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101415108 CO MI AZ 1S 81 VOL 01 LIN COD CIE HUM Professor

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ESCOLA
NOME
TURMA NÚMERO
HORÁRIO
HORÁRIO
TERÇA
TERÇA
QUINTA
QUINTA
SEGUNDA
SEGUNDA
QUARTA
QUARTA
SEXTA
SEXTA
SÁBADO
SÁBADO
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LIVRO
ENSINO
MÉDIO
LINGUAGENS, CÓDIGOS, 
CIÊNCIAS HUMANAS E 
SUAS TECNOLOGIAS
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Avenida Presidente Kennedy, 2295
Tel.: 16 3238-6300
CEP 14095-210
Lagoinha · Ribeirão Preto ∙ SP
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ENSINO MÉDIO – LIVRO DE TEORIA E ATIVIDADES n. 1 – vol.2 
LINGUAGENS, CÓDIGOS, CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 
SISTEMA COC DE ENSINO
Direção-Geral
Sandro Bonás
Direção Pedagógica
Zelci Clasen de Oliveira
Direção Editorial
Roger Trimer
Gerência Pedagógica
Juliano de Melo Costa
Gerência Editorial
Osvaldo Govone
Gerência de Relacionamento
Flávio Luís Virgínio dos Santos
Ouvidoria
Regina Gimenes
Conselho Editorial
Juliano de Melo Costa, Luiz Fernando Duarte, Osvaldo 
Govone, Sandro Bonás e Zelci Clasen de Oliveira
PRODUÇÃO EDITORIAL
Autoria
Danilo César Defina, Breno Carlos da Silva, Cristiane Rodrigues, 
Menalton Braff , Márcio Raimundo Fernandes dos Anjos e Roseli Braff 
Coordenação Editorial
Luiz Fernando Duarte
Editoria Responsável
Adi Mellin, Fábio Geraldo Romano e Roseli Deienno Braff 
Editoria
Alexandre Faraoni, Adi Mellin, Fábio Geraldo Romano e Jurema Aprile
Assistência de Editoria
Fabiana Oliveira, Paula Garbellini de Barros 
Rodrigues e Tatiana W. L. Camargo
Preparação de Originais
Ana Lúcia Vidal, Alexandre Faraoni, Jurema Aprile
e Miriam Margarida Grisólia
Revisão
Cássio Luiz de Oliveira, Flávia Pelegrinelli Peetz, Flávio 
Rodrigues dos Santos, Leda Gastaldón de Almeida, 
Miriam Margarida Grisolia e Tárcia Garcia Leal
Organização de Originais
Marisa A. dos Santos e Silva e Sebastião S. Rodrigues Neto
Iconografia e Licenciamento de Texto
Marcela Pelizaro e Paula de Oliveira Quirino
Projeto Gráfico e Direção de Arte
Matheus Caldeira Sisdeli
Diagramação
 Claudia Silveira da Silva, Daniela E. de Oliveira, Edgar 
M. Oliveira, Edneia Elias de Assis, Juan M. Baldelomar, 
Lidiane A. Ribeiro, Mariluci O. de Albuquerque,
Rosana Cristina dos Santos e Sueli A. Marinheiro
Fechamento
Juan Mariano Baldelomar G.
Capa
Alexandre Mieda
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Capítulo 1 ................... 8
Módulo 1 ............... 15
Módulo 2 ............... 18
Módulo 3 ...............22
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• Identifi car aspectos linguísticos e discursivos 
nas construções da variedade culta da língua 
em comparação com outras variedades.
• Interpretar (descrever) construções foné-
tico/fonológicas, morfológicas, sintáticas e 
semântico/pragmáticas presentes em diversas 
situações discursivas, considerando a varieda-
de culta e outras variedades da língua.
• Identifi car as marcas linguísticas associadas a 
questões de adequação sociocultural, contex-
tual e de registro. 
• Reconhecer que a língua está em constante 
mudança e que tais mudanças são fenôme-
nos sociais, regionais, os quais resultam em 
diferentes formas de registro. 
• Compreender a importância de se conhecer 
a história da Língua Portuguesa como parte 
integrante do conhecimento da língua materna 
e sua consequente valorização.
• Compreender que a linguagem não se reduz a 
simples veículo de transmissão de informações 
e mensagens de um emissor a um receptor nem 
é uma estrutura externa a seus usuários.
• Relacionar o conhecimento da história da 
Língua Portuguesa aos diversos períodos da 
literatura, identifi cando o desenvolvimento 
da língua ao longo de diferentes épocas e sua 
contribuição para a formação de diversifi cados 
estilos de produção textual.
• Inferir que um mesmo fato requer tratamen-
to linguístico diferenciado, em situações e 
contextos também diferentes, descaracterizan-
do-se, inclusive, a noção de “certo” e “errado”, 
privilegiando-se a noção de adequabilidade aos 
interlocutores e à situação de comunicação.
• Inferir o locutor e o interlocutor de um texto, 
verifi cando a variante linguística e o registro 
usados, o vocabulário, o uso de gírias e expres-
sões, o suporte, os aspectos gráfi cos etc.
• Inferir que o conhecimento da história da 
Língua Portuguesa é importante para a com-
preensão dos estudos relacionados à estrutura 
e formação das palavras.
1. Linguagem, língua, escrita e oralidade 10
2. Norma-padrão e variação linguística 10
3. História da língua portuguesa 11
4. Organizador gráfico 14
Módulo 1 – Linguagem, língua, 
escrita e oralidade 15
Módulo 2 – Norma-padrão e 
variação linguística 18
Módulo 3 – História da língua portuguesa 22
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A língua é uma forma socialmente adquirida de conferir sentido às nossas 
experiências do mundo e de tornar essas experiências assuntode nossos atos 
de comunicação.
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. 
3. ed. São Paulo: Publifolha, 2010. p. 49.
A língua com que lemos o mundo 1
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1. Linguagem, língua, 
escrita e oralidade
A. Linguagem
Todo indivíduo pertence a uma nação ou comunidade, na 
qual cria raízes, com a qual se identifica ou é identificado, por-
que dentro dela troca experiências e absorve saberes e com-
portamentos, graças à utilização de signos culturais típicos 
dessa nação ou comunidade, que foram se acumulando atra-
vés dos séculos. Esse processo assim se estrutura porque o 
homem vive no meio de dois universos: o físico ou natural, 
composto de tudo que é material, como pessoas, animais, 
plantas, objetos, enfim, tudo o que pode ser visto, pesado, 
medido ou percebido de alguma forma por algum de nossos 
sentidos; e o intelectual ou cultural, formado por tudo quanto 
é abstrato, como o pensamento, os ideais, os sentimentos 
e o próprio saber, os conhecimentos, as técnicas e as artes. 
A esse universo das ideias, da inteligência e da criação damos 
o nome de mundo da cultura, isto é, o somatório de todas as 
contribuições resultantes da atividade intelectual do homem 
sobre o mundo físico ou natural. A principal e mais eficaz ma-
neira de perpetuação das aquisições intelectuais dos povos é 
feita por meio da palavra.
De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portugue-
sa, linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar 
ideias ou sentimentos através de signos convencionais, 
sonoros, gráficos, gestuais, ou seja, a linguagem é todo ato de 
comunicação, seja por que meio for.
Quando o homem cria um novo sentido para uma pala-
vra, cria novas maneiras para expressar significados, traduz 
em texto suas experiências e o mundo em que vive. Usando a 
linguagem, está ampliando a cultura. Por isso, podemos dizer 
que a linguagem é uma manifestação cultural. Desse prisma 
de construção da cultura, dizemos que a linguagem é a facul-
dade humana de poder comunicar pensamentos, estes numa 
relação de causa e consequência dos embates racionais e 
emocionais.
Embora tudo em nosso próprio corpo comunique sempre 
algo que julgamos e sentimos, seja pela nossa postura corpo-
ral, pelo olhar, pelo gesto, seja pelo semblante, é conveniente 
enumerar, além da fala e da escrita, as modalidades de lingua-
gem mais conhecidas e usuais, tanto no intercâmbio social 
quanto no universo das artes mais antigas, das ciências e das 
chamadas mídias modernas, como o design, as artes gráficas 
e visuais, a publicidade, a informática, o marketing, o cinema...
Entretanto, a linguagem verbal, falada ou escrita, é, certa-
mente, a mais usual, porque é a mais espontânea, cotidiana 
e natural das linguagens humanas. Por certo, é a linguagem 
verbal, particularmente a escrita, a responsável pela exis-
tência de todas as áreas do saber (ciência, religião, filoso-
fia, artes...), pois todas, de alguma forma, utilizam-na como 
instrumento de registro de conteúdos e de informações que 
transitam no tempo e no espaço, por meio de livros, jornais, 
revistas, arquivos, sistema de televisão, Internet etc. É, pois, 
a palavra o elemento mais importante na construção, na acu-
mulação e na transmissão da cultura da humanidade, nas 
suas mais diferentes ocorrências.
A linguagem não verbal é aquela que se realiza por meio 
de cores, formas, gestos, sons, ou seja, todo código (con-
junto de sinais convencionados socialmente para a trans-
missão de mensagens) capaz de produzir comunicação, 
porém sem fazer uso da palavra. A linguagem humana é, 
portanto, um fenômeno universal.
B. Língua
A língua é um conjunto de signos convencionais utilizados 
por um grupo social. Entende-se por signo linguístico a união in-
dissolúvel de um significante (parte material) e um significado 
(ideia). Por exemplo: ao ouvirmos a palavra casa, reconhece-
mos os sons que a formam porque estão gravados em nossa 
memória; trata-se de uma imagem sonora. A essa parte mate-
rial (sons e letras que compõem a palavra casa), damos o nome 
de significante. A ideia que nos vem à mente: lugar onde se 
mora, abrigo, habitação, constitui o significado da palavra casa. 
O fato de a língua compreender um sistema ou código signi-
fica que ela é formada de normas, de regras a serem respeitadas 
por todos os que dela fazem uso, para que a comunicação entre 
os cidadãos dessa comunidade seja mantida em níveis satisfa-
tórios. A reunião sistemática dessas normas é chamada de gra-
mática, e o emprego desse idioma ou língua, em consonância 
com essas normas ou regras, é chamado de norma-padrão.
Por ser utilizada por pessoas de determinado grupo, a lín-
gua é um fenômeno social.
C. Oralidade
Numa sociedade como a nossa, em que o idioma oficial é 
o português, a existência de inúmeros modos de utilização da 
língua é fato facilmente percebido. Basta conversarmos com um 
carioca, um gaúcho, um nordestino, por exemplo, para perce-
bermos as diferenças presentes tanto no léxico (tipo de palavra 
usada) quanto na pronúncia (modo de falar). A oralidade, isto é, 
o uso que cada pessoa faz da língua recebe o nome de fala.
A fala é, pois, um fenômeno individual.
2. Norma-padrão e 
variação linguística
A. Norma-padrão
Apesar de a língua apresentar variantes e sofrer transfor-
mações no tempo e no espaço, ela mantém um sistema morfo-
lógico (seleção de palavras) e um sistema sintático (combina-
ção de palavras) que lhe dá uniformidade. Por isso, apesar das 
diferenças de sotaque e vocabulário existentes entre o portu-
guês falado no Nordeste e o português falado no Sul, nordesti-
nos e sulistas entendem-se sem maiores problemas. A unifor-
midade da língua é dada, sobretudo, pela norma-padrão, isto é, 
o conjunto de normas estabelecidas pela gramática oficial do 
país. A rigor, o uso da norma-padrão depende do contexto e da 
situação comunicativa em que se encontra o usuário da língua. 
B. Variação linguística
Num país de extensão continental como o Brasil, são di-
versas, além de extremamente ricas, as variações que a língua 
portuguesa apresenta. Podemos, grosso modo, agrupá-las em 
três tipos, de acordo com as condições em que são utilizadas. 
B.1. Variantes nacionais
O português falado no Brasil apresenta diferenças de 
vocabulário e pronúncia em relação ao falado em Portugal, 
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Angola, Moçambique, por exemplo, países cujo idioma oficial 
também é o português.
Exemplos: miúdo (Portugal) – menino (Brasil)
B.2. Variantes regionais
As diferentes regiões do Brasil apresentam variações de 
pronúncia (sotaque) e léxico (vocabulário).
Exemplos: macaxeira (Ceará) – mandioca (São Paulo) – 
aipim (Rio de Janeiro)
B.3. Variantes socioculturais
Dizem respeito ao grau de instrução, nível socioeconômi-
co, sexo, profissão e idade do falante.
Exemplos: cefaleia (palavra usada pelos médicos) – dor 
de cabeça (palavra usada pelas pessoas em geral) 
Apesar de todas as variantes linguísticas serem con-
sideradas adequadas desde que cumpram sua função de 
permitir a comunicação entre as pessoas, a norma culta 
ou padrão é a variante que goza de maior prestígio social 
porque é ensinada na escola e utilizada na maior parte dos 
livros, jornais, obras científicas, textos acadêmicos etc. Ou-
tras variantes, usadas por determinados grupos (surfistas, 
roqueiros, por exemplo), bem como as gírias e os falares 
que contêm desvios da norma-padrão são chamados de 
norma popular.
Além disso, podemos acrescentar que, dependendo da 
situação comunicativa (oral ou escrita), existem níveis dife-
rentes de linguagem ou graus de formalismo.
C. Graus de formalismo
C.1. Formal
Linguagemque segue fielmente a norma-padrão.
Exemplo: O professor doutor convidado a participar como 
palestrante neste simpósio fará sua exposição às 20 horas 
no Salão Nobre.
C.2. Informal ou coloquial
Linguagem sem a rigidez das normas gramaticais, des-
contraída, afetiva. É a linguagem do dia a dia, aquela que 
usamos com pessoas de nossas relações mais próximas ou 
apenas conhecidas. 
Exemplo: A gente já tá cheio de tanta corrupção.
Cabe a cada usuário da língua avaliar o 
contexto de uso e escolher a forma de expres-
são mais apropriada. Afinal, paralelamente à 
sua condição de sistema de unidades e regras 
combinatórias, a língua é expressão da ima-
gem que os interlocutores fazem da situação 
social em que se encontram – ou seja, uma for-
ma de comportamento –, e como tal requer de 
seus usuários discernimento para adequar as 
formas que empregam à situação e à finalida-
de do ato comunicativo. É nisso que consiste a 
competência verbal de um cidadão.
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua 
Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Publifolha, 2010. p. 66.
3. História da língua portuguesa
Há milhares de anos, o território da Europa, com raras 
exceções, era coberto por florestas e habitado por povos pri-
mitivos. Em seu extremo ocidental havia uma península (hoje 
península Ibérica: Espanha, Portugal, Andorra e Gibraltar) habi-
tada por um povo que vivia em estado selvagem: os iberos. Os 
celtas, dos mais numerosos e mais antigos desses povos que 
perambulavam pelo território europeu, acabaram por invadir a 
península e se misturaram aos iberos, mistura da qual nasce-
ram os celtiberos, que durante mais de mil anos viveram livres 
pelas montanhas da península Ibérica.
Além de umas poucas incursões de fenícios e gregos por 
aquele território, pouca coisa aconteceu até o ano 219 a.C. 
(mais de 2.200 anos atrás), quando os romanos (o povo mais 
poderoso e de civilização mais avançada em toda a Europa, 
na época) invadiram e dominaram a península, submetendo 
a seu domínio os celtiberos.
Os romanos, habitantes do Lácio na península Itálica, 
construíram cidades, introduziram culturas, abriram estradas, 
deram àquela região uma feição organizativa e administrativa 
que os povos primitivos não conheciam. Ao dominarem intei-
ramente a vida política, econômica, administrativa e cultural 
da península, a língua que trouxeram da Roma antiga (o latim) 
começou a se misturar, na boca do povo, com o celtibero, até 
então falado pelos antigos habitantes do lugar. Mas o latim, 
falado principalmente pelos soldados invasores, prestava-se 
melhor à comunicação de uma vida mais complicada, isto é, 
mais civilizada.
Seiscentos e tantos anos depois, a península sofreu nova 
invasão, e, dessa vez, de povos bárbaros (vândalos, suevos e 
alanos), que em hordas saíram do norte da Europa e foram-
-se instalando nos territórios que os romanos, com sérios 
problemas em seu próprio país, já não conseguiam defender. 
Entretanto os bárbaros germânicos, esses invasores, eram 
menos civilizados que os antigos dominadores e acabaram 
por assimilar os costumes e a língua (aquela mistura então 
existente). Na verdade, bem poucas palavras de origem bár-
bara permaneceram em nossa língua. Algumas delas: guerra, 
trégua, espeto e branco.
Os povos bárbaros não precisaram de mais de trezentos 
anos para se misturar totalmente aos celtiberos e para expul-
sar definitivamente os dominadores romanos. No ano de 711 
de nossa era, houve uma nova invasão. Dessa vez foram os 
mouros, que desembarcam no sul da península, vindos do 
norte da África. Não chegaram a dominar inteiramente a pe-
nínsula, pelo menos sua região Norte, mas, apesar de lutas 
constantes, permaneceram por mais de 700 anos como ver-
dadeiros donos de mais da metade do que hoje são Espanha 
e Portugal.
Afonso IV, rei do que era então conhecido como as Hespa-
nhas (Leão, Castela e Aragão), pediu auxílio a reis e príncipes 
de toda a Europa para expulsar os invasores maometanos. E 
isso só aconteceu em 1492, pouco antes do descobrimento 
do Brasil.
Um dos nobres que vieram em socorro do rei leonês, Hen-
rique de Borgonha (de uma região da França), recebeu como 
prêmio a mão de uma das filhas do rei, Tareija (hoje Teresa), e 
um condado, o Condado Portucalense. Aos poucos, Henrique 
de Borgonha afastou-se do sogro, até que seu filho e herdeiro, 
Afonso Henrique, em 1143, proclamou a independência, tor-
nando-se livre do rei espanhol.
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Nessa época já se falava, principalmente entre o povo inculto, uma língua que nada mais era do que a mistura de tantas 
influências. Do árabe, por exemplo, vieram palavras como: arroz, azeitona, alicate, alfafa, alfaiate, alfândega, açúcar, refém e 
azulejo. Nos palácios e entre as pessoas cultas, falava-se o latim, que era uma língua que tinha escrita.
Com a derrota dos mouros e a consequente diminuição de sua influência, os reis que sucederam a Afonso Henrique no 
comando do agora reino português preocuparam-se em adotar a língua falada pelo povo como a língua oficial do reino. Come-
çaram, então, a se desenvolver textos literários, religiosos, forenses, nessa língua que o povo entendia.
Cada um escrevia como lhe parecesse certo, e um mesmo autor, às vezes, em uma mesma página, escrevia uma mesma pa-
lavra de duas, três formas diferentes. A confusão era muito grande e durou alguns séculos até que o rei encomendou ao erudito 
Fernão de Oliveira uma unificação da língua, e, assim, no ano de 1536, foi publicada a Grammatica da Lingoagem Portuguesa, 
baseada nas gramáticas da língua latina. De lá para cá, a língua portuguesa veio sofrendo muitas transformações, e, na verdade, 
como um corpo vivo que é, não se pode impedir que elas aconteçam. Mudaram os costumes, novos objetos e instrumentos 
apareceram, influências de outras línguas foram incorporadas.
Hoje, o português é língua oficial em Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe 
e Timor-Leste. Em algumas regiões da Ásia (Macau, Goa, Damão e Malaca), o português é falado por uma parcela da popula-
ção. Cerca de 250 milhões de pessoas falam nossa língua no mundo.
As principais línguas neolatinas (irmãs da língua portuguesa, porque todas elas são originadas do latim) são português, 
espanhol, francês, italiano, provençal e romeno. 
MOÇAMBIQUE
PORTUGAL
ANGOLABRASIL
ÁFRICA
OCEANIA
INDONÉSIA
OCEANIAOCEANIA
INDONÉSIAINDONÉSIAINDONÉSIAINDONÉSIAINDONÉSIAINDONÉSIAINDONÉSIAINDONÉSIAINDONÉSIAINDONÉSIAINDONÉSIAINDONÉSIA
São
Vicente
Maio
Brava
Fogo
São Tiago
Sal
Boa Vista
São Nicolau
Santa Luzia
Santo Antão
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
PACÍFICO
AMÉRICA
DO SUL
EUROPA
São Tomé 
e Príncipe
São Tomé
Príncipe
N
TIMOR-LESTE
GUINÉ-BISSAU
 Países onde o português é língua oficial.
A partir do século XV, com as grandes navegações portuguesas, teve início a expansão do português. Durante séculos, o 
idioma e também a religião católica foram levados a várias regiões do planeta por conquistadores, colonos e emigrantes. 
Com relação à vinda dos portugueses ao Brasil, sabemos que o contato com o europeu foi devastador para o índio. Se não 
fosse isso, provavelmente o Brasil seria um país bilíngue, com parte da população falando também o tupi. Isso não aconteceu, 
mas o tupi está presente na nossa língua, compondo parte do léxico, sobretudo em áreas específicas, como nomes de lugar, de 
pessoas, de culinária, da fauna e da flora do Brasil. Seguem alguns exemplos.
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Nomes de lugar Flora Fauna
Ceará jabuticaba arara
Curitiba jacarandá jacaré
Itamarandiba babaçu jabuti
Anhangabaú capim jiboia
Tatuapé ipê lambariIpiranga carnaúba piaba
Paraná abacaxi tamanduá
Ipanema açaí tatu
A influência dos negros na cultura brasileira é extrema-
mente importante e indiscutível. E nosso vocabulário tam-
bém absorveu muitos termos de origem africana. O quadro a 
seguir ilustra essa influência.
Termos 
em geral
Culinária Religião Música
cachimbo acarajé exu agogô
caxumba angu iemanjá atabaque
cochilo banana macumba axé, afoxé
 01. 
Leia o fragmento da letra da canção de Caetano Veloso 
e explique o que significam as expressões “Flor do Lácio”, 
“Lusamérica” e “latim em pó”.
Língua
[...]
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode
Esta língua?
[...]
Caetano Veloso
Resolução
Lácio é a região central da península Itálica, onde se 
falava o latim; portanto “flor do Lácio” refere-se à língua 
que desabrochou a partir do latim, no caso, o português, 
uma língua neolatina. O termo “Lusamérica” remete-nos ao 
Brasil, à parte da América colonizada pela nação lusitana 
(Portugal), onde se fala o português, uma língua nascida a 
partir da deterioração do latim, o que leva ao termo “latim 
em pó”, ou seja, a diluição dessa língua, transformando-se 
em outra, que foi trazida para nosso país.
APRENDER SEMPRE 1 
DI
VU
LG
AÇ
ÃO
Filme: Desmundo, de Alain Fresnot, baseado no roman-
ce homônimo de Ana Miranda, conta a história de Oribela 
(Simone Spoladore), uma jovem órfã portuguesa, criada 
em um convento, que é obrigada a atravessar o oceano 
para se casar com um dos colonizadores do Brasil, país sel-
vagem e quase inabitado em 1570. Os diálogos são o gran-
de destaque do filme. Todos eles foram traduzidos para o 
português arcaico pelo linguista Helder Ferreira. É muito 
interessante perceber como a língua falada era uma mes-
cla de português e espanhol. Vale a pena conferir este filme 
brasileiro que precisa ser visto com legenda.
Livro: Triste fim de Policarpo Quaresma, romance de 
Lima Barreto (1881-1922), em que o protagonista passa 
a vida lutando para o tupi ser considerado a língua oficial 
do Brasil. 
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4. Organizador gráfico
História da
Língua Portuguesa
Norma-Padrão
Variação linguística
Escrita
Oral
Sociocultural
Graus de formalismo
Nacional
Regional
Coloquial
Formal
Língua
Linguagem
Características
Apenas
textoTema Tópico Subtópico destaqueSubtópico
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Leia o texto a seguir para responder às questões 4 e 5.
Cuitelinho*
Cheguei na bera do porto
Onde as ondas se espaia.
As garça dá meia volta,
Senta na bera da praia.
E o cuitelinho não gosta
Que o botão de rosa caia.
Quando eu vim de minha terra,
Despedi da parentaia.
Eu entrei no Mato Grosso,
Dei em terras paraguaia.
Lá tinha revolução,
Enfrentei fortes bataia.
A tua saudade corta
Como o aço de navaia.
O coração fica aflito,
Bate uma, a outra faia.
E os oio se enche d’água
Que até as vista se atrapaia.
*cuitelinho: beija-flor 
Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua 
materna. São Paulo: Parábola, 2004.
 04. ENEM
Transmitida por gerações, a canção “Cuitelinho” manifes-
ta aspectos culturais de um povo, nos quais se inclui sua for-
ma de falar, além de registrar um momento histórico.
Depreende-se disso que a importância em preservar a 
produção cultural de uma nação consiste no fato de que pro-
duções como a canção “Cuitelinho” evidenciam a:
a. recriação da realidade brasileira de forma ficcional.
b. criação neológica na língua portuguesa.
c. formação da identidade nacional por meio da tradi-
ção oral.
d. incorreção da língua portuguesa que é falada por 
pessoas do interior do Brasil.
e. padronização de palavras que variam regionalmente, 
mas possuem mesmo significado.
 05. 
Retire do texto dois versos em que há uma comparação.
 01. 
Faça a correlação entre as colunas.
a. Fenômeno universal
b. Fenômeno social
c. Fenômeno individual
( ) Fala
( ) Linguagem
( ) Língua
 03. 
Podemos afirmar que o conhecimento acumulado pela 
humanidade através dos séculos pôde ser preservado e 
transmitido por meio, principalmente, da:
a. fala.
b. linguagem não verbal.
c. linguagem popular.
d. linguagem verbal.
e. oralidade.
 02. 
Explique a diferença entre linguagem e língua.
Exercícios Extras
Módulo 1
Linguagem, língua, escrita e oralidade
Exercícios de Aplicação
c
a
b
Resolução
Linguagem é a capacidade humana de comunicar pensa-
mentos por meio de palavras (linguagem verbal) ou quaisquer 
outros meios, como sons, gestos, cores, símbolos (linguagem 
não verbal). Língua é o conjunto de signos convencionais uti-
lizados por determinado grupo social.
Resolução
A linguagem verbal (sobretudo a escrita) foi a principal 
responsável pela preservação e transmissão do conhecimen-
to humano em todas as áreas do saber através dos tempos.
Alternativa correta: D
Habilidade – Compreender que a linguagem não se reduz 
a simples veículo de transmissão de informações e mensa-
gens de um emissor a um receptor nem é uma estrutura ex-
terna a seus usuários.
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Da teoria, leia os tópicos 1, 1A, 1B e 1C
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento
Leia o texto seguinte para responder às questões de 6 a 13.
Comunicação e sociedade
Lembre-se o leitor como se fez gente: sua 
casa, seu bairro, sua escola, sua patota. A co-
municação foi o canal pelo qual os padrões de 
vida de sua cultura foram-lhe transmitidos, pelo 
qual aprendeu a ser “membro” de sua socieda-
de –, de sua família, de seu grupo de amigos, de
sua vizinhança, de sua nação. Foi assim que 
adotou sua “cultura”, isto é, os modos de pen-
samento e de ação, suas crenças e valores, seus 
hábitos e tabus. Isso não ocorreu por “instru-
ção”, pelo menos antes de ir para a escola: nin-
guém lhe ensinou propositadamente como está 
organizada a sociedade e o que pensa e sente 
a sua cultura. Isso aconteceu indiretamente, 
pela experiência acumulada de numerosos pe-
quenos eventos, insignificantes em si mesmos, 
através dos quais travou relações com diversas 
pessoas e aprendeu naturalmente a orientar seu 
comportamento para o que “convinha”. Tudo 
isso foi possível graças à comunicação. Não fo-
ram os professores na escola que lhe ensinaram 
sua cultura: foi a comunicação diária com pais, 
irmãos, amigos, na casa, na rua, nas lojas, no 
ônibus, no jogo, no botequim, na igreja, que lhe 
transmitiu, menino, as qualidades essenciais da 
sociedade e a natureza do ser social.
Contrariamente, então, ao que alguns pensam, 
a comunicação é muito mais que os meios de co-
municação social. Esses meios são tão poderosos 
e importantes na nossa vida atual, que, às vezes, 
esquecemos que representam apenas uma míni-
ma parte de nossa comunicação total.
Alguém fez, uma vez, uma lista dos atos de co-
municação que um homem qualquer realiza desde 
que se levanta pela manhã até a hora de deitar-se, 
no fim do dia. A quantidade de atos de comunica-
ção é simplesmente inacreditável, desde o “bom-
dia” à sua mulher, acompanhado ou não por um 
beijo, passando pela leitura do jornal, a decodifica-
ção de número e cores do ônibus que o leva ao tra-
balho, o pagamento ao cobrador, a conversa com 
o companheiro de banco, os cumprimentos aos 
colegas no escritório, o trabalho com documen-
tos, recibos, relatórios, as reuniões e entrevistas, 
a visita ao banco e as conversas com seu chefe, 
os inúmeros telefonemas, o papo durante o almo-
ço, a escolha do prato no menu, a conversa com 
os filhos no jantar, o programinhade televisão, o 
diálogo amoroso com sua mulher antes de dormir, 
e o ato final de comunicação num dia cheio dela: 
“boa-noite”.
A comunicação confunde-se, assim, com a 
própria vida. Temos tanta consciência de que 
comunicamos como de que respiramos ou anda-
mos. Somente percebemos a sua essencial impor-
Exercícios Propostos
Seu espaço
Orientações ao professor
• Sobre o módulo
Destacar as diferenças entre linguagem (universal), lín-
gua (social) e fala (individual). Salientar que a língua é um 
organismo vivo que se transforma no tempo e no espaço.
• Na web
No site do Museu da Língua Portuguesa http://www.
museulinguaportuguesa.org.br/ encontra-se rico material 
sobre nosso idioma, além de informações sobre palestras e 
exposições fixas ou itinerantes.
CI
FO
TA
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SH
UT
TE
RS
TO
CK
Marco histórico da cidade de São Paulo, o prédio da Estação da Luz 
passou por um apurado processo de restauro e adaptação para receber as 
instalações do Museu da Língua Portuguesa, inaugurado em março de 2006.
• Estante
DIVULGAÇÃO
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Lín-
gua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Publifolha, 2010.
Esta gramática trata da língua de maneira clara e objetiva. 
Incorpora as mudanças mais significativas realizadas na es-
crita nos últimos tempos, tomando como base obras consa-
gradas. Redigida na nova ortografia, explica o funcionamento 
do português e traz ferramentas para interpretação e redação 
de texto. É fundamental para todos que buscam aprofundar 
seus conhecimentos da língua portuguesa.
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tância quando, por um acidente ou uma doença, 
perdemos a capacidade de nos comunicar. Pes-
soas que foram impedidas de se comunicar du-
rante longos períodos enlouqueceram ou ficaram 
perto da loucura.
A comunicação é uma necessidade básica da 
pessoa humana, do homem social.
DÍAZ BORDENAVE, Juan E. O que é comunicação. 
São Paulo: Nova Cultural/Brasiliense, 1986. 
p. 17-19. Fragmento.
 06. 
Releia o primeiro parágrafo e indique qual a relação entre 
comunicação e cultura.
 07. 
Qual a opinião do autor sobre os meios de comunicação 
social?
 08. 
Que frase ou passagem, no quarto parágrafo, sintetiza a 
conclusão do autor acerca do tema em questão?
 09. 
A frase “A comunicação é uma necessidade básica da 
pessoa humana, do homem social.” tem o mesmo sentido do 
provérbio exposto em qual alternativa?
a. Falar é prata, calar é ouro.
b. Nenhum homem é uma ilha.
c. Cão que late não morde.
d. O sábio escuta, o tolo discute.
e. Melhor calar do que falar em demasia.
 10. 
Na passagem “Lembre-se o leitor como se fez gente...”, a 
expressão em destaque significa:
a. o modo como o leitor tornou-se um ser social.
b. que o leitor deve lembrar-se de seu passado.
c. que todo ser humano precisa ter consciência de que 
é gente.
d. que a capacidade de lembrar é característica apenas 
de quem é gente.
e. que se tornar gente está ligado ao ato da leitura.
 11. 
No trecho “Tudo isso foi possível graças à comunicação.”, 
a expressão destacada retoma:
a. a instrução escolar.
b. o conceito de cultura.
c. a definição de instrução.
d. as características da educação formal.
e. o conceito de leitura.
 12. 
No contexto, a palavra destacada em “... sua casa, seu 
bairro, sua escola, sua patota.” tem o significado de:
a. trapaça.
b. gíria que corresponde ao diminutivo de “pato”.
c. grande ajuntamento de pessoas.
d. grupo de amigos.
e. pessoas da família.
 13. 
O terceiro parágrafo do texto relaciona uma série de:
a. atos comunicativos.
b. frases insignificantes.
c. falas próprias da oralidade.
d. ações geralmente desnecessárias.
e. ações próprias de uma criança.
Leia o texto seguinte para responder às questões de 14 a 16.
Instinto de nacionalidade
Entre os muitos méritos dos nossos livros nem 
sempre figura o da pureza da linguagem. Não é 
raro ver intercalados em bom estilo os solecis-
mos da linguagem comum, defeito grave, a que 
se junta o da excessiva influência da língua fran-
cesa. Este ponto é objeto de divergência entre os 
nossos escritores. Divergência digo, porque, se 
alguns caem naqueles defeitos por ignorância ou 
preguiça, outros há que os adotam por princípio, 
ou antes por uma exageração de princípio.
 Não há dúvida de que as línguas se aumen-
tam e alteram com o tempo e as necessidades 
dos usos e costumes. Querer que a nossa pare 
no século de quinhentos é um erro igual ao de 
afirmar que a sua transplantação para a Améri-
ca não lhe inseriu riquezas novas. A este respei-
to a influência do povo é decisiva. Há, portanto, 
certos modos de dizer locuções novas, que de 
força entram no domínio do estilo e ganham di-
reito de cidade.
 Mas se isto é um fato incontestável, e se é 
verdadeiro o princípio que dele se deduz, não me 
parece aceitável a opinião que admite todas as 
alterações da linguagem, ainda aquelas que des-
troem as leis da sintaxe e a essencial pureza do 
idioma. A influência popular tem um limite; e o 
escritor não está obrigado a receber e dar curso 
a tudo o que o abuso, o capricho e a moda in-
ventam e fazem correr. Pelo contrário, ele exerce 
também uma grande influência a este respeito, 
depurando a linguagem do povo e aperfeiçoan-
do-lhe a razão.
ASSIS, Machado de. Instinto de nacionalidade. In: Obras completas. 
Vol. 3. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1973. p. 808-809.
Vocabulário 
Solecismo: erro de sintaxe
 14. 
No primeiro parágrafo, Machado de Assis aponta dois de-
feitos de que padece nossa literatura. Aponte-os.
 15. 
De acordo com o autor, a língua é um organismo vivo que 
se transforma no tempo e no espaço. Retire do segundo pará-
grafo a passagem que comprova essa afirmação.
 16. 
Segundo Machado, em relação à linguagem, qual é o pa-
pel do escritor?
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 03. Sistema COC
Leia a tira a seguir para responder à questão.
O melhor de Calvin Bill Watterson
CALVIN &
 HOBBES, BILL W
ATTERSON ©
 1992 W
ATTERSON / DIST. BY UNIVERSAL UCLICK
As palavras "joia", "maneiro" e demorô" são:
a. termos eruditos usados pela norma-padrão.
b. parte do vocabulário usual dos professores.
c. jargão, ou seja, termos usados por advogados.
d. gíria, ou seja, uma linguagem especial de um grupo.
e. sinônimos de "fiambre", "lubrificado" e "fase".
Módulo 2
Norma-padrão e variação linguística
Exercícios de Aplicação
Leia o texto seguinte para responder às questões 1 e 2.
Estudei durante seis anos muito a vida de um 
paulista e fiz um filme sobre ele, que é o Mário de 
Andrade, um [...] poeta muito pouco falado pelas 
ditas vanguardas modernistas. [...] Hoje em dia, 
felizmente, já existem vários trabalhos, há muita 
gente reavaliando a poética do Mário, que ela é 
muito mais importante e profunda do que aparen-
temente pareceu nestes últimos anos. Estudando 
o Mário, eu descobri que o Mário foi um exemplo 
do cara que morreu de amor, mas de amor pelo 
seu povo, pelo seu país, pela sua cultura. [...] Um 
outro cara que eu também fiz um filme é o Câma-
ra Cascudo. Um cara como o Câmara Cascudo 
morre, os jornais dão uma notinha desse tama-
nhinho, escondidinho, um cara que deveria ter 
estátua em praça pública, devia ser lido, recitado.
Paulo Leminsky, “Os sentidos da paixão”. Fragmento.
 01. 
O trecho foi extraído da transcrição do debate que se se-
guiu à palestra do poeta Paulo Leminsky, proferida durante o 
curso “Os sentidos da paixão”, na Funarte. Esse discurso traz 
muitas marcas de oralidade. Aponte no texto elementos que 
estariam totalmente inadequados à linguagem escrita na nor-
ma-padrão.
 02. 
Reescreva o trecho de acordo com a norma-padrão.
Resolução
O uso de gírias, como “puta poeta” e “cara”. A repetiçãode 
algumas palavras, como “Mário” e “cara”, indica traço de ora-
lidade e falta de coesão. O erro de regência (comum na fala) 
em “Um outro cara que eu também fiz um filme”, no lugar de 
“Outro escritor, sobre o qual eu também fiz um filme”. Além 
disso, há desorganização sintática, compreensível na fala, 
mas comprometedora da significação na escrita.
Sugestão de resolução
Estudei durante seis anos a vida do poeta paulista Mário 
de Andrade, pouco comentado pelas vanguardas modernis-
tas. Hoje, felizmente, há muitos trabalhos que reavaliam a 
poética desse autor, muito mais importante do que aparen-
temente pareceu nesses últimos anos. Descobri que o poeta 
morreu de amor pelo seu povo, pelo seu país, pela sua cul-
tura. Outro autor sobre o qual também fiz um filme é Câmara 
Cascudo, alguém que, quando morreu, deveria ter recebido 
uma estátua em praça pública, além de ser lido. No entanto, 
os jornais deram apenas uma pequena nota do falecimento.
Resolução
A fala do pai de Calvin apresenta gíria, variedade linguís-
tica, assim como os termos apresentados pelo garoto, apesar 
de não terem o mesmo significado.
Alternativa correta: D
Habilidade: Inferir que um mesmo fato requer tratamento 
linguístico diferenciado, em situações e contextos também 
diferentes, descaracterizando-se, inclusive, a noção de “cer-
to” e “errado”, privilegiando-se a noção de adequabilidade aos 
interlocutores e à situação de comunicação.
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Exercícios Extras
Leia atentamente o seguinte fragmento do poema “Evocação do Recife”, de Manuel Bandeira, para responder às questões 
4 e 5.
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos 
É macaquear
A sintaxe lusíada
 04. 
Assinale a alternativa que interpreta adequadamente os versos “O que fazemos/ É macaquear/ A sintaxe lusíada”.
a. Todas as regras que usamos são herança do português de Portugal. Ainda não temos uma gramática normativa do “por-
tuguês brasileiro”.
b. Cada país, cujo idioma oficial é o português, tem sua própria gramática.
c. O Brasil não segue a norma-padrão prescrita em Portugal.
d. A sintaxe brasileira copia as regras de outros países.
e. Devemos escrever como falamos, semelhante ao que fazem os portugueses.
 05. 
Podemos afirmar que Manuel Bandeira defendia uma “língua brasileira”? Em caso afirmativo, defina o que seria essa língua.
Seu espaço
Orientações ao professor
• Sobre o módulo
Em razão da frequência com que questões acerca de va-
riação linguística têm aparecido em diversos vestibulares e 
outras provas, é fundamental esclarecer aos alunos que, no 
Brasil, em razão de sua extensão continental, existem inú-
meras variantes (léxico e pronúncia, sobretudo), o que nem 
sempre revela desvio da norma-padrão. 
• Na web
http://goo.gl/Edq6t
O universo do idioma em notícias, artigos e reportagens. 
Dicas sobre gramática, literatura e redação para os interessa-
dos em conhecer melhor a Língua Portuguesa.
• Estante
Um dos livros de maior referência para o ensino de nos-
sa língua, ao contrário das tradicionais obras que prezam 
somente pela aprendizagem da norma culta, esta gramática 
aborda as utilizações mais práticas e usuais de expressões 
idiomáticas e palavras. Organizada de forma que o leitor iden-
tifique facilmente aquilo que procura em suas mais de mil 
páginas, a obra segue uma divisão por classes de palavras. 
A segunda edição está atualizada de acordo com a nova refor-
ma ortográfica. Um livro detalhado que elucida os usos que o 
brasileiro faz de sua língua.
DIVULGAÇÃO
NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do 
português. 2. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2010.
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Exercícios Propostos
Da teoria, leia os tópicos 2, 2A, 2B1, 2B2, 2B3, 2C, 2C1 e 2C2
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento
 06. 
Em relação à língua portuguesa, podemos afirmar que:
a. a norma popular é aceita sem restrições em qualquer 
situação comunicativa.
b. a norma-padrão é aquela que a gramática normativa 
prescreve.
c. o uso que cada pessoa faz da língua que fala é chama-
do norma popular.
d. é necessário haver uma gramática para cada estado 
do Brasil.
e. a norma culta só é aceita nas provas de vestibulares.
Leia o excerto do poema a seguir para responder às ques-
tões 7 e 8.
É ela! É ela! É ela!
É ela! é ela! – murmurei tremendo,
E o eco ao longe murmurou – é ela!...
Eu a vi... minha fada aérea e pura,
A minha lavadeira na janela!
Dessas águas-furtadas onde eu moro
Eu a vejo estendendo no telhado
Os vestidos de chita, as saias brancas...
Eu a vejo e suspiro enamorado!
Esta noite eu ousei mais atrevido
Nas telhas que estalavam nos meus passos;
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!
Como dormia! que profundo sono!...
Tinha na mão o ferro do engomado...
Como roncava maviosa e pura!
Quase caí na rua desmaiado!
[...]
AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. São 
Paulo: Martins Fontes, 1966. p. 42.
 07. 
Apesar de o autor pertencer à estética romântica, que idea-
lizava a mulher, nesse poema, em particular, o poeta descreve 
atos banais utilizando a linguagem formal. Quais são esses atos?
 08. 
Há uma palavra que destoa das demais tanto do ponto de vis-
ta do contexto quanto da formalidade da linguagem. Qual é ela?
 09. ENEM
 A escrita é uma das formas de expressão que as pessoas 
utilizam para comunicar algo e tem várias finalidades: informar, 
entreter, convencer, divulgar, descrever. Assim, o conhecimento 
acerca das variedades linguísticas sociais, regionais e de regis-
tro torna-se necessário para que se use a língua nas mais diver-
sas situações comunicativas.
Considerando as informações anteriores, imagine que 
você está à procura de um emprego e encontrou duas em-
presas que precisam de novos funcionários. Uma delas exige 
uma carta de solicitação de emprego. Ao redigi-la, você:
a. fará uso da linguagem metafórica.
b. apresentará elementos não verbais.
c. utilizará o registro informal.
d. evidenciará a norma-padrão.
e. fará uso de gírias.
 10. ENEM
SOUZA, Maurício de. (Chico Bento). O Globo, Rio de 
Janeiro. Segundo caderno, 10 dez., 2008, p. 7.
O personagem Chico Bento pode ser considerado um típi-
co habitante da zona rural, comumente chamado de "roceiro" 
ou "caipira". Considerando a sua fala, essa tipicidade é confir-
mada primordialmente pela:
a. transcrição da fala característica de áreas rurais.
b. redução do nome “José” para “Zé”, comum nas comu-
nidades rurais.
c. emprego de elementos que caracterizam sua lingua-
gem como coloquial.
d. escolha de palavras ligadas ao meio rural, incomuns 
nos meios urbanos.
e. utilização da palavra “coisa”, pouco frequente nas zo-
nas mais urbanizadas.
 11. Encceja
Economia, Horácio
[...]
Minha filha é uma universitária; mas sempre 
que me escreve, do Rio, onde está morando, ini-
cia invariavelmente suas cartas por aquele mes-
mo breve “Oi!” que eu, entretanto – em obediên-
cia a um velho hábito e para satisfazer antigas e 
obsoletas praxes do meu tempo de rapaz – tra-
duzo mentalmente por “meu querido pai”. E vai 
ver que quer dizer isso mesmo.
O Estado de S. Paulo
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 13. ENEM
BROWNE, C. Hagar, o Horrível. Jornal O Globo, Segundo Caderno. 20 fev. 2009.
A linguagem da tirinha revela:
a. o uso de expressões linguística e vocabulário próprios de épocas antigas.b. o uso de expressões linguísticas inseridas no registro mais formal da língua.
c. o caráter coloquial expresso pelo uso do tempo verbal no segundo quadrinho.
d. o uso de um vocabulário específico para situações comunicativas de emergência.
e. a intenção comunicativa dos personagens: a de estabelecer a hierarquia entre eles.
Leia o texto seguinte para responder às questões de 14 a 16.
Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não 
faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-
lhes pé de alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o 
remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. [...]
ANDRADE, Carlos Drummond de. Quadrante. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970. Fragmento.
 14. 
Explique o significado do título do excerto da crônica de Carlos Drummond.
 15. 
Por que é difícil compreender o texto completamente?
 16. 
Procure relacionar, pelo contexto, as expressões seguintes aos seus significados.
O comentário feito sobre o emprego de “Oi!” indica que 
seu uso é próprio da linguagem:
De: Perfume de mulher
Para: Cherim de cabocla
De: Guerra nas estrelas
Para: Arranca-rabo no céu
De: Um peixe chamado Wanda
Para: Um lambari cum nome di muié
De: A noviça rebelde
Para: A beata increnquera
De: O fim dos dias
Para: Nóis tamo é lascado
Pode-se afirmar que o autor do e-mail conseguiu produzir 
humor ao adaptar títulos de filmes famosos para a variedade 
linguística utilizada na região Nordeste do país. Em relação a 
essa variedade linguística, seria incorreto afirmar que:
a. reproduz situação de linguagem informal.
b. não é empregada na redação de leis e decretos.
c. não cumpre a sua função comunicativa.
d. faz parte de determinada região e meio social.
e. é mais relacionada à linguagem oral do que à escrita.
a. informal.
b. escrita.
c. profissional.
d. erudita. 
e. formal. 
 12. ENEM
Leia este e-mail que circulou na Internet recentemente.
Cinema no Nordeste!
Para conseguir a aceitação do público nordes-
tino, os cinemas locais decidiram mudar os no-
mes dos filmes. Vejam a seguir os novos títulos.
De: Uma linda mulher
Para: Uma quenga aprumada
De: O poderoso chefão
Para: O coroné arretado
De: Os sete samurais
Para: Os jagunço di zoio rasgado
(A) prendadas
(B) janotas
(C) faziam-lhes pé de alferes
(D) ficavam debaixo do balaio
(E) levavam tábua 
( ) ficavam esperando 
( ) extremamente elegantes
( ) habilidosas
( ) paqueravam 
( ) recebiam um “não” quando convidavam as moças para dançar
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Módulo 3
História da língua portuguesa
Exercícios de Aplicação
 02. 
O texto de Bilac contém referências à geografia do Brasil 
e também ao português aqui falado. Copie dois versos que 
comprovam essa afirmação.
Leia o poema a seguir para responder às questões 1 e 2. 
Língua Portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
*
Amo-te assim desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
*
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
*
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
BILAC, Olavo. Poesias. Rio de Janeiro:
Livraria Francisco Alves, 1964. p. 262.
 01. 
Lendo atentamente o texto da teoria, podemos entender 
por que Olavo Bilac denomina a língua portuguesa de “última 
flor do Lácio”. Explique essa afirmação.
Exercícios Extras
Leia um excerto da crônica do historiador português Fernão Lopes (século XV) para responder às questões 4 e 5.
Eu vos direi, disse el Rei (D. Fernando). Meu amoo (el Rei D. Afonso) quando começou a reinar, tiinha 
mais sentido nas cousas em que auia prazer, como homem nouo que era, mais que naquello que perteen-
çia a rregimento do reino: e estando todollos do consselho em Lixboa juntos, fallando nas cousas que per-
teençiam a rregimento do reino prol do poboo: e ele leixou o conselho e foisse aa caça a termo de Sintra, 
e durou la bem cerca de hûu mês [...]
 Fernão Lopes, Cronica del Rey D. Fernando. Fragmento.
 03. 
Sabemos que a língua portuguesa se originou da dialeta-
ção do latim levado para a península Ibérica.
Uma das causas dessa dialetação foi o fato de que:
a. o latim encontrou ali um ambiente propício, pois era a 
única língua falada na região conquistada.
b. o latim entrou em contato com línguas muito variadas 
faladas pelos povos habitantes da região conquistada.
c. por ser uma língua menos culta, sofreu influência dos 
falares da península.
d. dada a diferença estrutural, não conseguiu impor-se de 
imediato e, só depois de cinco séculos, foi assimilada.
e. sendo em princípio uma língua escrita, sofreu profundas 
modificações ao ser falada pelos nativos da península.
Resolução
A expressão “flor do Lácio” refere-se às línguas neolati-
nas, ou seja, aquelas que nasceram do latim (língua falada na 
região denominada Lácio).
Resolução
Os versos “Amo o teu viço agreste e o teu aroma / De virgens 
selvas e de oceano largo!” fazem referência à vegetação exube-
rante e à imensidão das águas existentes no Brasil. Os versos: 
“Amo-te, ó rude e doloroso idioma, / Em que da voz materna ouvi: 
‘meu filho!’” fazem referência ao português aqui falado.
Resolução 
Por ser uma época de grandes batalhas e pelo fato de os 
soldados usarem o latim vulgar, que era a língua do cotidiano, 
a cada povo conquistado a língua foi se misturando e sofren-
do alterações distintas, pois as tropas dos soldados romanos 
impunham aos vencidos seus costumes e a própria língua, o 
que resultou no surgimento das línguas neolatinas.
Alternativa correta: B
Habilidade: Compreender a importância de se conhecer 
a história da Língua Portuguesa como parte integrante do co-
nhecimento da língua materna e sua consequente valorização.
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 04. 
O português e o espanhol tiveram muitos elementos 
comuns, que, aos poucos, foram-se diferenciando. Há uma 
palavra, no texto, que comprova isso. Essa palavra é:
a. el.
b. auia.
c. poboo.
 05. 
Transcreva (da forma como você entendeu) o texto do sé-
culo XV para o português atual.
d. foisse.
e. Sintra.
Seu espaço
Exercícios Propostos
Da teoria, leia o tópico 3
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento
Leia o texto a seguir para responder às questões de 
6 a 9.
Travões sem óleo e bicha 
afligem condutor
Estava a sonhar. Atravessei o Atlântico e che-
guei. Cheguei e aluguei um automóvel. Não quis 
viajar, no meu sonho, de autocarro, tampouco de 
carrinha. Mas, sim, de automóvel.
Ninguém entende bem o porquê, mas a liber-
dade de conduzir um automóvel, de pedir boleia, 
não tem limites. Mas o perigo existe. Você pode 
apanhar uma boleia errada. Você pode andar em 
sentido contrário. Claro está que não estamos 
em Inglaterra, mas estamos na Europa e sem 
querer ter que parar num engarrafamento onde 
a bicha* é tão grande que você simplesmente 
corre o risco de acordar.
Mais ainda, você pode ter a sorte ou a pouca 
sorte, dependendo das circunstâncias, de colo-
car a marcha a trás em vez da primeira. E cui-
dado. A rua pode ter apenas um sentido e pode 
estar cheia de buracos, o que obviamente ajuda 
a fazer aumentar as bichas.
Perante um filme desses, nem pense em não 
colocar óleo nos travões. Os travões são essen-
ciais para qualquer uma dessas situações. Situa-
ções essas que podemestar na origem de uma 
notificação por má condução. E até o senhor polí-
cia lhe pode pedir a carta de condução, carta esta 
que convém não ter sido escrita pela mãezinha. 
Perante uma situação dessas você está simples-
mente a leste do paraíso. Está perdido sem eira 
nem beira em pleno Algarve, Beira Alta ou Alto 
Douro numa estrada esburacada ou numa autoes-
trada financiada pelos fundos europeus. Por tudo.
Por tudo deixe-se ir. Mas coloque o cinto de 
segurança, conduza com juizinho, dê prioridade 
nos cruzamentos, coloque o pisca à direita ou à 
Orientações ao professor
• Sobre o módulo
Destacar o modo como a Língua Portuguesa surgiu, a in-
fluência de outras línguas e dialetos, além de ela ter sua ori-
gem no latim. Mostrar que, apesar de os países lusófonos te-
rem o português como idioma oficial, há inúmeras diferenças 
quanto ao léxico e à pronúncia, fato que pode ser observado 
no texto que abre a Tarefa.
• Na web
1. http://www.josesaramago.org/
A Fundação José Saramago nasceu porque uns quantos 
homens e mulheres de diferentes países decidiram um dia que 
não podiam deixar sobre os ombros de um só homem, o es-
critor José Saramago, a bagagem que ele havia acumulado ao 
longo de tantos anos, os pensamentos pensados e vividos, as 
palavras que cada dia se empenham em sair das páginas dos 
livros para se instalarem em universos pessoais e serem bús-
solas para tantos, a ação cívica e política de alguém que, sendo 
de letras e sem deixar de o ser, transcendeu o âmbito literário 
para se converter numa referência moral em todo o mundo. Por 
isso, para que José Saramago pudesse continuar a ser o mes-
mo, soubemos que tínhamos a obrigação ética de criar a Funda-
ção José Saramago e assim, dando abrigo ao homem, aumen-
tarmos o tempo do escritor, sermos também a sua casa, o lugar 
onde as ideias se mantêm, o pensamento crítico se aperfeiçoa, 
a beleza se expande, o rigor e a harmonia convivem.
2. http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/bases-tematicas/
historia-da-lingua-portuguesa.html
O site do Instituto Camões disponibiliza textos sobre a 
história da Língua Portuguesa, além de outros serviços para 
os falantes do idioma.
• Estante
DIVULGAÇÃO
TEYSSIER, Paul. História da Língua Portuguesa. 3. ed. Tra-
dução de Celso Cunha. São Paulo: Martins Editora, 2007.
Uma história concisa, mas exemplar, da língua portugue-
sa. Começando com uma análise da evolução do latim até os 
primeiros textos escritos em galaico-português, o autor pas-
sa a considerar não só o português europeu contemporâneo 
como também o português falado no Brasil, na África e na Ásia.
http://goo.gl/QfCp
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esquerda (conforme o sentido que pretenda to-
mar), não se esqueça de obedecer à sinalização 
de trânsito, aos semáforos, respeite o encarnado, 
não ultrapasse com o traço contínuo e, por favor, 
não se esqueça de encher o depósito na bomba 
de gasolina mais próxima de si.
E, se estiver sem óleo, água ou mesmo gasó-
leo, pode acordar. E, acabar por não chegar. Por 
não chegar ao outro lado do Atlântico, à terrinha 
[...], ao país lindo onde a língua é a mesma, mas 
onde as palavras têm diferentes significados. Tan-
tos. Tantos quantos os sonhos. O sonho comanda 
o homem. Os mais aventureiros que o digam.
DIZ-SE
Em Portugal No Brasil
Carrinha Perua
Autocarro Ônibus
Boleia Carona
Em sentido contrário Contramão
Caixa de velocidades Câmbio
Travão Freio
Encarnado Sinal vermelho
Duplo sentido Mão dupla
Pisca Dar seta
Marcha a trás Marcha à ré 
 Mafalda de Avelar. Folha de S.Paulo, 28 jul. 2003.
Vocabulário 
*Bicha: fila
 06. 
Transcreva o título para o português do Brasil.
 07. 
Qual o sentido da palavra destacada no trecho “... não ul-
trapasse com o traço contínuo...”?
 08. 
Explique a passagem “... você simplesmente corre o risco 
de acordar.”
 09. 
O texto anterior está escrito em língua portuguesa. No 
entanto, há várias palavras ou expressões diferentes das que 
usamos no Brasil para significar a mesma coisa. Isso se deve 
ao fato de o texto:
a. conter várias palavras e expressões em latim.
b. encontrar-se no português arcaico, ou seja, do sé-
culo XV.
c. estar escrito no português usado em Portugal.
d. misturar vários dialetos que desconhecemos.
e. conservar expressões dialetais do século XVI.
 10. 
Em que países, atualmente, a língua portuguesa é idio-
ma oficial?
 11. 
Quais são as principais línguas neolatinas, irmãs do por-
tuguês? 
Leia o poema seguinte para responder às questões 12 e 13.
O quinto Império
Triste de quem vive em casa, 
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!
[...]
Fernando Pessoa, Mensagem. Fragmento.
 12. 
No último verso da estrofe, de maneira metafórica, o poe-
ta propõe que Portugal:
a. enfrente os mares e conquiste territórios.
b. cuide melhor de seu povo.
c. abandone a política expansionista.
d. destrua suas casas.
e. deixe de passar frio.
 13. 
No contexto do poema, a palavra “rubra” tem o sentido de:
a. forte.
b. vermelha.
c. admirável.
d. maior.
e. imponente.
Leia o texto seguinte para responder às questões de 
14 a 16.
No mundo non me sei parelha,
mentre me fôr como me vai,
ca já moiro por vós – e ai!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vós retraia
quando vos eu vi en saia!
Mau día me levantei,
que vos entón non vi fea!
E, mia senhor, dês aquel dia, ai!
me foi a mí mui mal 
e vós, filha de don Paai
Moniz, e ben vos semelha
d’haver eu por vós guarvaia,
pois eu, mia senhor, d’alfaia
nunca de vós houve nen hei
valia d’uacorrea. 
TAVEIRÓS, Paio Soares de. Cancioneiro da Ajuda. 
Halle: Niemeyer, 1904. p. 82.
 14. 
 Esse texto foi escrito no século XII em português arcaico. 
Hoje, nós o conhecemos com outro nome. Descubra-o, fazen-
do uma pesquisa. 
 15. 
Como se pode “traduzir” o primeiro verso?
 16. 
Qual é o significado de “guarvaia”?
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FÍS
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S
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C
RE
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Lín
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or
tu
gu
es
a
252
251
253
Capítulo 1 .................26
Módulo 1 ...............35
Módulo 2 ...............43
Módulo 3 ...............49
Capítulo 2 .................25
Módulo 4 ...............65
Módulo 5 ...............71
Capítulo 3 .................80
Módulo 6 ...............85
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1. Conceito de arte 28
2. Conceito de literatura 29
3. A linguagem literária 31
4. Organizador gráfico 34
Módulo 1 – Conceito de arte 35
Módulo 2 – Conceito de literatura 43
Módulo 3 – A linguagem literária 49
• Reconhecer diferentes funções da arte, 
do trabalho e da produção dos artistas 
em seus meios culturais.
• Utilizar os conhecimentos sobre a 
relação arte, literatura e realidade, para 
analisar formas de organização de 
mundo e de identidades.
• Compreender a arte e a literatura como 
saber cultural e estético, gerador de sig-
nifi cação e integrador da organização 
do mundo e da própria identidade.
• Reconhecer a literatura como produção 
estética. 
• Conhecer estratégias para compreen-
são do texto literário.
• Identifi car, nos textos literários, as 
representações da identidade e dos 
valores sociais presentes na produção 
literária nacional.
• Reconhecer o efeito de sentido 
decorrente da exploração de recursos 
estilísticos.
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“A arte é um fazer. A arte é um conjunto de atos pelos 
quais se muda a forma, se transforma a matéria oferecida 
pela natureza e pela cultura.”
BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 2008. p. 13. Fragmento.
Arte e literatura 1Michelangelo. A criação de 
Adão. Afresco. Capela Sistina.
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1. Conceito de arte
A. A importância da arte
A arte está presente em todas as civilizações, tendo se fir-
mado como elemento importante da humanidade no transcor-
rer do tempo. Por meio de sua história, composta tanto de dese-
nhos rupestres iniciais, feitos nas paredes das cavernas, como 
de produção mais recente, percebemos que o homem está liga-
do ao fazer artístico, o que nos leva a pensar que tais tipos de 
expressão nascem de uma necessidade própria do ser humano.
É preciso refletir sobre este dado incontorná-
vel: a arte tem representado, desde a Pré-História, 
uma atividade fundamental do ser humano [...] o 
que nos leva a sondar o ser da arte enquanto 
modo específico de os homens entrarem em re-
lação com o universo e consigo mesmos.
BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. 
São Paulo: Ática, 2008. p. 8. Fragmento.
B. Definição de arte
O estudioso Alfredo Bosi lembra que três dimensões são 
encontradas na obra de arte: o fazer, o conhecer e o exprimir. 
B.1. O fazer 
Para que se realize a obra de arte, é necessário que o impul-
so artístico ou a inspiração sejam transmitidos por meio de uma 
forma estética, feita pelo trabalho técnico de quem sabe recor-
tar do mundo os elementos que farão parte do todo de sua obra.
B.2. O conhecer
A obra de arte mantém relação com o mundo que a cer-
ca, retomando, portanto, o conhecimento que se tem desse 
mundo. No entanto, essa ligação foi vista de maneira diferen-
te nas várias épocas da humanidade. Os filósofos da Grécia 
Antiga, por exemplo, entendiam a arte como representação 
da realidade. Já na época do Romantismo, a arte começou 
a ser entendida como “imaginação construtiva”, por meio da 
qual o artista seleciona, transforma e combina, da maneira 
como acha melhor, os elementos do mundo.
B.3. O exprimir 
As formas construídas por meio do trabalho técnico dos 
artistas são forjadas de maneira a estarem ligadas à expres-
são de algo. 
Das expressões que são como o puro grito 
[ou] pranto até a construção mental de uma figu-
ra [artística], [...] a expressão conhece momen-
tos diferenciados. O que fica de comum é apenas 
aquele pressuposto [...] que prende as formas ex-
pressivas aos movimentos da alma e do espírito.
BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. 
São Paulo: Ática, 2008. p. 13. Fragmento
C. Outros aspectos
É preciso lembrar que a arte é capaz de provocar em 
quem a observa reflexões sobre o mundo, sobre a própria 
pessoa ou a própria arte, além de ser forma de expressão da 
cultura da época em que foi produzida.
D. A arte no tempo
A arte sofreu mudanças e foi compreendida de maneiras 
diferentes nas diversas fases da humanidade. Na Antiguida-
de Clássica, por exemplo, a arte buscava formas equilibradas 
e harmoniosas. Já no século XIX, com o Romantismo, é dada 
mais importância ao mundo subjetivo do homem do que à 
proporção equilibrada das formas. A partir do século XX, sur-
giram muitas maneiras novas e vanguardistas de entender a 
arte, abandonando-se a tentativa de imitação da realidade, 
em prol de liberdade no trabalho com cores, formas geométri-
cas, texturas, movimentos, luzes etc.
Observe as imagens a seguir. 
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PICASSO, Pablo. Guernica, 1937. 
APRENDER SEMPRE 2 
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 Imagem II
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Ruínas de Guernica 
Em 1937, em meio à Guerra Civil Espanhola, Guernica foi bombardeada. O quadro de Picasso (imagem I) mostra o 
horror da guerra. A imagem II é uma fotografia tirada no dia do bombardeio. Sabendo disso, responda às questões a seguir.
 01. 
Como são representadas as figuras humanas do quadro de Picasso?
Resolução
Os homens e as mulheres são representados, no quadro, por meio de figuras um pouco diferentes das humanas, o que 
revela o trabalho artístico de Picasso. 
 02. 
No quadro, qual sentimento está expresso por meio da disposição e da gesticulação dos homens e das mulheres?
Resolução
O quadro exprime dor, medo e angústia diante do sofrimento e da morte.
 03. 
Compare o quadro e a foto. Existem diferenças na forma como é retratado o bombardeio de Guernica? Quais são?
Resolução
A fotografia aproxima-se mais da realidade, apesar de ser norteada também pelo olhar do fotógrafo, que pretende denunciar 
a devastação provocada pela guerra. Já na tela de Picasso, percebemos que os elementos da realidade foram trabalhados e orga-
nizados de maneira artística, de forma a intensificar a expressão dos sentimentos provocados pela guerra.
2. Conceito de literatura
Leia os dois textos a seguir e, conversando com seus colegas, discuta se são textos literários ou não, deixando claros os 
motivos que levaram à sua conclusão.
Texto I
A Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Vinicius de Moraes
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A. A arte da palavra
É importante entendermos o conceito de obra artística 
que foi dado na primeira parte deste capítulo, já que a litera-
tura, nosso objeto de estudo, é também uma forma de arte. No 
entanto, no lugar de tintas, volumes e perspectivas, elemen-
tos formadores do quadro de Picasso sobre o bombardeio de 
Guernica, a literatura tem como base fundamental as palavras.
Assim como outros objetos estéticos, o texto literário não 
pode ser entendido apenas em sua superficialidade. Para 
melhor compreendermos como ele se constrói, precisamos 
observar todos os seus níveis de significado.
O estudioso Antonio Candido descreve a natureza do 
texto literário, mostrando ser ele formado por três aspectos: 
ele é uma construção, uma forma de expressão e uma for-
ma de conhecimento. Essa definição do literário é bem pa-
recida com aquela que vimos sobre a obra de arte, formada 
pelo fazer, pelo conhecer e pelo exprimir. Tal proximidade de 
conceitos deixa claro que a literatura é a arte da palavra.
A.1. Construção
Observando a maneira como um texto é construído, po-
demos dizer se ele é literário ou não. Os poemas, romances, 
contos, textos teatrais etc. são objetos formados por elemen-
tos organizados cuidadosamente pelo escritor, que elabora 
sua obra por meio da escolha de palavras, imagens, sonorida-
des de fonemas, tipos de narrador, inversões temporais, entre 
outros, constituindo-a como estrutura autônoma.
De fato, quando elaboram uma estrutura, o 
poeta ou o narrador nos propõem um modelo 
de coerência, gerado pela força da palavra or-
ganizada. Se fosse possível abstrair o sentido e 
pensar nas palavras como tijolos de uma cons-
trução, eu diria que esses tijolos representam um 
modo de organizar a matéria. [...] O caráter de 
coisa organizada da obra literária torna-se um 
fator que nos deixa mais capazes de ordenar a 
nossa própria mente e sentimentos; e em conse-
quência, mais capazes de organizar a visão que 
temos do mundo.
CANDIDO, Antonio. Direito à literatura. In: ______. Vários escritos. 
São Paulo: Duas cidades, 1995. p. 245. Fragmento.
A.2. Expressão 
Além de constituir-se como construção,o texto literário 
é notável pela capacidade de expressão, ou seja, pela dis-
posição de comunicar emoções e uma visão de mundo. No 
entanto, só é possível que essa expressão ocorra se ela vier 
embasada pela construção formal do texto. Em outras pala-
vras, sentimo-nos tocados pela literatura quando seu con-
teúdo é expresso por uma forma organizada artisticamente.
A.3. A.3. Conhecimento 
Ao lado da expressão das emoções e de uma visão de 
mundo, o texto literário também transmite conhecimentos 
absorvidos pelo leitor de forma consciente. Por meio da leitu-
ra, o leitor entra em contato, por exemplo, com posições críti-
cas diferentes e trechos de nossa história. 
Em alguns textos literários, é fácil perceber um posicio-
namento político, religioso ou social do autor. Nessas obras, 
há crítica à sociedade quando se denunciam seus problemas.
Veja o que pensa sobre isso o filósofo de origem russa 
Tzvetan Todorov, em entrevista.
 Por que o contato com a 
ficção é tão importante?
Os livros acumulam a sabedoria que os povos 
de toda a Terra adquiriram ao longo dos séculos. 
É improvável que a minha vida individual, em 
tão poucos anos, possa ter tanta riqueza quanto 
a soma de vidas representada pelos livros. Não se 
trata de substituir a experiência pela literatura, mas 
multiplicar uma pela outra. [...] Quando lemos, nos 
tornamos antes de qualquer coisa especialistas em 
vida. Adquirimos uma riqueza que não está apenas 
no acesso às ideias, mas também no conhecimento 
do ser humano em toda a sua diversidade.
Disponível em: <http://bravonline.abril.com.br/materia/tzvetan-todorov-
literatura-nao-teoria-paixao>. Acesso em: 25 mar. 2013. Fragmento.
B. Pacto com o leitor
Para que o texto literário ganhe vida, é necessário que 
o leitor aceite as regras do mundo imaginado pelo autor, en-
trando no jogo ficcional proposto. Isso permite que aceitemos 
como possíveis fatos que não ocorrem na realidade, mas que 
fazem sentido dentro do universo criado. É o que o filósofo 
grego Aristóteles chama de verossimilhança, segundo a qual 
o texto literário pode trazer algo que parece verdadeiro.
Veja um trecho de Edgar Allan Poe, escritor americano do 
século XIX, em que o narrador convida o leitor a ler uma histó-
ria que parece inacreditável. 
Não espero nem peço que se dê crédito à his-
tória sumamente extraordinária e, no entanto, 
bastante doméstica que vou narrar. Louco seria 
eu se esperasse tal coisa, tratando-se de um caso 
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que os meus próprios sentidos se negam a aceitar 
[...] Devido a suas consequências, tais aconteci-
mentos me aterrorizaram, torturaram e destruí-
ram. No entanto, não tentarei esclarecê-los. Em 
mim, quase não produziram outra coisa senão 
horror – mas, em muitas pessoas, talvez lhes pa-
reçam menos horríveis que grotescos. Talvez, 
mais tarde, haja alguma inteligência que reduza o 
meu fantasma a algo comum – uma inteligência 
mais serena e muito menos excitável do que a 
minha, que perceba, nas circunstâncias a que me 
refiro com terror, nada mais do que uma suces-
são comum de causas e efeitos muito naturais.
POE, Edgar Allan. O gato preto. In: ______. Histórias extraordinárias. 
São Paulo: Abril Cultural, 1981. p. 41. Fragmento. 
 Edgar Allan Poe acredita que o texto literário pode ser in-
terpretado de diversas maneiras, de acordo com o leitor, pois 
afirma que “uma inteligência mais serena” pode entender de 
forma diferente os fatos apresentados.
Releia o texto de Vinicius de Moraes “A rosa de Hiroshi-
ma” (texto I) e o fragmento do artigo de revista (texto II), 
apresentados no início da parte 2 deste capítulo, e respon-
da às questões.
 04. 
Há conhecimentos sendo transmitidos pelos dois textos?
Resolução
Sim, ambos os textos transmitem conhecimento acer-
ca dos resultados da bomba atômica lançada em Hiroshi-
ma, durante a Segunda Guerra mundial.
 05. 
Comparando os dois textos, pode-se afirmar que um é lite-
rário e outro não?
Resolução
O poema de Vinicius de Moraes é um texto literário, 
pois, além de transmitir conhecimento e de expressar sen-
sações, apresenta um trabalho formal, que pode ser confe-
rido por meio da metrificação dos versos, que oscilam entre 
cinco e seis sílabas métricas, da repetição de palavras e de 
fonemas, que causa sonoridade, da comparação da ima-
gem da bomba explodindo com o formato de uma rosa. 
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Bomba de Hiroshima
APRENDER SEMPRE 3 
 
3. A linguagem literária
A. Sentido conotativo
Leia o texto a seguir.
O aprendiz de poesia 
Uma noite – eu tinha 17 anos – Otávio de Fa-
ria e eu fomos tocando a pé da Galeria Cruzeiro 
até a Gávea, onde ficava minha casa, na rua Lopes 
Quintas. [...] Lembro-me que à meia-noite [...] bri-
lhava uma lua como nunca vi mais cheia, a cabelei-
ra solta, os seios nus, o olhar de louca a me varar o 
peito de súplicas [...]
Deixei Octavio de Faria no seu bonde de vol-
ta e subi Lopes Quintas, rumo a casa. O sossego 
era perfeito, total o sono do mundo. Só às vezes, 
subitamente, dos espaços descia um braço de 
vento que varria as folhas secas da rua e empi-
nava papéis velhos [...]. Em casa, galguei rápido 
as escadas para o meu quarto no primeiro andar, 
e fui sentar-me ofegante à escrivaninha antiga, a 
mesma que tenho hoje, a mesma que suportou na 
infância o peso da minha ambição de ser poeta. 
A janela estava aberta, e em sua moldura a lua 
viera se postar, os olhos cravados em mim. 
Não sei como foi, mas sei que foi diferente de 
tudo o que sentia antes. Meus ouvidos, como con-
chas, pareciam recolher os ruídos mais longínquos 
do mar que estilhaçava em mim. [...] Meu ser vola-
tilizou-se para a lua, transformado ele próprio em 
substância lunar. E comecei a escrever como nun-
ca dantes, liberto de métrica e rima, algo que era 
eu mas que era também diferente de mim; algo que 
eu tinha e de que não participava, como um fogo- 
-fátuo a crepitar da minha carne em agonia. 
Linha por linha, como psicografado, o poema – o 
meu primeiro poema – começou a brotar de mim.
Vinicius de Moraes. 
Disponível em: <http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/ 
article.php3?id_article=693>. Acesso em: 25 mar. 2013. Fragmento.
Vocabulário
Fogo-fátuo: combustão espontânea de gás emanado de 
substâncias vegetais e animais em estado de decomposição; 
esplendor, glória ou prazer de curta duração.
Vimos que a literatura é a arte da palavra. Agora é impor-
tante pensarmos em como a linguagem pode ser empregada 
em um texto literário. No fragmento anterior, por exemplo, há 
vários momentos em que palavras abandonam o seu sentido 
denotativo, literal, ou seja, aquele que pode ser percebido fora 
de um contexto determinado, e assumem significados diver-
sos. A Lua, por exemplo, não é mostrada apenas como o sa-
télite que acompanha a Terra, mas aparece personificada ao 
olhar o narrador. O autor cria ainda uma imagem singular para 
descrever o arrastar das folhas pelo vento: mostra o braço da 
ventania a varrer, como se ela fosse humana, as folhas do 
chão e a empinar, como se fossem pipas, papéis no ar. Além 
disso, para conseguir descrever a sensação que tomou o nar-
rador antes de escrever o poema, o autor precisou mostrá-lo 
transfigurado na substância leve da Lua e, para narrar o mo-
mento da escrita, tão difícil de ser explicado, precisou compa-
rar este à imagem do fogo-fátuo a sair do corpo do narrador. 
Tais vocábulos foram empregados no sentido conotativo.
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Na conotação, a palavra apresenta sentidos figurados, 
diferentes dos comuns e, por isso, compreendidos dentro de 
um contexto.
B. Sentido denotativo
Já nos textos de caráter mais informativo,

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