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Emergências Hipertensivas

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1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Emergências Hipertensivas 
Introdução e definições 
Crise Hipertensiva: 
A crise hipertensiva é definida como uma PA aguda 
severamente alta com PA > 180 X 120 mmHg (pacientes 
previamente hipertensos podem ter crise hipertensiva com 
valores menores que este). 
A crise hipertensiva é dividida em: Urgência hipertensiva e 
Emergência hipertensiva. 
- Consideramos urgência hipertensiva quando há elevação 
acentuada da pressão sintomática, SEM lesão aguda ou 
disfunção iminente de órgão-alvo. Dessa forma, a principal 
estratégia para tratamento é: 
 Utilização de drogas anti-hipertensivas por via oral 
visando uma redução da PA em 24-48 horas  
Captopril, Clonidina, Betabloqueadores. 
- Enquanto a emergência hipertensiva tipicamente têm 
elevação a PA (PAD > 120 mmHg E PAS > 180 mmHg) COM 
lesão aguda ou piora de lesão crônica de órgão alvo. A 
principal estratégia de tratamento é: 
 Redução imediata da pressão arterial através do uso 
de medicamentos por via intravenosa  
Nitroprussiato de sódio, Nitroglicerina, etc. 
 Visa uma redução de até 25% na primeira 
hora e nas 2-6 horas subsequentes visa uma 
PA: 160 x 100 mmHg. (24-48 horas: PA: 135 X 
85 mmHg). 
As principais lesões de órgão-alvo são: 
- Encefalopatia hipertensiva: aonde o paciente irá se 
apresentar com confusão, letargia, alterações visuais, 
rebaixamento do nível de consciência; 
- AVC: onde há déficit neurológico novo e alterações de nível 
de consciência; 
- Edema agudo de pulmão: paciente apresenta dispneia, 
expectoração rósea, sudorese, taquipneia, etc; 
- SCA: Paciente apresenta dor torácica associada à 
alteração de ECG; 
- Dissecção aguda de aorta: paciente apresenta dor torácica 
intensa de início súbito, sudorese, palidez, síncope, assimetria 
de PA e de pulso; 
- IRA: diminuição do débito urinário, hematúria, edema, 
dispneia por congestão pulmonar; 
- Eclâmpsia/pré-eclâmpsia. 
OBS: Pseudocrise hipertensiva: ocorre quando há um 
paciente crônico mal tratado com PA < 180 x 120 mmHg com 
queixas clínicas que não indicam lesão de órgão-alvo. A 
conduta nesses casos é prescrição de remédios analgésicos, 
ansiolíticos, etc. 
 
Exemplos de Emergências Hipertensivas 
Encefalopatia hipertensiva: 
O paciente apresenta-se em emergência hipertensiva, de 
modo que ele perde a capacidade de regulação do fluxo 
cerebral, o que leva a um hiperfluxo cerebral e edema 
cerebral. 
As principais manifestações clínicas são: 
- Cefaleia; 
- Náuseas e vômitos; 
- Confusão mental; 
- Podem existir fraqueza e alteração sensitiva  Pedir TC de 
crânio para afastar AVE. 
O tratamento é feito com Nitroprussiato IV com objetivo de 
redução até 25% da PA na primeira hora. 
Hipertensão Maligna ou acelerada: 
Representa uma emergência hipertensiva de modo que há 
alteração de fundo de olho com retinopatia graus III e IV, 
podendo associar ou não a lesão renal. 
 
O tratamento é feito através de Nitroprussiato de sódio IV 
visando redução de até 25% da PA em 1 hora. 
Dissecção aórtica aguda: 
Representa uma lesão da camada íntima da aorta, criando 
um falso lúmen para o sangue escoar reduzindo o fluxo 
sanguíneo para alguns locais, de modo que quanto maior a 
PA e a FC pior é a propagação da dissecção aórtica, por isso 
devemos agir nessas 2 variáveis. 
As principais manifestações clínicas são: 
- Dor torácica intensa e súbita, que pode irradiar para dorso; 
- Pode existir um IAM associado; 
- Variação da PA entre os membros superiores; 
- Sopro de Insuficiência aórtica: sopro aspirativo, diastólico, 
em decrescendo. 
- Síncope; 
- Pode levar a uma isquemia mesentérica ou isquemia renal. 
A depender da localização do local da dissecção, a 
dissecção aórtica pode ser classificada da seguinte maneira: 
 
2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
- Classificação de DeBakey e Stanford: 
 DeBakey 1: a dissecção envolve toda a aorta 
(ascendente e descendente); 
 DeBakey 2: a dissecção acomete apenas a aorta 
ascendente; 
 DeBakey 3: a dissecção acomete apenas a aorta 
descendente; 
 Stanford A: acomete a aorta ascendente  engloba 
o DeBakey 1 e 2  + grave; 
 Stanford B: acomete a aorta descendente. 
 
O tratamento da dissecção aórtica é feito mesmo diante 
apenas da suspeita da patologia, uma vez que a cura desta 
doença será apenas cirúrgica. Neste modo, devemos: 
- Tratamento Clínico: tratar o duplo produto: 
 FC < 60 bpm  Betabloqueador IV (Metoprolol, 
Esmolol, Labetalol, etc) + 
 PAs < 120 mmHg  Nitroprussiato de sódio IV. 
- Após ter a suspeita, devemos fazer a confirmação da 
suspeita através de Ecotransesofágico ou Angio TC ou Angio 
RM. Com a confirmação da dissecção aórtica por esses 
exames podemos partir para o tratamento cirúrgico. Neste 
modo, teremos: 
- Se tipo A de Stanford: sempre realizar tratamento cirúrgico; 
- Se Tipo B de Stanford: devemos tratar apenas os casos 
complicados, manejando apenas a PA e FC.

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