Prévia do material em texto
Classificação dos Direitos • DIREITOS NÃO PATRIMONIAIS (direitos de personalidade – arts. 11 a 21 CC/02); • DIREITOS PATRIMONIAIS: a) reais: direito das coisas (arts.1.196 a 1.510 CC/02); b) obrigacionais, pessoais ou de crédito: “direitos das obrigações” – arts. 233 - 420 CC/02; Distinções entre Direito Pessoal e Real Unificação do Direito Privado • Art. 2.045. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1º de janeiro de 1916 - Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei nº 556, de 25 de junho de 1850. • Livro II – Do Direito de Empresa (CC/02). • OBS: Manteve-se a autonomia científica dos dois ramos do Direito (Comercial e Civil). Conceito de Obrigações Álvaro Villaça Azevedo – “a obrigação é a relação jurídica transitória, de natureza econômica, pela qual o devedor fica vinculado ao credor, devendo cumprir determinada prestação positiva ou negativa, cujo inadimplemento enseja a este executar o patrimônio daquele para a satisfação de seu interesse”. Rubens Limongi França – “é o vínculo jurídico ou de equidade, pelo qual alguém está adstrito a, em benefício de outrem, realizar uma prestação”. Washington de Barros Monteiro – a obrigação é “a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio”. Conceito de Obrigações Tartuce: conceitua-se a obrigação como a relação jurídica transitória, existente entre um sujeito ativo, denominado credor, e outro sujeito passivo, o devedor, e cujo objeto consiste em uma prestação situada no âmbito dos direitos pessoais, positiva ou negativa. Havendo o descumprimento ou inadimplemento obrigacional, poderá o credor satisfazer-se no patrimônio do devedor. Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald – “relação jurídica transitória, estabelecendo vínculos jurídicos entre duas diferentes partes (denominadas credor e devedor, respectivamente), cujo objeto é uma prestação pessoal, positiva ou negativa, garantido o cumprimento, sob pena de coerção judicial”. Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho – obrigação é a “relação jurídica pessoal por meio da qual uma parte (devedora) fica obrigada a cumprir, espontânea ou coativamente, uma prestação patrimonial em proveito da outra (credor)”. COMO DEVE SER VISTA A “OBRIGAÇÃO” “A obrigação deve ser vista como uma relação complexa, formada por um conjunto de direitos, obrigações e situações jurídicas, compreendendo uma série de deveres de prestação, direitos formativos e outras situações jurídicas. A obrigação é tida como um processo – uma série de atos relacionados entre si –, que desde o início se encaminha a uma finalidade: a satisfação do interesse na prestação. Hodiernamente, não mais prevalece o status formal das partes, mas a finalidade à qual se dirige a relação dinâmica. Para além da perspectiva tradicional de subordinação do devedor ao credor existe o bem comum da relação obrigacional, voltado para o adimplemento, da forma mais satisfativa ao credor e menos onerosa ao devedor. O bem comum na relação obrigacional traduz a solidariedade mediante a cooperação dos indivíduos para a satisfação dos interesses patrimoniais recíprocos, sem comprometimento dos direitos da personalidade e da dignidade do credor e devedor. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS OBRIGAÇÕES Elemento subjetivo: o credor (sujeito ativo) e o devedor (sujeito passivo). Elemento objetivo (material): a prestação. Elemento imaterial, virtual ou espiritual: o vínculo existente entre as partes. Elemento Subjetivo da Obrigação • Sujeito ativo – é o beneficiário da obrigação, podendo ser uma pessoa natural ou jurídica ou, ainda, um ente despersonalizado a quem a prestação é devida. É denominado credor, sendo aquele que tem o direito de exigir o cumprimento da obrigação. • Sujeito passivo – é aquele que assume um dever, na ótica civil, de cumprir conteúdo da obrigação, sob pena de responder com seu patrimônio. É denominado devedor. • OBS: na atualidade, dificilmente alguém assume a posição isolada de credor ou devedor em uma relação jurídica. Elemento Objetivo da Obrigação É o conteúdo da obrigação. Conteúdo imediato: é a prestação, que pode ser positiva ou negativa. Sendo a obrigação positiva, ela terá como conteúdo o dever de entregar coisa certa ou incerta (obrigação de dar) ou o dever de cumprir determinada tarefa (obrigação de fazer). Sendo a obrigação negativa, o conteúdo é uma abstenção (obrigação de não fazer). Conteúdo mediato: pode ser uma coisa ou uma tarefa a ser desempenhada, positiva ou negativamente. Como exemplo de objeto mediato da obrigação, pode ser citado um automóvel ou uma casa em relação a um contrato de compra e venda. Elemento Imaterial da Obrigação • É o vínculo jurídico existente na relação obrigacional, ou seja, é o elo que sujeita o devedor à determinada prestação – positiva ou negativa –, em favor do credor, constituindo o liame legal que une as partes envolvidas. • A melhor expressão desse vínculo está estabelecida no art. 391 do CC 2002, com a previsão segundo a qual todos os bens do devedor r e s p o n d e m n o c a s o d e inadimplemento da obrigação. • OBS: a divisão dualista da responsabilidade civil, em responsabilidade contratual e extracontratual. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS OBRIGAÇÕES No Direito Romano antigo o devedor respondia com o próprio corpo pelo cumprimento da obrigação (ele poderia virar escravo, por exemplo). Com o surgimento da Lex Poetelia Papiria, de 428 a.C., foi abolida a execução sobre a pessoa do devedor, deslocando-a para os seus bens. No Direito Romano clássico a teoria das obrigações evoluiu. Com as constituições imperiais, foi criada uma teoria para os contratos inominados e para os simples pacto. A teoria das obrigações que imperou na Europa, na Idade Média, derivava de costumes germânicos. A responsabilidade pelo descumprimento confunde-se com a vingança privada com a responsabilidade penal. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS OBRIGAÇÕES Com o renascimento dos estudos romanísticos nos séculos X e XI, volta à luz a legislação romana, que se mostrava superior aos direitos locais, então empregados como direito positivo. Também houve influência da Igreja, que pesou decisivamente para que princípios de ordem moral fossem acolhidos no Direito. Passa a ter influência o princípio da palavra dada nos contratos. No século XVI surge a regra da força obrigatória dos contratos na codificação napoleônica, fruto da escola exegética. Com o passar dos séculos o Direito Obrigacional passou por diversas transformações, acompanhando a expansão da economia, o desenvolvimento do comércio, a Revolução Industrial e a evolução tecnológica e todas as tendências sociais. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS OBRIGAÇÕES O direito brasileiro nasceu influenciado pela junção dos direitos romano, canônico e germânico, que foi construido na Europa. Foi regulado por legislação portuguesa até 1916. Nosso primeiro Código Civil foi o de 1916 e apresentava princípios que hoje são postos em choque perante o constante intervencionismo do Estado e a publicização do Direito privado. No Código Civil de 2002 nota-se a influência dos ordenamentos jurídicos de origem romana, mas algumas alterações significativas, como o abandono da antiga visão de vínculo obrigacional estático para o dinamismo obrigacional, onde as partes se vinculam teleologicamente, ambas cooperando para a busca da finalidade comum, o adimplemento. Buscou também o Código Civil situar o Direito das Obrigações entre o espírito liberal, que dá confiança ao indivíduo e sua vontade, e a corrente social que, sob o manto da justiça social e das necessidades modernas de produção, procura inserir o indivíduo numa disciplina coletiva. FONTES DAS OBRIGAÇÕE S Contrato Atos unilaterais (Promessa de Recompensa, Gestão de Negócios,Pagamento indevido e Enriquecimento sem causa) Testamento Ato ilícito e abuso de direito (Responsabilidade Civil) Lei