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AS PODEROSAS FERRAMENTAS
DE GESTÃO DA EMOÇÃO PARA
RELAÇÕES SAUDÁVEIS
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AS PODEROSAS FERRAMENTAS
DE GESTÃO DA EMOÇÃO PARA
RELAÇÕES SAUDÁVEIS
MANUAL DE PSICOLOGIA APLICADA PARA CASAIS, PAIS E
FILHOS, EMPRESÁRIOS E COLABORADORES
CDD 158.2
Copyright © Augusto Cury, 2022
Direitos reservados desta edição: Dreamsellers Pictures Ltda.
Título: As poderosas ferramentas de gestão da emoção para relações saudáveis
1ª edição: março 2022
O conteúdo desta obra é de total responsabilidade do autor.
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, em nenhum meio, sem autorização prévia
por escrito da editora.
Autor: Augusto Cury
Preparação: Lúcia Brito
Projeto gráfico: Dharana Rivas
Imagem de capa: Dim Hou/Pixabay
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Cury, Augusto
As poderosas ferramentas de gestão da emoção para relações
saudáveis : manual de psicologia aplicada para casais, pais e filhos,
empresários e colaboradores / Augusto Cury. � Ribeirão Preto :
Dreamsellers Editora, 2022.
ISBN 978-65-84661-04-2
1. Relações humanas 2. Desenvolvimento pessoal I. Título.
22-1216
Angélica Ilacqua - CRB-8/7057
DREAMSELLERS EDITORA
www.dreamsellers.com.br
editora@dreamsellers.com.br
http://www.dreamsellers.com.br/
mailto:editora@dreamsellers.com.br
Dedico este livro a você
que procura intensamente ter uma mente livre e saudável.
Não há céus sem tempestades nem caminhos sem acidentes.
Drama e comédia, riso e lágrimas fazem parte da nossa história.
Todos enfrentamos invernos existenciais. Como sobreviver a eles?
Há pelo menos duas maneiras: com sementes ou com madeira seca.
Qual você prefere?
A maioria prefere resultados rápidos: a madeira.
Mas a madeira rapidamente se acaba e o frio retorna.
Neste livro você usará as sementes, ou ferramentas.
Plante as sementes em seu psiquismo e as irrigue todos os dias.
Assim, terá uma �oresta e jamais lhe faltará madeira para se aquecer.
Você adquirirá habilidades para superar o cárcere da emoção e equipará seu
Eu para se tornar autor de sua própria história.
Sumário
Introdução
1. Conhecer os bastidores da mente
2. Romper o Circuito Fechado da Memória
3. Conhecer e compreender os diferentes tipos de Eu
4. Perder o medo de perder
5. Proteger a emoção
6. Promover a comunicação multifocal
7. Desenvolver resiliência como alicerce das relações
8. Promover a arte de conquistar pessoas
9. Aprender a namorar a vida
10. Investir na felicidade do outro para ser feliz
Resumo
As relações saudáveis suprem nossas necessidades de afeto, de inclusão, de
amar e ser amado, de pertencimento. Viver é relacionar-se, por isso, quanto
mais habilidades desenvolvemos para lidar com as pessoas, mais felizes
somos.
Relacionar-se é uma das melhores coisas da vida, está correlacionado a
compartilhar. É descobrir e aprender a respeitar a individualidade do outro.
É conquistar o território psíquico do outro e permitir que o outro descubra,
conheça e conquiste você. Construímos relações para diminuir o abismo
entre nós e as outras pessoas. É preciso ter cumplicidade.
O grande segredo é como construir relações saudáveis que nos libertem,
não que nos aprisionem. Para promover relações saudáveis é preciso, antes de
tudo, entender que ninguém dá o que não tem. Temos destruído o melhor
de nossas relações porque cobramos dos outros aquilo que não podem dar e
não sabemos elogiar o que nos oferecem de melhor. Exigimos perfeição.
Mas, ao contrário, devemos oferecer o que há de melhor em nós mesmos,
aprendendo também a reconhecer o que há de melhor no outro.
Ninguém é uma ilha física, psíquica e social dentro da humanidade. Os
mínimos comportamentos podem provocar grandes reações na vida de outra
pessoa. Somos inevitavelmente responsáveis, em maior ou menor proporção,
pela prevenção de padrões não saudáveis em nossas relações.
As poderosas ferramentas de gestão da emoção para relações saudáveis
expostas neste livro são ferramentas pertencentes à teoria da inteligência
socioemocional (multifocal) que utilizei em mais de 20 mil sessões de
psicoterapia e consultas psiquiátricas ao longo de minha carreira como
pro�ssional de saúde mental e pesquisador do processo de construção de
pensamentos, formação do Eu, papéis conscientes e inconscientes da
memória, educação da emoção e formação de pensadores. Tais ferramentas
pretendem dar um norte, rever rotas, treinar nossas habilidades, reciclar
nossas loucuras, refundar alguns alicerces da relação.
Essas ferramentas não são rígidas nem rápidas, muito menos mágicas.
Entretanto, se aplicadas sistematicamente, podem ser e�cientes. Além disso,
são universais; grande parte delas pode e deve ser aplicada por todas as
pessoas de todas as idades, povos, culturas, níveis acadêmicos.
Não há nada tão saudável quanto construir relações sociais saudáveis,
fundamentadas em amor inteligente, elogio, apoio, diálogo, tranquilidade,
generosidade, investimento em sonhos e reconhecimento de erros.
Convido você a conhecer as poderosas ferramentas de gestão da emoção
das relações saudáveis e decifrar os códigos das relações inteligentes.
Dr. Augusto Cury
A Teoria da Inteligência Multifocal (TIM) estuda o funcionamento da
mente, os fenômenos inconscientes que constroem os pensamentos, os
papéis da memória e da emoção no desenvolvimento psicossocial.
O objetivo é formar pensadores, pessoas capazes de analisar e intervir em
seus processos emocionais, de pensamento e de tomada de decisão a partir
do olhar multifocal.
A aplicação dessa teoria se dá por meio de ferramentas psicológicas e
psicopedagógicas para desenvolver as habilidades de administração do
estresse, gerenciamento da ansiedade, reedição do �lme do inconsciente e
construção de relações saudáveis.
A TIM CONTEMPLA TRÊS IMPORTANTES
ASPECTOS:
1. Desenvolvimento das funções complexas da inteligência e de novas
competências – proteção da emoção, gerenciamento dos
pensamentos, postura empreendedora e criatividade, autodisciplina,
liderança, autocrítica, raciocínio esquemático, pensar antes de reagir,
colocar-se no lugar dos outros, entre outros.
2. Promoção da saúde emocional e prevenção de transtornos psíquicos –
gerenciamento de estresse, ansiedade, timidez, insegurança, elevação
da autoestima, prevenção de depressão, fobias, entre outros.
3. Construção de relações intra e interpessoais saudáveis – aprender a se
relacionar consigo e com os demais, tolerância, trabalho em equipe,
administração de con�itos, carisma, entre outros.
Conviver com pessoas é uma das tarefas mais complexas e saturadas de
aventura da agenda humana. Nada produz tantas alegrias e nada fomenta
tantas dores de cabeça.
Ser individualmente inteligente não quer dizer construir uma relação
inteligente e saudável. Quem usa a emoção apenas para sustentar
relacionamento corre o risco de ver seus sentimentos �utuando entre o
deserto e as geleiras. Num momento, a pessoa vive as labaredas da paixão,
noutro vive os glaciares dos atritos. Num período troca juras de amor, noutro
troca golpes de ciúmes. Hoje é dócil como os anjos, amanhã é implacável
como carrascos.
Que tipo de relação você tem: saudável ou doente,
inteligente ou desinteligente?
A relação desinteligente é intensamente instável, enquanto a relação
saudável, ainda que golpeada por focos de ansiedade, tem estabilidade. A
relação desinteligente é saturada de tédio, enquanto a saudável tem uma aura
de aventura. Na relação desinteligente um é perito em reclamar do outro,
enquanto na relação saudável um se curva em agradecimento ao outro. Na
relação desinteligente os atores são individualistas, pensam somente em si,
enquanto na saudável são especialistas em procurar fazer o outro feliz. Na
relação doente se cobra muito e se apoia pouco; na saudável se doa muito e
se cobra pouco.
As poderosas ferramentas de gestão da emoção para relaçõessaudáveis
pretendem dar um norte, rever rotas, treinar as habilidades, reciclar as
loucuras, refundar alguns alicerces da relação. Essas ferramentas não são
rígidas, rápidas e muito menos mágicas. Entretanto, se aplicadas
sistematicamente, podem ser e�cientes. Jamais se deve esquecer que as
ferramentas socioemocionais devem ser trabalhadas e treinadas diariamente
como ferramentas pelo Eu.
Uma relação saudável e inteligente precisa de uma nova agenda, uma
estratégia prolongada e vivenciada ao longo de semanas, meses e anos. Mas
os resultados podem ser fascinantes.
Usamos o pensamento para pensar o mundo, mas se o usarmos para pensar
como pensamos, entenderemos que todos somos meninos diante de tão
inso�smável complexidade. Não há como falar de relações saudáveis ou
doentias sem entender minimamente o tijolo básico da psicologia e de todas
as ciências humanas, o fenômeno mais complexo: o pensamento! Conhecer
quem somos, pelo menos minimamente, muda a nossa maneira de ser, reagir
e nos relacionarmos.
O pensamento é o instrumento fundamental para interpretar, julgar,
analisar, construir, excluir, incluir, doar-se, ser egoísta, ser seguro, fóbico,
alegrar-se, entristecer-se, amar, odiar. Brilhantes pensadores, como Sartre,
Freud, Jung, Adler, Skinner, Roger, Piaget, Kant, Hegel e Descartes, não
tiveram a oportunidade de estudar sistematicamente o pensamento e
usaram-no como um tijolo pronto para edi�car teorias sobre a formação da
personalidade, dos traumas, das relações sociais, do processo de aprendizado,
inclusive sobre o ser humano como agente sociopolítico.
Infelizmente, por não termos estudado o tijolo básico da mente humana,
estamos, na melhor das hipóteses, apenas na adolescência cientí�ca.
O pensamento é real ou virtual?
O pensamento expressa a verdade pura?
O que pensamos de uma pessoa é realmente o que ela é?
E o que você pensa sobre você é real?
Para compreendermos as relações, é necessário antes conhecer como
funciona a virtualidade dos pensamentos.
Qual a distância entre, por exemplo, o que um pai pensa de um �lho e o
que este realmente é? Fisicamente, a distância entre eles pode ser de alguns
metros, mas em relação à natureza dos pensamentos ela é in�nita,
intransponível.
Os seres humanos vivem em universos paralelos por causa da natureza
virtual da consciência existencial. Parece que entendemos as ideias, emoções,
sonhos, pesadelos dos outros, mas o fazemos a partir de nós mesmos, pois
vivemos em mundos mais distantes do que imaginamos.
Pais e �lhos, professores e alunos, executivos e funcionários, psicólogos e
pacientes vivem numa solidão muito maior do que acreditam ou sentem.
Não nos referimos à solidão social, à solidão do abandono físico ou do
autoabandono, mas sim à solidão gerada pela natureza virtual dos
pensamentos. Chocante, mas poético. Espantoso, mas necessário.
Estamos próximos, mas in�nitamente distantes das pessoas. A
virtualidade dos pensamentos pode nos abalar, mas sem ela jamais seríamos
uma espécie pensante, não desenvolveríamos uma consciência existencial
tempo-espacial, nunca resgataríamos o passado e menos ainda pensaríamos
no futuro. Somente na esfera da virtualidade os pensamentos conscientes se
libertam da realidade concreta e partem para as raias da imaginação.
Construímos nos sonhos ricos ambientes e personagens. Isso só é
possível devido à natureza virtual e plástica dos pensamentos conscientes. O
passado é irretornável, e o futuro é irreal, mas resgatamos o passado e nos
alegramos ou nos culpamos com esse resgate, construímos fatos futuros e
somos estimulados ou amedrontados por essa construção. E novamente essa
habilidade só é possível pela �uidez indescritível da consciência virtual.
Se você �zer uma viagem e se afastar dos seus �lhos e amigos, poderá
recordar-se deles em seu psiquismo, lembrar-se de fatos e circunstâncias que
viveram juntos. Se o pensamento tivesse a necessidade vital de incorporar a
realidade do objeto no ato de pensar, não seria possível imaginá-los, porque
seria preciso tê-los substancialmente na mente. A consciência virtual
libertou o psiquismo humano para ter virtualmente as pessoas, se relacionar,
conversar, recordar decepções e alegrias.
Se não houvesse essa liberdade criativa e essa plasticidade construtiva na
esfera da virtualidade, não nos recordaríamos das pessoas que amamos, não
sentiríamos saudade quando elas partissem, não viveríamos o aperto da
solidão nem choraríamos. Lágrimas, sentimento de perda, mágoa, raiva,
alegria, amor ocorrem porque há fascinantes diretores de cinema no estúdio
de nossas mentes: o Eu como diretor principal e o fenômeno do Auto�uxo
como diretor coadjuvante. Eles leem as inumeráveis Janelas da Memória e,
na esfera da imaginação, criam dramas, romances e comédias fascinantes,
ainda que, em alguns casos, perturbadores.
A esfera da virtualidade emancipou o psiquismo humano para pensar,
criar, construir, mas também o aprisionou. A liberdade criativa e a
plasticidade construtiva virtual trouxeram alforria para o imaginário
humano, mas o colocaram numa grande armadilha. Como não temos a
realidade do objeto pensado, podemos fazer diagnósticos completamente
errados sobre ele. Como temos visto, podemos diminuir e minimizar ou
aumentar e maximizar o valor das pessoas. Podemos fazer análises,
observações, julgamentos distorcidos. A esfera da virtualidade liberta o Eu,
mas, paralelamente, exige que ele pense com maturidade para prevenir
atrocidades.
O pensamento consciente, embora nunca atinja a realidade essencial do
objeto pensado, pode se aproximar dele se, como vimos, o Eu desenvolver
múltiplas habilidades, como raciocinar multifocalmente, expandir o
pensamento indutivo/abstrato, re�nar o pensamento antidialético, aprender
a pensar antes de reagir.
POR CAUSA DA SOLIDÃO PARADOXAL DA
CONSCIÊNCIA EXISTENCIAL.
Ela representa um dos fenômenos psicossociais mais complexos de todas as
ciências humanas. Está ligada à natureza virtual e intrínseca da consciência
humana.
Devido ao fato do pensamento ser de natureza virtual e, portanto, não
incorporar a realidade do objeto pensado, o ser humano é marcadamente só.
Compreender essa tese não apenas muda a maneira como construímos e
entendemos as relações sociais, mas também afeta alguns fenômenos mais
importantes da sociologia, psicologia social, direitos humanos, relações
sociopolíticas.
Ela revela que todo ser humano é um ser dramaticamente solitário e que
procura desesperada e inconscientemente escapar da masmorra da
virtualidade produzida na consciência existencial.
Assim como uma masmorra física leva um prisioneiro a querer de todos
os modos escapar a masmorra da consciência virtual movimenta a mente de
crianças e adultos para produzir a curiosidade, os desejos, a exploração, a
sede de aprender, a motivação pela pesquisa cientí�ca, a procura de um pelo
outro.
A consciência humana, por ser de natureza virtual e, portanto, não
incorporar a realidade do mundo, gera uma ansiedade vital que estimula o
Homo sapiens a ser incontrolavelmente um Homo socius, um ser social.
De acordo com a TIM, o ser humano não é um ser social pelas necessidades
afetivas, de cooperação e sobrevivência, nem somente pelo pool de
experiências arquivadas na memória ao longo do processo de formação da
personalidade, mas sim pela ansiedade vital intrínseca e inconsciente de
romper o cárcere da virtualidade da consciência.
A história contada no �lme Náufrago é um exemplo de como relacionar-
se é inevitável. Chuck Noland, personagem interpretado por Tom Hanks, é
um funcionário de uma multinacional encarregada de enviar cargas e
correspondências. Ele tem a função de checar vários escritórios da empresa
pelo planeta. O emprego exige muita dedicação, assim, ele tem pouco tempo
para a noiva e para os amigos. Retornando de uma viagem à Rússia, ele sofre
um acidente aéreo e �ca preso em uma ilha deserta no meio do Pací�co Sul.
Seu desa�o é lutar pela sobrevivência, encontrar água, comida e abrigo.
Em um acesso de raiva, Chuck pega uma bola de vôlei com sua mão
sangrandoe a joga para longe, fazendo assim com que permanecesse na bola
uma mancha similar a um rosto humano. Então ele cria Wilson, e o trata
como um amigo para superar a solidão de sua consciência virtual.
A experiência de viver isolado é muito sofrida, então ele criou um
personagem para se relacionar. É o que fazemos diariamente em nossa
mente para superar o cárcere da virtualidade da consciência. Não alcançamos
o outro em sua realidade plena, mas tentamos sempre nos aproximar o
máximo possível disso.
Após quatro anos, Chuck volta para a civilização como um homem
profundamente mudado. Como voltar a se relacionar com o outro quando
passou anos relacionando-se apenas consigo?
1. Como estudamos, o pensamento é virtual. Você
questiona as suas interpretações?
2. Você consegue analisar suas relações, identificando
quais são saudáveis e quais são não saudáveis?
Para entendermos o Circuito Fechado da Memória e a formação das
crenças, é necessário aprender o processo de construção de pensamentos.
Os estímulos externos e internos de natureza negativa, como ofensas,
traumas, rejeições, tristeza, ou de natureza positiva, como altruísmo,
compreensão, apoio, afeto, alegria, são captados pelos nossos sentidos
(olfato, paladar, tato, audição e visão).
O registro desses estímulos é automático e involuntário, produzido por
um fenômeno inconsciente chamado Fenômeno RAM (Registro
Automático da Memória). Não apenas o que o nosso Eu deseja será
arquivado, mas também o que ele odeia e despreza. Tudo o que mais
detestamos ou rejeitamos será registrado com maior poder, formando Janelas
Traumáticas, denominadas Killer.
O processo de leitura dessas Janelas, sejam elas Killer ou Light, é
realizado pelo Fenômeno do Auto�uxo, que é uma energia vital. O
Auto�uxo tem duas importantes funções: trafegar pela memória e construir
cadeias de pensamentos, imagens mentais e fantasias a partir das Janelas
arquivadas na memória e também a função de produzir a maior fonte de
entretenimento humano, o mundo dos pensamentos. Inspirar, aspirar,
desejar, motivar, sonhar, ansiar são frutos desse fenômeno.
Por termos consciência desse processo, sabemos que, uma vez
registrados, os pensamentos e as emoções se transformarão em Janelas da
Memória e, com a energia do Auto�uxo, em Plataformas saudáveis ou não
saudáveis. Essas Janelas e Plataformas, por sua vez, irão determinar e
in�uenciar nossas atitudes, ações e comportamentos.
É importante compreender que o Auto�uxo não tem consciência de que
o conteúdo da Janela seja saudável ou não; onde existe emoção, ele se aloja e
começa repetidamente a retroalimentar a experiência e a expandir as Janelas.
O Auto�uxo é o maior construtor da usina de pensamentos e crenças. É
responsável por produzir um �uxo de pensamentos e emoções durante toda a
história de vida humana.
Como você gasta a maior parte do seu tempo? Pensando! Grande parte
de nossas angústias, distrações, sonhos, apreensões, expectativas não é
motivada diretamente pelos estímulos externos, mas pelo conjunto de
pensamentos que diariamente produzimos.
O grande problema é que, se as ideias produzidas pelo Auto�uxo forem
negativas, serão registradas privilegiadamente pelo Fenômeno RAM,
retroalimentando assim nossas doenças – fobias, pânico, insegurança,
obsessões.
No processo de construção de pensamentos e atitudes, o Eu pode atuar
na leitura e na interpretação das Janelas da Memória e na execução das
atitudes e dos comportamentos.
O Circuito Fechado da Memória é uma leitura de mundo limitada e
encarceradora, construída por diversas Janelas Killer que acabaram por se
transformar em Plataformas. Essas Plataformas impactam de maneira
poderosa nossas atitudes, gerando repetições acríticas e inconscientes em
nossa forma de viver.
Crenças podem ser dogmas religiosos, crendices, superstições, preconceitos,
paradigmas cientí�cos, verdades irreais. Todos nós temos algumas crenças,
mesmo as pessoas mais racionais. No mínimo 50% do potencial de um ser
humano, seja ele um intelectual ou iletrado, professor ou aluno, é tolhido ou
contraído pelas crenças ao longo da vida. Se as crenças afetam o pensamento
de forma exagerada, geram temores ou euforia desproporcionais. No campo
dos temores, geram medo de conquistar, escrever, debater, sonhar, ousar,
caminhar e produzir. No campo da euforia, geram delírio de grandeza,
necessidade doentia de poder, necessidade neurótica de estar sempre certo,
orgulho, egocentrismo, autossu�ciência.
Muitos jovens têm crenças que amordaçam sua inteligência. Acham-se
incapazes de atingir seus sonhos, inábeis para superar suas limitações. Até
pessoas invejadas culturalmente têm seus nichos intelectuais doentios.
Desenvolvemos ao longo de nossa existência as mais variadas crenças sobre
nós mesmos e sobre o mundo que nos rodeia. Desenvolvemos crenças sobre
autoestima, nosso corpo, nossas relações, carreiras… Só que geralmente
permitimos que algumas delas limitem nossas vidas, nossas atitudes em
direção a uma vida mais saudável. São as crenças que sabotam nossos
relacionamentos.
Estamos presos ao Circuito Fechado da Memória das nossas crenças,
interpretamos a realidade com amarras e visões distorcidas por conta de
nosso encarceramento psíquico. Escravos da ansiedade, impulsividade,
medo, intolerância, timidez, irritabilidade, estresse, preocupações com o
amanhã e o excesso de atividades. Se considerarmos a mente humana como
um grande teatro, é possível a�rmar que, devido à fragilidade do Eu para
atuar dentro de si, a maioria das pessoas �ca na plateia assistindo
passivamente a seus con�itos e misérias psíquicas encenados no palco.
Precisamos sair da plateia, subir ao palco dos nossos pensamentos e emoções
e dirigir a nossa história.
Precisamos aprender a questionar nossas crenças e interpretações para
construir relações saudáveis!
Vamos permitir que nossas crenças nos aprisionem
dentro de nós mesmos?
O que fazer então?
Não podemos �car parados e omissos em relação às crenças. É preciso
estar aberto para questionar mesmo aquelas que parecem mais enraizadas em
nosso psiquismo.
Por isso o Eu precisa aprender a ser o gestor da mente, o autor de sua
própria história, e a questionar suas crenças e convicções; caso contrário,
�caremos presos no Circuito Fechado da Memória de nossas crenças,
reproduzindo padrões não saudáveis que comprometem nossas relações.
A Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA) é a hiperconstrução de
pensamentos em uma velocidade tão alta que estressa e desgasta o cérebro.
Ela compromete a interiorização, a concentração, a observação, a dedução, a
indução, bloqueando funções vitais do intelecto.
Uma pessoa com pensamentos acelerados tem mais di�culdade de
elaborar suas perdas, administrar suas decepções, re�etir sobre suas falhas.
A SPA não é um estresse corriqueiro e temporário como muitos pensam,
é uma exacerbação da construção de pensamentos que gera inquietação,
ansiedade crônica e insatisfação prolongada. Na SPA, as emoções prazerosas
não são estáveis nem profundas.
Pensar é bom, pensar com consciência crítica é
maravilhoso, mas pensar demais compromete nossas
relações.
Somos rápidos em responder. Não questionamos nossas convicções
antes de falar.
Não questionamos a falta de e�cácia e resultado de nossa agenda de
urgências.
Não questionamos o que é prioridade em nossa vida.
Ficamos impacientes e perdemos a paciência por pequenas coisas.
Não conseguimos contemplar o belo no outro, na vida porque não
estamos inteiros no momento presente.
Sem uma gestão ativa do Eu viramos marionetes dos nossos
pensamentos, somos controlados por eles e perdemos detalhes
signi�cantes de nossas vidas.
Deixamos de aproveitar a companhia daqueles que nos são caros pelo
excesso de atividades.
O estresse causado pelos pensamentos acelerados nos deixa menos
tolerantes, o que nos faz construir relações não saudáveis.
Uma mente hiperacelerada tem tendência a ser impulsiva, a não
pensar antes de agir e reagir e a ter baixo nível de paciência com
�lhos, amigos, cônjuge, colegas de trabalho. Esses comportamentoscomprometem a afetividade, a estabilidade e a profundidade das
relações interpessoais.
Pessoas desinteligentes são máquinas de trabalhar,
vivem ansiosas, querem tudo rápido e pronto, não
elaboram suas experiências. Gastam energia cerebral
vital com pequenos problemas, com atritos tolos. Vivem
debaixo do cárcere do Circuito Fechado da Memória. Não
se reinventam, não têm foco.
A técnica do DCD (Duvidar, Criticar, Determinar) é utilizada durante o
foco de tensão, isto é, no momento em que nos encontramos aprisionados
pelas Janelas Killer e pelo Fenômeno de Auto�uxo.
A dúvida é o princípio da sabedoria na Filoso�a. Os �lósofos sempre
usaram essa ferramenta psicológica, não aceitando de forma passiva as
verdades que a sociedade de seu tempo impunha. Eles se permitiam o
benefício da dúvida diante de dogmas e crenças.
Será que não abrimos mão, com muita facilidade, dessa ferramenta de
proteção psíquica nos tempos atuais? Por que devemos aceitar e acreditar
com tanta facilidade em tudo aquilo que nos falam sobre o que fazer para ser
feliz, o que ter para ser respeitado?
Duvidar signi�ca pensar, questionar nossas crenças. Duvide de tudo que
lhe perturba. Não acredite em tudo que dizem e nem em tudo que sua
mente também diz. Duvide de que você não consiga superar seus con�itos,
suas di�culdades, seus desa�os.
Criticar é o princípio da sabedoria na Psicologia. Toda verdade tem pelo
menos duas versões ou mais. Criticar é saber �ltrar, observar incoerências
nos nossos discursos e nos dos outros, comparar, colocar-se no lugar do
outro, relativizar, enxergar com outros pontos de vista o mesmo fenômeno.
A crítica fortalece o Eu diante de processos de manipulação tanto
internos (autoboicotes) quanto externos. Por exemplo, a consciência crítica
do Eu é capaz de retroceder diante de impulsos de consumo irracionais e
fazer perguntas e críticas importantes como: isso é um desejo, uma carência
ou uma necessidade? Quais serão as consequências se eu comprar agora?
Tenho poder econômico para isso neste momento?
Critique crenças, verdades, padrões mentais, aprenda a aprender,
questione o porquê de seus sentimentos, convicções, certezas antes de segui-
los cegamente.
Determinar é o princípio da sabedoria nos Recursos Humanos. Não
basta duvidar e criticar, é preciso determinar para construir novas Janelas
saudáveis. No caso do exemplo anterior, se você aprender a fazer perguntas e
críticas válidas diante de um impulso de consumo irracional, o próximo
passo é determinar não comprar, resistir à tentação.
Determine ser alegre, seguro, forte. Determine não ser escravo de seus
con�itos e de suas crenças. Decida ter encanto pela vida, contemplar o belo,
lutar pelos seus sonhos e por suas relações.
A cada pensamento de dúvida, de crítica e a cada atitude de
determinação que tivermos, o Fenômeno RAM estará registrando novas
Janelas, construindo Plataformas saudáveis, e o Auto�uxo fortalecerá
positivamente esse processo de intervenção do Eu em nossa mente,
rompendo o Circuito Fechado da Memória.
O DCD é uma prática importantíssima para que o Eu possa se
desenvolver. Quando usamos essa técnica, questionamos nossas verdades,
nossas crenças, construímos Janelas Light, abrimos o leque da nossa
inteligência e expandimos nossas capacidades. Quem duvida da sua
interpretação, critica seus pensamentos negativos, determina não ser escravo
dos pensamentos antecipatórios, aprendeu a engenharia mental que o Eu é
capaz de concretizar na mente.
A MESA-REDONDA DO EU É:
Um debate lúcido, aberto e silencioso que o Eu realiza com seu
próprio ser.
Uma reunião com nossa própria história.
Uma intervenção direta em nossos traumas, con�itos, crenças,
di�culdades, temores.
Uma revisão de metas, uma reavaliação de postura de vida.
O exercício pleno da capacidade de decidir, questionar e dirigir a
própria história.
Percorrer as trajetórias do próprio ser e tornar-se um grande amigo
de si mesmo.
Aquietar os pensamentos e apaziguar a emoção.
A Mesa-Redonda do Eu é um dos exercícios intelectuais mais
importantes do ser humano, mas um dos menos praticados. O grau de
sabedoria e maturidade de uma pessoa não é dado pelo quanto ela tem de
cultura acadêmica, sucesso empresarial e social, mas pela sua capacidade e
frequência de fazer uma Mesa-Redonda com o próprio ser, de questionar
seus pensamentos e emoções, de criticar suas verdades, de repensar sua vida,
de refazer caminhos.
Você reúne-se com seu próprio ser? Analisa seus caminhos? Devemos
não apenas falar sobre nossos medos, mas com nossos medos. Devemos não
apenas dialogar sobre nossos con�itos, mas com nossos con�itos, com nosso
mau humor, intolerância, insegurança.
Cada ser humano deve ter momentos particulares consigo mesmo. Deve
exercitar ser seu grande amigo. Deve aprender a se interiorizar, caminhar nas
trajetórias de seu ser e ter o prazer de um autodiálogo aberto, uma conversa
íntima, uma re�exão existencial. Muitas pessoas, em particular os jovens, se
deprimem quando estão sozinhas, não sabem ser companheiras de si
mesmas.
As falsas crenças (sentimento de incapacidade, complexo de inferioridade,
timidez, conformismo, necessidade neurótica de ser perfeito, autocobrança,
fobia social, dependência, ansiedade) são mais poderosas que eventuais
pensamentos e emoções angustiantes. Os pensamentos angustiantes podem
ser construídos a partir de pequenas Plataformas de Janelas Tensionais,
enquanto as falsas crenças são núcleos Killer de habitação do Eu e, portanto,
geram verdadeiras masmorras.
O pensamento, por ser virtual, faz da verdade um �m inatingível; as
falsas crenças, porém, têm o poder de transformar a irrealidade em verdade
absoluta, criando prisões psíquicas para o Eu que podem perdurar por toda a
existência.
O Eu autossabotador está sempre construindo armadilhas para que as
pessoas vivam como miseráveis. Aplicar a técnica do DCD diariamente
sobre as falsas crenças é vital para reeditar os núcleos doentios de habitação
do Eu.
A técnica do DCD deve ser feita principalmente nos focos de tensão,
quando estamos atravessando o calor da insegurança, da ansiedade, do
desespero. No foco de tensão não dá para fazer grandes re�exões. É
necessário atuar com pensamentos rápidos, que duvidem dos pensamentos
doentios e os critiquem, que determinem e até ordenem que a energia
emocional seja alegre e tranquila.
A técnica da Mesa-Redonda do Eu, diferentemente do DCD, é feita
principalmente fora dos focos de tensão, ou seja, antes ou depois de
atravessarmos o vale do problema. Em momentos nos quais podemos atuar
com calma, re�etir, analisar e discutir nossas angústias, con�itos de
relacionamento, falsas crenças, medos, inseguranças, desa�os, questionando
suas causas e consequências.
As técnicas de DCD e Mesa-Redonda do Eu não apenas reeditam o
�lme do inconsciente, mas também têm como objetivo construir Janelas
Paralelas Light na memória.
Essas duas técnicas são poderosas para quem quer sair da plateia, subir
ao palco da própria mente e exercer os papéis solenes de gerenciar
pensamentos, proteger a emoção e �ltrar estímulos estressantes.
Seja o autor da sua história, rompa o Circuito Fechado da
Memória de suas crenças e da SPA para saber desfrutar
com sabedoria o que tem no momento e não pautar sua
felicidade no futuro, para entender que deve questionar
suas verdades e não ficar preso em uma única forma de
enxergar o mundo e as pessoas.
1. Reflita sobre quais crenças têm predominado em sua
mente e como têm influenciado suas relações.
2. Vimos que a SPA interfere nas relações interpessoais.
Como você a tem gerenciado?
Muitos confundem o signi�cado do Eu. De acordo com a TIM, o Eu
representa nossa consciência crítica, nossa vontade consciente e nossa
capacidade de decidir. O Eu é a nossa identidade e não apenas meros
pensamentos ou emoções. O Eu é a nossa capacidade de analisar as
situações, duvidar, criticar, fazer escolhas, exercer o livre-arbítrio, corrigir
rotas, estabelecer metas, administrar as emoções e governar os pensamentos.
Um Eu doente, sem estrutura e maturidade,é indeciso, inseguro,
instável, impulsivo, ansioso, escravo dos pensamentos e das emoções
destrutivas. Mesmo intelectuais, executivos e líderes sociais podem ser
ótimos para tratar de problemas externos, mas não para resolver problemas
internos. Quando são contrariados, criticados ou atravessam perdas, têm
reações agressivas ou sofrem excessivamente.
O Eu é o centro da personalidade, o líder da mente, o
desejo consciente, a capacidade de autodeterminação e
a identidade fundamental que nos torna seres únicos.
O Eu tem a capacidade de abrir várias Janelas em determinados
momentos existenciais. Um Eu imaturo �ca preso no Circuito Fechado da
Memória e desenvolve um padrão comportamental através desse circuito, ou
seja, abre apenas um núcleo viciado de Janelas. Um Eu maduro rompe esse
padrão com as ferramentas da TIM – DCD e Mesa-Redonda do Eu.
Um Eu maduro dá aos outros o direito de abandoná-lo ou criticá-lo, um
Eu frágil tem ataques de raiva quando isso acontece.
Um Eu maduro e autoconsciente não tem necessidade de controlar o
outro. Expõe suas convicções religiosas, políticas, cientí�cas e até esportivas
sem medo, com brandura e generosidade, dando ao outro o direito de aceitá-
las ou rejeitá-las. Sabe que não tem poder de mudar ninguém. O Eu do
outro só mudará se ele o permitir, se construir novas Janelas.
Jamais esqueça que um Eu frágil aposta nos que aplaudem, um Eu
maduro exalta os diferentes e é capaz de investir o que tem de melhor
naqueles que o decepcionam.
EU MADURO
Enxerga que todos os seres humanos são igualmente complexos no
processo de construção de pensamentos e únicos.
É autocrítico, sabe exercitar o olhar.
Consegue transitar no território multifocal, lidar com as adversidades
da vida de forma resiliente e generosa.
Constrói relações saudáveis consigo, com outros e com o mundo.
Luta pelos seus sonhos com disciplina e determinação.
Sabe gerenciar e proteger suas emoções e pensamentos.
Tem as funções mais complexas da inteligência bem desenvolvidas.
EU DISCIPLINADO
CARACTERÍSTICAS SAUDÁVEIS:
Pensa e age corretamente, admirando as virtudes do trabalho, da
economia, da honestidade, da ética, da responsabilidade e do esforço
pessoal.
No trabalho, respeita as regras, a hierarquia e é capaz de se dedicar
arduamente na execução de uma tarefa.
CARACTERÍSTICAS NÃO SAUDÁVEIS:
Trabalha em prol da perfeição, dentro da ideia de que só há um
caminho certo.
Exerce uma crítica muito rígida sobre si mesmo, culpando-se por não
corresponder ao seu nível de exigência e também ao dos outros.
Manifesta raiva na forma de ciúmes, inadaptabilidade (às posições
rígidas) e ansiedade sobre sua capacidade.
EU CONSELHEIRO
CARACTERÍSTICAS SAUDÁVEIS:
É amigável e gosta de ouvir as pessoas.
No trabalho, pratica uma in�uência de bastidores, é mais intuitivo e
voltado aos relacionamentos interpessoais.
CARACTERÍSTICAS NÃO SAUDÁVEIS:
Busca a aprovação dos outros, sendo solidário, prestativo, afetuoso e
empático.
Orgulha-se de ser necessário e o centro da vida das pessoas, mesmo
que tenha de reprimir os próprios sentimentos.
Tem a sensação de possuir vários selfs, cada um voltado para
determinada pessoa, o que o torna manipulador para obter o que
quer.
Manifesta orgulho na forma de seduzir os outros, participar de
grupos exclusivos e exercer poder indiretamente, por meio de outras
pessoas.
No trabalho, é temperamental e exerce o controle das interações.
Associa-se aos que têm poder e in�uência, evitando os demais.
EU COMPETITIVO
CARACTERÍSTICAS SAUDÁVEIS:
No trabalho, é e�ciente e dedicado, mobiliza-se para maximizar
resultados.
Pensa no futuro com otimismo. Tem postura de vencedor.
CARACTERÍSTICAS NÃO SAUDÁVEIS:
Quer reconhecimento pelo talento e pelo desempenho a qualquer
preço.
Compete só quando a vitória está assegurada, caso contrário desiste
antes.
Busca a felicidade por meio da imagem, de status e bens materiais,
que inclusive são seus indicadores de sucesso.
Manifesta engano buscando o prestígio nos relacionamentos sociais e
o acúmulo de bens para sentir-se mais seguro.
No trabalho, desconsidera detalhes, compete por papéis de liderança
e poder; é intolerante com as críticas e não assume a responsabilidade
em caso de fracasso. Detesta ocupar posições com futuro limitado.
EU EMOTIVO
CARACTERÍSTICAS SAUDÁVEIS:
Sensível, intuitivo e original, tem um profundo senso estético e gosto
pelas artes.
Aprecia o luxo e o bom gosto.
No trabalho, assume projetos que exijam originalidade ou que
envolvam fortes emoções.
CARACTERÍSTICAS NÃO SAUDÁVEIS:
É sempre atraído pelo que está faltando, o distante, o difícil de obter.
Luta pelo inatingível, mas o rejeita quando o tem ao alcance.
Sente-se diferente dos demais, o que o faz sentir-se único.
Muito emotivo e temperamental, pode tornar-se melancólico e até
depressivo ao longo da sua montanha-russa particular.
Manifesta inveja por meio de competição nos relacionamentos,
sentimentos de baixa autoestima e rejeição, bem como a adoção de
atitudes temerárias para desfrutar de bens materiais.
No trabalho, sua e�ciência �ca atrelada ao seu emocional e não aceita
trabalhos que considere de segundo nível; detesta exercer atividades
burocráticas e rotineiras.
EU ANALÍTICO
CARACTERÍSTICAS SAUDÁVEIS:
Muito discreto e reservado, é perseverante e metódico no seu dia a
dia.
Anseia pela privacidade, pois só ao �car sozinho consigo mesmo
consegue recarregar-se.
Conter sentimentos, separar ação da emoção, guardar segredos são
meios que utiliza para preservar sua privacidade.
Acredita que conhecimento é poder, encontrando prazer em estudar,
descobrir, acumular informações, analisar detidamente as coisas.
É atraído por grandes pensadores e explicações sobre o
comportamento humano.
No trabalho, valoriza a autonomia, aprecia a previsibilidade, tem
grande capacidade de síntese e torna-se extremamente produtivo se
não for submetido a constantes interações.
CARACTERÍSTICAS NÃO SAUDÁVEIS:
Externa sua avareza/ cobiça ao não compartilhar ideias e sentimentos
e ao preservar seu espaço vital.
No trabalho, exerce liderança de portas fechadas e por telefone, não
pratica o diálogo e pode ter reações desproporcionais quando algo o
incomoda ou é interrompido. Detesta interação humana em excesso.
EU RESPONSÁVEL
CARACTERÍSTICAS SAUDÁVEIS:
Cumpridor do dever, é con�ável e leal com aqueles em quem con�a.
Identi�ca-se com as causas dos socialmente injustiçados.
A dúvida lhe dá um maior discernimento e a capacidade de antever
problemas futuros.
No trabalho, exercita muito bem seu poder de análise; é capaz de dar
o máximo de si, levando a uma reviravolta nos negócios.
Aprecia trabalhar em equipe e não gosta de competir com outras
pessoas.
CARACTERÍSTICAS NÃO SAUDÁVEIS:
Ambíguo em relação à autoridade: ou busca proteção e se submete
ou se rebela.
Sempre com dúvidas (“Posso con�ar ou não?”), sua ansiedade pode
imobilizá-lo para a ação, impedindo que atinja seus objetivos.
Manifesta medo de ser abandonado ou de que as pessoas não gostem
mais dele, por isso devota-se às causas sociais que envolvam grupos
numerosos (ONGs, igrejas etc.).
No trabalho, perde o interesse e torna-se lento quando prestes a
atingir a meta, até porque se sente ameaçado pelo sucesso, já que
acredita que ninguém gosta de autoridade.
EU ANIMADOR
CARACTERÍSTICAS SAUDÁVEIS:
Otimista, espontâneo, de convívio agradável, está sempre em busca
de estímulos e experiências.
Criativo, apresenta ideias e projeta imagens, usando a sedução e a
persuasão verbal para convencer as pessoas.
Apresenta especial talento para descobrir conexões e associações
remotas.
No trabalho, conduz muito bem projetos fora da rotina e sem limites
de�nidos. É popular e sabe agir rapidamente sob pressão. É
automotivado pela excitação da novidade e capaz de aprender rápido.
CARACTERÍSTICAS NÃO SAUDÁVEIS:
Tende a perseguir os próprios interesses, a supervalorizar as próprias
habilidades e a �car irritado se sua capacidade é questionada ou se
lhe dão regras e limites para acatar.
Manifesta gula pela busca de prazeres(e fuga da dor), de parcerias
estimulantes (mas sem hierarquia) e de múltiplas opções que lhe
garantam liberdade de ação.
No trabalho, pode apresentar tendências narcisistas (ignorando as
necessidades dos outros), desconsiderar a autoridade e deixar projetos
inconclusos pelo caminho. Detesta rotina e previsibilidade.
EU CONTROLADOR
CARACTERÍSTICAS SAUDÁVEIS:
Autêntico, energético e comprometido com as causas que considera
justas.
No trabalho, tende a assumir a liderança de projetos pioneiros e
arrojados, centralizando as informações. Valoriza quem é franco e
leal, mesmo que lhe traga más notícias. Abraça as di�culdades ao
invés de ignorá-las, mas só busca soluções se estiver envolvido.
CARACTERÍSTICAS NÃO SAUDÁVEIS:
Testa o nível de lealdade dos colegas e protege seu território
cercando-se de informações.
Busca o domínio da situação, esquecendo-se até de consultar os
demais interessados, o que pode lhe dar a fama de arrogante.
Manifesta volúpia por meio de uma atitude de posse sobre tudo e
todos ao redor e de luta pelo controle da situação e da
autopreservação.
Não mede consequências dos seus excessos, nem sobre o que diz ou
faz.
No trabalho, não delega e não distribui elogios. Detesta cargos
subalternos.
EU MEDIADOR
CARACTERÍSTICAS SAUDÁVEIS:
Diplomático, equilibrado e paciente.
Prefere manter-se neutro, especialmente nas questões que envolvam
decisões pessoais. Costuma repetir soluções que já lhe são familiares.
Consegue promover mudanças radicais de forma inesperada e
surpreendente.
Demonstra raiva de forma passiva.
No trabalho, aprecia receber apoio, dispor de estruturas de�nidas e
de rotinas. Trabalha bem em equipe (desde que não haja con�itos).
Buscando consenso, reedita decisões que deram certo.
CARACTERÍSTICAS NÃO SAUDÁVEIS:
Aprecia ver todos os lados da questão, desviando-se do foco
principal. Adia decisões com frequência.
Manifesta inércia ao se adaptar com facilidade à vida das outras
pessoas ou ao ingressar em grupos e causas que lhe exijam muito
compromisso.
No trabalho, é impreciso nas determinações e ordens, lento e se retrai
diante das di�culdades. Detesta atuar em posições que lhe exijam
constante tomada de decisão.*
Brigar, gritar, impor ideias nem de longe significa ter um
Eu forte, mas sim frágil. Falar o que vem à mente, dizer
sempre a verdade nem sempre é a expressão de um Eu
maduro, mas sim de quem não tem autocontrole. Um Eu
forte e maduro aquieta a ansiedade, protege quem ama,
pede desculpas sem medo, aponta primeiro o dedo para
si antes de falar dos erros do outro, repensa sua história,
exige menos e se doa mais, não tem a necessidade
neurótica de mudar quem está ao seu redor; conhece,
portanto, todas as letras do alfabeto do amor inteligente.
1. Como seu estilo de Eu tem influenciado seus
relacionamentos?
2. Você tem conseguido analisar e trabalhar suas
características não saudáveis, evitando assim ficar
encarcerado no Circuito Fechado da Memória?
* Descrições dos tipos de Eu baseadas na obra de Helen Palmer, O eneagrama no amor e no trabalho.
Você pode conviver com milhões de máquinas e não sofrer nenhuma
frustração, mas, se conviver com um ser humano, por mais que ame haverá
decepções imprevisíveis e frustrações inesperadas. Você também pode
conviver com milhares de animais em perfeita harmonia, mas, se conviver
com um parceiro, �lhos, alunos, amigos, alguns con�itos serão inevitáveis.
As pessoas sabem que nada é tão belo quanto construir relações sociais
saudáveis, fundamentadas em amor inteligente, elogio, apoio, diálogo,
tranquilidade, generosidade, investimento em sonhos, reconhecimento de
erros. Mas também devem saber que nada pode ser tão angustiante quanto
construir relações saturadas de atritos, discórdias, cobranças, ansiedade,
ciúme, controle, medo da perda, necessidade neurótica de estar sempre certo.
Por mais saudável e permeada de amor que seja a relação, de vez em
quando ela entrará no terreno dos desentendimentos ilógicos, das atitudes
tolas, das reações injustas, dos ciúmes débeis, da intolerância insana. Reciclar
o lixo psíquico determinará a sustentabilidade da relação e a poesia do amor.
Não há relacionamentos perfeitos, a não ser que os envolvidos estejam
separados ou morando em continentes diferentes; se duas pessoas moram
sob um mesmo teto é impossível não terem áreas de atrito. Em alguns
momentos, duas personalidades, dois mundos vivendo na mesma órbita se
chocarão, ainda que suavemente. Não há almas gêmeas puras a não ser na
�cção.
Pessoas inteligentes devem entender que suas crises e di�culdades, se
bem trabalhadas, em vez de destruir a relação podem temperá-la e
enriquecê-la, mas se mal trabalhadas, poderão produzir um sabor intolerável.
Para algumas pessoas, atritos e ciúme esfacelam a motivação, mas as pessoas
inteligentes criam novas oportunidades diante desses problemas, inclusive
para se reciclar.
Infelizmente, na sociedade moderna as pessoas dão sinais de perda de
afetividade e sensibilidade. Elas estão começando a cair em erros capitais
que comprometem a saúde psíquica e as relações sociais.
Um dos erros capitais de uma relação doente é medo excessivo da perda.
Uma pessoa inteligente se entrega sem medo, mas não destrói sua identidade
em função do outro. Doa-se muito, mas não respira o ar do outro. É afetiva
e generosa, mas jamais deixa de ter órbita própria.
Quem tem medo da perda já perdeu. Perdeu a autocon�ança, a
autoestima, a dimensão de sua imagem. Perdeu também a habilidade do Eu
em ser gestor de sua mente.
A ditadura do medo da perda esmaga a autoestima de uma mulher ou de
um homem. Quem tem medo da perda apequena seu mundo social. Os
amigos diminuem, os projetos se contraem, as relações sociais �cam escassas,
a alegria se evapora. A pessoa gira em torno do outro. Não aceitar a perda é
a pior maneira para perder.
Uma pessoa inteligente nunca pressiona o outro para �car. Tem
dignidade na separação. Pode sofrer, mas não faz chantagens. O outro pode
abandoná-la, mas ela jamais se abandona. Não implora para ele �car. Ela é
capaz de dizer para si constantemente: “Os melhores dias estão por vir”.
Quando um casal se separa, ambos deveriam ter tanta dignidade no
processo de separação como tiveram na união. Não deveriam punir um ao
outro, nem procurar culpados para as crises que atravessam, muito menos
trocar acusações na frente dos �lhos. Estes já estão fragilizados e precisarão
de pais inteligentes, protetores e amorosos, mais do que precisavam no
tempo da união.
Casais se separam, e, na prática, alguns pais acabam se separando dos
�lhos. Eis um erro gravíssimo. Casais inteligentes quando se separam não se
divorciam do respeito mútuo, muito menos do cuidado e do afeto pelos
�lhos.
As armadilhas das relações são construídas no terreno da falta de con�ança
no outro, que surge da falta de con�ança em si. Essas armadilhas constituem
Plataformas Killer que nos aprisionam em processos de autossabotagem,
uma vez que deixamos as ricas possibilidades do presente por conta dos
vários medos que carregamos.
Por não entendermos os bastidores da mente humana, queremos
con�nar quem amamos no cárcere privado de nossas orientações,
observações, apontamento de falhas. Achamos ingenuamente que, quando
corrigimos o outro, nossa estratégia funcionará. Ao falharmos, passamos a
usar estratégias mais grosseiras para tentar mudá-lo. São estratégias falhas
que não conseguimos abandonar por falta de gerenciamento psíquico que
nos permita encarar o medo de perder o outro.
1. A ARMADILHA DO CIÚME
E DA POSSESSIVIDADE
O ciúme excessivo é uma característica de uma personalidade doentia. De
acordo com a TIM, quem tem ciúme demasiado vive num circuito restrito
de Janelas da Memória e, portanto, fragiliza seu Eu, bloqueia a capacidade
de gerir a emoção e de ser líder de si mesmo.
Só a espécie humana tem ciúme consciente, que difere do ciúme
instintivo-possessivo causado pela proteção de uma fêmea em relação à sua
cria. E como ele é construído nos bastidores da mente? A partir da solidão
da consciência virtual. Comoestamos próximos, mas in�nitamente distantes
do objeto pensado, temos o desejo de nos aproximar dele, de construir
pontes, de possuí-lo, de alcançar o inalcançável.
Essa procura irrefreável nos faz ter um afeto pelo objeto conquistado que
se expressa pelo medo da perda. Se o medo da perda não comprometer a
liberdade e a tranquilidade, o medo não se torna destrutivo, mas preservativo
e saudável. Se comprometer, é porque o Circuito da Memória se fechou,
tornando-se encarcerador tanto de quem tem ciúme como da pessoa que se
teme perder.
Se o afeto por algo ou alguém não é inteligente e maduro, torna-se um
ciúme possessivo-controlador. O ciúme excessivo é egocêntrico, castrador,
as�xiante, desinteligente. Toda pessoa ciumenta suga seu parceiro ou
parceira.
Essa armadilha transforma cidadãos comuns em policiais. Fazem
inquéritos, querem saber aonde seu parceiro vai, com quem anda, o que faz e
o que fala. A pessoa ciumenta perde sua liberdade e tenta levar o outro a
perder a dele. O prazer dá lugar a intermináveis explicações e constantes
atritos.
Muitas pessoas vivem debaixo da ditadura do ciúme mesmo quando não
foram traídas, rejeitadas ou excluídas. Por quê? Porque ao longo do processo
de formação da personalidade desenvolveram Janelas Traumáticas que
contraíram a autoestima e geraram insegurança, complexo de inferioridade e
perda da autocon�ança. Cuidado, se você não acreditar em você, ninguém
será con�ável.
Grandes romances terminaram em grandes fracassos pela ditadura do
ciúme. A relação passa da calmaria para a ansiedade, da ansiedade para o
desrespeito e do desrespeito para a agressividade. A musicalidade das
palavras afetivas passa para a tonalidade áspera dos atritos.
2. A ARMADILHA DA CHANTAGEM
Quando uma relação se baseia em chantagens e ameaças, ela pode estar
doente. É um sinal de insegurança, autoestima baixa e medo de perder quem
se considera importante. Se um dos parceiros usa o medo ou sentimento de
culpa para manipular o outro, que aceita com submissão as condições
impostas, as pessoas estão presas em um amor chantagista.
Para obterem o que pretendem, as pessoas usam a chantagem,
manipulam os sentimentos e emoções, induzindo sentimento de culpa, pena
e remorsos. São estratégias erradas, intimidações destrutivas.
Há muitos tipos de chantagem utilizadas e todas elas são punitivas,
fomentam as Janelas Killer, destroem a estabilidade emocional e contraem a
suavidade. Os chantagistas usam frases como: “Como você tem coragem de
fazer isso comigo?”, “Eu não mereço isso”, “Depois de tudo o que �z por
você é assim que você me trata”, “Se você me amasse faria isso por mim”, “Se
você �zer isso, eu faço aquilo”, “Se você não mudar, eu não farei isso”.
Muitas pessoas são peritas em usar chantagens em seus relacionamentos.
Os casais devem ser parceiros no prazer, bem-estar, sonhos um do outro.
Devem lutar pela felicidade de quem está ao seu lado, construir um diálogo
inteligente para corrigir rotas e promover o ânimo. Chantagens e pressões
esmagam essa possibilidade, retiram a suavidade da relação, as�xiam a
con�abilidade.
Os pais devem participar ativamente da vida e da educação de seus
�lhos, construindo laços afetivos saudáveis. Quando usam de chantagem
para obter o que querem dos �lhos, as�xiam sua mente e encarceram sua
emoção.
Ter que chantagear para sentir-se amado é sentir uma enorme
insegurança quanto ao amor do outro, e também quanto ao amor-próprio.
3. A ARMADILHA DA COMPARAÇÃO
A comparação é positiva quando promove a capacidade de se reciclar e
progredir. E se torna produtiva quando não é acompanhada de elevação do
tom de voz e crítica e diminuição do outro.
A comparação negativa é feita para sentenciar, diminuir e/ou desanimar,
é uma forma de punir, imprimir culpa, fomentar o sentimento de impotência
e contrair a motivação para mudar.
Frequentemente a comparação é feita para constranger e diminuir as
pessoas com as quais convivemos. Até nós mesmos nos comparamos com os
outros no sentido de nos agredir e não nos promover. Comparar sem
reconhecer as habilidades da pessoa que tropeça coloca combustível no
complexo de inferioridade e na autopunição. Gera um crime educacional,
pois produz sentimento de incapacidade.
Quando comparamos alguém com os outros, maximizamos o que
desaprovamos e minimizamos as características nobres da pessoa, a
apequenamos e perdemos pouco a pouco o encanto por ela. Achamos que
pais, cônjuge, �lhos, namorado ou namorada que não temos são mais gentis,
inteligentes, elegantes.
4. A ARMADILHA DAS CRÍTICAS
EXCESSIVAS
Outra estratégia erradíssima daqueles que têm a necessidade neurótica de
mudar o outro é o excesso de crítica.
A crítica excessiva leva à ditadura da cobrança, que as�xia a liberdade e a
saúde psíquica. A ditadura da cobrança, decorrente do excesso de crítica, é
mais grave que a ditadura do controle advindo do ciúme. Se uma pessoa
ciumenta também se tornar excessivamente crítica, será quase insuportável
viver com ela.
Uma pessoa excessivamente crítica perturba a todos no ambiente, dos
�lhos ao parceiro, dos colegas aos amigos. Todos têm que se enquadrar em
seu esquema. Ela não sabe elogiar, ninguém é bom o su�ciente, suas
verdades são absolutas, pau é pedra, mesmo que todos digam que é madeira.
Quem critica ou cobra excessivamente está apto para trabalhar numa
�nanceira, mas não para construir uma relação saudável. Uma pessoa
continuamente crítica é paradoxal: ao mesmo tempo em que é especialista
em apontar erros dos outros, é péssima em enxergar os próprios erros. É
ríspida, não admite erros, coloca seus íntimos no presídio de seus
preconceitos.
Jamais sentencie alguém com frases do tipo “Você só me decepciona”,
“Você erra sempre”, “Já falei mil vezes, mas você não muda”. Quem profere
sentenças radicais ergue um tribunal de inquisição dentro de sua casa, escola
ou empresa.
Ainda que a pessoa com quem você conviva seja difícil, complicada,
arredia, teimosa e aparentemente incorrigível, você pode sobreviver com
dignidade e até ter uma fonte de alegria se não tentar mudá-la a ferro e fogo.
Relaxando e tentando outras estratégias, como a arte do carisma e da
empatia, você pode ajudá-la a quebrar o círculo vicioso que a faz repetir
determinados comportamentos.
Sem um tom de voz agressivo, sem sermões, sem críticas,
sem comparações, sem ameaças, sem punições e sem
mágoas. É assim que pessoas deveriam resolver suas
pendências, conflitos sociais, falhas, diferenças culturais,
diferenças na educação dos filhos. A relação deixa de ser
um inferno emocional e passa a ser um jardim em
construção.
1. Você já perdeu alguém pelo medo de perder?
2. Quais armadilhas têm lhe impedido de construir
relações saudáveis com os outros?
A emoção pode gerar a mais rica liberdade ou a mais drástica prisão, o
cárcere da emoção. Muitos vivem nesse cárcere. Embora a emoção deva ser
administrada, é impossível dominá-la completamente.
Se você deseja ser uma pessoa rigidamente equilibrada, desista, não
conseguirá. A emoção se transforma num processo contínuo. A alegria se
alterna com a ansiedade, que se alterna com a tranquilidade, que se alterna
com a apreensão. Todavia, �utuações bruscas revelam uma emoção doente.
Quem está num momento tranquilo e noutro explosivo, não tem uma
emoção saudável.
A emoção é mais difícil de ser governada do que os pensamentos. Ela é
ilógica. E, por isso, é tão bela. Uma mãe nunca desiste de um �lho, por mais
que ele a decepcione. Um professor pode investir num aluno rebelde e
relapso e sonhar que um dia ele brilhará.
Por ser ilógica, a emoção traz ganhos enormes, mas também grandes
problemas. Uma ofensa pode estragar a semana. Uma crítica pode gerar
insônia. Uma perda pode destruir uma vida. Um fracasso pode gerar um
grande trauma.
As emoções surgem das cadeias de pensamentos produzidas pelo processo de
leitura da memória realizado em milésimos de segundos por múltiplos
fenômenos, inclusive o Eu. Portanto, com exceção das emoções geradas pelo
metabolismo cerebral e pelas drogas psicotrópicas, como tranquilizantese
antidepressivos, todas as demais experiências emocionais são fruto da leitura
da memória e da produção de pensamentos conscientes e inconscientes.
Toda vez que você tem um sentimento, produziu antes um pensamento,
ainda que não tenha percebido. Alguns acordam mal-humorados ou
deprimidos porque, antes de despertar, o Fenômeno do Auto�uxo leu
Janelas Tensionais da Memória, produziu ambientes, personagens e
circunstâncias com alta complexidade nos sonhos, que, por sua vez,
excitaram a emoção e geraram angústia e ansiedade.
A tristeza ao entardecer segue o mesmo processo, só que quem é
acionado é o Fenômeno do Gatilho da Memória. No entardecer, a
diminuição do ritmo de atividades sociais leva à introspecção, detona o
Gatilho, abre as Janelas da Memória que contêm solidão, gera cadeias de
pensamentos que des�guram o bom humor.
O processo de construção de pensamentos e emoções é rapidíssimo, não
temos consciência dele. As Janelas são lidas multifocalmente, produzem
pensamentos que, por sua vez, transformam a paisagem das emoções. O som
de uma música pode abrir uma Janela da Memória, produzir pensamentos
que recordam doces experiências.
Se o Eu não tomar as rédeas do psiquismo nesse exato momento, se não
der um choque de lucidez na mente humana, se não confrontar e virar a
mesa contra a ansiedade e o humor deprimido, será uma vítima, um escravo
da emoção e não gerenciador dela. Grande parte dos maiores erros humanos
ocorre no primeiro minuto de tensão.
O grande problema do processo da leitura da memória, construção de
pensamentos e transformação da energia emocional é que o Eu, que
representa a capacidade de escolha, só toma consciência deles numa etapa
posterior, segundos depois de ter desencadeado o processo. Isso pode
algemar sua liderança. Por isso, o Eu deve agir rápido.
PROTEGER E ADMINISTRAR A EMOÇÃO É:
Submeter a emoção ao controle do Eu, ao governo da sabedoria.
Ser livre para sentir, mas não prisioneiro dos sentimentos.
Dar um choque de lucidez ou inteligência em nossos medos,
angústias, ansiedade, humor triste, agressividade, impulsividade.
Desenvolver a mansidão, a tranquilidade, a tolerância.
Desenvolver a serenidade, a bondade, a gentileza.
Desenvolver a satisfação, o prazer de viver e o amor.
Superar as emoções que geram transtornos psíquicos.
Reciclar as emoções que bloqueiam a inteligência e nos fazem reagir
sem pensar.
Ser jovem no único lugar em que não podemos envelhecer: no
território da emoção.
Ser livre no único lugar em que não podemos ser prisioneiros.
1. DOAR-SE SEM ESPERAR A
CONTRAPARTIDA DO RETORNO
Nada gera tanta decepção na relação entre marido e esposa, pais e �lhos,
professores e alunos e entre amigos do que esperar retorno no mesmo nível
que nos doamos. Damos afeto esperando o retorno. Dispensamos atenção
esperando que os outros nos deem a devida consideração. Expressamos amor
esperando retorno do mesmo sentimento de entrega. Nada é tão frustrante
quanto tal espera.
Animais não nos apequenam, dominam ou excluem, mas pessoas a quem
nos doamos e amamos, como nosso parceiro ou parceira, �lhos, alunos,
amigos, podem invadir nossa psique e fragmentar nosso sentido existencial,
imprimindo culpa e angústias.
Conviver com pessoas é uma das tarefas mais saturadas de aventura da
agenda humana. Nada irriga a emoção com tantas alegrias e nada produz
tantos dissabores. Nada motiva tanto nossa capacidade de lutar quanto os
relacionamentos que construímos e nada se torna tanto um banho de água
gelada.
Animais de estimação podem nos aborrecer, mas só as pessoas caras
podem nos decepcionar, trair, ferir muitíssimo. Animais jamais nos dão as
costas, mas pessoas com quem convivemos podem nos machucar nas raízes
de nossa emoção. Por isso, uma das chaves mais importantes nas relações
sociais é doar-se, mas diminuir ao máximo a expectativa do retorno. Isso não
signi�ca apenas não cobrar, mas também não esperar reconhecimento, pelo
menos intenso.
Não é uma tarefa intelectual simples. Depende da educação sistemática
da emoção, pois estamos viciados em esperar um retorno excessivo do nosso
círculo íntimo. O desprendimento é fundamental para abrir o cofre da nossa
mente e da mente dos outros, para desarmá-los, retirá-los das armadilhas das
Janelas Killer.
Quando nos doamos e esperamos demais a contrapartida, acabamos por
viver em função do retorno do outro para nos sentirmos felizes.
Depositamos nas pessoas a responsabilidade de nos sentirmos bem. Tal
responsabilidade não cabe a ninguém senão a nós mesmos. Se agirmos
assim, nunca teremos uma emoção saudável, blindada contra as intempéries
da vida. Se não tivermos esse tipo de compreensão, viveremos em constante
estado de insatisfação.
Doe-se sem medo, mas diminua ao máximo a expectativa de retorno.
Lembre-se de que cobrar muito dos outros os traumatiza e esperar muito
deles é traumatizante. Ser um agiota da emoção dos outros é ser um carrasco
deles, ter expectativas enormes em relação aos outros é ser algoz de si
mesmo.
Quantas pessoas estão sofrendo porque nunca
aprenderam a proteger sua emoção, sempre doaram
tendo grandes expectativas!
2. NUNCA EXIGIR O QUE OS OUTROS NÃO
PODEM DAR
Existem muitos relacionamentos em que as pessoas se tornam experts em
criticar. Passam boa parte do tempo tentando sem sucesso mudar-se
mutuamente. Há famílias que montam um departamento de cobrança em
casa. São especialistas não em se amar, mas em cobrar. Porém, a vida �ca
mais dócil quando abandonamos a necessidade neurótica de querer mudar os
outros, de exigir o que eles não podem dar.
Quem é autor da sua história não cobra excessivamente, não constrange
seus pares, não controla quem ama. Cobranças excessivas passam pela
utilização de ferramentas erradas, como aumento do tom de voz, sermões,
chantagens, punições, comparações e excesso de críticas. Todas essas
estratégias estimulam o Fenômeno RAM a arquivar Janelas Traumáticas,
cristalizando características inapropriadas.
A cobrança excessiva esfacela a liberdade, bloqueia a capacidade de se
superar e se reinventar. Existem pessoas que são especialistas em cobrar do
outro. Elas respiram a lei do menor esforço. O que representa essa lei? É a
atuação super�cial e doentia do Eu, usando um raciocínio diminuto,
cortante, destituído de complexidade. A lei do menor esforço representa os
atalhos mentais. Alguns exemplos desses atalhos são ciúme, inveja, críticas,
reações instintivas, necessidade de ser o centro das atenções.
3. COMPREENDER O OUTRO NA SUA
DIMENSÃO INTERIOR
Normalmente as experiências traumáticas na convivência social devastam
nossa vida. A grande questão psicológica não é apenas o registro em si da
experiência inicial, mas o que ocorre quando uma experiência importante,
negativa ou positiva, é registrada de maneira excepcional.
Esses registros movimentam toda a cadeia produtiva da psique,
retroalimentando o registro inicial. A mente não para de pensar. Quando a
reprodução é feita com tolerância, re�exão e lucidez, o resultado é saudável.
Reedita-se o inconsciente, a psique encontra as águas da tranquilidade.
Quando a reprodução é feita com angústia, raiva, impulsividade, o resultado
é desastroso.
Considerar o comportamento dos outros, por mais que nos �ra, sem
levar em conta sua trajetória, é um erro grave.
Entender que por trás de uma pessoa que fere há uma pessoa dilacerada
é uma lei da Psicologia Social tão importante como a lei da gravidade.
Somente usando essa ferramenta protegeremos a emoção e poderemos
estender a mão com coragem e altruísmo para os outros, para transformá-
los, se não em amigos, pelo menos em seres mais humanos.
O perdão será uma utopia se não compreendermos o outro na sua
dimensão interior. Poderemos tentar por décadas o perdão e ainda assim
en�ar a cara no túnel da raiva. Perdoar não é um ato coitadista, mas de
elevada inteligência.
É importante lembrar que nem sempre conhecemos a história do outro
para saber o que o feriu, o que o leva a ser daquela maneira ou nos tratar da
maneira que tratou. Quando compreendemos que existe umahistória por
trás dos comportamentos da pessoa, protegemos a emoção, relativizamos o
peso de seus atos e deixamos nosso inconsciente mais limpo, livre das
mazelas das Janelas Killer.
4. CONQUISTAR PRIMEIRO O TERRITÓRIO
DA EMOÇÃO PARA DEPOIS CONQUISTAR
O DA RAZÃO – SURPREENDER
POSITIVAMENTE ANTES DE CRITICAR
A melhor maneira de contribuir com alguém é primeiro conquistar o
território da emoção para depois se voltar ao da razão. Se alguém nos frustra,
aponta indelicadamente uma falha e invade nossa privacidade, nos remete
como num raio de luz para dentro das Janelas Killer que fecham o Circuito
da Memória. Como corrigir esse mecanismo ou tratar do problema? Como
abrir o cofre da mente do outro? Se nos irritamos e perdemos a paciência,
fechamos o cofre de sua mente. Se os acusamos e agredimos, igualmente.
Normalmente, usamos chaves erradas. Muito provavelmente, mais de
90% das correções que tentamos imprimir nos outros fecham mais ainda a
caixa-forte de sua psique. A melhor atitude nos focos de tensão é mudar
radicalmente a estratégia.
Uma pessoa inteligente não deve tentar arrombar o cérebro dos outros,
sejam eles �lhos, alunos, cônjuge ou outras pessoas. Além de ser uma
violação, não funciona. A estratégia fenomenal é primeiro abrir as Janelas
Light e depois tratar das Killer. Primeiro conquistar o território da emoção e
depois o da razão. En�m, primeiro valorizar a pessoa que erra para depois
tocar em seu erro, falha, incoerência.
Fazer o contrário é desconhecer o funcionamento da mente, as
armadilhas das Janelas Traumáticas.
Precisamos ser carismáticos e empáticos, surpreender, elogiar e mostrar
que valorizamos quem pretendemos ajudar e, num segundo momento,
explicar generosamente seu comportamento inadequado.
Usar essa ferramenta é um apelo à inteligência, faz com que as pessoas
que pretendemos orientar ou corrigir se desarmem, saiam das fronteiras dos
traumas, expandam o território de leitura de sua memória.
1. Proteger a emoção é ser livre para sentir, mas não
algemado pelos sentimentos. É capacitar o Eu para
dissipar o medo, reciclar a ansiedade, superar a
insegurança. Que tipo de emoção o perturba? Que
emoções interferem em suas relações?
2. Qual seu grau de expectativa de retorno das pessoas
com as quais convive e como isso tem influenciado
em seus relacionamentos?
Quando nos comunicamos, usamos o instrumento da fala e dos gestos, que
são saturados de códigos, que indicam nossos sentimentos, sonhos, projetos,
expectativas, pensamentos, mas não veiculam nossa realidade. Se você não se
comunicar bem, se não aprender a se abrir, se soltar, tirar as máscaras, você
�cará mais isolado ainda.
Somos seres marcadamente solitários e expandimos os efeitos malévolos
da solidão. Vivemos angústias e tédios porque não sabemos comunicar o que
somos por meio dos códigos que temos. Temos medo de sermos humanos
imperfeitos e necessitados do afeto dos outros. Há pro�ssões que isolam
mais ainda os seres humanos, como psiquiatras, médicos, juízes, promotores,
líderes espirituais, executivos.
O antiespaço entre os seres humanos devido à esfera da virtualidade dos
pensamentos gera muitas consequências. Muitos reclamam: “Você não me
entende”. E não entende mesmo. Entender não quer dizer incorporar nossa
realidade, ainda que acreditemos que somos entendidos e aceitos.
Vejamos outra consequência. Por mais estranho que pareça, você ama
sempre a si mesmo quando pensa que ama o outro. Você ama o outro
re�etido em si, o outro captado pelos códigos das palavras e da imagem que
expressou. Se não aprendermos a re�etir nossa personalidade na mente dos
outros por meio de uma comunicação inteligente e generosa, nossos �lhos,
cônjuge, amigos não nos conhecerão minimamente. As relações entre casais
de�nharão. O romance não será retroalimentado.
O amor está em queda livre quando a linguagem da alienação toma o
lugar do diálogo, quando a linguagem dos atritos toma o lugar da
compreensão, quando os julgamentos tomam o espaço do apoio. Nesse caso,
quem já está ilhado pela virtualidade do pensamento, �cará mais isolado
ainda devido às falhas na comunicação.
Grande parte dos casais se separa não por falta de amor, mas por falta de
uma comunicação inteligente que retroalimente o amor inteligente. Muitos
maridos nunca falam dos seus medos para as esposas e muitas esposas nunca
relatam suas angústias a seus maridos. Só sabem falar do irrelevante. Sabe
aquelas pessoas que têm todos os motivos para ser felizes e são tristes e
pessimistas? Como sobreviver se elas se calam sobre o essencial?
Quem não é capaz de falar de si mesmo nem tem interesse em explorar
seu parceiro ou parceira, seus sentimentos mais profundos, dorme na mesma
cama, mas constrói muros impenetráveis. Casais saudáveis constroem
pontes, casais desinteligentes vivem ilhados. O silêncio, nesse caso, aumenta
o tédio, fomenta um sentimento de vazio inexplicável.
A Arte do Diálogo é uma lei fundamental das relações saudáveis. É a mais
famosa, mas a menos conhecida. Quase todo mundo pensa que pratica essa
lei, mas apenas 1% a exercita realmente. Dialogar, um verbo tão simples de
pronunciar, mas tão difícil de operacionalizar. Dialogar não é conversar, falar
coisas triviais, emitir sons. Dialogar é cruzar mundos, penetrar na
intimidade, segredar experiências.
Você cruza seu mundo com o mundo daqueles que ama? Conhece as
lágrimas que eles nunca tiveram coragem de chorar? Conhece as mágoas
represadas e as angústias silenciadas? A maioria de nós conhece no máximo a
sala de visita daqueles que nos são íntimos. Dialogar implica, em primeiro
lugar, ouvir. Quem não aprender a ouvir jamais saberá dialogar.
Ouvir é se abrir, colocar-se no lugar do outro, perceber o intangível,
perscrutar o essencial. É acima de tudo conhecer o que o outro tem a dizer e
não o que queremos ouvir. Muitos casais conversam, mas jamais dialogam.
As pessoas têm di�culdades enormes de exercer a Arte do Diálogo.
Exploram o mundo de fora, viajam para terras distantes, perscrutam células,
especulam sobre os átomos, discursam sobre o espaço, mas não encontram
facilidade para falar do planeta psíquico. Calam-se sobre seus dramas,
silenciam sobre seus con�itos, escondem suas fragilidades, omitem seus
sentimentos. Os que se relacionam com você o conhecem?
A Arte de Ouvir e de Dialogar são duas das mais nobres funções da
inteligência. Elas são cultivadas no terreno da con�abilidade, da empatia e
da liberdade. Onde há falta de con�ança, muitas cobranças excessivas e
controle social, essas duas preciosas artes da inteligência não sobrevivem. As
duas artes se complementam. Uma depende da outra. Quem não aprender a
ouvir nunca saberá dialogar. Quem não aprender a falar de si mesmo, nunca
será um bom ouvinte.
PROTEGER E ADMINISTRAR A EMOÇÃO É
A arte de se esvaziar para ouvir o que os outros têm a dizer e não o
que queremos ouvir.
Ter a capacidade de se colocar no lugar dos outros e perceber suas
dores e necessidades sociais.
Penetrar no coração psíquico e desvendar as causas da agressividade,
da timidez, da angústia, dos comportamentos estranhos.
Interpretar o que as palavras não disseram e o que as imagens não
revelaram.
Ter sensibilidade para respeitar as lágrimas visíveis e perceber as que
nunca foram choradas.
A arte de falar de si mesmo.
Trocar experiências de vida.
Revelar segredos do coração.
Ser transparente. Não simular os sentimentos e as intenções.
Não ter vergonha das suas falhas nem medo dos seus fracassos.
Respeitar os limites e os con�itos dos outros. Não dar respostas
super�ciais.
Manter o diálogo interpessoal que cruza os mundos psíquicos e
implode a solidão.
Grande parte dos casais desenvolvem uma grave crise afetiva porque não
aprende a arte de ouvir e dialogar. Sabem conversar, mas não sabem falar de
si. Conversam sobre política, dinheiro, teatro, mas emudecem sobre suas
histórias. Sabem ouvir sons, mas não a voz da emoção. Têm ousadia para
brigar, mas têm medo de falar dos próprios sentimentos. Ficam anos juntos,
mas não se tornam grandes amigos.
A personalidadeé uma grande casa. A maioria dos maridos e esposas,
pais e �lhos, professores e alunos conhecem, no máximo, a sala de visitas uns
dos outros. Conhecem os defeitos de cada um, mas não as áreas mais
íntimas do seu ser. Discutem problemas, mas não se tornam cúmplices da
mesma aventura.
Não revelam suas mágoas, não falam dos seus con�itos, não apontam
suas di�culdades. Se você quer cultivar o amor, o melhor caminho não é dar
presentes caros, mas dar uma joia que não tem preço: seu próprio ser. A Arte
de Ouvir refresca a relação e a Arte de Dialogar nutre o amor. São leis
universais que fundamentam a qualidade de vida das relações sociais.
Quem desejar cultivar o amor precisa ter coragem para fazer pelo menos
quatro importantes perguntas durante toda a vida à pessoa que ama: Quando
eu a(o) decepcionei? Que comportamentos meus a(o) aborrecem? O que eu
devo fazer para torná-la(lo) mais feliz? Como posso ser um(a) amigo(a)
melhor?
Você tem feito com frequência essas perguntas? Muitos nunca as
�zeram. Estes consertam as trincas da parede, mas não as trincas do
relacionamento; estancam a água da torneira que vaza, mas não o vazamento
da amizade e afetividade.
Para dialogar é necessário não ter medo de reconhecer as próprias falhas
nem ter vergonha de si mesmo. Para ouvir é necessário não ter medo do que
o outro vai falar. É preciso cumplicidade. Uma das coisas mais relaxantes de
uma relação é ter a convicção de que não somos perfeitos, é saber que
precisamos um do outro.
Brinquem mais um com o outro. Sonhem juntos. Reclamem menos.
Agradeçam cada pequeno gesto lhes �zerem. Tragam �ores fora de data.
Façam um jantar diferente. Tenham comportamentos inesperados. Libertem
sua criatividade, saiam da rotina. Simples gestos trazem grandes conquistas.
Nada mais equivocado que o dito popular “Sou responsável pelo que eu falo,
não pelo que o outro entende”. Segundo a Teoria da Inteligência Multifocal,
o pensamento individual é virtual, isto é, eu interpreto o outro a partir de
minhas Janelas de Memória e não necessariamente o que o outro é. Para
superar essa distância psíquica preciso aprender a me colocar no lugar do
outro, criar empatia nas conversas e questionar minhas convicções que
podem estar micro ou macrodistantes da realidade.
O problema de comunicação, portanto, não é um problema só do outro,
é meu também. Aprender a me comunicar de uma forma mais empática,
assertiva e e�caz é responsabilidade minha. Os mundos psíquicos e sociais
são distantes. Cabe a mim a responsabilidade de diminuir essas distâncias na
comunicação.
Quando não aprendo a me colocar no lugar do outro, criar empatia nas
conversas e questionar minhas próprias convicções, minha realidade começa
a �car pequena, assim como minhas escolhas e interpretações, até que me
vejo encarcerado no Circuito Fechado da Memória.
Culpo o outro por todas as falhas de comunicação e, consequentemente,
pelo processo de construção da relação. Mas não percebo que sou parte do
problema nesse con�ito e tenho di�culdade de ouvir que o outro diz e
comunicar o que penso de forma empática. Por outro lado, se sou parte do
problema, sou parte da solução. Só posso resolver algo em que estou
incluído.
A comunicação envolve um transmissor e um receptor, isto é, um
indivíduo que deseja transmitir uma mensagem para outro indivíduo. Para
isso, o transmissor necessita codi�car a mensagem em uma linguagem,
estética, valores culturais e conteúdo cognitivo compatíveis com o receptor.
Se não compreendermos isso, o receptor não decodi�cará a mensagem.
Além disso, a Teoria da Inteligência Multifocal nos alerta para o fato de que
interpretamos o mundo através de nossas Janelas de Memória e que o
pensamento individual é virtual.
Existem também ruídos que interferem tanto na codi�cação do
transmissor quanto na decodi�cação do receptor. Ruídos são preconceitos,
emoções tóxicas e fofocas no contexto da comunicação, para mencionar
apenas alguns. Como percebemos, codi�car e decodi�car não são processos
simples.
Comunicação não é algo simples. Sei ouvir? Soube dar um choque de
gestão em minhas crenças? Soube �ltrar os ruídos? Abri-me para a visão do
outro?
O objetivo de um debate é encontrar soluções para o bem de todos. Saber
expor nossas ideias de forma assertiva é vital. Aprender a hora de ceder
também. Muitos não sabem que, nos primeiros estágios do processo de
formação de pensadores, o importante não é a grandeza das respostas, mas a
grandeza do debate. Só anos mais tarde a grandeza da resposta terá
relevância e ganhará contornos de sabedoria. Os fracos impõem suas
verdades, os fortes as submetem ao debate. Ter a necessidade de ser perfeito,
de se defender compulsivamente e de estar sempre certo é muito perigoso,
pois pode destruir relacionamentos. A pessoa pode ganhar o debate, mas
perderá quem ama.
Se entramos em uma discussão para provar quem está certo ou errado ou
com o objetivo único e exclusivo de ganhar, é difícil estabelecer empatia e ser
assertivo para conquistar o que queremos, porque estamos estabelecendo
uma disputa. O outro abrirá Janelas de defesa. É preciso, desde o início,
conectar-se com o outro como pessoa, colocando-se em seu lugar e buscando
comunicar nossas ideias de forma assertiva.
Uma das importantes lições a se aprender é o quanto podemos perder
com uma discussão quando entramos nela somente para vencer, provar quem
está certo ou errado, ao invés de buscar soluções, de encontrar uma resposta
que seja a melhor para todos os envolvidos. Para desenvolver a comunicação
assertiva é preciso criar empatia em nossas relações e na forma de nos
expressarmos. Se não aprendemos a expor em vez de impor nossas ideias, se
não desenvolvemos um esforço para nos colocarmos no lugar do outro, isso
pode gerar um entrave em nossas relações.
No raciocínio unifocal, ama-se a resposta; no multifocal, ama-se a oração
dos sábios, o silêncio proativo. Nesse intrigante silêncio, liberta-se a arte da
pergunta: “Quando?”, “Por quê?”, “Como?”, “Será que não há outra forma
de pensar e reagir?”.
Devemos aprender essa grande lição: num clima em que ninguém pensa,
a melhor resposta é não dar respostas. É procurar a sabedoria do silêncio.
Você usa a ferramenta do silêncio quando é pressionado?
Nos primeiros trinta segundos em que estamos estressados cometemos
nossos maiores erros. Nunca se esqueça disso. Seus maiores erros não foram
cometidos enquanto você navegava nas calmas águas da emoção, mas
enquanto atravessava os vales da ansiedade. São nesses momentos que
dizemos palavras que nunca deveriam ter sido ditas.
É nesse momento que voltamos para dentro de nós mesmos, dominamos
a tensão, abrimos as Janelas da Memória e resgatamos a liderança do Eu.
O silêncio exercido nos focos de tensão, que nos estimula a pensar antes
de reagir, é altamente pedagógico, educacional.
Toda vez que traduzimos o que pensamos em palavras o
conteúdo é empobrecido, pois as palavras não traduzem
fielmente toda a riqueza dos pensamentos. Por isso, é
fundamental compreendermos a comunicação de forma
multifocal, para superarmos essas limitações e podermos
construir relações saudáveis.
1. Em suas relações, você geralmente tenta ganhar a
pessoa ou a discussão? Por quê?
2. Você tem praticado o silêncio proativo em situações
de conflito e estresse ou tem agido por impulso,
deixando-se dominar por suas emoções?
Na física, a resiliência é a capacidade de um material de suportar tensões,
pressões, intempéries, adversidades. É a capacidade de se esticar, assumir
formas e contornos para manter sua integridade, preservar sua anatomia,
manter sua essência.
Para a psicologia, resiliência é frequentemente atribuída a processos que
explicam a superação de crises e adversidades por indivíduos, grupos e
organizações.
O Fenômeno da Psicoadaptação re�ete a capacidade de suportar dor,
transcender obstáculos, administrar con�itos, contornar entraves, adaptar-se
a mudanças psicossociais.
Esse fenômeno gera o Código da Resiliência. O grau de resiliência
depende, portanto, do grau de adaptabilidade e superabilidadede um ser
humano aos eventos adversos que encontra em seu traçado existencial, em
sua jornada de vida.
Uma pessoa com baixo grau de resiliência suporta inadequadamente suas
adversidades e crises, podendo desenvolver depressão, pânico, ansiedade,
sintomas psicossomáticos. Quando o Código da Resiliência é
inadequadamente decifrado e desenvolvido, as dores e perdas podem levar ao
suicídio. Há o suicídio imaginário (desejo de sumir, desejo de dormir e não
acordar mais), o suicídio físico e o suicídio psíquico, re�etido pelo
alcoolismo, dependência de outras drogas, comportamentos autodestrutivos,
autoabandono.
Sem sombra de dúvida, há crises e crises. Algumas são dramáticas,
imprimem dor indizível. Mas em todas se pode aplicar o Código da
Resiliência, que está estreitamente ligado ao Código da Gestão do Intelecto,
em especial à gestão de pensamentos mórbidos, à construção de Janelas
Paralelas e à reedição do inconsciente.
Um choque de gestão do intelecto capaz de esfacelar o pessimismo e
irrigar de esperança os horizontes da vida é fundamental para alicerçar
habilidades psíquicas para suportar tensões emocionais, pressões sociais,
adversidades pro�ssionais.
Alguns estudiosos reconhecem a resiliência como um fenômeno comum e
presente no desenvolvimento de qualquer ser humano. De fato, todos têm o
Fenômeno da Psicoadaptação em seu psiquismo.
Sem esse fenômeno, uma mãe jamais suportaria a perda de um �lho,
uma criança não sobreviveria às violências sofridas em sua infância, um
adulto não sobreviveria aos vexames, humilhações sociais, perdas de
emprego, crises �nanceiras.
Porém, essa é apenas parte da história. Não basta o Fenômeno da
Psicoadaptação. Se quisermos ser resilientes, elásticos, �exíveis e resistentes
diante dos estímulos estressantes, precisamos decifrar, educar, enriquecer o
Fenômeno da Psicoadaptação.
A dor, as derrotas, as lágrimas devem ser sempre evitadas, mas ninguém
vive continuamente em céu de brigadeiro. Como turbulências são inevitáveis
até em dias de céu claro, deveríamos usá-las para expandir nossa maturidade
resiliente. Mas como?
PARA DECIFRARMOS E VIVENCIARMOS O
CÓDIGO DA RESILIÊNCIA, PRECISAMOS
APRENDER QUE:
Ninguém é digno do pódio se não usar os fracassos para alcançá-lo.
Ninguém é digno da maturidade se não usar suas incoerências para
produzi-la.
Ninguém é digno da saúde psíquica se não usar suas crises, angústias,
fobias, humor depressivo para destilá-la.
Nenhum ser humano, nenhuma empresa ou instituição será digno do
sucesso se desprezar suas derrotas, vexames, percalços, acidentes de
percurso.
Dar as costas para as adversidades é a pior maneira para superá-las.
Devemos fazer a Mesa-Redonda do Eu para reunir nossos pedaços,
manter nossa integridade, debater com nosso desespero, questionar
nosso pessimismo, estabelecer estratégias de superação.
Uma pessoa determinada, que não desiste de seus sonhos e não abre
mão de ser feliz apesar do seu caos, tem muito mais chance de usar
seu caos como oportunidade criativa. Alguns aspectos da teimosia
não são saudáveis, mas não há dúvida de que uma pessoa resiliente
tem boas doses de teimosia.
Muitos cientistas antes de descobrir suas grandes ideias produziram
ideias medíocres, foram criticados, excluídos. Alguns grandes políticos,
como Abraham Lincoln, só tiveram êxito depois de amargar salientes
fracassos. Alguns grandes empresários só atingiram o apogeu depois de
visitar os vales da falência, da escassez e do vexame público.
Quem quer o brilho do sol tem de adquirir habilidade
para superar as tempestades, tem de ser resiliente para
atravessar o breu da soturna noite. Não há milagres. A
vida é uma grande aventura em que noites e dias se
alternam.
Quem não decifra o Código da Resiliência cobre-se com o manto do
pessimismo, tem insônia no melhor dos leitos. Quem trabalha suas crises
adocica a vida, torna-se generoso com a própria existência, habilita-se para
compreender o cerne do outro. Julga menos e se entrega mais.
Muitos pensadores foram discriminados, considerados loucos, tolos,
rebeldes e perturbadores da ordem social ao longo da história. Alguns
conseguiram força na fragilidade, conforto no isolamento, ânimo no terror
da incompreensão.
Sócrates foi condenado a beber cicuta, a morrer envenenado, pelo
incômodo que seus pensamentos causaram na elite governante. Seus jovens
discípulos, em meio a lágrimas e dor, suplicavam que reconsiderasse sua
postura e suas ideias, mas, dando-lhes um choque de resiliência, Sócrates
disse que preferia ser �el a suas ideias a ter uma dívida impagável com a
própria consciência.
Giordano Bruno, �lósofo italiano, andou errante por muitos países,
procurando uma universidade para expor suas ideias. Foi banido, excluído,
tachado de louco. Sem ninguém para ouvi-lo, procurava em seu próprio
mundo aconchego para superar a solidão. Experimentou diversos tipos de
perseguição e sofrimento, culminando na sua morte.
Baruch Spinoza, um dos pais da �loso�a moderna, de origem judaica,
foi banido dramaticamente pelos membros de sua sinagoga por causa da
convulsão que suas ideias causaram. Chegaram a amaldiçoá-lo com palavras
insuportáveis de ouvir: “Que ele seja maldito durante o dia e maldito
durante a noite; que seja maldito deitado e maldito ao se levantar; maldito
ao sair e maldito ao entrar”. O dócil pensador teve de aprender a se aquecer
no mais cáustico inverno da discriminação.
Immanuel Kant foi tratado como um cão pelo incômodo que suas ideias
causavam no clero de seu tempo. Voltaire também passou por rejeições e
inumeráveis riscos. Produzir ideias tem um preço, ser diferente tem um
preço, nem sempre fácil de pagar, mas necessário para saldar o débito com
nosso Eu.
Em qualquer campo da atividade humana, raramente as grandes
conquistas são alcançadas antes de ideias que nos fazem pensar por alguns
momentos que “não dá mais”, “não tenho força”, “estou no limite”.
Os mais importantes Códigos da Inteligência estão bloqueados em cada ser
humano. Em uns excessivamente, em outros, de forma menos gritante.
Einstein decifrou alguns importantíssimos códigos, tais como o Código da
Intuição Criativa, da Arte da Dúvida, do Debate de Ideias. O gênio da física
libertou seu imaginário, andou por ares nunca antes imaginados, reciclou
paradigmas, produziu um corpo de conhecimento que revolucionou a
maneira como vemos o universo. Enxergou eventos físicos de modo único.
Sua teoria foi de uma engenhosidade assombrosa.
Einstein foi considerado um dos maiores cérebros humanos. Mas teve
alguns Códigos da Inteligência represados? Sim. Foram tão represados que
ele cometeu algumas falhas inadmissíveis na relação com um dos �lhos, mas
raramente se comenta esse assunto na imprensa mundial.
Einstein era um homem simples, sociável, gentil, amante da música, mas
o Código da Resiliência e a capacidade de se encantar atenta e
prolongadamente com os pequenos estímulos da rotina diária estavam
contraídos.
O pensador da física explorou muito o mundo à sua volta, mas pouco o
pequeno e in�nito mundo da sua mente. Esse foi provavelmente um fator
que contribuiu para que ele construísse vilões em sua psique, tivesse traços
depressivos, pensamentos mórbidos, pessimistas.
Einstein provavelmente também não decifrou na plenitude outros
códigos que ultrapassavam os limites da lógica, como o Código do
Altruísmo e da Capacidade de se Colocar no Lugar do Outro. Se tivesse
desenvolvido esses códigos em seu psiquismo, jamais teria deixado de visitar
por anos seu �lho portador de psicose no manicômio em que o internou.
O grande Einstein se apequenou. Abandonou um �lho no momento em
que este mais precisava dele. Como pode um humanista agir sem
humanidade? Como pode um pai colocar um �lho no rodapé da sua história
por ser psicótico? Einstein foi a primeira grande celebridade da ciência. Mas,
enquanto brilhava, seu �lho vivia no anonimato de um manicômio. Todos os
pais amam estar ao lado dos �lhos que estão no pódio, mas a excelência do
amor revela-se quando se está ao lado daqueles que nunca saíram das últimas
�leiras.Não se comenta que o homem que mais conheceu as forças do universo
físico foi derrotado pelos fenômenos de um universo mais complexo, o
universo psíquico. Os delírios, as alucinações, as imagens mentais surreais e
os pensamentos desorganizados do seu �lho eram fenômenos mais
complexos do que os estudados na Teoria da Relatividade. Tais fenômenos o
perturbaram.
O ambiente tétrico do hospital e seu sentimento de impotência em lidar
com fatos ilógicos também o angustiaram. Por não decifrar determinados
Códigos da Inteligência, o gênio da física agiu em algumas áreas sem
nenhuma genialidade.
Quando ressigni�camos relações difíceis do passado, podemos agradecer a
tudo o que vivemos por ter sido uma oportunidade de crescimento e
aprimoramento pessoal.
Quando nos libertamos de pensamentos bloqueadores, alcançamos nossa
saúde emocional. Condenar os outros, criticar e acusar não são sentimentos e
crenças que nos empoderem psiquicamente nem que abram caminhos para
experiências saudáveis.
A gratidão, ao contrário, nos fortalece. Reconhecer o lado positivo nas
experiências difíceis cria Plataformas Light em nossa memória. A
capacidade de se doar brota na realidade da capacidade de ser grato. Pessoas
gratas são mais altruístas que pessoas amargas e que passam seu tempo
julgando os outros, criticando tudo e todos ao redor e reclamando sobre o
pouco que a vida lhes deu.
Devemos ser gratos pelos relacionamentos assim como à vida. Cada
relacionamento que temos no percurso de nossa existência carrega um
pedaço de nossa história e é uma das milhões de peças do quebra-cabeça de
nossa vida. Seja uma pessoa que teve uma breve participação no teatro de sua
existência ou alguém que esteja sempre presente, todas têm in�uência no que
você foi e no que você é.
Lembre-se de que ser grato é diferente de ser agradecido. O agradecido é
aquele que o agradece por um bem momentâneo. Em contrapartida, o grato
exerce gratidão mesmo que a pessoa venha a decepcioná-lo.
1. Você foi capaz de produzir pérolas a partir de relações
difíceis?
2. Tem decifrado e desenvolvido o Código da
Resiliência?
Cada um de nós deveria ser um engenheiro socioemocional que constrói
relações saudáveis, capaz de fazer a diferença no ambiente em que vive, em
destaque na vida de quem escolheu para dividir a sua história. Um excelente
engenheiro socioemocional tem três níveis, agradável, admirável e
encantador. Para ser agradável tem de ser simpático, para ser admirável tem
de ser carismático e para ser encantador tem de ir para o terceiro estágio, ser
empático.
Quem tem essas três ferramentas de ouro no cardápio da sua
personalidade não mexe apenas com o ambiente social, mas também
revoluciona a relação conjugal e a relação com os �lhos, alunos, colegas de
trabalho.
Essas três ferramentas de ouro revelam três níveis de distribuição de
nutrientes vitais para que as relações sejam inteligentes, espontâneas,
ricamente prazerosas e intensamente produtivas. Os simpáticos distribuem
livremente sorrisos e cumprimentos, os carismáticos distribuem elogios e
promoções, os empáticos distribuem sabedoria e encantamento. Os
simpáticos são poetas do bom humor, os carismáticos são poetas da
promoção dos outros, e os empáticos são poetas da superação.
Essas técnicas ou ferramentas, se praticadas diariamente, podem
reinventar as relações com as pessoas mais caras, mesmo que sejam mentes
aparentemente difíceis. Se faltarem esses instrumentos, di�cilmente o amor
será penetrante e estável.
O QUE É SER SIMPÁTICO?
Ser simpático é ser um poeta do bom humor. É acima de
tudo distribuir gratuita e generosamente sorrisos e
cumprimentos. É realçar a durabilidade e a
agradabilidade do amor.
O QUE VOCÊ DISTRIBUI ÀQUELES COM
QUEM CONVIVE?
RECLAMAÇÕES? PESSIMISMO?
MAU HUMOR? UMA CARA AMARRADA?
Você pode ser um excelente pro�ssional, supere�ciente em lidar com
questões técnicas, mas, se não for simpático, se não sorrir e não der liberdade
a seus entes queridos, será ine�ciente nas questões emocionais.
Você pode ser generoso e impactante com os de fora, mas, se ao entrar
em casa não for um poeta do bom humor, criará um clima desagradável com
seu cônjuge e seus �lhos. Será um vendedor de ansiedade e não de sonhos.
Quem não é simpático fomenta ambientes socioemocionalmente
paupérrimos, mesmo morando em palácios ou ricos condomínios.
Um relacionamento pode começar com um amor brando, sem grande
intensidade, que mais parece uma amizade do que uma paixão, mas, se for
irrigado com relaxamento, sorrisos e cumprimentos contínuos, ganha
musculatura. Essa musculatura, é claro, dependerá de outras ferramentas
mais profundas, como o carisma, a empatia, a superação da necessidade
neurótica de mudar o outro, mas é indubitável que a simpatia gera um
tempero prazeroso para os mais �nos romances.
De outro lado, um relacionamento pode iniciar com um amor louco,
borbulhante, apaixonante, mas, se não for cultivado com sorrisos e bom
humor, se desgasta e empobrece. O vinho do amor azeda com o mau humor,
com a intolerância às frustrações, torna-se vinagre. Gestos simples e diários
fazem a diferença para o paladar emocional.
Todos os dias deveríamos provocar a emoção de quem amamos com
sorrisos e motivação e vice-versa. Mas é paradoxalmente estúpido. Com o
passar do tempo, sorrimos e cumprimentamos com mais alegria os estranhos
do que os nossos familiares. No início do romance, a chegada do namorado
ou da namorada é um acontecimento único, que jamais passa despercebido.
Com o tempo vem o cárcere da rotina e um olha para o outro no pequeno
cosmo do ambiente familiar e muitas vezes nem se cumprimentam. Todos os
dias os casais deveriam se tocar, dar um bom-dia, alegrar-se com a presença
do outro.
Parece simples, mas cumprimentar quem está ao nosso lado como se
fosse um personagem solene e não comum estimula o Fenômeno RAM a
plantar Janelas Light na mente do outro.
Dão o que o dinheiro não
compra para seus íntimos,
dão sua alegria, seu ânimo,
sua coragem de lutar, sua
capacidade de crer na vida
mesmo nos dias dramáticos.
Abortam o ânimo,
fomentam o
pessimismo,
promovem a timidez
e a insegurança.
Exalam generosidade e prazer
em se doar, conviver com eles
é um convite ao prazer, é
mergulhar em águas
tranquilas.
Exalam egoísmo e
individualismo,
conviver com eles é
um convite ao
descontentamento e
à insegurança.
São especialistas em relaxar São poetas do
quem amam, veem o lado
bom de tudo, inclusive
quando eles ou o outro erram,
tropeçam e quebram a cara.
pessimismo, criam
um ambiente
desagradável, veem o
lado ruim de tudo.
Dão risadas da estupidez um
do outro. Não levam a vida a
ferro e fogo. Serão
eternamente lembrados pelos
seus íntimos por sua alegria e
espontaneidade.
São peritos em
tempestades
emocionais. Serão
lembrados pelo seu
humor azedo,
capacidade de
criticar e não de
apostar.
São cultivadores de Janelas
Light.
São plantadores de
Janelas Killer.
Por distribuírem sorrisos e
cumprimentos, são fontes de
sonhos e inspiração.
Por serem sisudos e
críticos, são
vendedores de
tristezas e
preocupações.
Quem distribui deliberadamente sorrisos e cumprimentos diariamente
presenteia seu cônjuge e seus �lhos com aquilo que o dinheiro não compra.
E você, dá para quem ama o que o dinheiro não compra
ou só o que o dinheiro pode comprar? Não esqueça que
tudo que o dinheiro compra é barato.
Quanto mais se treina a simpatia, mais se supera a Síndrome do Circuito
da Memória Tensional e Psicoadaptativa. E as consequências são muitas e
importantíssimas. Mais se promove a liberdade, o debate de ideias, a solução
de problemas, o prazer de viver e o sentido existencial. Mais se diminui o
clima estressante no ambiente social e menos se instala a competição
predatória.
Os simpáticos constroem no ambiente familiar e pro�ssional uma
Plataforma de Janelas que �nancia o otimismo e a agradabilidade.
O carismático investe diária e continuamente na esposa, no marido,
namorado ou namorada, nos �lhos, alunos, amigos, pais, colaboradores.
Como? Distribuindo elogios e promoções. Ele promovecaracterísticas
nobres da personalidade, realça o que há de melhor nas reações ainda
incipientes, diminutas e alarga as fronteiras das Janelas Light.
Viver com uma pessoa carismática é um convite para se amadurecer. Os
carismáticos são propagadores da felicidade dos outros.
Têm prazer no crescimento do
parceiro ou parceira, dos
filhos, enfim, do ser humano.
Não promovem os
outros, chafurdam na
lama do ciúme.
Têm um caso de amor com a
humanidade. Pensam como
um membro da espécie
humana. Seus movimentos
levam em consideração o
futuro das próximas gerações.
O sucesso do outro
revela suas
frustrações, promove
seus fracassos. Têm
grande dificuldade
de aplaudir aqueles
que sobem no pódio.
São promotores da
infelicidade.
São discípulos da
generosidade e construtores
de mentes brilhantes.
São apóstolos do
egocentrismo,
promotores de
mentes inibidas e
amedrontadas, com
dificuldade de correr
riscos para
materializar seus
sonhos.
Pessoas carismáticas criam
um ambiente social
colaborativo, no qual um
exalta a participação do outro
e aplaude as atitudes do
outro. Valorizam as intenções
independentemente do
resultado, ainda que as
respostas estejam erradas.
Pessoas
anticarismáticas
criam um ambiente
competitivo, onde
um se estressa com o
outro, um quer falar
mais que o outro e
cada um exige que
seu pensamento
prevaleça.
Um casal que sabe promover um ao outro tem grande chance de ter um
romance não apenas durável, mas também profundo. Por quê? Porque eles
provocarão o Fenômeno RAM a construir Plataformas de Janelas Light na
MUC (Memória de Uso Contínuo) para construir pontes saudáveis.
De outro lado, um casal viciado em diminuir um ao outro arquiva no
centro da memória, na MUC, Plataformas de Janelas Killer, que geram
instabilidade emocional, agressividade, contração da con�abilidade, disputas
irracionais, di�culdade de monitorar o instinto e de pensar antes de reagir.
Uma pessoa simpática é agradável, mas uma pessoa carismática é
admirável. Você é uma pessoa admirável? Você promove características belas,
mas ainda diminutas dos outros ou é um especialista em dizer “Você não
tem jeito”? Você impacta positivamente seu cônjuge ou é perito em
demonstrar suas fragilidades? Você promove a autoestima dele ou dela ou
fomenta a baixa autoestima?
De todas as leis fundamentais das relações saudáveis, o elogio é a mais
acessível e a mais fácil de praticar, embora poucos seres humanos a
pratiquem.
O poder do elogio pode ser mais forte que o das armas, mais poderoso
que o dinheiro, mais penetrante que a lâmina de um bisturi. Os elogios
des�zeram inimigos, debelaram ódios, evitaram suicídios, reataram relações.
Uma pessoa inteligente deve economizar críticas, mas jamais deveria
economizar elogios. A crítica excessiva contrai a espontaneidade, e o elogio
realça a autocon�ança.
Contudo, é incrível como pais, professores, executivos e casais
economizam elogios e têm pouca habilidade para elogiar. Somos ótimos para
exaltar erros, mas não para exaltar os acertos. Se conhecermos a Teoria das
Janelas da Memória e a formação de Janelas Light jamais viveremos de
migalhas de elogios.
Os elogios deveriam entrar no cardápio diário de nossa existência. Mas
mesmo pessoas afetivas podem ser miseráveis em elogiar.
Elogiar não é superproteger. Superproteger é colocar os outros numa
estufa, é controlar os elementos agressores, é desprepará-los para a vida.
Superproteger é dar tudo sem exigir nada. Elogiar é encorajar a caminhada,
é propiciar força nas intempéries, coragem nos tropeços e crédito na
superação. Elogiar é cultivar �ores no árido terreno das relações.
Devemos aprender a elogiar diariamente as pessoas com as quais
convivemos. Ser carismático é simples e impactante. É usar um poderoso
instrumento psicológico inconsciente, é provocar o Fenômeno RAM para
formar núcleos saudáveis de habitação do Eu nas matrizes da memória. Não
é uma técnica que deva ser aplicada raramente, deve fazer parte do portfólio
existencial e da agenda diária de cada ser humano.
Um dos maiores crimes que os casais podem cometer e que é responsável
pela falência de grande parte dos romances é deixar passar em branco os
milhares de comportamentos passíveis de serem elogiados do parceiro ou
parceira. Muitos pais são rápidos em apontar falhas e criticar
comportamentos de seus �lhos, mas lentos para elogiá-los e valorizá-los.
Somos rápidos em produzir traumas e lentos para promover características
nobres.
Ser empático é um passo além de ser simpático e carismático. É ser um
distribuidor espontâneo de sabedoria e da arte de surpreender. É ser um
transferidor do capital das experiências. Sua voz é branda, mas impactante.
Seus comportamentos são generosos, mas penetrantes.
Os empáticos reciclam o pessimismo, a morbidez, a sisudez e superam a
necessidade neurótica de estar acima dos outros. São pais cativantes,
professores marcantes, cônjuges que irrigam o afeto, executivos que libertam
a criatividade dos seus liderados. São ecologistas do meio ambiente
emocional, criam um microclima no qual impera a serenidade e não as
disputas. Tal como os carismáticos, não perdem a oportunidade de expandir
ou realçar as características saudáveis dos seus íntimos, mesmo as que
aparecem momentânea e super�cialmente.
Os empáticos são poetas não apenas da promoção, mas da superação.
São também poetas da vida, não escrevem poesias, mas vivem sua existência
como se fosse uma poesia. Os empáticos são os pais, os amantes, os �lhos, os
amigos inesquecíveis e insubstituíveis. Eles fazem total diferença na
sociedade.
Os empáticos recolhem as armas do pensamento. São lentos para
condenar e rápidos para compreender. Reciclam seu preconceito, esvaziam-
se de si quando estão observando e colocam-se no lugar dos outros. São
inteligentes, têm consciência de que o pensamento é virtual, que interpretar
é modi�car a realidade e, portanto, algo sujeito a inúmeras distorções pelo
estado emocional, social e intelectual da pessoa. Como propulsores da
maturidade, eles sabem que a verdade é um �m inatingível.
Os empáticos não têm a necessidade neurótica de estar sempre certos.
São capazes de perguntar: “Onde foi que eu machuquei você e não soube?”.
São tão surpreendentes que não têm medo de pedir desculpas nem de dizer:
“Eu amo você, dê-me uma nova chance”.
São acolhedores, generosos,
constroem relações tranquilas,
pois julgam menos e apostam
mais. Ainda que vivam em
apertadas residências,
constroem um ambiente
emocional espaçoso e
inspirador.
São uma fonte de
atrito e discórdia.
Ainda que vivam
em residências
enormes, falta-lhes
oxigênio para
respirar, pois vivem
julgando e
criticando o outro.
São especialistas
em fechar o
Circuito da
Memória daqueles
com quem
convivem.
Por falarem sobre suas perdas e
frustrações, promovem e
desenvolvem a resiliência, que é
a capacidade de enfrentar
contrariedades e crescer diante
da dor.
Por se calarem
sobre suas histórias,
geram filhos
frágeis, ainda que
agressivos; tímidos,
ainda que falantes
dentro de casa;
consumidores de
produtos, mas não
de ideias.
Preocupam-se com o presente
e o futuro socioemocional do
outro. Por pensar antes de agir
e reagir, ensinam aos que
amam a não serem impulsivos
e imediatistas, mas pacientes e
disciplinados. Por aprenderem
a expor e não impor as ideias,
ensinam a não ter a
necessidade neurótica de
controlar os outros, mas o
prazer de servi-los e enriquecê-
los.
Não sabem se
colocar no lugar
um do outro. São
incapazes de
descobrir o que
está por trás dos
comportamentos
que desaprovam no
outro. São juízes e
não amantes.
Uma pessoa empática não substitui as pessoas que ama por novelas,
videogames, internet, celulares, bares. Tem-nas em altíssima conta, por isso
está sempre fazendo planos de �car, viajar e ter atividades conjuntas.
Seres humanos empáticos são altruístas, equilibrados e proativos. Por
serem proativos, saem à superfície das relações sociais e perguntam com
frequência para aqueles com quem têm intimidade: “O que posso fazer para
ajudá-lo a ser mais feliz?”, “Que medos e pesadelos o assombrame eu
desconheço?”, “Conte comigo sem receios, estou aqui para compreender e
não para julgar”. Eles surpreendem e encantam. Por isso, são capazes de
dizer frequentemente: “Obrigado por existir!”. Eles se re�etem no outro de
forma poderosa.
Ser empático é dar um ombro para chorar e outro para apoiar. Uma
pessoa empática é a primeira a estender a mão e a última a criticar. Ser
empático, portanto, é uma ferramenta socioemocional vital na formação de
relações saudáveis, felizes e realizadas.
1. Você é uma pessoa agradável? Quando chega num
ambiente, você relaxa as pessoas ou as deixa tensas?
Sua presença estimula o debate ou o inibe?
2. Como a simpatia influencia as suas relações?
Quem não se relaciona bem consigo, não se relacionará bem com pessoas
com quem convive. Quem cobra demasiadamente de si, cobrará de forma
injusta o outro. Quem não dá risadas de vez em quando da própria estupidez
e incoerência, não será relaxado na relação com quem ama, será rígido,
mentalmente engessado. Quem não tem um romance com sua saúde
emocional, não investirá na felicidade e qualidade de vida de quem escolheu
para dividir sua história. Quem é um perito em reclamar, não conseguirá
contemplar o belo nem fará da relação um espetáculo de prazer.
O que tem de mudar primeiro, a autoestima ou a autoimagem?
A autoestima é a maneira como você se sente em relação à beleza física e
psíquica, e a autoimagem é a maneira como o Eu se vê, se interpreta, se
posiciona no mundo, seja no mundo pro�ssional, social ou afetivo. A
maneira como você se enxerga determina a maneira como você se sente.
Portanto, quem tem de mudar primeiro é a autoimagem. Muitas pessoas
passam décadas incapazes de se reciclar porque primeiro querem mudar sua
autoestima e não seu Eu e sua consequente autoimagem.
Se você não tem autocon�ança, não espere sentir-se seguro. Se não crê
no seu potencial intelectual, não espere ter grandes possibilidades de superar
sua timidez, con�itos, fobias, ou seja, reconstruir sua autoestima.
Se não tem convicção na sua capacidade de aprender, não espere superar
suas limitações. Se não acredita na sua capacidade de se reinventar, não
espere conseguir encantar as pessoas que não o admiram.
Se não crê que a beleza está nos olhos de quem vê, não espere sentir-se
belo, mesmo tendo um corpo dentro dos padrões tirânicos de beleza. A
autoimagem carrega a autoestima.
Desenvolver a arte das relações saudáveis é investir na
autoestima de quem amamos.
Mas como desenvolver a autoestima do outro se a nossa
está esfacelada?
Precisamos primeiramente aprender a contemplar o belo
em nós!
CONTEMPLAR O BELO EM NÓS MESMOS
É:
Educar a sensibilidade para entender que as gotas de chuva irrigam
as �ores e as gotas de lágrimas irrigam a existência.
Educar a emoção para fazer das pequenas coisas um espetáculo aos
olhos. Fazer de cada momento uma vivência mágica.
Desvendar as coisas lindas, singelas e ocultas que nos rodeiam.
Ver com os olhos do coração.
Aprender a ser rico sem ter grande soma de dinheiro.
Ser alegre mesmo sem grandes motivos.
Viver suavemente, ainda que sobrecarregado por responsabilidades.
Ter um romance com a vida. Fazer poesia com a vida, sem escrever
palavras.
Fazer coisas que gosta, ler um bom livro, viajar por suas páginas,
libertar a criatividade.
Ouvir uma boa música, penetrar nos traços de uma pintura, de uma
arquitetura.
Navegar pelas águas da emoção.
Hoje, apesar de as mulheres felizmente terem se emancipado, o sistema
machista ainda as apedreja, fere e as�xia. Coloca o corpo daquelas que são a
exceção genética, as modelos esguias, magérrimas e bem torneadas, como
padrão ditatorial de beleza. Todo esse sistema de marketing é massacrante,
arquivando na MUC múltiplas Janelas Killer Duplo P, que encarceram a
autoimagem e retroalimentam a autopunição.
Mulheres de todas as sociedades modernas vão diante dos espelhos e
fazem a pergunta fatal: “Espelho, espelho meu, existe alguém com mais
imperfeições do que eu?”. Algumas pesquisas apontam que apenas 4% das
mulheres se veem belas. Um desastre emocional sem precedentes. O mesmo
processo de destruição da autoimagem e da autoestima também está
abarcando os homens.
As mulheres, bem como os homens, não são livres para se ver e se sentir
nessa sociedade consumista com seus estereótipos inumanos. Deveriam ter
um caso de amor com seu patrimônio genético, com sua estética física e seu
conteúdo e habilidades psíquicas. Há mais de 50 milhões de pessoas
morrendo de fome no mundo, vítimas de anorexia nervosa, sendo que a
maioria são mulheres jovens. Estão só pele e osso, embora tenham alimento
sobre a mesa.
Promover diferenças entre ricos e pobres, intelectuais e iletrados,
políticos e eleitores, brancos e negros, modelos fotográ�cos e pessoas com
um corpo normal é promover uma fábrica de pessoas emocionalmente
ansiosas, inferiorizadas e angustiadas. Essa cultura louca e insana faz com
que a inteligência socioemocional seja contraída, fragmentada, as�xiada.
Não apenas a TV, a indústria da moda e o marketing de produtos exaltam a
exceção genética, mas também o cinema. Você já viu um casal de gordinhos
fazendo um par romântico? Só em comédias. Mesmo a história do ogro e da
princesa em Shrek é uma comédia. Mas a vida não é uma comédia, e 99%
das mulheres não têm o corpo das modelos. Nem as modelos são felizes,
pois também são massacradas pelo padrão tirânico de beleza. E quem cuida
da saúde emocional delas?
As mulheres, modelos ou não, deveriam gritar diariamente em sua
mente: “Que se dane o padrão ditatorial de beleza. Vou ser feliz, mesmo que
ganhe alguns quilos, pois a beleza exterior e interior é meu patrimônio
particular”. É muitíssimo triste saber que, no exato momento em que você
está lendo este livro, milhares de jovens estão se mutilando porque detestam
uma ou mais áreas de seu corpo. Como a�rmei, elas deveriam bradar, gritar,
proclamar que são belas porque são seres humanos, porque são únicas.
Todas as vítimas da anorexia e bulimia, como sempre instiguei em meu
consultório, deveriam reagir, conquistar um Eu forte, líder de si mesmo, que
se rebela contra o complô dos dois fenômenos inconscientes (Gatilho da
Memória e Janela Killer) que abrem as comportas dos fantasmas emocionais
sequestradores de sua autoimagem e autoestima.
Mais de 1 bilhão de mulheres rejeitam uma área do próprio corpo. São
especialistas em ver defeitos em seu corpo. E, o que é pior, propagandeiam
para seu parceiro o que detestam. Por exemplo, dizem: “Querido, meu culote
está horrível”. Muitos homens nem sabem o que é culote e indagam: “Você
está dando calote, mulher?”. Para eles aquela área do corpo era sensual, mas
o que antes não viam passam a ver, como por uma lupa. Plantou-se a Janela
Killer no inconsciente deles, as�xiando, desse modo, um pouco do belo
romance.
As mulheres, em vez de vender sua baixa autoestima, deveriam vender
sua elevada autoimagem. Deveriam proclamar com todas as letras algo
como: “Sou linda, maravilhosa, inteligente e você faz um grande negócio em
viver comigo. E olhe lá: se não me quiser, tem quem me queira. Eu me
quero!”
Nesta nossa sociedade exclusivista e insana é vital que as mulheres se
exaltem e se promovam, que arquivem diretivamente Plataformas Light em
seu parceiro. Isso não é ambição e orgulho, mas saúde e estabilidade
emocional. O cofre da mente dos homens se abre diante de uma mulher
segura e autocon�ante, mas se fecha diante de uma mulher especialista em
reclamar, se autopunir e se inferiorizar. E vice-versa.
Como está a relação do seu Eu consigo mesmo? É o
sistema que dita o que você pensa ou é o seu Eu que está
no comando da sua mente e, por estar no controle, tem
plena convicção de que a beleza está nos olhos de quem
vê? Uma pessoa com a autoimagem e a autoestima
fragmentadas não apenas deprime sua emoção, mas
deprime também suas relações.
A autoconsciência é o grau de envergadura e visibilidade do Eu para se
autoenxergar e se autoconhecer. Como ao sair do útero materno somos
arremessados para o mundo perceptível ao sistema sensorial,não
desenvolvemos as habilidades mínimas que �nanciam a autoconsciência.
Crianças, adolescentes e adultos raramente se perguntam sistematicamente
“Quem sou?”, “O que sou?”, “Quais são minhas atribuições como ser
humano?”, “Quais são minhas funções como autor da minha história?”,
“Que habilidades desenvolvi para gerir meu psiquismo?”.
Quem não tem autoconsciência vive porque está vivo, vai à escola,
frequenta um grupo social, pratica uma religião, vai a um clube, assiste a
�lmes, tem uma atividade pro�ssional, mas não se deslumbra com a
complexidade da existência e, consequentemente, com seu papel como ator
psíquico e social. A existência é um fenômeno absurdamente so�sticado,
uma loucura inimaginável, um espetáculo indizível. O que é existir? O que é
ser? Ninguém sabe.
A autoconsciência nunca vai de�nir a existência, mas pode contemplá-la,
admirá-la, se assombrar positivamente com ela. Em especial se tiver
autoconsciência de que é um ser único no palco da existência, se souber que
possui um Eu. Quem tem uma autoconsciência magérrima viverá sempre
uma existência miserável, vai se de�nir pelo saldo da conta bancária, por
títulos acadêmicos, status social. Terá uma visão míope do fascinante
espectro da vida.
Se o mundo o abandona, a solidão é tolerável; se você
mesmo se abandona, a solidão é insuportável.
Se seus colegas o rejeitam, se seus amigos lhe viraram as costas, se seus pais
não o compreendem e se seu parceiro(a) o(a) abandonou, a solidão será
amarga, mas suportável. No entanto, se você mesmo se abandonar, se não
cuidar de sua saúde psíquica, se não aprender a �ltrar os estímulos
estressantes e a relaxar, a solidão será insuportável.
As vaias, rejeições e incompreensões são penetrantes e angustiantes, pois
produzem impactos imediatos. Porém, tenha certeza de que o
autoabandono, a recusa do Autodiálogo, de reconhecer nossos con�itos e
detectar nossas falhas bloqueiam o Eu como gestor psíquico. Cedo ou tarde
isso será mais grave que as turbulências sociais.
Uma rejeição pode tirar o sono, mas a autorrejeição tira a possibilidade
de tratar a insônia. Uma humilhação em público pode produzir fobia social,
mas o autoabandono destrói os mecanismos para o Eu deixar de ser escravo
do que os outros pensam e falam de nós. Diversas doenças psíquicas são
iniciadas por traumas sociais, porém são desenvolvidas pela postura de um
Eu que não sabe proteger a emoção nem gerir pensamentos, que lê e relê as
Janelas Killer solitárias e produz uma imensa plataforma doentia na MUC.
Somos vítimas e, sem o saber, agentes construtores dos nossos con�itos.
No fenômeno bullying, que representa frequentemente uma ofensa
psíquica ou física de uma criança ou adolescente a outros, não podemos
apenas trabalhar para evitar que o agressor aja, é preciso também atuar para
que a vítima se proteja.
Sem dúvida, evitar a ação do ofensor é importante, no entanto, nossa
tarefa também é educar o Eu da pessoa ofendida para jamais se
autoabandonar, �ltrar estímulos estressantes, não gravitar na órbita dos
apelidos, rejeições e agressividades sociais. A vacina psíquica é fundamental.
Mas em qual sociedade ou escola ela é apresentada?
Pode-se achar o Autodiálogo até uma coisa estranha. Qual o
pensamento que temos quando vemos ou ouvimos alguém conversando
sozinho? Eis um louco! Somos preconceituosos. Loucura é �car mudo
diante das mazelas que transitam em nossa mente.
Deveríamos treinar a fazer uma Mesa-Redonda do Eu com nossos
con�itos por meio da arte da dúvida e da autocrítica. Tal Mesa-Redonda é
tão importante como escovar os dentes e tomar banho. Crianças,
adolescentes e universitários �cam uma ou duas décadas nas escolas e não
sabem que têm um Eu, muito menos que esse Eu pode e deve ser um
gerente de sua psique, um diretor do seu script emocional e intelectual.
Parece que estamos no tempo da pedra nessa área. Não sabemos
reconhecer e reciclar mentes autoritárias, fechadas, tímidas, obsessivas,
preconceituosas, mal-humoradas, consumistas, ansiosas. Educação contraída
produz uma psiquiatria expandida, teremos mais pessoas doentes.
1. Quais características você percebe em si, mas não tem
valorizado? Por quê?
2. Tem praticado o autodiálogo? Trabalhado sua
autoimagem e autoestima?
Investir nos sonhos de quem amamos é outra lei fundamental das relações
saudáveis. O poder do elogio e o investimento em sonhos aumentam
intensamente nosso saldo emocional. Devemos ter coragem para analisar
nossa conta.
Muitas vezes pensamos que ela está positiva, mas, na realidade, está
negativa. Como está seu saldo?
Investir nos sonhos daqueles que nos rodeiam é essencial. Pensamos
conhecer os sonhos das pessoas mais íntimas, mas frequentemente
conhecemos apenas seus desejos. Desejos são intenções rápidas, sonhos são
projetos de vida. Desejos estão em camadas super�ciais de nossa psique,
sonhos estão em áreas mais profundas. Desejos se diluem no calor das
di�culdades, sonhos solidi�cam-se nas intempéries da existência.
Se você nunca perguntou quais são os sonhos mais profundos das pessoas
que ama, provavelmente nunca entrou nos espaços secretos de sua
personalidade. Os sonhos das outras pessoas podem ser banais para nós, no
entanto, são centrais para elas. Ao saber dos seus sonhos, podemos até
regular o foco, levá-las a pensar em outras possibilidades, mas nunca
desanimá-las.
Investir nos sonhos é seguir a lei do maior esforço. Não é um simples
apoio, um incentivo super�cial, e sim uma arte intelectual, um exercício
nobre da inteligência que aumenta muito as possibilidades de o outro ter
sucesso, caminhar, superar seus obstáculos. Investir em sonhos é ativar de
maneira madura o sistema de recompensa. Não é buscar o imediatismo, o
prazer rápido e super�cial.
É raro encontrarmos os praticantes dessa arte, mesmo entre bons
amantes, bem como em bons pais e professores. Investir nos sonhos
determina o quanto somos fundamentais ou colaterais na história de alguém.
Você é fundamental ou colateral na narrativa de pessoas caras?
Os sonhos não determinam o lugar aonde iremos chegar, contudo,
fornecem a coragem para nos retirar de onde estamos. Os sonhos não
constroem vitórias, mas nos retiram do conformismo; não nos fazem heróis,
transformam-nos em seres essencialmente humanos. Uma vida sem sonhos é
uma mente sem criatividade, uma emoção sem aventuras, uma história sem
conteúdo. Se não temos sonhos, precisamos sonhá-los. Se quem amamos
não tem sonhos, devemos encorajá-lo a construí-los.
As pessoas não apenas sonham e fazem os outros sonhar, mas unem
sonhos com disciplina. Seu Eu tem plena consciência de que sonhos sem
disciplina produzem pessoas frustradas e disciplina sem sonhos produz
pessoas autômatas, que só obedecem a ordens.
Muitas pessoas são frustradas porque têm alguns sonhos,
mas quase nada de disciplina. Falta garra, determinação,
labuta. Vivem na imaginação, porém, se perdem na
execução.
De outro lado, muitos não saem do lugar, não mudam sua história
porque são ótimos para obedecer a ordens, excelentes para fazer o que outros
mandam, mas não para arriscar, inventar, libertar seu potencial psíquico.
Vivem numa eterna rotina, não constroem projetos de vida. Quem não une
sonhos com disciplina será sempre vítima das di�culdades e não autor da
própria história.
Antes de investir nos sonhos de quem amam, as pessoas deveriam
investir primeiramente nos próprios sonhos. Mas há milhões de pessoas que
se esquecem de escrever a própria história. Colocam-se em último lugar na
sua agenda. São capazes de dar o que têm de melhor para os outros e o que
têm de pior para si. Nem sequer cuidam da sua qualidade de vida. Não
desligam sua mente nos �ns de semana, não tiram férias e, quando tiram,
não relaxam.
Você se encaixa nesse contexto? Se não cuida de sua saúde, como cuidará
dos seus sonhos? Se lhe falta alegria na alma, como será possível inspirar a
alegria em quem ama? Avalie com sinceridade sua qualidade de vida. Você
tem dores de cabeça, dores musculares, queda de cabelo, gastrite, de�cit de
memória? Con�ra sua saúde psíquica. Estáirritadiço(a), impaciente,
angustiado(a) e sua mente tornou-se uma fonte de preocupações,
inquietações, atividades? Indague se vive tranquilo(a) ou se sofre por
problemas que ainda não aconteceram. Não deixe de se perguntar quais são
seus grandes sonhos. Você os tem cultivado ou enterrado?
É provável que muitas pessoas tenham vontade de chorar com as
respostas encontradas. Vão constatar que são hiperpensantes, que cuidam de
todos, mas não se lembram de si. Esqueceram-se de que a vida é belíssima,
mas brevíssima.
Apesar de tudo, não tenha medo das suas lágrimas, tenham medo, sim,
de não chorá-las. Não tenha receio das suas falhas, e sim de não reconhecê-
las. Saiba que ninguém é digno da mais sublime inteligência se não usar suas
falhas e lágrimas para irrigá-la. As pessoas não sepultam seus sonhos no
excesso de carga de trabalho nem nos solos da ansiedade. Sabem que, se não
forem generosos(as) consigo, aumentarão as chances de ser infelizes e
adoecer.
Quem não se relaciona bem consigo, não se relacionará bem com
ninguém. Quem cobra demasiadamente de si, cobrará os outros de forma
injusta. Quem não dá risadas de vez em quando da própria estupidez e
incoerência, não será relaxado na relação com quem ama, será rígido,
mentalmente engessado. Quem não tem um romance com sua saúde
emocional, não investirá na felicidade e qualidade de vida de quem escolheu
para dividir sua história. Quem é um perito em reclamar não conseguirá
contemplar o belo nem fará da relação um espetáculo de prazer.
Posicionar-se como eternos alunos para aprender o alfabeto da emoção e
as ferramentas de ouro faz toda a diferença. Sem aprendê-las, ainda que
intuitivamente, pode haver o maior amor do mundo, mas você não se estará
isento de pouco a pouco relacionar-se pelo fenômeno bateu-levou, do
conformismo, do imediatismo, da ansiedade.
Nunca devemos nos esquecer de que pessoas inteligentes amam com
atitudes e não apenas com palavras. Por isso devemos aplicar em nossas
relações pelo menos esses seis comportamentos ao longo da vida:
Quando eu decepcionei você e não soube?
O que eu devo fazer para tornar você mais feliz?
Como posso irrigar mais os seus sonhos?
Como posso contribuir com sua autoimagem e sua autoestima?
Desculpe-me, eu falhei.
Obrigado por você existir e participar da minha história.
Como uma forma de fazer um fechamento e para que você re�ita sobre o
aprendizado das poderosas ferramentas de gestão da emoção para relações
saudáveis, retomaremos cada momento brevemente.
1ª FERRAMENTA:
CONHECER OS BASTIDORES DA MENTE
Podemos escolher muitas coisas na vida, mas não podemos escolher não nos
relacionar.
Compreender a virtualidade do pensamento e a solidão paradoxal da
consciência existencial nos torna mais tolerantes em nossas relações.
O ser humano busca se relacionar para superar a solidão existencial.
Não há como não nos relacionarmos, então devemos ter um Eu ativo
para construir relações saudáveis.
2ªFERRAMENTA:
ROMPER O CIRCUITO FECHADO DA
MEMÓRIA
Como o processo de formação dos pensamentos, as nossas crenças e a SPA
in�uenciam nas relações.
É preciso questionar as nossas crenças e interpretações para construir
relações saudáveis.
Devemos a aplicar o DCD e a Mesa-Redonda do Eu para gerenciar os
pensamentos.
3ª FERRAMENTA:
CONHECER E COMPREENDER OS
DIFERENTES TIPOS DE EU
Conhecer e compreender os diferentes tipos de Eu e como eles in�uenciam
as relações interpessoais.
4ª FERRAMENTA:
PERDER O MEDO DE PERDER
Compreender o poder das armadilhas da mente para desenvolver relações
não saudáveis.
Necessitamos reciclar nossas estratégias para conservar as rela-ções, pois
geralmente �camos presos em armadilhas da mente que causam um efeito
contrário ao que objetivamos. Afastam ao invés de aproximar.
5ª FERRAMENTA:
PROTEGER A EMOÇÃO
Proteger a emoção é uma das ferramentas básicas das relações saudáveis, que
nos impede de sofrer desnecessariamente e cobrar do outro algo que ele não
pode oferecer.
A frustração é proporcional à expectativa sobre a pessoa.
6ª FERRAMENTA:
PROMOVER A COMUNICAÇÃO
MULTIFOCAL
Somente uma comunicação efetiva, baseada em empatia e assertividade, nos
possibilita desenvolver uma relação saudável.
7ª FERRAMENTA:
DESENVOLVER RESILIÊNCIA COMO
ALICERCE DAS RELAÇÕES
A dor pode nos construir ou nos destruir. Isso depende da nossa gestão do
Eu em reeditar os signi�cados da dor, percebendo o que ela nos proporciona
em termos de amadurecimento e ensinamentos.
8ª FERRAMENTA:
PROMOVER A ARTE DE CONQUISTAR
PESSOAS
Esse trio é o suprassumo das relações saudáveis. Quem não gosta de se
relacionar com pessoas simpáticas, carismáticas e empáticas?
Devemos compreender como esse trio in�uencia as relações
interpessoais.
9ª FERRAMENTA:
APRENDER A NAMORAR A VIDA
Quem não tem uma relação saudável consigo mesmo, não consegue ter uma
relação saudável com o outro.
Aprender a se valorizar, valorizar suas qualidades e agradecer o que tem
de bom.
10ª FERRAMENTA:
INVESTIR NA FELICIDADE DO OUTRO
PARA SER FELIZ
É importante investir nos sonhos de quem amamos.
É a intensidade da emoção que determina a qualidade do registro. Que
tipo de registros você tem causado naqueles que ama? Que registro eles
deixaram em você?
Esperamos ter proporcionado bons registros, que lhe permitam construir
Plataformas Light capazes de proporcionar relações mais saudáveis.
Jamais devemos esquecer que as poderosas ferramentas de gestão da
emoção das relações saudáveis devem ser trabalhadas e treinadas diariamente
pelo Eu. Uma relação saudável e inteligente precisa de uma nova agenda,
uma estratégia prolongada e vivenciada ao longo de semanas, meses e anos.
Os resultados podem ser fascinantes. Romper o cárcere da rotina e se abrir
às surpresas é ter um romance com a vida!
1. Qual aprendizado deste livro foi mais marcante para
você? Por quê?
2. O que você vai levar deste livro para os seus
relacionamentos?
Sumário
Capa
Atenção!
Folha de rosto
Créditos
Dedicatória
Sumário
Introdução
1. Conhecer os bastidores da mente
2. Romper o Circuito Fechado da Memória
3. Conhecer e compreender os diferentes tipos de Eu
4. Perder o medo de perder
5. Proteger a emoção
6. Promover a comunicação multifocal
7. Desenvolver resiliência como alicerce das relações
8. Promover a arte de conquistar pessoas
9. Aprender a namorar a vida
10. Investir na felicidade do outro para ser feliz
Resumo
Anotações
	Capa
	Atenção!
	Folha de rosto
	Créditos
	Dedicatória
	Sumário
	Introdução
	1. Conhecer os bastidores da mente
	2. Romper o Circuito Fechado da Memória
	3. Conhecer e compreender os diferentes tipos de Eu
	4. Perder o medo de perder
	5. Proteger a emoção
	6. Promover a comunicação multifocal
	7. Desenvolver resiliência como alicerce das relações
	8. Promover a arte de conquistar pessoas
	9. Aprender a namorar a vida
	10. Investir na felicidade do outro para ser feliz
	Resumo
	Anotações

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