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- -1 SANEAMENTO AMBIENTAL SANEAMENTO AMBIENTAL - -2 Olá! Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Identificar mais algumas características sistema de coleta, tratamento e disposição dos esgotos sanitários. 1 Introdução O aumento da população humana no planeta e sua maior concentração nas cidades provocam a elevação do consumo de água, por isso os seres humanos há séculos já desenvolveram técnica para sua captação, transporte, armazenamento e tratamento. Obviamente todos estes processos interferem no ciclo hidrológico e geram um ciclo artificial ou ciclo urbano da água, como já vimos anteriormente. A maior parte da água aproveitada nos processos acima descritos para o abastecimento público são águas superficiais que, após o tratamento são distribuídas para as residências e indústrias. Os esgotos gerados neste ciclo são coletados e transportados para uma estação para tratamento (ETE), anterior à sua disposição final. Nem todas as cidades brasileiras contam com ETEs, mas mesmo os métodos convencionais utilizados nestas estações promovem, apenas, uma recuperação parcial da qualidade da água original. Parte da purificação da água ainda continua sendo realizada pelos serviços ambientais como a diluição e aeração nos corpos de água. Entretanto, a próxima cidade a jusante, isto é, a cidade que fica logo rio abaixo, provavelmente também irá captar água para seu abastecimento municipal antes mesmo que ocorra a recuperação completa. Essa cidade, por sua vez, capta e trata a água novamente e dispõe mais esgoto. O rápido crescimento da população, associado aos rápidos avanços dos processos industriais e tecnológicos, assim como a crescente urbanização das sociedades têm produzido repercussões sem precedentes sobre o ambiente humano e sobre o planeta e cabe aos técnicos da atualidade solucionar estes problemas. 2 Reuso Desde suas nascentes os rios sofrem o processo de captação de suas águas e posterior devolução, por sucessivas , ao longo de toda a bacia hidrográfica.cidades Este processo repetitivo também pode ser considerado como um procedimento da água porde reuso indireto isso, durante os períodos de estações do ano com menores índices de chuvas, a manutenção da vazão mínima, em muitos rios pequenos, depende do retorno destas descargas de esgotos efetuadas a montante (rio acima), - -3 para que o rio continue existindo e desta forma o ciclo urbano continue integrado ao ciclo hidrológico .natural O , que é uma atividade ambientalmente positiva traz junto consigo o problema dos sólidosreuso da água dissolvidos que foram anteriormente gerados; este problema poderia ser solucionado com métodos avançados de tratamento, mas o disso é muito elevado. Veremos agora, detalhes dos processos de tratamento que sãocusto utilizados nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). 3 Processos de tratamento O processo de tratamento consiste em separar a parte líquida da parte sólida do esgoto, e tratar cada uma delas separadamente, reduzindo ao máximo a carga poluidora, de forma que elas possam ser dispostas adequadamente, sem prejuízo ao meio ambiente. Imitando a natureza Com relação à matéria orgânica, as ETEs reproduzem a capacidade que os cursos d’água têm naturalmente de decompor a matéria orgânica, porém num menor espaço e tempo. Agentes d e tratamento As bactérias aeróbias ou anaeróbias, quando encontram condições favoráveis, se reproduzem em grande quantidade, degradando a matéria orgânica presente nos esgotos, por isso são conhecidas como agentes de tratamento. Condições para o tratamento As condições para o tratamento do esgoto dependem de planejamento prévio, dimensionamento das instalações, assim como de alguns outros fatores que são citados abaixo como: • A carga orgânica presente. • A classificação das águas do rio que receberá o efluente tratado. • A capacidade de autodepuração do rio que receberá o efluente tratado. • A disponibilidade de área e energia elétrica. • O tratamento do esgoto sanitário ocorre em um processo de vários níveis responsáveis por separação ou eliminação de diferentes substâncias. • • • • • - -4 4 Níveis de tratamento de esgotos sanitários 4.1 Tratamento Preliminar Neste primeiro nível são retirados do esgoto os sólidos grosseiros, como sacos e garrafas plásticas, folhas e areia. Este procedimento preliminar permite que a eficiência dos próximos seja mantida. Processo Os processos utilizados para esta separação física mais grosseira são gradeamento, peneiramento e a sedimentação. 4.2 Tratamento primário O tratamento primário tem como objetivo reduzir parte da matéria orgânica presente nos esgotos removendo os sólidos em suspensão sedimentáveis e sólidos flutuantes. Processo Nesta fase, o esgoto ainda contém sólidos em suspensão, não os mais grosseiros, porque já ficaram retidos no tratamento preliminar. Como estes sólidos ainda presentes são mais pesados que a parte líquida, eles sedimentam, indo para o fundo dos decantadores, formando o lodo primário bruto. Esse lodo é retirado do fundo do decantador, através de raspadores mecanizados, tubulações ou bombas. O processo é anaeróbico, pois ocorre através da fermentação, na ausência de oxigênio. Vamos conhecer os tipos mais comuns. Sistema fossa séptica – f i l t ro anaeróbio: Este é um sistema ecologicamente correto de eliminação do esgoto; é muito usado no Brasil, no meio rural e em comunidades de pequeno porte. Ele é uma alternativa economicamente viável de tratamento de esgotos destinado a receber o esgoto de um ou mais domicílios e com capacidade de dá-los um grau de tratamento simples e de baixo custo. Ele se apresenta de acordo com a legislação federal, Lei 9.782/99 que define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e recebe outras especificações em alguns municípios do país como Santos/SP (Lei 3.529/68) e Raposos/MG (977/06), além de ser normatizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), pelas normas NBR 7229 e NBR 13969. - -5 Por este sistema, os sólidos em suspensão se sedimentam no fundo da fossa séptica e formam o lodo, que será onde ocorrerá a digestão anaeróbia. O líquido se encaminha para o filtro anaeróbio que possui bactérias que crescem aderidas a uma camada suporte formando a biomassa, que reduz a carga orgânica dos esgotos. Sistema: Fi l tro biológico: O sistema de filtro biológico é o mais comum dos tratamentos biológicos aeróbios. A concepção inicial deste sistema baseou-se nos filtros de contato, que eram tanques preenchidos com pedras em que o esgoto permanecia em contato este material de enchimento por um período determinado. Os filtros biológicos modernos utilizam suportes bastante permeáveis, em geral pedras, ou material plástico, onde micro-organismos se fixam e por onde o esgoto percola. Os micro-organismos aderidos nas superfícies de contato utilizam a matéria orgânica como alimento, degradando-a. É importante que este sistema seja bem dimensionado para que o tempo de passagem da metéria orgânica permita que todo material seja retido e degradado. 4.3 Tratamento secundário Remove a matéria orgânica e os sólidos em suspensão através de processos biológicos, utilizando reações bioquímicas, realizadas por microorganismos – bactérias aeróbias, aeróbias facultativas, protozoários e fungos. Processo No processo aeróbio os microorganismos presentes nos esgotos se alimentam da matéria orgânica ali também presente, convertendo-a em gás carbônico, água e material celular. Esta decomposição biológica do material orgânico requer a presença de oxigênio e outras condições ambientais adequadas como temperatura, pH, tempo de contato, etc. Vamos conhecer os tipos mais comuns. Lagoas de estabilização (ou lagoas de oxidação) São lagoas construídas de forma simples, onde os esgotos entram em uma extremidade e saem na oposta. A matéria orgânica, na forma de sólidos em suspensão, fica no fundo da lagoa, formando um lodo que vai aos poucos sendo estabilizado. Processo O processoda aeróbia se baseia nos princípios dalagoa de estabilização respiração e da fotossíntese: as algas existentes no esgoto, na presença de luz, produzem oxigênio que é liberado através da fotossíntese. Esse oxigênio - -6 e s u a s variantes. dissolvido (OD) é utilizado pelas bactérias aeróbias (respiração) para se alimentarem da matéria orgânica em suspensão e dissolvida presente no esgoto. O resultado é a produção de sais minerais – alimento das algas - e de gás carbônico (CO2). L o d o s ativados e s u a s variantes É composto, essencialmente, por um tanque de aeração (reator biológico), um tanque de decantação (decantador secundário) e uma bomba de recirculação do lodo. Processo O princípio do sistema é a recirculação do lodo do fundo de uma unidade de decantação para uma de aeração. Em decorrência da recirculação contínua de lodo do decantador e da adição contínua da matéria orgânica, ocorre o aumento da biomassa de bactérias, cujo excesso é descartado periodicamente. Reator Anaeróbio de Manta de Lodo (UASB) Inicialmente os UASBs foram nomeados de digestor anaeróbio de fluxo ascendente (DAFA), quando desenvolvidos na Holanda, para clarificação de águas residuais industriais concentradas. Processo Neste sistema, a biomassa cresce dispersa no meio, e não aderida, como nos filtros biológicos. Esta biomassa, ao crescer, forma pequenos grânulos, que por sua vez, tende a servir de meio suporte para outras bactérias. O fluxo do líquido é ascendente e são formados gases – metano e carbônico, resultantes do processo de fermentação anaeróbia. O reator do tipo UASB contém em sua coluna ascendente, um leito de lodo, uma zona de sedimentação, e o separador de fase, cuja finalidade é dividir a parte inferior que é a zona de digestão, da superior (zona de sedimentação). Neste sistema a água residuária segue uma trajetória ascendente passando primeiro pelo lodo e depois para a zona de sedimentação. Ao passar pelo lodo, a água residuária incorpora a ele, seus sólidos orgânicos, que serão biodegradados e digeridos em um processo anaeróbico que resultará na produção de biogás, que tem trajetória ascendente com o líquido e depois é eliminado, e no crescimento da biomassa bacteriana. Vantagens • Baixo custo de implantação e operação • Baixa produção de lodo • • - -7 • Baixa produção de lodo • Baixo consumo de energia • Sistema compacto • Necessidade de pouco espaço para sua implantação e funcionamento Desvantagens • Possibilidade de emanação de maus odores • Baixa capacidade do sistema para tolerar cargas tóxicas • Muito tempo para a partida do sistema Tratamento aeróbio com biofilme Neste sistema, o esgoto é aplicado sobre um leito de material grosseiro, como pedras e ripas ou material plástico, e percola em direção a drenos no fundo. Este fluxo do esgoto permite o crescimento de bactérias na superfície do leito, formando uma película de microorganismos aeróbicos. O ar circula nos espaços vazios entre as pedras ou ripas, fornecendo oxigênio para os microorganismos decomporem a matéria orgânica. 4.4 Tratamento terciário Remove poluentes específicos (micronutrientes e patogênicos), além de outros poluentes não retidos no tratamento primário e secundário. Este tratamento é utilizado quando se deseja obter um tratamento de qualidade superior para os esgotos. • • • • • • • - -8 Processo Neste tratamento se remove compostos como nitrogênio e fósforo, além da remoção completa da matéria orgânica. Este processo utiliza procedimentos como radiação ultravioleta e outros produtos químicos. Tratamento do lodo Todos os processos de tratamento de esgoto resultam em subprodutos: o material gradeado, areia, espuma, lodo primário e lodo secundário, que devem ser tratados para poder ser lançados adequadamente, sem que provoque prejuízos ao meio ambiente. O tratamento do lodo é parte integrante do processo de lodo ativado, para isso ele deve passar por diferentes etapas; algumas das principais estão explicadas abaixo: Lodo não estabilizado: • Adensamento, para remoção da umidade. • Estabilização, para remoção da matéria orgânica. • Condicionamento, para preparar para a desidratação. • Desidratação, nesta fase o lodo perde mais umidade e há redução do volume, ocorre em leitos de secagem, lagoas de lodo ou com auxílio de equipamentos mecânicos. • Disposição final em aterros sanitários, aplicação no solo etc. Lodo estabilizado: • Nesta fase, o lodo já estabilizado pode ser disposto em aterros sanitários ou aplicado como fertilizante na agricultura, após tratamento adequado. O que vem na próxima aula Na próxima aula, conheceremos: • Você estudará os sistemas de drenagem pluvial urbana. CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Identificou mais algumas características sistema de coleta, tratamento e disposição dos esgotos sanitários. • • • • • • • •
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