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Caderno Direito Processual Penal Parte Geral

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Direito Processual Penal - Parte Geral
Disciplina: ARA1053
Prof.: Paulo Renato Cavalcanti de Oliveira
Aula 01
Bibliografia Recomendada
Prof. Fernando da Costa Tourinho Filho
Prof. Renato Brasileiro
Prof. Eugenio Pacelli de Oliveira Projeto NOVO CPP
Prof. Marcellus Polastri Lima
Prof. Aury Lopes Jr.
Prof. Paulo Rangel
Prof. Fernando Capez
Introdução
Conceito: O Direito Processual Penal pertence ao ramo do Direito Público e objetiva estabelecer as regras que deverão ser observadas pelo Estado para que ele possa exercer o direito de punir, garantindo também o direito de defesa.
JUS PUNIENDI x DIREITO DE LIBERDADE
						Indisponível
a) Devido Processo Legal “due process of law”
O princípio do devido processo tem a sua origem para a maior parte dos autores na Magna Charta Libertatum, 1215. Tendo sido reproduzido em diversos diplomas legais. Atualmente possui previsão no art. 5º, LIV, da CRFB/88. Tal princípio é basilar, do qual todos os demais princípios processuais insurgem. Ele estabelece que ninguém irá perder os seus bens ou a sua liberdade sem observância de um procedimento previsto em lei.
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
b) Contraditório
A professora Ada Pellegrini sustentava que o princípio do contraditório tem como fundamento um binômio NECESSIDADE x POSSIBILIDADE. (obrigatoriedade!)
				 Informação			defesa
Art. 5º, LV, CRFB - AOS LITIGANTES, em processo judicial ou administrativo, e AOS ACUSADOS EM GERAL SÃO ASSEGURADOS o CONTRADITÓRIO e AMPLA DEFESA, com os meios e recursos a ela inerentes;
Art. 396, CPP. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 396-A, § 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. defensor dativo
c) Ampla Defesa
O princípio da ampla defesa estabelece que as partes tenham o direito de utilizar todos os meios lícitos necessários para sustentarem a sua verdade dos fatos.
LVI - SÃO INADMISSÍVEIS, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
d) Iniciativa das Partes
O princípio da iniciativa das partes também é conhecido como princípio da ação ou princípio da inércia. Ele estabelece que a jurisdição deve ser provocada para se manifestar porque ne procedat judex ex officio. Dessa maneira, a petição inicial provoca a ação e a ação provoca a jurisdição.
e) Princípio da Inocência
O artigo 5º, LVII da CRFB/88 estabelece que todas as pessoas são inocentes até que sejam condenadas por sentença transitada em julgado.
Obs1: uma sentença transita em julgado quando o recurso cabível não é interposto dentro do prazo legal ou quando esgotam todas as vias recursais.
Obs2: O princípio da inocência veio a ser mitigado por alguns órgãos jurisdicionais que admitem a chamada execução antecipada da pena, que possibilita o início do cumprimento da prisão-pena após a confirmação da sentença no segundo grau de jurisdição, mesmo estando ainda pendentes recursos especiais extraordinários.
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
· falência do sistema judiciário
· prescrição de punições devido à lentidão
· isonomia (não há mais efeito suspensivo)
f) Princípio da Verdade Real
Existem dois sistemas para aferição da verdade processual:
f1) verdade formal: no sistema da verdade formal, o juiz é um ser inerte do ponto de vista do quadro probatório. Ele deve se limitar a analisar as provas trazidas pelas partes aos autos porque quod non est in actis non est in mundo.
f2) verdade real: no sistema da verdade real, o juiz é um ser ativo do ponto de vista do quadro probatório. Ele pode e deve produzir provas na busca da verdade dos fatos, conforme se observa nos artigos 156 e 209, do CPP.
Art. 156. A prova da alegação INCUMBIRÁ a quem a fizer, sendo, porém, FACULTADO ao juiz DE OFÍCIO: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
I – ORDENAR, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, PODERÁ OUVIR OUTRAS TESTEMUNHAS, além das indicadas pelas partes.
g) Princípio da Igualdade (isonomia)
A doutrina defende a existência de duas espécies de igualdade:
g1) Igualdade Jurídica (Formal)
Nesta espécie de igualdade todas as pessoas são consideradas iguais perante a lei sem qualquer distinção, conforme art. 5º, caput, CRFB/88.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à Vida, à Liberdade, à Igualdade, à Segurança e à Propriedade, nos termos seguintes:
g2) Igualdade Substancial (Material)
Nesta espécie de igualdade, são levadas em consideração as diferenças extrínsecas das pessoas e busca reequilibrá-las, para tanto, procurar tratar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais, na medida em que se desigualam. 
CPP, Art. 609, Parágrafo único. Quando NÃO FOR UNÂNIME a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, ADMITEM-SE EMBARGOS INFRINGENTES e DE NULIDADE, que PODERÃO SER OPOSTOS dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. (Incluído pela Lei nº 1.720-B, de 3.11.1952)
 	Apenas quando houver divergência. Apenas para a defesa/réu
CPP, Art. 626. Julgando PROCEDENTE A REVISÃO, o tribunal PODERÁ alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo. 
	 Revisão criminal é pro reo! Pro societate NUNCA!
h) Imparcialidade do Juiz
O Estado chamou para si o monopólio da administração da Justiça. Para que ela possa ser prestada com segurança, o interesse do julgador não pode se confundir com o interesse das partes. Para tanto, ele não pode estar suspeito (art. 254, CPP), nem impedido (art. 252, CPP)
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: [hipóteses de SUSPEIÇÃO: ROL EXEMPLIFICATIVO]
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; 
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
Art. 252. O JUIZ NÃO PODERÁ EXERCER jurisdição no processo em que: [hipóteses de IMPEDIMENTO: ROL TAXATIVO]
I - TIVER FUNCIONADO seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral ATÉ O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; 
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
Aplica-se o CPC para motivação por foro íntimo subsidiariamente
O processo penal deve ser simples o comum do povo deve entendê-lo
i) Publicidade dos Atos do Processo
No Brasil, via de regra, os atos processuais são públicos. Só haverá segredo de justiça, quando a intimidade das pessoas ou o interesse socialexigirem.
LX - a lei SÓ PODERÁ RESTRINGIR A PUBLICIDADE DOS ATOS
PROCESSUAIS quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
exigirem;
j) Motivação das Decisões
Todas as decisões do poder judiciário deverão estar fundamentadas, ou seja, o juiz deve explicitar as razões que o levaram a tomar a decisão, sob pena de nulidade, conforme artigo 93, IX, da CRFB/88.
IX - todos os julgamentos DOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO SERÃO PÚBLICOS, e FUNDAMENTADAS TODAS AS DECISÕES, sob pena de nulidade, PODENDO a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo NÃO PREJUDIQUE o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 Fundamentação deve ser específica; genérica gera nulidade.
Obs.: Os princípios da publicidade dos atos processuais e da motivação das decisões possuem uma dupla finalidade: a primeira é dar ciência às partes dos fatos do processo, possibilitando o conformismo ou não, com a consequente interposição de eventual recurso. A segunda, é permitir o controle popular da função jurisdicional do Estado.
k) Favor rei 
O princípio do favor rei tem a finalidade de orientar a interpretação das normas processuais. Elas devem ser interpretadas sempre da forma mais benéfica para o réu.
 Alguns autores dizem que se equivale ao in dubio pro reo.
A alteração do art. 366, ocorrida em 1996, visou a evitar a tramitação de processos sem o efetivo conhecimento do acusado, pois como se sabe, pelo cotidiano forense, se o acusado foi citado por edital, não contratou um defensor e não atendeu à citação ficta, certamente não tomou conhecimento do processo. A alteração ajustou-se, assim, ao princípio da ampla defesa, que só é exercitado em sua plenitude por meio de defesa técnica e de autodefesa (pelo próprio acusado).
Art. 366. Se o acusado, CITADO POR EDITAL, não comparecer, nem constituir advogado, FICARÃO SUSPENSOS o processo e o curso do prazo prescricional, PODENDO o juiz determinar a PRODUÇÃO ANTECIPADA DAS PROVAS consideradas URGENTES e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº 11.719, de 2008)
OBS: Súmula 455/STJ: A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo.
A referida alteração, apesar de salutar, ensejou uma discussão sobre o tempo de suspensão do prazo prescricional. Como o art. 366 apenas dispõe que a prescrição deve ficar suspensa durante a suspensão do processo, sem indicar por quanto tempo, doutrina e jurisprudência debruçaram-se sobre a questão, na busca de uma solução hermenêutica para a omissão legislativa.
STJ, Súmula 415 - O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada. (Súmula 415, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe 16/12/2009).
É preciso ressaltar que a Súmula 415 está a dizer que a contagem da prescrição fica suspensa pelo prazo da prescrição em abstrato – consideradas as balizas do art. 109 do CP – e não pelo prazo da pena máxima cominada ao delito, conforme pode sugerir uma leitura desavisada do enunciado.
Assim, se o delito tem pena máxima cominada de 4 anos, a prescrição em abstrato se dá em 8 anos (art. 109, IV do CP) e a contagem da prescrição, portanto, ficará suspensa por esses 8 anos e não por 4 anos, que é o prazo da pena máxima cominada ao crime. 
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando- se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; 
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 
Lei Processual Penal no Espaço
A jurisdição é um reflexo da soberania interna, portanto as leis processuais penais do país serão aplicadas no seu território. No Brasil, a lei processual penal terá aplicação em todo território brasileiro respeitados os Tratados e Convenções Internacionais, os quais o Brasil seja signatário, conforme art. 1º, I, do CPP.
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
Tratados
REGRA Lei Ordinária
DIREITOS HUMANOS quórum qualificado Emenda Constitucional EC 45/2004
Pacto São José da Costa Rica norma supralegal
Extradição
A extradição é cabível somente ao brasileiro naturalizado, nunca ao brasileiro nato, possível em duas situações: se praticar crime comum antes da naturalização ou em caso de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, no caso de comprovado envolvimento, não importando o momento da prática do crime. Vale lembrar que o estrangeiro não poderá ser extraditado em caso de crime político ou de opinião.
Expulsão
A expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado. Poderá dar causa à expulsão a condenação com sentença transitada em julgado relativa à prática de: 
• crime de genocídio; 
• crime contra a humanidade; 
• crime de guerra; 
• crime de agressão; 
• crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização em território nacional.
Deportação 
A deportação é medida decorrente de procedimento administrativo que consiste na retirada compulsória de pessoa que se encontre em situação migratória irregular em território nacional.
Lei Processual Penal no Tempo
O artigo 2º do CPP estabelece que a lei nova tem efeito imediato regulando os atos processuais futuros, aproveitando-se os atos processuais pretéritos, sem levar em consideração se a lei processual penal nova agrava ou beneficia a situação do réu.
Art. 2º A LEI PROCESSUAL PENAL APLICAR-SE-Á DESDE LOGO, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
		I I I I I I I
	 OD RD CIT RP AS AIJ ST
					 LEI NOVA
OD: oferecimento da denúncia
RD: recebimento da denúncia
CIT: citação
RP: resposta preliminar
AS: absolvição sumária
AIJ: audiência de instrução e julgamento
Sentença
Revogação
TOTAL: ab-rogação
PARCIAL: derrogação
Obs.: Alguns autores (Aury Lopes Jr.) fazem a interpretação do artigo 2º do CPP à luz do artigo 5º, XL da CRFB/88 que estabelece a irretroatividade da lei penal, salvo para beneficiar o réu. Esses autores entendem que o termo lei penal na Constituição é um gênero do qual a lei material e a lei processual seriam espécies. Em razão disso, a lei processual penal assim como a lei material penal não poderiam retroagir, salvo para beneficiar o réu.
XL - a lei penal NÃO RETROAGIRÁ, SALVO para beneficiar o réu;
Lei Mista
É aquela que possui um conteúdo de direito material e um conteúdo de direito processual. O conteúdo de direito material não pode retroagir, salvo se beneficiar o réu, por força do art. 2º, do CP. O conteúdo de direito processual tem efeito imediato na forma do art. 2º do CPP.
CP, Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209,de 11.7.1984)
CPP, Art. 2º A LEI PROCESSUAL PENAL APLICAR-SE-Á DESDE LOGO, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Explicação: Alterada a lei processual, a nova deve ser aplicada, sem prejuízo do que já ocorreu no processo. No entanto, a doutrina vem entendendo que, no que tange às normas a respeito de medidas cautelares pessoais privativas ou restritivas de liberdade, por possuírem conteúdo misto, ou seja, penal e processual, deve-se seguir a regra do art. 5º, LV da CF/88, que proíbe a retroação de norma penal, salvo para beneficiar o réu. Além disso, entende que ainda pode ser aplicado, mesmo que por analogia, o art. 2º da Lei de Introdução ao CPP, que prevê expressamente, quanto à prisão preventiva e à fiança, a aplicação da lei mais favorável no caso de intertemporalidade. 
A norma que compõe o artigo 366 do CPP pode ser considerada mista, pois a parte que se refere à suspensão do processo tem conteúdo processual; e a parte que se refere à suspensão do prazo prescricional tem conteúdo penal.
São normas penais mistas também todas aquelas que dizem respeito à prisão do réu, pois elas envolvem o seu direito material de liberdade. Como exemplo, a que proíbe a liberdade provisória ou torna a infração inafiançável.
Sujeitos Processuais
Sujeitos Principais
Os sujeitos processuais do processo são as pessoas que integram a relação jurídica de direito processual. Existe um sujeito imparcial e sujeitos parciais. Na acusação tem o MP, na ação penal pública e o querelante, na ação penal privada. Na defesa, tem o réu/acusado na ação penal pública e o querelado, na ação penal privada.
			IMPARCIAL - Juiz
 SUJEITOS	 ACUSAÇÃO: MP/Querelante
 PRINCIPAIS 	PARCIAL 	 DEFESA: Réu/Querelado
Sujeitos Secundários
Os sujeitos secundários são as pessoas que não integram a relação jurídica de direito processual, mas que contribuem com o seu trabalho para o bom andamento do processo.
Ex.: serventuários da justiça, peritos, intérpretes, etc.
 Sujeito eventual: carteiro
Juiz
O juiz é a pessoa regularmente investida na jurisdição do Estado, pela forma prevista na Constituição, que tem a função de impulsionar o processo e decidir de forma imparcial as questões do processo, para ao final fazer a sentença, aplicando a lei ao caso concreto, promovendo a pacificação social.
 Conciliador: o conciliador é um auxiliar do juiz que objetiva, no âmbito do JECRIM, obter um acordo entre as partes. Devendo atuar de forma imparcial.
Ação Penal Pública: Incondicionada REGRA, MP (denúncia)
Ação Penal Condicionada à Representação ou Requisição do Ministério da Justiça
Ação Privada: Queixa; querelante e querelado.
Ação Privada Personalíssima: Apenas no crime do art. 236, §único: casamento.
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento 
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
OBS: Ação penal privada personalíssima: É aquela que somente pode ser oferecida pelo próprio ofendido, não permitindo representação, nem mesmo substituição nas hipóteses de morte e de ausência. Depois da abolição do crime de adultério, restou apenas um delito que comporta essa natureza: induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento (art. 236, do CP).
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: quando o MP deixa de propor denúncia,
Acusação
a) Ação Penal Pública
a1) Ministério Público
O MP pode é um órgão do Estado dotado de autonomia que, dentre outras funções, pode atuar no processo de duas maneiras. São elas:
a1.1.) órgão agente: o MP será considerado órgão agente quando ele estiver integrando um dos polos processuais no processo penal. Via de regra, ele integra o polo ativo, porque cabe a ele propor a ação penal pública.
 Na seara civil, em regra, custos legis: atuação como fiscal da lei.
a1.2.) órgão interveniente: o MP irá atuar como órgão interveniente quando for fiscal da lei, ou seja, custos legis. No processo penal, o MP, via de regra, atuará como custos legis nas ações penais privadas.
a2) Assistente de Acusação
O artigo 268, CPP autoriza ao ofendido (vítima), seu representante legal, nos casos de incapacidade, ou sucessores (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão), nos casos de morte ou declaração de ausência por sentença, a se habilitarem como assistentes de acusação, nos casos de ação penal pública.
Art. 268. Em todos os termos da ação pública [condicionada ou incondicionada], poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou eu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. [CADI: cônjuge, ascendentes, descendente e irmão].
DICAS IMPORTANTES:
1. No inquérito policial não cabe assistente de acusação, porque não há contraditório e
ampla defesa.
2. Não cabe recurso, todavia cabe impugnação via mandado de segurança (conclusão
que se extrai do art. 273, CPP).
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, NÃO CABERÁ recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.
Obs.: Alguns autores entendem que a vítima sempre tem interesse em habilitar-se como assistente da acusação, em todo e qualquer crime, pois sua finalidade é auxiliar na realização da justiça. Entretanto, predomina o entendimento de que a vítima só tem interesse sem se habilitar como assistente da acusação quando o crime deixar repercussão patrimonial, porque seu interesse é contribuir na obtenção da sentença condenatória, para obter a indenização no juízo cível.
b) Ação Penal Privada
Nas ações penais privadas, a acusação, via de regra, é feita pelo ofendido, seu representante legal, nos casos de incapacidade, ou sucessores (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão), nos casos de morte ou declaração de ausência por sentença. Contudo, há uma hipótese que a ação penal privada só pode ser proposta pelo ofendido, ocorre nos casos de ação penal privada personalíssima.
Defesa
a) Defensor Constituído
É o advogado escolhido pelo réu para patrocinar a sua defesa. Ele irá atuar em juízo por meio de procuração.
b) Defensor Dativo
É o advogado nomeado pelo juiz para patrocinar a defesa do réu que não possui defensor constituído, conforme artigo 263, do CPP. Via de regra, a função de defensor dativo é desempenhada pela Defensoria Pública.
Obs.: o defensor dativo irá receber os honorários arbitrados pelo juiz, conforme artigo 263, §único.
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.
Art. 144. A SEGURANÇA PÚBLICA, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A POLÍCIA FEDERAL, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, DESTINA-SE a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - APURAR infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - PREVENIR e REPRIMIR o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, SEM PREJUÍZO da ação fazendáriae de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; 
III - EXERCER as funções de POLÍCIA MARÍTIMA, EROPORTUÁRIA e DE FRONTEIRAS; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
IV - EXERCER, COM EXCLUSIVIDADE, as funções de POLÍCIA JUDICIÁRIA DA UNIÃO.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 4º Às POLÍCIAS CIVIS, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, RESSALVADA a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, EXCETO AS MILITARES.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES, além das atribuições definidas em lei, INCUMBE a execução de atividades de defesa civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 
§ 7º A lei (ordinária) disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios PODERÃO CONSTITUIR GUARDAS MUNICIPAIS destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014) 
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014
Sistemas Processuais Penais
Conceito: Sistema é o conjunto de regras que regula parte de um todo.
A ordália consistia em submeter o(a) acusado(a) a um desafio para que ele(a), assim, provasse sua inocência, pois acreditava-se na intervenção divina durante a provação proposta, ou seja: se o(a) acusado(a) fosse inocente, Deus intercederia como em um milagre e a pessoa não sofreria as consequências do desafio imposto pela ordália.
Sistema Inquisitivo
No sistema inquisitório teve seu apogeu na Europa Continental durante os séculos XIV e XV. No Brasil, foi utilizado nas ordenações do reino de Portugal (afonsinas, manuelinas e filipinas), tendo deixado resquícios até a Constituição de 1988.
O sistema inquisitivo apresentava algumas características, são elas:
· a figura do acusador e a figura do julgador concentrava-se numa mesma pessoa;
· os atos processuais eram secretos;
· e admitia-se o uso da tortura como meio para obter a confissão.
Sistema Acusatório
O sistema acusatório possui algumas características:
· a figura do acusador e do julgador está em pessoas distintas;
· os atos processuais são públicos;
· presença do devido processo legal, contraditório e da ampla defesa.
O sistema acusatório foi o sistema adotado na Constituição de 1988, conforme se observa no artigo 129, I e no artigo 5º, incisos LX, LIV e LV.
Art. 129. São FUNÇÕES INSTITUCIONAIS do Ministério Público:
I - PROMOVER, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
 O CPP é de 1941 sob a CF de 1937 “a Polaca”: o juiz produz provas.
Sistema Acusatório
O CPP é de 1941 e foi elaborado sob a égide da Constituição de 1937, cujo sistema era inquisitivo. Em razão disso, o ordenamento jurídico brasileiro ainda apresenta alguma contaminação desse sistema. Especialmente quando autoriza o juiz produzir provas de ofício, porque eventualmente a figura do acusador e do julgador irão se confundir. Em razão disso, o professor Aury Lopes Jr. entende que o nosso sistema é neo-inquisitorial. O prof. Paulo Rangel utiliza a denominação sistema acusatório não puro. O prof. Fernando Capez chama de sistema misto.
 Na fase do inquérito, juiz não pode produzir prova de ofício, pois viola sistema acusatório.
 Lei 9.296/96: interceptação de comunicações telefônicas.
Inquérito Policial
Fase pré-processual
Politia: o termo na Roma Antiga designava políticas de Estado para segurança pública, posteriormente passou a designar os órgãos que desempenhavam essas políticas de Estado, tendo chegado ao Brasil, o termo polícia.
Polícia Militar, art. 144, §5º, CRFB/88
 POLITIA
					De Segurança
ou Administrativa	Polícia Rodoviária Federal, art. 144, §2º, CRFB/88
Polícia Ferroviária Federal, art. 144, §3º, CRFB/88
 Polícia				
(art. 144, CRFB/88)
Polícia Federal, art. 144,§1º, da CRFB/88
					Judiciária 
Polícia Civil, art. 144, §4º, da CRFB/88
Polícia de Segurança ou Administrativa
Ela tem a função principal de garantir a ordem pública por meio do policiamento ostensivo.
Polícia Judiciária
Ela tem a função precípua de fazer a investigação penal.
							 Principal, mas não exclusiva
Inquérito Policial
Inquérito policial é um procedimento via de regra elaborado pela polícia judiciária, que objetiva levantar elementos relativos à autoria e à prática de uma infração penal para que o legitimado possa propor a ação penal.
Natureza Jurídica
O inquérito é procedimento administrativo.
Obs.: procedimento é um conjunto de atos encadeados ordenados logicamente tendentes a uma finalidade.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação
das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo
III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas
testemunhas [obs.: testemunhas fedatárias] que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e
durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu
temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa. 
Titularidade Estado 
Art. 17. A autoridade policial NÃO PODERÁ mandar arquivar autos de inquérito.
O titular do inquérito é o Estado, o delegado de polícia é o representante do Estado que preside o inquérito.
 Delegado não pode arquivar inquérito.
Características
a. escrito
O inquérito policial é escrito porque os seus atos serão colocados a termo.
b. sigiloso
O inquérito policial é sigiloso porque seus atos não estão franqueadas paratodas as pessoas do povo. Entretanto ser sigiloso não significa ser secreto porque algumas pessoas poderão ter acesso aos autos do inquérito, como por exemplo o Ministério Público e os advogados, especialmente para os atos já concluídos e documentado, conforme se observa no artigo 7º, XIV, da Lei nº 8906/94 e da Súmula Vinculante 14 STF.
LEI Nº 8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994:
	
	Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Art. 7º São direitos do advogado:
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; (Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016)
Súmula Vinculante 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
c. inquisitorial
O inquérito é dito inquisitorial porque nele não há contraditório. Atualmente, com força do artigo 7º, XXI da Lei nº 8.906/94 existe a possibilidade de um início de contraditório, ainda na fase de inquérito, porque além do advogado ter direito a assistir ao depoimento do seu cliente no interrogatório, ele poderá também formular quesitos e apresentar razões.
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
a) apresentar razões e quesitos; (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
b) (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
Investigação diretamente pelo Ministério Público
A doutrina diverge quanto à possibilidade do MP fazer a investigação penal diretamente.
1a Posição: o MP não pode realizar investigação penal diretamente, porque a Constituição não lhe conferiu tal atribuição de forma expressa, tendo dado às polícias judiciárias a função de investigar no artigo 144, da CRFB/88.
2ª Posição: o artigo 129 da CRFB/88 não determinou de forma expressa a função de investigar para o MP, porém o artigo 129, VIII, da CRFB/88 estabelece como função institucional do MP a atividade de requisitar a instauração de inquérito e a realização de diligências.
VIII - REQUISITAR diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; 
Requerer significa pedir, requisitar significa ordenar, assim sendo se o MP pode ordenar a instauração de um inquérito e a realização de diligências pela Teoria dos Poderes Implícitos, ele pode fazer a investigação diretamente, conforme o entendimento majoritário da Doutrina e do STF.
A Proposta de Emenda Constitucional 37/2011, abreviada como PEC 37, foi um projeto legislativo brasileiro que pretendia emendar a Constituição brasileira para incluir a apuração de investigações criminais como atividade privativa da polícia judiciária.
Atos para instauração do inquérito
a) cognição imediata – art. 5º, I, CPP Portaria
Art. 5º Nos crimes DE AÇÃO PÚBLICA o inquérito policial SERÁ INICIADO:
I - de ofício; 
Na cognição imediata, a autoridade policial, ou seja, o delegado de polícia toma ciência da prática de uma infração penal por meio de suas atividades normais de trabalho. De ofício, o delegado mandará instaurar o inquérito por meio de um ato administrativo chamado portaria.
Atribuição para investigar.
Circunscrição: art. 4º, CPP
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995)
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
b) Cognição coercitiva – art. 5º, I, do CPP (auto de prisão em flagrante) 
Na cognição coercitiva, a autoridade policial toma ciência da prática de uma infração penal em razão da apresentação de uma pessoa presa em flagrante na delegacia. O delegado de ofício mandará instaurar um inquérito por meio do A.P.F. (auto de prisão em flagrante).
c) Cognição mediata – art. 5º, II, do CPP 		requerimento		vítima
							requisição		MP
										Juiz ???
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Na cognição mediata, a autoridade policial toma ciência da prática da infração penal em razão de informação prestada pelo ofendido, seu representante legal, nos casos de incapacidade, seus sucessores (cônjuge, ascendentes, descendentes, irmão), nos casos de morte ou declaração de ausência por sentença, ou ainda por informação do MP. O delegado irá instaurar o inquérito a requerimento (notitia criminis ou notícia crime) do ofendido ou requisição do MP.
A notícia crime vira registro de ocorrência. Pode ser oral, pode ser escrita.
Requerimento: pedido. Requisição: ordem
Obs.: A doutrina diverge se o magistrado poderia ou não requisitar a instauração de um inquérito. Alguns autores entendem ser possível porque o artigo 5º, II, do CPP autoriza. Porém, predomina o entendimento de que os juízes não podem requisitar a instauração de inquérito porque esta função foi reservada ao MP, artigo 129, inciso VIII da CRFB/88, e não para a magistratura.
CPP, Art. 5º, II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
CRFB/88, art. 129, VIII - REQUISITAR diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
d) Termo Circunstanciado
É o procedimento investigatório nas infrações de menor potencial ofensivo (contravenções penais e crimes com pena máxima em abstrato não superior a 2 anos) em qualquer tipo de cognição. Conforme artigos 61 e 69 da Lei 9.099/95.
Art. 61. CONSIDERAM-SE INFRAÇÕES PENAIS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei COMINE pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência LAVRARÁ TERMO CIRCUNSTANCIADO e o ENCAMINHARÁ IMEDIATAMENTE ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
Obs.: Havendo cognição coercitiva, nas infrações de menor potencial ofensivo. O apreendido em flagrante é levado para a delegacia, é feito o termo circunstanciado, e se o autor do fato assinar o Termo de Comparecimento ao JECRIM, ficará solto. Porém, se ele se recusar a assinar o termo de compromisso, o delegado deverá lavrar o APF e arbitrar fiança.
Prescindibilidade do Inquérito
O inquérito policial pode ser dispensado se o legitimado para propor a ação dispuser dos elementos mínimos necessários, conforme art. 39, §5º e art. 12, do CPP. De outra forma, não existindo os elementos mínimos necessários, o inquérito deverá ser realizado.
Art. 12. O inquérito policial ACOMPANHARÁ a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
Art. 39. O DIREITO DE REPRESENTAÇÃO PODERÁ SER EXERCIDO, pessoalmente OU por procurador com poderes especiais, mediante DECLARAÇÃO, escrita ou oral, FEITA ao JUIZ, ao ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, ou à AUTORIDADE POLICIAL
§ 5º O órgão do Ministério Público DISPENSARÁ O INQUÉRITO, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, OFERECERÁ A DENÚNCIA no prazo de quinze dias.
Elementosmínimos: autoria e materialidade.
Delatio Criminis
É informação que qualquer pessoa do povo, que não seja a vítima, faz na delegacia com relação à prática de um crime de ação penal pública. O delegado antes de instaurar o inquérito deverá mandar fazer a V.P.I. – Verificação da Procedência das Informações -, conforme artigo 5º, §3º, CPP.
Art. 5o Nos crimes DE AÇÃO PÚBLICA o inquérito policial SERÁ INICIADO:
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública PODERÁ, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, VERIFICADA a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
a) Delatio facultativa
A delatio criminis, via de regra, é facultativa. Conforme se observa do artigo 5º, §3º do CPP no qual o legislador utilizou o verbo PODERÁ. 
b) Delatio obrigatória
Algumas pessoas estão obrigadas por lei a comunicarem a prática de crimes, se não a fizerem, estarão praticando uma infração penal, como por exemplo, os profissionais da saúde e os funcionários públicos, na forma do art. 66, do Decreto-Lei 3.688/41 – Lei de Contravenções Penais.
Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente:
I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de
função pública, desde que a ação penal não dependa de representação;
II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da
medicina ou de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representação e a comunicação não exponha o cliente a procedimento criminal:
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
“Denúncia” Anônima e art. 5º, inciso IV da CRFB/88
A palavra denúncia não está sendo utilizada no seu significado técnico jurídico, porque denúncia é o nome da petição inicial que deflagra a ação penal pública. Melhor seria utilizar o termo delatio anônima.
Supremacia do interesse social na apuração de infrações penais x art. 5º, IV, da CRFB/88.
IV - é livre a manifestação do pensamento, SENDO VEDADO o
anonimato;
A Doutrina diverge quanto à possibilidade da denúncia ou delatio anônima dar causa à instauração de um inquérito. 
1ª Posição: A delatio anônima não pode ensejar a instauração de um inquérito porque esta é inconstitucional, viola o artigo 5º, inciso IV da CRFB/88, que garante a liberdade de expressão, mas veda o anonimato.
2ª Posição: A Constituição de 1988 adotou o princípio da cedência recíproca no qual todas as normas constitucionais possuem a mesma hierarquia, havendo conflito entre normas constitucionais, a solução pode ser obtida pelo princípio da proporcionalidade, este objetiva ponderar os valores inerentes a cada norma constitucional em conflito, a fim de verificar qual valor mais relevante em uma determinada situação concreta. E, portanto, qual norma constitucional deverá preponderar.
 Corte Alemã: necessidade, utilidade, proporcionalidade em sentido estrito.
Otto Bachof
Assim sendo, a maior parte da doutrina e da jurisprudência admite a utilização da delatio anônima para iniciar a instauração de um inquérito quando houver supremacia do interesse social na apuração de infrações penais em razão do princípio da proporcionalidade, devendo, no entanto, ser realizada a VPI antes da instauração do inquérito.
Justa Causa para Instauração do Inquérito
A justa causa está sempre relacionada com autoria e a existência de uma infração penal. A justa causa para instauração de inquérito consiste em indícios de autoria e indícios da existência de uma infração penal.
Obs.: A justa causa importa num lastro probatório mínimo de um procedimento.
Habeas Corpus para Excluir o Indiciamento (Trancar o Inquérito)
A instauração de um inquérito exige justa causa, se ele for instaurado sem esta, o indiciado pode impetrar o habeas corpus pedindo ao juiz a exclusão do seu nome do inquérito.
Revisar: habeas corpus
O "habeas corpus" é um remédio constitucional cabível sempre que alguém tiver sofrendo constrangimento ilegal no seu direito de ir e vir, ou quando estiver na iminência de sofrer tal constrangimento. Preceituado no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal.
Importante dizer que, o "habeas corpus" não é um recurso. Isso porque a utilização de recursos pressupõe uma decisão não transitada em julgado, e o remédio constitucional em questão pode ser impetrado a qualquer momento, ainda que esgotadas todas as instâncias. Além disso ele pode ser impetrado tanto contra uma decisão judicial, quanto contra um ato administrativo, bastando que haja a ameaça ou a violência ao direito de ir e vir de determinada pessoa. Portanto, dizemos que o "habeas corpus" é uma ação.
O "habeas corpus" preventivo é aquele impetrado quando existe uma ameaça ao direito de ir e vir de uma pessoa. Por outro lado, o "habeas corpus" liberatório é utilizado quando a pessoa já sofreu violação ao seu direito de locomoção.
Formas para instauração do Inquérito
a) Nos crimes de ação penal pública incondicionada, o delegado deve instaurar o inquérito de ofício não necessitando de nenhuma manifestação da vítima. 
b) Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, o delegado só pode instaurar o inquérito se o legitimado fizer a representação. Artigo 5º, §4º, CPP. 
Representação: condição de procedibilidade. Não tem forma. 
§ 4º O INQUÉRITO, nos crimes em que a ação pública DEPENDER DE REPRESENTAÇÃO, NÃO PODERÁ sem ela ser iniciado.
O próprio CPP exige a representação em tal caso. Quanto às formalidades de representação, o STJ entende que nas ações penais públicas condicionadas prescinde de qualquer formalidade, sendo suficiente a demonstração do interesse da vítima em autorizar a persecução criminal
c) Nos crimes de ação penal privada, o delegado só pode instaurar o inquérito a requerimento do legitimado para propositura da ação, conforme Artigo 5º, §5º do CPP.
§ 5o Nos CRIMES DE AÇÃO PRIVADA, a autoridade policial SOMENTE PODERÁ PROCEDER a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
OBS: A autoridade policial não pode instaurar IP e sequer lavrar auto de prisão em flagrante delito nos crimes de ação penal privada sem que haja requerimento do legitimado a propor a queixa-crime (art. 5º, §5º, CPP)
Prazos para Conclusão do Inquérito
a) Regra Geral
			10 dias indiciado preso
Art. 10, CPP 
			30 dias indiciado solto
Art. 10. O inquérito DEVERÁ TERMINAR no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido PRESO EM FLAGRANTE, ou estiver PRESO PREVENTIVAMENTE, CONTADO O PRAZO, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver SOLTO, mediante fiança ou sem ela.
b) Exceções com o indiciado preso
b1) Polícia Federal 15 dias, prorrogáveis por mais 15 dias.
		Art. 66 da Lei 5.010/66
Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial será de quinze dias, quando o indiciado estiver prêso, podendo ser prorrogado por mais quinze dias, a pedido, devidamente fundamentado, da autoridade policial e deferido pelo Juiz a que competir o conhecimento do processo.
b2) Prisão Temporária
b2.1.) REGRA 5 dias prorrogáveis por mais 5 dias
		
		Art. 2º da Lei 7.960/89
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
B2.2.) Crimes Hediondos e Equiparados 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias
				
		 Art. 2º, §4º da Lei 8.072/90
§ 4o  A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.    
c) Lei de Drogas		30 dias Indiciado Preso
Art. 51 da Lei 11.343/06
				90 dias Indiciado Solto
Art. 51.  O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único.  Os prazos a que se refereeste artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
Arquivamento e Desarquivamento
Conceito: Arquivamento é o ato que extingue o inquérito por falta de elementos para oferecimento da denúncia.
Natureza Jurídica: Alguns autores entendem que o arquivamento é um ato administrativo porque o inquérito é um procedimento administrativo, porém predomina o entendimento de que o arquivamento é uma decisão porque ela é ordenada por juiz.
Sujeito Ativo
a) Ação Penal Pública
					 Ordena
				Concorda 		 Arquivamento
					 Art. 18, CPP
MP requer
o arquivamento Juiz 						Oferece Denúncia
Art. 28, do CPP
(Obs1.)
			Não Concorda 		PGJ				*
								Insiste no Arquivamento
Vincula o juiz
· Determina outro promotor para oferecer denúncia (Obs2)
Obs1.: opinio iuris
Obs2.: longa manus
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, POR FALTA DE BASE PARA A DENÚNCIA, a autoridade policial PODERÁ PROCEDER a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Obs: A Lei 13964/19 tem como fundamento o sistema acusatório, conforme se observa do Art 28 do CPP, ela promove uma alteração no procedimento de arquivamento, retirando a figura do juiz, conforme se observa do artigo 28(com redação da lei 13.964), pela nova redação quem ordena o arquivamento é o Ministério Público e não mais o juiz, o MP irá em seguida comunicar a vítima, o indiciado e a autoridade policial, submetendo a decisão para apreciação e homologação ou não, por um órgão colegiado do próprio MP. A vítima, se ficar inconformada poderá fazer recurso no prazo de 30 dias que será encaminhado para um órgão de revisão no Ministério Público.
É importante ressaltar que o artigo 28 com redação dada pela Lei 13.964/19, encontra-se na parte relativa ao Juiz das Garantias que no momento encontra-se suspensa pelo STF.
b) Ação Penal Privada
A maior parte da doutrina entende que não cabe o pedido de arquivamento nas ações penais privadas porque a lei estabeleceu outros institutos para o legitimado abdicar do direito de ação (renúncia e decadência).
Obs.: O professor Tourinho Filho entende que se o legitimado para a propositura da ação penal privada fizer uma petição requerendo o arquivamento, o juiz deve receber essa petição como sendo renúncia. 
 Em Penal, fungibilidade: somente em fase recursal
Modalidades de Arquivamento
a) Expresso ou Explícito
No arquivamento expresso ou explícito, o Ministério Público requer o arquivamento por escrito, explicitando as razões. O arquivamento expresso poderá ser:
a1: Objetivo
Art. 155, CP		Art. 171, CP
Denúncia		Arquivamento
		Tício
O arquivamento objetivo recai sobre fato delituoso. 
a2) Subjetivo
Tício 		Caio
 Denúncia			 Arquivamento	
Furto	 
 Maria
O arquivamento subjetivo recai sobre pessoas.
b) Implícito
O arquivamento implícito também pode ser objetivo ou subjetivo. Ele ocorre quando o MP oferece denúncia por um fato e/ou pessoa, silenciando com relação a outro fato e/ou pessoa.
Obs.: O STF entende que o arquivamento implícito é ilegal, porque ele dificulta o controle dos princípios da obrigatoriedade e da indivisibilidade que norteiam as ações penais públicas.
Definitividade da decisão de arquivamento
A decisão que ordena o arquivamento via de regra faz coisa julgada formal. Ela traz ínsita a cláusula rebus sic stantibus, ou seja, mantida a situação da coisa. Dessa maneira, surgindo notícias de novas provas é possível haver o desarquivamento, conforme artigo 18, do CPP.
a) Provas formalmente novas
São as provas que não existiam ao tempo do inquérito, mas que não alteram a situação fática que ensejou o arquivamento.
b) Provas substancialmente novas
São as provas que não existiam ao tempo do inquérito, mas que alteram a situação fática que ensejou o arquivamento. Seriam estas as provas novas que permitiriam o desarquivamento.
Artigo 18, do CPP e súmula 524, do STF
						
Notícias de Novas Provas		Existência de Novas Provas
Desarquivamento		Oferecimento da Denúncia (Propositura da ação penal)
Súmula 524, STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
O artigo 18 do CPP exige somente notícias de novas provas. Mas é para o desarquivamento do inquérito. Pois a propositura da ação penal exige a existência de novas, conforme súmula 524 do STF.
Arquivamento e Queixa-Crime Substitutiva
Queixa-Crime Substitutiva é o nome da petição inicial que deflagra a ação penal privada subsidiária da pública. Esta tem cabimento quando o MP fica inerte deixando transcorrer in albis os prazos para oferecimento da denúncia.
O MP ao receber o inquérito, pode tomar 3 atitudes:
· Requerer o arquivamento;
· Requisitar diligências;
· Oferecer denúncia.
Caso ele requeira o arquivamento, não terá ficado inerte, portanto, não cabe a propositura da ação penal privada subsidiária da pública, por meio da queixa-crime substitutiva.
Ação Penal
Fundamento Constitucional
A ação penal possui um fundamento expresso no art. 5º, LIX, da CRFB/88. E um fundamento implícito no art. 5º, XXXV, da CRFB/88 que enuncia o princípio da inafastabilidade da jurisdição.
LIX - SERÁ ADMITIDA AÇÃO PRIVADA NOS CRIMES DE AÇÃO PÚBLICA, se esta NÃO FOR INTENTADA no prazo legal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Conceito: a ação é o direito de obter do Estado a prestação jurisdicional.
Prestação jurisdicional: qualquer manifestação do Estado Juiz
Tutela jurisdicional: é uma prestação jurisdicional do Estado ao direito de alguém 
Característica ou Natureza Jurídica
Direito subjetivo, público, abstrato e autônomo.
Teoria concretista da ação: só há ação, se houver direito material;
Direito Potestativo: sujeito de dever (Estado) está instado de sujeição.
Subjetivo: sujeito de direito só terá seu direito atendido se o sujeito de dever tiver um comportamento positivo ou negativo.
O sujeito de dever é o ESTADO, por isso, público. PODER-DEVER. Monopólio de administração da justiça. Uma vez provocado, ele tem o dever de se manifestar.
CONTRA o Estado; EM FACE, do réu.
Abstrato: o que a parte deseja é apenas manifestação do Estado Juiz.
Autônomo, por independer do direito material.
Titularidade
É do Estado, pois é dele o direito de punir.
Exercício do Direito de Ação
a) Ação Penal Pública: nas ações penais públicas quem exercita o direito de ação em nome do Estado é o Ministério Público.
b) Ação Penal Privada: nas ações penais privadas, o Estado concede legitimidade extraordinária para a propositura da ação.
Legitimado Ordinário: é o Estado.
Classificação Subjetiva
					Incondicionada
			Pública				À Representação
					Condicionada
	À requisição do Min. de Justiça
Ação Penal		Privada Subsidiária da Pública
					 Exclusiva ou Propriamente Dita
			Privada 
					 Personalíssima (art. 236, CP)
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento.
No processo penal a regra é que a ação penal seja pública incondicionada, no silêncio do legislador, esta será a natureza da ação.
A ação penal será pública condicionada ou ação penal privada quando o legislador determinar.
Origem: art. 129: ação penal pública incondicionada
Lesão leve e lesão corporal culposa ação penal pública condicionada à representação (art. 88, Lei dos Juizados Especiais 9.099/95).
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial,
DEPENDERÁ DEREPRESENTAÇÃO a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
Lei Maria da Penha: ação penal incondicionada, em caso de violência doméstica. Lei 11.340/06.
O STF, por maioria de votos, julgou procedente a ADI 4.424, para dar a este inciso interpretação conforme a CF, assentando a natureza incondicionada da ação penal em caso de crime de lesão, pouco importando a extensão desta, praticado contra a mulher no ambiente doméstico
É direito processual penal.
Obs.: O artigo 145, § único do CP estabelece ação penal pública condicionada à representação para os crimes praticados contra a honra de servidor público, no exercício das funções. Porém, a súmula 714 do STF estabelece legitimidade concorrente do ofendido, mediante queixa e do MP mediante representação do ofendido. Dessa maneira, nos crimes contra a honra do servidor público no exercício da função a ação penal poderá ser pública condicionada à representação ou ação penal privada.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. 
Parágrafo único. PROCEDE-SE mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código.
Súmula 714
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.
Condições para o legítimo exercício do direito de ação ou Condições para provimento de mérito
			Legitimidade
a) Genéricas 		Interesse de Agir
			Possibilidade Jurídica do Pedido
			Justa Causa
Legitimidade: ativa: pública: MP
		Privada: legitimidade extraordinária
		Passiva: suposto réu
Interesse de agir: necessidade x utilidade Poder Judiciário/função preventiva da pena (retribuição x preventiva)
Possibilidade Jurídica do Pedido: Civil: não existe mais. Pedido juridicamente impossível: lei.
Enrico Tullio Liebman: “possibilidade jurídica do pedido” é mérito, não condição. É análise de mérito.
Justa Causa: A justa causa é o lastro probatório mínimo que possibilita a propositura da ação. Ela consiste em indícios suficientes de autoria e provas da existência de uma infração penal. Autoria e Materialidade. Nem todo crime é material. Temos crimes formais e de mera conduta. 
Art. 312, CPP
Art. 312. A PRISÃO PREVENTIVA PODERÁ SER DECRETADA como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. A PRISÃO PREVENTIVA também PODERÁ SER DECRETADA em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 395, III, CPP
Art. 395. A DENÚNCIA ou QUEIXA SERÁ REJEITADA quando:
III - FALTAR justa causa para o exercício da ação penal.
b) Específica: Toda e qualquer ação deve preencher as condições genéricas para o legítimo exercício do direito de ação. Algumas ações, além destas, devem preencher condições específicas, como por exemplo, a representação do ofendido e a requisição do Ministro da Justiça, nas ações penais públicas condicionadas. 
Laudo pericial nos crimes contra a propriedade materiais.
Obs.: Condição de Procedibilidade: a representação e a requisição do Ministro da Justiça na Teoria Geral do Processo é uma condição específica para o legítimo exercício de direito de ação. Porém, no processo penal, normalmente, se utiliza o termos Condição de Procedibilidade para designar a natureza jurídica da representação e da requisição do Ministro da Justiça.
Ação Penal Pública
Princípios
Obrigatoriedade: presentes os elementos mínimos necessários, o MP está obrigado a propor a ação, não podendo deixar de fazer por questão de foro íntimo. Tais como: convicções religiosas, filosóficas, ideológicas, etc.
Oficialidade 		
Indisponibilidade: depois de iniciada a ação penal o MP não poderá dela desistir, art. 42 CPP.
Art. 42. O Ministério Público NÃO PODERÁ desistir da ação penal.
As normas que regulam as ações públicas são ditas oficiais porque elas são cogentes de interesse público, não podendo a vontade das partes afastá-las.
Indivisibilidade: nos casos de concurso de pessoas, havendo indícios suficientes de autoria, o MP está obrigado a oferecer denúncia em face de todos os coautores ou partícipes, não podendo deixar alguém de fora por questões de foro íntimo.
Obs.: O STF entende que o princípio da indivisibilidade só se aplica nas ações penais privadas porque se o MP deixar alguém de fora da denúncia nos casos de concurso de pessoas, poderá oferecer denúncia caso surjam indícios de autoria. 
Intranscendência: a ação penal não pode ultrapassar a pessoa que praticou o delito.
Ação Penal Pública Incondicionada
Nas ações penais públicas incondicionadas presentes os elementos mínimos necessários o MP está obrigado a oferecer denúncia não necessitando aguardar o preenchimento de nenhuma condição específica para o legítimo exercício de direito de ação, como por exemplo, a representação e a requisição do Ministro da Justiça.
Ação Penal Pública Condicionada à Representação
a) Legitimidade: a legitimidade para fazer a representação pertence ao ofendido, seu representante legal nos casos de incapacidade, art. 24, caput, do CPP, ou sucessores (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão), no casos de morte ou declaração de ausência por sentença, art. 24, §1º CPP.
Art. 24. Nos CRIMES DE AÇÃO PÚBLICA, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Basta ir à delegacia.
b) Prazo decadencial: o artigo 38 do CPP estabelece um prazo decadencial de 6 meses para o legitimado fazer a representação contados do dia em que ele vier a saber quem foi o autor do delito.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, DECAIRÁ no DIREITO DE QUEIXA ou DE REPRESENTAÇÃO, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, CONTADO do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.
OBS: O prazo decadencial é considerado de natureza penal, razão pela qual deve ser contado o dia do começo (art. 10. 1ª parte, CP)
b1: Menor de 18 anos: nas hipóteses em que a vítima for menor de 18 anos, somente seu representante legal pode fazer sua representação, dispondo de um prazo decadencial de 6 meses. Porém a doutrina e a jurisprudência entendem que quando o menor completa dezoito anos se inicia para ele o prazo decadencial de seis meses.
c) Eficácia Objetiva: A representação é do Fato, envolve todos que dele tenham participado, conhecidos ou não pela vítima. representação vem antes da denúncia.
d) Natureza Jurídica
A representação é uma condição de procedibilidade sem a qual o MP não pode oferecer denúncia. Pela Teoria Geral do Processo ela é uma condição específica para o exercício legítimo da ação. 
e) Retratação: A retratação importa na retirada da representação. Ela poderá ocorrer antes do MP oferecer denúncia. Conforme se observa da interpretação a contrario sensu do artigo 25 do CPP. O principal efeito da retratação é a retirada da condição de procedibilidade, impedindo a propositura da ação pelo MP. 
Art. 25. AREPRESENTAÇÃO SERÁ IRRETRATÁVEL, depois de OFERECIDA a denúncia.
A representação, em regra, é retratável somente até o oferecimento da denúncia, nos termos do art. 25 do CPP. Mas há uma exceção. O art. 16 da Lei 11340/06 (Lei da Maria da Penha) possibilita a retratação feita pela ofendida, em audiência especialmente designada para tal fim, ainda que a denúncia já tenha sido oferecida, mas antes de seu recebimento pelo juiz.
Retratação da retratação= nova representação
Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça
A requisição do Ministro da Justiça importa uma condição de procedibilidade sem a qual o Ministério Público não pode oferecer denúncia.
a) Retratação da Requisição do Ministro da Justiça: alguns autores entendem que mesmo o artigo 25 do CPP não mencionando a retratação da requisição do Ministro da Justiça ela seria possível por analogia, entretanto predomina o entendimento de que não é possível a retratação de requisição do Ministro da Justiça em razão da relevância dos bens tutelados por essa espécie de ação, não incluindo a retratação da requisição do Ministro da Justiça no artigo 25 de forma proposital. Trata-se de um silêncio eloquente para impedir a referida retratação.
Curador Especial
O artigo 33 do CPP estabelece que nas hipóteses em que o incapaz não tenha representante legal ou quando os interesses do representante colidirem com os interesses do incapaz, o juiz nomeará curador especial. Não é o MP!!!
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.
Ação Penal Privada
Legitimidade Ativa
 a) Ação penal exclusivamente privada ou propriamente dita: a legitimidade ativa pertence ao ofendido, seu representante legal nos casos de incapacidade, art. 30, CPP ou sucessores (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão) nos casos de morte ou declaração de ausência por sentença, conforme art. 31 do CPP.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o DIREITO DE OFERECER QUEIXA ou PROSSEGUIR NA AÇÃO PASSARÁ ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
b) Ação penal privada personalíssima: a legitimidade ativa pertence só ao ofendido. Exemplo: artigo 236, §único do CP.
Princípios
a) Oportunidade: O Estado confere legitimidade extraordinária para a propositura da ação penal privada. O legitimado tem a faculdade de propor ou não a ação. Caso decida fazer, poderá propor no momento que entender mais oportuno dentro do prazo decadencial de 6 meses.
Não basta ir na delegacia prestar notícia-crime. Tem que prestar queixa, endereçada ao juiz.
b) Disponibilidade: Depois de iniciada a ação penal, o querelante poderá dela desistir a qualquer tempo até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, por meio do perdão ou da perempção.
c) Indivisibilidade: nos casos de concurso de pessoas, havendo indício suficiente de autoria, o legitimado deverá propor a ação penal por meio da queixa-crime em face de todos os coautores. Caso deixe alguém de fora, por questões de foro íntimo, tal ato importará em renúncia tácita.
d) Intranscendência: a ação penal não pode ultrapassar a pessoa que praticou o delito.
Condições para o legítimo exercício do direito de ação
As ações penais privadas necessitam preencher as condições genéricas para o legítimo exercício de direito de ação, em algumas hipóteses necessitarão também preencher condições específicas como, por exemplo, o trânsito em julgado da sentença que anula o casamento no artigo 236, §único do CP.
Causas Extintivas
				 Perdão
Renúncia 
	Queixa-Crime		Perempção
a) Renúncia: é a causa extintiva da punibilidade, art. 107, V, do CP, por meio da qual o legitimado abdica do seu direito de ação.
Art. 107 - EXTINGUE-SE A PUNIBILIDADE:
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
a1) Características: a renúncia ocorre antes do início da ação penal privada e consiste em um ato unilateral.
a2) Formas
a2.1.) Renúncia Expressa: o legitimado renuncia ao direito por escrito. Ex: por meio de carta.
a2.2.) Renúncia Tácita: a renúncia tácita importa na prática de qualquer ato incompatível com a vontade de propor a ação penal. Ex: tornar-se amigo íntimo, namorado (a) do ofensor. 
Obs.: a renúncia tácita admite qualquer meio de prova permitido em direito. Art. 57, CPP.
Art. 57. A RENÚNCIA TÁCITA e o PERDÃO TÁCITO ADMITIRÃO todos os meios de prova.
OBS: A renúncia é ato unilateral, já que não depende de aceitação do autor da infração penal. É voluntário, pois o ofendido não pode ser obrigado a renunciar. Contudo, não precisa ser expresso, admitindo a lei a renúncia tácita, isto é, a prática de ato incompatível com a vontade de processar o autor do delito (ex: convidá-lo para ser padrinho de casamento).
Admite-se todo meio de prova para provar a renúncia tácita (art. 57, CPP).
a3) Extensão da renúncia
Nos casos de concurso de pessoas, a renúncia feita para 1 dos agentes a todos se estenderá. Artigo 49, CPP.
Art. 49. A RENÚNCIA AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE QUEIXA, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.
b) Perdão: o perdão é a causa extintiva da punibilidade, artigo 107, V, CP. Por meio da qual, o querelante desiste de prosseguir com a ação penal por motivo de indulgência.
Art. 107 - EXTINGUE-SE A PUNIBILIDADE:
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
b1) Características: o perdão ocorre após o início da ação penal e consiste em um ato bilateral porque exige aceitação do querelado. Art. 51, CPP.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
O perdão do ofendido na ação penal privada é fruto do princípio da disponibilidade. Para ter efeito, deve ser aceito pelo acusado. E mais: em razão de outro princípio aplicável às ações penais privadas – o da indivisibilidade – o perdão concedido a um dos acusados aproveitará a todos, desde que, é claro, o aceitem (art. 51, CPP)
b2) Formas
b21) Perdão Processual: o perdão é oferecido diretamente dentro do processo por meio de uma petição escrita ou verbalmente em audiência.
Perdão Judicial: crimes culposos, quando os efeitos recaem de forma tão drástica no réu, que a pena é ineficaz.
b22) Perdão extra processual: ele é oferecido fora do processo, sendo posteriormente trazido aos autos como prova de extinção da punibilidade. Ele poderá ser expresso se for oferecido por escrito ou tácito que importa na prática de qualquer ato incompatível com a vontade de prosseguir com a ação.
Obs.: O perdão tácito permite a utilização de qualquer meio de prova em direito admitido. Artigo 57, CPP. 
b3) Extensão do Perdão: nos casos de concurso de pessoas, o perdão processual oferecido para um dos agentes a todos se estenderá, salvo para aquele que recusar.
b4) Dies ad quem do Perdão: o perdão poderá ser oferecido a qualquer tempo até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, art. 106, §2º do CP.
Art. 106 - O PERDÃO, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: § 2º - NÃO É ADMISSÍVEL o PERDÃO depois que passa em julgado a sentença condenatória.
c) Perempção: a perempção é uma causa extintiva da punibilidade , art. 107, IV do CP que ocorre nas hipóteses do artigo 60, do CPP.
Art. 107 - EXTINGUE-SE A PUNIBILIDADE:
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante QUEIXA, CONSIDERAR-SE-Á PEREMPTA a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo,para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, SEM MOTIVO JUSTIFICADO, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
fiat iustitia
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública
Trata-se de uma ação pública em que o MP fica inerte deixando transcorrer in albis os prazos do artigo 46 do CPP para o oferecimento da denúncia, nessas hipóteses o artigo 5º, inciso LIX, da CRFB/88 e o artigo 29 do CPP conferem legitimidade extraordinária (ofendido, representante legal ou sucessores) para a propositura da ação penal privada subsidiária da pública por meio da queixa-crime substitutiva, porém a ação penal privada subsidiária da pública não perde as características de ação penal pública porque nela não cabem renúncia, perdão ou perempção, caso ocorram o MP retoma o polo ativo voltando a ação penal a ser pública.
COM é silente, porém justifica-se pela CRFB/88.
Art. 46. O PRAZO PARA OFERECIMENTO DA DENÚNCIA, ESTANDO o réu preso, SERÁ de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, SE HOUVER devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), CONTAR-SE-Á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
Art. 29. SERÁ ADMITIDA AÇÃO PRIVADA nos crimes de ação pública, se esta NÃO FOR INTENTADA no prazo legal, CABENDO ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, RETOMAR a ação como parte principal.
LIX - SERÁ ADMITIDA AÇÃO PRIVADA NOS CRIMES DE AÇÃO PÚBLICA, se esta NÃO FOR INTENTADA no prazo legal;
Prazo Decadencial
				 Ofendido: 6 meses
Réu Solto
 15 dias					MP: Prescrição
		
O artigo 38 do CPP estabelece um prazo decadencial de 6 meses para o legitimado extraordinário subsidiário apresentar a queixa crime substitutiva propondo a ação penal privada subsidiária da pública, contados do dia que o MP fica inerte perdendo o prazo do artigo 46 do CPP, entretanto os prazos do artigo 46 do CPP são impróprios para o MP, ou seja, não geram preclusão temporal. Podendo ele oferecer denúncia a qualquer tempo até que ocorra a prescrição da pretensão punitiva do Estado. Dessa maneira, uma das relevâncias dos prazos do artigo 46 do CPP é marcar o dies a quo, ou seja, dia do início do prazo decadencial de 6 meses.
 Preclusão: Perda do direito a prática de um ato processual
Atuação do Ministério Público
Ação penal exclusivamente privada ou propriamente dita e Ação Penal Privada Personalíssima
O MP não possui legitimidade ativa. Ele atuará somente como custus legis, ou seja, fiscal da lei. Ele irá por exemplo fiscalizar a aplicação do princípio da indivisibilidade, artigo 48, CPP.
Ação Penal Privada subsidiária da Pública
O MP é assistente obrigatório, se ele não repudiar a queixa e oferecer denúncia, irá atuar ao lado do querelante, fazendo o aditamento objetivo ou subjetivo, produzindo provas, fazendo alegações, recorrendo se for o caso. E nas hipóteses de desídia do querelante, o MP retoma o polo ativo, voltando a ação penal a ser pública, conforme artigo 29, do CPP.
Curador Especial
O artigo 33 do CPP estabelece que se o incapaz não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os interesses daquele, o juiz irá nomear um curador especial para patrocinar os interesses do incapaz.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.
Actio Civilis Ex Delicti
Conceito de Responsabilidade Civil
Todas as pessoas na sociedade possuem um dever jurídico originário que é o de não praticar atos ilícitos. Violado esse dever originário, se a violação causar dano a outrem, surgirá um dever jurídico sucessivo de indenizar.
Estudar Responsabilidade no âmbito civil.
Responsabilidade Civil no Processo Penal
Sentença Penal Condenatória com trânsito em julgado
Juízo Criminal
		An DebeaturSentença Penal Condenatória com Trânsito em Julgado
 Mínimo de Quantum Debeatur
		
Vítima não satisfeita com valor mínimoTítulo Executivo Judicial
			Vítima satisfeita 
		 com valor mínimo
Liquidação da Sentença
Juízo Cível
Ação de Execução
Sentença Penal Condenatória com trânsito em julgado é título executivo judicial. Além de fixar a sanção penal, o juiz deve estabelecer um valor mínimo para reparação dos danos sofridos pela vítima, conforme artigo 387, IV, do CPP. Se a vítima estiver satisfeita com o valor mínimo fixado, poderá levar a sentença penal ao juízo cível e promover uma ação de execução para receber indenização. Se a vítima não estiver satisfeita com o valor mínimo estipulado, deverá promover no juízo cível, uma liquidação de sentença a fim de apurar o efetivo valor devido, para, em seguida, promover a ação de execução, conforme artigo 63, §único do CPP.
Art. 387. O juiz, AO PROFERIR SENTENÇA CONDENATÓRIA:
IV - FIXARÁ valor mínimo para REPARAÇÃO DOS DANOS causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;
##Atenção: ##STJ e STF: ##DOD: A previsão da indenização contida no inciso IV do art. 387 surgiu com a Lei 11.719/08. Se o crime ocorreu antes da Lei e foi sentenciado após a sua vigência, pode ser aplicado o dispositivo e fixado o valor mínimo de reparação dos danos? NÃO. A regra do art. 387, IV, do CPP, que dispõe sobre a fixação, na sentença condenatória, de valor mínimo para reparação civil dos danos causados ao ofendido, é norma híbrida, de direito processual e material, razão pela que não se aplica a delitos praticados antes da entrada em vigor da Lei 11.719/08, que deu nova redação ao dispositivo.
Artigo 63, parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução PODERÁ SER EFETUADA pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.
Obs.: A ação de execução da sentença penal no juízo cível poderá ser promovida pelo ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros, art. 63, caput, do CPP.
Art. 63. Transitada em julgado a SENTENÇA CONDENATÓRIA, PODERÃO PROMOVER-LHE A EXECUÇÃO, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.
Sentença Penal Absolutória com Trânsito em Julgado
O artigo 386 do CPP estabelece as hipóteses em que o réu pode ser absolvido, dependendo do fundamento da sentença absolutória, a vítima poderá lograr êxito ou não em receber uma indenização caso proponha uma ação no âmbito cível.
Art. 386. O juiz ABSOLVERÁ o réu, MENCIONANDO a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - ESTAR PROVADA a inexistência do fato; Fecha as portas do Juízo Cível
II - não haver prova da existência do fato; Não fecha as portas do Juízo Cível
III - não constituir o fato infração penal; Não fecha as portas do Juízo Cível
IV – ESTAR PROVADO que o réu NÃO CONCORREU para a infração penal; Fecha as portas do Juízo Cível
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;
VI – EXISTIREM circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida
sobre sua existência; Não fecha as portas do Juízo Cível
VII – não existir prova suficiente para a condenação. Não fecha as portas do Juízo Cível
Parágrafo

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