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2019-PauloVitorFernandesBraz

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 
Faculdade de Ciências de Saúde 
Programa de Pós-Graduação em Odontologia 
 
 
 
 
 
 
 Dissertação de Mestrado 
 
 
 
 
 
Avaliação da interação do diamino fluoreta de prata à dentina previamente a 
procedimentos restauradores 
 
 
 
 
 
 
Paulo Vítor Fernandes Braz 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília, 07 de junho de 2019 
 
 
Paulo Vítor Fernandes Braz 
 
 
 
 
Avaliação da interação do diamino fluoreta de prata à dentina previamente a 
procedimentos restauradores 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Odontologia da Faculdade de 
Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, 
como requisito parcial à obtenção do título de 
Mestre em Odontologia. 
 
 
 
 
Orientador: Ana Paula Dias Ribeiro 
 
Coorientador: Patricia Nóbrega Rodrigues Pereira 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília, 2019 
 
 
 
Paulo Vítor Fernandes Braz 
 
 
 
Avaliação da interação do diamino fluoreta de prata à dentina previamente a 
procedimentos restauradores 
 
 
 
Dissertação aprovada, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em 
Odontologia, Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Faculdade de Ciências 
da Saúde da Universidade de Brasília. 
 
 
 
Data da defesa: 07 de junho de 2019 
 
 
 
Banca examinadora: 
 
 
 
____________________________________________________ 
Prof. Dra. Ana Paula Dias Ribeiro (Orientador) 
 
____________________________________________________ 
Prof. Dra. Fernanda Cristina Pimentel Garcia 
 
____________________________________________________ 
Prof. Dra Elaine A Vilela Maia 
 
____________________________________________________ 
Prof. Dra. Liliana Vicente de Melo Lucas Rezende (suplente) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
It always seems impossible 
until it’s done. 
Nelson Mandela 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus e à minha família 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 Ao Criador pela benção da vida, pela sabedoria, por colocar pessoas tão boas 
em minha vida e que me faz crescer a cada dia a fim de cumprir meu grande propósito 
nessa vida. Agradeço por tudo que sou e por todas as conquistas diárias. 
 
 À minha orientadora Ana Paula Dias Ribeiro pela orientação, pelas várias 
vezes em que se dispôs a resolver as dificuldades do mestrado em seu pouco tempo 
no almoço ou tarde da noite. Sempre escolhi orientadores que me inspiram, que me 
incentivam ser uma pessoa melhor (por meio de suas próprias atitudes) e que me 
motivem a crescer e alcançar os objetivos. Você é sem dúvida uma inspiração não 
somente pela carreira acadêmica, mas principalmente pela forma respeitosa e 
humana com que lida com seus pares e alunos. Agradeço por ter tido um olhar além 
da ciência e da orientação acadêmica. 
 
 À minha orientadora Patrícia Nóbrega Rodrigues Pereira pela orientação 
desde os trabalhos de PIBIC da graduação até o presente trabalho de mestrado. Sou 
muito grato pela oportunidade de ser aluno de uma pessoa sempre passos à frente. 
Sua trajetória profissional é uma grande inspiração, a leveza com que leva suas mil 
tarefas e a forma cordial com que trata todos ao seu redor são destaques que me 
impressionam. Muito obrigado por me ensinar muito sem precisar dizer nada. 
 
 À Andressa Fabro Luciano dos Santos: a melhor companheira de pesquisa 
que já tive. Andressa, sua ajuda na execução dessa pesquisa foi determinante para 
a realização de todos os objetivos propostos no início do mestrado. Sem você eu 
possivelmente não teria concluído com a mesma leveza. O nosso trabalho em equipe, 
sua disposição, conselhos e amizade são meus maiores presentes. 
 
 À professora Soraya Leal pela ajuda na doação dos ionômeros desse estudo 
e de outros utilizados no projeto piloto. Sou seu admirador desde a graduação e muito 
grato pela oportunidade de estudar no mestrado na UnB. Obrigado por me apresentar 
tanta gente importante na ciência odontológica nos congressos e por acreditar em 
mim e no meu potencial desde sempre. 
 
 
 Ao professor Leandro Hilgert pela preocupação com o andamento da 
pesquisa e pelas dúvidas sanadas. Você é um professor com didática impecável e 
com conhecimento ímpar em diversas áreas da odontologia. Aos professores An Tien 
Li e Cristine Stefani, pelas diversas aulas no programa de pós-graduação que foram 
além de um plano de aula. A paixão com que vocês ensinam e a motivação que 
empregam em suas aulas são inspiradoras. 
 
 Aos meus professores e meus mestres inspiradores de uma vida Denise 
Falcão, Timothy Donley, Alessandro Januário e Aline Úrsula pela ajuda em tomar 
decisões difíceis de minha vida e pelo olhar crítico e experiência que tem de 
odontologia, de carreira, de ciência e vivência de mundo. Agradeço muito os 
conselhos e ajuda em diversos momentos que pedi socorro. 
 
 À técnica do laboratório de Microscopia e Microanálise do Instituto de Biologia 
da UnB, Ingrid, pela ajuda, disposição e conversas agradáveis na análise das 
amostras em MEV desse trabalho. 
 
 Aos meus amigos de graduação e de uma vida, Isadora e Thiago, a amizade 
de vocês, à distância ou nos períodos mais próximos, me dá muita felicidade e leveza. 
Obrigado por todos os momentos de apoio e ajuda nesse período. Vocês são foda. 
 
 Às colegas de mestrado e amigas, Ingrid Castro, Marília Bizinoto, Raíssa 
Antunes e Patrícia Magno pela abençoada amizade de vocês durante esses dois 
anos de convivência. Foram horas e horas de discussão científica e de conversas 
sem rumo. Agradeço o apoio, o incentivo de sempre. Nosso grupo virtual é um grande 
motivo de alegria. 
 
 À amiga e colega do PPGODT Larissa Ribeiro pela amizade, 
companheirismo. A viagem do IADR foi fantástica ao seu lado. Agradeço pela ajuda 
de sempre, pelas risadas e pela amizade sincera que não precisa de muita coisa. 
Podemos ficar semanas sem nos ver que a amizade continua a mesma. 
 
 Ao amigo Fábio Cussi com quem muito aprendi e discuti odontologia e ciência 
nesse período. Obrigado pela convivência, pelas conversas e por sempre me mostrar 
 
que o mundo é um oceano de bênçãos e oportunidades e que as coisas mais 
importantes sempre estão ao nosso redor. 
 
 Aos amigos e colegas de trabalho, Michelle, Mariane, Kadu, Carol, Samuel, 
Carlos, Lorena, Larissa. Agradeço muito pela oportunidade de trabalhar e aprender 
com vocês. Obrigado pelo apoio quando da decisão de entrar no programa de 
mestrado e, mesmo assim, conciliar com as atividades clínicas. Agradeço pela 
amizade, pela inspiração e pela excelência no trabalho com que todos pesam. 
 
 Aos amigos da especialização Kátia, Elisa, Rogério, Mariana Figueiredo, 
obrigado pela ajuda sempre que precisei faltar ou chegar atrasado em função de 
alguma aula do mestrado. Obrigado por confiar em mim muito mais do que imaginei 
que seria capaz. 
 
 Aos amigos Leonardo Nogueira e Lucas Capeletti pelo trabalho em equipe 
e desafios constantes. Trabalhar em novos projetos com vocês tem sido minha 
grande motivação. 
 
 Aos novos e grandes amigos, Eduardo, Fernando obrigado por entenderem 
que eu sou multitarefa. Eu trabalho muito, estudo muito e me dedico MUITO em tudo 
que faço. A nossa amizade foi (e é) muito importante em diversos momentos desse 
período de mestrado. Agora passou e é vida que segue... 
 
 Aos meus pais, por me permitirem seguir meus sonhos e apoio incondicional. 
Se eu tive tempo e motivação pra me dedicar à odontologia foi graças à oportunidade 
que vocês me deram. Vocês são um grande exemplo e minha maior motivação para 
me tornar uma pessoa melhor e conquistar todos os meus sonhos. 
 
 À Universidade de Brasília, na pessoa da reitora profa. Dra. Márcia Abrahão. 
 
 Ao programa de pós-graduação em Odontologia da UnB, na pessoa da 
professora coordenadora Dra. Soraya Leal. 
 
 Aos pacientes que cederam os dentes que foram utilizadosnessa pesquisa. 
 
RESUMO 
 
O objetivo deste trabalho foi analisar o efeito do Diamino Fluoreto de Prata (DFP) e 
os protocolos de limpeza na resistência de união (RU) ao microcisalhamento de dois 
sistemas adesivos e dois cimentos de ionômero de vidro (CIV). Cento e noventa 
terceiros molares humanos sadios foram cortados horizontalmente para expor a 
dentina média-coronal. Os dentes foram então embutidos em resina epóxi para expor 
uma superfície dentinária plana e polida. Os espécimes foram então divididos 
aleatoriamente em 16 grupos de acordo com o agente de união e com a aplicação de 
DFP (n = 21): grupo 1: Clearfil SEBond (CSE); grupo 2: Optibond FL (OFL); grupo 3: 
cimento de ionômero de vidro Fuji II LC (FLC); grupo 4: cimento de ionômero de vidro 
convencional Riva (RIV) e o substrato dentinário. O DFP foi aplicado ativamente por 
1 minuto. Em seguida, a dentina foi enxaguada e seca. Para os sistemas adesivos, o 
adesivo foi aplicado de acordo com as instruções do fabricante e uma resina fluida foi 
aplicada através de um tubo de amido (0,80 mm de diâmetro) e fotopolimerizada. 
Para os grupos de CIV, o ácido poliacrílico foi aplicado por 10 segundos e o CIV 
inserido através de um tubo de amido de 0,97 mm de diâmetro. Após 24 horas de 
armazenamento de água, o tubo de amido foi removido e os conjuntos colados foram 
testados em microcisalhamento. Os dados foram analisados estatisticamente por 
Shapiro Wilk e ANOVA (p<0,05). O sistema adesivo e o CIV com menor resistência 
de união foram selecionados para o procedimento de limpeza. Para avaliação do 
protocolo de limpeza, os espécimes foram aleatoriamente divididos em 24 grupos, de 
acordo com o modo de limpeza (água, óxido de alumínio e pedra-pomes), substrato 
dentinário (com ou sem cárie afetada), presença ou não de DFP e o material 
restaurador. Modos de fratura foram analisados sob Microscópio Eletrônico de 
Varredura (MEV) e classificados em adesivo, mista e coesiva. Quanto aos valores de 
resistência de união, observou-se diferença estatística nos grupos adesivos (p = 
0,0001) e GIC (p = 0,02). Na avaliação dos cimentos de ionômero de vidro, o cimento 
convencional apresentou os menores valores de RU à dentina sadia, e para dentina 
cariada observou-se que a associação do cimento convencional e o DFP resultou em 
menores valores de RU (P<0,05). Na avaliação dos sistemas adesivos, tanto o fator 
adesivo quanto o fator aplicação de DFP influenciaram os valores de RU. Na 
avaliação dos métodos de limpeza, novamente observou-se que o DFP influencia 
 
negativamente os valores de RU principalmente em dentina cariada. Entretanto, os 
grupos em que a limpeza com pedra-pomes foi realizada após o tratamento com DFP 
conseguiram manter valores estatisticamente semelhantes ao seu controle (não 
tratados com DFP). Houve predominância de falhas mistas nos grupos CIV e adesivo. 
Pode-se concluir que o DFP afeta a RU dos sistemas de ionômero de vidro 
convencionais e dos sistemas adesivos autocondicionantes. A pasta de pedra-pomes 
parece ser o método de limpeza mais eficiente para limpeza dentinária após a 
aplicação do DFP. 
 
Palavras-chave: dentina, DFP, adesão, protocolos de limpeza, resistência de união 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The purpose of this research was to analyze the effect of silver diamine fluoride and 
cleaning procedures on the microshear bond strength (MBS) of two adhesive systems 
and two glass-ionomer cements (GIC) to caries-affected dentin. One hundred and 
ninety sound human third molars were cut horizontally to expose mid-coronal dentin. 
Teeth were embedded in epoxy resin to expose a flat dentin surface and polished. 
Specimens were then randomly divided into 16 groups according to the bonding agent, 
dentin substrate and to the SDF application (n=21): group 1: Clearfil SEBond (CSE); 
group 2: Optibond FL (OFL); group 3: Fuji II LC glass-ionomer cement (FLC); group 
4: Riva self-etch cure (RIV). SDF was applied, rinsed and dried. Adhesive systems 
were applied and a flowable resin was inserted through a starch tube (0.80mm 
diameter) and light-cured. For the GIC groups, polyacrylic acid was applied for 10 sec 
and the GIC inserted through a 0.97mm diameter starch tube. After 24-hour water 
storage, the starch tube was removed, and bonded assemblies tested in microshear. 
Data were statistically analyzed by Shapiro Wilk and ANOVA. The adhesive system 
and GIC with the lowest mean bond strength were selected for the cleaning procedure. 
The teeth were randomly divided into 24 groups, according to the cleaning mode 
(water, aluminum oxide and pumice slurry), dentin substrate (sound or caries-
affected), presence or not of SDF and the restorative material. Fracture modes were 
analyzed under Scanning Electron Microscope (SEM).Regarding bond strength 
testing, there were observed a statistical difference on the adhesive groups (p=0.0001) 
and GIC groups (p=0.02). In the GIC evaluation, the conventional GIC presented the 
lowest MBS on sound dentin; for the caries-affected dentin the association of 
conventional cement and the SDF resulted in the lowest MBS (p<0.05). In the 
adhesive systems evaluation, both the adhesive systems and SDF application 
affected mean MBS. In the cleaning procedures, SDF application on caries-affected 
dentin negatively affected MBS. However, cleaning with pumice slurry maintained the 
MBS in SDF groups when compared to the control groups (not treated with SDF). 
Fracture evaluation showed more mixed failures on GIC and adhesive systems 
groups. It can be concluded that SDF application affected the MBS of conventional 
GIC and self-etch adhesive systems. Pumice slurry was the most effective cleaning 
agent after SDF application. 
Keywords: dentin, SDF, cleaning protocols, adhesion, bond strength 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 01 – Esquema da confecção das restaurações do estudo............................35 
Figura 02 – Esquema de divisão dos grupos de limpeza dentinária........................38 
Figura 03 – Distribuição dos dados de RU dos CIV.................................................40 
Figura 04 – Distribuição dos dados de RU dos sistemas adesivos..........................42 
Figura 05 – Distribuição dos dados de RU do CIV submetidos a limpeza...............44 
Figura 06 – Distribuição dos dados de RU do sistema adesivo submetido a 
limpeza......................................................................................................................46 
Figura 07 – Gráfico do padrão de fraturas das restaurações ..................................50 
Figura 08 – Gráfico do padrão de fraturas da limpeza em dentina sadia ................51 
Figura 09 – Gráfico do padrão de fraturas da limpeza em dentina cariada .............51 
Figura 10 – Fotomicrografia do grupo Riva + DFP + Óxido de alumínio .................52 
Figura 11 – Fotomicrografia do grupo Riva + DFP + Pedra-pomes ........................52 
Figura 12 – Fotomicrografia do grupo Riva + DFP + Jato de água .........................53 
Figura 13 – Fotomicrografia do grupo CSE + DFP + Óxido de alumínio .................53 
Figura 14 – Fotomicrografia do grupo CSE + DFP + Pedra-pomes ........................54 
Figura 15 – Fotomicrografia do grupo CSE + DFP + Jato de água..........................54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 01 – Divisão dos grupos experimentais.......................................................32 
Quadro 02 – Materiais utilizados e protocolo de aplicação .....................................33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 01 – Média e desvio padrão da RU para CIV em dentina sadia e cariada...40 
Tabela 02 – ANOVA da RU dos CIVs em dentina sadia ..........................................41 
Tabela03 – ANOVA da RU dos CIVs em dentina cariada ......................................41 
Tabela 04 – Média e desvio padrão da RU para CIV em dentina sadia e cariada...42 
Tabela 05 – ANOVA da RU dos CIVs em dentina sadia...........................................43 
Tabela 06 – ANOVA da RU dos CIVs em dentina cariada ......................................43 
Tabela 07 – Média e desvio padrão da RU da limpeza do Riva em dentina sadia e 
cariada.......................................................................................................................45 
Tabela 08 – ANOVA da RU dos tipos de limpeza em dentina sadia........................45 
Tabela 09 – ANOVA da RU dos tipos de limpeza em dentina cariada.....................46 
Tabela 10 – Média e desvio padrão da RU da limpeza do CSE em dentina sadia e 
cariada.......................................................................................................................47 
Tabela 11 – ANOVA da RU dos tipos de limpeza para o CSE em dentina sadia.....47 
Tabela 12 – ANOVA da RU dos tipos de limpeza para o CSE em dentina cariada..48 
Tabela 13 – Representação do percentual de falhas em todos os grupos 
experimentais do estudo............................................................................................49 
Tabela 14 – Mensuração em percentual da composição química ao nível de falha do 
grupo de limpeza óxido de alumínio……………………………………………………..55 
Tabela 15: Mensuração em percentual da composição química ao nível de falha do 
grupo de limpeza pedra-pomes…………………………………………………………..55 
Tabela 16: Mensuração em percentual da composição química ao nível de falha do 
grupo de limpeza jato de água…………………………………………………………..55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ANOVA – Análise de Variância 
CaCl2 – Cloreto de cálcio 
CIV – Cimento de Ionômero de Vidro 
CIVMR – Cimento de Ionômero de Vidro Modificado por Resina 
CSE – Clearfil SEBond 
DFP – Diamino Fluoreto de Prata 
DNA – Ácido desoxirribonucléico 
EDX – Espectroscopia por energia dispersiva 
Er:YAG – Érbium doped Ytrium Aluminium Garnet 
FDA – Agência Americana de Administração de Comida e Remédios 
GC – Cimento de Ionômero de Vidro Fuji LC 
KCL – Cloreto de potássio 
KI – Iodeto de potássio 
MBS – Microcisalhamento 
MDP – Metalocriloxidecil dihidrogênio fosfato 
MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura 
MMP – Metaloproteinase da matriz 
MPa – Megapascal 
NaH2PO4 – Fosfato monossódico 
OFL – Optibond FL 
pH – Potencial Hidrogeniônico 
Riva – Cimento de Ionômero de Vidro Riva de presa química 
SBBrasil: Levantamento das Condições de Saúde Bucal da População Brasileira 
SMART – Tratamento Restaurador Atraumático Modificado por Prata 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………………...…18 
2 OBJETIVOS …………………………………………………………………….…...…..20 
3 REVISÃO DE LITERATURA……………………………………………………………21 
3.1 CÁRIE DENTÁRIA…………………………………………………….………21 
3.2 DIAMINO FLUORETO DE PRATA……………………….………….………22 
3.3 ADESÃO AOS TECIDOS DENTAIS ……………………………..….………27 
4 MATERIAL E MÉTODOS …………………………………………….….…….……….31 
4.1 OBTENÇÃO, PROCESSAMENTO DOS DENTES E ESPÉCIMES………31 
4.2 INDUÇÃO DE CÁRIE ARTIFICIAL ………………………….………..……..31 
4.3 MATERIAIS UTILIZADOS …………………………….……….……..………33 
4.4 CONFECÇÃO DAS RESTAURAÇÕES EM RESINA ………..….…….…..34 
4.5 CONFECÇÃO DAS RESTAURAÇÕES EM IONÔMERO DE VIDRO……36 
4.6 ANÁLISE DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ……………………………..……36 
4.7 PROTOCOLO DE LIMPEZA ………………………………………..……….36 
4.8 AVALIAÇÃO DO PADRÃO DE FRATURAS …………………….…………38 
4.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA …………………………………….………………39 
5 RESULTADOS ………………………………………………………………………….40 
5.1 RESISTÊNCIA DE UNIÃO AO MICROCISALHAMENTO ……….………40 
5.2 PROTOCOLOS DE LIMPEZA …………………………………….…………44 
5.3 QUANTIFICAÇÃO DE FALHAS PREMATURAS …………………………49 
5.4 ANÁLISE DO TIPO DE FRATURA …………………………………………49 
5.5 ANÁLISE EM MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA…….….51 
6 DISCUSSÃO …………………………………………………………………………….56 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ……………………………………………………………62 
8 REFERÊNCIAS ……………………………………………………………….…………63 
9 PRESS RELEASE …………………………………………………………..…………..71 
9 ANEXO I ……………………………………………………………………….…………72 
10 ANEXO II …………………………………………………………………….………….74 
11 ANEXO III …………………………………………………………………….…………76 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A cárie dentária é uma das doenças crônicas mais prevalentes em crianças e 
em adultos (1). Uma grande quantidade de dinheiro destinada a saúde pública é paga 
todos os anos para tratamento de lesões de cáries dentárias. No Brasil, de acordo 
com dados do último SBBrasil, houve uma redução da prevalência de cárie, 
entretanto, 80% das lesões existentes ainda permanecem não tratadas (2). As lesões 
de cáries dentárias não tratadas são um grande problema de saúde pública, pois 
podem afetar a qualidade de vida da população, bem como aumentar o custo para o 
tratamento das consequências da doença (3–5). Métodos preventivos e terapêuticos 
tem sido propostos para controle e erradicação de lesões de cárie, como vernizes de 
flúor e géis fluoretados. Entretanto, essas abordagens não tem gerado resultados 
satisfatórios tendo em vista que a prevalência da doença permanece similar desde 
1990 (6). 
 O tratamento das lesões de cárie dentária está relacionado ao medo e à 
ansiedade, especialmente em crianças(7), e continua sendo um desafio, 
especialmente para pessoas em comunidades desfavorecidas, pois o acesso a um 
dentista pode ser um problema. As lesões de cárie quando não são tratadas podem 
levar a tratamentos mais invasivos como tratamento endodôntico e extração dentária. 
 Nos casos em que os pacientes não podem tolerar o tratamento convencional 
ou não têm indicação para tal, pode ser necessária uma abordagem de tratamento 
mais conservadora para essas necessidades. Tratamentos minimamente invasivos 
ou conservadores surgem como uma mudança de paradigma na prática de desgastar 
e restaurar a estrutura dentária assim que uma lesão é visualizada. Um tratamento 
conservador para uma lesão de cárie dentária seria aquele que cessa ou retarda a 
progressão da lesão sem desgastes ou com mínimos desgastes de estruturas 
dentárias. Dentro desse contexto, materiais e técnicas vem surgindo (ou ressurgindo 
em fases diferentes na ciência) como alternativas ao tratamento e erradicação da 
doença cárie (8). 
O Diamino Fluoreto de Prata (DFP) tem sido usado desde 1970 para controlar 
o desenvolvimento de lesões de cárie dentária (9). DFP é um líquido alcalino incolor 
que combina o efeito de remineralização de um fluoreto de sódio e um efeito 
antimicrobiano trazido pelo nitrato de prata (10). Devido à sua característica única e 
dupla ganhou mais atenção recentemente, já que a “Food and Drug Administration” 
18 
 
aprovou seu uso nos Estados Unidos como agente de flúor e dessensibilizador. No 
Brasil, o DFP é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) há 
mais de uma década e seu uso tem sido restrito em comunidades pouco 
desenvolvidas. O DFP é fácil de usar, uma vez que não requer nenhum material 
especial para que ele possa ser aplicado em comunidades privadas e no consultório 
odontológico. É indolor, simples e tem um baixo custo. Diversos trabalhos têm 
avaliado o uso do DFP em crianças (11–17). Entretanto, a doença cárie traz cada vez 
mais prejuízos com o passar da idade, e as técnicas preventivas não tem sido efetiva 
nos idosos. Cáries radiculares e seus tratamentos tem se tornado desafiadores e 
onerosos para os idosos (18,19). O DFP representa uma alternativa para o tratamento 
da doença cárie em idosos, especialmente em lesões radiculares, cujo controle 
terapêutico efetivo ainda permanece incerto. 
Atualmente, o DFP tem sido aplicado antes das restaurações temporárias ou 
permanentes, numa técnica denominada "tratamento restaurador atraumático 
modificado com prata (Silver - Modified Atraumatic Restorative Treatment - SMART) 
(20). Apesar das restauraçõesSMART serem realizadas, há poucas evidências sobre 
a capacidade de união das restaurações adesivas à dentina tratada com DFP. Esta 
dentina esclerótica e calcificada, em função da aplicação do DFP, pode representar 
um desafio para os sistemas adesivos atuais, afetando a resistência da união de 
materiais à base de resina à dentina. Há uma falta de evidências e resultados 
controversos quanto ao efeito sobre a força de união na dentina (21–24). 
Há evidências suficientes para usar o DFP com segurança para o controle de 
lesões de cáries, mas ainda é controversa sobre a sua interação com a matriz 
dentinária, com os materiais dentários e os cimentos de ionômeros de vidro. Sendo 
assim, torna-se extremamente importante que novos estudos sejam feitos a fim de 
verificar a ação do DFP na Ru de materiais dentários (CIV e resina composta) à 
dentina bem como os métodos de limpeza de superfície após a sua aplicação. 
 
 
 
 
19 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 Geral: 
Avaliar o efeito do Diamino Fluoreto de Prata na resistência de 
união ao microcisalhamento de materiais dentários à dentina. 
 
2.2. Específicos: 
i. Avaliar resistência de união de diferentes sistemas adesivos à 
dentina sadia e cariada tratada previamente com o DFP 
ii. Avaliar a resistência de união de diferentes cimentos de 
ionômero de vidro em dentina sadia e cariada tratada com o 
DFP 
iii. Avaliar diferentes protocolos de limpeza após a aplicação do 
DFP na dentina sadia e cariada 
 
As hipóteses nulas foram: 
i. Não haverá diferenças significativas na resistência de união 
dos sistemas adesivos em dentina sadia tratada com o DFP; 
ii. Não haverá diferenças significativas na resistência de união 
dos sistemas adesivos na dentina cariada e tratada com o DFP; 
iii. Não haverá diferenças significativas na resistência de união 
dos cimentos de ionômero de vidro em dentina sadia tratada 
com o DFP; 
iv. Não haverá diferenças significativas na resistência de união 
dos cimentos de ionômero de vidro em dentina cariada e 
tratada com o DFP; 
v. Não haverá diferença significativas na resistência de união 
após o uso de diferentes protocolos de limpeza. 
 
 
 
 
20 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
3.1 CÁRIE DENTÁRIA 
 
A doença cárie é um problema de saúde pública no Brasil e em diversas outras 
cidades no mundo. A doença pode afetar a qualidade de vida de crianças em 
atividades de comer, conversar, estudar e praticar atividades. Muito se tem dedicado 
em estratégias preventivas para a doença cárie, como o uso de fluoretos e escovação 
(8,25,26). Entretanto, ainda assim, percebe-se que a prevalência da doença aumenta 
com o passar da idade, mesmo com o uso de diversas estratégias preventivas. Desse 
modo, destaca-se a importância do açúcar no processo de desenvolvimento da 
doença já que esse excesso causa uma disbiose no biofilme dentário, diminuindo os 
valores de pH (27). Esse pH mais baixo causado pela fermentação da sacarose vai 
favorecer uma mudança no balanço ecológico de tal modo que bactérias que 
sobrevivam no ambiente mais ácido se multipliquem em detrimento de bactérias que 
sobrevivem no ambiente de pH neutro. Dessa maneira, repetidas situações em que 
há queda do pH no microambiente do biofilme seleciona uma microflora mais 
cariogênica (28). Desse modo, a doença cárie é entendida como uma doença 
causada por uma disbiose, por uma cultura mista, na qual certas espécies de 
bactérias começam a se multiplicar quando o microambiente acídico se altera (6,29). 
Nesse contexto, vale ressaltar que estratégias efetivas para prevenir a doença estão 
relacionadas ao controle do uso do açúcar na dieta. 
O surgimento de lesões de mancha branca e, consequentemente, 
aparecimento de lesões cavitadas em esmalte e em dentina, são evidências da 
disbiose do biofilme e representam sinais clínicos do avanço da doença nos dentes. 
As lesões cavitadas em dentina representam um enorme desafio, do ponto de vista 
restaurador e do ponto de vista de saúde pública. As lesões em dentina representam 
um avanço da doença cárie na estrutura dentária em um estágio mais avançado e 
profundo. Quando em dentina podem causar dor e desconforto e, ao avançar para a 
região pulpar, causar a perda de vitalidade e, nos casos mais avançados, a perda do 
dente. 
Sob a ótica restauradora, as lesões de cárie em dentina são mais desafiadoras 
do que as lesões restritas à superfície de esmalte. A dentina é um substrato complexo 
21 
 
formado por uma rede de fibrilas colágenas envolvidas por cristais de hidroxiapatita 
(30). Em função da organização das fibrilas colágenas, do conteúdo orgânico e da 
água presente na dentina, existe uma limitação no reparo de lesões de cárie em 
dentina ligada diretamente à sua composição (31). A heterogeneidade da dentina, a 
umidade, a degradação de colágeno desprotegido e presença de proteases são 
algumas das características intrínsecas ao tecido que desafiam a adesão (32). A 
razão para isso é que a maioria das falhas nas restaurações está relacionada a 
limitações da união entre o material restaurador e a dentina. É relatado que a principal 
razão para a falha em restaurações é a presença de fraturas e o aparecimento de 
cáries secundárias (33). 
 Sob a ótica de saúde pública, uma enorme quantidade de dinheiro é gasta 
anualmente para tratar ou retratar lesões de cárie (34). Não ter a doença tratada 
corretamente é um enorme problema social, afetando a qualidade de vida da 
população e econômico, aumentando os gastos curativos de saúde para retratar as 
lesões da doença (3). Embora se tenha um avanço no conhecimento do tratamento 
de lesões de cárie em dentina, há muito que ser explorado no campo da engenharia 
de tecido usando novas estratégias para o tratamento dessas lesões. 
 
 3.2 DIAMINO FLUORETO DE PRATA 
 
 O DFP se diferencia de outras estratégias preventivas fluoretadas como o 
fluoreto de sódio e o fluoreto estanhoso, por exemplo, em função de sua habilidade 
em parar o processo de cárie e simultaneamente prevenir a formação de novas lesões 
(35). O DFP é composto por um íon diamino-prata e outro íon fluoreto. O íon diamino-
prata é formado pela união de duas moléculas de amônia ao íon prata (9). O complexo 
diamino-prata é mais estável e menos oxidável que o fluoreto de prata (36). Essas 
características são primordiais pois é a estabilidade do reagente que confere ao DFP 
a capacidade de impedir a progressão de lesões cariosas e o diferencia, portanto, de 
outras estratégias terapêuticas. 
 Além da estabilidade gerada pelos íons diamino-prata, acredita-se que os íons 
prata sejam capazes de ter efeito antibacteriano já que podem interagir com enzimas 
importantes ao funcionamento celular bacteriano e impedir a homeostase celular 
bacteriana (37). Além disso, os íons prata podem desativar grupamentos específicos 
de enzimas bacterianas e interagir com o DNA bacteriano, com a parede celular e 
22 
 
causar morte celular (38). A maioria desses estudos mostrou efeito antibacteriano do 
DFP em células planctônicas. Na boca, esses microrganismos se utilizam de uma 
série de mecanismos de defesa no biofilme. Foi demonstrado que o DFP pode inibir 
o crescimento do S mutans (39) e outros estudos tem mostrado o efeito inibitório do 
DFP em outras espécies bacterianas no biofilme (40,41). Vale salientar que o efeito 
do DFP in vivo é mais complexo já que uma complexidade e heterogeneidade 
bacteriana é presente no biofilme. 
 É percebido que a aplicação de solução contendo DFP causa o endurecimento 
da dentina após a aplicação. Diversos trabalhos tentam explicar esse mecanismo, 
mas ainda não está claro de que forma isso é estabelecido (36,42–44). Além disso, a 
interação dos íons prata do DFP na dentina causa um manchamento escuro nos 
dentes(44). Esse manchamento escuro representa uma das maiores desvantagens 
do uso do DFP. Em um estudo, foi reportado que a principal barreira para o usodo 
DFP por profissionais dentistas ou diretores de programas de saúde era a pobre 
estética após o tratamento (45). Já para os pais de crianças atendidos em uma 
universidade americana, a cor escura foi considerada aceitável em 67,5% em dentes 
posteriores e menos de 30% o aceitariam em dentes anteriores. Se, em função do 
comportamento da criança fosse considerado o uso de anestesia geral, a aceitação 
ao uso do DFP aumenta para 68,5% em dentes anteriores. Esse estudo mostra que 
o profissional de saúde deve entender a sensibilidade e percepção dos pais assim 
como avaliar o comportamento da criança. De maneira geral, os pais tendem a aceitar 
o tratamento com o DFP mesmo em dentes anteriores do que tratamentos mais 
avançados (46). A aplicação de iodeto de potássio (KI) após o DFP tem sido uma 
alternativa para mascarar esse escurecimento, embora não se tenha resultados 
estáveis da cor a longo prazo (47). Outras alternativas envolvem o uso de 
nanopartículas de prata (12) mas novos estudos merecem ser feitos para estudar a 
interação na dentina e nos tecidos biológicos assim como o seu efeito preventivo nas 
lesões de cárie. 
 A ação de ácidos em função da adesão dos materiais poliméricos e o processo 
de desenvolvimento da lesão de cárie em dentina podem ativar diversas enzimas, tais 
como as metaloproteinases da matriz (MMPs) e catepsinas (48). Essa ativação pode 
clivar as fibrilas colágenas recém expostas e contribuir para a degradação da interface 
adesiva, contribuindo para falha em restaurações (49). É reportado que o DFP possui 
a capacidade de inibir as atividades de MMPs e esse efeito está relacionado aos íons 
23 
 
prata (44,50,51). Vale mencionar que outros estudos reportaram bons resultados no 
uso in vitro da clorexidina e de outros agentes para inibição de MMPs. No entanto, ao 
se fazer análises longitudinais, verificou-se que o efeito da clorexidina era pouco de 
curto prazo e, portanto, seu uso clínico com embasamento científico não suportado 
por revisões sistemáticas (52). Já que não se tem estudos longitudinais que avaliam 
o efeito do DFP nas proteases dentinárias, o seu uso só pode ser justificado em 
função dos seus efeitos na prevenção e progressão das lesões de cárie e não na 
premissa de inativação de MMPs. 
 O íon fluoreto, também presente na estrutura química do DFP, atua na 
prevenção de cárie pela interação com os cristais de hidroxiapatita parcialmente 
desmineralizados formando a fluorapatita. Esse mineral é quimicamente mais estável 
que a hidroxiapatita sozinha e contribui para dificultar o desafio cariogênico 
necessário para evolução de uma lesão de cárie já que o pH necessário para a 
dissolução da fluorapatita é menor. Além disso, o íon fluoreto promove 
remineralização e também está relacionado a inibição de MMPs (53) e colagenases 
(51), embora o mecanismo de ação permaneça pouco claro. 
 Tanto os íons diamino-prata quanto os íons fluoreto possuem efeito inibitório 
em enzimas dentinárias e em suas funções catalíticas. A prata e o fluoreto podem ter 
efeito sinérgico nesse mecanismo e a sua atuação em conjunto pode justificar os 
resultados obtidos no estudos em interromper o avanço de lesões de cárie e prevenir 
o surgimento de novas lesões (44). 
Existem diversas concentrações de DFP no mercado, tais como 12%, 30% e 
38%. A maioria dos produtos disponíveis atualmente são de 38% já que estudos 
recentes mostraram que a concentração de 38% é mais efetiva que 12% para 
interromper a progressão de cárie em crianças (16). É alertado na literatura que 
diferentes marcas comerciais podem ter composições químicas diferentes do DFP 
dos reagentes usados assim como diferentes concentrações de íon fluoreto, o que 
pode alterar a reação do produto na dentina e alterar sua eficácia. Ainda não se sabe 
ao certo o efeito que essas concentrações diferentes podem provocar, mas acredita-
se que o potencial total esperado do DFP não seja alcançado. 
Os estudos clínicos têm mostrado sua eficácia no controle de cárie dentária e 
que o DFP foi mais efetivo que o cimento de ionômero de vidro e que placebo para 
interromper lesões de cáries ativas em dentina (12,54). Uma recente revisão 
sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados mostrou que o DFP 
24 
 
apresentou eficácia de 66% na interrupção de lesões de cárie dentária que outros 
tratamentos ativos (restaurações ART e verniz fluoretado) e 154% de eficácia maior 
que os placebos (14). Além disso, e considerando suas características, o DFP 
representaria um método de tratamento de baixo custo para cáries radiculares em 
idosos. 
Com o aumento da expectativa de vida da população, é esperado que as 
pessoas vivam mais tempo e, consequentemente, com mais dentes na boca. Desse 
modo, a incidência de lesões de cárie radiculares pode aumentar. Uma recente 
revisão sistemática de ensaios clínicos mostrou eficácia do DFP para prevenir e 
impedir progressão de lesões de cárie radiculares até sete vezes mais eficaz que 
placebo em idosos (55). Em outra metanálise, verificou-se que o DFP a 38% é efetivo 
para impedir a iniciação e o avanço de lesões de cárie radiculares. Entretanto, seu 
efeito preventivo é similar ao verniz fluoretado a 5% e o de clorexidina a 1% (56). Nos 
estudos clínicos em idosos, não houve preocupação com o escurecimento pós 
tratamento (57–59). Entretanto, em culturas diferentes e em dentes anteriores, a 
percepção de cor e aceitabilidade pode ser diferente. Há uma lacuna na literatura, 
portanto, de mais estudos para avaliar a eficácia do DFP em cáries radiculares assim 
como em cáries coronárias em adultos. 
A frequência de aplicação do DFP não é bem definida entre os estudos. Há 
ensaios clínicos com aplicação anual, bianual e aplicação semanal por três vezes. 
Em crianças, a aplicação anual parece ser mais efetiva do que a aplicação semanal 
por três semanas de DFP ou de verniz fluoretado a 5%(8). Adicionalmente, a 
aplicação bianual de DFP a 38% é mais efetiva que a anual e mais efetiva que a 
concentração de 12%, independentemente da frequência (8). Já para cáries 
radiculares em idosos, mais estudos são necessários para determinar a melhor 
frequência de aplicação já que não houve diferença estatística para a prevenção de 
novas lesões de cárie entre o DFP e verniz fluoretado (8). 
O uso do DFP para tratamento de sensibilidade também tem sido alvo de 
investigação científica. Castillo et al avaliaram o efeito do DFP em 126 peruanos com 
pelo menos um dente com sensibilidade em comparação a placebo. Uma escala 
analógica visual foi aplicada previamente a aplicação do cariostático, 24h e 7 dias 
depois (60). Foi percebida uma redução da sensibilidade com a aplicação repetida de 
um segundo na dentina nos dois tempos avaliados. Como esse estudo não comparou 
o DFP com outro tratamento ativo, novos estudos (especialmente com avaliação a 
25 
 
longo prazo) são necessários para melhor comparação da ação do DFP em casos de 
hipersensibilidade dentinária. 
A Academia Americana de Odontopediatria publicou recentemente uma 
política sobre o uso de DFP para pacientes pediátricos (61). Defende-se o uso do 
DFP como parte de gerenciamento de cáries com o objetivo de otimizar o atendimento 
do paciente (61). Apesar de o potencial para o controle de lesões de cáries ter sido 
demonstrado (14), o mecanismo de ação ainda merece mais estudos. Pensa-se que 
os sais de prata são depositados dentro dos túbulos da dentina que induzem 
esclerose dentinária/calcificação, enquanto o nitrato de prata elimina as bactérias e 
os fluoretos atuam na remineralização. 
Vale ressaltar que diversos estudos trazem as indicações para uso do DFP 
para populações carentes ou em vulnerabilidade social. Além desse grupo, deve-se 
pontuar que outros grupos populacionais também podem beneficiar dessa terapia 
conservadora. Pacientes com doenças sistêmicas, tais como Síndrome de Sjögren, 
doenças autoimunesou outras condições diminuem o fluxo salivar, podem ser 
candidatos à terapia para interromper o avanço ou progresso de lesões de cárie. Além 
desse grupo, para crianças, deficientes físicos ou idosos com dificuldades de 
contenção ou tratamento e/ou que a sedação se torne contraindicada (9). Lesões de 
cárie difíceis de serem tratadas como, por exemplo, em região de furca em pacientes 
que estão sob tratamento quimioterápico ou que impossibilite extração imediata 
também podem fazer parte de um rol de condições clínicas que se beneficiem da 
terapia. 
A margem de segurança no uso do DFP é de importância fundamental. A dose 
letal de administração oral do DFP é de 520mg/kg e a endovenosa de 380mg/kg (9). 
De acordo com Horst et al, uma gota de DFP contém 9,5mg de DFP. Se for 
considerada uma criança com 10kg, haverá uma margem de segurança de 400 gotas 
para via endovenosa e 547 gotas para via oral. A frequência máxima de aplicação do 
DFP tem sido relatada em até três vezes com uma semana de intervalo. Desse modo, 
pode-se concluir que há uma margem de segurança efetiva para o uso controlado do 
produto. A recomendação de um guia de uso e tratamento da Universidade da 
California em São Francisco, nos Estados Unidos, recomenda o uso de uma gota a 
cada 10 kg por visita com uma semana de intervalo (9). Essa recomendação possui 
uma margem de segurança ainda maior que a toxicidade do DFP em uma gota. 
26 
 
Recentemente, especialmente após a liberação do uso do DFP nos Estados 
Unidos para tratamento de hipersensibilidade dentinária, intensificou-se o uso do DFP 
previamente a restaurações de ionômero de vidro ou de resina composta. A técnica 
SMART tem sido defendida em ocasiões nas quais o paciente pode não voltar para 
sessões subsequentes e, principalmente, em situações humanitárias, populações 
carentes, crianças ou pacientes acamados. Os principais benefícios da aplicação 
dessa técnica seriam: efeitos remineralizadores e antibacterianos do DFP, remoção 
parcial ou incompleta de tecido cariado próximo a região pulpar e o selamento da 
região por meio da restauração (9,62). O selamento da cavidade é importante já que 
interrompe a nutrição das bactérias e contribui para a interrupção do avanço do 
processo carioso (62). 
Para avaliação da resistência de união (RU) a dentina utilizando o DFP, Quock 
et al. (23) mostraram que uma dentina sadia de dente permanente em sistemas 
autocondicionantes e de condicionamento total não foi afetada pelo tratamento com 
DFP. O mesmo foi encontrado para a dentina sadia de dentes decíduos (24). No 
entanto, um estudo recente mostrou que a dentina cariada, quando tratada com DFP, 
apresentou valores mais baixos de RU para um sistema adesivo autocondicionante 
padrão ouro (22). Além disso, este estudo mostrou que houve mudanças significativas 
na morfologia dentinária e nas características químicas de ambos os tipos de dentina 
e que a aplicação de soluções de DFP nas restaurações de resina não parece 
apropriada. Outro estudo também relatou que a aplicação do dessensibilizador DFP 
reduziu a união de cimentos à base de resina (63). Embora se tenham publicado 
recentemente sobre a influência do DFP na resistência de união à dentina, ainda há 
campo para contribuição já que diversos trabalhos vêm trazendo resultados 
contraditórios de diferentes sistemas adesivos ou ionoméricos. Há, portanto, 
necessidade em novos estudos para avaliação do efeito da DFP na dentina, 
especialmente em dentina cariada. 
 
3.3 ADESÃO AOS TECIDOS DENTAIS 
 
No início do século XX, a restauração dos dentes era promovida por meio de 
preparos extensos além das margens do tecido cariado, na chamada extensão para 
prevenção, conceito defendido por Black. Foi pela aplicação prévia de um ácido na 
pintura de navios que Buonocore percebeu que a adesão ao esmalte dentário poderia 
27 
 
se beneficiar com esse pré-tratamento (64). De lá pra cá, a filosofia da extensão dos 
preparos dentais além dos tecidos cariados para prevenção de novos episódios de 
cárie (extensão para prevenção) foi sendo substituída pelos conceitos de preservação 
da estrutura dentária, removendo-se somente o tecido cariado e mantendo-se os 
tecidos sadios(65). 
A remoção do tecido cariado é substituída por materiais poliméricos que são 
capazes de mimetizar a estrutura dentária, tais como as resinas compostas e os 
cimentos de ionômero de vidro. A união desses materiais ao dente se dá por meio de 
sistemas que quimicamente reagem com a estrutura dentária e promovem a adesão 
do material restaurador ao substrato dentário (65). Os sistemas adesivos promovem 
a adesão das resinas compostas ao esmalte e/ou dentina. A adesão ao esmalte é 
considerada mais previsível que na dentina. O esmalte é composto de 88% de mineral 
e 2% de matriz orgânica e 10% de água (em volume). No esmalte, a aplicação do 
ácido fosfórico promove o aumento da energia e área de superfície, o que promove a 
adesão micromecânica do adesivo na região. A adesão na dentina é mais complexa 
em função de sua natureza biológica. A dentina é composta de 50% de material 
inorgânico, 30% de material orgânico e 20% contendo água e fluidos dos 
prolongamentos dentinários (66). A parte orgânica é composta de colágeno tipo I, 
que corresponde por 95% do total, e a parte inorgânica é composta por cristais de 
hidroxiapatita (66). A dentina é permeada em toda extensão por prolongamentos 
dentinários e a região que circunda essa região é denominada dentina peritubular. 
Essa região é composta por muitos cristais de hidroxiapatita e pouca matriz orgânica. 
Entre os túbulos, a dentina intertubular é composta por matriz de colágeno reforçada 
por cristais de hidroxiapatita. A adesão nesse substrato ocorre principalmente pela 
penetração e interdifusão dos monômeros resinosos na malha de colágeno, conceito 
estabelecido em 1991 por Nakabayashi e conhecido como camada híbrida (67). 
Existem diferentes maneiras de os materiais restauradores interagirem com a 
dentina e a classificação atual baseia-se na forma de tratamento da superfície 
dentinária. A técnica convencional ou de condicionamento total utiliza um ácido 
fosfórico na concentração de 30 a 40% como o condicionamento dessa superfície 
seguido da aplicação de um primer e adesivo. Nessa forma de tratamento, a lama 
dentinária é totalmente removida pela lavagem com água. A técnica 
autocondicionante, por outro lado, utiliza monômeros acídicos para promover a 
desmineralização das fibrilas de colágeno e promover a interdifusão de monômeros 
28 
 
resinosos pela modificação da lama dentinária. Nessa técnica, não se utilizam 
agentes de condicionamento ácido separado e a lavagem da superfície. Após o 
tratamento da superfície, a região pode receber o adesivo dentinário. Em alguns 
sistemas adesivos, chamados de autocondicionante de um passo, todo o sistema de 
monômeros vem em um frasco só, desde os monômeros ácidos até os resinosos, que 
promovem a adesão (65). 
Mais recentemente, uma nova classe de adesivos foi lançada no mercado: os 
adesivos universais ou multimodo. O diferencial desses sistemas consiste na 
possibilidade de usar ou não condicionamento ácido com ácido fosfórico. Portanto, 
pode-se usar o condicionamento ácido na dentina, a técnica autocondicionante ou a 
de condicionamento seletivo em esmalte com o uso desses sistemas. Eles são 
conhecidos por serem mais versáteis que os primeiros sistemas e dão ao clínico a 
possibilidade de escolher qual estratégia adesiva usar em função da necessidade de 
cada caso clínico ou de sua experiência clínica (68). 
Para garantir essa versatilidade, os adesivos universais possuem monômeros 
capazes de penetrar e ligar nos cristais de hidroxiapatita e na rede de fibrilas 
colágenas desmineralizadas ou incorporar a lama dentinária na camada híbrida (69). 
Por outro lado, em função dessa versatilidade, os adesivos universais – assim como 
os adesivosautocondicionantes de um passo – incorporam todos os componentes da 
adesão, tais como os monômeros hidrofílicos, água, solventes, monômeros resinosos 
e hidrofóbicos em um único frasco, o que pode favorecer reações indesejadas na 
superfície dentinária e que tem potencial de diminuir a RU a longo prazo desses 
adesivos a dentina. 
Estes sistemas possuem água em sua composição para ionizar grupos ácidos 
para o processo de desmineralização (70) e tem sido sugerido que a camada híbrida 
de adesivos autocondicionantes e universais funcionam como membranas 
semipermeáveis (71), o que poderia permitir o movimento da água para a interface 
(72,73) e afetar a longevidade da interface. 
Além dos sistemas resinosos, os cimentos de ionômero de vidro também são 
capazes de interagir com a superfície dentinária e promover adesão. Esses cimentos 
consistem de um pó e um líquido que misturados formam uma massa maleável e que 
se torna endurecida após alguns minutos. Além da capacidade de se unirem à 
dentina, esses cimentos são capazes de liberar fluoretos(74). A reação de presa 
desses materiais se dá por uma reação tipo ácido-base e envolve os seguintes 
29 
 
estágios: deslocamento de íons, formação de matriz de poliácidos, formação do gel 
de sílica (75). Durante a aglutinação do pó com o líquido, o ácido do líquido reage 
com a superfície externa do vidro do pó. Essa reação promove a liberação de íons 
cálcio e alumínio que reagem com o flúor formando fluoreto de cálcio e alumínio que, 
consequentemente, promovem uma diminuição do pH e a dissociação do fluoreto de 
cálcio para estabilizar a solução. Na dentina, os íons hidrogênio deslocam os íons 
cálcio e fosfato e reagem com os grupamentos carboxílicos, aderindo a superfície 
dental (75). 
Os cimentos de ionômero de vidro modificados por resina receberam adição 
de monômeros resinosos numa tentativa de melhorar sua performance clínica e as 
características óticas dos cimentos convencionais. Esses cimentos apresentam a 
reação química ácido-base dos sistemas convencionais adicionados pela união 
química dos monômeros resinosos na dentina, podendo ser fotopolimerizados ou não 
(75). 
Foi pelo desenvolvimento de novas técnicas adesivas e materiais 
restauradores que a odontologia foi capaz de avançar ao longo das décadas na 
preservação de estruturas dentárias sendo capaz de fazer restaurações grandes com 
mínima intervenção em estruturas sadias. No entanto, com o desenvolvimento de 
novas técnicas adesivas e possibilidades de intervenção dentinária, como com o uso 
de pré-tratamento da dentina com o DFP, e com substratos cariados faz-se 
necessário o conhecimento de possíveis interferências na união das restaurações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
4 MATERIAL E MÉTODOS 
 
4.1 OBTENÇÃO, PROCESSAMENTO DOS DENTES E ESPÉCIMES 
 
 Cento e oitenta dentes molares permanentes foram coletados para esta 
pesquisa após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências 
da Saúde da Universidade de Brasília sob o protocolo de número 2.918.671 (Anexo 
I) após aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II) aos 
pacientes adultos, maiores de 18 anos, já marcados para extração de dentes sisos 
na clínica de Odontologia do HUB. O paciente não foi recrutado necessariamente 
para a pesquisa. Os pacientes que tiveram seus dentes extraídos foram perguntados 
se queriam ceder o(s) dente (s) para que os pesquisadores pudessem executar a 
pesquisa. 
Os remanescentes de resíduos dentários da extração foram removidos com 
curetas periodontais e lâminas de bisturi, armazenados em solução de timol a 0,1% 
e utilizados dentro de um período máximo de três meses após sua obtenção. Em 
seguida, os dentes foram fixados em base de resina acrílica para que uma secção 
em disco de corte (Micromet Evolution, Erios, Illinois, EUA) fosse realizada 
perpendicular ao longo eixo do dente sob irrigação abundante de água e na região do 
do sulco principal para expor o tecido dentinário. Após o corte inicial, a superfície era 
seca com jato de ar para a visualização da completa remoção de esmalte. Se ainda 
houvesse brilho com o jato de ar, os espécimes eram polidos até a completa remoção 
do esmalte oclusal. Em seguida, os dentes foram apoiados em fita adesiva e resina 
epóxica (SQ-2001, Redelease, São José do Rio Preto, Brasil) foi adicionada ao redor 
dos dentes com o suporte de canos de policloreto de vinila. 
Os espécimes foram randomicamente divididos em 16 grupos (n=10), de 
acordo com o substrato dentinário (dentina sadia ou cariada), aplicação ou não do 
DFP e o material restaurador (CIV ou resina) utilizado, conforme quadro 01. 
 
 4.2 INDUÇÃO DE CÁRIE ARTIFICIAL 
 
 Para os espécimes de dentina cariada, foi utilizado um sistema de confecção 
de cárie artificial induzida por alteração de pH (76). Vale salientar que foram feitas 
31 
 
Quadro 01: Divisão dos grupos experimentais 
Grupo Substrato Aplicação de DFP Sistema adesivo 
G1 Dentina Cariada Com DFP Optibond FL 
G2 Dentina Cariada Com DFP Clearfil SE Bond SE 
Bond 
G3 Dentina Cariada Sem DFP Optibond FL 
G4 Dentina Cariada Sem DFP Clearfil SE Bond SE 
Bond 
G5 Dentina não cariada Com DFP Optibond FL 
G6 Dentina não cariada Com DFP Clearfil SE Bond SE 
Bond 
G7 Dentina não cariada Sem DFP Optibond FL 
G8 Dentina não cariada Sem DFP Clearfil SE Bond SE 
Bond 
Grupo Substrato Aplicação de DFP Ionômero de vidro 
G9 Dentina Cariada Com DFP Riva Self-Cure 
G10 Dentina Cariada Com DFP Fuji LC 
G11 Dentina Cariada Sem DFP Riva Self-Cure 
G12 Dentina Cariada Sem DFP Fuji LC 
G13 Dentina não cariada Com DFP Riva Self-Cure 
G14 Dentina não cariada Com DFP Fuji LC 
G15 Dentina não cariada Sem DFP Riva Self-Cure 
G16 Dentina não cariada Sem DFP Fuji LC 
 
algumas tentativas de obtenção de dentes com cárie natural. No entanto, foi 
encontrada dificuldade de padronização das superfícies dentinárias e, principalmente, 
32 
 
obter um número de dentes satisfatório para a conclusão de todo o trabalho. Por esse 
motivo, foi feita a indução de cárie artificial. Os dentes foram cortados horizontalmente 
na superfície oclusal e embutidos em resina epóxi. As superfícies oclusais dos 
espécimes foram submetidas a ciclos alternados de pH para indução de uma dentina 
afetada por cárie artificial. Os espécimes alocados para os grupos G1-G4, G9-G12 
(dentina cariada) foram individualmente imersos por 14 dias em solução de 
desmineralização (2.2 mM CaCl2, 2.2 mM NaH2PO4, 0.05 M ácido acético, pH = 4.5) 
por oito horas e solução de remineralização (1.5 mM CaCl2, 0.9 mM NaH2PO4, 0.15 
mM KCL, pH = 7.0) por 16 horas. Os espécimes submetidos aos ciclos de 
desmineralização e remineralização ficaram em recipiente em temperatura ambiente 
sem agitação. Após cada período, as soluções eram removidas, os espécimes 
lavados com água e secados com roletes de algodão e a nova solução imersa nos 
espécimes. Após os 14 dias, um detector de cáries (Caries Detector, Kuraray, Japão) 
foi aplicado por 25 segundos para detecção da desmineralização dentinária e 
visualização da dentina afetada. Essa solução contém 1% ácido vermelho 52 em uma 
base de propileno glicol. Após a aplicação, a dentina foi lixada por 25 segundos em 
lixa de granulação 600 ou até a obtenção de uma cor rosa mais clara. 
 4.3 MATERIAIS UTILIZADOS 
 
 Os materiais usados no estudo estão detalhados no quadro 02. Foram 
utilizados dois sistemas adesivos: um sistema de condicionamento total e outro 
autocondicionante, respectivamente: Optibond FL (OFL) (Kerr, Orange, California, 
EUA) e Clearfil SEBond (CSE) (Kuraray, Tóquio, Japão). Os adesivos foram utilizados 
conforme instrução do fabricante. Dois cimentos de ionômero de vidro foram 
utilizados: um sistema de presa convencional (CIV) e outro modificado por resina 
(CIVMR), respectivamente: Riva Self-Cure (Riva) (SDI, Victoria, Austrália) e Fuji II LC 
(FLC) (GC, Tóquio,Japão). 
Quadro 02: Materiais usados e o protocolo de aplicação 
Material Categoria Lote Protocolo 
Clearfil SE 
Bond SE Bond 
02 (Kuraray) 
Adesivo 
autocondicionante 
de dois passos 
000069 Primer aplicado ativamente por 20s. 
Jato de ar seco por 5s. Adesivo 
aplicado ativamente por 10s. 
33 
 
Optibond Fl 
(Kerr) 
Adesivo de 
condicionamento 
total de três 
passos 
6356811 Ácido fosfórico aplicado por 15s. 
Dentina lavada por 15 segundos. 
Seca levemente com gaze. Primer 
por 15s. Suave jato de ar por 5s. 
Adesivo aplicado por 15s. Suave jato 
de ar por 5 s. Fotopolimerização por 
10s 
Resina Bulk-Fill 
Flow 
Resina composta 
fluida 
 Aplicado no macarrão já instalado na 
fita dupla face e adesivo 
fotopolimerizado. O adesivo era 
fotopolimerado com o tubo de amido 
em posição. Polimerização por 10 s. 
Riva Self-Cure Cimento de 
ionômero de vidro 
químico 
1113146v Ácido poliacrílico aplicado por 10 
segundos. Pó agitado por 5 
segundos. Uma colher de pó para 2 
gotas de líquido espatulados e 
inseridos com seringa centrix – ponta 
agulhada. 
GC Fuji II LC Cimento de 
ionômero de vidro 
modificado por 
resina 
1705131 Ácido poliacrílico aplicado por 10 
segundos. 01 colher de pó para 02 
gotas de líquido misturadas e a 
porção total aplicada brilhante no 
tudo de amido. Polimerização por 
20s. Inserção no tubo de amido com 
ponta centrix. 
DFP Diamino fluoreto 
de prata 
17229 Frasco agitado por 5 segundos a 
cada aplicação. Uma gota era 
dispensada diretamente sobre a 
superfície dentinária e esfregada 
com aplicador descartável por 01 
minuto. 
 
4.4 CONFECÇÃO DAS RESTAURAÇÕES EM RESINA 
 
34 
34 
 
 
Figura 01: Representação esquemática do passo-a-passo para confecção das restaurações usadas no 
estudo. A: Dente inteiro sem corte; B: Representação da região onde foi feito o corte inicial para remoção do 
esmalte oclusal; C: Dente após corte com dentina exposta; D: Dente incluído no tubo por meio de resina epóxi, 
fita adesiva dupla-face com perfuração; E: Fita adesiva colada na superfície do dente; F: Sistema adesivo 
aplicado diretamente na dentina/nos grupos CIV uma pequena quantidade de material era inserida nesse 
momento para garantir bom selamento; G: Inserção no material restaurador (CIV ou resina fluída); H: 
Restaurações confeccionadas e após a remoção do tubo de amido; I: Espécime apoiado em máquina de ensaio 
para avaliação de RU. 
Os espécimes armazenados em água foram polidos sob irrigação copiosa de 
água em lixas de carbeto de silício granulação 600 por 20 segundos para criar uma 
camada de smear layer padrão. Uma fita adesiva de dupla face foi perfurada em três 
pontos equidistantes usando um perfurador Ainsworth de lençol de borracha 
(diâmetro de 0.80mm) e colocados sobre a superfície dentinária recém polida. Cada 
espécime recebeu o tratamento específico do seu grupo, de acordo com o protocolo 
fornecido na figura 1. Para os espécimes dos grupos com DFP, o DFP foi aplicado 
ativamente por um minuto em toda a superfície dentinária previamente a colagem da 
fita adesiva. Em seguida, os passos eram seguidos em cada grupo, de acordo com o 
sistema adesivo de cada grupo. Os sistemas adesivos eram aplicados com um 
aplicador descartável pelos orifícios da fita adesiva. Qualquer excesso de adesivo era 
removido com o auxílio de um aplicador descartável limpo. Após o adesivo aplicado, 
a fita superior era removida e um tubo de macarrão (Renata, Pastifício Selmi, 
Londrina, Paraná, Brasil) de dois milímetros de altura apoiados na fita. A resina flow 
foi inserida dentro do tubo e fotopolimerizada utilizando uma unidade de 
fotopolimerização (Bluephase G2, Ivoclar Vivadent) com intensidade de potência de 
800mW/cm2. 
35 
 
Após a confecção dos cilindros de restauração, os espécimes foram 
armazenados em recipiente plástico fechado contendo água e armazenados em 
estufa a temperatura de 37oC por 24h. O mesmo operador desenvolveu todas os 
procedimentos restauradores. 
4.5 CONFECÇÃO DAS RESTAURAÇÕES EM IONÔMERO DE VIDRO 
 
A confecção das restaurações em ionômero seguiu a mesma sequência da 
figura 01, a exceção do uso de diferentes materiais restauradores. Os espécimes 
armazenados em água foram polidos sob irrigação copiosa de água em lixas de 
carbeto de silício granulação 600 por 20 segundos para criar uma camada de smear 
layer padrão. Uma fita adesiva de dupla face foi perfurada em três pontos 
equidistantes usando um perfurador Ainsworth de lençol de borracha (diâmetro de 
0,97mm) e colocados sobre a superfície dentinária recém polida. Cada espécime 
recebeu o tratamento específico do seu grupo, de acordo com o protocolo fornecido 
no quadro 01. Para os espécimes dos grupos com DFP, o DFP foi aplicado ativamente 
por um minuto em toda a superfície dentinária previamente a colagem da fita adesiva. 
Em seguida, os passos eram seguidos em cada grupo, de acordo com o sistema 
ionomérico de cada grupo. Todos os cimentos de ionômero de vidro foram aplicados 
na dentina (através dos tubos de amido e na direção dos orifícios da fita por meio de 
seringa centrix – ponta agulhada) de acordo com as instruções dos fabricantes. Em 
seguida, removeu-se a camada superior da fita dupla face e um tubo de amido de 
1,35 mm de diâmetro (3,0 mm de altura) foi anexado à camada inferior da fita que 
seguiu aderida ao espécime (Tedesco et al., 2013). As amostras foram armazenadas 
em água destilada 37 °C durante 24 h. Um único operador realizou todos os 
procedimentos restauradores. 
 
4.6 ANÁLISE DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO 
 
Após 24 h, o tubo e a fita inferior foram destacados com uma lâmina de bisturi. 
O espécime foi colocado em uma máquina universal (Odeme, Joaçaba, SC, Brasil) 
para teste de microcisalhamento em uma velocidade de 0,55 mm/min. A força de 
adesão foi registrada em Newtons (N) e depois convertida em Megapascal (MPa). 
 
4.7 PROTOCOLO DE LIMPEZA 
 
36 
 
Após a conclusão da primeira parte do estudo e da avaliação da resistência de 
união de todos os sistemas e tabulação desses dados, foi feito o delineamento 
experimental para a fase complementar do estudo referente ao protocolo de limpeza 
dentinário após a aplicação do DFP. Para cada sistema adesivo/ionomérico com 
resistência de união alterada, foram feitos 12 grupos experimentais, de acordo com o 
substrato (sadia ou cariada), com a aplicação do DFP e as formas de limpeza (jato 
de água e ar; óxido de alumínio; pasta de pedra-pomes). 
Noventa dentes foram divididos em 16 grupos experimentais, conforme a figura 
02. Os dentes foram cortados e incluídos em resina epóxi do mesmo modo que a 
primeira parte do experimento anterior. Os espécimes foram lixados em lixa de 
granulação 600. O DFP foi aplicado ativamente por 01 minuto nos grupos em que foi 
nomeado. 
As formas de limpeza foram assim feitas: 
1) Jato de água e ar: Um jato de água e ar foi aplicado por 
15 segundos a uma distância de 2 mm da superfície 
dentinária. 
2) Óxido de alumínio: Superfície dentinária foi jateada com 
óxido de alumínio de 50µm a 50 psi por 15 segundos à 2 
mm de distância da superfície dentinária. Em seguida, um 
jato de água foi aplicado por 15 segundos. 
3) Pasta de pedra-pomes: Uma pasta à base de pedra-
pomes e água era aplicada por meio de uma escova 
Robinson por 15 segundos. Em seguida, um jato de ar e 
água aplicado por 15 segundos. 
 
37 
 
 
Figura 02: Esquema de divisão dos grupos de acordo com o substrato dentinário, aplicação de DFP e limpeza 
dentinária. 
4.8 AVALIAÇÃO DO PADRÃO DE FRATURAS 
 
Após o teste, as porções fraturadas foram cuidadosamente removidas. Os 
espécimes rompidos foram analisados em lupa estereoscópica (40X) para determinar 
o tipo de fratura, classificando-as em adesiva, coesiva em resina, coesiva em dentina 
ou mista. Os espécimes relativos a limpeza com DFP foram avaliados em microscopia 
eletrônica de varredura (MEV). A classificação do padrãofoi feita em: 1) falha adesiva: 
quando a falha foi na camada híbrida; 2) falha coesiva: quando a falha foi totalmente 
na dentina ou na resina/ionômero; 3) falha mista: quanto a falha envolveu parte da 
camada adesiva e da dentina ou resina/ionômero. A seleção do espécime se deu da 
seguinte maneira: foi calculada a média de cada grupo e o espécime que mais se 
aproximou da média foi o escolhido para ser avaliado em MEV. Os dentes 
selecionados foram montados em stubs metálicos e metalizados à vácuo com fina 
camada de ouro e observados sob magnificação utilizando-se Microscópio Eletrônico 
38 
 
De Varredura (JEOL SM-53210RLV, JEOL Brasil Inst. Cientificos Ltda., Sao Paulo, 
SP). 
 
4.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA 
 
O cálculo amostral foi feito de acordo com outros estudos presentes na 
literatura. Os resultados dos testes foram tabulados e analisados estatisticamente 
pela normalidade usando o teste de Shapiro-Wilk. O significado estatístico foi 
estabelecido no nível de 0,05. ANOVA de sentido único (Stata/SE 15.1, StataCorp 
Texas, EUA) foi utilizado para verificar diferenças estatísticas entre os sistemas de 
adesivos e os cimentos de ionômero de vidro. Os dados obtidos de valor de 
resistência de união foram comparados por meio de análise de variância (ANOVA) de 
um, dois ou três fatores, a depender do interesse de pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
5 RESULTADOS 
 
 5.1 RESISTÊNCIA DE UNIÃO AO MICROCISALHAMENTO 
 
5.1.1. Cimento de Ionômero de Vidro 
 
 Os dados de resistência de união dos cimentos de ionômero de vidro não 
apresentaram distribuição normal (Shapiro-Wilk, p<0,000) como observado no 
histograma da figura 03. Essa distribuição foi resultado da inclusão das falhas 
prematuras e também de alguns valores altos de resistência de união na análise 
estatística. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 03: Gráfico da distribuição dos dados de resistência de união dos grupos de CIV. 
 Ao avaliar a resistência de união dos CIVs em dentina sadia, observou-se 
diferença estatisticamente significativa entre os grupos (ANOVA um fator; p=0,03). A 
tabela 01 apresenta os valores de média e desvio-padrão da resistência de união dos 
CIVs. Foi observada diferença significativa entre os grupos 2 e 4 para dentina sadia 
(p=0,02). 
 
Tabela 01: Média e desvio padrão dos valores de resistência de união (MPa) para os CIVs em dentina sadia 
e cariada. [Média (Desvio-Padrão)] 
Grupos Dentina Sadia 
Média (DP) 
Dentina Cariada 
Média (DP) 
1- Riva Self-cure 12,3 (8,4)A,B a 4,7 (2,9) A,B b 
2- Riva Self-cure + DFP 10,3 (12,2) B, a 3,6 (2,2) B b 
3- Fuji II LC 13,6 (4,8)A,B a 4,9 (3,3) A,B b 
4- Fuji II LC+ DFP 18,5 (9,7)A a 6,4 (3,8) A b 
Letras maiúsculas iguais indicam ausência de diferença significativa entre grupos de mesma coluna; letras 
minúsculas iguais indicam ausência de diferença significativa entre grupos da mesma linha. (p<0,05) 
 
40 
 
A fim de isolar os fatores e investigar quais estão interferindo na resistência de 
união (MPa) para a dentina sadia, realizou-se uma ANOVA a dois fatores (tipo de CIV, 
presença do DFP ou combinação de ambos). A tabela 02 apresenta os resultados da 
ANOVA a dois fatores. 
 
Tabela 02: Anova a dois fatores para avaliação de diferença estatística na RU dos CIVs em dentina sadia 
Source Partial SS DF MS F p-value 
Tipo de CIV 476,95798 1 476,95798 5,53 0,0211 
Presença de DFP 45,540186 1 45,540186 0,53 0,4697 
CIV#DFP 249,018 1 249,018 2,88 0,0932 
 
Observou-se que somente o tipo de CIV influenciou a resistência de união, 
sendo que o RIVA apresentou valores estatisticamente inferiores ao FUJI II LC 
(p=0,014). 
 
Ao avaliar a resistência de união dos CIVs em dentina cariada, observou-se 
diferença estatisticamente significativa entre os grupos (ANOVA um fator; p=0,02). A 
tabela 01 apresenta os valores de média e desvio-padrão da resistência de união 
(MPa) dos CIVs. Foi observada diferença significativa também entre os grupos 2 e 4 
para dentina cariada (p=0,013). A fim de isolar os fatores, a análise utilizando ANOVA 
a dois fatores foi realizada como mostra a tabela 03. 
 
Tabela 03: Anova a dois fatores para avaliação de diferença estatística na RU dos CIVs em dentina cariada 
Source Partial SS DF MS F p-value 
Tipo de CIV 52,266296 1 52,266296 5,67 0,0194 
Presença de DFP 1,1354972 1 1,1354972 0,12 0,7265 
CIV#DFP 41,01579 1 41,01579 4,45 0,0377 
 
Observou-se que tanto o tipo de CIV como a interação entre tipo de CIV e 
presença de DFP influenciaram a resistência de união, sendo que o RIVA + DFP 
apresentou valores estatisticamente inferiores ao FUJI II LC+ DFP (p=0,023). 
 
Ao analisar os três fatores (tipo de CIV, presença de DFP e tipo de dentina) e 
suas interações, foi possível observar que tanto o tipo de CIV (p=0,0024), o tipo de 
41 
 
dentina (cariada ou sadia, p=0,000001), assim como a interação entre tipo de CIV e 
presença de DFP (p=0,0203) foram significativos. Dessa forma, o cimento Riva, a 
dentina cariada e RIVA+DFP apresentaram os menores valores de resistência de 
união. 
5.1.2. Sistemas adesivos 
 
 Os dados de resistência de união dos sistemas adesivos não apresentaram 
distribuição normal (Shapiro-Wilk, P<0,009) como observado no histograma. Essa 
distribuição foi resultado da inclusão das falhas prematuras e também de alguns 
valores altos de resistência de união na análise estatística. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 04: Gráfico da distribuição dos dados de resistência de união (MPa) dos sistemas adesivos 
 
 Ao avaliar a resistência de união dos sistemas adesivos à dentina sadia, 
observou-se diferença estatisticamente significativa entre os grupos (ANOVA um 
fator; p=0,0004). A tabela 04 apresenta os valores de média e desvio-padrão da 
resistência de união (MPa) dos sistemas adesivos. Foi observada diferença 
significativa entre o grupo 4 e os demais grupos para dentina sadia (p<0,05). 
 
Tabela 04: Média e desvio padrão dos valores de resistência de união (Mpa) para os sistemas adesivos em 
dentina sadia e cariada. 
Grupos Dentina sadia 
Média (DP) 
Dentina Cariada 
Média (DP) 
1- Optibond 15,9 (6,7)A,a 13,7 (4,5)A,B, a 
2- Optibond + DFP 14,9 (7,03)A, a 12,4 (7,5)A,B a 
3- Clearfil SE Bond 17,1 (7,9)A, a 16,4 (7,7)A a 
42 
 
4- Clearfil SE Bond + DFP 8,3 (10,8)B, a 10,8 (7,6)B a 
Letras maiúsculas iguais indicam ausência de diferença significativa entre grupos da mesma coluna; letras 
minúsculas iguais indicam ausência de diferença significativa entre grupos da mesma linha. (p<0,05) 
 
A fim de isolar os fatores e investigar quais estão interferindo na resistência de 
união para a dentina sadia, realizou-se uma ANOVA a dois fatores (tipo de sistema 
adesivo, presença do DFP ou combinação de ambos), como mostra o quadro 07. 
 
Tabela 05: Anova a dois fatores para avaliação de diferença estatística na resistência de união dos sistemas 
adesivos em dentina sadia 
Source Partial SS DF MS F p-value 
Tipo de adesivo 199,78659 1 199,78659 2,70 0,1033 
Presença de DFP 637,01386 1 637,01386 8,61 0,0041 
Adesivo#DFP 407,8551 1 407,8551 5,51 0,0207 
 
Observou-se que tanto a presença de DFP como a interação entre o sistema 
adesivo e presença de DFP influenciaram a resistência de união à dentina sadia, 
sendo que o Clearfil SE Bond tratado com DFP apresentou valores estatisticamente 
inferiores aos demais grupos (p<0,05). 
Ao avaliar a resistência de união dos sistemas adesivos em dentina cariada, 
observou-se diferença estatisticamente significativa entre os grupos (ANOVA um 
fator; p=0,02). A tabela 04 apresenta os valores de média e desvio-padrão da 
resistência de união (MPa) dos sistemas. Foi observada diferença significativa 
também entre os grupos 3 e 4 (p=0,015). A fim de isolar os fatores, a análiseutilizando 
ANOVA a dois fatores foi realizada como mostra a tabela 06. 
 
Tabela 06: Anova a dois fatores para avaliação de diferença estatística na resistência de união dos sistemas 
adesivos em dentina cariada 
Source Partial SS DF MS F p-value 
Tipo de adesivo 8,7865863 1 8,7865863 0,18 0,6749 
Presença de DFP 335,49884 1 335,49884 6,75 0,0106 
Adesivo#DFP 130,51108 1 130,51108 2,63 0,1079 
 
42 
43 
 
Observou-se que somente a presença de DFP influenciou a resistência de 
união, sendo que o os grupos tratados com DFP apresentaram valores 
estatisticamente inferiores aos grupos não tratados (p=0,0076). 
Ao analisar os três fatores (tipo de sistema adesivo, presença de DFP e tipo 
de dentina) e suas interações, foi possível observar que tanto a presença de DFP 
(p=0,0001), assim como a interação entre tipo de sistema adesivo e presença de DFP 
(p=0,0046) foram significativos. Dessa forma, o sistema adesivo Clearfil SE Bond em 
dentina previamente tratada com DFP apresentou os menores valores de resistência 
de união. 
 
5.2. PROTOCOLOS DE LIMPEZA 
 
5.2.1. Limpeza de superfície para o Riva “Self-Cure” 
 
Os dados de resistência de união (MPa) dos cimentos de ionômero de vidro 
não apresentaram distribuição normal (Shapiro-Wilk, P<0,0001) como observado no 
histograma. Essa distribuição foi resultado da inclusão das falhas prematuras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 05: Gráfico dos dados de resistência de união (MPa) do CIV submetido a protocolos de limpeza 
Ao avaliar a resistência de união do RIVA em dentina sadia após tratamento 
ou não com DFP e diferentes métodos de limpeza (água, pedra-pomes e jateamento), 
não foi observada diferença estatisticamente significativa entre os grupos (ANOVA 
um fator; p=0,08). A tabela 07 apresenta os valores de média e desvio-padrão da 
resistência de união dos CIVs. 
 
 
44 
 
Tabela 07: Média e desvio padrão dos valores de resistência de união à dentina sadia tratada ou não com DFP 
e submetida a diferentes métodos de limpeza para o CIV Riva. 
Grupos de dentina sadia Dentina Sadia 
Média (DP) 
Dentina Cariada 
Média (DP) 
1- Água 7,5 (2,1)A, a 6,5 (2,9) A,B a 
2- Óxido de alumínio 6,8 (2,9)Aa 9,5 (3,7)A b 
3- Pedra-pomes + água 7,5 (2,5)Aa 7,1 (4,2)Aa 
4- Água + DFP 6,5 (4,5) Aa 3,4 (2,5)Bb 
5- Óxido de alumínio + DFP 5,6 (4,2) Aa 3,6 (3,4)Ba 
6- Pedra-pomes + água + DFP 4,2 (3,11) Aa 6,2 (1,7) A,Bb 
Letras maiúsculas iguais indicam ausência de diferença significativa entre grupos da mesma coluna; letras 
minúsculas iguais indicam ausência de diferença significativa entre grupos da mesma linha. (p<0,05) 
 
A fim de isolar os fatores e investigar quais estão interferindo na resistência de 
união para os diferentes métodos de limpeza em dentina sadia, realizou-se uma 
ANOVA a dois fatores (tipo de limpeza, presença do DFP ou combinação de ambos), 
como mostra a tabela 08. 
 
Tabela 08: Anova a dois fatores para avaliação de diferença estatística na RU dos tipos de limpeza e presença 
de DFP em dentina sadia 
Source Partial SS DF MS F p-value 
Tipo de limpeza 19,576447 2 9,7882237 0,83 0,4397 
Presença de DFP 68,140142 1 68,140142 5,78 0,0186 
Limpeza#DFP 23,559855 2 11,779927 1,00 0,3728 
 
Observou-se que somente a presença de DFP influenciou a resistência de 
união, sendo que os grupos tratados com DFP apresentaram valores estatisticamente 
inferiores aos grupos não tratados (p=0,016). 
 Ao avaliar a resistência de união do RIVA em dentina cariada após tratamento 
ou não com DFP e diferentes métodos de limpeza (água, pedra-pomes e jateamento), 
não foi observada diferença estatisticamente significativa entre os grupos, a exceção 
da pedra-pomes (ANOVA um fator; p<0,0001). A tabela 07 apresenta os valores de 
média e desvio-padrão da resistência de união do RIVA à dentina cariada tratada ou 
não com DFP e submetida a diferentes métodos de limpeza. 
45 
 
Com o objetivo de isolar os fatores e investigar quais estão interferindo na 
resistência de união para os diferentes métodos de limpeza em dentina cariada, 
realizou-se uma ANOVA a dois fatores (tipo de limpeza, presença do DFP ou 
combinação de ambos). A tabela 09 apresenta os resultados da ANOVA a dois 
fatores. 
 
Tabela 09: Anova a dois fatores para avaliação de diferença estatística na RU dos tipos de limpeza e presença 
do DFP em dentina cariada 
Source Partial SS DF MS F p-value 
Tipo de limpeza 55,56365 2 27,781825 2,82 0,0655 
Presença de DFP 238,63331 1 238,63331 24,18 0,0000 
Limpeza#DFP 89,569738 2 44,784869 1,00 0,0134 
 
Observou-se que a presença de DFP assim como a interação entre DFP e 
limpeza influenciaram a resistência de união. Os grupos tratados com DFP 
apresentaram valores estatisticamente inferiores aos grupos não tratados 
(p=<0,0001). 
 
5.2.2. Limpeza de superfície para o Clearfil SE Bond 
 
 Os dados de resistência de união do CSE Bond não apresentaram distribuição 
normal (Shapiro-Wilk, P=0,0007) como observado no histograma. Essa distribuição 
foi resultado da inclusão das falhas prematuras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 06: Gráfico dos dados de resistência de união do sistema adesivo submetido a protocolos de limpeza. 
 
46 
 
Ao avaliar a resistência de união em dentina sadia após tratamento ou não 
com DFP e diferentes métodos de limpeza (água, pedra-pomes e jateamento), foi 
observada diferença estatisticamente significativa entre os grupos (ANOVA um fator; 
p<0,0001). A tabela 10 apresenta os valores de média e desvio-padrão da resistência 
de união do Clearfil SE Bond. 
 
Tabela 10: Média e desvio padrão dos valores de resistência de união à dentina sadia tratada ou não com DFP 
e submetida a diferentes métodos de limpeza para o sistema adesivo Clearfil SE Bond 
Grupos de dentina sadia Dentina Sadia 
Média (DP) 
Dentina Cariada 
Média (DP) 
1- Água 12,8 (8,5)A, a 16,6 (8,9) Aa 
2- Óxido de alumínio 18,4 (5,1)B a 17,5 (6,2)Aa 
3- Pedra-pomes + água 10,3 (6,1)A,C a 13,7 (9,9)A,B a 
4- Água + DFP 4,6 (6,3) Ca 5,9 (5,9)B,C a 
5- Óxido de alumínio + 
DFP 
7,8 (5,3) A,C a 2,65 (5,2)C b 
6- Pedra-pomes + água + 
DFP 
11,1 (5,2) A,C a 18,1 (6,6) A b 
Letras maiúsculas iguais indicam ausência de diferença significativa entre grupos da mesma coluna; letras 
minúsculas iguais indicam ausência de diferença significativa entre grupos da mesma linha. (p<0,05) 
 
A fim de isolar os fatores e investigar quais estão interferindo na resistência de 
união para os diferentes métodos de limpeza em dentina sadia, realizou-se uma 
ANOVA a dois fatores (tipo de limpeza, presença do DFP ou combinação de ambos). 
A tabela 11 apresenta os resultados da ANOVA a dois fatores. 
 
Tabela 11: Anova a dois fatores dos valores de resistência de união à dentina sadia tratada ou não com DFP 
e submetida a diferentes métodos de limpeza para o sistema adesivo Clearfil SE Bond 
Source Partial SS DF MS F p-value 
Tipo de limpeza 319,70472 2 159,85236 4,24 0,0174 
Presença de DFP 869,60117 1 869,60117 23,07 0,0000 
Limpeza#DFP 562,29133 2 281,14566 7,46 0,0010 
 
Observou-se que tanto os fatores isoladamente (presença de DFP e tipo de 
limpeza) quanto suas interações influenciaram a resistência de união para dentina 
47 
 
sadia. Os maiores valores de resistência de união foram observados para o grupo de 
dentina sadia não tratada com DFP e limpa com óxido de alumínio, enquanto que os 
menores valores foram observados para dentina sadia tratada com DFP limpa apenas 
com água. Observou-se ainda que o tratamento com pasta de pedra-pomes e água 
foi o único que resultou em resistência de união sem diferença estatística entre os 
grupos tratados ou não com DFP em dentina sadia. 
 
Ao avaliar a resistência de união do Clearfil

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