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Disciplina: Gerenciamento de Riscos Ambientais e Biossegurança Aula 6: Princípios da Biossegurança Apresentação Nesta aula, abordaremos os principais aspectos da biossegurança, seus princípios e enquadramentos. Assim, esperamos que você possa entender as melhores práticas de proteção para pacientes, trabalhadores e demais práticas. É preciso compreender que a biossegurança é uma área de conhecimento definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como: “condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente”. Neste contexto e orientações, seguiremos nesta aula. Logo, a questão fundamental é garantir que qualquer procedimento científico seja seguro para os profissionais que o realizam, para os pacientes ao qual é destinado (quando houver), para o ambiente e, ao mesmo tempo, sendo capaz de gerar resultados de qualidade. Objetivos Listar os principais aspectos e princípios da biossegurança hospitalar; Reconhecer a importância de garantir que suas Normas e demais Legislações sejam implementadas de forma correta para que todos os envolvidos nos procedimentos estejam protegidos; Identificar os principais riscos, suas fontes geradoras e os mecanismos de proteção coletivos, administrativos e individuais. Princípios da Biossegurança Como já dito anteriormente, a biossegurança é um conjunto de procedimentos e estudos de relevante importância nos serviços de saúde, que tem como objetivos: Abordar medidas de controle de infecções para proteger os funcionários que prestam assistência e os usuários da saúde; Desempenhar papel fundamental na comunidade para promoção da consciência sanitária; Mostrar a importância da preservação ambiental com relação à manipulação e ao descarte de resíduos químicos, tóxicos e potencialmente infectantes; Diminuir, de modo geral, os riscos à saúde e acidentes ocupacionais. Legalmente falando, a biossegurança é voltada para os processos relacionados a organismos geneticamente modificados de acordo com a Lei de Biossegurança, nº 11.105, de 24 de março de 2005. O órgão que regula essa lei é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, da qual faz parte profissionais de diferentes ministérios e indústrias tecnológicas. Exemplo Um exemplo rotineiramente presente na discussão legal de biossegurança são os alimentos transgênicos. Hospitais; Indústrias; Laboratórios de saúde pública; Laboratórios de análises clínicas; Universidades; Hemocentros; Nesses locais, tem como objetivo prevenir os riscos gerados pelos agentes químicos, físicos e ergonômicos, relacionados aos processos onde o risco encontra-se presente ou não. Esta parte da biossegurança acaba por confundir-se com a engenharia de segurança, a medicina do trabalho, a higiene industrial, a saúde do trabalhador, a engenharia química e a infecção hospitalar. A importância das normas de biossegurança hospitalar (Fonte: Syda Productions / Shutterstock) Os profissionais da saúde estão constantemente expostos aos mais diversos riscos em seus locais de trabalho. Por isso, devem sempre seguir as ações impostas pela biossegurança. Esses riscos podem afetar tanto a saúde do profissional quanto do paciente e causar danos ao meio ambiente. Quando falamos sobre profissionais de saúde, sabemos que os riscos são ainda maiores. Neste caso, a biossegurança é aplicada principalmente em instalações laboratoriais quanto aos agentes biológicos aos quais o profissional pode estar exposto. Atenção É importante lembrar que todos os profissionais de saúde devem segui- las! Além deles, qualquer profissional que trabalhe em ambiente hospitalar precisa estar atento a todas essas regras. A importância se deve ao fato de que, nesses locais, todos os envolvidos são frequentemente expostos a agentes patogênicos, riscos físicos e químicos. Apesar disso, ainda existem muitos profissionais que consideram as normas de biossegurança fatores que dificultam a execução de seu trabalho. São justamente as coisas simples que deixamos de fazer, por conta da correria do dia a dia, que poderão prejudicar os processos. ERROS COMUNS Excesso de confiança e consequente falta de atenção; Negligências às medidas de prevenção; Negligência das condições de armazenamento; Falta de instrução sobre as versões de novos produtos; Uso incorreto do equipamento de esterilização; Ausência de limpeza do final do dia; Equívocos de fiscalização; Inexistência de manutenção nos equipamentos. É por conta da lista apresentada acima que a biossegurança é tão importante! Problemas ocasionados por esses erros são prejudiciais até mesmo para a saúde da instituição. Justamente por serem estes os princípios que garantirão a saúde e bem-estar do profissional e, automaticamente, do restante da população. PROBLEMAS GERADOS PELO NÃO CUMPRIMENTO DAS NORMAS BÁSICAS DE BIOSSEGURANÇA O não cumprimento das normas básicas de biossegurança pode acarretar problemas como transmissão de doenças e até mesmo epidemias. A biossegurança vai muito além de ações básicas como os sistemas de esterilização do ar ou câmaras de desinfecção das roupas de segurança. Ela engloba medidas que devem atuar prevenindo a contaminação do profissional, que é, atualmente, uma das principais causas de acidentes dentro do ambiente hospitalar. Os funcionários tendem a sofrer acidentes e podem ter a saúde seriamente prejudicada por condições erradas de trabalho, como: Erro no uso de equipamentos; Problemas estruturais; Contato desprotegido com agentes contaminantes. Por isso, a higienização frequente, o descarte correto de resíduos e outras normas têm grande impacto positivo na segurança e na rotina dos profissionais de uma instituição de saúde. Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde O Ministério do Trabalho e Emprego estabeleceu a Norma Regulamentadora – NR 32, com os requisitos mínimos a serem implementados nos serviços de saúde com vistas à proteção dos trabalhadores deste seguimento. Essa NR chegou em boa hora, pois tais medidas preventivas foram ampliadas também para as comunidades e locais das próprias moradias dos trabalhadores, não se limitando mais apenas aos diversos ambientes de trabalho. Essa norma engloba trabalhadores de todos os tipos de instituição de saúde, como: Hospitais; Clínicas; Laboratórios; Ambulatórios; Unidades de complementação diagnóstica e terapêutica; Serviços médicos em geral. Principais aspectos e orientações da Norma Regulamentadora – NR32 Veja os principais aspectos e orientações da Norma Regulamentadora – NR32, fundamental em nossa disciplina. Esta Norma Regulamentadora tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Para fins de aplicação desta NR, entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. Consideram-se Agentes Biológicos os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons. As ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira com sistema de abertura sem contato manual. Os quartos ou enfermarias destinadas ao isolamento de pacientes portadores de doenças infectocontagiosas devem conter lavatório em seu interior. O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve ocorrer, nomínimo, antes e depois do uso das mesmas. Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o trabalho. O empregador deve vedar: A utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos; O ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho; O consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho; A guarda de alimentos em locais não destinados para este fim; O uso de calçados abertos. A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o empregado. Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais. Os Equipamentos de Proteção Individual – EPI, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. O empregador deve assegurar capacitação aos trabalhadores, antes do início das atividades e de forma continuada, devendo ser ministrada: (Fonte: dashadima / Shutterstock) Sempre que ocorra uma mudança das condições de exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos; Durante a jornada de trabalho; Por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos agentes biológicos. Atenção Os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente ou incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo local de trabalho e, quando houver, ao serviço de segurança e saúde do trabalho e à CIPA. Atividades de Risco Segundo a NR 32, são atividades de risco afazeres profissionais capazes de proporcionar dano, doença ou morte aos indivíduos. Riscos ambientais São os agentes físicos, químicos e biológicos que existem nos ambientes de trabalho e que, por conta de sua natureza, concentração ou intensidade, podem causar danos à saúde do profissional. Riscos à saúde São as possibilidades de acontecerem efeitos adversos relacionados à exposição do indivíduo aos agentes físicos, químicos ou biológicos citados acima, em que uma pessoa exposta apresente doença, agravo ou até mesmo a morte dentro de um período determinado de tempo ou idade. Classificação dos riscos Para que os riscos fossem melhor organizados, foram mapeados em cinco categorias com cores distintas. Os riscos foram classificados da seguinte maneira: RISCOS FÍSICOS Grupo I (cor verde) ✔ Equipamentos que geram calor, frio ou que operam sob pressão; ✔ Radiações; ✔ Campos elétricos; ✔ Umidade. Como exemplos, podemos citar: ✔ Aparelhos de raio-X; ✔ Radionuclídeos; ✔ Autoclaves; ✔ Nitrogênio líquido; ✔ Câmaras frias; ✔ Centrífugas; ✔ Estufas. RISCOS QUÍMICOS Grupo 2 (cor vermelha) Produtos químicos, em geral, sob as diferentes formas e apresentações (líquida, sólida, vapor, fumaça etc.). Alguns exemplos: ✔ Ácidos; ✔ Bases; ✔ Reagentes oxidantes; ✔ Reagentes redutores; ✔ Colas; ✔ Tintas; ✔ Gases; ✔ Pesticidas; ✔ Formol; ✔ Medicamentos; ✔ Metais presentes em lâmpadas; ✔ Pilhas; ✔ Baterias; ✔ Infinidade de outros produtos químicos. RISCOS BIOLÓGICOS Grupo 3 (cor marrom) ✔ Agentes biológicos como Microrganismos geneticamente modificados ou não; ✔ Culturas de células; ✔ Parasitas; ✔ Toxinas; ✔ Príons. RISCOS ERGONÔMICOS Grupo 4 (cor amarela) ✔ Esforços repetitivos; ✔ Postura inadequada; ✔ Levantamento de peso; ✔ Rotina intensa de trabalho; ✔ Jornadas prolongadas; ✔ Situações causadoras de estresse físico e psíquico etc. RISCOS DE ACIDENTES Grupo 5 (cor azul) ✔ Arranjo físico inadequado; ✔ Máquinas e equipamentos desprotegidos; ✔ Iluminação inapropriada; ✔ Eletricidade; ✔ Probabilidade de incêndio e explosão; ✔ Animais peçonhentos; ✔ Circunstâncias que podem provocar acidentes etc. Atenção Gestores hospitalares devem ficar atentos: todas essas medidas precisam ser adotadas nos ambientes das instituições de saúde, seja ela qual for. 1. A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO. Sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, o empregador deve fornecê-las gratuitamente. 2. Deve ser mantida a rotulagem do fabricante na embalagem original dos produtos químicos utilizados em serviços de saúde. Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração, data de envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento. É vedado o procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos. Limpeza e Conservação Os trabalhadores que realizam a limpeza dos serviços de saúde devem ser capacitados, inicialmente e de forma continuada, quanto aos princípios de higiene pessoal, risco biológico, risco químico, sinalização, rotulagem, EPI, EPC e procedimentos em situações de emergência. Para as atividades de limpeza e conservação, cabe ao empregador, no mínimo: Providenciar carro funcional destinado à guarda e transporte dos materiais e produtos indispensáveis à realização das atividades; Providenciar materiais e utensílios de limpeza que preservem a integridade física do trabalhador; Proibir a varrição seca nas áreas internas; Proibir o uso de adornos. Atenção A NR 32 prevê a proibição do uso de adornos pelos trabalhadores, principalmente aqueles que mantêm contato com agentes biológicos. Para a Comissão Tripartite Permanente Nacional, normalizadora da NR 32, são considerados adornos, para fins do item 32.2.4.5, letra “b”, alianças, anéis, pulseiras, relógios de uso pessoal, colares, brincos, broches, piercings expostos, gravatas e crachás pendurados com cordão. Equipamentos e Segurança nas Instalações Hospitalares O uso da eletricidade em ambiente hospitalar No ambiente hospitalar, a energia sob forma de eletricidade é fonte de vida. São vários os equipamentos que têm esta finalidade: Centrais de ar comprimido e oxigênio medicinal; Aparelhos de suporte ventilatório; Lâmpadas cirúrgicas; Bombas para infusão de drogas e medicamentos; Centrais de geração de energia auxiliar e outros. Entretanto, o mau uso e a manutenção deficiente nos sistemas elétricos podem trazer consequências desastrosas para os funcionários, visitantes e pacientes, até mesmo à própria instituição hospitalar. Nesse sentido, a compreensão dos assuntos referentes ao bom uso da eletricidade é necessária aos profissionais do ambiente hospitalar. Por esses motivos, é justificável um programa de reciclagem e treinamento para uso de eletricidade. Uma vez que os profissionais que mais fazem uso da eletricidade em seu dia a dia são os eletricistas e eletromecânicos, apresentamos algumas orientações para um primeiro reconhecimento dos riscos elétricos no ambiente hospitalar. Deve ser verificado se estão disponíveis no hospital: Óculos de proteção individual e luvas de proteção individual com isolamento elétrico adequado para os valores de tensão elétrica empregados no hospital, além disso verificar se os sapatos dos eletricistas são do tipo sem ilhós metálico e com biqueira de plástico resistente; Programas de treinamento em primeiros socorros e reanimação cardiorrespiratória, bem como programas de reciclagem; Fio terra como parte dos circuitos elétricos e nos cabos de alimentação de equipamentos e instrumentos; Dispositivos de proteção, como disjuntores, fusíveis, relés térmicos e outros, indispensáveis a determinados tipos de instalação; Ferramentas adequadas para as necessidades de trabalho; Material técnico essencial para a realização de reparos de urgência, como plantas elétricas de força e luz, fusíveis e disjuntores reservas; Etiquetas de identificação pessoal para serviços em eletricidade. Centrais de ar condicionado e ar refrigerado (Fonte: Oleksandr Yuhlchek / Shutterstock) Os sistemas de refrigeração, ventilação, exaustão e ar condicionado para uso hospitalar visam a proteção e o conforto dos pacientes e funcionários. Embora não difiram muito das instalações industriais, cumpre lembrar que os ambientes refrigerados são diferentes dos ambientes que empregam ar condicionado. Os primeiros, por não controlarem a umidade, fazem com que o ar ambiente se torne seco, causando sensação de desconforto para os usuários, especialmente em ambientes como UTI, onde os pacientes podem passar longos períodos de tempo, deve-se empregar o ar condicionado. Máquinas de lavanderia e equipamentos de esterilização Os equipamentos de esterilização e lavagem empregam motores e resistências elétricas de potência elevada, bombas de água e de vácuo. Utilizam, ainda, complexos comandos elétricos que servem para controlar o processo desejado. Algumas características ambientais desses setores potencializam riscos elétricos no local de trabalho. Exemplo Um exemplo é o uso frequente de água associada ao processo produtivo frente aos circuitos elétricos. Vejam que o choque elétrico é uma resposta fisiológica indesejável e desnecessária à passagem de corrente elétrica através do corpo humano. Os efeitos do choque elétrico produzidos no corpo humano podem ser divididos nos seguintes fenômenos patofisiológicos críticos: a tetanização , a parada respiratória, queimaduras e fibrilação ventricular. Classificação das áreas hospitalares quanto à segurança elétrica Veja classificação das áreas hospitalares com relação à segurança elétrica: Áreas administrativas São as áreas não permissíveis a pacientes, ou áreas onde os mesmos têm pouco ou nenhum contato direto com equipamentos eletroeletrônicos. 1 Área de cuidados gerais com o paciente São áreas onde o paciente tem ou pode ter contato direto com terapia não invasiva e ou com equipamento de monitoração eletroeletrônico. Áreas de cuidado intensivo (críticas) São as áreas que possuem pacientes os quais estão, ou poderão estar, sob monitoração invasiva ou terapia que utilize contato direto com o músculo cardíaco. Atenção Antes da compra de qualquer equipamento, uma revisão sobre a requisição de compra será feita pelo setor de Engenharia Clínica. Na falta deste setor de engenharia, o setor de manutenção deve fazer esta revisão, desde que capacitado para este fim. Todo equipamento recebido pela primeira vez no hospital deverá ser enviado ao setor de Engenharia Clínica (33) (ou manutenção de equipamento médico), para que sejam inspecionados quanto à compatibilidade com as normas referentes ao mesmo. Deve ser verificado se atende às especificações técnicas do pedido de compra antes da liberação para o usuário. Os funcionários que mantêm contato rotineiro com eletricidade em áreas de cuidados com os pacientes, deverão ser instruídos acerca dos riscos elétricos presentes. Isto deve ser feito durante o período de integração do novo funcionário ao ambiente de trabalho e periodicamente (reciclagem). Pessoal de cuidados intensivos deverá receber instruções especiais em segurança elétrica, inclusive sobre primeiros socorros. Equipamentos e Sistemas de Natureza Mecânica no Ambiente Hospitalar Os equipamentos de natureza mecânica prestam-se a atender as necessidades de pacientes, visitantes e funcionários. Dentre eles, citamos os de geração de vapor e energia elétrica de emergência, produção, armazenamento e distribuição de gases medicinais (vasos de pressão). Devido à larga utilização de gases no ambiente hospitalar, muitos riscos são associados a esta atividade. A eliminação e controle destes riscos depende fundamentalmente de medidas simples e fáceis de executar. O treinamento é o principal fator proporcionador de segurança, tanto para o funcionário como para o paciente. O manuseio seguro de cilindros ou instalações centralizadas de gases medicinais pode ser a diferença entre a vida e a morte de pacientes. Deste modo, são apresentadas a seguir informações básicas relativas à utilização (manuseio, movimentação e armazenagem) de gases no ambiente hospitalar, principalmente os de alta pressão de fornecimento: Oxigênio e óxido nitroso são poderosos oxidantes. Alimentam fortemente a reação de combustão, portanto, não se deve permitir o contato de óleos, graxas e outras substâncias combustíveis com válvulas, reguladores, manômetros e conexões; Não manusear cilindros com as mãos ou luvas contaminadas com graxa ou óleo; Não utilizar oxigênio como forma de substituir o ar comprimido em sistemas pneumáticos. A ventilação forçada deve ser usada para evitar que o gás proveniente de vazamentos se acumule no ambiente. Os motores para acionamento desses ventiladores devem possuir características especiais. Os cilindros não devem ser armazenados em salas de cirurgia, corredores, áreas de tráfego intenso ou em locais que possam sofrer choques e quedas. Dica Devem ser fixadas na área onde os cilindros serão armazenados informações como: REMOVA PARA UM LOCAL DISTANTE DO CALOR EM CASO DE INCÊNDIO; NÃO FUME; NÃO USE GRAXA OU ÓLEO; NÃO ARMAZENAR JUNTO COM MATERIAIS COMBUSTÍVEIS. Considerações Gerais sobre Biossegurança Podemos concluir nesta nossa aula que a precaução é um axioma para a construção da biossegurança e não a avaliação de risco. Para finalizarmos, é importante considerar alguns questionamentos fundamentais: 01 Há suficiente conhecimento sobre as inter-relações entre uma dada tecnologia e as dinâmicas biossocioambientais? 02 Como proteger efetivamente a vida diante de uma dada tecnologia ou de manipulações de agentes naturais ou artificiais que implicam em perigo para a saúde e para o ambiente? 03 As variabilidades biológicas estão sendo consideradas nessas ameaças e nas medidas de proteção? 04 Como informar e comunicar essas situações de perigo para uma ação esclarecida e responsável? Precisamos ficar atentos a essas perguntas que cercam não apenas os ambientes hospitalares, mas toda a sociedade. 1. Palma 2. Dorso das mãos 3. Espaço entre os dedos 4. Polegar 5. Articulação 6. Unhas e extremidades dos dedos 7. Punhos (Fonte: Tasha and Deki / Shutterstock) Atividade 1. Das Normas Regulamentadoras abaixo, qual trata especificamente de Segurança para profissionais da área de saúde? a) A NR 13 b) A NR 12 c) A NR 32 d) A NR 15 e) A NR 16 2. Segundo a NR 32, marque abaixo a única alternativa que NÃO corresponde a um adorno, que, segundo esta Norma, não pode ser utilizado em ambientes com riscos biológico: a) Relógio. b) Brinco. c) Aliança. d) Luva de látex. e) Cordão. 3. Os trabalhadores que realizam a limpeza dos serviços de saúde devem ser capacitados. Para as atividades de limpeza e conservação, cabe ao empregador garantir, no mínimo, EXCETO: a) Providenciar carro funcional destinado à guarda e transporte dos materiais e produtos indispensáveis à realização das atividades. b) Providenciar materiais e utensílios de limpeza que preservem a integridade física do trabalhador. c) Proibir a varrição seca nas áreas internas. d) Proibir o uso de adornos. e) Permitir alimentação em ambientes com riscos biológicos. 4. Para os profissionais que atuam em ambientes hospitalares com atividades e operações em serviços de eletricidade, inclusive na manutenção de máquinas e equipamentos energizados, muitos cuidados devem ser tomados nestes ambientes. Neste sentido, marque a única alternativa que NÃO corresponde a um procedimento de segurança para trabalhadores com riscos em sistemas elétricos: a) O local deverá ter disponível óculos de proteção individual e luvas de proteção individual com isolamento elétrico adequado para os valores de tensão elétrica empregados no hospital. b) Deverá ser verificado se os sapatos dos eletricistas são do tipo sem ilhós metálico e com biqueira de plástico resistente. c) Deverá existir programas de treinamento em primeiros socorros e reanimação cardiorrespiratória, bem como programas de reciclagem.d) O hospital deverá garantir que todos os trabalhadores, mesmo os que não atuem em ambientes com riscos elétricos, realizem os cursos obrigatórios estabelecidos pela Norma Regulamentadora NR 10. e) O local deverá dispor de dispositivos de proteção, como disjuntores, fusíveis, relés térmicos e outros, indispensáveis a determinados tipos de instalação. 5. Marque a opção que apresenta uma ação que poderá acarretar acidentes em ambientes hospitalares: a) Atenção na execução das atividades. b) Negligências às medidas de prevenção. c) Atenção em procedimentos de armazenamento. d) Seguir os procedimentos de segurança de armazenamento dos produtos químicos. e) Uso correto do equipamento de esterilização. Notas Tetanização A tetanização é caracterizada pelo descontrole muscular causado pela interferência que a corrente do choque elétrico produz nas correntes elétricas de controle do corpo humano. Referências BARKER, Kathy. Na bancada: manual de iniciação científica em laboratórios de pesquisas biomédicas. Porto Alegre: Artmed, 2002. CARVALHO, Paulo Roberto de. Boas práticas químicas em biossegurança. Rio de Janeiro: Interciência, 1999. HIRATA, Mario Hiroyuki; HIRATA, Rosário D. C.; MANCINI-FILHO, Jorge. Manual de Biossegurança. 2. ed. Barueri: Editora Manole Ltda., 2012. Próximos Passos Normas regulamentadoras de Segurança, Higiene e Saúde Ocupacional; 1 Principais abordagens das Normas Regulamentadoras e em especial as que tratam de segurança hospitalar; Análise da Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego e suas implementações em ambientes hospitalares e similares. Explore mais Leia o “Manual de biossegurança para serviços de saúde” <http://www.bvsde.ops- oms.org/bvsacd/cd49/manualbiossegurancaa.pdf> .