JOGOS DE FUTEBOL NO ESTADO DE SÃO PAULO O artigo apresentado à Universidade Guarulhos – UNG, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social – Jornalismo. BANCA EXAMINADORA Orientadora: Prof Lislei C. Nota Orientador: Prof Inácio R. Nota GUARULHOS 2022 SUMÁRIO 1. Resumo 2. Abstract 3. 1. Introdução/Justificativa 4. 2. Fundamentação teórica/Metodologia da pesquisa 5. Dados e estatísticas 6. Resultados e discussões 7. Considerações finais 8. Referências Bibliográficas RESUMO Este trabalho tem como tema central trazer uma discussão sobre a efetividade das torcidas únicas em clássicos nos estádios de futebol do estado de São Paulo. Com o objetivo de questionar e entender as suas causas e consequências relacionadas a conduta dos torcedores e a rivalidades entre eles dentro e fora das arquibancadas. Em princípio, buscou-se elucidar como surgiu essa emenda constitucional no estatuto do torcedor dizendo que em clássicos o torcedor visitante não tem o poder de ir até o estádio do time mandante para assistir o jogo do seu time de coração. O impacto que as práticas de crimes acometidos pelas mesmas causam na vida das próprias torcidas e da sociedade. Buscou-se, também, conceituar a violência; analisar quem são os autores desses atos; relatar os índices de mortes; discutir a motivação, os embaraços e as causas das brigas e a emenda que visa proibir a violência ao redor e dentro dos estádios, com isso dá liberdade para o encontro e brigas em outros lugares pondo em risco a vida da sociedade de um modo geral. O intuito deste artigo é questionar os órgãos do estado e torcedores sobre o assunto levantado em si. É democrático ter torcida única nos clássicos? Sobretudo a violência acabou? A presente pesquisa se caracterizou como analítica, investigativa, explicativa, estudo de caso e foi fundamentada nos métodos científicos para entender o tema. Dessa forma, a metodologia foi feita a partir das referências, Constituição Federal, Estatuto do Torcedor, reportagens, doutrinas, legislação e também por meio de estatísticas, que elucidou dados certos sobre a violência e homicídio das práticas de crimes das torcidas. Desta feita, chegou-se à conclusão de que o fenômeno da violência e rixas das Torcidas organizadas cresce assustadoramente, com ou sem torcidas de um só determinado time em clássicos no estado. ABSTRACT The central theme of this paper is to discuss the effectiveness of single fans in classic matches in soccer stadiums in the state of São Paulo. In order to question and understand its causes and consequences related to the behavior of fans and the rivalry between them inside and outside the stands. At first, it was sought to elucidate how this constitutional amendment to the fan statute came about, stating that in derbies the visiting fan does not have the power to go to the home team's stadium to watch the game of his favorite team. The impact that the crimes committed by them have on the lives of the fans themselves and on society. We also sought to conceptualize violence; to analyze who the perpetrators of these acts are; to report the death rates; to discuss the motivation, the embarrassments, and the causes of the fights and the amendment that seeks to prohibit violence around and inside the stadiums, thus giving freedom to meet and fight in other places, putting at risk the life of society in general. The purpose of this article is to question the state bodies and the fans about the issue raised in this article. Is it democratic to have single fans in the derbies? Above all, is the violence over? This research was characterized as analytical, investigative, explanatory, case study, and was based on scientific methods to understand the theme. Thus, the methodology was based on references, the Federal Constitution, the Fan Statute, reports, doctrines, legislation, and also through statistics, which elucidated certain data about the violence and homicide of the practice of crimes by fans. This way, the conclusion was reached that the phenomenon of violence and brawls of the organized fans grows frighteningly, with or without fans of a single team in classic matches in the state. 1. INTRODUÇÃO As arquibancadas nos estádios de futebol na década de 90 tinham a particularidade de ter sua capacidade dividida meio a meio, ou seja um clássico entre dois times rivais como Corinthians e Palmeiras antigamente a torcida dos dois clubes podiam assistir o jogo no mesmo estádio, mas essa realidade estava prestes a mudar. No dia 03 de março de 2016 antes do tradicional Derby paulistano ocorreu uma briga na zona leste um vendedor de água que não era torcedor e estava passando pelo local onde aconteceu a briga acabou sendo atingido por bala perdida. Em seguida o Ministério Público de São Paulo determinou á Federação Paulista de Futebol para que sessassem os clássicos com duas torcidas entre os clubes São Paulo, Corinthians, Santos e Palmeiras, Guarani e Ponte Preta. Esse não foi o primeiro relato de violência entre torcidas rivais, a violência nos estádios e nos arredores foi um problema recorrente nas ultimas décadas e como solução as autoridades acreditaram que a separação era a melhor a escolha. Como exposto no trabalho no TCC de Thiago Antonio Pimentel Lemes disponível em xxxxxxxxxxxxxx, o autor pontua quê a crescente violência nos estádios reflete a o aumento da violência no país. Onde na década de 90 as brigas eram espontâneas e ocasionais, logo por isso não envolviam armas brancas ou de fogo. Em contraposição após os anos 2000 com a chegada da internet e os meios de comunicação as rivalidades entre as torcidas elevaram de patamar fazendo com que os torcedores após desentendimentos marcassem rinhas ou brigas, podendo assim os mesmos se organizarem e consequentemente fazendo brigas violentas e perigosas. Após 6 anos de decreto as brigas entre torcidas rivais não diminuíram, um exemplo disso aconteceu em um clássico entre São Paulo e Palmeiras na semifinal da Copa São Paulo de Futebol Junior, no dia 22 de Janeiro de 2022, torcedores do São Paulo invadiram o campo para tentar agredir os jogadores palmeirenses e no meio disso tudo foi encontrado uma faca no gramado, no entanto o autor não foi identificado. E outra vez veio á tona o questionamento se a torcida única realmente soluciona os problemas da violência nos estádios. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Esse assunto gera muito debate, até pelo discurso midiático que generaliza as torcidas organizadas a serem exclusivamente culpadas por esse tipo de problema. Há uma marginalização da torcida organizada, para que seja feita a exclusão dos mesmo que em sua grande maioria vem de periferia. E para entender como chegamos a essa proibição,temos que entender como funcionam as torcidas organizadas e como elas atuam e como o estado tenta acabar e excluir elas do espaço cultural e social que tem como enredo principal o futebol. O início das torcidas começou na década de 40 com um formato bem diferente de como conhecemos hoje, a maioria fazia parte da elite que faziam parte dos clubes e se encontravam no espaço social dos times para festejar e se organizarem para assistirem os jogos juntos. A mudança das torcidas ocorre nos anos 60, transformando o jeito de torcer com novas regras e com a mudança de seu publico para as classes menos favorecidas e fora do clube social, dando inicio as torcidas organizadas como conhecemos hoje. A juventude torcedora que se filia a esse tipo de movimento muita vezes por serem vulnerável socioeconomicamente tem a característica de serem excluída socialmente, por isso se unem ao movimento das torcidas organizadas, já que elas lhe dão identidade, valor e uma importância que a sociedade nega á elas. As torcidas representam um valor social gigantesco, além de um movimento social, elas representam para um determinado grupo de pessoas um pertencimento que elas conheceram juntos e se identificaram pois um ajuda o outro, com uma diversidade que não se encontra em qualquer meio, as torcidas tem vários departamentos como por exemplo o departamento social, que visa ajudar não somente os membros da torcida como amparar grandes comunidades carentes com doações e ações sociais. A torcida tem um papel de união e não de violência. De onde vem essa violência? A mídia e o senso comum acredita que a origem da violência seja o próprio futebol, ou seja os clássicos estimulam a rivalidade e a rivalidade estimula a violência. E outra linha midiática afirma que a violência é fruto dos problemas socioculturais e econômicos enfrentados pela população brasileira. O autor Luís Roberto do Carmo Lourenço Júnior em sua monografia apresentada no Centro Universitário de Brasília UniCEUB publicada em 2007 diz que a violência seria um reflexo do que ocorre na sociedade, sendo manifestada consequentemente até em momento de lazer como o futebol. A torcida única tem como proposta corrigir essa violência. Em 2016 a Secretaria de Segurança Publica do Estado de São Paulo (SSP-SP) em conjunto com a Policia Militar do Estado de São Paulo (PM-SP), Federação Paulista de Futebol (FPF) e Ministério Publico de São Paulo (MP-SP), depois da tragédia que sucedeu a morte de José Sinval Bastista, 53 anos, decidiu que a torcida única seria adotada. Após a implantação desse oficio as autoridades perceberam que a violência ainda persistia só que agora em dois grandes clubes do interior do estado, Guarani Futebol Clube e a Associação Atlética Ponte Preta. Em razão disso, no dia 12 de Janeiro de 2018 o MP-SP publicou o oficio n° 08/2018 que tinha como objetivo complementar os ofícios anteriores “Intervenção para que seja determinada a adoção de TORCIDA ÚNICA em todos os jogos da AA Ponte Preta, em todas as categorias, em todos os Campeonatos, como mandante (não poderá receber a torcida do time visitante) ou visitante (não poderá contar com a presença de sua torcida), durante o ano de 2018; Intervenção para que todos os jogos disputados entre AA Ponte Preta e Guarani FC seja adotada TORCIDA ÚNICA; A manutenção da TORCIDA ÚNICA nas partidas disputadas entre Santos Futebol Clube, São Paulo Futebol Clube, Sociedade Esportiva Palmeiras e Sport Club Corinthians Paulista, incluindo a Associação Atlética Ponte Preta, durante todo o ano de 2018.” ( n°08/2018 MP-SP) Observando os relatórios operacionais do 2° Batalhão de Choque da Polícia Militar, responsável pela segurança de grandes eventos, inclusive de partidas, nos 44 clássicos antes da medida, entre os dias 22/04/2015 a 03/04/16, tiveram 16 confrontos entre torcidas. Após a implementação da torcida única, no 1° período, 04/04/16 a 30/04/2017, o número de conflitos caiu para 8, uma redução de 50%. No 2° período, a partir de 24/04/2016 a 08/04/2018, os enfrentamentos caíram para 5, uma queda de 68,25% comparado ao período com duas torcidas. De acordo com a corporação, o número de espectadores também aumentou de 1.073.838 saltou para 1.425.779, resultando em um crescimento de 33%. O efetivo policial interno diminuiu em 34%, enquanto o efetivo policial externo caiu 23%. Antes havia 14.178 policiais, após a proibição o número baixou para 10.042. As escoltas de caravana de torcedores tiveram um abate de 57%. Antes da medida foram realizados 157 acompanhamentos, depois da implementação foram feitos 68. Essa medida e esses dados podem até ter agradado grande parte da Segurança Pública do estado de São Paulo, mas não agradou os jogadores que fazem o espetáculo acontecer, uma pesquisa promovida pelo UOL em 2018 com 106 atletas de clubes que disputaram a série A. De acordo com o levantamento, 79,3% são contra a torcida única, 16% apoiam e 4,7% se abstiveram. Após o jogo já citado no dia 22 de Janeiro, que encontraram uma faca no campo em um jogo de torcida única, a ideia que se tem é de um protocolo único de segurança, que se por ventura algum torcedor jogar algum objeto, seu clube pode perder mando de campo e ser multado, e caso o torcedor seja identificado, o mesmo será levado imediatamente para o JECRIM ( Juizado Especial Criminal), a mesma coisa é valida para gritos homofóbicos ou de injuria racial, onde o árbitro é acionado e relaciona esses crimes na súmula dai em diante cabe a federação discutir maneiras punitivas para os clubes ou torcidas/torcedores que cometeram essas infrações. A polícia e os meios de segurança pública do estado deve se atualizar e buscar meios de identificar e investigar quem são verdadeiros culpados, essa atitude de banir a torcida do estádio é uma medida completamente irresponsável tendo em vista que os torcedores que se colidem, eles não vão para o combate nos estádios, e sim em lugares afastados pondo em risco não só a vida deles, como também de outras pessoas que passam pelas ruas. A torcida única em clássicos no estado de São Paulo existe a 6 anos e nunca impediu de fato algum torcedor do clube visitante em ir ao estádio, de modo que ele vá descaracterizado, ou seja, sem camisa do seu clube de maneira que ninguém reconheça que ele torça pro rival em ocasião, alguns torcedores correm esse risco e mesmo assim se locomovem de suas casas aos estádios dos seus rivais para acompanhar as partidas. Essa medida representa uma improficiência do poder público, um evento com milhares de pessoas cada uma com seu sentimento e clubes diferentes, tecnicamente com espaços diferentes, ou seja cada uma de um lado de um estádio que tem capacidade e estrutura para isso, com diversas entrada e portarias, fazendo assim grandes divisórias, o estado não consegue dar conta de fazer a segurança desses torcedores de diferentes clubes? Essa medida é antidemocrática, além de acirrar os ânimos e aumentar inclusive a intolerância desses torcedores, tendo em vista que se um torcedor tá no estádio e vê outro torcedor ou torcida com uma camisa do seu rival no mesmo espaço, traz para aquele lugar uma sensação de pertencimento de ambos, porque ambos fazem parte do mesmo espaço cultural e são obrigados a conviver juntos com suas diferenças esse é o caminho. E a violência não faz parte do futebol ou da torcida, infelizmente a violência faz parte da sociedade de uma maneira geral, e se os indivíduos não aprenderem a conviver juntos, as diferenças serão menos visíveis e consequentemente mais nocivas. A conclusão que fica é a ineficácia dessa medida. Que depois dos anos 90 onde as torcidas dividiam o mesmo espaço com igualdade numeral de 50% para cada uma e com o passar do tempo, já nos anos 2000 a torcida visitante chegou a ter o seu espaço diminuído drasticamente com 5% da capacidade,3% isso acabou trazendo uma sensação de medo para os torcedores e trazendo um clima totalmente hostil, além de uma escolta policial armada com uma atmosfera bélica, de confronto, as pessoas se questionavam se estava indo a um estádio de futebol ou para uma guerra, até chegar essa tal norma de torcida única que tira completamente o direito de um torcedor de ir ao estádio. REFERÊNCIAS MURAD, Mauricio A violência e o futebol: dos estudos clássicos aos dias de hoje. 1° edição Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, páginas 13-66, 2007. REIS, Heloisa Helena Baldy. Os espectadores de futebol e a problemática da violência relacionada à organização do espetáculo futebolístico. Unicamp. Campinas, SP. Disponível em www.faac.unesp.br. https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/06/torcida-unica-nos-estadios- representa-a-falencia-da-seguranca-publica-de-sp-2945/ LOURENÇO JUNIOR, Luís Roberto do Carmo Violência no futebol brasileiro A influência dos problemas sócio-culturais e econômicos da sociedade brasileira na violência do futebol local. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UniCEUB https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/1614/2/20412832.pdf LEAL SALLES, Amanda Christine De torcedores a facções: Uma analise do discurso jornalístico sobre as torcidas organizadas no Brasil. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA DE COMUNICAÇÃO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - UFRJ https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3745/1/ASALLES.pdf REDE BRASIL ATUAL. Torcida única nos estádios representa a falência da segurança publica de São Paulo https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/06/torcida-unica-nos-estadios- representa-a-falencia-da-seguranca-publica-de-sp-2945/ TORCEDORES. Torcida única nos estádios https://www.torcedores.com/noticias/2019/03/torcida-unica-nos-estadios UOL. Violência persiste seis anos após implantação da torcida única em São Paulo https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2022/02/violencia-persiste-seis-anos-apos- implantacao-da-torcida-unica-em-sp.shtml Federação Paulista de Futebol http://2016.futebolpaulista.com.br/Torcidas/Puni%C3%A7%C3%B5es https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/06/torcida-unica-nos-estadios-representa-a-falencia-da-seguranca-publica-de-sp-2945/ https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/06/torcida-unica-nos-estadios-representa-a-falencia-da-seguranca-publica-de-sp-2945/ https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/1614/2/20412832.pdf https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3745/1/ASALLES.pdf https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/06/torcida-unica-nos-estadios-representa-a-falencia-da-seguranca-publica-de-sp-2945/ https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/06/torcida-unica-nos-estadios-representa-a-falencia-da-seguranca-publica-de-sp-2945/ https://www.torcedores.com/noticias/2019/03/torcida-unica-nos-estadios https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2022/02/violencia-persiste-seis-anos-apos-implantacao-da-torcida-unica-em-sp.shtml https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2022/02/violencia-persiste-seis-anos-apos-implantacao-da-torcida-unica-em-sp.shtml http://2016.futebolpaulista.com.br/Torcidas/Puni%C3%A7%C3%B5es
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