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Agro Mensal Março 2023

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Não Corporativo
Março
2023
Agro
Mensal
Informação Pública – Política de segurança da Informação 
Consultoria Agro do Itaú BBA
Foto: CNA Wenderson Araujo
Não Corporativo
Índice
Soja
Preços e prêmios caíram com o avanço
da colheita
Suíno
Milho
Café 
Algodão
Demandamenor afetou negativamente
os preços internacionais
Laranja
Boi
Açúcar
Frango
Etanol
Março iniciou com queda nos preços
externos
Avanço da gripe aviária na América do
SulmantémoBrasil em alerta
Suinocultura equalizou as margens
após dois anos de pressão
Preços do suco de laranja em NY
renovandoos recordes
A MP dos combustíveis também
sustentouos preços de açúcar
Apesar da baixa exportação brasileira
arábica paroude subir emmarço
Publicação da MP e expectativa de
início de safra sustentampreços
Vaca louca tirou sustentação dos preços
do boi gordo
Trigo
Mercado externo fraco com
perspectiva de disponibilidade russa
Arroz
Fertilizantes
Atraso nas compras de EUA e Europa
pressionamos preços
Disponibilidade da colheita pressionou
as cotações
Clima
Chuvas significativas, mas com redução
emalguns estados
Não Corporativo
Chuvas ocorridas 
Acumulado entre 18/fev e 
19/mar
Anomalia da precipitação
Os acumulados de chuva permaneceram elevados nas
regiões Norte e Centro-Oeste e nos estados do Paraná
e São Paulo, enquanto apresentaram redução nas
regiões Sul e Nordeste do Brasil. Os volumes
ultrapassaram os 300 mm acumulados no Paraná, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, contribuindo
para amanutenção da umidade do solo nesses estados.
Por outro lado, os volumes de chuva inferiores aos 50
mm registrados no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e
Bahia impactaram negativamente o armazenamento de
água, causando restriçãohídrica às lavouras.
A alta nebulosidade e os grandes volumes de chuva
fizeram com que as temperaturas ficassem dentro ou
ligeiramente abaixo da média no último mês na maior
parte do país. Já no Rio Grande do Sul, as chuvas
irregulares e os dias mais ensolarados, além da
ocorrência de ondas de calor, fizeram com que a
temperatura média ficasse acima do normal para essa
épocado ano.
Na Argentina, não houve melhora do clima nos últimos
30 dias. A ausência de precipitação aliada às
temperaturas acima da média seguiu prejudicando o
desenvolvimento das lavouras do país. O calor intenso
afetou o potencial produtivo das lavouras de grãos,
resultando em nova redução para as projeções da Bolsa
de Cereales, que passou a safra de soja de 29 para 25
milhões de toneladas e a de milho, de 37,5 para 36
milhões de toneladas.
A NOAA anunciou oficialmente o fim do fenômeno La
Niña. Após três anos atuante, a La Niña deixa de existir
e, a partir de agora, o clima global entra em uma fase de
neutralidade, com o aquecimento gradual das
temperaturas do Oceano Pacífico. De acordo com a
NOAA, as condições climáticas devem continuar neutras
durante o outono e o início do inverno de 2023 no
Hemisfério Sul.
Chuvas significativas, mas com redução em alguns estados
Fonte: NOAA
Não Corporativo
Chuvas previstas
Previsão entre 21/mar e 
27/mar
Omapa de chuvas para a semana mostra a persistência
das precipitações sobre toda a faixa norte do Brasil, com
acumulados que podem ultrapassar os 100 mm em sete
dias. Por outro lado, deve ocorrer a diminuição das
chuvas na região central do Brasil, principalmente nos
estados do Sudeste e no Paraná. A previsão mostra
chuvas para o Rio Grande do Sul e a Argentina, o que
deve trazer algum alívio para a condição de umidade do
solo dessas áreas.
A previsão mais estendida, que compreende o período
entre os dias 28/mar a 03/abr, mostra a continuidade do
padrão de maiores acumulados na faixa norte do Brasil
e menos chuva na região central. As precipitações
devem ser abaixo da média para o período. Deve seguir
chovendo, com acumulados acima dos 35 mm sobre o
Rio Grande do Sul e a Argentina. As chuvas previstas
para a porção sul da América do Sul, caso se confirmem,
servirão para aliviar a condição de umidade do solo
apenas, não revertendo as quebras já confirmadas para
a região.
O outono no Hemisfério Sul teve início no último dia 20.
Segundo a Climatempo, neste ano são esperadas
chuvas entre a média ou acima da média sobre grande
parte do interior do Brasil para o outono. A estação deve
começarmais úmida do que o normal, especialmente no
final domês demarço e a primeira dezena de abril, entre
o Centro-Oeste, Nordeste e áreasmais ao leste da região
Norte. No decorrer do mês de abril, as chuvas devem
reduzir em grande parte destas áreas, como é normal
para a época do ano, mas não devem cessar
completamente.
A atualização mais recente da Administração Oceânica
e Atmosférica Nacional (NOAA) passou para acima de
60% as chances de ocorrência do fenômeno El Niño
durante o segundo semestre (ago-out) deste ano.
Chuva acumulada deve diminuir na porção central do Brasil
Fonte: NOAA
Previsão entre 28/mar e 
03/abr
Não Corporativo
Soja
Preço da soja em 
Chicago e em Sorriso
Evolução da exportação 
brasileira de soja, mm t
Pelo quarto mês consecutivo, o contrato de 1º vencimento
da soja em Chicago fechou com valorização. Em fevereiro, a
soja subiu 1,1% ante janeiro no mercado internacional, se
mantendo acima dos US$ 15/bushel. Já nos primeiros vinte
dias de março, o preço em Chicago tem apresentado queda
frente ao mesmo período do mês passado, na média de US$
15,07/bu. A despeito da grande safra do Brasil, a condição
irregular das lavouras na Argentina, com seguidos cortes
nas projeções de produção do país, impediram quedas mais
acentuadas dos preços.
Apesar da evolução do preço no mercado externo, no Brasil,
as cotações da soja voltaram a se desvalorizar em fevereiro.
Em Sorriso, a soja caiu 3% sobre janeiro, na média do mês a
R$ 146/saca. Em março, a oleaginosa segue com a trajetória
de queda, recuando 3,3% nos primeiros vinte dias. Os
prêmios também apresentam retração, com valores
negativos no porto de Paranaguá, como há tempos não era
observado, diante da grande oferta e do cenário de déficit
logístico.
As exportações do grão seguem abaixo do registrado no
primeiro bimestre do ano passado. O aumento da
disponibilidade, com o avanço da colheita, permitiu maior
exportação em fevereiro ante janeiro, com 5,2 milhões de
toneladas embarcadas. Porém, no acumulado dos dois
primeiros meses do ano, as 6 milhões de toneladas
exportadas ficaram 31% abaixo do mesmo período de 2022.
Para 2022/23, o USDA projetou embarques brasileiros da
oleaginosa de 92,7 milhões de toneladas.
Na Argentina, o clima seco e quente continuou
prejudicando as lavouras. Fevereiro foi mais um mês com
chuvas abaixo da média sobre o país, o que segue
acontecendo neste mês de março. Segundo a Bolsa de
Cereales, 71% dos campos de soja estão em condição ruim,
27% em condição média e somente 2% em boa condição. As
perdas podem seguir aumentando caso não haja melhora
do clima a frente.
Preços e prêmios caíram com o avanço da colheita
Fonte: Cepea, Bloomberg
Fonte: Secex
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Soja CME Soja MT Sorriso
Não Corporativo
Soja
Balanço global de soja, 
mm t
Balanço global de farelo de soja, 
mm t
No último relatório de oferta & demanda, o USDA fez
importante ajuste na produção da Argentina. O documento
de março trouxe um corte de 8 milhões de toneladas, algo
que já era esperado, uma vez que o USDA estava atrás do
mercado em seus números. Além disso, o órgão americano
fez ajustes nos números de produção, consumo e estoques
globais, o que manteve a relação estoque/uso mundial em
27%, a despeito da grande quebra da Argentina.
A previsão de quebra da safra argentina deve diminuir a
disponibilidade de farelo e óleo de soja. A quebra projetada
até o momento, de 25% na safra do grão (2022/23 sobre
2021/22), deve afetar a disponibilidade de farelo e óleo de
soja do principal exportador mundial dos dois produtos.
Com redução do esmagamento projetada em 9% ante a
safra passadae exportações do farelo caindo 6,4%, os
preços tendem a se manter em alta no mercado
internacional. A valorização do preço do farelo em fevereiro
em Chicago foi de 1,6%.
Em reunião no último dia 17, o Governo brasileiro decidiu
aumentar para 12% (B12) a mistura obrigatória de biodiesel
ao diesel. Ficou decidido que, a partir de abril desse ano, o
aumento do biocombustível ao combustível fóssil será de
1% ao ano, atingindo 15% (B15) em abril de 2026. Segundo
cálculos da Consultoria Agro, a demanda adicional de soja
para esmagamento para cumprir o aumento da mistura em
2023 será da ordem de 4,1 milhões de toneladas.
Após três safras seguidas com La Niña, podemos migrar
para um El Niño no segundo semestre. A NOAA decretou o
fim da La Niña e começa a indicar a possibilidade de um El
Niño no segundo semestre. Com isso, o panorama climático
para a safra americana deve ficar mais favorável. A curva
futura invertida em Chicago corrobora com esse cenário de
maior aperto agora e folga no balanço após a metade do
ano. Podemos ver alguma correção da curva futura se o
clima sinalizar problemas durante o plantio e
desenvolvimento da safra no Hemisfério Norte.
Argentina segue com problemas climáticos, afetando o balanço global
Fonte: USDA
Fonte: USDA
MM t 2021/22 2022/23 (fev) 2022/23 (mar) Var. Var.
a b c c/a c/b
Estoque Inicial 100 99 99 -1% 0%
Produção 358 383 375 5% -2%
EUA 122 116 116 -4% 0%
Brasil 130 153 153 18% 0%
Argentina 44 41 33 -25% -20%
China 16 20 20 24% 0%
Outros 47 52 52 12% 0%
Consumo 362 376 371 2% -1%
Estoque Final 99 102 100 1% -2%
E/C 27% 27% 27%
MM t 2021/22 2022/23 (fev) 2022/23 (mar) Var. Var.
a b c c/a c/b
Estoque Inicial 15 14 14 -2% 1%
Produção 246 254 251 2% -1%
EUA 47 48 48 1% 0%
Brasil 39 41 41 5% 0%
Argentina 30 29 27 -9% -5%
China 69 74 73 5% -2%
UE 12 12 12 -5% 0%
Índia 7 8 8 14% 0%
Outros 41 43 43 5% 1%
Consumo 244 251 249 2% -1%
Estoque Final 14 14 13 -9% -4%
E/C 6% 5% 5%
Não Corporativo
Milho
Preços do milho em Chicago e 
em Sorriso
Evolução do plantio 
de milho 2ª safra
Nos primeiros vinte dias de março, os preços internacionais
do milho apresentaram queda. Em Chicago, a
desvalorização de 6,6% no período, para US$ 6,33/bu, foi
guiada por números mais fracos de embarques do cereal
dos EUA, que vêm desde fevereiro, e por ajustes feitos pelo
USDA no balanço de oferta e demanda americano, com
redução das exportações e aumento dos estoques finais. A
relação estoque/consumo mundial também foi ajustada
para cima no último relatório do USDA.
Nas praças locais, o movimento também foi de
desvalorização. Em Sorriso, a queda foi de 2,9% nos
primeiros vinte dias do presente mês, para R$ 63,64/sc, a
despeito de uma procura interna que segue firme e uma
demanda externa pelo cereal brasileiro que continua muito
forte, como mostraram os dados da Secex de fevereiro, com
2,3 milhões de toneladas exportadas (+197% sobre fev/22).
Soma-se a isso, o atraso na colheita da 1ª safra, que segundo
a Conab está em 35% da área total projetada, contra 41,6%
no mesmo período de 2022.
Semeadura da segunda safra de milho atingiu 85,1% da
área total do Brasil, segundo a Conab. Ao mesmo tempo,
até dia 18/mar, a área semeada no MT marcou 99% do total,
enquanto no Paraná e Mato Grosso do Sul os valores foram
de 66% e 63%, respectivamente. Importante acompanhar o
desenvolvimento da safra nesses estados, devido ao grande
atraso e riscos climáticos atrelados à transição da La Niña
para um período de neutralidade.
A Argentina segue sofrendo com o clima seco. Por lá, assim
como fez com a soja, a Bolsa de Cereales reduziu
novamente a safra de milho do país, para 37,5 milhões de
toneladas, 14,5 milhões de toneladas a menos que o
produzido na safra 2021/22. O USDA também fez ajustes na
projeção, com a estimativa agora em 40 milhões de
toneladas, queda de 15% sobre o projetado em fevereiro.
Março iniciou com queda nos preços externos
Fonte: Cepea, Bloomberg
Fonte: Conab
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55
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600
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800
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Milho CME Milho MT Sorriso
2022
25/fev 4/mar 11/mar 18/mar 19/mar
GO 50% 80% 90% 100% 100%
PI 10% 40% 60% 80% 96%
TO 60% 80% 95% 100% 100%
SP 10% 12% 12% 50% 70%
MG 24% 45% 62% 80% 90%
MA 38% 50% 80% 90% 90%
MS 23% 28% 43% 63% 93%
MT 77% 92% 96% 99% 100%
PR 15% 27% 40% 66% 87%
BR 48,7% 63,6% 72,5% 85,1% 94,7%
MILHO 2ª
2023
Não Corporativo
Milho
Balanço global de 
milho, mm t 
Evolução da exportação 
brasileira de milho, mm t
Após um início de ano mais pessimista, as projeções de
crescimento da China mostram melhora. Depois de crescer
3% no ano passado, para 2023 o governo chinês coloca
como meta um crescimento de 5%, enquanto o FMI projeta,
para o país asiático, 5,2% de alta. A reabertura do país, com
o fim da política de restrição da circulação das pessoas
(lockdown) deve favorecer a retomada do crescimento, com
expectativa de maior demanda por commodities, inclusive
as agrícolas.
Nos últimos dois meses, a China habilitou mais de 90
empresas brasileiras para exportação de milho, sinalizando
que a demanda do país asiático pelo cereal nacional tende a
seguir firme. No total, já são mais de 440 plantas habilitadas
para embarques. Nos dois primeiros meses do ano, a China
foi o segundo principal destino do cereal, com 1,1 milhão de
toneladas, atrás do Japão, com 1,5 milhão de toneladas. Os
números parciais de março indicam que a exportação total
de milho do Brasil no terceiro mês do ano deve superar 1,5
milhão de toneladas, muito acima da média de março dos
últimos anos.
O indicativo de preços para a safrinha segue positivo. A
média do contrato de setembro/23 na B3 na parcial de
março está acima de R$ 85/sc. Apesar dos atrasos na
semeadura da segunda safra, as estimativas oficiais e de
consultorias privadas seguem apontando produção
nacional recorde, entre 95-100 milhões de toneladas. O
comportamento do clima nos próximos meses será decisivo.
A NOAA encerrou oficialmente a La Niña no último dia 10,
passando para neutralidade. Em teoria, um clima neutro
favorece a entrada de massas de ar polar pelo sul do Brasil
durante os meses de outono/inverno.
USDA projeta maior área de milho nos EUA em 2023/24. A
primeira estimativa aponta crescimento de 3% para a área
plantada com o cereal, com 36,8 milhões de hectares. A
produção foi projetada em 383,2 milhões de toneladas,
aumento de 10% sobre o estimado para a safra 2022/23.
Demanda externa pelo milho brasileiro seguirá firme
Fonte: USDA
Fonte: Secex
MM t 2021/22 2022/23 (fev) 2022/23 (mar) Var. Var.
a b c c/a c/b
Estoque Inicial 293 306 306 4% 0%
Produção 1.216 1.151 1.148 -6% 0%
EUA 383 349 349 -9% 0%
Brasil 116 125 125 8% 0%
Argentina 50 47 40 -19% -15%
China 273 277 277 2% 0%
UE 71 54 54 -24% 0%
Ucrânia 42 27 27 -36% 0%
Outros 282 272 275 -2% 1%
Consumo 1.182 1.158 1.157 -2% 0%
Estoque Final 306 295 296 -3% 0%
E/C 26% 25% 26%
Não Corporativo
Algodão
Preços do algodão em NY e 
em Rondonópolis
Evolução da área plantada e 
produção brasileira de algodão
Em fevereiro, os contratos de algodão de vencimento mais
curto apresentaram queda de 1% em Nova Iorque. Na
parcial de março até dia 20, os preços seguem em queda de
4,3%, na média de cUSD 81,03/lb. O sentimento um pouco
mais otimista do mercado que surgiu em janeiro foi abafado
por uma demanda menor que a esperada por parte das
usinas de beneficiamento da pluma, o que segue
influenciando negativamente os preços.
Mesmo o período de entressafra não tem sido suficiente
para sustentar as cotações internas do algodão. O mês de
fevereiro apresentou pouca oscilação do preço, que na
média mostrou queda de 2% para a pluma em
Rondonópolis, a R$ 5,12/lb. Nos vinte primeiros dias de
março, o movimento de desvalorização permaneceu, com
queda de 4,1% para a pluma no MT, a R$ 4,92/lb.
A Conab reduziu a estimativa para a produção nacional de
algodão. A projeção foi reduzida para 2,8 milhões de
toneladas da pluma, contra 3 milhões de toneladas na
previsão de fevereiro, masainda com crescimento de 9% na
comparação com a safra passada. O plantio do algodão foi
finalizado no Brasil, porém, o excesso de chuvas em
algumas regiões atrasou a colheita da soja e,
consequentemente, a semeadura do algodão segunda
safra.
USDA projeta estoque final global maior para safra 2022/23.
Em seu relatório de oferta e demanda de março, o USDA
trouxe redução de 119 mil toneladas para o consumo
mundial da pluma, ao mesmo tempo em que aumentou em
1% a produção global, liderado por uma elevação na
produção chinesa (+3,5% sobre o relatório de fevereiro).
Com isso, o estoque final mundial foi projetado em 20
milhões de toneladas, 450 mil toneladas acima do mês
anterior (+2%).
Demanda menor afetou negativamente os preços internacionais
Fonte: Cepea, Bloomberg
Fonte: Conab
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7,50
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1
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-2
2
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22
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22
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-2
2
ja
n
-2
3
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b
Algodão NY Algodão Pluma MT Rond.
2,0
2,8
3,0
2,4
2,6
2,8
1,2
1,6 1,7
1,4
1,6 1,7
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
17/18 18/19 19/20 20/21 21/22 22/23
(mar)
Produção (MM t) Área (MM ha)
Não Corporativo
Algodão
Balanço global de algodão, 
mm t
Projeção de área plantada 2023/24 
com soja, milho trigo e algodão nos 
EUA, mm ha
As perspectivas econômicas mundiais seguem como uma
grande incerteza. Os dados mais recentes divulgados
indicam que a inflação global ainda não foi controlada, o
que pode significar que as taxas de juros terão que subir
ainda mais. Enquanto isso, os mercados de trabalho se
mostram resilientes e a pandemia vai deixando de ser uma
ameaça premente. A possibilidade de que a taxa de juros
americana continue subindo nos próximos meses pode ter
efeito negativo nos preços internacionais de algodão.
Ainda no mercado internacional, o fato novo e que pode
influenciar o mercado brasileiro da pluma é a retomada das
exportações australianas de algodão para a China.
Atualmente, a maior parte das importações chinesas da
fibra tem como origem os EUA e o Brasil. A China, maior
consumidora mundial de algodão, costumava comprar 70%
do suprimento da Austrália. Segundo dados oficiais
chineses, o país importou 20 mil toneladas de algodão
australiano em 2022, em comparação com quase 400 mil
toneladas em 2019, o que representa uma queda de 95%
nos últimos três anos. O retorno da Austrália impõe mais um
competidor ao Brasil neste importante mercado.
Questões climáticas na Ásia estarão no foco para a próxima
safra. A possibilidade da ocorrência de um El Niño no
segundo semestre de 2023 coloca um alerta para as safras
da Ásia. Em teoria, o fenômeno é responsável por uma
temporada de monções abaixo da média e secas no sudeste
asiático, migrando a preocupação com o clima das Américas
(quando La Niña) para a Ásia. Se a formação do fenômeno
for confirmada adiante, as safras de algodão da Índia,
Paquistão e mesmo da Austrália poderão ser afetadas.
Os primeiros números do USDA indicam forte redução na
área de algodão americana em 2023/24. A projeção inicial
do Outlook Forum é de 4,4 milhões de hectares, 21% abaixo
dos 5,6 milhões de hectares plantados na 2022/23 e a menor
área desde a safra 2016/17.
China voltará a importar algodão australiano
Fonte: USDA
Fonte: USDA
MM t 2021/22 2022/23 (fev) 2022/23 (mar) Var. Var.
a b c c/a c/b
Estoque Inicial 19 19 19 0% 1%
Produção 25 25 25 -1% 1%
EUA 4 3 3 -16% 0%
Brasil 3 3 3 13% 0%
China 6 6 6 10% 4%
Índia 5 6 5 0% -4%
Paquistão 1 1 1 -35% 0%
Outros 6 6 6 -1% 3%
Consumo 25 24 24 -5% 0%
Estoque Final 19 19 20 6% 2%
E/C 74% 81% 83%
Não Corporativo
Boi
Spread da indústria no 
mercado interno (carcaça 
casada/boi gordo)
Preços do boi gordo (SP) e 
carcaça casada
Os preços do boi gordo perderam sustentação após o
fechamento das exportações para a China há um mês,
decorrente do episódio de vaca louca atípica no PA. Na
média de março até o dia 20, o indicador Cepea (SP) caiu
4,3% ante fev/23, enquanto a carcaça casada ficou 0,7%mais
barata, o que, consequentemente, fortaleceu o spread da
indústria no mercado interno, assim como o ocorrido em
out/21, na ocasião do penúltimo caso de vaca louca no país
quandoo embargoduroupoucomais de 100 dias.
Sem poder certificar novas cargas para a China, algumas
plantas frigoríficas entraram em férias coletivas e
suspenderam temporariamente os abates. A boa condição
das pastagens nesta época do ano permite o produtor
segurar os animais com custo adicional relativamente baixo
aguardando uma melhora do cenário, o que não é o caso
dos confinadores, em que o elevado custo de ração acaba
corroendo o resultado caso o animal não vá para o abate.
Diferentemente do caso anterior, em set-nov/21, em que o
embargo ocorreu em pleno pico de entregas dos
confinamentos, desta vez, a época do ano é de um volume
menor de gado tratado com ração, embora cada vez mais
sejam comuns operações de confinamento que rodam o
ano todo.
Com as vendas para a China suspensas desde o dia 23/fev,
as exportações do segundo mês do ano já foram
prejudicadas. Foram embarcadas 126,45 mil toneladas, 20%
abaixo de fev/22 e 21% menor que o mês anterior. Com isso,
o acumulado do bimestre caiu 3,3% no comparativo anual.
Porém, o preço médio de embarque em fevereiro se
sustentou, ficando0,3%acimadomês anterior.
O bezerro também acomodou um pouco em março mas
menos que o boi. O ágio do bezerro MS sobre o boi SP, da
ordem de 21% no 1ºT/23 foi 12% maior que no mesmo
período do ano anterior, o que quer dizer que, relativamente
ao boi neste início de ano, a cria interrompeu a perda de
valor.
Vaca louca tirou sustentação dos preços do boi gordo
Fonte: Cepea, Bloomberg, Itaú BBA
Fonte: Cepea, Bloomberg, Itaú BBA
-6%
-4%
-2%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
ja
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fe
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m
ar
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r
m
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ju
n ju
l
ag
o
se
t
o
u
t
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2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
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280
290
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310
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Boi Gordo SP Carne bovina atacado
Não Corporativo
Boi
Curva futura do boi gordo
Preços da carne 
bovina no atacado 
chinês
Assim como a curva futura do boi gordo sugere,
acreditamos que a reabertura do mercado chinês não
deverá demorar, diferentemente do caso ocorrido em 2021.
Embora o contrato mar/23, que vence no final do mês tenha
sido muito afetado pelo bloqueio das vendas para a China,
negociado em 20/mar a R$ 22/@ abaixo do dia 21/fev, dia
anterior à divulgação do caso, os vencimentos mai/23, por
exemplo, apresentadeságio de R$ 3/@.
Em 2021 foram dois episódios em diferentes estados (MT e
MG) e o processo de notificação e suspensão das
exportações foi bem mais demorado, o que pode ter tido
relação com a demora na reabertura. Desta vez, foi bem
mais rápido e apenas um caso ocorrido. É possível que a
questão possa ser resolvida na ocasião da visita do
presidente da República à China junto da comitiva na última
semana domês, o que, caso não ocorra tenderá a começar a
afetar umpoucomais os vencimentos de abril em diante.
Enquanto a reabertura não ocorrer, é provável que o spread
dos frigoríficos que operam mais voltados ao mercado
interno seja favorecido, já que a carne no atacado deve
seguir sofrendo menos que o boi gordo. Como o volume de
gado para abate neste ano é estruturalmente mais elevado
em função damaior presença de fêmeas, e há uma parte do
gado sendo retido no pasto, quando o fluxo for
reestabelecido pode haver uma concentração de vendas,
embora a disponibilidade de pasto em boa qualidade
permita o produtor dosar as entregas por pelo menos mais
60 dias.
A exportação de março até a terceira semana caiu bem
menos que da última vez que a exportação para a China
precisou ser bloqueada, o que tende a piorar até o
fechamento do mês. Na parcial do mês, o volume
embarcado foi 10,1% menor sobre mar/22 pela média diária,
uma queda relativamentepequena frente ao ocorrido em
out/21 (-56%). Além disso, o preço médio de embarque
indica estabilidade sobre amédia de fev/23, umbom sinal.
Boi tende a seguir mais fraco até a reabertura da China
50
55
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65
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75
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C
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2018
2019
2020
2021
2022
2023
Fonte: B3, Bloomberg
Fonte: Bloomberg
-22
-8
-3 -2 -4
0 0
-1
0 0
-25
-20
-15
-10
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diferença
21/fev/23 (pré vaca louca)
20-mar-23
Não Corporativo
Frango
Custos, preços e spread da 
avicultura (PR e RS)
Preços do frango inteiro 
congelado no estado de SP
Os preços da ave abatida no atacado paulista reagiram a
partir do início de fevereiro. Na média da primeira quinzena
de março sobre o mês anterior a alta foi de 7,4%, com o
produto cotado a R$ 7,20/kg. Como a carcaça dianteira
bovina andou de lado no mesmo período, a diferença entre
o quilo da ave para o dianteiro reduziu para 2,25 kg de
frango para cada quilo da carcaça bovina, sendo 14% abaixo
de mar/22. Ou seja, os preços mais baixos da carne bovina
no 1ºT23 relativamente ao igual período do ano passado
reduziram a competitividade da ave embora a média desde
2006 seja umpoucomais baixa, da ordemde 1,9.
Nas granjas, apesar dos custos medidos pela Embrapa
terem apresentado queda próxima de 2,5% desde o final do
ano, os preços da ave viva caíram ainda mais (3,1%)
impedindo um alívio do spread da avicultura. Aos custos
atuais, a ave precisaria subir aproximadamente 10% para
equalizar o spread, que vemnegativodesde ago/22.
No tocante à gripe aviária, após a Argentina ter embargado
suas exportações diante da confirmação de um caso em
granja comercial em fevereiro (já são 7 em granjas
comerciais e 60 no total), agora foi a vez do Chile adotar o
mesmo, com a confirmação do primeiro caso na avicultura
comercial. No Chile, chama atenção o aumento de casos
inclusive em mamíferos marinhos. Os países sul americanos
criaram um comitê técnico no sentido de organizarem uma
ação regional para lidarem com os surtos crescentes. O
Brasil continua investigando diversos casos, mas por
enquantonão hánenhumanotificação.
Embora o risco de introdução no Brasil seja crescente,
diante do avanço nos países vizinhos, enquanto o país não
registra casos, o fluxo de exportações segue positivo. Em
fev/23 foram embarcadas 353,4 mil t in natura, 1% acima de
fev/22 enquanto no bimestre a alta foi de 9%. Porém, o preço
de embarque caiu 5,3%comparado comodomês anterior.
Avanço da gripe aviária na América do Sul mantém o Brasil em alerta
Fonte: Embrapa, Bloomberg, Estimativas Itaú BBA 
*valores no mercado spot
Fonte: Cepea, Bloomberg, Itaú BBA
mar/23; -7,5%
-20%
-15%
-10%
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5%
10%
15%
20%
2,20
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3,00
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4,20
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Spread Custo Avicultura Preço Frango Vivo
2,5
3,5
4,5
5,5
6,5
7,5
8,5
R
$/
kg
2018
2019
2020
2021
2022
2023
Não Corporativo
Frango
Preços de exportação de 
carne de frango
Spread da 
exportação de 
carne de frango
As exportações de março deverão ser bastante vigorosas,
podendo ser o melhor mês já visto. A parcial até a terceira
semana apontou alta de 28,2% sobre o mar/22 pela média
diária. Além disso, o preço de embarque interrompeu a
queda.
Embora seja incerta a dimensão dos possíveis impactos
caso a Influenza Aviária seja introduzida no país, isso
dependerá muito de como o setor e as esferas
governamentais conduzirão os processos necessários.
Dado o alto poder de transmissão entre aves, a velocidade e
a maneira correta de se fazer o isolamento e eliminação das
aves doentes juntamente daquelas no raio determinado
para o sacrifício é muito importante. Além desta primeira
etapa fundamental, uma vez contido o surto, o ideal é que
se busque a regionalização da área afetada no sentido de
evitar umembargomais amplo.
Na ausência de casos no país, o cenário tende a se manter
bastante positivo para as exportações brasileiras. O adido
do USDA no Brasil estimou no último mês que a produção
brasileira de carne de frango deve se expandir 2,5% no ano,
alcançando 14,8milhões de t e as exportações 3,4%, para 4,6
milhões de t. Em caso de manutenção do status de livre de
gripe aviária, esta projeção de embarques é conservadora.
As margens pressionadas da avicultura deveriam levar a
uma moderação no ritmo de alojamentos, porém, com a
exportação firme, pode ser que o ajuste seja sutil. Em tese, o
períodomais difícil para os preços da proteína, que é o início
de ano, já ficou para trás e nos últimos dois anos o avanço
dos preços ganhou traçãoaté o segundo semestre.
Exportação segue muito forte e deve renovar recordes em março
Fonte: Secex
Fonte: Bloomberg, Secex, Itaú BBA
fev/23; 
1.888
1.200
1.400
1.600
1.800
2.000
2.200
2.400
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20%
30%
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2022
2023
mar/23 parcial
Não Corporativo
Suíno
Custos, preços e spread da 
suinocultura (Região Sul e MG)
Preços do suíno vivo no estado 
de SP
O spread da suinocultura voltou a ficar positivo em fev/23,
após dois anos no campo negativo. Os custos medidos pela
Embrapa capturaramuma redução entre 13% e 15% na parte
de ração no primeiro mês do ano, o que combinado com a
melhora no preço do suíno vivo a partir de fevereiro,
permitiu o equilíbrio dasmargens.
Na exportação, as quantidades continuaram fortes no
segundo mês do ano. Foram embarcadas 69,8 mil t in
natura, representando alta de 9,1% sobre fev/22 enquanto
no acumulado do bimestre o crescimento foi de 13,7%.
Porém, o preço em dólares enfraqueceu ligeiramente (0,4%),
para USD 2.465/t. Do crescimento ocorrido no primeiro
bimestre, a China foi o destaque, mais que compensando
pequenas reduções emoutros destinos.
Agências internacionais noticiaram nos últimos dias surtos
de Peste Suína Africana ocorridos na China após o ano novo
lunar, no final de jan/23. Segundo fontes consultadas, os
casos neste ano já superaram todas as ocorrências do ano
passado. Em 2019 e 2020 a China teve redução de quase 20
milhões de toneladas de carne suína mas as notificações
oficiais foram poucas relativamente às perdas, o que torna a
interpretaçãodamagnitudedo problemabastante difícil.
Os preços do suíno vivo e da carne na China continuaram
cedendo em fevereiro, porém na parcial de março o animal
apresentou reação. A queda foi de 11% em relação a jan/23,
mas na parcial demarço até o dia 20, o suíno vivo recuperou
5,7%. Apesar dos sinais de mercado sobre ofertado de
suínos na China, as carnes de frango e bovina têm se
mostradobemmais firmes.
Suinocultura equalizou as margens após dois anos de pressão
Fonte: Embrapa, Bloomberg, Estimativas Itaú BBA 
*valores no mercado spot
Fonte: Cepea, Bloomberg, Itaú BBA
mar/23; 3%
-40%
-30%
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
2,50
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kg
)
Spread Custo suinocultura Preço suíno vivo
2,50
3,50
4,50
5,50
6,50
7,50
8,50
9,50
10,50
1-jan 1-mar 1-mai 1-jul 1-set 1-nov
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2023
Não Corporativo
Suíno
Preços do suíno vivo na 
China
Spread da 
exportação de 
carne suína
A notícia de um possível novo revés para a suinocultura
chinesa com a Peste Suína Africana, assunto a ser
acompanhado, pode se traduzir em novas oportunidades
para a exportação brasileira, ainda que não pareça ser algo
para o curto prazo. A previsão do USDA de importações decarne suína pela China em 2023, que antecede este fato
novo, é da ordem de 2,1 milhões de toneladas, 2,4% maior
que no ano anterior, valendo lembrar que o país asiático
importou 5,3 e 4,3 milhões de toneladas em 2020 e 2021, no
pico das perdas pela PSA.
Entre os quatro maiores exportadores globais (União
Europeia, EUA, Canadá e Brasil) somente o Brasil tem
perspectiva de crescimento das exportações em 2023. Ou
seja, na hipótese de a China buscar maiores quantidades de
carne suína no exterior, o Brasil estará bem posicionado
para capturar a oportunidade.
Acreditamos na continuidade do bom fluxo de exportação,
a despeito da dependência da China. No 1º T23 China +
Hong Kong representaram 58% do total in natura e no
mesmoperíododo anopassado 48%.
No mercado interno, não vislumbramos grandes
possibilidades de elevações adicionais dos preços no curto
prazo, devendo seguir mais o padrão sazonal. A oferta
segue crescente, embora em ritmo menor que no início do
ano passado. Além disso, a relação de preços suíno/frango
(1,5 kg de frango inteiro por quilo dameia carcaça suína) está
dentro da média histórica. Em relação a mar/22 a ave está
2,7%acima e ameia carcaça suína 26,7% superior.
Exportação deve continuar mais atrativa que o mercado interno 
Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg, Secex, Itaú BBA
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
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2023
Não Corporativo
Café
Preços de café arábica e 
conilon
Exportação brasileira de café
Após a reação do preço do café arábica em NY no mês de
fevereiro, a média mensal de março estabilizou. O excesso
de chuvas no Brasil e os fracos números de exportação,
todavia, têm sustentado o arábica em NY apesar dos fatos
negativos envolvendo bancos externos nas últimas
semanas terem elevado a aversão ao risco. A média mensal
do primeiro vencimento do arábica em NY (USD 1,82/lp) até
o dia 20/mar foi 0,2% menor sobre o mês anterior, enquanto
o preço ao cafeicultor brasileiro cedeu 1,5%, para R$
1.115/saca.
Por outro lado, o café conilon perdeu valor no Brasil, se
descolando da bolsa de Londres, que teve leve alta em
março. O conilon na média de março foi negociado a R$
652/saca, 6% abaixo de fev/23, voltando a aumentar o
prêmio do arábica sobre o conilon para 71%. Nomês anterior
foi de 63% e em janeiro 48%. A colheita do conilon está
próximado início.
Do lado das exportações, o fechamento de fev/23 veio
ainda mais baixo que no mês anterior, com 2,4 milhões de
sacas, sendo 33% menor sobre fev/22. A queda dos
embarques reflete o período de entressafra do ciclo
2022/23, que ainda foi comprometido por efeitos da seca e
das geadas e a dificuldade de originação no curto prazo já
que o pouco do café que resta está nas mãos de produtores
mais capitalizados. Apesar de menos representativos nas
exportações, os embarques de conilon no acumulado da
safra (jul 22-fev 23) caíram 58%, contra queda de 2,4% no
café arábica.
Além disso, as tradings enfrentam o desafio da curva futura
invertida e buscam adquirir apenas o suficiente para os
compromissosde curto prazo.
Apesar da baixa exportação brasileira arábica parou de subir em março
Fonte: Cepea, Bloomberg
Fonte: Cecafé
600
800
1.000
1.200
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Conilon
Arábica
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jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
M
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2020 2021 2022 2023
Não Corporativo
Café
Balanço de oferta e demanda 
de café
Preços de café robusta
Após mais de três meses de chuvas contínuas nas regiões
cafeeiras brasileiras, as previsões para as próximas semanas
sugerem dias mais secos. Isso deve ajudar a colheita do
conilon, que está próxima do início, além de evitar a queda
de grãos maduros. Deve favorecer também o controle de
doençase o preparo das áreas para a colheita (arruação).
A possível formação do El Niño a partir do segundo
semestre, em tese, sugere temperaturas mais elevadas na
primavera, após o período de floradas, o que pode ser
problemático se vier acompanhado de chuvas irregulares.
Já para o próximo inverno no Brasil, o El Niño
aparentemente não estará instalado, o que poderia
significar um invernomais quente, porém, o mais provável é
que estejamos na transição climática de La Niña para El
Niño, quando há teoricamente maior probabilidade da
entrada de massas de ar frio, o que não necessariamente
quer dizer que haverá geadas. Vale lembrar que, para a Ásia
(Vietnã e Indonésia) o El Niño geralmente está associado a
uma condiçãomais seca, podendo eventualmente penalizar
a produçãode café da região.
Devemos continuar observando baixos números de
exportação. Caso os próximos quatro meses venham em
linha com fev/23, o total do ano safra ficará próximo de 34
milhões de sacas, o que é abaixo de nossa expectativa, de
36milhões de sacas.
Com isso, acreditamos em preços firmes para o arábica nos
próximos meses, diante da ausência dos grãos da safra
nova e baixa disponibilidade da safra 2022/23. Já para o
conilon, em que a colheita começa mais cedo, a oferta deve
melhorar antes. E apesar do curto prazo apertado,
acreditamos que mais adiante, caso o clima não atrapalhe o
balançoglobal deverá ficarmenos pressionado.
Disponibilidade de café seguirá apertada no curto prazo
Fonte: USDA, Estimativas 2023/24 Itaú BBA
Fonte: Bloomberg
1.200
1.400
1.600
1.800
2.000
2.200
2.400
2.600
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Robusta Londres 1º v
Cepea Conilon
Café Robusta Vietna
MM scs 2020/21 2021/22 2022/23 2023/24 P Var.
Estoque Inicial 36 38 33 34 5%
Produção 177 166 173 175 1%
Brasil 69,9 58,1 62,6 65,0 4%
Vietnã 29,0 31,6 30,2 30,2 0%
Colômbia 13,4 11,8 12,6 12,6 0%
Indonésia 10,7 10,6 11,4 11,4 0%
Etiópia 7,6 8,2 8,3 8,3 0%
Outros 46,0 46,0 47,7 47,7 0%
Consumo 162 167 168 170 1%
Estoque Final 38 33 34 40 16%
E/C 23% 19% 20% 23%
Prod.-Cons. 14,7 1,0- 4,8 5,5 
Não Corporativo
Laranja
Spreads de exportação e 
contra NY
Deságio do preço de exportação 
brasileiro sobre NY
O preço do suco de laranja em NY continuou subindo em
março em relação ao mês anterior, que foi de recorde
histórico nominal. A média mensal até o dia 20 foi de USD
2,57/lp, 4,6%acimade fev/23 e 77%maior sobre fev/22.
A pequena elevação de 0,6% no custo da caixa de laranja
para indústria em março (R$38/cx) foi anulada pela
desvalorização cambial o que fez o spread entre o suco em
NY e o custo da laranja no Brasil, em dólares, subir para USD
6,42/cx, omaior da história.
Já as exportações de FCOJ em fev/23 foram levemente
maiores em quantidades (2%) do que fev/22 embora no
acumulado da safra a expansão tenha sido de 13,8%. Além
disso, o preço médio do FCOJ (USD 1.816/t) subiu 5,4% em
relação ao mês anterior e o NFC (USD 2.134//t) veio 4,9%
acima. No ano safra jul 22-fev 23 foram17%maiores.
Apesar damelhora dos preços de exportação, esta tem sido
muito inferior ao avanço do suco emNY, o que fez o deságio
do preço de exportação brasileiro sobre NY cair para 48%, o
menor desde mar/07. A exportação de suco de laranja é
baseada em contratos de longo prazo fixados entre a
indústria e importadores, assim como de originação da
fruta, o que ajuda a justificar essa diferença. Todavia, chama
atenção o distanciamento do spread da indústria na venda
de suco indexado aomercado em NY e aquele estimado
pelo preço médio da exportação brasileira de FCOJ e NFC
equivalente.
Agentes consultados pelo Cepea indicaram que o excesso
de chuvas tem prejudicado o rendimento das frutas, com
maior necessidade de laranjas para a obtenção da tonelada
de suco concentrado.
Preços do suco de laranja em NY renovando os recordes
Fonte: Cepea, Bloomberg, estimativas Itaú BBA
ago/06; -58%
nov/16; -43%
fev/23; -48%
-80%
-60%
-40%
-20%
0%
20%
40%
60%
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23
U
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x
Spread NY/laranja BR Spread exp./laranja BR
Fonte: Cepea, Bloomberg, estimativas Itaú BBA
Não Corporativo
Laranja
Preço do suco de laranja 
em NY
Balanço global de oferta 
e demanda de suco de 
laranja
O USDA revisou marginalmente para cima (0,6%) a safra
2022/23 da Flórida nomês demarço, agora para 16,1milhões
de caixas, 100 mil caixas a mais sobre o estimado em
fevereiro. Em relação ao ano safra anterior na Flórida, a
redução é de 61%. A produção total de laranjas dos EUA é
estimadaem63,3milhões de caixas, 22,4%menor.
Mantemos nossa expectativa de que os preços deverão
seguir elevados em NY dada a perspectiva das severas
perdas na safra da Flórida devido aos furacões no ano
passado agravado pela propagação do greening. Some-se
a isso o fato de o Brasil ter potencial de exportação restrito.
O bom ritmo da exportação brasileira para os EUA deve
continuar, provavelmente ganhando mais participação no
total exportado. Consequentemente, isso reduzirá o peso
da Europa, mercado de menor dinamismo, mas que o
market share entre os destinos brasileiros é expressivo.
A última revisão da safra brasileira 2022/23 está
programada para abril e, em maio, deve sair a primeira
estimativa referente ao ciclo 2023/24. A safra 2022/23,
caminhando para o final, foi reestimada pela Fundecitrus em
fev/23 em 316,23 milhões de caixas de 40,8 kg, 17,7% acima
da produçãodo ano anterior.
Pelos números do USDA de oferta e demanda global de
suco de laranja o balanço seguirá apertado no próximo
ciclo. A safra brasileira de laranjas 2022/23 (ano safra
equivalente ao 2023/24 da Fundecitrus) deve ser de 405
milhões de caixas, 2,4% menor que no ano anterior. Já a
produção de suco é estimada em 1,119 milhão de t, 1,3%
menor.
Preços em NY devem seguir firmes dada a restrição da oferta americana
Fonte: Bloomberg
Fonte: USDA
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
1-jan 1-mar 1-mai 1-jul 1-set 1-nov
cU
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2018
2019
2020
2021
2022
2023
a b
2019/20 2020/21 2021/22 2022/23 e b/a
Produção 1,465 1,557 1,672 1,559 -7%
Brasil 938 944 1,134 1,119 -1%
EUA 297 230 159 125 -21%
Mexico 90 220 215 176 -18%
União Europeia 66 80 78 55 -29%
Outros 74 84 87 84 -3%
Consumo 1,710 1,689 1,633 1,623 -1%
Estoque Final 524 312 223 223 -0%
E/C 31% 18% 14% 14%
Não Corporativo
Açúcar
Curva futura do açúcar NY –
BRL/t
Em NY, a tela de mar/23 expirou no final de fevereiro com o
segundo maior preço desde o início de 2023, em cUSD
22,08/lp. O vencimento mais próximo passou a ser a mai/23,
que também apresentou variação positiva encerrando na
segunda semana de março em cUSD 20,62/lp (20/3), alta de
3,4%no comparativocomos últimos 30 dias (18/2).
O fortalecimento das cotações aconteceu principalmente na
última semana de fevereiro com as perspectivas de volta dos
impostos federais nos combustíveis. O retorno do PIS/COFINS
foi publicado no Diário Oficial no dia 1º de março de 2023,
porém com valores menores do que os vistos antes da
desoneração. Mesmo com a volta parcial do PIS/CONFIS
houve diferença entre os valores dos impostos da gasolina e
etanol, aumentando a competitividade do hidratado. Mesmo
com a postergação da data para retorno nos impostos e o
retorno de forma parcial, a medida foi positiva para o setor,
principalmente como início da safra 2023/24 no Centro Sul no
próximomês.
A safra indiana continua no pico de produção de açúcar.
Segundo dados da ISMA (Associação das Usinas de Açúcar
da Índia), até o final de fevereiro a produção de açúcar atingiu
28,6 milhões de toneladas, 4% acima do mesmo período da
safra 2021/22. Mesmo com maior produção, 61 usinas
encerraram as operações frente às 32 unidades no mesmo
período do ano passado. É importante ressaltar que a safra
atual iniciou com 12 usinas a mais do que em 2021/22, porém,
mesmo assim, o número de unidades em operação até o
período do relatório é menor do que na safra anterior, sendo
467 versus 484 unidades em 2021/22. Com isso, é provável
que a diferença na produção de açúcar com a safra 2021/22
comece a diminuir, e possivelmente termine menor, como o
estimadopela ISMA.
No Centro Sul do Brasil, a safra 2022/23 caminha para o
encerramento em março. Segundo o relatório da UNICA
(União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia) na 2ª
quinzenade fevereiro apenas 2 usinas voltaramamoagem.
A MP dos combustíveis também sustentou os preços de açúcar
Fonte: ICE, Bloomberg
Fonte: ICE, Bloomberg
Curva futura do açúcar NY –
cUSD/lp
15
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20
21
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Média 60 Dias Média 30 dias Atual
2.100
2.200
2.300
2.400
2.500
2.600
Sb
#
11
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B
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)
Média 60 Dias Média 30 dias Atual
Não Corporativo
Histórico de preço do açúcar 
NY e CEPEA
Paridade açúcar e etanol eq. em 
açúcar
Para os próximos meses, o foco do mercado de açúcar
começará a se voltar para safra brasileira na região Centro
Sul. Ainda há muita divergência em relação à melhora na
produtividade e o volume de cana disponível para safra
2023/24. Os números variam de 580 a 600 milhões de
toneladas, e a safra 2022/23 até o final de fevereiro atingiu
542 milhões de toneladas. A diferença entre os números de
moagem pode acrescentar de 1 a 2milhões de toneladas no
final da safra, o que pode deixar o balanço global de açúcar
mais confortável. Outro fator que começa a ser discutido é
se caso haja maior volume de cana disponível se haverá
tempo hábil para moagem considerando ainda o aumento
da probabilidade de El Niño no segundo semestre que pode
trazer mais umidade e diminuir o número de dias de
moagem, porémainda é cedopara concluir.
As chuvas no mês de março impossibilitaram que as usinas
iniciassem a safra adiantada. Algumas regiões encerraram a
colheita em 2022 com volume de cana bisada, que
inicialmente estava planejada para ser colhida emmarço. Os
bons volumes de precipitação nas regiões produtoras
também atrasaram o plantio de cana de 18 meses. Até o
momento, sem grandes impactos, dado que a safra tende a
iniciar emabril, período sazonalmentenormal.
O suporte de preço em NY continua sendo a paridade de
exportação indiana, ao redor dos cUSD 18-18,5/lp. Com o
fluxo de comercialização de açúcar apertado, e o país ainda
no pico de safra e sendo importante exportador, os preços
tendem a permanecer em patamares que o adoçante da
Índia possa ser entreguepara omercadomundial.
As safras dos principais produtores do Hemisfério Norte
também caminha para o final da produção de açúcar nas
próximas semanas. Com as usinas de Índia e Tailândia
encerrando as atividades antes do mesmo período de
2021/22, isso pode significar redução no volume de
produção de açúcar, o que pode apertar um pouco mais o
fluxo global de comercialização.
Estimativas de aumento representativo na safra 2023/24 no Centro Sul
Fonte: Cepea, Bloomberg, Itaú BBA
Fonte: Cepea, ICE, Bloomberg, Itaú BBA
Açúcar
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20
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Etanol hidratado - cUSD/lp
Açúcar - cUSD/lp
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jan-18 jan-19 jan-20 jan-21 jan-22 jan-23
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Açúcar NY Acucar Cristal SP Cepea
Não Corporativo
Etanol
Preços de hidratado em 
Paulínia –BRL/l
Paridadebomba gasolina C 
e hidratado
O preço do hidratado se fortaleceu com a aprovação da
Medida Provisória 1.163. Em Paulínia, o hidratado fechou em
R$ 2,83/l (17/3) sem impostos, alta de 1% comparado com os
últimos 30 dias. Além disso, o “atraso” no início da safra, que
estava previsto para iniciar emmar/23, causado pelas chuvas
tambémajudouos preços a semanteremsustentados.
A Medida Provisória 1.163 que foi publicada no dia 1 demarço
de 2023 trouxe a reoneração parcial dos impostos federais
nos combustíveis. Na gasolina, a alíquota do PIS/COFINS foi
de R$0,47/l, no etanol produtor foi de R$0,02/l e na venda
direta de etanol de R$0,09/l. A CIDE continua zerada, assim
como o PIS/COFINS para as distribuidoras, sendo que todas
asmedidas são válidas até 30 de junhode 2023.
Mesmo com a volta dos impostos na gasolina sendo maior
do que no hidratado, o impacto da bomba foi reduzido. No
dia 28 de fevereiro, foi anunciada a redução do preço da
gasolina A nas refinarias em R$0,13/l, o que minimizou a alta
do preço da gasolina ao consumidor final.
A recente publicação da MP gerou dúvidas sobre as
alíquotas e produtos. No caso da alíquota da gasolina, não é
especificado qual o tipo (A ou C). Essa classificação interfere
na composição final do preço do combustível. Outra
discussão estava relacionada à Emenda Constitucional nº123
a qual garantiria a manutenção, em termos percentuais, da
diferença entre as alíquotas aplicáveis a cada combustível
fóssil e aos biocombustíveis que lhe sejam substitutos em
patamar igual ou superior ao vigente em 15 demaio de 2022.
Com a proximidade do início da safra 2023/24, a tendência é
de preços enfraquecidos. Com o final da safra 2022/23 e a
temporada de fechamento de balanços das usinas, a
tendência é de esvaziar os tanques de etanol para início da
nova temporada, além de aumento de oferta quando a
moagemse iniciar.
Publicação da MP e expectativa de início de safra sustentam preços
Fonte: CEPEA, Bloomberg
Fonte: ANP, Bloomberg
3,74
3,39
3,14
3,02
2,73
2,46
2,77
2,92 2,87
2,77 2,80 2,82
1,00
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3,00
3,50
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Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar
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2020/21 2021/22 2022/23
60%
65%
70%
75%
80%
85%
Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar
2020/21 2021/22 2022/23
Não Corporativo
Trigo
O acordo do corredor logístico de grãos entre Rússia e
Ucrânia foi renovado na reta final do prazo. Em
consequência desse cenário, os preços do cereal em
Chicago perderam sustentação ao longo do último mês em
função do possível acordo, caindo 8,12% e se mantendo
próximodosUSD 7/bu.
O desconto nos portos ajudou na desvalorização dos
preços. Puxado por países que tiveram produção elevada,
como a Rússia, com 92 MM t e os riscos logísticos, houve
pressão nas cotações do produto nos principais portos,
mesmo num cenário de entressafra no Hemisfério Norte e
de umbalançoglobal apertado.
Fretes, margens e disponibilidade frearam as exportações.
O aumento dos fretes combinado com os preços
internacionais fez com que a paridade de exportação, ou
seja, cotações equivalentes nos portos, cedessem nas
praças locais. Essa falta de sustentação das cotações,
combinada com os bons níveis de estocagem da indústria
desde dezembro, no final da safra domestica, colocou o
mercado interno do trigo num cenário de baixa liquidez.
Essa conjuntura pôde ser avaliada por dois indicadores:
preços locais, que cederam, e as exportações, que também
diminuírama velocidadeem fevereiro e início demarço.
O preço médio do trigo no Paraná caiu 2,3% frente aos
praticados em fevereiro, com pouca volatilidade nas
últimas semanas. Do lado das exportações, o volume do
mês de fevereiro foi de 536 mil t, 36% abaixo do exportado
no mesmo período do ano passado e 4%menor que o mês
anterior. Por outro lado, os mesmos fatores também
reduziram as importações, que foram 42%menores do que
há um ano e 33% menores do que no mês anterior,
somando 291mil t em fevereiro.
Mercado externo fraco com perspectiva de disponibilidade russa 
Preços de trigo em 
Chicago e Paraná
Preços da farinha de trigo no 
atacado
Fonte: Cepea, Bloomberg, Itaú BBA
Fonte: Conab
40
50
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80
90
100
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4
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Trigo Soft - Chicago (# W 1)
Trigo - Média Paraná (produtor)
4.103
3.973
4.880
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
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o
n
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RS PR SP
Não Corporativo
Trigo
Com a redução do volume de soja do RS, a competição nos
portos pode ser menor. Para o cereal, o principal porto é o
do Rio Grande (RS), que no momento da safra de verão os
dois produtos competem. Uma redução da oferta da safra
de soja gaúcha pode estender a janela de embarques para o
cereal. Ainda há incertezas quanto ao acordo no Mar Negro
para o escoamento de grãos, além de ter sido reduzido para
60 dias. Esse cenário pode redirecionar os compradores
para outros portos até a normalização e o Brasil tem
disponibilidade para aquisições externas. Isso ajudaria a
enxugar o balanço interno, que segundo as projeções da
Conab, volta a ficar confortável, pressionando os preços
domésticos.
Para a indústria, o cenário é de margens positivas. Como
parte da indústria adquiriu o trigo no momento da colheita,
quando os preços perderam força, agora conseguem
manobrar janelas de mercado não favoráveis à compra. Do
outro lado, as cotações da farinha têm cedido com menos
força do que os preços do trigo. A título de exemplo,
enquanto os preços médios mensais do trigo paranaense
em fev/23 caíram 3% frente ao mesmo período do ano
passado, os preços da farinha no atacado no PR se
mantiveram estáveis no mesmo período, garantindo
margens positivas para a operação.
Ao produtor, janela de aquisições de fertilizantes aberta. O
principal grupo de fertilizantes para o trigo, os nitrogenados,
está com relações de troca favoráveis, nos menores índices
das últimas 5 safras. Vale o destaque já de olho para a
próxima safra, que começa em algumas semanas. Além
disso, vale destacar que o manejo da lavoura nas janelas de
plantio nesse ano será fundamental, visto que a cultura deve
estar sob a influência do El Niño, fenômeno que tende a
trazer massas de ar frio e chuvas no final da colheita na
região Sul. Outro ponto de destaque é a comercialização de
trigo tipo ração, visto que os preços do milho seguem
firmes, tornandoo trigo viável para criadores regionais .
A redução da safra de soja no RS pode favorecer o trigo
Exportações de trigo do Brasil 
Relação de troca –Ureia e trigo
Fonte: Secex
Fonte: Bloomberg
0,6
1,1
3,1
1,1
193
206
296
325
0
50
100
150
200
250
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350
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0,5
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1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
2020 2021 2022 2023
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Volume (jan - fev) Preços (USD/t)
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
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Intervalo 5 Safras Média
2021 2022
2023
Não Corporativo
Arroz
Com o avanço da colheita, os preços cedem nas principais
praças gaúchas. A 2ª semana de março encerrou com as
cotações do arroz em casca próximas de R$ 85/sc, valor 2,1%
menor frente ao mesmo período do mês anterior. Ao
analisarmos o valor médio praticado no mês de fevereiro (R$
85,3), este foi 2,2% menor frente aos de Jan/23, contudo 13%
acimadas cotaçõeshá umanonapraça do RS.
A primeira divulgação do IRGA (Instituto Riograndense de
Arroz) indicou evolução de 12% da área colhida de arroz no
RS. No mesmo período do ano passado, o IRGA tinha
divulgado 24% da área colhida. Mesmo com área menor
plantada no estado, as temperaturas baixas que acometeram
algumas regiões produtoras podem ter atrasado o
desenvolvimento da lavoura de arroz. Ainda que haja menos
arroz nessa janela em relação ao ano passado, parte dos
produtores precisa comercializar para pagamentos de
obrigações e o varejo tem pressionado no momento das
aquisições.
Outro fator baixista foram as importações ganhando força
nomês de fevereiro. Enquantoas exportações entre jan/23 –
fev/23 totalizaram 270 mil t eq. em casca, 6,8% menores do
que o mesmo período do ano passado, as importações
somaram 230 mil t, volume 121% acima do mesmo período
do ano passado. Esse aumento do suprimento do cereal,
mesmo com a produção menor, também adicionou pressão
aomercado interno.
CONAB projeta a menor produção de arroz dos últimos 26
anos. O recente relatório da Conab cortou a produção de
arroz em 2,7% frente à última divulgação, totalizando em 9,88
MM de t. Essa redução da oferta e o ajuste para baixo no
consumo apertou a relação estoque/consumo (E/C) para
16,7%, com consumo doméstico nos menores níveis das
últimas safras. Para efeito de comparação, quando houve o
pico dos preços do cereal em casca na safra 2019/20, a relação
E/C era de 17,7%.
Disponibilidade da colheita pressionou as cotações
Preços médios mensais de 
arroz em casca - RS
Preços médios mensais de 
arroz branco beneficiado em 
SP
Fonte: CEPEA, Bloomberg
Fonte: Bloomberg
91
87 85
40
60
80
100
120
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Fe
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0
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2020 2021 2022 2023
Não Corporativo
Arroz
Mesmo com as exportações mais fracas, a produção é
menor que o consumo. Essa redução do suprimento interno
do cereal pode fazer com que os preços ganhem tração
após o momento da colheita quando o volume do cereal se
consolidará. Preços poderão convergir para a paridade de
importação, visto que a disponibilidade interna menor
poderá fazer com a que a indústria precise adquirir mais
produtonomercado externo.
Mercado mexicano “fechado para balanço”. O acordo entre
os governos mexicano e brasileiro para comercialização de
arroz sem tarifa se encerrou no último mês de fevereiro. As
exportações em fevereiro já não tiveram como destino o
país latino-americano. A questão do setor exportador do
cereal é se o acordo será renovado, uma vez que o principal
fornecedor, os EUA, vão aumentar a área de arroz segundo
o USDA, mas ainda em níveis historicamente baixos em
detrimento da competição commargens de outras culturas
e em função dos níveis dos principais afluentes hídricos
baixos. Esse pode ser um fator que pode dar extensão do
acesso ao Brasil.
O cenário para o produtor é positivo, mas alguns pontos
merecem atenção. Ainda há cereal da última safra nos
armazéns e, se as exportações não caminharem numa
janela até o plantio da próxima safra, o mercado pode
perder força, como visto há dois anos, em que os preços da
entressafra foram menores do que os da safra. Dado esse
panorama, a comercialização do produto ao longo dos
meses em margens significativas diminui o risco de
exposição a uma eventual queda do cereal no momento da
entressafra. Além disso, as relações de troca com
fertilizantes estão em níveis interessantes para aquisição já
para a próxima safra, melhorando os níveis demargem para
a temporada2023/24.
O balanço mais ajustado pode dar tração aos preços no médio prazo
Exportações de arroz eq. em 
casca
Relação de troca entre arroz e 
ureia
Fonte: Secex, Itaú BBA
Fonte: Bloomberg, Itaú BBA
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
sa
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ar
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Intervalo (3 anos) Média ( 3 anos)
2021 2022
2023
154 
103 
271 
253 
289 
361 
304 309 
-200
-100
 -
 1 00
 200
 300
 4 00
 -
 50
 1 00
 1 50
 200
 250
 300
 350
 4 00
2020 2021 2022 2023
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Volume Acumulado (jan-fev)
Preço médio (USD/t)
Não Corporativo
Fertilizantes
Atraso nas compras de EUA e Europa pressionam os preços
Os preços da ureia continuam caindo no mercado
internacional com a oferta maior que a demanda. Os
principais países compradores sazonalmente, EUA e
Europa, estão enfrentando dificuldades climáticas que não
são favoráveis para aplicação do macronutriente, porém é
esperado que a demanda se fortaleça nas próximas
semanas. Contudo, talvez não seja suficiente para subida
de preço após a Índia divulgar que pretende adquirir 1,1
milhão de toneladas, sendo que a oferta dos fornecedores
atingiu 3,6 milhões de toneladas. No Brasil, o período de
aplicação de nitrogenados para a safrinha chega ao fim, e
tambémarrefece os preços nomercado interno.
No mercado de fosfatados a demanda norte-americana
para aplicação na primavera continua lenta, pressionando
os preços. Com o clima desfavorável para a entrada no
campo para aplicação dos fertilizantes, o que tem afetado
as aquisições, e os produtores dos EUA postergando as
compras, o mercado tem arrefecido. No Brasil, os preços
também têm enfraquecido com a importação do produto
dentro da normalidade nosmeses de janeiro e fevereiro, e a
demanda fraca com o fim da aplicação da safrinha.
Considerando a relação de troca, pode ser um bom
momentopara compras.
Nos potássicos, omercado aguarda a definição do contrato
anual de fornecimento à Índia. As negociações continuam
em andamento e os preços do contrato devem direcionar
os patamares do mercado. Assim como nos outros
macronutrientes, os EUA estão com as compras atrasadas
causado pelo clima que não está favorável para aplicação e
as aquisições ainda estãodevagar.
No Brasil, a ANDA (Associação Nacional para Difusão de
Adubos) divulgou o volume de 41 milhões de toneladas
entregues ao mercado em 2022. Este volume representa
retração de 10,4% comparado com 2021, porém o volume é
acima de 2020 e anos anteriores. O principal motivo para
redução do volume foram os patamares recordes de preço
durante 2022, relacionados ao receio quanto a
disponibilidade de produto no início da guerra entre Rússia
e Ucrânia.
Preços de fertilizantes nos 
portos locais
Relação de troca KCl x Soja
Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg
*Associação Nacional para a Difusão de Adubos
640
332,5
460
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
U
SD
/t
MAP - CFR - Brasil Ureia - CFR - Brasil
Potássio - CFR - Brasil
 8
 13
 18
 23
 28
 33
 38
sa
ca
s/
to
n
el
a
d
a
Intervalo 5 Safras Média 2021 2022 2023
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