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MELANOMA - Introdução Neoplasia maligna que se origina nos melanócitos Dentre os cânceres de pele, são os menos incidentes porém os mais letais > alto risco de metástase precoce Está entre as formas mais comuns de câncer em adultos jovens Quando diagnosticado em estágios iniciais cerca de dois a cada três pacientes apresentam sobrevida maior que cinco anos Alta mortalidade quando diagnosticado de forma tardia, podendo chegar a 80% de todas as mortes causadas por câncer de pele Tendência ao aumento global da doença - Fatores de risco Radiação ultravioleta, presente na luz solar, é o maior agente etiológico associado ao melanoma Exposição solar intermitente, alta intensidade durante curto período Histórico familiar Tendência a queimar, incapacidade de se bronzear Cabelos ruivos Defeitos na reparação do DNA (ex: xeroderma pigmentoso) Obs: acima estão os fatores de risco, mas pode ocorrer em negros também Nevos melanocíticos Nevos displásicos (não é melanoma nem 100% vai virar melanoma, mas é fator de risco) Nevos congênitos (particularmente lesões axiais grandes com múltiplos satélites) Efélides Histórico pessoal de melanoma MELANOMA EXTENSIVO SUPERFICIAL Tipo mais comum 70% de todos melanomas Mais frequente em tronco de homens e pernas de mulheres Pode aparecer “de novo” (aparece de uma lesão nova, não vem de um apinta) ou em nevo preexistente Mácula assintomática, marrom a enegrecida, com variações de cor, podendo ter pápula ou nódulo associado (crescimento radial) Regressão pode ser vista (resposta imunológica contra as células tumorais - forma fibrose) Para biópsia, pegar a região do nódulo, pois é a região mais espessa Mácula com tons castanhos mais escuro e mais claro, mal delimitado, em dorso Máculas com tons acastanhadas, com meio roseo e centro azulado Mácula com tons acastanhados e róseos, bordas irregulares MELANOMA NODULAR Segundo tipo mais comum Diagnosticado, mais frequentemente, em pacientes na sexta década de vida 15 a 30% dos melanomas Ocorre em qualquer local, sendo mais observado em tronco, cabeça e pescoço Nódulo azul a enegrecido, algumas vezes róseo ou avermelhado, pode ser ulcerado ou sanguinolento Prognóstico ruim > mais espesso Nódulo enegrecido em asa nasal MELANOMA LENTIGOMALIGNO Minoria dos melanomas cutâneos (até 15%) Mais frequente na sétima década de vida Mais frequente em face (nariz e bochecha) Mácula de crescimento lento, assimétrica, variações de cor e bordas irregulares Surge do lentigo maligno (melanoma in situ) MELANOMA LENTIGINOSO ACRAL Tipo incomum 5 a 10% dos melanomas Sétima década de vida Palmas, plantas ou aparelho ungueal Representa uma porcentagem desproporcional em negros (até 70%) e asiáticos (até 45%) como resultado de uma relativa escassez de melanomas diagnosticados nesses grupos Mácula assimétrica, marrom a negra, com variação de cor e bordas irregulares Dificuldade diagnóstica, detecção tardia Diagnóstico diferencial: nevo hipercromico, … racial MELANOMA E GRAVIDEZ Hormônios que estimulam melanócitos (progesterona) Escurecimento de nevos melanocíticos Não foi evidenciada associação entre alterações hormonais durante a gravidez e piora do prognóstico Cirurgia com anestesia local é tratamento de escolha em pacientes com melanoma estágio I ou II Em estágios avançados, discutir com pacientes vantagens e desvantagens de quimioterapia Não há estudos evidenciando efeito adverso do uso de contracepção hormonal no desenvolvimento do melanoma MELANOMA NA INFÂNCIA Raro Fatores de risco similares a dos adultos Nevo Melanocítico Gigante (> 20 cm) Melanomas com características de Nevo de Spitz são mais frequentes nessa faixa etária (diagnóstico diferencial) Tratamento similar ao adulto OUTROS VARIANTES DEMELANOMA Melanomas amelanóticos - lesão sem pigmento Melanomas nevóides Melanoma “spitzoide” Melanoma de células pequenas Nevo azul maligno Melanoma Neurotrópico/ desmpoplásico/ fusiforme Melanoma de células claras: melanoma de partes moles Melanoma tipo animal Melanoma ocular Melanoma de mucosa - Diagnóstico diferencial Nevos atípicos (displásicos, Clark) CBC pigmentado Queratose Actínica Pigmentada Melanoníquia longitudinal (unha com estrias escuras) Nevo Azul Nevo de Spitz Queratose Seborreica Hematoma subungueal Hemangioma trombosado, angioqueratoma NEVOMELANOCÍTICO ATÍPICO (DISPLÁSICO) Designação clínica controversa para nevos que apresentam alterações morfológicas Assimetria, bordas irregulares, alterações de cor A imensamaioria é clinicamente estável, no entanto algumas lesões podem evoluir para melanoma > não tira todo nevo displásico Conformação de ‘ovo frito’ Síndrome dos Nevos Displásicos - Diagnóstico Todo profissional de saúde deve estar atento Regra “ABCDEF” Autoexame da pele Atentar para lesões novas, alteração de cor, tamanho ou textura de lesão prévia, dor ou prurido, sangramento Orientar familiares a observar a pele - Suspeita clínica (regra ABCDE) A (assimetria) - se quando a lesão for dividida em quatro, as partes são diferentes F - sinal do patinho feio - Dermatoscopia A sensibilidade (% de melanomas corretamente diagnosticados) do diagnóstico do melanoma a “olho nu” gira em torno de 70% A dermatoscopia aumenta essa sensibilidade para 90% - Biópsia O exame anatomopatológico é padrão ouro A biópsia excisional (margem 2 mm, no máximo) > não é recomendado margem ampla , pois muda a anatomia da região Biópsia incisional pode ser considerada em algumas situações Se biópsia incisional: preferir áreas mais escuras e/ou papulosas e/ou espessa (nódulo) Guiadas por dermatoscopia Margens amplas na abordagem inicial não são recomendadas, porque devemos preservar a trama linfática local Em membros deve ser feita no sentido longitudinal Em tronco, cabeça e pescoço seguindo as linhas de Langer O laudo AP deve conter: Comprometimento e distância de margens Presença ou não de invasão de derme Se neoplasia invasiva: A) Espessura tumoral (Breslow = espessura tumoral)- mais forte preditor de sobrevida !!!! - IMPORTANTE B) Índice mitótico - se tem mitose, pior prognóstico C) Presença ou não de ulceração D) Microssatelitose/ satelitose - Histopatologia domelanoma Proliferação assimétrica de melanócitos Melanócitos atípicos Mitoses Melanócitos pagetóides - Prognóstico Espessura do tumor (< ou igual a 1 mm baixo risco, >1 mm alto risco) - quanto pior o Breslow, pior prognóstico Ulceração Idade Sexo (somente para doenças localizadas, homens com pior prognóstico) Locais anatômicos (tronco, cabeça e pescoço com pior prognóstico que extremidades) Número de linfonodos envolvidos Linfonodos regionais sobrecarregados do tumor (metástases nodais palpáveis com pior prognóstico que não palpáveis) Sítio de metástase a distância (metástases viscerais com pior prognóstico do que não viscerais- pele, subcutâneo, linfonodos) - Microestadiamento Breslow (mede a espessura do tumor - do estrato córneo até a última célula tumoral) Clark I: confinado a epiderme II: invade a derme papilar III: derme reticular superficial IV: derme reticular profundo V:invade tecido gorduroso * Usado no estadiamento, para diferenciar lesões Ia e Ib - Regressão Resposta imune ao tumor - Estadiamento (não precisa decorar) - Conduta nomelanoma primário (estágio I e II) Excisão cirúrgica com margens laterais apropriadas, de acordo com o Breslow A ampliação da margem deve ser feita, preferencialmente, entre 4 a 6 semanas da biópsia inicial Em relação às margens profundas, não há consenso como ocorre nas margens laterais: quando possível ressecar até fáscia muscular ou até subcutâneo profundo, dependendo da localização do tumor Obs: atualmente não tira fáscia muscular, biópsia até TECIDO GORDUROSO (margem profunda) Cirurgia micrográfica de Mohs: método muito útil para tratar lesões em áreas que seja importante preservar tecido são, como face. O uso de métodos terapêuticos alternativos para tratar LM ou Mis, especialmenteos não cirúrgicos ( imiquimode e radioterapia) é justificado em pacientes sem condições cirúrgicas ou casos em que a cirugia possa causar grande dano funcional OBS: margens recomendadas de acordo com a espessura do tumor - Conduta nomelanomametastático regional (estádio III) Biópsia de linfonodo sentinela de acordo com indicações Terapia adjuvante: modificadores da resposta biológica recombinantes, particularmente IFN- alfa Obs: biópsia de linfonodo sentinela não aumenta sobrevida do paciente, consegue fazer um estadiamento melhor do paciente Linfonodo sentinela: primeiro sítio de deposição de células metastáticas do melanoma Definição adequada de estadiamento e prognóstico do paciente com melanoma e pesquisa daqueles candidatos à terapia adjuvante Não há comprovação que cause impacto na sobrevida Obs: Indicação de pesquisa de linfonodo sentinela < 0,8 mm sem ulceração = não faz < 0,8 mm de Breslow apenas se tiver ulceração > 4 mm de Breslow não faz, porque provavelmente já tem metástase OLHAR AUDIO - Conduta nasmetástases a distância (estádio IV) Avaliação do paciente com doença metastático suspeita Histórico médico e exame clínico TC tórax, abdome e pelve RNM cérebro Marcadores sorológicos como s 100 Cirurgia: ressecção de metástases pode constituir excelente paliativo Radioterapia: melanoma avançado sintomático ( dor associada a metástases ósseas, compressão da medula espinhal, metástases cerebrais e controle local de doença cutânea) Terapia sistêmica Quimioterapia: dacarbazina Imunoterapia: infusão de efetores do sistema imune como citocinas, células Killer ou anticorpos/ altas doses de IL 2 Quimioimunoterapia: modificadores da resposta biológica e quimioterapia; altas doses de IFN- alfa ou IL- 2 com quimioterapia Terapia alvo molecular: estudos moleculares identificando vias genéticas envolvidas na progressão do melanoma - Novas perspectivas de tratamento Novas drogas em estudo: Vemurafenibe, Dabrafenibe, Trametinibe: inibidores de quinases usados em pacientes com mutação BRAF Ipilimumabe, Pembrolizumabe: anticorpos monoclonais estimulantes do sistema imune CASO 1: Paciente feminina, 32 anos. Comparece a consulta clínica de rotina, sem queixas. Sem comorbidades. Uso de ACO. Antecedente familiar de CA de pele (não sabe o subtipo). No exame físico apresenta lesão abaixo, assintomática, não sabe descrever há quanto tempo apresenta a mesma 1. Descreva a lesão - Mácula de tons acastanhados mais escuro e mais claro, com tom azulado; assimétrica; bordas irregulares 2. Qual seria sua conduta - Biópsia excisional com margem de 2mm 3. Quais fatores de risco para malignidade da lesão - Antecedente familiar CASO 2: Paciente feminina, 24 anos. Queixando- se de pinta nova com sangramento. Aparecimento há 2 meses. Sem antecedentes familiares de CA de pele. Fototipo baixo (loira, olhos claros, efélides). Sem comorbidades e sem uso de medicamentos. Apresentava a lesão a seguir (flanco esquerdo de abdômen) 1. Descreva a lesão - Nódulo enegrecido, com ulceração; borda bem delimitada; simétrico 2. Qual sua conduta? - Biópsia excisional com margem 2 mm 3. Nesse caso caberia todas as regras do ABDCE? Não > provavelmente é melanoma nodular Supondo que sua conduta fosse biópsia da lesão 1. Como faria a exérese? Linhas de Langer 2. O que esperaria encontrar no laudo histopatológico? Ulceração, índice de mitose, invasão Diante das imagens à seguir, qual (is) você suspeitaria de malignidade? Suspeita de malignidade > 1 e 3 1- Mácula em tons acastanhados claros e rosa, com áreas de regressão 2- Nódulo hipercrômico; bordas regulares; simétrica > provável nevo melanocítico 3- Nódulo vinhoso, com eritema perilesional Quais das lesões abaixo você faria biópsia? Faria biópsia > 1 e 4 1- 2- nevo melanocítico 3- nevo intradérmico 4- Centro nodular eritematoso; borda macular irregular, com tons acastanhados; assimétrica > melanoma
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