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GOVERNO DO ESTADO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, DO ESPORTE E DA CULTURA preuni.seduc enem + outros vestibulares Aracaju/SE GOVERNO DO ESTADO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, DO ESPORTE E DA CULTURA EQUIPE DE PRODUÇÃO Revisão Jaciana Firmino Santana Rocha Joelson Ricardo Dantas Oliveira Assessoria - Textos e Questões Redação Danielle Neres dos Santos Iara Silva de Carvalho Isis Dayse Gomes Alves Karine Costa Santana Marcelo Neres dos Santos Naiane França da Silva Patrícia Gonzaga Mendes Valéria Lezziane dos Santos Silva Projeto Gráfico: DASE e SECOM Capa: Joelson Ricardo Dantas Oliveira - DASE/SEDUC Diagramação Joelson Ricardo Dantas Oliveira Impressão: Casa da Cópia LTDA. A equipe do Pré-Universitário/SEDUC empreendeu todos os esforços para localizar os titulares de direitos sobre as imagens e os textos existentes neste caderno. Caso estejam com os créditos incorretos, colocamo-nos à disposição para a correção dos mesmos. Organização Eliane Passos Santana Gisele Pádua dos Santos Supervisão Pedagógica Joelson Ricardo Dantas Oliveira. Supervisão Administrativa José Gomes dos Santos Júnior Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Língua Portuguesa Dicson Soares dos Prazeres Língua Estrangeira Moderna - Espanhol Monicque R. Imbassahy Stos Pereira Língua Estrangeira Moderna - Inglês Celso Santos Matemática e suas Tecnologias Adivando Batista do Carmo André Bispo Calderaro Ciências da Natureza e suas Tecnologias Biologia Flávio Campos Silva Física Edigênia Ferreira Santos Química Eyder Souza Lima Educação Física Márcio de Oliveira Santos Arte Felipe Harrisberger de Godoy Ciências Humanas e suas Tecnologias Filosofia André Moreira Gonçalves Geografia Antônio Fernando Cabral Gonzaga Júnior História Jairton Peterson Rodrigues dos Santos Sociologia Eduardo Alves Neto Literatura Rosa Maria Oliveira Barreto Imagem da capa: https://www.google.com.br/ search?q=arthur+bispo+do+ros%C3%A1rio&sxsrf Governador do Estado Belivaldo Chagas Silva Vice-Governadora Eliane Aquino Secretário de Estado da Educação Josué Modesto dos Passos Subrinho Diretora do DASE Eliane Passos Santana Coordenação Estadual do Programa Pré-universitário Gisele Pádua dos Santos Coordenação Pedagógica do Programa Pré-universitário Joelson Ricardo Dantas Oliveira Coordenação Administrativa do Programa Pré-universitário José Gomes dos Santos Júnior Superintendente Executivo José Ricardo de Santana Caro (a) estudante: Inicia-se mais um período letivo e, juntamente com ele, a certeza de que é possível galgar mais um degrau na sua vida estudantil e, consequentemente, profissional. A porta está entreaberta para o ensino superior por meio do Pré-Universitário do Governo de Sergipe. Basta seguir adiante e abrir essa porta a contento, com o objetivo de trilhar cada vez mais em busca do sucesso. É uma aspiração nossa compartilhar de cada vitória sua. É possível socializar e democratizar o ensino público de qualidade quando verificamos que ano a ano mais e mais jovens têm acesso ao ensino superior por meio da escola pública. Você será o próximo e estaremos juntos a partir do seu ingresso no Pré-Universitário. Firmamos um compromisso na perspectiva de alavancar esse objetivo, não somente seu, mas de todos nós, enquanto gestores, professores, coordenadores e pais. A partir do ingresso no programa, você também passa a contar com equipamentos, material didático, suporte pedagógico e uma qualificada equipe multidisciplinar pronta para atendê-lo em suas necessidades. Passa, sobretudo, a integrar uma trajetória de sucesso formada a partir de histórias construídas pelo pensamento positivo de que “é possível”. Histórias de pessoas que não desanimam; que enxergam oportunidades para alcançar mais um degrau; que estabelecem metas reais e as perseguem incansavelmente; que ampliam os horizontes e os transformam em oportunidades. Saiba que a nossa proposta pedagógica está lastreada nas diretrizes evidenciadas pelo Ministério da Educação (MEC), em estrita observância aos eixos cognitivos comuns a todas as áreas de conhecimento: Linguagens, códigos e suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias; Ciências da Natureza e suas tecnologias; Ciências Humanas e suas tecnologias; e suas respectivas competências e habilidades. O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura, convida você, estudante sergipano, a fazer parte deste Projeto. Subir mais um degrau de sucesso, posto que a sua vitória é também o nosso sucesso. Eu, você, professores, gestores, pais emanados pelo mesmo objetivo: orgulhar-nos de suas realizações, fazer parte de sua história de superação. Seja bem-vindo ao Pré-Universitário! Pensamento positivo! Josué Modesto dos Passos Subrinho Secretário de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura. Personalidade Sergipana Arthur Bispo do Rosário Artur Bispo do Rosário (Japaratuba, SE, 1909? 1911? – 1989, Rio de Janeiro, RJ), pintor, escultor e artista visual. Natural de Japaratuba, no interior do estado de Sergipe – onde nascera e para onde jamais retornou – deixou sua cidade natal para ingressar, em 1925, na Marinha. Arthur Bispo do Rosário foi negro, pobre e nordestino. Foi boxeador e biscateiro. Entre 1933 e 1937, trabalhou no Departamento de Tração de Bondes na cidade do Rio de Janeiro e, por fim, como empregado doméstico da família Leone, no bairro carioca do Botafogo. Na noite de 22 de dezembro de 1938, despertou com alucinações que o conduziram ao patrão, o advogado Humberto Magalhães Leoni, a quem disse que iria se apresentar à Igreja da Candelária. Depois de peregrinar pela rua Primeiro de Março e por várias igrejas do então Distrito Federal, terminou subindo ao Mosteiro de São Bento, onde anunciou a um grupo de monges que era um enviado de Deus, encarregado de julgar os vivos e os mortos. Dois dias depois, foi detido e fichado pela polícia como negro, sem documentos e indigente, e conduzido ao Hospício Pedro II (o hospício da Praia Vermelha), primeira instituição oficial desse tipo no país, inaugurada em 1852, onde anos antes havia sido internado o escritor Lima Barreto (1881-1922). Um mês após a sua internação, foi transferido para a Colônia Juliano Moreira, localizada no subúrbio de Jacarepaguá, sob o diagnóstico de "esquizofrênico-paranoico". Lá recebeu o número de paciente 01662, e permaneceu por mais de 50 anos. Em determinado momento, Bispo do Rosário passou a produzir objetos com diversos tipos de materiais oriundos do lixo e da sucata que, após a sua descoberta, seriam classificados como arte vanguardista e comparados à obra de Marcel Duchamp. Entre os temas, destacam-se navios (tema recorrente devido à sua relação com a Marinha na juventude), estandartes, faixas de misses e objetos domésticos. A sua obra mais conhecida é o Manto da Apresentação, que Bispo deveria vestir no dia do Juízo Final. Com eles, Bispo pretendia marcar a passagem de Deus na Terra. Os objetos recolhidos dos restos da sociedade de consumo foram reutilizados como forma de registrar o cotidiano dos indivíduos, preparados com preocupações estéticas, nos quais, após transformados em arte, se percebem características dos conceitos das vanguardas artísticas e das produções elaboradas a partir de 1960. Utilizava a palavra como elemento pulsante. Ao recorrer a essa linguagem, manipula signos, brinca com a construção de discursos e fragmenta a comunicação em códigos privados. Inserido em um contexto excludente, Bispo driblava as instituições todo tempo. Recusava-se a receber tratamentos médicos da instituição manicomial e dela retirava subsídios para elaborar sua obra. Sendo marginalizado e excluído, é consagrado como referência da Arte Contemporânea brasileira. Bibliografia: «ARTHUR BISPO DO ROSARIO – BIOGRAFIA CLÍNICA» (PDF). Abpbrasil. 20-10-2001. Consultado em 05-07-2011. Bruno Dorigatti (27 de setembro de 2010). «Lima Barreto, entre ohospício e o cemitério». Saraiva. Consultado em 21 de novembro de 2012. Rodrigo Correia (7 de setembro de 2012). «Paciente 01662: a arte que transformou o manicômio e a visão sobre o louco». Encena. Consultado em 21 de novembro de 2012. «Rosário, Arthur Bispo do (1911 - 1989)». Itau Cultural. 23 de outubro de 2008. Consultado em 21 de novembro de 2012. SUMÁRIO Nova identificação visual................................................................................ Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: Português....................... Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: Literatura......................... Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: Educação Física........... Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: Arte.................................... Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: Língua Inglesa............... Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: Língua Espanhola........ Ciências Humanas e suas Tecnologias: História................................... Ciências Humanas e suas Tecnologias: Geografia.............................. Ciências Humanas e suas Tecnologias: Filosofia................................. Ciências Humanas e suas Tecnologias: Sociologia............................. Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Física.................................. Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Biologia............................. Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Química............................. Matemática e suas Tecnologias................................................................... Gabarito.................................................................................................................. Referências Bibliográficas................................................................................ 04 51 98 129 149 168 185 242 277 307 335 397 467 531 03 590 593 Identificação Visual Na perspectiva de sempre ofertar aos nossos alunos o melhor material didático possível, é que a cada ano trazemos reformulações textuais, atualizações no banco de questões e reordenamento de conteúdo. Neste ano de 2020 não podia ser diferente, além dos aperfeiçoamentos habituais, produzimos uma nova identificação visual para os cadernos. Objetivando uniformizar o material de cada disciplina e facilitar a pronta localização dos itens que a compõem é que dividimos todas as matérias dos cadernos do Pré-universitário SEDUC em 16 ou 08 aulas , assim identificadas: Esse marcador indica o início do bloco de atividades e conteúdos que deverão ser ministrados. Ao final de cada assunto temos uma caixa de dicas variadas representadas pelos seguintes ícones: CAMPOS E SUAS ESPECIFICAÇÕES Figura Legenda Dicas de conteúdos cobrados no Enem Sites relacionados ao conteúdo estudado Músicas Filmes, documentários ou curtas metragens. Leituras complementares E junto a aula de cada dia vinculamos o banco de questões discriminando aquelas pertencentes a instituições públicas e privadas com o banner e aquelas produzidas para o ENEM com o banner PORTUGUÊS Sumário Aula 01: Funções da Linguagem .............................. ...04 Aula 02: Variação Linguística .......................................07 Aula 03: Interpretação de texto....................................11 Aula 04: Ortografia............................................................14 Aula 05: Semântica...........................................................17 Aula 06: Figuras de Linguagem..................................19 Aula 07: Figuras de sintaxe...........................................23 Aula 08: Estrutura e formação......................................27 Aula 09: Outros processos de formação..................28 Aula 10: Interpretação de texto..................................31 Aula 11: Classes das palavras.....................................34 Aula 12: Substantivo.......................................................36 Aula 13: Determinantes do substantivo..................39 Aula 14: Adjetivo...............................................................41 Aula 15: Artigo e Numeral...............................................44 Aula 16: Pronome..............................................................46 Dicson Soares dos Prazeres (Articulador) Derivaldo Alves Santos Guaraci de Santana Marques Andrade Lorena Madureira de Moraes Marivalda Campos Teles Soares Roberto Lopes dos Santos Rosa Barreto Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 4 LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO. O anúncio acima mistura diferentes elementos para transmitir a intenção de alertar o leitor sobre os riscos que um acidente de moto pode causar. Para tornar a comunicação convincente, a imagem do rapaz traduz as consequências e transmite, desse modo, uma leitura sobre o tema. Anúncios publicitários são comuns no nosso cotidiano e uma das ferramentas mais utilizadas para estabelecer interação entre as pessoas. A comunicação é uma necessidade para a vida em sociedade. No dia a dia podemos interagir com as pessoas de diversas formas e encontramos diferentes possibilidades de estabelecer comunicação. Para que haja eficáciana comunicação, é essencial que os interlocutores compartilhem conhecimentos e entendam as convenções próprias das situações sociais de que participam. A linguagem pode se manifestar por meio de palavras, gestos, expressões corporais e faciais, com significados convencionados socialmente. Além da linguagem verbal, cuja unidade básica é a palavra, existem também a linguagem não-verbal, como a música, a dança, a mímica, a pintura, a fotografia, o gesto, a imagem, etc. Há também as linguagens mistas, como as histórias em quadrinhos, o cinema, o teatro, o desenho, etc. A língua está presente em todas as interações sociais de que participamos em nosso cotidiano. Dependendo do meio social e cultural em que a pessoa vive, a língua se desenvolve de um jeito ou de outro, de forma que os sujeitos sociais e sua linguagem se influenciam mutuamente em sua construção. Teoria da comunicação ESCREVER SOBRE A TEORIA DA COMUNICAÇÃO Cada elemento da comunicação corresponde a uma função da linguagem, dependendo da finalidade principal de cada texto produzido. O objetivo de qualquer ato comunicativo está vinculado à intenção de quem o envia, no caso, o emissor. Dessa forma, de acordo com a natureza do discurso presente na relação emissor X interlocutor, a linguagem assume diferentes funções, todas elas portando-se de características específicas, conforme analisaremos adiante: Função Referencial Também conhecida como denotativa ou informativa, é uma função centrada no receptor da mensagem com o objetivo de informá- lo sobre a realidade. É utilizada quando o emissor tem o propósito de relatar ou de descrever o mundo que o cerca de forma direta e objetiva, sem interferir com sua opinião. Prevalece a 3ª pessoa no texto. Função Poética Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Carlos Drummond de Andrade Nesta função é enfatizada a forma da mensagem. Chama-se atenção para a forma como as informações foram organizadas, valorizando- se a seleção das palavras e sua combinação. O ritmo e a sonoridade das palavras também podem se apresentar como integrantes da comunicação. A linguagem utilizada é, em geral, conotativa, sugestiva e metafórica, podendo o emissor se utilizar de figuras de linguagem para transmitir Linguagem é a expressão individual e social do ser humano e, ao mesmo tempo, o elemento comum que possibilita o processo comunicativo entre os sujeitos que vivem em sociedade. Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 5 a mensagem. É muito comum em textos literários, poesias, letras de músicas e propagandas. Função Emotiva É também chamada de expressivae é usada quando o emissor deseja exprimir suas emoções em torno do assunto, deixando transparecer os seus sentimentos, sensações e visão pessoal. É, portanto, uma função centrada no emissor e por isso se desenvolve principalmente com o uso da 1ª pessoa do singular, bem como de interjeições e exclamações. É muito comum em poesias, cartas de amor, biografias, etc. “Eu sei que vou te amar. Por toda a minha vida, eu vou te amar. Em cada despedida, eu vou te amar. Desesperadamente Eu sei que vou te amar. ” (Vinícius de Moraes e Tom Jobim) Função Fática Evidencia o canal utilizado na transmissão da mensagem. O emissor geralmente testa a eficiência do canal ou chama atenção para ele, para garantir a qualidade da recepção. Ocorre, por exemplo, quando se diz “Alô? ”, “hein? ”, “concorda comigo? ”. Função Metalinguística Pode ser identificada quando o próprio código é o foco da mensagem e o texto é utilizado para explicá-lo. É o que ocorre em um dicionário, por exemplo, em que a língua é usada para explicar a própria língua. Pode ocorrer com um filme que fale de cinema, com uma peça de teatro sobre o teatro, com uma poesia que fale depoesia, como no exemplo seguinte, em que a linguagem poética é usada para revelar as particularidades da sua utilização. Metáfora “Uma lata existe para conter algo Mas quando o poeta diz: "Lata" Pode estar querendo dizer o incontível Uma meta existe para ser um alvo Mas quando o poeta diz: "Meta" Pode estar querendo dizer o inatingível Por isso, não se meta a exigir do poeta Que determine o conteúdo em sua lata Na lata do poeta tudo-nada cabe Pois ao poeta cabe fazer Com que na lata venha caber O incabível Deixe a meta do poeta, não discuta Deixe a sua meta fora da disputa Meta dentro e fora, lata absoluta Deixe-a simplesmente metáfora” (Gilberto Gil) Função Apelativa Centrada no receptor, é usada quando o objetivo é de influenciá-lo por meio de uma ordem, pedido ou apelo. Utiliza-se geralmente de 2ª e 3ª pessoa, bem como de vocativos e imperativos, sendo também chamada de conativa. É muito utilizada pelo mundo publicitário e em sermões e discursos. 01. (ENEM/PPL - 2014) Ave a raiva desta noite A baita lasca fúria abrupta Louca besta vaca solta Ruiva luz que contra o dia Tanto e tarde madrugada. LEMINSKI, P. Distraídos venceremos. São Paulo: Brasiliense, 2002 (fragmento). No texto de Leminski, a linguagem produz efeitos sonoros e jogos de imagens. Esses jogos caracterizam a função poética da linguagem, pois A) objetivam convencer o leitor a praticar uma determinada ação. B) transmitem informações, visando levar o leitor a adotar um determinado comportamento. C) visam provocar ruídos para chamar a atenção do leitor. Elementos da comunicação no Enem! Os elementos da comunicação e as funções da linguagem são assuntos recorrentes nas provas do enem, visto que se relacionam diretamente com o uso da língua viva e cotidiana. Com isso espera-se que haja uma percepção do candidato, no uso das relações de intenção no processo comunicativo. - Aline, Los Hermanos. - Samba da Bênção, Vinícius de Moraes. - Simplesmente Acontece. Richard Curtis www.zemoleza.com.br/trabalhos- academico/outras/colegial/funcoes-da-linguagem-por- roman-jakobson/ http://www.zemoleza.com.br/trabalhos-academico/outras/colegial/funcoes-da-linguagem-por-roman-jakobson/ http://www.zemoleza.com.br/trabalhos-academico/outras/colegial/funcoes-da-linguagem-por-roman-jakobson/ http://www.zemoleza.com.br/trabalhos-academico/outras/colegial/funcoes-da-linguagem-por-roman-jakobson/ Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 6 D) apresentam uma discussão sobre a própria linguagem, explicando o sentido das palavras. E) representam um uso artístico da linguagem, com o objetivo de provocar prazer estético no leitor. 02. (ENEM/PPL - 2014) Entrevista — Tony Bellotto A língua é rock Guitarrista do Titãs e escritor completa dez anos à frente de programa televisivo em que discute a língua portuguesa por meio da música No começo, em 1999, a ideia era fazer um programa que falasse de língua portuguesa usando a música como atrativo, principalmente, para os jovens. Com o passar do tempo, ele foi se transformando num programa sobre a linguagem usada em letras de música, no jornalismo, cara de TV, trago a experiência de escritor e músico, e sempre participo de forma mais ativa do que como um mero apresentador. Estou nas reuniões de pauta e faço sugestões nos roteiros. Mas o conteúdo é feito pelo pessoal do Futura. Quais as vantagens e desvantagens do ensino da língua por meio das letras de música? Não sou pedagogo ou educador, então só vejo vantagens, porque as letras de música usam uma linguagem que é a do dia a dia, principalmente, dos jovens. A música é algo que lhes dá prazer e, didaticamente, pode fazer as vezes de algo que o aluno tem a noção de ser entediante — estudo da língua, sentar e abrir um livro. Ao ouvir uma música, os exemplos surgem. É a grande vantagem e sempre foi a ideia do programa. Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (fragmento). A estrutura, função e contexto de uso. Tomando por base a estrutura dessa entrevista, observa-se que A) a organização em turnos de fala reproduz o diálogo que ocorre entre os interlocutores. B) o tema e o suporte onde foi publicada justificam a ausência de traços da linguagem informal. C) a ausência de referências sobre o entrevistado é uma estratégia para induzir à leitura do texto na íntegra. D) ressaltar a importância do tema para o entrevistador. E) o entrevistado é um especialista em abordagens educacionais alternativas para o ensino da língua portuguesa. 03. (ENEM/2010) A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações. DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Predomina no texto a função da linguagem: A) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia. B) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação. C) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem. D) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor. E) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais. 04. (ENEM/2010) S.O.S Português Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse aspecto da língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o entendimento de que a escrita é mais complexa que a fala, e seu ensino restringe- se ao conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupação com situações de uso. Outra abordagem permite encarar as diferenças como um produto distinto de duas modalidades da língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso. S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, nº- 231, abr. 2010 (fragmento adaptado). O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa e foi publicado em uma revista destinada a professores. Entre as características próprias desse tipo de texto, identificam-se marcas linguísticas próprias do uso: A) regional, pela presença de léxico de determinada região do Brasil. B) literário, pela conformidade com as normas da gramática. C) técnico, por meio de expressões próprias de textos científicos. D) coloquial, por meio do registro de informalidade. E) oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade. 05. (ENEM/2012) DesabafoDesculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado. CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento). Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois A) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código. B) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito. C) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem. D) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais. E) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação. 06. (ENEM/2013) Lusofonia rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz. Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada no café, em frente da chávena de café, enquanto alisa os cabelos com a mão. Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 7 Mas não posso escrever este poema sobre essa rapariga porque, no Brasil, a palavra rapariga não quer dizer o que ela diz em Portugal. Então, terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café, a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga que alisa os cabelos com a mão, num café de Lisboa, não fique estragada para sempre quando este poema atravessar o Atlântico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudo sem pensar em áfrica, porque aí lá terei de escrever sobre a moça do café, para evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é uma palavra que já me está a pôr com dores de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria era escrever um poema sobre a rapariga do café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma rapariga se pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão. JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008. O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. Seu caráter metalinguístico justifica-se pela A) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporâneo. B) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típico do século XX. C) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros. D) tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de construção da própria obra. E) valorização do efeito de estranhamento causado no público, o que faz a obra ser reconhecida. 07. (ENEM/2013) Os objetivos que motivam os seres humanos a estabelecer comunicação determinam, em uma situação de interlocução, o predomínio de uma ou de outra função de linguagem. Nesse texto, predomina a função que se caracteriza por. A) tentar persuadir o leitor acerca da necessidade de se tomarem certas medidas para a elaboração de um livro. B) enfatizar a percepção subjetiva do autor, que projeta para sua obra seus sonhos e histórias. C) apontar para o estabelecimento de interlocução de modo superficial e automático, entre o leitor e o livro. D) fazer um exercício de reflexão a respeito dos princípios que estruturam a forma e o conteúdo de um livro. E) retratar as etapas do processo de produção de um livro, as quais antecedem o contato entre leitor e obra. 08. (ENEM/PPL 2014) Acesso em: 14 dez. 2012. Na tirinha, o autor utiliza estratégias para atingir sua finalidade comunicativa. Considerando os elementos verbais e não verbais que constituem o texto, seu objetivo é A) incentivar o uso da tecnologia na comunicaçãocontemporânea. B) mostrar o empenho do homem na resolução deproblemas sociais. C) atrair a atenção do leitor para a generosidade das pessoas. D) chamar a atenção para o constante abandono deanimais. E) fazer uma critica a situação social contemporânea. VARIEDADES LINGUÍSTICAS Variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é útil. Norma padrão x norma popular A norma-padrão é uma referência que orienta os usuários da língua sempre que precisam usar o português de modo mais formal. O uso desta norma está diretamente relacionado à prática social em que os sujeitos estão envolvidos e, consequentemente, ao gênero do texto em que se quer produzir. Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 8 Numa conversa ao telefone com um amigo, é natural que o falante empregue um português coloquial, repleto de abreviações, como "tá", "tô", "cê", "né?", "pra", ou a expressão "a gente". No entanto, ao participar de uma entrevista, de um debate, produzir um texto no vestibular, deve empregar uma variedade linguística de acordo com a norma padrão. - A língua como expressão de uma identidade cultural Dialetos e registros Os dialetos são variedades originadas das diferenças de região ou território, de idade, de sexo, de classes ou grupos sociais e da própria evolução histórica da língua. Vício na fala Owsvald de Andrade Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados É comum encontrar em músicas, em poemas e tirinhas o emprego das variantes regionais. Gíria É uma das variedades da língua, sempre criada por um grupo social, como o dos fãs de rap, de funk, de heavy metal, os surfistas, skatistas, entre outros. Veja as gírias de dois desses grupos: Quando restrita a uma profissão, a gíria é chamada de jargão. É o caso do jargão dos jornalistas, dos médicos, dos dentistas e de outras profissões. Adequação Linguística O ser humano adora conversar! O tempo todo estamos falando com alguém nas mais diversas situações comunicacionais. Quando utilizamos o código, que é a língua portuguesa, envolvemos inúmeras operações mentais que nos levam a escolher o vocabulário e até mesmo um jeito mais apropriado de falar, e esse jeito pode variar de acordo com a situação na qual estamos envolvidos. Somos poliglotas, mesmo quando dominamos uma única língua. Isso acontece porque os falantes possuem uma grande capacidade de adaptarem-se em diferentes contextos, fazendo usos diferentes de um mesmo idioma. Na escola, conversando com os amigos, fazemos uso de uma determinada linguagem; quando falamos com a professora ou com o professor, a linguagem sofre algumas modificações, ficando mais formal e até mais respeitosa. Essa capacidade de “falar diferente” é chamada de adequação linguística. Gírias sergipanas. Surfistas aê: forma de saudação backside: manobra em que o surfista fica de costas para a onda beate: meninas da praia; estão sempre com surfistas por interesse. Funkeiros bonde: grupo de amigos da mesma comunidade. caô: mentira nave: carros de luxo noflow: estar no ritmo O personagem Chico Bento, da Turma da Mônica, é conhecido por ter na sua fala traços típicos do habitante da zona rural. Suas tirinhas revelam características da variante regional, a exemplo de expressões como "faizarguma coisa", "pruquê", "drumi", "oiando", "espeio". Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 9 1- Paia- variação da palavra palha, nesse caso objeto fajuto ou pessoa chata. Ex.: Comprei esse celular paia para usar no dia-a-dia. Aquele doutor é muito paia, só vive fazendo confusão. 2- Rumar (verbo)- jogar algo em alguém ou em algum lugar. Ex.: Você rumou o celular no chão. 3- Ruma (substantivo)- quer dizer a reunião de várias coisas ou atéde pessoas. Ex.: Rapaz você com uma ruma de pastel e não divide um com a galera. Ruma de desocupados, vão trabalhar! 01. (ENEM/2017) Sítio Gerimum Este é o meu lugar [ ... ] Meu Gerimum é com g Você pode ter estranhado Gerimum em abundância Aqui era plantado E com a letra g Meu lugar foi registrado. OLIVEIRA, H. D. Língua Portuguesa, n. 88, fev. 2013 (fragmento}. Nos versos de um menino de 12 anos, o emprego da palavra "Gerimum" grafada com a letra "g" tem por objetivo A) valorizar usos informais caracterizadores da norma nacional. B) confirmar o uso da norma-padrão em contexto da linguagem poética. C) enfatizar um processo recorrente na transformação da língua portuguesa. D) registrar a diversidade étnica e linguística presente no território brasileiro. E) reafirmar discursivamente a forte relação do falante com seu lugar de origem. 02. (ENEM/2017) TEXTO 1 Terezinha de Jesus De uma queda foi ao chão Acudiu três cavalheiros Todos os três de chapéu na mão O primeiro foi seu pai O segundo, seu irmão O terceiro foi aquele A quem Tereza deu a mão BATISTA, M. F. B. M.; SANTOS, 1. M. F. (Org.). Cancioneiro da Paraíba. João Pessoa: Grafset, 1993 (adaptado). TEXTO 2 _Outra interpretação é feita a partir das condições sociais daquele tempo. Para a ama e para a criança para quem cantava a cantiga, a música falava do casamento como um destino natural na vida da mulher, na sociedade brasileira do século XIX, marcada pelo patriarcalismo. A música prepara a moça para o seu destino não apenas inexorável, mas desejável: o casamento, estabelecendo uma hierarquia de obediência (pai, irmão mais velho, marido), de acordo com a época e circunstâncias de sua vida. Disponível em: http://provsjose.blogspot.com.br. Acesso em: 5 dez. 2012. O comentário do Texto li sobre o Texto I evoca a mobilização da língua oral que, em determinados contextos, A) assegura a existência de pensamentos contrários à ordem vigente. B) mantém a heterogeneidade das formas de relações sociais. C) conserva a influência religiosa sobre certas culturas. D) preserva a diversidade cultural e comportamental. E) reforça comportamentos e padrões culturais. 03. (ENEM/2017) Essas moças tinham o vezo de afirmar o contrário do que desejavam. Notei a singularidade quando principiaram a elogiar o meu paletó cor de macaco. Examinavam-no sérias, achavam o pano e os aviamentos de qualidade superior, o feitio admirável. Envaideci-me: nunca havia reparado em tais vantagens. Mas os gabas se prolongaram, trouxeram-me desconfiança. Percebi afinal que elas zombavam e não me susceptibilizei. Longe disso: achei curiosa aquela maneira de falar pelo avesso, diferente das grosserias a que me habituara. Em geral me diziam com franqueza que a roupa não me assentava no corpo, sobrava nos sovacos. RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1994. Por meio de recursos linguísticos, os textos mobilizam estratégias para introduzir e retomar ideias, promovendo a progressão do tema. No fragmento transcrito, um novo aspecto do tema é introduzido pela expressão A) "a singularidade". B) "tais vantqgens". C) "os gabos". D) "Longe disso". E) "Em geral". 04. (ENEM/2017) A língua tupi no Brasil Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de Piratininga (peixe seco, em tupi) era quase sinônimo de falar língua de índio. Em cada cinco habitantes da cidade, só dois conheciam o português. Por isso, em Variação linguística no Enem! As edições do Enem têm explorado frequentemente os registros linguísticos que representam marcas do regionalismo e da oralidade, caracterizando a linguagem informal, ou pede a identificação de trechos da variedade do padrão formal da linguagem. Textos jornalísticos, poemas, letras de músicas, literatura de cordel, conversas características do ambiente virtual e de outros gêneros já foram utilizadas para fundamentar as questões sobre variação linguística. - Asa Branca, Luiz Gonzaga. - Samba do Arnesto, Adoniran Barbosa. A Pelada. Damien Chemin Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 10 1698, o governador da província, Artur de Sá e Meneses, implorou a Portugal que só mandasse padres que soubessem "a língua geral dos índios", pois "aquela gente não se explica em outro idioma". Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de São Paulo se desenvolveu e se espalhou no século XVII, graças ao isolamento geográfico da cidade e à atividade pouco cristã dos mamelucos paulistas: as bandeiras, expedições ao sertão em busca de escravos índios. Muitos bandeirantes nem sequer falavam o português ou se expressavam mal. Domingos Jorge Velho, o paulista que destruiu o Quilombo dos Palmares em 1694, foi descrito pelo bispo de Pernambuco como "um bárbaro que nem falar sabe". Em suas andanças, essa gente batizou lugares como Avanhandava (lugar onde o índio corre), Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol) e ltu (cachoeira). E acabou inventando uma nova língua. "Os escravos dos bandeirantes vinham de mais de 100 tribos diferentes", conta o historiador e antropólogo John Monteiro, da Universidade Estadual de Campinas. "Isso mudou o tupi paulista, que, além da influência do português, ainda recebia palavras de outros idiomas." O resultado da mistura ficou conhecido como língua geral do sul, uma espécie de tupi acilitado. ÂNGELO, C. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (adaptado). O texto trata de aspectos sócio-históricos da formação linguística nacional. Quanto ao papel do tupi na formação do português brasileiro, depreende-se que essa língua indígena A) contribuiu efetivamente para o léxico, com nomes relativos aos traços característicos dos lugares designados. B) originou o português falado em São Paulo no século XVII, em cuja base gramatical também está a fala de variadas etnias indígenas. C) desenvolveu-se sob influência dos trabalhos de catequese dos padres portugueses, vindos de Lisboa. D) misturou-se aos falares africanos, em razão das interações entre portugueses e negros nas investidas contra o Quilombo dos Palmares. E) expandiu-se paralelamente ao português falado pelo colonizador, e juntos originaram a língua dos bandeirantes paulistas. 05. (ENEM/2017) TEXTO 1 A língua ticuna é o idioma mais falado entre os indígenas brasileiros. De acordo com o pesquisador Aryon Rodrigues, há 40 mil índios que falam o idioma. A maioria mora ao longo do Rio Solimões, no Alto Amazonas. E a maior nação indígena do Brasil, sendo também encontrada no Peru e na Colômbia. Os ticunas falam uma língua considerada isolada, que não mantém semelhança com nenhuma outra língua indígena e apresenta complexidades em sua fonologia e sintaxe. Sua característica principal é o uso de diferentes alturas na voz. O uso intensivo da língua não chega a ser ameaçado pela proximidade de cidades ou mesmo pela convivência com falantes de outras línguas no interior da própria área ticuna: nas aldeias, esses outros falantes são minoritários e acabam por se submeter à realidade ticuna, razão pela qual, talvez, não representem uma ameaça linguística. Língua Portuguesa, n. 52, fev. 2010 (adaptado). TEXTO Riqueza da língua "O inglês está destinado a ser uma língua mundial em sentido mais amplo do que o latim foi na era passada e o francês é na presente", dizia o presidente americano John Adams no século XVIII. A profecia se cumpriu: o inglês é hoje a língua franca da globalização. No extremo oposto da economia linguística mundial, estão as línguas de pequenas comunidades declinantes. Calcula-se que hoje se falem de 6 000 a 7 000 línguas no mundo todo. Quase metade delas deve desaparecer nos próximos 100 anos. A última edição do Ethnologue - o mais abrangente estudo sobre as línguas mundiais -, de 2005, listava 516 línguas em risco de extinção. Veja, n. 36, set. 2007 (adaptado). Os textostratam de línguas de culturas completamente diferentes, cujas realidades se aproximam em função do (a) A) semelhança no modo de expansão. B) preferência de uso na modalidade falada. C) modo de organização das regras sintáticas. D) predomínio em relação às outras línguas de cantata. E) fato de motivarem o desaparecimento de línguas minoritárias. 06. (ENEM/2017) Naquela manhã de céu limpo e ar leve, devido à chuva torrencial da noite anterior, saí a caminhar com o sol ainda escondido para tomar tenência dos primeiros movimentos da vida na roça. Num demorou nem um tiquinho e o cheiro intenso do café passado por Dona Linda me invadiu as narinas e fez a fome se acordar daquela rema letárgica derivada da longa noite de sono. Levei as mãos até a água que corria pela bica feita de bambu e o contato gelado foi de arrepiar. Mas fui em frente e levei as mãos em concha até o rosto. Com o impacto, recuei e me faltou o fôlego por alguns instantes, mas o despertar foi imediato. Já aceso, entrei na cozinha na buscação de derrubar a fome e me acercar do aconchego do calor do fogão à lenha. Foi quando dei reparo da figura esguia e discreta de uma senhora acompanhada de um garoto aparentando uns cinco anos de idade já aboletada na ponta da mesa em proseio íntimo, com a dona da casa. Depois de um vigoroso "Bom dia!", de um vaporoso aperto de mãos nas apresentações de praxe, fiquei sabendo que Dona Flor de Maio levava o filho Adão para tratamento das feridas que pipocavam por seu corpo, provocando pequenas pústulas de 'bordas avermelhadas. GUIÃO, M. Disponível em: www.revistaecologico.com.br. Acesso em: 10 mar. 2014 (adaptado}. A variedade linguística da narrativa é adequada à descrição dos fatos. Por isso, a escolha de determinadas palavras e expressões usadas no texto está a serviço da A) localização dos eventos de fala no tempo ficcional. B) composição da verossimilhança do ambiente retratado. C) restrição do papel do narrador à observação das cenas relatadas. D) construção mística das personagens femininas pelo autor do texto. E) caracterização das preferências linguísticas da personagem masculina. Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 11 TIPOS TEXTUAIS Texto narrativo Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere- se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos seguintes textos: contos, fábulas, crônicas, romances, novelas, piadas, poemas e lendas. Texto descritivo Um texto em que se faz um retrato escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto refere. Nessa espécie textual as coisas acontecem ao mesmo tempo. É o tipo predominante em textos como o diário, o relato, a biografia e autobiografia, a notícia, o currículo, a lista de compras e o cardápio. Texto dissertativo argumentativo Esse texto tem a função de persuadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também mostra factos para embasar (justificar) a argumentação, se torna um texto dissertativo- argumentativo. Esta tipologia apresenta: 1. Uma Introdução (tese) 2. Argumentos (desenvolvimento) 3. Conclusão (o que dá a prova os argumentos). Texto injuntivo/instrucional Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza-se uma linguagem objetiva e simples. Os verbos são na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Exemplo: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais de instruções, leis, bula de remédio, convenções, regras, eventos, editais e propagandas. GÊNEROS TEXTUAIS São formas relativamente estáveis de comunicação, sendo criados em diversos contextos da atividade humana. São ilimitados e surgem conforme haja uma necessidade comunicativa específica (contexto de circulação e público-alvo) e se diferenciam por sua função social, estrutura e estilo. Podem ser classificados pela sua forma de composição e pela sua função social: - Forma de composição: relatar (carta, notícia, reportagem), narrar (crônica literária, conto, fábula), descrever (receitas, manuais de instrução), argumentar (artigo de opinião, dissertação, editorial). - Função social: gêneros utilitários (de caráter prático, como o bilhete e o manual de instruções, por exemplo) e gêneros literários (de caráter inventivo/reflexivo). Gêneros textuais que mais cobrados no ENEM: Charge - é um gênero jornalístico no qual se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria. É uma crítica carregada de ironia e que reflete situações do cotidiano. Charge do Jornal O Pasquim sobre o Brasil na Copa de 1982 Anúncio publicitário - utiliza linguagem apelativa, argumentativa ou persuasiva, para convencer o público a desejar aquilo que é oferecido pelo anúncio. Por meio do uso criativo das imagens e das palavras, consegue utilizar todas as tipologias textuais com facilidade. Notícia - pauta-se por relatar fatos verídicos condicionados ao interesse do público em geral, através de linguagem clara, objetiva e precisa, isentando-se de quaisquer possibilidades que porventura tenderem a ocasionar múltiplas interpretações por parte do receptor. A imparcialidade neste âmbito é a palavra de ordem. Podem-se identificar características narrativas, mas também há a presença de elementos descritivos. TEXTO: Encontro ratifica compromisso de acabar com trabalho infantil até 2025 https://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Infinitivo https://pt.wikipedia.org/wiki/Modo_indicativo Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 12 Conferência discute como acelerar ações para acabar com práticas ilegais e também criar oportunidades de trabalho decente para os jovens Por Redação RBA publicado 17/11/2017 16h01, última modificação 18/11/2017 11h31 São Paulo – Encerrada nesta semana em Buenos Aires, a 4ª Conferência Mundial sobre a Erradicação Sustentável do Trabalho Infantil aprovou um compromisso no sentido de acelerar as ações para acabar com essa prática até 2025 – e com o trabalho forçado até 2030 – em todo o mundo. E também discutir medidas para criar mais oportunidades de trabalho decentes para a população jovem. [...] A "Declaração de Buenos Aires", aprovada ao final do encontro, destaca que as estimativas apontam 152 milhões de crianças exercendo trabalho infantil, sendo 73 milhões em suas piores formas. E 25 milhões seguem sendo objeto de trabalho forçado, entre eles, 4 milhões de crianças. Além disso, em todo o mundo pelo menos 71 milhões de jovens estão desempregados. "O trabalho infantil, especialmente em suas piores formas, e o trabalho forçado são graves violações e abusos dos direitos humanos e da dignidade humana", diz o documento. "São tanto causas como consequências da pobreza, da desigualdade, da discriminação, exclusão social e falta de acesso à educação." Participaram da conferência aproximadamente 3 mil pessoas, com 250 oradores. Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2017/11/encontro-ratifica-compromisso-de-acabar-com-trabalho-infantil-ate-2025 Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta. Pode trazer informações sobre fenômenos sociais, políticos, culturais ou comportamentais junto com os fatos. TEXTO: Como é o salário mínimo no resto do mundo? Nosso piso é maior que o chinês e menor que o argentino, mas o melhor do mundo é o de Luxemburgo, onde você ganha, no mínimo, R$ 7.400 Por Felipe Germano, 16 nov 2017, 14h04 - Publicado em 15 nov 2017, 18h55 O conceito de salário-mínimo surgiu na Nova Zelândia, em 1894, mas foi visto como uma excentricidade econômica na maior parte do mundo até meados do século passado. Eis que, com a Grande Depressão, o desemprego bombou, e mesmo quem estava no batente acabou com salários mais baixos. Os sindicatos logo pressionaram. E a remuneração mínima surgiu como uma saída. A América Latina, então recheada de governos populistas, entrou de cabeça na tendência antes de grande parte da Europa – incluindo o Brasil, que legislou o direito em 1938 (37 anos antes da Bélgica). A Organização Internacional do Trabalho (OIT) viu que deu certo e recomendou a prática. Quem não tinha entrado na onda, entrou. Atualmente, 169 países estipulam um salário-mínimo. Mas os valores são absolutamente discrepantes. Enquanto o piso dos assalariados da Austrália chega a quase R$ 7.000 por mês, um trabalhador de Uganda sobrevive com inacreditáveis R$ 6 mensais. O Brasil fica no meio do caminho. Estamos em 59º lugar do ranking, pagando R$ 937. Nos EUA, 36 dos 50 Estados estipulam o valor independentemente, desde que seja superior ao piso federal (de R$ 3.665). Na Califórnia, por exemplo, pagam pelo menos R$ 5.310. Disponível em: https://super.abril.com.br/sociedade/como-e-o-salario-minimo-no-restante- do-mundo/ Acesso em 21/011/2017 Poema: apresenta algumas peculiaridades que o diferem dos demais gêneros textuais. Vale ressaltar que nem todo poema é composto por versos e estrofes: há alguns em prosa, bem como outros que aliam elementos visuais à linguagem verbal, contrariando assim a ideia de que o poema deve prender-se a regras como métrica ou rimas. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero. Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro Oswald de Andrade Texto publicitário: é um gênero textual dissertativo-expositivo no qual há a o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo. Pode utilizar humor, frases com duplo sentido, jogo de palavras, etc. Tradução: EcoVia – “Pare a violência. Não beba e dirija.” Texto didático - é um texto que visa a instruir, que tem finalidades pedagógicas, que está relacionado ao ensino das ciências, das artes, das técnicas, etc. Tem linguagem denotativa e não figurada e aplica a variedade padrão da língua. “A energia nuclear apresenta vários aspectos positivos como, por exemplo, requer poucos recursos naturais. Sendo assim, é uma forma de energia fundamental para países que não possuem tais recursos. Mas estudos mais aprofundados devem ser realizados para que a energia nuclear possa representar maior segurança à população”. (Fonte: Brasil Escola) Crônica – é um gênero literário em que predominam a narração e a relativa coloquialidade da linguagem. A crônica sempre tem como fatos do nosso cotidiano. É um texto curto, de linguagem simples, com humor e ironia, além de personagens muito comuns, com os quais todos se identificam facilmente. Resenha - busca fazer uma análise de um determinado acontecimento, de um texto ou de uma obra qualquer. Tem como características: síntese do texto e das ideias do autor; análise um pouco mais aprofundada de algum ponto considerado mais relevante pelo escritor; texto curto, resumido; indicações da obra que está sendo resenhada. Gêneros textuais no Enem Os gêneros e tipos textuais são recorrentes nas provas do enem, visto que se relacionam diretamente com o uso da língua viva e cotidiana. Com isso espera-se que haja uma percepção Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 13 do candidato, no uso das relações de intenção no processo comunicativo. 01. (ENEM-2017) PROPAGANDA- O exame dos textos e mensagens de Propaganda revela que ela apresenta posições parciais, que refletem apenas o pensamento de uma minoria, como se exprimissem, em vez disso, a convicção de uma população; trata-se, no fundo, de convencer o ouvinte ou o leitor de que, em termos de opinião, está fora do caminho certo, e de induzi-lo a aderir às teses que lhes são apresentadas, por um mecanismo bem conhecido da psicologia social, o do conformismo induzido por pressões do grupo sobre o indivíduo isolado. BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de política. Brasília: UnB, 1998 (adaptado}. De acordo com o texto, as estratégias argumentativas e o uso da linguagem na produção da propaganda favorecem a A) reflexão da sociedade sobre os produtos anunciados. B) difusão do pensamento e das preferências das grandes massas. C) imposição das ideias e posições de grupos específicos. D) decisão consciente do consumidor a respeito de sua compra. E) identificação dos interesses do responsável pelo produto divulgado. 02. (ENEM-2017) Romanos usavam redes sociais há dois mil anos, diz livro Ao tuitar ou comentar em baixo do post de um de seus vários amigos no Facebook, você provavelmente se sente privilegiado por viver em um tempo na história em que é possível alcançar de forma imediata uma vasta rede de contatos por meio de um simples clique no botão "enviar''. Você talvez também reflita sobre como as gerações passadas puderam viver sem mídias sociais, desprovidas da capacidade de verem e serem vistas, de receber, gerar e interagir com uma imensa carga de informações. Mas o que você talvez não saiba é que os seres humanos usam ferramentas de interação social há mais de dois mil anos. É o que afirma Tom Standage, autor do livro Writing on the Wa/1 - Social Media, The first 2 000 Years (Escrevendo no mural - mídias sociais, os primeiros 2 mil anos, em tradução livre). Segundo Standage, Marco Túlio Cícero, filósofo e político romano, teria sido, junto com outros membros da elite romana, precursor do uso de redes sociais. O autor relata como Cícero usava um escravo, que posteriormente tornou-se seu escriba, para redigir mensagens em rolos de papiro que eram enviados a uma espécie de rede de contatos. Estas pessoas, por sua vez, copiavam seu texto, acrescentavam seus próprios comentários e repassavam adiante. "Hoje temos computadores e banda larga, mas os romanos tinham escravos e escribas que transmitiam suas mensagens", disse Stand age à BBC Brasil. "Membros da elite romana escreviam entre si constantemente, comentando sobre as últimas movimentações políticas e expressando opiniões." Além do papiro, outra plataforma comumente utilizada pelos romanos era uma tábua de cera do tamanho e da forma de um tablet moderno, em que escreviam recados, perguntas ou transmitiam os principais pontos da acta diurna, um "jornal" exposto diariamente no Fórum de Roma. Essa tábua, o "iPad da Roma Antiga", era levada por um mensageiro até o destinatário, que respondia embaixo da mensagem. NIDECKER, F. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 7 nov. 2013 (adaptado}. Na reportagem, há uma comparação entre tecnologias de comunicação antigas e atuais. Quanto ao gênero mensagem, identifica-se como característica que perdura ao longodos tempos o( a) A) imediatismo das respostas. B) compartilhamento de informações. C) interferência direta de outros no texto original. D) recorrência de seu uso entre os membros da elite. E) perfil social dos envolvidos na troca comunicativa. 03. (ENEM-2017) TEXTO 1 Criatividade em publicidade: teorias e reflexões Resumo: O presente artigo aborda uma questão primordial na publicidade: a criatividade. Apesar de aclamada pelos departamentos de criação das agências, devemos ter a consciência de que nem todo anúncio é, de fato, criativo. A partir do resgate teórico, no qual os conceitos são tratados à luz da publicidade, busca-se estabelecer a compreensão dos temas. Para elucidar tais questões, é analisada uma campanha impressa da marca XXXX. As reflexões apontam que a publicidade criativa é essencialmente simples e apresenta uma releitura do cotidiano. DEPEXE, S. D. Travessias: Pesquisas em Educação, Cultura, Linguagem e Artes, n. 2, 2008. TEXTO 2 Ninguém entende melhor de criação do que elas. 13 de maio - Dia das Mães Homenagem ao Dia das Mães 2012. Disponível em: www.comunicacao.com. Acesso em: 3 ago. 2012 (adaptado). Os dois textos apresentados versam sobre o tema criatividade. O Texto I é um resumo de caráter científico e o Texto II, uma homenagem promovida por um site de publicidade. De qu.e maneira o Texto lI exemplifica o conceito de criatividade em publicidade apresentado no Texto I? A) Fazendo menção ao difícil trabalho das mães em criar seus filhos. B) Promovendo uma leitura simplista do papel materno em seu trabalho de criar os filhos. C) Explorando a polissemia do termo "criação". D) Recorrendo a uma estrutura linguística simples. E) Utilizando recursos gráficos diversificados. 04. (ENEM-2017) Uma noite em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil. Editora Planeta, 296 páginas. Mas foi uma noite, aquela noite de sábado 21 de outubro de 1967, que parou o nosso país. Parou pra ver a finalíssima do IlI Festival da Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 14 Record, quando um jovem de 21 anos chamado Eduardo Lobo, o Edu Lobo, saiu carregado do Teatro Param9unt em São Paulo depois de ganhar o prêmio máximo do festival com Ponteio, que cantou acompanhado da charmosa e iniciante Marília Medalha. Foi naquela noite que Chico Buarque entoou sua Roda viva ao lado do MPB-4 de Magro, o arranjador. Que Caetano Veloso brilhou cantando Alegria, alegria com a plateia ao som das guitarras dos Beat Boys, que Gilberto Gil apresentou a tropicalista Doming o no parque com os Mutantes. Aquela noite que acabou virando filme, em 2010, nas mãos de Renato Terra e Ricardo Calil, agora virou livro. O livro que está sendo lançado agora é a história daquela noite, ampliada e em estado que no jargão jornalístico chamamos de matéria bruta. Quem viu o filme vai se deliciar com as histórias - e algumas fofocas - que cada um tem para contar, agora sem os cortes necessários que um filme exige. E quem não viu o filme tem diante de si um livro de histórias, pensando bem, de História. VILLAS, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 18 jun. 2014 (adaptado). Considerando os elementos constitutivos dos gêneros textuais circulantes na sociedade, nesse fragmento de resenha predominam A) caracterizações de personalidades do contexto musical brasileiro dos anos 1960. B) questões polêmicas direcionadas à produção musical brasileira nos anos 1960. C) relatos de experiências de artistas sobre os festivais de música de 1967. D) explicações sobre o quadro cultural do Brasil durante a década de 1960. E) opiniões a respeito de uma obra sobre a cena musical de 1967. 05. (ENEM-2017) É DESSA FLORESTA QUE SAI O CHAPEUZINHO VERMELHO, JOÃO E MARIA, OS IRMÃOS KARAMAZOV, A DAMA DAS CAMÉLIAS E OS TRÊS MOSQUETEIROS. Revista Bolsa, 1986. ln: CARRASCOZA, J. A. A evolução do texto publicitário: a associação de palavras como elemento de sedução na publicidade. São Paulo: Futura, 1999 (adaptado). Nesse cartaz publicitário de uma empresa de papel e celulose, a combinação dos elementos verbais e não verbais visa A) justificar os prejuízos ao meio ambiente, ao vincular a empresa à difusão da cultura. B) incentivar a leitura de obras literárias, ao referir-se a títulos consagrados do acervo mundial. C) seduzir o consumidor, ao relacionar o anunciante às histórias clássicas da literatura universal. D) promover uma reflexão sobre a preservação ambiental ao aliar o desmatamento aos clássicos da literatura. E) construir uma imagem positiva do anunciante, ao associar a exploração alegadamente sustentável à produção de livros. REFORMA ORTOGRÁFICA: Veja o resumo das novas regras TREMA Deixou de ser usado, mas nada muda na pronúncia * bilíngue; pinguim; cinquenta; linguistico; delinquente; Antiguidade; quinquênio; tranquilo; sequestro; consequência; aguentar; sagui; arguir Atenção: Exceção para nomes próprios estrangeiros (como Müller e Bündchen) DITONGOS ABERTOS Os ditongos 'éi', 'ói' e 'éu' só continuam acentuados no final da palavra *boia; paranoico; heroico; plateia; ideia; tipóia Mas céu dói, chapéu, anéis, lençóis não mudam Atenção: O acento será mantido em destróier e Méier, conforme a regra que manda acentuar os paroxítonos terminados em 'r' ACENTO DIFERENCIAL DE TONICIDADE Não se acentuam mais certos substantivos e formas verbais para distingui-los graficamente de outras palavras Vou para casa. (preposição) Ela não para de chorar. (verbo) Vou pelo morro/pela estrada. (contração de preposição + artigo) O pelo do gato. (substantivo) Eu pelo/ele pela a cabeça. (verbo) Atenção: Esta regra aplica-se também às palavras compostas: para- brisa, para-raios. Para evitar confusões, foram mantidos os acentos do verbo pôr e da forma do pretérito perfeito pôde. O acento de fôrma (distinto de forma) é facultativo ACENTO CIRCUNFLEXO Os hiatos 'oo' e 'ee' não recebem mais acento - abençoo; perdoo; magoo; enjoo; leem; veem; deem; crêem Atenção: Continuam acentuados (ele) vê, (eles) vêm [verbo vir], (eles) têm etc. ACENTO AGUDO SOBRE O 'U' ORTOGRAFIA Para que serve a ortografia? A língua é um instrumento vivo e dinâmico de comunicação e interação social. Modifica-se, pelo uso, de acordo com a evolução histórica e com o local em que é falada. Assim, a cada dia, novos vocábulos aparecem, outros têm o sentido alterado, enquanto outros caem no esquecimento. Se a língua é tão vulnerável em seus aspectos lexical (vocabulário), fonético e sintático, o mesmo não ocorre com a ortografia. Presas às origens etimológicas das palavras, as normas ortográficas servem para sistematizar e uniformizar a escrita, a fim de que ela se preserve e, com isso, consigamos ler textos de outros países que falam a mesma língua ou textos escritos há séculos. Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 15 1. Não se acentua mais o 'u' tônico das formas verbais argui, apazigue, averigue 2. Não se acentuam mais o 'u' e o 'i' tônicos precedidos de ditongo em palavras paroxítonas - feiura; bocaiuva; baiuca; Sauipe Atenção: Feiíssimo e cheiíssimo continuam acentuados porque são proparoxítonos; bem como Piauí e teiú, que são oxítonos HÍFEN O hífen é empregado: 1. Se o segundo elemento começa por 'h' - geo-história; giga-hertz; bio-histórico; super-herói; anti-herói; macro- história; mini-hotel; super-homem 2. Para separar vogais ou consoantes iguais - inter-racial; micro-ondas; micro-ônibus; mega-apagão; sub- bibliotecário; sub-base; anti-imperialista; anti-inflamatório; contra-atacar; entre- eixos; hiper-real; infra-axilar 3. Prefixos 'pan' ou 'circum', seguidos de palavras que começam por vogal, 'h', 'm' ou 'n' - pan-negritude; pan-hispânico; circum-murados; pan-americano; pan-helenismo;circum-navegação 4. Com 'pós', 'pré' 'pró' - pós-graduado; pré-operatório; pró-reitor; pós-auricular; pré-datado; pré-escolar Atenção: Esta regra não se aplica às palavras em que se unem um prefixo terminado em vogal e uma palavra começada por 'r' ou 's'. Quando isso acontece, dobra-se o 'r' ou 's': microssonda (micro + sonda), contrarregra, motosserra, ultrassom, infrassom, suprarregional. Fonte: José Carlos de Azeredo, professor adjunto de língua portuguesa da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), autor de Gramática Houaiss da língua portuguesa e coordenador e consultor do livro Escrevendo pela nova ortografia (Instituto Antônio Houaiss/Publifolha). Ortografia no Enem! Não é comum haver muitas questões de gramática que requeiram que o aluno saiba regras de ortografia. Entretanto, como esse é o último ano de adaptação e das novas regras ortográfica, o Enem pode surpreender muitos candidatos trazendo na prova questões que tratem sobre o uso formal da Língua e a aplicação da ortografia. http://www.soportugues.com.br/secoes/acordo_ortografico/aco rdo_ortografico2.php 01. (IFSP-2013) - As variedades linguísticas brasileiras são diversas à medida da extensão territorial do País. Considere o texto seguinte, que apresenta uma dessas variedades. — Vancê já sabe, nhaLainha, que eu ‘tou na mente de lhe pedir; alguém já lhe havéra de ter contado. Ela avermelhou toda: — É: eu sube mesmo. — Agora vancê me diga, p’r o seu mesmo dizer, si d’aqui por diante eu fico no direito de falar p’r’o seu véio no negócio, e também si já não é tempo de ir comprando a roupinha, a louça, a trastaria dûa casa. — Isso ‘ta no seu querer. — Mas vancê casa antão comigo de tuda a sua vontade, não tem nem um no pensamento? — Não tenho, nho Vicente. Eu não incubro a ideia de casar c’oRéimundo, e ele também queria casar comigo. Agora, dêsque ele faltou c’a promessa, eu não tenho prisão por ninguém. (Silveira, Valdomiro. Constância. In: Os caboclos: conto. Rio de Janeiro; Brasília: Civilização Brasileira; INL, 1975. Adaptado.) Como pudemos notar, há, no texto, a tentativa de representação da língua cabocla. Assinale a alternativa em que estão apresentadas três palavras típicas dessa variedade linguística, seguidas de sua grafia correta, conforme a norma culta, nos parênteses. A) vancê (cê), si (si), dêsque (desde que). B) véio (velho), dûa (de uma), c’o (com o). C) nha (mocinha), louça (loiça), nem um (nem um). D) ‘tou (esto), antão (então), ninguém (ninguém). E) sube (subi), trastaria (trasteria), incubro (incubro). 02. (CPS-2012) Alunos de uma Etec que participavam de uma Feira de Tecnologia foram à lanchonete do pavilhão de exposições para almoçar. Lá encontraram as seguintes informações no cardápio. Analisando o cardápio, esses alunos perceberam que havia uma incorreção gramatical, pois A) o adjetivo calabresa escreve-se com z: calabreza. B) o adjetivo referente a abobrinhas e pimentões deve ser recheadas. C) o substantivo quibe escreve-se com k: kibe. D) a forma verbal vem recebe acento circunflexo já que indica o plural: vêm. E) o substantivo viagem escreve-se com j: viajem. 03 (Insper - 2012) Na imagem acima, o cartunista brinca com a reforma ortográfica. Com relação ao emprego do hífen, todas as palavras estão de acordo com as novas regras, exceto A) mega-empresa. D) micro-ondas. Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 16 B) autorretrato. E) anti-inflamatório. C) autoajuda. 04. (PUC/PR - 2009) Paranaguá, PR 1854 AO BARATO SOARES & MAVIGNIER RUA DA ORDEM N0. 1 EM PARANAGUÁ Esta nova loja de fazendas acaba de receber pelo vapor Maracanã o seguinte: Chales de touquim; leques de madreperola e de marfim, bengallas d' unicorne; mantelletes guarnecidas de filó e rendas de seda; paletós de cassa e filó bordado, para s.ras e meninas; camisinhas inteiramente modernas, infeitadas com rendas de seda; sedas lavradas e de xadrês; nobrezas furta-cores e preta; tapetes para shopás; chapéos de sol; ditos de mollas para cabeça; toucados para sras; grinaldas francezas; camisas ditas, peitos para camisas; merinóssetins de cores; gravatinhas de touquim para sras; panno de linho para lencóes com 10 palmos de largura; véos pretos, sarja espanholla e franceza. Além d' estas fazendas, encontra-se na mesma casa um extraordinário e variado sortimento de fazendas grossas e de gosto; chapéos e calçados para homens e sras e artigos de armarinho. (Fonte: O 19 de dezembro, 22 de abril de 1854) "Sophás", "chapéos", "franceza" e "panno" são palavras do vocabulário atual, mas que sofreram modificação ortográfica, isto é, tiveram sua grafia reformulada. Selecione a alternativa FALSA em relação ao que se afirma sobre ortografia: A) A ortografia é uma convenção que não obedece a regras. B) A forma ortográfica das palavras é uma convenção para seu registro escrito, porém, não impede certas variações para pronunciá-las. Por exemplo, a palavra TOMATE só tem essa forma gráfica, mas sua pronúncia pode variar. C) Dicionários são fontes de referência para se buscar a ortografia das palavras. D) A palavra "franceza" passou a ser registrada com S (francesa) atendendo à regra que determina que os adjetivos empregados para indicar lugar de origem se escrevem com -ESA, no final. E) Existem muitas regras que uniformizam a grafia de conjuntos de palavras; portanto, saber o modo de registrar inúmeras palavras não é conhecimento que depende exclusivamente de memorização. 05. (CPS - 2008) O texto apresentado fala sobre Fortunata, uma garota que vive em São Paulo no início do século XX, e sobre os costumes de sua família, formada por imigrantes italianos. Em frente à nossa casa, morava o compadre Francesco Bloise, que tinha duas ocupações muito peculiares: uma era a de alfaiate e a outra não era a de confeccionar ou vender nada. Ao contrário: era uma distribuição gratuita de sonho e fantasia, feita para preencher o vazio das noites de inverno, depois do cansaço de um dia de trabalho. Seu Francesco era um leitor, atividade rara naquela rua. Quando falo em "leitor", não estou falando de alguém metido num canto a sós com um livro, desligado do mundo exterior. Estou falando de alguém como ele, que lia em voz alta para os outros, repartindo o ato de leitura como um pão comungado por irmãos. E esses éramos nós: eu, que me chamo Fortunata, meu padrasto, minha mãe Giuseppina e alguns vizinhos de poucas ou nenhumas letras. O ritual começava depois do jantar. No corredorzinho que dava para a rua, ouvia-se o bater de palmas. Eram os ouvintes que iam chegando e tomando assento. Seu Francesco vinha todo encapotado, com as mãos dentro dos bolsos. E quando, aflita, eu achava que o livro tinha sido esquecido, ele abria o capote e arrancava do peito o grosso volume que agasalhara da umidade como um filho de saúde frágil. E a assembleia começava. Os olhos do leitor buscavam as páginas do livro, a boca fazia o milagre de transformar aquelas difíceis letrinhas impressas em vozes inteligíveis para um auditório maravilhado. E as histórias de reis e rainhas, príncipes e princesas, mocinhos e vilões, amores tristes e romances contrariados enchiam de lágrimas os olhos de minha mãe. (Adaptado de: LAURITO, Ilka Brunhilde. A menina que descobriu o Brasil.") Assinale a alternativa em que a frase está escrita de acordo com a norma culta. A) Parte dos ouvintes se maravilhava com o milagre das letrinhas. B) Faziam noites de muito frio e aproveitávamos para nos reunir em casa. C) Fortunata ficava aflita por que achava que seu Francesco esquecera o livro. D) Os romances comoviam Giuseppina e sempre haviam lágrimas em seus olhos. E) As histórias de seu Francesco tiveram tudo haver coma formação pessoal de Fortunata. 06. (FGV - 2001) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão escritas de acordo com a ortografia oficial do Brasil. A) A Volks ainda está em acensão no país, apesar do excesso de concorrentes. B) A obsessão pelo contexto faz do problema, quase sempre, uma solução privilegiada. C) O viez do mercado é importante, porque qualidade é percepção de mercado. D) As montadoras não conseguem esvasiar os páteos, por maiores descontos que deem. E) Super-homem nasceu digitalizado, mas vêm sendo projetado em modo analógico. 07. (IFSC/2012) Quanto à ortografia e à acentuação, assinale a alternativa CORRETA. A) Após um gesto de comando, os que ainda estão de pé sentão-se e fazem silencio para houvir o diretor. B) Mesmo que sofrêssemos uma repreenção por queixa de algum professor mais cioso de suas obrigações, a oférta parecia-nos irrecusável. C) Marta nunca deicha o filho sózinho na cosinha, temerosa de que ele venha a puchar uma panela sobre sí. D) À excessão de meu primo, que se mostrava um tanto pretencioso, todos os garotos eram bastante humildes. E) A perícia analisaria a flecha, em busca de vestígios que pudessem fornecer indícios sobre sua trajetória. 08. (PREUNI-SEED/2016) Forma Meu pai me deu uma forma E de certa forma Aprendi a caminhar Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 17 Se a vida tivesse fôrma Era fácil de cozinhar Alguns dizem que têm um jeito Eu digo que tem a sorte E assim eu vou levando Essa forma com retoques. (Daniel Fé) O jogo de palavras presente no poema flerta com as regras estipuladas pela nova ortografia da língua portuguesa. Da leitura depreende-se que A) O verbo TER apresenta-se no poema descumprindo a regra de acento diferencial. B) a palavra forma apresenta-se em duas situações possíveis, porém o acento é facultativo. C) a palavra forma é utilizada no poema apenas com um significado específico e direcionado. D) o último verso do poema apresenta uma flexão do verbo FORMAR. E) o verbo TER presente no sétimo verso apresenta o sentido de adquirir. Semântica é a área do saber que estuda a significação, a relação das palavras com o mundo e como se produzem os sentidos na linguagem verbal. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO [...] Quando eu tinha seis anos Não pude ver o fim da festa de São João Porque adormeci Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo Minha avó Meu avô Totônio Rodrigues Tomásia Rosa Onde estão todos eles? — Estão todos dormindo Estão todos deitados Dormindo Profundamente. Manuel Bandeira Sentido denotativo ou literal é o sentido mais freqüente associado a uma palavra ou enunciado. Quando uma palavra ou enunciado se afasta do seu sentido mais comum, nos aproximamos de um sentido conotativo ou figurado. Sinônimos são palavras de sentidos aproximados que podem ser substituídas uma pela outra em diferentes contextos. Você já vacinou seu cão? Você já vacinou seu cachorro? Antônimos são palavras de sentidos contrários entre si. “À noite o silêncio negro era ainda mais profundo do que durante o dia.” Hipônimos e hiperônimos são palavras pertencentes a um mesmo campo semânticos, sendo o hipônimo uma palavra de sentido mais específico e hiperônimo uma palavra de sentido mais genérico. Exemplo: “[...] Já fazia muitos anos que todos os animaisdessa aldeia e das redondezas haviam desaparecido, vacas, cavalos e carneiros, gansos, gatos e canários, cachorros, aranhas domésticas e lebres. Nem mesmo um pintassilgo vivia lá. Nenhum peixe restava no rio. As cegonhas e os grous rodeavam os vales em suas jornadas errantes. Até mesmo os insetos e os vermes, até as abelhas, moscas, formigas, minhocas, mosquitos e traças não eram vistos há muitos anos. [...]”. Polissemia é a propriedade que uma palavra tem de apresentar vários sentidos. Almon, o pescador, cozinhava uma sopa de cebolas. O exame teórico foi uma sopa. Ambiguidade é a duplicidade de sentidos que pode haver em um enunciado ou em um texto, verbal ou não verbal. “Selton Mello responde ao manifesto contra a nudez de Pedro Cardoso. ” “Mãe de Eloá diz que perdoa Lindemberg durante velório. ” “Democratas e republicanos atribuem impasse em plano de socorro a MacCain. ” HOMONÍMIA E PARONÍMIA Homônimos são palavras que apresentam identidade no significante e/ou em sua representação gráfica, mas significados distintos. Concerto – apresentação musical Conserto – reparo de algo quebrado Caçar - perseguir animais Cassar - tornar sem efeito Parônimos são palavras que apresentam semelhança no significante e em sua representação gráfica, mas têm significados distintos. Infligir – impor, aplicar SEMÂNTICA Pré-Universitário/SEDUC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa 18 Infringir – desobedecer, desrespeitar Retificar – corrigir Ratificar – confirmar Semântica no Enem! A Semântica no Enem relaciona-se com a interpretação de textos. Compreender que os vocábulos podem apresentar inúmeros sentidos é essencial para a resolução de questões sobre o assunto. - Tô, Tom Zé 01. (FUVEST - 2013) São Paulo gigante, torrão adorado Estou abraçado com meu violão Feito de pinheiro da mata selvagem Que enfeita a paisagem lá do meu sertão Tonico e Tinoco, São Paulo Gigante. Nos versos da canção dos paulistas Tonico e Tinoco, o termo “sertão” deve ser compreendido como A) descritivo da paisagem e da vegetação típicas do sertão existente na região Nordeste do país. B) contraposição ao litoral, na concepção dada pelos caiçaras, que identificam o sertão com a presença dos pinheiros. C) analogia à paisagem predominante no Centro-Oeste brasileiro, tal como foi encontrada pelos bandeirantes no século XVII. D) D)metáfora da cidade-metrópole, referindo-se à aridez do concreto e das construções. E) generalização do ambiente rural, independentemente das características de sua vegetação. Texto para as questões 02 e 03 LAMA Mauro Duarte Pelo curto tempo que você sumiu Nota-se aparentemente que você subiu Mas o que eu soube ao seu respeito Me entristeceu ouvi dizer Que pra subir você desceu, você desceu Todo mundo quer subir A concepção da vida admite Ainda mais quando a subida Tem o céu como limite Por isso não adianta estar no mais alto degrau da fama Com a moral toda enterrada na lama (Clara Nunes. O canto das três raças. EMI-Odeon, 1976) 02. (CFTRJ - 2013) Considerando o texto, podemos afirmar que a voz enunciadora qualifica a subida na vida de seu interlocutor como: A) um sucesso, graças ao empenho pessoal do sujeito. B) uma decepção, devido ao caráter imoral da ascensão. C) uma surpresa, por causa de toda fama adquirida. D) uma banalidade, pois foi algo provocado pelo curso natural da vida. 03. (CFTRJ - 2013) A produção de um texto poético resulta de uma criteriosa seleção vocabular. No texto, trabalhou-se com dois campos semânticos: subir X descer. Relacionando-se esses verbos a substantivos, de acordo com esse texto, a única associação coerente é: A) subir: lama, limite. B) descer: limite, degrau. C) subir: fama, moral. D) descer: lama, moral. 04. (FUVEST - 2014) Leia o seguinte texto, que faz parte de um anúncio de um produto alimentício: EM RESPEITO A SUA NATUREZA, SÓ TRABALHAMOS COM O MELHOR DA NATUREZA Selecionamos só o que a natureza tem de melhor para levar até a sua casa. Porque faz parte da natureza dos nossos consumidores querer produtos saborosos, nutritivos e acima de tudo, confiáveis. www.destakjornal.com.br, 13/05/2013. Adaptado. Procurando dar maior expressividade ao texto, seu autor A) serve-se do procedimento textual da sinonímia. B) recorre à reiteração de vocábuloshomônimos. C) explora o caráterpolissêmico das palavras. D) mescla as linguagens científica e jornalística.
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