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Poderes Executivo 
e Judiciário
 
SST
Fernandes, Raquel
Poderes Executivo e Judiciário / Raquel Fernandes
Ano: 2020
nº de p.:
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
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Poderes Executivo e 
Judiciário
Apresentação
O sistema brasileiro considera que toda questão levada ao Judiciário deve sempre 
ser resolvida, seja utilizando a lei ou as demais fontes do Direito. Isso quer dizer 
que não haverá uma omissão do Poder Judiciário na resolução de alguma questão. 
Entender como funciona o ordenamento jurídico brasileiro é importante para todos 
os operadores jurídicos.
Os poderes constituídos, Executivo, Legislativo e Judiciário, possuem sua 
atribuições muito claramente definidas na Constituição Federal. Antes de falarmos 
sobre a estrutura do Poder Judiciário, é necessário conhecer a origem histórica 
dessa estrutura e, assim, primeiramente, vamos fazer a distinção entre Estado e 
governo. Você precisará dessa introdução e dos conceitos que serão apresentados 
para entender a separação de poderes.
Poder Executivo
O Poder Executivo é representado pelo(a) Presidente da República, que é chefe 
de Estado e chefe de governo ao mesmo tempo. Também já mencionamos que 
os(as) Ministros de Estado auxiliam diretamente o(a) Presidente e são escolhidos e 
demitidos por ela(e) de forma livre.
Figura importante ao lado do(a) Presidente é o(a) Vice-Presidente, que tem 
atribuições conferidas por lei completar, além de auxiliar o(a) Presidente em 
situações especiais que por ele(ela) for convocado(a). Também tem a função de 
substituir, sucedendo, o(a) Presidente no caso de impedimento deste(a). Caso 
o(a) Presidente e o(a) Vice-Presidente fiquem impedidos (e também no caso de 
vacância), serão os seus sucessivos e substitutos (no caso de vacância), nesta 
ordem, o(a) Presidente da Câmara dos Deputados, o(a) Presidente do Senado 
Federal e o(a) Presidente do Supremo Tribunal Federal.
No Brasil, para ser Presidente, é necessário ser brasileiro(a) e ter idade mínima de 
35 anos.O(A) Presidente assume mandato presidencial de quatro anos, podendo ser 
reeleito por igual período.
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Para que sejam eleitos o(a) Presidente da República e o(a) Vice-
Presidente, é realizada uma eleição no primeiro domingo do mês 
de outubro, sendo este o primeiro turno. Assim, o(a) candidato, 
registrado(a) por partido político, que obtiver a maioria absoluta 
dos votos, não incluindo os votos em branco e nulos, será eleito(a) 
Presidente.
A Constituição Federal estipula que, caso nenhum candidato 
alcance a maioria absoluta da primeira votação, será realizada 
nova eleição, denominada segundo turno, com os dois candidatos 
mais votados. O segundo turno ocorre 20 dias após o primeiro 
resultado, ou seja, sempre no último domingo do mês de outubro.
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Ainda nesse contexto, uma nova eleição pode ser convocada em caso de vagarem 
os cargos de Presidente e Vice-Presidente, a qual acontecerá 90 dias depois 
de aberta a última vaga. A Constituição Federal ainda aponta que, ocorrendo a 
vacância nos últimos dois anos do mandato presidencial, a eleição será feita pelo 
Congresso Nacional 30 dias depois da última vaga. Importante ressaltar que, nos 
casos apresentados, os eleitos devem completar o período dos seus antecessores.
É importante que você saiba que o(a) Presidente da República 
é responsável pela prática de crimes de responsabilidade. 
Esses crimes são os atos do(a) Presidente que atentem contra 
a Constituição Federal e a existência da União. Como exemplo 
podemos citar o caso de um(a) Presidente que quer destituir 
os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, transformando-
os em um só. São incluídos como crime de responsabilidade a 
violação dos direitos individuais e sociais; da lei orçamentária; 
da segurança interna do país; da probidade na Administração; e 
descumprimento das leis e das decisões judiciais.
Em casos de crimes comuns, o Supremo Tribunal Federal será o 
responsável por julgar o(a) Presidente da República. Já em casos 
de crimes de responsabilidade, o Senado será o responsável pelo 
julgamento do(a) Presidente após haver sido admitida acusação 
por dois terços da Câmara dos Deputados.
Curiosidade
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Tancredo Neves
Fonte: Wikimedia (2020).
Poder Judiciário
Chegamos no item em que vamos conhecer o Poder Judiciário. 
Você percebe que precisamos conhecer a história dos sistemas e 
formas de governo para compreendermos os Poderes Legislativo 
e Executivo? No caso do Poder Judiciário não é diferente, já que 
ele sofre influência da história e dos nossos sistemas e formas de 
governo.
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Função do Poder Judiciário
A principal função do Poder Judiciário é a resolução de conflitos com base nas 
normas jurídicas vigentes no país, doutrinas, jurisprudências, costumes e princípios 
gerais do Direito. Dessa forma, cabe ao Poder Judiciário fazer valer o ordenamento 
jurídico, usando, inclusive, de coação quando o seu cumprimento seja resistido.
Nesse sentido, o Estado não permite que o civil exerça seus direitos pelas próprias 
mãos, devendo comparecer perante o Poder Judiciário.
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Estrutura do Poder Judiciário
De acordo com o art. 92 da Constituição Federal, o Poder Judiciário é estruturado 
em:
[…] Supremo Tribunal Federal; Conselho Nacional de Justiça; Superior 
Tribunal de Justiça; Tribunais Regionais Federais e juízes federais; 
tribunais e juízes do trabalho; tribunais e juízes eleitorais; tribunais e 
juízes militares; tribunais e juízes dos Estados, do Distrito Federal e dos 
territórios. (BRASIL, 1988)
• Supremo Tribunal Federal (STF)
O Supremo Tribunal Federal é a mais alta instância do Poder Judiciário, responsável 
pela guarda (proteção) da Constituição. Assim, acumula competências de 
suprema corte e de tribunal constitucional.11 Ministros(as) compõem o Supremo 
e são escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade. 
Necessitam ter notável saber jurídico e reputação ilibada. Os (As) Ministros(as) são 
nomeados pelo(a) Presidente da República após o Senado aprovar as escolhas por 
maioria absoluta.
As competências do Supremo Tribunal Federal estão estabelecidas 
nos arts. 102 e 103 da Constituição Federal. 
Saiba mais
• Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
É uma instituição que tem como objetivo aperfeiçoar o trabalho de todo o sistema 
judiciário brasileiro, o que engloba não só os membros do Poder Judiciário, mas 
também órgãos que atuam nesse Poder (Ministério Público e Defensoria Pública, 
por exemplo).
Ele é composto por conselheiros(as), sendo eles: o(a) Presidente do Supremo 
Tribunal Federal, que também é Presidente do CNJ; um(a) Ministro(a) do Superior 
Tribunal de Justiça, que exercerá a função de corregedor(a) Nacional de Justiça; 
um(a) Ministro(a) do Tribunal Superior do Trabalho; um(a) desembargador(a) de 
Tribunal de Justiça; um(a) juiz(a) estadual; um(a) juiz(a) do Tribunal Regional 
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Federal; um(a) juiz(a) federal; um(a) juiz(a) do Tribunal Regional do Trabalho; 
um(a) juiz do trabalho; um membro do Ministério Público Federal; um membro 
do Ministério Público Estadual e dois(duas) advogados(as). Algumas das 
competências do CNJ estão apresentadas no Regimento Interno do CNJ, em seu 
Capítulo I, Seção II.
Para conhecer todas as competências do CNJ, não deixe de ler 
o Regimento Interno na íntegra e a leitura do artigo 103-B da 
Constituição Federal.
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• Superior Tribunal de Justiça (STJ)
O Superior Tribunal de Justiça (STF), localizado em Brasília, é a corte responsável 
por uniformizar em todo o território brasileiro a interpretação de lei federal. É 
responsável pela solução definitiva de casos civis e criminais que não envolvam 
matéria constitucional e nem justiça especializada.
É composto por Ministros(as), sendo que a composição é de no mínimo 33. Eles 
são nomeados pelo(a) Presidente da República e essa nomeação acontece após 
a aprovação das escolhas pela maioria absoluta do Senado Federal. Os requisitos 
para a nomeação e aprovação são: os(as Ministros(as)necessitam ter mais de 35 e 
menos de 65 anos, com notável saber jurídico e reputação ilibada.
Nesse mínimo de 33 Ministros(as), um terço deve ser composto por juízes dos 
Tribunais Regionais Federais e um terço de desembargadores dos Tribunais de 
Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal. Além disso, um 
terço, em partes iguais, de advogados e membros do Ministério Público Federal, 
Estadual e do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do 
artigo 94 da Constituição Federal (BRASIL, 1988).
As atribuições do Superior Tribunal de Justiça estão elencadas no 
art. 104 da Constituição Federal. 
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• Justiça Federal
De acordo com o art. 109 da Constituição Federal, a Justiça Federal é a responsável 
por julgar ações em que o Estado, suas autarquias, fundações e empresas públicas 
figurem nos polos ativo ou passivo. A Justiça Federal é composta por tribunais que 
são divididos em cinco regionais (seções judiciárias), sendo os Tribunais Regionais 
Federais e seus(suas) desembargadores(as), e, também, pela justiça de primeira 
instância, representada pelas varas nas subseções e juízes(as).
• Justiça do Trabalho
Está contida na Constituição Federal nos arts. 111 a 116. É a responsável por 
conciliar e julgar ações judicias decorrentes de conflitos entre trabalhadores e 
empregadoras, além de outras controvérsias advindas das relações de trabalho.
Os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do Trabalho 
(TST), em que há os(as) Ministros(as); os Tribunais Regionais do 
Trabalho (TRTs), nos quais há os(as) desembargadores(as); e por 
fóruns de primeira instância, representados pelos juízes(as) do 
trabalho.
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• Justiça Eleitoral
Está prevista na Constituição Federal em seus arts 118, 119, 120 e 121. Ela cuida da 
organização do processo eleitoral, sendo este composto por alistamento eleitoral, 
votação, apuração de votos, diplomação dos eleitos, entre outros. Assim, ela atua de 
forma a garantir o respeito à cidadania e ao voto.
Os órgãos que formam a Justiça Eleitoral são: Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 
composto por Ministros(as); Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), compostos por 
desembargadores(as), juízes(as) eleitorais e juntas eleitorais.
• Justiça Militar
Dos arts. 122 a 124 da Constituição Federal, está prevista a Justiça Militar, a 
qual é composta por Justiça Militar da União e Justiça Militar Estadual. O Superior 
Tribunal Militar é a segunda instância da Justiça Militar, sendo composto por 15 
Ministros(as) vitalícios e nomeados(as) pelo(a) Presidente da República depois da 
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aprovação do Senado. Ao Superior Tribunal Militar compete julgar originariamente 
os oficiais generais das Forças Armadas nos crimes definidos em lei, entre outras.
Sobre a composição da Justiça Militar Estadual, a primeira instância da Justiça 
Militar Estadual é formada pelos(as) juízes(as) de Direito do Juízo Militar e pelos(as) 
Conselheiros(as) de Justiça. Esses(as) juízes(as) e Conselheiros têm a competência 
para julgar crimes militares contra civis, com exceção dos crimes dolosos contra 
a vida e ações judiciais contra atos disciplinares militares. Já os Conselhos de 
Justiça são responsáveis por julgar os demais crimes militares (CNJ, 2015). Os 
Tribunais de Justiça Militares Estaduais formam a segunda instância da Justiça 
Militar e são integrados por juízes(as). 
Esses tribunais têm competência originária para processar o 
Comandante Geral da Polícia Militar e o Chefe da Casa Militar, nos 
crimes militares, entre outras competências (CNJ, 2015).
Saiba mais
• Justiça Estadual
É responsável por julgar casos que envolvam matérias que não sejam de 
competência das Justiças Federal, do Trabalho, Eleitoral e Militar, e é por isso que 
dizemos que a competência dela é residual. Está presente nos arts. 125 3 126 da 
Constituição Federal.
A estrutura da Justiça Estadual consiste em duas instâncias, sendo que o primeiro 
grau de jurisdição é composto por juízes(as) de Direito, varas, fóruns, Júri, os 
juizados especiais cíveis e criminais e suas respectivas turmas recursais. O 
segundo grau é representado pelos Tribunais de Justiça, os quais são compostos 
por desembargadores(as), sendo uma das principais funções deles o julgamento de 
recursos interpostos contra decisões advindas do primeiro grau.
Ministério Público e Defensoria Pública
Embora o Ministério Público e a Defensoria Pública não componham o Poder 
Judiciário, eles estão ligados a este.
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O Ministério Público está previsto do art. 127 ao 130-A da Constituição Federal. 
É uma instituição pública autônoma e zela pelo regime democrático, incluindo a 
defesa da ordem jurídica, dos interesses sociais, dos individuais indisponíveis, dos 
patrimônios públicos e sociais, do meio ambiente, entre outros interesses.
Segundo o Ministério Público da União, este também está no processo criminal, 
visto que é tratada a investigação de crimes, da requisição de instauração de 
inquéritos policiais, além da promoção pela responsabilização dos culpados, entre 
outros. A estrutura do Ministério Público se dá da seguinte maneira: Ministério 
Público da União e Ministério Público dos Estados. 
O Ministério Público da União compreende o Ministério Público 
Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público 
Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Já 
o Ministério Público dos Estados é composto por promotores(as) 
de Justiça.
Atenção
A Defensoria Pública está prevista nos arts. 134 e 135 da Constituição Federal. É 
uma instituição pública que presta assistência judiciária gratuita às pessoas que 
não podem pagar os serviços de um(a) advogado(a). Dessa forma, a Defensoria 
está de portas abertas para necessitados e grupos minoritários hipossuficientes, 
atuando nos âmbitos judicial e extrajudicial. Assim, a Defensoria Pública dos 
Estados atua nas áreas cível (englobando Direito de Família e Direito das 
Sucessões), na área da Fazenda Pública em decorrência dos conflitos que envolvem 
fornecimento de medicamentos, tratamento e indenizações devidas pelo Estado 
e pelos municípios. Na criminal, na defesa dos acusados e no cumprimento de 
sentença. É composta por defensores públicos dos Estados.
Já a Defensoria Pública da União tem por competência atuar em situações em que 
as matérias envolvam questões previdenciárias e trabalhistas, de modo geral. É 
composta por defensores públicos da União. 
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Conclusão
A tripartição dos Poderes no Brasil segue a definição clássica de Montesquieu 
no qual são independentes e harmoniosos entre sí. Isso quer dizer que na prática 
as ações tomadas por todos devem ser coordenadas no sentido de se cumprir 
aquilo que a Constituição Federal determina. É o que a doutrina chama de “check 
and balance”. Tal ideia de verificação e controle serve para que não exista abusos 
cometidos pelos respectivos chefes dos Poderes.
Como visto, o ordenamento jurídico brasileiro é completo e sempre ofereçerá uma 
solução para todo e qualquer caso levado à decisão de qualquer das esferas do 
Poder Judiciário. Neste ponto, para os operadores jurídicos e para a população, é 
de extrema importância que o conhecimento de como funciona o sistema jurídico 
nacional, afim de se evitar equívocos na interpretação dos atos praticados pelas 
autoridades. Seu conhecimento leva a cobrança do agentes que praticaram o ato 
em desconformidade com as leis. Gostou desse conteúdo? Siga a vançando.
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Referências
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965. Institui o Código Elei- 
toral. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 jul. 1965. Disponível em: http:// www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4737compilado.htm . Acesso em: 14 ago. 2017.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial 
da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ 
ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm . Acesso em: 9 ago. 2017.
CONSELHO NACIONALDE JUSTIÇA. O que fazem a Justiça Eleitoral e a Justiça 
Militar? CNJ, 2015. Disponível em: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/79256-o-
que-fazem-a-justica-eleitoral-e-a-justica-militar . Acesso em: 9 ago. 2017.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Regimento Interno do CNJ. CNJ. Disponível 
em: http://www.cnj.jus. br/publicacoes/regimento-interno-e-regulamentos . 
Acesso em: 14 ago. 2017.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: L&PM Editores: Porto Alegre, 2011.
http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4737compilado.htm
http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4737compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
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http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/79256-o-que-fazem-a-justica-eleitoral-e-a-justica-militar
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