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105PORTUGUÊS Fernão de Oliveira, autor da primeira gramática da língua portuguesa (1536) Módulos 1 – Origem da Língua Portuguesa 2 – O poder da palavra 3 e 4 – Prática de Redação (1) 5 – Substantivo 6 – Tipologias textuais: Descrever, narrar, dissertar. 7 e 8 – Prática de Redação (2) 9 – Artigo 10 – Denotação e conotação 11 e 12 – Prática de Redação (3) 13 – Numeral 14 – Os recursos expressivos na descrição 15 e 16 – Prática de Redação (4) 17 – Adjetivo 18 – Descrição (objetiva e subjetiva) 19 – Locução adjetiva 20 – Descrição (dinâmica e estática) 21 – Adjetivo composto 22 – Descrição de pessoa 23 – Pronomes pessoais, possessivos e de tratamento 24 – Exercícios sobre título A “última flor do Lácio”, assim chamada a língua portuguesa por Olavo Bilac, é umas das línguas neolatinas — como a espanhola, a francesa, a italiana, entre outras — originadas da expansão do Império Romano. Conforme esse império se expandia e conquistava novos territórios, seus soldados conviviam com a cultura e o idioma locais, influenciando-os e sendo influenciados por eles. Desse encontro, surgiram novos idiomas que, embora partissem de uma base em comum, foram dotados de suas próprias especificidades. Com a difusão da cultura romana, o latim chegou à Península Ibérica durante os séculos III e II a.C. e permaneceu após a queda do império de Roma, no século V d.C. A região que hoje compreende Portugal e Espanha manteve-se latinizada, recebendo novas influências após as invasões de povos como os visigodos e árabes, o que originou a língua hoje chamada de galego-português. Apesar das discordâncias entre especialistas sobre quando exatamente houve a distinção oficial entre os dois idiomas, pode-se assinalar a criação do reino de Portugal, por D. Afonso Henriques no século XII, como ponto decisivo para que galego e português se estabelecessem como línguas distintas. Após a expansão ultramarina de Portugal, o idioma espalhou-se pelo mundo. Atualmente, a maior parte de seus falantes encontra-se fora da Europa, visto que o processo de colonização lusitana resultou em 10 países com a língua portuguesa como a oficial, entre eles o Brasil, que, embora conserve muitas características do português europeu, apresenta diferenças notáveis em diversos aspectos, semânticos, sintáticos e morfológicos. Em terras brasileiras, usou-se, a princípio, a língua geral, nheengatu, como língua franca, oriunda do tupi antigo e utilizada entre colonos e indígenas. No entanto, 1 Palavras-chave: Origem da Língua Portuguesa • Latim • Tupi • Nheengatu PORTUGUÊS: CLASSES GRAMATICAIS E DESCRIÇÃO C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 105 106 PORTUGUÊS com a intensificação do processo de colonização, ela perdeu cada vez mais espaço para o português, até ser proibida por Marquês de Pombal, em 1758. Hoje, a língua geral é considerada extinta, mas o nheengatu, falado em regiões de Brasil, Colômbia e Venezuela, seria uma evolução natural dessa língua. Ainda que o português tenha se estabelecido como língua oficial em território nacional, ele recebeu diversas contribuições dos idiomas nativos, como sufixos (-guaçu, um aumentativo; -mirim, um diminutivo) e vocábulos (abacaxi, caboclo, jacaré etc.). Ao longo do Período Colonial e por boa parte do Imperial, o Tráfico Negreiro trouxe africanos ao Brasil, como os bantus e os sudaneses. Ainda que marginalizados pela escravização, suas línguas, como quimbundo, o quicongo e o umbundo, legaram uma série de influências ao português brasileiro, como, por exemplo, as palavras moleque, cachaça e fubá. Após a abertura dos portos nacionais, em 1808, e posterior chegada de imigrantes, por volta de 1880, a influência de outros idiomas, como o italiano, foi sensível e acontece ainda hoje. Muitas modificações pelas quais o português brasileiro passou fazem parte de um processo natural de transformação linguística, uma vez que, como língua viva, é natural que receba contribuições e as absorva de acordo com a necessidade e identificação de seus falantes. Assim, sofrendo influências históricas, o sétimo idioma mais falado do mundo, a língua portuguesa, é a língua oficial de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Macau, Goa, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Guiné Equatorial e Cabo Verde. Uma Babel colonial Desde o momento em que os portugueses puseram o pé (e a boca) na Terra Brasilis, eles depararam com mais de 300 línguas indígenas. O idioma português travou uma luta de resistência e assimilação por três séculos, enfrentando culturas, dialetos africanos e muitas línguas: francês, holandês, espanhol, latim, inglês, italiano, tupinambá, nheengatu... A evangelização de índios e negros, a política de imposição da língua portuguesa adotada pela Coroa e o marquês de Pombal em 1758 e a integração ao mercado exportador são fatores decisivos para se entender essa grande mistura que formou, e forma, a nossa língua, um dos elementos da unidade nacional que só conseguiu se impor às vésperas da Independência, no século XIX. De início, os portugueses encontraram aqui uma verdadeira Babel indígena. Na costa brasileira e na bacia dos rios Paraná e Paraguai, os índios pertenciam ao tronco linguístico Tupi, que reúne os Guarani ao sul e os Tupi na costa, que falavam o Tupinambá ou língua afins, mas não idênticas. Na região central do Brasil, encontravam-se as línguas Macro-jê. Eram tantas as línguas na bacia amazônica, que o célebre padre Antônio Vieira, em 1683, escrevia que “houve quem chamou o rio das Amazonas rio Babel”, o que lhe pareceu pouco “porque na Torre de Babel, como diz São Jerônimo, houve somente setenta e duas línguas, e as que se falam no rio das Amazonas são tantas e tão diversas, que se lhes não sabe o nome, nem o número”. Do contato entre missionários, índios Tupi missionados e aculturados, e não índios, surgiram as línguas gerais, ou seja, comuns a diferentes grupos, tendo como base a língua do tronco Tupi – a língua geral A litografia de Rugendas mostra a convivência, no início do século XIX, entre pessoas de origem indígena, africana e europeia no Brasil, sugerindo um cenário de disputas entre diversas línguas durante o processo de colonização. Crédito: Alamy/Fotoarena. C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 106 107PORTUGUÊS paulista (ou do Sul) e a língua geral amazônica. Ao final do século XVII, os jesuítas e missionários de outras ordens difundiram, na Amazônia, o Tupinambá, falado pelos índios da região que vai do litoral do Maranhão até a foz do Tocantins. O Tupinambá, sob a influência de outras línguas da área, e da ação dos caboclos, deu origem ao nheengatu, a língua geral amazônica. E preservar aqui as línguas africanas não foi nada fácil: o colonizador português não deu trégua, combatendo as línguas e evitando até a concentração de escravos de uma mesma etnia nos navios negreiros e nas propriedades coloniais – uma tática para diminuir as resistências dos africanos e descendentes à escravização. Essa política, a variedade de línguas e as hostilidades que os negros trouxeram dificultaram a formação de núcleos solidários que garantissem a retenção do patrimônio cultural africano, incluindo-se aí suas línguas. Só no campo da evangelização houve maior flexibilidade do colonizador em relação às línguas africanas. O mesmo padre Antônio Vieira, em 1691, referindo-se à Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, afirmava que era preciso que os negros fossem catequizados em suas línguas: “Sendo muito maior, sem comparação, o número dos negros que o dos índios, assim como os índios são catequizados e doutrinados nas suas próprias línguas, assim os negros o são na sua.” E acrescentava que nos colégios dessas localidades havia “operários muito práticos” nas línguas africanas e “várias escolas das mesmas línguas” no Brasil, tantas “quanto a variedade delas, e que os religiosos não passavam a outros estudos [...] sem primeiro serem examinados e aprovados” na língua em questão. Tanto que em 1697 foi impressa pela Companhia de Jesusuma Arte da Língua de Angola, feita pelo padre Pedro Dias, do Colégio da Bahia. Mas nem sempre os negros foram prisioneiros da diversidade linguística que os dividia e ao longo do período colonial houve várias tentativas de construção de uma identidade comum entre os escravos: a formação de quilombos, a realização de revoltas e a organização de batuques e calundus (rituais semelhantes ao candomblé) são evidências disso. Em Minas Gerais, em algumas casas chefiadas por mulheres, danças e batuques – proibidos então – tiveram guarida e as línguas africanas puderam emergir. Algumas línguas europeias tiveram um domínio regional e de tempo restrito. O espanhol, em São Paulo, durante a união das Coroas de Espanha e Portugal (1580 e 1640), e no Sul, acompanhando os confrontos entre portugueses e espanhóis em torno da expansão territorial. Mais secundariamente o francês, no Rio de Janeiro e no Maranhão, quando se tentou estabelecer as colônias da França Antártica (1555) e da França Equinocial (1612), respectivamente. E o holandês, no Nordeste, em Pernambuco e Paraíba, também no século XVII. O português enfrentou outras línguas concorrentes nos campos do conhecimento, da religião e da educação. O latim era a língua dos rituais e livros católicos: a missa, o breviário e os cantos eram em latim, tendo os sacerdotes que pronunciá-lo com maestria. Os livros eram escritos em latim, a língua culta por excelência, e o seu ensino ganhou destaque na educação. O latim enraizou-se no universo dos letrados, servindo como modelo, ao lado do espanhol e do italiano, para a produção poética. O espanhol era outra língua erudita. Poetas, como Gregório de Matos, escreviam em espanhol, muito valorizado nos círculos da elite portuguesa de 1600. O padre Vieira, em 1692, em carta a Francisco Barreto, cônego e tradutor de seus escritos, confessava o grande receio que tinha de que, na língua portuguesa, perdessem a graça e energia da castelhana. O inglês iniciou sua influência como língua culta em fins do século XVIII. Mas como a língua portuguesa conseguiu se impor às outras? Os seus avanços variaram no tempo e no espaço, a partir de alguns fatores. O primeiro deles foi a vinculação das economias regionais com o mercado internacional e a consequente participação de portugueses e africanos: nas áreas em que houve integração com o mercado externo e maior presença de portugueses e africanos, a difusão da língua portuguesa se deu mais rapidamente. Como no Nordeste, exportador de açúcar desde meados do século XVI, onde o português predominava no início de 1600. Já em São Paulo colonial, que permaneceu relativamente à margem da economia de exportação, com uma menor quantidade de africanos e usando continuamente o braço escravo indígena, a língua geral difundiu-se por todas as camadas sociais, mantendo-se dominante até metade de 1700. Em Minas Gerais, a eliminação dos C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 107 108 PORTUGUÊS povos e das línguas indígenas foi intensa, em função do desenvolvimento urbano acentuado e da força da mineração no conjunto da economia, assentada no uso do escravo africano. Só nas fronteiras das áreas de colonização houve espaço para as línguas indígenas. Mas os paulistas que foram para Minas encarregaram- se de disseminar, pelo menos no princípio, a língua geral do Sul, daí a origem indígena de uma série de nomes geográficos em Minas Gerais, em Goiás e Mato Grosso. A presença de missionários foi um segundo fator importante para a difusão da língua portuguesa, ou melhor, para a sobrevivência das línguas indígenas. No litoral, os missionários contribuíram para a preservação, divulgação e transfor ma - ção do Tupinambá. Como imposição da própria evangelização, os jesuítas estudaram o Tupinambá, traduziram cantigas sacras, produziram gramáticas – a de José de Anchieta, em 1595, e a do padre Luis Figueira, em 1621. E em 1575, publicaram traduções do pai-nosso, da ave-maria, do credo, e trabalharam coletivamente na elaboração de um catecismo, editado em 1618, com o nome Catecismo na língua brasílica. José de Anchieta elaborou composições na língua Tupinambá e em seus autos, encenados em várias partes do país, a língua brasílica era pronunciada ao lado do português e do espanhol. Ao mesmo tempo, os jesuítas tornaram obrigatório o aprendizado da língua para todos os irmãos da companhia. O padre Antônio Vieira, em 1672, registrava, por exemplo, saber “a língua do Maranhão e a portuguesa”, língua com as quais dizia servir à sua “pátria” e ao seu “príncipe”. Na primeira metade do século XVII, no território controlado pela Espanha, área sob a influência do Paraguai, os missionários elaboraram duas gramáticas do Guarani, a de Alonso de Aragona, e a de Antônio Ruiz de Montoya, que também publicou um catecismo e dois dicionários, Espanhol-Guarani e Guarani-Espanhol. Em franco contraste com a visão dos missionários de valorizar as línguas brasílicas, no reinado de d. José I, de quem foi ministro poderoso Sebastião José de Carvalho e Mello, conhecido pelo título de marquês de Pombal (1750 a 1777), implantou-se uma política de imposição da língua portuguesa, surgindo assim o terceiro fator de difusão do idioma português. Em 1770, Pombal ordenou aos mestres de língua latina que, ao receberem seus alunos, os instruíssem previamente, por seis meses, na língua portuguesa, usando a Gramatica portuguesa, composta por Antônio José dos Reis Lobato. E no Grão-Pará e Maranhão, área em que a nova política de língua foi mais incisiva, procurou difundir o português para legitimar a posse da terra e coibir o uso do nheengatu, temido como forma de os missionários controlarem os índios. Esta política de imposição da língua portuguesa tinha um sentido claro de promover a dominação dos povos e a obediência ao monarca. Segundo um documento oficial da época, “foi máxima inalteravalmente praticada em todas as Nações, que conquistaram novos domínios, introduzir logo nos Povos conquistados o seu próprio idioma, por ser indisputável, que este é um dos meios mais eficazes para desterrar dos Povos rústicos a barbaridade dos seus antigos costumes”. LUIZ CARLOS VILLALTA, paulista radicado em Minas Gerais, nasceu em 1962. É graduado, mestre e doutor em história pela USP e leciona na Universidade Federal de Ouro Preto. Para o volume Cotidiano e vida privada na América Portuguesa (Coleção História da Vida Privada no Brasil), escreveu o ensaio “O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura”. Publicou, no Brasil e no exterior, estudos sobre livros didáticos e paradidáticos de história, bem como sobre censura, bibliotecas e leitura no período colonial. Ao contrário dos missionários, que prestigiavam os idiomas nativos, o marquês de Pombal obrigava o uso da língua portuguesa para garantir a obediência ao monarca C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 108 109PORTUGUÊS (FUND. EDUC. MACHADO SOBRINHO) – Leia atentamente o texto a seguir, extraído do livro Alfabetização e Linguística, de Luiz Carlos Cagliari. COMO A FALA FUNCIONA Quando se diz que a escola precisa levar em conta a fala, muitos pensam que isso significa que se deve ensinar os alunos a falarem bonito, no estilo em que se escreve. Esse treinamento pode até ser feito, mas não é isso que os linguistas querem dizer. Se a escola tem por objetivo ensinar como a língua funciona, deve incentivar a fala e mostrar como ela funciona. Na verda de, uma língua vive na fala das pessoas e só aí se realiza plena men te. A escrita preserva uma língua como um objeto inanimado, fossilizado. A vida de uma língua está na fala. Muito pouco se conhece da fala portuguesa. E, não rara men te, têm-se noções erradas a esse respeito. A escola, como dis semos antes, gira em torno da escrita e consequente mente a gramática normativa está voltada para a escrita, mesmo quando tenta abordar questões que só existem na fala. É preciso ter sempre em mente o que pertence à fala e o que pertence à es crita. Isso parece óbvio, mas a prática tem mostrado quehá muita confusão e má compreensão dessas duas realidades da língua. � Todas as afirmativas abaixo são inade quadas em relação ao tex - to, exceto: a) A escola deve ensinar o que se fala, e não o que diz a gramática normativa. b) Os alunos devem escrever como falam. c) Os professores de português ensinam coisas inúteis na es cola. d) A linguagem captada na boca do povo é a verdadeira realiza ção linguística. e) A escola deve ensinar os alunos como falar bem. Resposta: D � De acordo com A escola, como dissemos antes, gira em torno da escrita e conse quentemente a gramática normativa está voltada para a escrita, mesmo quando tenta abordar questões que só existem na fala, pode-se concluir que a) a língua ensinada na escola é, muitas vezes, distante da reali da de. b) a gramática normativa é inútil no dia-a-dia. c) a gramática normativa não trata de fatos linguísticos que apa re cem na linguagem coloquial. d) os professores desconhecem os fatos linguísticos da lingua gem oral, por isso prendem-se à escrita. e) a língua ensinada na escola é uma língua morta. Resposta: A Exercícios Resolvidos Junto com este caderno, você recebeu uma gramática da língua portuguesa. Você deve trazê-la para todas as aulas de gramática, pois aí en contrará conceitos e regras gramaticais. Desde que você começou a estudar português, aprendeu uma série de con cei - tos e regras gramaticais. Alguns você deve ter memorizado e outros pode ter es - quecido. Há, ainda, uma série de conceitos e regras que você possivelmente des conhece. Uns serão estudados no Ensino Médio, outros talvez nem sejam estu - dados na escola. Justamente por causa do esquecimento, assim como da falta de tempo para estudar tudo na escola, você deve aprender a consultar uma gramática. Aliás, dicionário e gramática são dos materiais de consulta mais utilizados por professores, jornalistas, escritores, enfim, por todos aqueles que trabalham com a palavra. Quanto mais sabemos a respeito da língua, mais dúvidas temos. E, claro, maior é a nossa exigência com relação àquilo que produzimos por escrito. Consultar uma gramática não é difícil. Basta sabermos a nomenclatura comu - mente usada para agrupar os assuntos. Nem toda gramática é organizada da mesma maneira. No entanto, alguns títulos são comuns às diferentes gramáticas, por adotarem a nomenclatura oficial. Aprendendo a nomen clatura, você saberá utilizar o material. Observe que a gramá tica que você recebeu está dividida em quatro grandes títulos: A. Fonética, Fonologia e Ortografia – Fonética: estudo dos sons da fala; relaciona-se com a Física; Fonologia: estudo da função dos sons na língua; é parte da Linguística; Ortografia: parte da gra mática que ensina a es crever correta mente as palavras. B. Morfologia – estudo do aspecto formal das palavras. C. Sintaxe – estudo das relações entre pala vras e entre conjuntos de palavras (orações). Por tanto, é o estudo da construção gramatical. D. Pontuação – siste ma de sinalização da escrita para indicar pau sas, subdi visões e entonação. C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 109 110 PORTUGUÊS Texto para o teste �. � De acordo com o texto, a língua geral formou- se e consolidou-se no contexto histórico do Brasil-Colônia. Portanto, a formação desse idioma e suas variedades foi condicionada a) pelo interesse dos indígenas em aprender a religião dos portugueses. b) pelo interesse dos portugueses em aprimorar o saber linguístico dos índios. c) pela percepção dos indígenas de que as suas línguas precisavam aperfeiçoar-se. d) pelo interesse unilateral dos indígenas em aprender uma nova língua com os portugueses. e) pela distribuição espacial das línguas indígenas, que era anterior à chegada dos portugueses. RESOLUÇÃO: As duas variedades (nheengatu e abanheenga) da língua geral, adotada pelos índios depois da chegada dos portugueses, resultaram da distribuição das comunidades pelo norte e pelo sul do território brasileiro, respectivamente. Resposta: E Texto para o teste �. � Do ponto de vista histórico, as mudanças linguísticas que afetaram o português do Brasil têm sua origem no contato dos colonizadores com inúmeras línguas indígenas e africanas. Considerando as reflexões apresentadas no texto, verifica-se que esse processo, iniciado no começo da colonização, teve como resultado a) a aceitação da escravidão, em que seres humanos foram reduzidos à condição de objeto por seus senhores. b) a constituição do patrimônio linguístico, uma vez que representa a identidade nacional do povo brasileiro. c) o isolamento de um número enorme de índios durante todo o período da colonização. d) a separação entre pessoas que desfrutavam bens e outras que não tinham acesso aos bens de consumo. e) a supremacia dos colonizadores portugueses, que muito se empenharam para conquistar os indígenas. RESOLUÇÃO: Trata-se de uma questão de interpretação de texto e somente uma leitura atenciosa bastaria para a resposta correta. O texto se refere ao papel das línguas africanas e indígenas na formação do português brasileiro. Assim, podemos depreender que a mistura de línguas no Brasil contribuiu para a formação da língua nacional e, assim, tem um papel na constituição de uma identidade nacional. Resposta: B No Brasil colonial, os portugueses procuravam ocupar e explorar os territórios descobertos, nos quais viviam índios, que eles queriam cristianizar e usar como força de trabalho. Os missionários aprendiam os idiomas dos nativos para catequizá-los nas suas próprias línguas. Ao longo do tempo, as línguas se influenciaram. O resultado desse processo foi a formação de uma língua geral, desdobrada em duas variedades: o abanheenga, ao sul, e o nheengatu, ao norte. Quase todos se comunicavam na língua geral, sendo poucos aqueles que falavam apenas o português. HISTÓRIA DO CONTATO ENTRE LÍNGUAS NO BRASIL No Brasil, o contato dos colonizadores portugueses com milhões de falantes de mais de mil línguas autóctones1 e de cerca de duzentas línguas que vieram na boca de cerca de quatro milhões de africanos trazidos para o país como escravos é, sem sombra de dúvida, o principal parâmetro histórico para a contextualização das mudanças linguísticas que afetaram o português brasileiro. E processos como esses não devem ser levados em conta apenas para a compreensão das diferenças entre as variedades linguísticas nacionais. O próprio mapeamento das variedades linguísticas contemporâneas do português europeu e, sobretudo, do português brasileiro, tanto no plano diatópico2 quanto no plano diastrático3, depende crucialmente de uma apurada compreensão do processo histórico de sua formação. (LUCCCHESI, D.; BAXTER, A.; RIBEIRO, I. (orgs.). O português afro-brasileiro. Salvador: EdUFBA, 2009 – adaptado.) Glossário: Autóctone: nativo de uma região. Diatópico: referente à variação de uma mesma língua no plano regional (país, estado, cidade etc.). Diastrático: referente à variação de uma mesma língua em função das diversas classes sociais. Exercícios Propostos C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 110 111PORTUGUÊS Textos para o teste �. � (2019) – Relacionando-se as ideias dos textos a respeito da história e memória das línguas, quanto à formação da língua portuguesa, constata-se que a) a presença de elementos de outras línguas no português foi historicamente avaliada como um índice de riqueza. b) o estudioso da língua pode identificar com precisão os elementos deixados por outras línguas na transfor ma ção da língua portuguesa. c) o português é o resultado da influência de outras línguas no passado e carrega marcas delas em suas múltiplas camadas. d) o árabe e o latim estão na formação escolar e na memória dos falantes brasileiros. e) a influência de outras línguas no português ocorreu de maneira uniforme ao longo da história. RESOLUÇÃO: O texto I afirma que as palavras carregam em si “mais memórias que os seus falantes”, apontando para a construção histórica dos sentidos dos vocábulos. O texto II exemplifica esse processoao citar o caráter ofensivo dado à influência do árabe, nos séculos XVI e XVII, pois “parecer com o árabe, assim, é uma acusação de dessemelhança com o latim.” Resposta: C Texto para o teste �. � (2019 – 2.a Aplicação) – O fato relatado evidencia que fenômenos presentes na fala podem aparecer em textos escritos. Além disso, sugere que a) os diferentes falares do português provêm de textos escritos. b) o tipo de escrita usado pelo soldado era desprestigiado no século XIX. c) os fenômenos de mudança da língua portuguesa são historicamente previsíveis. d) as formas variantes do português brasileiro atual já figuravam no português antigo escrito. e) as origens da norma-padrão do português brasileiro podem ser observadas em textos antigos. RESOLUÇÃO: Na carta de 1807, citada no texto, escrita por um soldado, há um trecho em que ele diz “nem por bem, nem mar”. Nele, percebe-se a troca de “l” por “r” (mar por mal), fenômeno bastante comum ainda hoje em variantes do português usado no Brasil. Resposta: D TEXTO I ESTRATOS Na passagem de uma língua para outra, algo sempre permanece, mesmo que não haja ninguém para se lembrar desse algo. Pois um idioma retém em si mais memórias que os seus falantes e, como uma chapa mineral marcada por camadas de uma história mais antiga do que aquela dos seres viventes, inevitavelmente carrega em si a impressão das eras pelas quais passou. Se as “línguas são arquivos da história”, elas carecem de livros de registro e catálagos. Aquilo que contêm pode apenas ser consultado em parte, fornecendo ao pesquisador menos os elementos de uma biografia do que um estudo geológico de uma sedimentação realizada em um período sem começo ou sem fim definido. (HELLER-ROAZEN, D. Ecolalias: sobre o esquecimento das línguas. Campinas: Unicamp, 2010.) TEXTO II Na reflexão gramatical dos séculos XVI e XVII, a influência árabe aparece pontualmente, e se reveste sobretudo de item bélico fundamental na atribuição de rudeza aos idiomas português e castelhano por seus respectivos detratores. Parecer com o árabe, assim, é uma acusação de dessemelhança com o latim. (SOUZA, M. P. Linguística histórica. Campinas: Unicamp, 2006.) A expansão do português no Brasil, as variações regionais com suas possíveis explicações e as raízes das inovações da linguagem estão emergindo por meio do trabalho de linguistas que estão desenterrando as raízes do português brasileiro ao examinar cartas pessoais e administrativas, testamentos, relatos de viagens, processos judiciais, cartas de leitores e anúncios de jornais desde o século XVI, coletados em instituições como a Biblioteca Nacional e o Arquivo Público do Estado de São Paulo. No acervo de documentos que servem para estudos sobre o português paulista está uma carta de 1807, escrita pelo soldado Manoel Coelho, que teria seduzido a filha de um fazendeiro. Quando soube, o pai da moça, enfurecido, forçou o rapaz a se casar com ela. O soldado, porém, bateu o pé: “Nem por bem, nem por mar!”, não se casaria. Um linguista pesquisador estranhou a citação, já que o fato se passava na Vila de São Paulo, mas depois percebeu: “Ele quis dizer ‘nem por bem, nem por mal!’. O soldado escrevia como falava. Não se sabe se casou com a filha do fazendeiro, mas deixou uma prova valiosa de como se falava no início do século XIX.” (FIORAVANTI, C. Ora pois, uma língua bem brasileira. Pesquisa Fapesp, n. 230, abr. 2015 – adaptado.) C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 111 Compare os textos I e II a seguir, que tratam de aspectos ligados a variedades da língua portuguesa no mundo e no Brasil. � Os textos abordam o contato da língua portuguesa com outras línguas e processos de variação e de mudança decorridos desse contato. Da comparação entre os textos, conclui-se que a posição de João de Barros (Texto II), em relação aos usos sociais da linguagem, revela a) atitude crítica do autor quanto à gramática que as nações a serviço de Portugal possuíam e, ao mesmo tempo, de benevolência quanto ao conhecimento que os povos tinham de suas línguas. b) atitude preconceituosa relativa a vícios culturais das nações sob domínio português, dado o interesse dos falantes dessa línguas em copiar a língua do império, o que implicou a falência do idioma falado em Portugal. c) o desejo de conservar, em Portugal, as estruturas da variante padrão da língua grega – em oposição às consideradas bárbaras –, em vista da necessidade de preservação do padrão de correção dessa língua à época. d) adesão à concepção de língua como entidade homogênea e invariável, e negação da ideia de que a língua portuguesa pertence a outros povos. e) atitude crítica, que se estende à própria língua portuguesa, por se tratar de sistema que não disporia de elementos necessários para a plena inserção sociocultural de falantes não nativos do português. RESOLUÇÃO: A visão preconceituosa de João de Barros, compre ensível e talvez inevitável na época, considera a língua portuguesa como propriedade dos portugueses e como entidade homogênea, pois rejeita suas variantes. Resposta: D Texto para o teste . Nesse trecho, Olavo Bilac manifesta seu engajamento na constituição da identidade nacional e linguística, ressaltando a a) transformação da cultura brasileira. b) religiosidade do povo brasileiro. c) abertura do Brasil para a democracia. d) importância comercial do Brasil. e) autorreferência do povo como brasileiro. RESOLUÇÃO: O autor manifesta seu engajamento na constituição da identidade nacional e linguística do povo brasileiro. Resposta: E Texto I Acompanhando os navegadores, colonizadores e comerciantes portugueses em todas as suas incríveis viagens, a partir do século XV, o português se transformou na língua de um império. Nesse processo, entrou em contato – forçado, o mais das vezes; amigável, em alguns casos – com as mais diversas línguas, passando por processos de variação e de mudança linguística. Assim, contar a história do português do Brasil é mergulhar na sua história colonial e de país independente, já que as línguas não são mecanismos desgarrados dos povos que as utilizam. Nesse cenário, são muitos os aspectos da estrutura linguística que não só expressam a diferença entre Portugal e Brasil como também definem, no Brasil, diferenças regionais e sociais. (PAGOTTO, E. P. Línguas do Brasil. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br Acesso em 5 jul. 2009 – adaptado.) Texto II Barbarismo é vício que se comete na escritura de cada uma das partes da construção ou na pronunciação. E em nenhuma parte da Terra se comete mais essa figura da pronunciação que nestes reinos, por causa das muitas nações que trouxemos ao jugo do nosso serviço. Porque bem como os Gregos e Romanos haviam por bárbaras todas as outras nações estranhas a eles, por não poderem formar sua linguagem, assim nós podemos dizer que as nações de África, Guiné, Asia, Brasil barbarizam quando querem imitar a nossa. (BARROS, J. Gramática da língua portuguesa. Porto: Porto Editora, 1957 – adaptado.) Abrimos o Brasil a todo o mundo: mas queremos que o Brasil seja Brasil! Queremos conservar a nossa raça, a nossa história, e, principalmente, a nossa língua, que é toda a nossa vida, o nosso sangue, a nossa alma, a nossa religião. (BILAC, O. Últimas conferências e discursos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1927.) 112 PORTUGUÊS C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 112 113PORTUGUÊS O texto de Rodolfo Konder deve ser lido pelo profes sor e comentado, enfatizando o poder da palavra. 2 Palavras-chave: O poder da palavra • Palavras • Frases • Discurso • Comunicação “Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência a Vossa.” (Cecília Meireles) O que existe numa palavra? Letras, sons, significados — e magia. As palavras são mágicas e possuem poder quase ilimitado. Fazem rir, alimentam os sonhos, ameaçam as mais ferozes ditaduras, inquietam carcereiros, acuam torturadores. No mundo inteiro, pensadores, críticos, jornalistas, professores, radialistas, sociólogos, escritorespõem em marcha um desarmado exército de palavras que invade castelos, fortalezas, masmorras, corporações e bunkers1, como imbatíveis cavalos alados. Elas sobem aos palcos, emergem das telas, povoam livros, jornais e revistas, anunciam, confortam, afagam. Sussurradas junto ao ouvido, acariciam a alma. São cinzentas ou coloridas, ásperas ou suaves. Podem destruir ou ressuscitar. Adormecer ou despertar. Prometer ou desiludir. Matar. Salvar. Precisamos tratar as palavras com carinho, fruir sua magia. (Rodolfo Konder, jornalista e escritor) 1 – Bunkers: abrigo subterrâneo abobadado e blindado; prisão subterrânea. 1. Palavra As palavras são unidades de linguagem – e nós vivemos cercados de linguagem tanto quanto de ar. O pensamento e a linguagem são dificilmente separáveis e não é possível saber qual veio antes. Falamos, pen samos e sonhamos usando a linguagem, de forma que é impossível separar da linguagem a nossa personalidade, a nossa vida social e a nossa vida interior. Portanto, ser capaz de distinguir os diversos tipos ou classes de palavras é tão importante quanto ser capaz de distinguir os elementos do mundo físico, como água, ar, terra ou pedra. As classes de palavras são dez: • substantivo: homem, ideia... • adjetivo: bonito, inovadora... • artigo: o, a... • numeral: primeiro, dois... • pronome: aquele, nós... • verbo: ser, correr... • advérbio: nunca, aqui... • conjunção: se, mas... • preposição: de, em... • interjeição: Oh!, Viva!... 2. Frase Segundo Rocha Lima, “frase é a expressão verbal de um pensamento. Pode ser brevíssima, constituída às vezes por uma só palavra, ou longa e acidentada, englobando vários e complexos elementos”. São cinco os tipos de frase: declarativa (O trabalho exigiu esforço.); interrogativa (Por que mudar?); imperativa (Venha cá! / Não vá embora.); exclamativa (Que horror! / Como eu te amo!); indicativa ou de situação (Bom dia! / Fogo!). Com o Modernismo, que valorizou as frases con cisas e diretas, rompeu-se uma tradição do século XIX que privi le - gia va as frases prolixas e o rebuscamento da linguagem. 3. Parágrafo Parágrafo é uma unidade de texto constituída de uma frase ou de um grupo de frases ordenadas. Na nar - ração, o parágrafo apresenta uma sequência de fatos; na des crição, uma sequência de aspectos; na dis serta ção, uma se quência de juízos. A mudança de parágrafo no texto varia conforme o estilo do autor e a modalidade redacional. 4. Texto O texto é um todo construído artesanalmente, a partir da seleção e da combinação das palavras, fra ses e parágrafos concatenados com logicidade. Normal - mente, apresenta introdução, desenvolvimento e con clu - são. As características do texto são determinadas pelas modali dades de redação (ou tipos de composição). 5. Concluindo As palavras combinam-se para formar a frase; as frases agrupam-se e ordenam-se em parágrafos; os parágrafos, por sua v ez, sucedem-se numa sequência lógica para formar o texto. C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 113 114 PORTUGUÊS Texto para as questões de � a . Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência a vossa! Ai, palavras, ai, palavras, sois de vento, ides no vento, 5 no vento que não retorna, e, em tão rápida existência, tudo se forma e transforma! Sois de vento, ides no vento, e quedais, com sorte nova! 10 Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência a vossa! Todo o sentido da vida principia à vossa porta; o mel do amor cristaliza 15 seu perfume em vossa rosa; sois o sonho e sois a audácia, calúnia, fúria, derrota... A liberdade das almas, ai! com letras se elabora... 20 E dos venenos humanos sois a mais fina retorta1: frágil, frágil como o vidro e mais que o aço poderosa! Reis, impérios, povos, tempos, 25 pelo vosso impulso rodam... (Cecília Meireles, Romance LIII ou Das Palavras Aéreas) 1 – Retorta: vaso de gargalo estreito e curvo, geral - mente de vidro, próprio para operações químicas Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência a vossa! � (FUVEST) – A “es tra nha potência” atribuída às pala vras con siste em sua a) imobilidade misteriosa. b) capacidade transformadora. c) irrealidade perene. d) fuga definitiva e) ação ameaçadora. Resolução Segundo o texto, a palavra é poderosa arma de transformação social, política, artística, afetiva, educacional etc. Resposta: B � (FUVEST) – “Sois de vento, ides no vento, / e quedais, com sorte nova!” Se os verbos forem flexionados no singular, os versos acima serão assim expressos: a) É de vento, vai no vento, / e queda, com sorte nova! b) Seja de vento, vai no vento, / e queda, com sorte nova! c) Sê de vento, vai no vento, / e quedas, com sorte nova! d) Era de vento, ia no vento, / e quedou, com sorte nova! e) És de vento, vais no vento, / e quedas, com sorte nova! Resolução O verso do enunciado está na segunda pessoa do plural (vós), no presente do indicativo. No singular, pressupõe-se o sujeito tu que no tempo indicado assume as formas és, vais e quedas. Resposta: E (FUVEST) – Considere os seguintes versos do poema (linhas 21 a 23): sois a mais fina retorta: frágil, frágil como o vidro e mais que o aço poderosa! É correto afirmar que a repetição do adjetivo “frágil” ocorre para a) intensificar a ideia de que, como a retorta, as palavras são muito frágeis, mas superam a força do aço. b) reforçar a definição das palavras como frágeis objetos de vidro, semelhantes à retorta, e fortes como o aço. c) evidenciar a fragilidade das palavras, comparando-as a uma retorta que é tão forte quanto o aço. d) ironizar a fragilidade das palavras e da retorta, que, apesar de serem de vidro, valem como o aço. e) reiterar a hipótese de que a resistência tanto da retorta quanto das palavras equivale ao poder do aço. Resolução Apesar da aparência frágil, a palavra tem um poder extraor dinário. Resposta: A Exercícios Resolvidos Exercícios Propostos Palavra (ou vocábulo) é um signo linguístico que expressa ideias, sensações, desejos, emoções etc. Pode representar um objeto, uma imagem, uma sensação, uma percepção, uma ação, um ser, uma quali dade etc. As palavras são a matéria-prima da expressão oral e escrita. É organizando as palavras em frases que se produz o discurso, manifestação oral ou escrita da língua na comunicação humana. Os fragmentos de � a � a seguir enfocam ideias diferentes sobre o uso da palavra. Identifique resumidamente a mensagem que os trechos encerram. As respostas a seguir são apenas uma orientação. O professor pode formar grupos para que os alunos tra ba lhem em conjunto, ou ler cada exercício, incentivar a par tici pação dos alunos e dar a resposta aproveitando os comen tários que eles fizerem. Só então deverá escrever a resposta na lousa ou ditá-la. � A língua é a mais viva expressão de naciona lida de. Saber escrever a própria língua faz parte dos deveres cívicos. (Napoleão M. de Almeida) Notai bem isto: entre todas as coisas que sabemos, a nossa língua é a que devemos saber melhor, porque ela é a melhor parte de nós mesmos, é a nossa tradição, o veículo do nosso pensamento, a nossa pátria e o melhor elemento da nossa raça e da nossa nacionalidade. (Júlia Lopes de Almeida) RESOLUÇÃO: O domínio da palavra (escrita ou falada) instaura a cidadania. C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 114 115PORTUGUÊS � Apenas escrevendo bem poderemos nos sair satisfato ria - mente como estudantes, candidatos a empregos ou empre - gadores (escrevendo cartas, instru ções, relatórios de ati vi da des, artigos e resenhas, e contribuições científicas pa ra publicação). (Robert Barras, Os Cientistas Precisam Escrever) RESOLUÇÃO: A produção intelectual e a atuação profissional impõem como exigência o domínio da língua. A nossa civilização é marcada pela linguagem gráfica. A escrita domina nossa vida; é uma instituição social tão forte quanto a nação e o Estado. Nossa cultura é basicamente uma cultura de livros. Pela escrita acumulamos conhecimen tos, trans - mitimos ideias, fixamos nossa cultura. Nossas religiões derivamde livros: o islamismo vem do Corão, escrito por Maomé; os Dez Mandamentos de Moisés foi um livro escrito em pedra. Nosso cristianismo está contido num livro, a Bíblia. É a cartilha, é o livro escolar, é a literatura expressa grafica mente, é o jornal. (...) Sem a linguagem escrita é praticamente impossível a existência no seio da civilização. O analfabeto é um pária que não se comu ni - ca com o mundo, não influi e pouco é influenciado. (R. A. Amaral Vieira, O Futuro da Comunicação) RESOLUÇÃO: O conhecimento científico e cultural da humanidade está registrado nos livros. Portanto, aquele que não domina a palavra (escrita ou falada) é um pária, um excluído do processo político- social. � Quando as pessoas não sabem falar ou escrever ade - quadamente sua língua, surgem homens decididos a falar e escrever por elas e não para elas. (Wendell Johnson) Somente o indivíduo capaz de instalar-se dentro da socie dade em que vive, com um discurso próprio, é que poderá considerar- se parte dessa mesma sociedade, e, portanto, reivindicar seus direitos e lutar para que ela seja realmente democrática. (Maria Thereza Fraga Rocco) RESOLUÇÃO: As leis, os contratos, os docu men tos são escritos na norma culta. Sem o domínio da palavra, os indivíduos são facil men te mani pu - lados. Portanto, o domínio da linguagem confere poder. Se a vida tal como está não vale a pena; se não pode ser mudada e já não esconde a sua necessidade de ser outra — que o teu canto, poeta, lançado ao mundo, sirva de fermento a preparar-lhe a transformação e nunca de cimento a consolidar- lhe os erros. (Aníbal Machado) Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que um escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças, como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto. (Érico Veríssimo) RESOLUÇÃO: A palavra é a matéria-prima dos artistas – escritores, tea trólogos, cineastas. A função da arte é denunciar, alertar, provocar, transformar, esclarecer (“fazer luz sobre a realidade do mundo”). � Enyci me ensinou a escrever. Quando eu era menino, le - vava um quadro-negro, que era verde, mas isso não im por ta e o armava na cozinha de minha mãe. Com um giz que se esfumaçava, me iniciou na arte de ligar as palavras e de do minar os pensamentos. Aprendi com ela que viver é pensar. Muitos anos depois, na dedicatória de um livro que lhe dei de presente, eu escrevi: “À mulher que me ensinou a escrever e me permitiu, assim, ser o que sou.” Mais tarde, em uma carta, ela me respondeu: “Isso é bobagem, eu só te ensinei a copiar palavras; escrever é outra coisa — é fazer das palavras, sonhos.” (José Castello) RESOLUÇÃO: O texto trata da escolha das palavras certas ou daquelas que possam traduzir os nossos sentimentos, as nossas emoções e da complicação para verbalizar ou escrever de forma clara, coerente, para informar, deslumbrar ou persuadir. C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 115 116 PORTUGUÊS Texto para o teste �. � Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos, valendo-se da metalinguagem. Essa função da linguagem torna- se evidente pelo fato de o texto a) ressaltar a importância da intertextualidade. b) propor leituras diferentes das previsíveis. c) apresentar o ponto de vista da autora. d) discorrer sobre o ato de leitura. e) focar a participação do leitor. RESOLUÇÃO: O excerto de Marisa Lajolo versa sobre o processo de produção de sentidos que a leitura propicia aos leitores. Resposta: D Texto para o teste �. � Na parte superior do anúncio, há um comentário escrito à mão que aborda a questão das atividades linguísticas e sua relação com as modalidades oral e escrita da língua. Esse comentário deixa evidente uma posição crítica quanto a usos que se fazem da linguagem, enfatizando ser necessário a) implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura, naturalidade e segurança no uso da língua. b) conhecer gêneros mais formais da modalidade oral para a obtenção de clareza na comunicação oral e escrita. c) dominar as diferentes variedades do registro oral da língua portuguesa para escrever com adequação, eficiência e correção. d) empregar vocabulário adequado e usar regras da norma padrão da língua em se tratando da modalidade escrita. e) utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados da variedade padrão da língua para se expressar com alguma segurança e sucesso. RESOLUÇÃO: O comentário manuscrito desaconselha a prática de os jovens escreverem como falam. Resposta: D Texto para o teste �. (Veja, 18.05.2011.) � (UNIFESP) – Acompanhando a ideia de que “um livro puxa outro”, quem leu As Cidades Invisíveis deve ter lido a) A Ilha do Tesouro. b) Odisseia. c) Os Maias. d) O Homem da Areia. e) O Decameron. RESOLUÇÃO: A cadeia de leituras que, conforme o esquema proposto, levaria ao livro de Calvino inclui o livro de Stevenson, assim como os de Conan Doyle (a série das aventuras de Sherlock Holmes) e Jorge Luis Borges (O Aleph). Resposta: A Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. E, a partir do texto, ser capaz de atribuir- lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que o seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo uma outra não prevista. (LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.) C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 116 117PORTUGUÊS � Na tirinha acima, os substantivos fé, amor e ignorância são abstratos. Explique por que eles recebem essa classificação. Resolução São substantivos abstratos porque designam realidade existente somente no âmbito da subjetividade humana, como medo, estudo, coragem, planejamento etc. 5 Palavras-chave: Substantivo • Abstrato – concreto • Primitivo – derivado Exercícios Resolvidos Classificação das palavras Palavras variáveis e invariáveis Substantivo É o nome com que designamos seres em geral – pessoas, animais, coisas, vegetais, lugares etc. Divide-se em: Concreto: mar, sol, Deus, alma, fada. Abstrato: beleza, amor, frio, viagem, saída. Próprio: Roma, Guimarães Rosa, Deus. Comum: gato, homem, casa. Simples: cachorro, chuva, menino. Composto: guarda-roupa, passatempo, pão-de-ló. Primitivo: pedra, ferro, dente. Derivado: pedreira, ferreiro, dentista. Coletivo: constelação, cáfila, alcateia. � Locução substantiva É a expressão que equivale a um substantivo. Exemplos Variáveis 1. Substantivo 2. Adjetivo 3. Artigo 4. Numeral 5. Pronome 6. Verbo Invariáveis 7. Advérbio 8. Preposição 9. Conjunção 10. Interjeição – Palavras denotativas (de inclusão, de exclusão etc.) Fomos ver o pôr-do-sol (= crepúsculo). Deram-me um vidro de água-de-cheiro (= per fu me). C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 117 118 PORTUGUÊS Texto para responder às questões de � a . CIRCUITO FECHADO Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, jornais, docu mentos, caneta, chaves, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, bloco de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas,quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, rela tórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadei ras, esboço de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guarda - napo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeira, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósforo. Abotoa du ras, camisa, sapato, meias, calça, cueca, pijama, chinelos. Vaso, descarga, pia, água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro. (Ricardo Ramos) Exercícios Propostos As questões de números � e baseiam-se no texto a seguir. Para o público leitor contemporâneo, Machado de Assis é basicamente um ironista ameno, um hábil criador de senten ças elegantes, cuja filosofia cortante, expressa em tom médio, refinado, faz da leitura de seus romances, contos, crônicas e peças de teatro uma agradável experiência. Um autor que merece figurar em bons dicionários de citações, constan temente reproduzidas em revistas de grande circulação para satisfação imediata dos bem pensantes. Entretanto, tudo leva a crer que poucos leitores sejam capazes de identificar a sofisticada técnica machadiana da “literatura de sala de estar”, onde costuma ocorrer, inclusive, a maior parte de suas tramas. Por meio dela, o autor é capaz, de acordo com a precisa definição de Antonio Candido, de “sugerir as coisas mais tremendas da maneira mais cândida” (...), ou investigar o que está por trás da aparência de normalidade, ou insinuar que o ato excepcional é normal, e anormal seria o ato corriqueiro, ainda segundo o crítico. (Revista Cult, edição 128) � (UFTM) – Observe as palavras desta cadas no texto: hábil, crer, precisa. Assinale a alternativa que contém os substan - tivos, derivados dessas palavras, na forma negativa. a) inabilidade – descrença – imprecisão. b) inábil – descrente – imprecisa. c) habilidade – crença – precisão. d) habilidoso – crente – precioso. e) inabilmente – descrente – precisamente. Resolução Os prefixos -in, -des e -im são negativos e os sufixos -dade, -ença e -são formam substan tivos. Resposta: A (UFTM) – O segundo parágrafo inicia-se com a conjunção Entretanto, que desenvolve a ideia de que a) a maioria dos leitores veem a sofisticada técnica machadiana como forma de chocar o leitor, com a presença de temas cruéis pa - ra a análise do comportamento humano. b) poucos leitores se dão conta de que Machado de Assis, por meio de sua filosofia cortante, expressa com ar de bastante natu ralidade aquilo que é normal e corriqueiro. c) Machado de Assis merece figurar em bons dicionários de citações, porque sua litera - tura traduz as inúmeras amenidades do dia a dia com a sua intrínseca normali dade. d) grande parte dos leitores de Machado de Assis é incapaz de assimilar com profun - didade sua sofisticada técnica literária, que implica mos trar, de forma singela, as coisas excep cionais. e) a subversão da realidade impede que se en - tenda o que está por trás dela, e isso é uma estratégia presente na sofisticada lite ratura machadiana para insi nuar a normalida de. Resolução A alternativa d corresponde às ideias desen - volvidas no segundo parágrafo. Resposta: D � Os substantivos podem ser classificados, entre outras formas, como concretos ou abstratos. a) Qual o tipo escolhido pelo narrador? RESOLUÇÃO: O narrador usou apenas substantivos concretos. b) Justifique a escolha feita pelo narrador. RESOLUÇÃO: O uso exclusivo de substantivos concretos evidencia a concretude de uma realidade marcada pelo contato com objetos do cotidiano que ilustram a vida tediosa e aborrecida da personagem, limitada à rotina da polaridade casa-trabalho. Obs.: Há três adjetivos: fria, quente e pequena. C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 118 119PORTUGUÊS � (CÁSPER LÍBERO) I. O texto é essencialmente construído com frases enu - merativas e nominais, numa sucessão verti ginosa. II. Inova o processo narrativo, tornando ainda mais arrojada uma das formas da prosa contempo rânea, o conto-narrativa. III. O percurso do cenário doméstico para o pro fis sio nal (e vice- versa) revela hábitos e atividades que se sucedem e se repetem, justificando o título do texto. Sobre “Circuito Fechado”, podemos afirmar: a) Somente a I está correta. b) Somente a II está correta. c) Somente a III está correta. d) I e III estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. RESOLUÇÃO: Obs.: O professor deve chamar a atenção para o fato de que a sequência de substantivos relacionados a uma determi - nada atividade como escovar os dentes, tomar banho, vestir-se, configura metonímia (ou, mais precisa mente, sinédoque), em que as partes (objetos) compõem um todo (atividades). Resposta: E O substantivo lápis, que aparece no texto, é primitivo, ou seja, ele pode dar origem a outro substantivo, que é chamado derivado. lápis – lapiseira Transcreva do texto substantivos derivados e indique o substantivo primitivo que os originou. RESOLUÇÃO: sabonete: derivado de sabão. poltrona: derivado de poltro (poltrão), que significa “pregui çoso” e ainda “filhote ou cria de animal”. cavalete: derivado de cavalo. cinzeiro: derivado de cinza. abotoaduras: derivado de botão. travesseiro: travesso+eiro (travesso, que está atravessado na cama; -eiro, sufixo que designa objeto ou instrumento). Obs.: As palavras abaixo não são derivadas: guardanapo: origina-se do francês guarda + toalha de mesa; trata- se de um galicismo. televisão: tele (do grego, significa “de longe”) + visão (do latim vid, significa “ver, olhar”); trata-se de hibridismo. � (FUMEC-MG) – Em todos os exemplos abaixo, o diminu - tivo traduz ideia de afetividade, exceto: a) Deixe-me olhar o seu bracinho, minha filha. b) Para mim você será sempre a queridinha. c) Amorzinho, você vem comigo? d) Ele é um empregadinho de nossa firma. e) Não sei, paizinho, como irei embora. RESOLUÇÃO: O sufixo diminutivo -inho, em empregadinho, é depreciativo. Nas demais alternativas, exprime afetividade. Resposta: D Grife as palavras substantivadas: a) O grande assombra, o glorioso ilumina, o intré pido arrebata; o bom não produz nenhum desses efeitos. Contudo, há uma grandeza, há uma glória, há uma intrepidez em ser simples - mente bom, sem aparato, nem interesse, nem cálculo; e sobre tudo sem arrependimento. (Machado de Assis) RESOLUÇÃO: grande, glorioso, intré pido, bom. b) O muito torna-se pouco ao se desejar mais. (Quevedo) RESOLUÇÃO: muito (pouco funciona como adjetivo). c) E um vagalume lanterneiro, que riscou um psiu de luz. (Guimarães Rosa) RESOLUÇÃO: psiu (interjeição). � Substitua as palavras destacadas por substantivos que indiquem ações equivalentes. a) Sucederam-se ações sociais que elevaram o moral dos menos favorecidos. RESOLUÇÃO: A sucessão de ações sociais elevou o moral dos menos favorecidos. b) Rescindir o contrato impli caria multa vultosa. RESOLUÇÃO: A rescisão do contrato implicaria multa vultosa. c) Sobreviver ao cataclismo levou à união da população. RESOLUÇÃO: A sobrevivência ao cataclismo levou à união da população. C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 119 120 PORTUGUÊS � (UNICAMP) – O cartaz a seguir foi usado em uma campa - nha pública para doação de sangue. (Disponível em www.facebook.com/pages/hemorio/144978045579742?fref=ts. Acessado em 08/09/2014.) Glossário Rolezinho: diminutivo de rolê ou rolé; em linguagem informal, significa “pequeno passeio”. Recentemente, tem designadoen contros simultâ - neos de centenas de pessoas em locais como praças, parques públicos e shopping centers, organizados via internet. Considerando como os sentidos são produzidos no cartaz e o seu caráter persuasivo, pode-se afirmar que: a) As figuras humanas estilizadas, semelhantes umas às outras, remetem ao grupo homogêneo das pessoas que podem ajudar a ser ajudadas. b) A expressão “rolezinho” remete à meta de se reunir muitas pessoas, em um só dia, para doar sangue. c) O termo “até” indica o limite mínimo de pessoas a serem beneficiadas a partir da ação de um só indivíduo. d) O destaque visual dado à expressão “ROLEZINHO NO HEMÓRIO” tem a função de enfatizar a participação individual na campanha. RESOLUÇÃO: A campanha pública visa à persuasão utilizando-se de uma ex - pressão informal – rolezinho –, originalmente usada para reunir um grande número de jovens, mas que no cartaz foi empregada com o intuito de convocar doadores de sangue. Resposta: B Texto para o teste �. (Disponível em: <http://www.saopaulosp.gov.br/spnoticias/campanha-quer- reduzir-numer de acidentes-de-transito-por-distracao/>. Acesso em: 04 jun. 2018.) � A campanha #FocaNoTransito é uma das ações do movimento mundial Maio Amarelo, que visa alertar a sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito. A fim de cativar a atenção da população, a linguagem verbal e não verbal possibilitam a interpretação do termo “foca”como a) substantivo e advérbio. b) verbo e substantivo. c) adjetivo e advérbio. d) verbo e adjetivo. e) verbo e advérbio. RESOLUÇÃO: Ao chamar atenção do motorista para o cuidado no trânsito, a campanha faz uso do imperativo do verbo “focar” (Iinguagem verbal); no entanto, a imagem do animal marinho ”foca” (linguagem não verbal) possibilita a leitura do termo “foca” também como substantivo. Resposta: B � (FESM) – Aponte a alternativa em que o substantivo em destaque foi empregado de forma genérica: a) Aquele homem não poderia ter tomado essa atitude. b) Um homem de coragem é esse professor. c) Ele foi considerado um homem inconveniente por todos os presentes. d) Todo homem necessita de trabalho e assistência. e) As obras realizadas devem-se a um grande administrador, homem de origem humilde, considerado hoje um empresário bem-sucedido. Resposta: D � Consultando a gramática, complete o quadro de re sumo. SUBSTANTIVO Definição Palavra que nomeia o existente, seja ele real ou imaginário, verdadeiro ou falso, animado ou inanimado, concreto ou abstrato. Flexão Masculino e feminino ⎯→ gênero Singular e plural ⎯→ número Normal, aumentativo e diminutivo ⎯→ grau C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 120 121PORTUGUÊS Tudo o que se escreve é redação. Elaboramos bilhe - tes, cartas, telegramas, respostas de questões discursivas, contos, crônicas, romances, empregando as modalidades redacionais ou tipos de composição: descrição, narra ção ou dissertação. Geralmente as tipologias textuais aparecem combinadas entre si. Seja qual for o tipo de composição, a criação de um texto envolve conteúdo (nível de ideias, mensagem, assunto), estrutura (organi za ção das ideias, distribuição adequada em introdução, desenvolvimento e conclusão), linguagem (expressivi dade, seleção de vocabulário) e gramática (norma da língua). 1. Tipologia textual e Gêneros textuais O narrador conta fatos que ocorrem no tempo, recordando, imaginando ou vendo. O descrevedor caracteriza entes localizados no espaço. Para isso, basta sentir, perceber e, principalmente, ver. O dissertador expõe juízos estruturados racionalmente. A trama narrativa apreende a ocorrência na sua dinâmica temporal. O processo descritivo suspende o tempo e capta o ente na sua espacialidade atemporal. A estrutura dissertativa articula ideias, relaciona juízos, monta raciocínios e engendra teses. O texto narrativo é caracterizado pelos verbos nocionais (ações, fenômenos e movimentos); o descritivo, pelos verbos relacionais (estados, qualidades e condições) ou pela ausência de verbos; o dissertativo, indiferentemente, pelos verbos nocionais e/ou relacionais. Narra-se o que tem história, o que é factual, o que acontece no tempo; afinal, o narrador só conta o que viu acontecer, o que lhe contaram como tendo acontecido ou aquilo que ele próprio criou para acontecer. Descreve-se o que tem sensorialidade, o que se vê ou imagina-se ver, o que se ouve ou imagina-se ouvir, o que se pega ou imagina-se pegar, o que se prova gustativamente ou imagina-se provar, o que se cheira ou imagina-se cheirar. Em outras palavras, descreve-se o que tem linhas, forma, volume, cor, tamanho, espessura, consistência, cheiro, gosto etc. Sentimentos e sensações também podem ser caracterizados pela descrição (exemplos: paixão abrasadora, raiva surda). Disserta-se sobre o que pode ser exposto ou discutido; o redator trabalha com ideias, para montar juízos e raciocínios e analisá-las com criticidade. Texto injuntivo é aquele em que há intenção de instruir o interlocutor acerca de um determinado procedimento. Esse aspecto voltado para a orientação não possui essência coercitiva, apenas sugere como algo pode ser feito ou produzido, é um método para a concretização de uma ação.. Texto prescritivo é aquele que exige que o leitor proceda de uma determinada forma, não dá liberdade de atuação, tem caráter coercitivo, utiliza linguagem objetiva, verbos predominantemente infinitivo, imperativo ou presente do indicativo com indeterminação do sujeito. Gêneros que utilizam NARRAÇÃO e a DESCRIÇÃO Romance, conto, novela, crônica, fábula, biografia, relato, piada, história em quadrinhos, charge, cartum, diário, carta, currículo, letra de música, poesia, apólogo, resenha, blog pessoal, chat, site de relacionamento etc. Gêneros que utilizam a DISSERTAÇÃO Dissertação argumentativa, dissertação expositiva, carta argumentativa, editorial, resenha crítica, artigo de opinião, crônica reflexiva, cartum, charge, manifesto, blog jornalístico, e-mail, chat, site de relacionamento, post, podcasts etc. Gêneros que utilizam a INJUNÇÃO Receitas de comida, bula de remédio, manual de instruções, edital, campanha publicitária, texto publicitário etc. Gêneros que utilizam a PRESCRIÇÃO Cláusulas contratuais, leis, códigos, constituição, edital de concursos públicos, regras de trânsito etc. 6 Palavras-chave:Tipologias textuais: Descrever, narrar, dissertar • Espaço • Tempo • Juízo de valor C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 121 122 PORTUGUÊS M O D A L ID A D E S C A R A C T E R ÍS T IC A S IN T R O D U Ç Ã O D E SE N V O LV IM E N T O C O N C L U SÃ O R E C U R SO S R E Q U IS IT O S ESTRUTURA D E SC R IÇ Ã O Si tu a se re s e ob je to s no e sp aç o (f ot o g ra - fi a) . O o bs er va do r fo ca li za o s er o u ob je to , di st in gu e se us as pe ct os ge ra is e os in te rp re ta . C ap ta os el em en to s nu m a or de m co er en te c om a d is po si çã o em q ue e le s se e n c on tr am n o es pa ço , c ar ac te ri za nd o- os o bj et i v a e su bj et iv am en te , fí si ca e ps ic ol og i c am en te . N ão h á um p ro ce di m en to e sp ec íf ic o pa ra c on cl us ão . C on si de ra -s e co nc lu íd o o te x t o qu an do se co m pl et a a ca ra ct er iz aç ão . U so d os c in co s en tid os : a ud iç ão , g us ta - çã o, ol fa to , ta to e vi sã o, qu e, co m bi na do s, pr od uz em a si ne st es ia . A dj et iv aç ão f ar ta , ve rb os d e es ta do , li ng ua ge m m et af ór ic a, c om pa ra çõ es e pr os op op ei as . Se ns ib ili da de p ar a co m bi na r e tr an sm iti r se ns aç õe s fí si ca s (c or es , fo rm as , so ns , go st os , od or es ) e ps ic ol óg ic as ( im pr es - sõ es s ub je tiv as , c om port am en to s) . P od e se r re di gi da n um ú ni co p ar ág ra fo . N A R R A Ç Ã O Si tu a se re s e ob je to s no te m po (h is tó ri a) . A pr es en ta a s pe rs on ag en s, lo ca liz an do - as n o te m po e n o es pa ço . A tr av és da s aç õe s da s pe rs on ag en s, co ns tr oe m -s e a tr am a e o su sp en se , q ue cu lm i n am n o cl ím ax o u de sf ec ho . E xi st em v ár ia s m an ei ra s de c on cl ui r- se um a na rr aç ão . E sc la re ce r a tr am a é ap e - na s um a de la s. V er bo s de a çã o, g er al m en te n o te m po pa s s ad o; n ar ra do r p er so na ge m , o bs er va - do r o u on is ci en te ; d is cu rs os d ir et o, in di - re to e in di re to li vr e. Im ag in aç ão p ar a co m po r um a hi st ór ia qu e en tr et en ha o le it or , pr ov oc an do ex pe ct at iv a e te ns ão . P od e se r ro m ân tic a, d ra m át ic a ou h um or ís tic a. D IS SE R T A Ç Ã O D is cu te u m a ss un to , a pr es en ta p on to s de vi st a e ju íz os d e va lo r. A pr es en ta a s ín te se d o po nt o de v is ta a se r di sc ut id o (t es e) . A m pl ia e e xp lic a o pa rá gr af o in tr od u t ór io . E xp õe ar gu m en to s qu e ev id en ci am po si çã o cr íti ca , a na lít ic a, r ef le xi va , i nt er - pr et at iv a, o pi na tiv a so br e o as su nt o. R et om a si nt et ic am en te a s re fl ex õe s cr íti - ca s ou a po nt a as p er sp ec tiv as d e so lu çã o pa ra o q ue f oi d is cu tid o. L in gu ag em re fe re nc ia l, ob je ti va ; ev id ên ci as , ex em pl os , ju st if ic at iv as e da do s. O rg an iz aç ão de id ei as (c oe sã o) , re pe rt ór io c ul tu ra l, co er ên ci a em re la çã o ao as su nt o de qu e tr at a o te m a, li ng ua ge m c la ra , ob je ti va , vo ca bu lá ri o ad eq ua do e d iv er si fi ca do . R E D A Ç Ã O : Q U A D R O -R E SU M O C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 122 123PORTUGUÊS Texto I UM TIPO DE BRASILEIRO Raimundo tinha vinte e seis anos e seria um tipo acabado de brasileiro, se não foram os grandes olhos azuis, que puxara do pai. Cabelos muito pretos, lustrosos e crespos; tez1 morena e amulatada, mas fina; dentes claros que reluziam sob a negrura do bigode; estatura alta e elegante; pescoço largo, nariz direito e fronte2 espaçosa. A parte mais característica da sua fisio nomia eram os olhos — grandes, ramalhudos3, cheios de som bras azuis; pestanas eriçadas4 e negras, pálpebras de um roxo vapo - roso e úmido; as sobrancelhas, muito dese nha - das no rosto, como a nanquim, faziam sobres sair a frescura da epider me, que, no lugar da barba raspada, lembrava os tons suaves e transpa - rentes de uma aquarela sobre papel de arroz. Tinha os gestos bem educados, sóbrios, despidos de pre ten são5, falava em voz baixa, distintamente, sem armar ao efeito6; vestia-se com seriedade e bom gosto; amava as artes, as ciên - cias, a literatura e, um pouco menos, a política. (Aluísio Azevedo) 1 – Tez: pele, cútis. 2 – Fronte: testa. 3 – Ramalhudos: grandes pestanas. 4 – Eriçadas: encrespadas. 5 – Despidos de pretensão: espontâneos. 6 – Sem armar ao efeito: sem tentar impressionar. Texto II AUTORRETRATO Simpático, romântico, solteiro, autodidata, poeta, socialista. Da classe 38, reservista, de outubro, 22, Rio de Janeiro. Com a bossa de qualquer bom brasileiro, possuo o sangue quente de um artista. Sou milionário em senso de humorista, mas juro que estou duro e sem dinheiro. Há quem me julgue um poeta irreverente, mentira, é reação da burguesia, que não vive, vegeta falsamente, num mundo de doente hipocrisia. Mas o meu mundo é belo e diferente: vivo do amor ou vivo de poesia... E assim eu viverei eternamente, se não morrer por outra Ana Maria. (1962, disco RGE) (CHAVES, Juca. In: História da Música Popular Brasileira, fascículo n.° 41, São Paulo: Abril Cultural, 1971.) � O texto I apresenta a forma de prosa, o texto II a forma de verso, porém, ambos exemplificam uma mesma modalidade reda - cional ou tipo de composição. a) O que permite classificar os textos I e II como descritivos? Resolução Os dois textos são descritivos porque carac - terizam física e psicologicamente as persona - gens. O texto descritivo pode carac terizar seres animados ou inanimados, paisagens, ambien - tes, além das sensações físicas ou psicológicas desses seres. O texto I privilegia o aspecto físico da per - sonagem: olhos – grandes e azuis, ramalhudos, cheios de sombras azuis cabelos – muito pretos, lustrosos, crespos tez – morena e amulatada, fina dentes – claros, que reluziam (= reluzentes) estatura – alta, elegante pescoço – largo nariz – direito fronte – espaçosa pestanas – eriçadas, negras pálpebras – de roxo vaporoso e úmido sobrancelhas – desenhadas, como a nanquim barba – raspada tons – suaves, transparentes epiderme – frescura, lembrava os tons suaves e transparentes de uma aquarela sobre papel de arroz (no lugar da barba raspada) gestos – bem educados, sóbrios, despidos de pretensão voz – baixa, distintamente, sem armar ao efeito Observe que a caracterização se efetiva por meio de adjetivos ou equivalentes. Sobre a personalidade (aspecto psicológico) da personagem, temos: “gestos... despidos de pretensão”, “voz ...sem armar ao efeito”, “vestia-se com seriedade e bom gosto”, “amava as artes, as ciências, a litera tura e, um pouco menos, a política”. O texto II privilegia as características psico - lógicas e emocionais da personagem: simpá - tico, romântico, poeta, (induz a pensar numa pessoa sensível), socialista (pensa-se num revolucionário), “com a bossa de qualquer bom brasileiro, / possuo o sangue quente de um artista. / Sou milionário em senso de humorista, meu mundo é belo e diferente / vivo do amor ou vivo de poesia”. Observe que o conceito dado pelo poeta à burguesia (“que não vive / vegeta falsamente / num mundo de doente hipocrisia”) é um trecho dissertativo. b) Raramente os textos descritivos aparecem isolados (como no texto II), geralmente vêm inseridos em romances, contos, novelas e crônicas. Com que finali dade se usa a descrição no meio de textos narrativos? Resolução Com a finalidade de dar a conhecer as carac te - rísticas físicas e/ou psicológicas das perso na - gens e os detalhes que com põem a paisagem, o cenário, o ambiente em que se passa a ação. � Considere a tipologia dos trechos abaixo: I. (...) a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impa ciente, amiga de dinheiro e de rapazes. (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas) II. Aprovado pela Assembleia para vigorar na região metropolitana de São Paulo, o rodízio de automóveis ainda não pode ser considerado um consenso entre os paulistanos (...). (Folha de S. Paulo) III. O canivete voou E o negro comprado na cadeia Estatelou de costas E bateu com a cabeça na pedra (Oswald de Andrade) IV. Pálida à luz da lâmpada sombria. Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! (Alberto de Oliveira) V. Porque a Beleza, gêmea da verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade. (Olavo Bilac) Há predominância da descrição em a) I e III. b) II e V. c) IV e V. d) I e IV. e) II e IV. Resolução Os trechos I e IV são descritivos, porque carac - terizam uma personagem e detalham um cenário, por meio do emprego de adjetivos, de figuras de linguagem, de verbos de estado ou condiçãoe de frases nominais. Resposta: D Exercícios Resolvidos C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 123 124 PORTUGUÊS Textos para o teste �. � Considerando as características básicas de cada moda lidade discursiva, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. a) I – narração; II – dissertação; III – narração. b) I – descrição; II – descrição; III – narração. c) I – narração; II – descrição; III – dissertação. d) I – descrição; II – dissertação; III – narração. e) I – narração; II – dissertação; III – descrição. RESOLUÇÃO: O texto I é descritivo, porque pormenoriza os traços fisio nômicos de uma personagem. O texto II é dissertativo, porque o autor manifesta uma opinião sobre o comportamento do brasi leiro. O texto III apresenta personagens, verbos de ação, diálogo, estrutura que define a narração. Resposta: D Os testes de números � e baseiam-se na canção de Alvarenga e Ranchinho. � (VUNESP-CEFET) – Na canção, predo minam aspectos ___________________, pois se faz uma ____________________, tendo como refe rência a cidade de São Paulo. Os espaços da frase devem ser preenchidos, correta e respectivamente, com a) “dissertativos” – “história”. b) “descritivos” – “caracterização”. c) “dissertativos” – “síntese”. d) “descritivos” – “reflexão”. e) “narrativos” – “análise”. RESOLUÇÃO: A canção explora a percepção visual na composição imagética da cidade de São Paulo. Os elementos da natureza compõem o quadro que caracteriza a cidade. Resposta: B (VUNESP-CEFET) – A relação de senti do que se define pela oposição de informações está devi damente exemplificada em: a) “da garoa“ / ”terra boa”. b) “noite fria“ / ”cobertas pela geada”. c) “noite“ / ”madrugada”. d) “céu anil“ / ”manhã de sol”. e) “noite enluarada” / ”manhã de sol”. RESOLUÇÃO: A oposição ocorre entre as palavras noite / manhã e enluarada / sol, que configuram antíteses. Resposta: E Texto I Sem ser verdadeiramente bonita de rosto, era muito simpática e graciosa. Tez macia, de uma palidez fresca de camélia; olhos escuros, um pouco preguiçosos, bem guarnecidos e penetrantes; nariz curto, um nadinha arrebi - tado, beiços polpudos e viçosos, à maneira de uma fruta que provoca o apetite e dá vontade de morder. (Aluísio Azevedo) Texto II O brasileiro gosta de se imaginar cordial, camarada, emotivo. Quando está no exterior, reclama da "frieza" do americano e do eu ro peu. A verdade é que somos falsos bon - zi nhos: em meio à indiferença gene ralizada, direitos indivi - duais são pisoteados todos os dias em grande escala. E tudo termina sempre em impunidade. (Gilberto Dimenstein) Texto III “Levante-me”, o velho insistiu. Mãe e filho, porém, continuaram imóveis. “Vão ficar aí parados?”, ele perguntou. “O que estão esperando?” A mulher pediu: “Odete, venha nos ajudar!” A empregada limpou as mãos no avental e, contro lando o medo, aproximou-se. (José Castello) Êh, São Paulo Êh, São Paulo Êh, São Paulo São Paulo da garoa São Paulo que terra boa São Paulo da noite fria Ao cair da madrugada As campinas verdejantes Cobertas pela geada São Paulo do céu anil Da noite enluarada Da linda manhã de sol No raiar da madrugada Exercícios Propostos C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 124 125PORTUGUÊS Textos para a questão �. � O que caracteriza os textos I e II como narrativos? RESOLUÇÃO: Em ambos os textos, conta-se um episódio que envolve perso - nagens numa sucessão de ações que evoluem no tempo. Os verbos de ação que compõem o enredo do texto I são: “caiu” (“velha”), “ia a entrar”, “correu”, “levantou-a”, “levou-a”, “deixou- a curada”, “agradeceu”, “subiu”, “abraçou”, “estendeu”. O índice temporal é “um dia” e o lugar é “em frente da casa”. As personagens são: preta velha, Adolfo, Miloca e D. Pulquéria. No texto II, a personagem é Jerônimo e os verbos no plural indi cam que “algumas pessoas” “entraram”, “grudaram” e “montaram nele”. O índice de espaço é “numa outra fazenda”; não há índices tempo rais, mas deduz-se pela leitura tratar-se da época da escravidão. Os verbos de ação que compõem o enredo são: “socando”, “entra ram”, “grudaram”, “tombou”, “tropeçou e caiu”, “montaram”. Resumindo Narrar é relatar fatos e acontecimentos, envolvendo perso na gens e ação. Portanto, narrar é criar. Texto I MILOCA Um dia, em frente da casa, caiu uma preta velha ao chão, abalroada1 por um tílburi2. Adolfo, que ia a entrar, correu à infeliz, levantou-a nos braços e levou-a à botica3 da esquina, onde a deixou curada. Agradeceu ao céu o ter-lhe proporcionado o ensejo4 de uma bela ação diante de Miloca, que estava à janela com a família, e subiu alegremente as escadas. D. Pulquéria abra - çou o herói; Miloca mal lhe estendeu a ponta dos dedos. (Machado de Assis) 1 – Abalroada: atropelada. 2 – Tílburi: carruagem. 3 – Botica: farmácia. 4 – Ensejo: oportunidade. Texto II NEGRO FUGIDO O Jerônimo estava numa outra fazenda Socando pilão na cozinha Entraram Grudaram nele O pilão tombou Ele tropeçou e caiu Montaram nele. (Oswald de Andrade) C1_1A_VERMELHO_PORT_GK_2021 21/10/2020 17:57 Página 125 126 PORTUGUÊS Textos para a questão �. Indique as características que permitem classificar os textos como dissertativos. RESOLUÇÃO: Os dois textos expõem conceitos sobre o significado do relógio (cronometragem do tempo) na vida do homem: o primeiro analisa a ditadura do relógio, máquina opressora usada para controlar e explorar os trabalhadores, principalmente no sistema capitalista; o segundo considera o tempo cronometrado pelo relógio como um tempo que é subtraído da vida; quanto mais o tempo passa, menos tempo temos de vida. Ambos apresentam, portanto, uma opinião crítica pessimista sobre o relógio (o tempo) e argumentos convincentes para justificar seu ponto de vista. Resumindo Dissertar é expor e discutir ideias. Texto para o teste . � Os gêneros podem ser híbridos, mesclando características de diferentes composições textuais que circulam socialmente. Nesse poema, o autor preservou, do gênero publicitário, a seguinte característica: a) Extensão do texto. b) Emprego da injunção. c) Apresentação do título. d) Disposição das palavras. e) Pontuação dos períodos. RESOLUÇÃO: Uma das características do gênero publicitário é a presença da função apelativa ou conativa da linguagem, que se caracteriza por tentar influenciar o comportamento do receptor por meio de vocativos, de verbos no imperativo. Essa função de linguagem também aparece em textos injuntivos, que têm como finalidade instruir e orientar o leitor. No poema, que remete a um anúncio (“Reclame”), a presença de verbos no imperativo (“use”, “transforme”) identifica a injunção. Resposta: B DISSERTAR é criticar expor debater opinarquestionar convencer discutir justificar argumentar explicarexemplificar posicionar-se Texto I O homem ocidental civilizado vive num mundo que gira de acordo com os símbolos mecânicos e matemáti cos das horas marcadas pelo relógio. É ele que vai determi nar seus movi mentos e dificultar suas ações. O relógio transformou o tem po, transformando-o de um processo natural em uma merca do ria que pode ser comprada, vendi da e medida como um sabo nete ou um punhado de passas de uvas. E, pelo simples fato de que, se não houvesse um meio para marcar as horas com exati dão, o capitalismo industrial nunca poderia ter se desen vol vido, nem teria continuado a explorar os trabalhadores. O relógio representa um elemento de ditadura mecânica na vida do homem moderno, mais poderoso do que qualquer outro explorador isolado, que qualquer outra máquina. (George Woodcock, A Ditadura do Relógio) Texto II RELÓGIO Diante de coisa tão doída Conservemo-nos serenos. Cada minuto de vida Nunca é mais, é sempre menos. Ser é apenas uma face Do não ser, e não do ser. Desde o instante em que nasce Já se começa a morrer. (Cassiano Ricardo) RECLAME Se o mundo não vai bem a seus olhos, use lentes ... ou transforme o mundo ótica olho vivo agradece a preferência (CHACAL et al. Poesia
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