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■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ O autor deste livro e a editora empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações e os procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelo autor até a data de fechamento do livro. Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências, as atualizações legislativas, as mudanças regulamentares governamentais e o constante fluxo de novas informações sobre os temas que constam do livro, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que as informações contidas no texto estão corretas e de que não houve alterações nas recomendações ou na legislação regulamentadora. Data do fechamento do livro: 16/04/2021 O autor e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondose a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. Atendimento ao cliente: (11) 50800751 | faleconosco@grupogen.com.br Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright © 2021 by LTC | Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda. Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional Travessa do Ouvidor, 11 Rio de Janeiro – RJ – 20040040 www.grupogen.com.br Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela Internet ou outros), sem permissão, por escrito, da LTC | Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda. Capa: Leônidas Leite Imagem de capa: Acervo do autor Ficha catalográfica CIPBRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ M23ls Mamede Filho, João Subestações de alta tensão / João Mamede Filho. 1 ed. Rio de Janeiro : LTC, 2021. p. Inclui bibliografia e índice ISBN 9788521637547 1. Engenharia elétrica. 2. Subestações elétricas. 3. Alta voltagen. I. Título. 2169593 CDD: 621.3191 CDU: 621.3.027.3 Meri Gleice Rodrigues de Souza – Bibliotecária – CRB7/6439 Este trabalho é dedicado à memória de meu pai, João Mamede de Souza, à memória de minha mãe, Maria Nair Cysne Mamede, à minha esposa, Maria Elizabeth Ribeiro Mamede, à minha filha Aline Ribeiro Mamede (graduada em administração de empresas e mestrado em direito constitucional), ao meu filho Daniel Ribeiro Mamede (engenheiro eletricista e diretor presidente da CPE – Estudos e Projetos Elétricos), aos meus queridos netos Heitor Mamede Costa (8 anos), Lucas Mamede Costa (5 anos) e, finalmente, Davi Holanda Mamede (3 anos). Prefácio O objetivo deste livro é levar aos estudantes de Engenharia Elétrica e professores, bem como aos profissionais da área que atuam nesse segmento, os conhecimentos necessários ao desenvolvimento de projetos executivos de subestações de alta tensão, um assunto ainda pouco explorado no mercado editorial brasileiro. Para desenvolver este trabalho, de uma forma muito objetiva e prática, nos valemos da experiência da empresa CPE – Estudos e Projetos Elétricos na elaboração de projetos de subestações nas tensões de 13,80 kV a 230 kV. Assim, foi um desafio converter alguns dos projetos executivos de subestações que elaboramos em capítulos deste livro, fazendo as alterações necessárias para adequálos à estrutura de uma obra didática. No entanto, ressaltese que sempre buscamos manter, o mais próximo possível, a originalidade desses projetos. A título de informação, um projeto executivo de uma subestação de 230 kV/34,5 kV, de médio porte, por exemplo, pode consumir cerca de 1200 páginas destinadas somente à elaboração das especificações técnicas, memoriais de cálculos e memoriais descritivos diversos. Já nos desenhos desse mesmo projeto, seriam consumidas cerca de 5 plantas em tamanho A0, adicionadas aproximadamente a 20 plantas em tamanho A1, mais 80 plantas em tamanho A2 e, finalmente, cerca de 60 plantas em tamanho A3. Todo esse volume de documentos diz respeito somente ao desenvolvimento dos projetos elétrico, eletromecânico e civil. Outros documentos deveriam ser incorporados ao projeto, tais como o sistema de comunicação de dados e voz, o sistema de automação e os estudos de proteção, coordenação e controle. O livro Proteção de Sistemas Elétricos de Potência, de autoria compartilhada com o engenheiro Daniel Ribeiro Mamede, pode auxiliar o leitor nessa tarefa. Este livro possui oito capítulos. Os quatro primeiros são dedicados a conceitos, cálculos e especificações técnicas. Os capítulos subsequentes apresentam o desenvolvimento dos projetos executivos das subestações para as tensões de 13,80 kV, 69 kV, 138 kV e 230 kV. Cada projeto está acompanhado de um breve memorial descritivo das especificações técnicas dos equipamentos utilizados e, por fim, das plantas detalhadas e ordenadas na sequência usual. Dado o grande volume de folhas que demandariam as especificações técnicas, se fossem todas elas integralmente reproduzidas no livro, optamos por apresentar somente o texto referente às características técnicas fundamentais de cada equipamento especificado, omitindo as condições comerciais, prazos, validades, realização dos ensaios elétricos e mecânicos, aprovação dos desenhos do fabricante antes de iniciar a fabricação do equipamento e multas por descumprimento do prazo de entrega etc. No entanto, algumas especificações técnicas de menor volume de material foram reproduzidas integralmente, visando familiarizar o leitor com essas questões não propriamente técnicas, mas que devem fazer parte da aquisição do equipamento para garantir ao comprador um produto de alta qualidade técnica adequado às necessidades do projeto. João Mamede Filho • • • • • Agradecimentos Para que este trabalho fosse possível, contamos com a colaboração de parte da equipe de profissionais que trabalham na CPE – Estudos e Projetos Elétricos, que, com suas capacidades e esforços individuais, muito nos ajudaram a atingir os resultados esperados. Os projetos das subestações de alta tensão aqui desenvolvidos têm origem em projetos executivos reais e em operação, com as devidas adequações ao contexto de um livro didático, cujo objetivo é fornecer os necessários conhecimentos aos alunos, professores e profissionais que se dedicam a esse segmento da Engenharia Elétrica. Portanto, é nosso dever agradecer a esses profissionais pela colaboração prestada: Sandro Magalhães: estudante de Engenharia Civil, eletrotécnico e cadista, que elaborou grande parte dos desenhos dos projetos eletromecânicos originais das subestações, os quais foram, posteriormente, adequados para uso neste livro. Eládio dos Santos Filho: cadista responsável pela elaboração de todos os desenhos inseridos nos textos e parte dos desenhos dos projetos das subestações. Valéria Linduína: secretária responsável pela digitação de alguns capítulos e muitas tabelas. Isabele Araujo: engenheira graduada e mestre em telecomunicação, colaborou na formatação inicial dos originais e na conferência dos cálculos dos exemplos de aplicação. José Amilton de Souza Silva Filho: engenheiro civil responsável por todos os projetos de construção civil das subestações e linhas de distribuição/transmissão da CPE, incluindo os projetos de drenagem, hidrossanitário e de incêndio. Várias plantas desses projetos foram adequadas à composição deste livro. ■ ■ Material Suplementar Este livro conta com os seguintes materiais suplementares: Para todos os leitores: Plantas de Projeto dos Capítulos 6, 7 e 8 com o ícone : disponibilizadas em formato (.pdf) para serem visualizadas de forma ampliada. Todas as plantas foram feitas originalmente em papel A1 e A0 e reduzidas a nível de uma página de livro (requer PIN). Para docentes: Ilustraçõesda obra em formato de apresentação em (.pdf) (restrito a docentes cadastrados). Os professores terão acesso a todos os materiais relacionados acima (para leitores e restritos a docentes). Basta estarem cadastrados no GEN. O acesso ao material suplementar é gratuito. Basta que o leitor se cadastre e faça seu login em nosso site (www.grupogen.com.br), clique no menu superior do lado direito e, após, em GENIO. Em seguida, clique no menu retrátil e insira o código (PIN) de acesso localizado na orelha deste livro. O acesso ao material suplementar online fica disponível até seis meses após a edição do livro ser retirada do mercado. Caso haja alguma mudança no sistema ou dificuldade de acesso, entre em contato conosco (gendigital@grupogen.com.br). 1 1.1 1.2 1.2.1 1.3 1.3.1 1.3.2 1.3.3 1.3.4 1.3.5 1.3.6 1.3.7 2 2.1 2.2 2.2.1 2.2.2 2.2.3 2.2.4 2.2.5 2.2.6 2.2.7 2.2.8 2.2.9 2.2.10 2.2.11 2.2.12 2.3 2.3.1 2.3.2 2.3.3 2.3.4 2.4 3 3.1 3.1.1 3.1.2 4 4.1 4.2 4.2.1 4.2.2 4.3 4.4 4.4.1 4.4.2 4.4.3 4.4.4 4.4.5 4.5 4.5.1 4.5.2 4.5.3 4.5.4 4.5.5 4.5.6 4.5.7 Sumário CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE PROJETO INTRODUÇÃO COMPOSIÇÃO DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA Sistema de distribuição CARACTERÍSTICAS GERAIS Nível de tensão Categoria de utilização Forma de operação Funções das subestações Tipos construtivos Material das estruturas Meios de isolação DIMENSIONAMENTO DE BARRAMENTOS INTRODUÇÃO TIPOS DE ARRANJO DE BARRAMENTO Barramento simples no secundário e/ou no primário Barramento principal e de transferência Barramento simples seccionado Barramento simples com geração auxiliar Barramento duplo, 1 disjuntor a 2 chaves Barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves Barramento duplo, 1 disjuntor a 5 chaves Barramento duplo, 2 disjuntores a 4 chaves Barramento duplo e disjuntor e meio Barramento em anel seccionado Barramento em anel contínuo Barramento em anel modificado DIMENSIONAMENTO DE BARRAMENTO DE SUBESTAÇÕES Barramentos flexíveis Barramentos rígidos nus Barramentos rígidos isolados Dimensionamento dos barramentos ESPAÇAMENTOS ELÉTRICOS SERVIÇOS AUXILIARES INTRODUÇÃO Subestações simples de média tensão Subestações de alta tensão ELEMENTOS DE PROJETO DE SUBESTAÇÃO INTRODUÇÃO PLANEJAMENTO Planejamento de subestações de empreendimentos industriais Planejamento de subestações para empreendimentos de geração TIPOS DE SUBESTAÇÕES CLASSIFICAÇÃO DAS SUBESTAÇÕES – ARRANJO/CAPACIDADE Subestação de média tensão i Subestação de média tensão ii Subestação de média tensão iii Subestação de alta tensão i Subestação de alta tensão ii LEVANTAMENTO DE DADOS – PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO Levantamentos preliminares Projeto eletromecânico Projeto de arquitetura e de obras civis Projeto elétrico e eletromecânico Projeto de proteção Estudos elétricos de conexão Sistema de controle digital (sCd) da subestação 5 5.1 5.2 5.3 5.3.1 5.3.2 5.3.3 5.4 5.4.1 5.5 5.6 5.6.1 5.6.2 5.7 5.8 5.8.1 5.8.2 5.8.3 5.8.4 5.8.5 6 6.1 6.2 6.2.1 6.2.2 6.2.3 6.3 6.3.1 6.3.2 6.3.3 6.3.4 6.3.5 7 7.1 7.2 7.2.1 7.2.2 7.2.3 7.3 7.3.1 7.3.2 7.3.3 7.3.4 7.3.5 8 8.1 8.2 8.3 8.3.1 8.3.2 8.3.3 8.3.4 8.3.5 PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE MÉDIA TENSÃO (13,80 kV) INTRODUÇÃO CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DE UMA SUBESTAÇÃO SUBESTAÇÃO DE INSTALAÇÃO ABRIGADA Cabine de medição primária Cabine de proteção primária Cabine de transformação SUBESTAÇÃO DE INSTALAÇÃO EXTERIOR Classificação SUBESTAÇÃO E GERAÇÃO ASSOCIADA DIMENSIONAMENTO FÍSICO DAS SUBESTAÇÕES Subestações abrigadas Subestações de instalação ao tempo DIMENSIONAMENTO DOS BARRAMENTOS PRIMáRIOS PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE MÉDIA TENSÃO (13,8 kV) Projeto elétrico Projeto eletromecânico Projeto civil Especificações técnicas Plantas PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO (69 kV) INTRODUÇÃO COMPOSIÇÃO DE UMA SUBESTAÇÃO DE 69 kV Setor de alta tensão Setor de média tensão Casa de comando e controle DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE 69 kV Projeto elétrico Projeto eletromecânico Projeto civil Especificações técnicas Plantas PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO (138 kV) INTRODUÇÃO COMPOSIÇÃO DE UMA SUBESTAÇÃO DE 138 kV Setor de alta tensão Setor de média tensão Casa de comando e controle DESENVOLVIMENTO DE UMA SUBESTAÇÃO DE 138 kV Diagramas: unifilares de proteção, serviços auxiliares, funcionais e interligação Projeto eletromecânico Projeto civil Especificações técnicas Plantas PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO (230 kV) INTRODUÇÃO COMPOSIÇÃO DE UMA SUBESTAÇÃO DE 230 kV DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE SUBESTAÇÃO DE 230 kV Projeto elétrico Projeto eletromecânico Projeto civil Especificações técnicas Plantas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.1 1.2 1.2.1 1.2.1.1 1.2.1.2 INTRODUÇÃO Todo sistema de potência é constituído de três diferentes segmentos: geração, transmissão e distribuição. Para que a energia gerada no primeiro segmento chegue ao seu destino final, que é o consumidor que está ligado no sistema de distribuição, é necessário também que exista em cada um desses segmentos uma subestação que possa elevar e reduzir a tensão em diferentes níveis. Assim, as usinas elétricas, sejam elas hidráulicas, térmicas, eólicas ou fotovoltaicas, geram energia em baixos níveis de tensão. As usinas hidráulicas e térmicas normalmente geram em tensões que variam entre 6 kV e 25 kV. Já as usinas eólicas geram em tensões que variam entre 600 V e 800 V, para turbinas de pequeno e médio portes, e 12 kV para turbinas de grande porte, enquanto nas usinas fotovoltaicas o nível de tensão de geração é da ordem de 320 V a 1000 V. É fácil compreender que um grande bloco de energia gerada em tensões tão baixas não pode ser transportado por dezenas a várias centenas de quilômetros aos pontos de consumo. Logo, a energia gerada nesses níveis de tensão alimenta inicialmente um transformador que tem a função de elevar a tensão de geração para níveis compatíveis com o valor do bloco de energia gerada e com a distância a ser percorrida através de um sistema de transmissão. Como os equipamentos de consumo são fabricados, por motivos econômicos e de segurança, com baixos níveis de tensão, agora é necessário que a tensão do bloco de carga transportada seja reduzida a níveis compatíveis com os equipamentos consumidores, normalmente, variando entre 220 V e 440 V, entre fases. A elevação da tensão na geração reduz a corrente elétrica que circula nas linhas de transmissão que transportarão os blocos de potência gerada, reduzindo dessa forma, as perdas elétricas que fazem parte de qualquer sistema de transporte da energia. A Figura 1.1 mostra simplificadamente o que acabamos de descrever. Sistemas mais complexos de energia sofrem duas ou mais elevações de tensão no ponto onde a energia é gerada, como por exemplo, a energia eólica e a energia solar, depois de transportadas para perto dos centros de consumo, sofrem reduções de tensão em dois ou mais níveis até o consumidor final. Nos sistemas eólicos em que a tensão de geração é cerca de 700 V é necessário que se eleve essa tensão para 13,80 kV (pequenos parques eólicos) e para 34,5 kV (médios e grandes empreendimentos). Para que a potência gerada seja injetada na rede de distribuição ou na Rede Básica, novamente a tensão é elevada para 69 kV (pequenos parques eólicos) ou para 138 kV (para parques eólicos de médio e de grande porte) ou ainda para 230 kV (para parques eólicos de grande porte). Já próximo à carga consumidora, essa tensão é reduzida sucessivamente nos terminais das cargas consumidoras para níveis de 220 V ou 380 V trifásicos, a depender da região do Brasil. Sempre que necessitamos elevar ou reduzir a tensão de um sistema de potência fazse necessária a utilização do que denominamos subestação elevadora ou subestação abaixadora. Já as tensões normalmente utilizadas em redes de distribuição variam entre 13,2 V e 34,5 kV. COMPOSIÇÃO DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA Podemos conceituar um sistema elétrico de potência classificandoo da seguinte forma comoé usualmente feito. Sistema de distribuição Pode ser dividido em dois segmentos: Sistema secundário ou de baixa tensão É aquele no qual estão conectados os consumidores com cargas normalmente iguais ou inferiores a 50 kW. Esse sistema atende a residências, pequeno comércio, iluminação pública etc. Em geral o transformador é considerado no sistema secundário, apesar de ser um elemento do sistema elétrico intermediário entre os sistemas secundário e primário. Sistema primário ou de média tensão É aquele que interliga, em geral, o sistema secundário ao sistema de subtransmissão através dos transformadores de distribuição. Os sistemas entre 1 kV e 69 kV são considerados sistemas de média tensão. No entanto, as concessionárias que possuem redes elétricas em 69 kV costumam considerálo sistema de subtransmissão, conceito este que iremos adotar neste trabalho. São conectadas a esse sistema (13.800 V a 25.000 V) cargas comerciais de médio porte e cargas industriais de pequeno porte. Figura 1.1 1.2.1.3 1.2.1.4 1.2.1.5 1.3 1.3.1 Sistema de geração, transmissão e distribuição de energia. Sistema de subtransmissão É aquele que interliga os sistemas primários aos sistemas de transmissão através das subestações de potência. Esse sistema opera em tensões de 69 kV, 88 kV e 138 kV. São conectadas a esse sistema cargas comerciais de grande porte e cargas industriais de médio porte. Sistema de transmissão É aquele que interliga os sistemas de subtransmissão aos sistemas de geração através de subestações denominadas elevadoras, podendo também se interligar ao sistema de extraalta tensão. São conectadas a esse sistema cargas industriais de grande porte. As tensões usuais no Brasil em corrente alternada para os sistemas de transmissão variam entre 230 kV e 765 kV, ou seja: 230 kV, 345 kV, 440 kV, 500 kV e 765 kV. Essas tensões fazem parte da Rede Básica do Sistema Interligado Nacional, operado pelo ONS – Operador Nacional do Sistema. É comum considerar também sistemas de extraalta tensão aqueles em que as tensões são iguais e superiores a 500 kV. Sistema de transmissão em corrente contínua Atualmente no Brasil somente estão em operação dois sistemas de corrente contínua nas tensões de ±600 kV e ±800 kV para atender respectivamente à necessidade de aproveitamento dos hidrogeradores da usina hidroelétrica de Itaipu localizados no lado paraguaio, cuja frequência daquele país é de 50 Hz, e ao aproveitamento da energia gerada pela hidroelétrica de Belo Monte com extensão de 2087 km interceptando os estados do Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais. As linhas de transmissão em corrente contínua têm custos inferiores aos das linhas de corrente alternada. Porém devido ao elevado custo das estações conversoras, uma no ponto de conversão de corrente alternada para contínua, localizada normalmente na geração ou muito próxima dela, e uma ou mais estações conversoras de corrente contínua para alternada nos pontos de conexão com os sistemas de transmissão em corrente alternada tornam a solução dos sistemas de corrente contínua desvantajosa e apenas utilizada em empreendimentos específicos como no caso das usinas hidroelétricas de Itaipu e de Belo Monte. Os sistemas de corrente contínua apresentam menores perdas elétricas sendo competitivos com os sistemas de corrente alternada para longas distâncias. CARACTERÍSTICAS GERAIS A seguir faremos uma abordagem geral sobre as principais características das subestações, procurando classificálas de diferentes formas em função do nível de tensão, sua função no sistema, tipos construtivos etc. Nível de tensão O tipo mais frequente de subestação é aquela que eleva ou reduz o nível de tensão aplicada no barramento de entrada do fluxo de potência. Para determinar o nível de tensão que deve ser indicado para uma subestação podese simplificadamente utilizar a Equação (1.1). Vse – tensão nominal do sistema, em kV; Pc – potência da carga, em MW. Assim, uma indústria com carga instalada de 12,6 MW deve ser suprida por um sistema de tensão igual a Como a tensão mais próxima normalmente encontrada nas concessionárias é de 69 kV, será considerado esse nível de tensão para esse montante de carga. No entanto, é necessário que exista um sistema de distribuição com esse nível de tensão na área de localização da subestação do empreendimento. No caso em que exista rede de distribuição com diferentes níveis de tensão, a concessionária local pode estabelecer para aquela subestação a tensão de seu sistema distribuidor que está em condições operacionais adequadas com um mínimo de investimento para atendimento à carga solicitada pela indústria. Já para as usinas de geração termelétrica, eólica e fotovoltaica o nível de tensão normalmente é estabelecido tanto pela tensão do sistema mais próximo, mas que seja tecnicamente possível a conexão, quanto pelo custo do uso do sistema de distribuição/subtransmissão (13,80 kV – 69 kV – 138 kV) ou de transmissão (230 kV) a que esses geradores irão se 1.3.1.1 1.3.1.2 1.3.1.3 1.3.1.4 conectar e cujo custo do uso desses sistemas é estabelecido pelos parâmetros fornecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Muitas vezes, o custo para transportar a energia gerada pelo sistema define a tensão desses geradores. Dependendo da sua importância e confiabilidade requerida, as subestações podem ser concebidas de diferentes arranjos físicos, com diferentes níveis de tensão de operação. Dessa forma, podemos classificar as subestações, no que se refere a sua tensão de transformação, em diferentes níveis, sendo essa classificação meramente didática. Subestação de média tensão nível I É aquela cujo nível de tensão está compreendido entre 2,3 kV e 25 kV, sendo as de maior predominância as subestações na tensão de 13,8 kV utilizadas na maioria das regiões do Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil e as subestações de 13,2 kV utilizadas em algumas áreas das regiões do Nordeste do Brasil e também em poucos locais das regiões Sul, Sudeste e CentroOeste. Essas subestações, notadamente as de 13,2 kV e 13,8 kV, são utilizadas nas indústrias de pequeno e médio portes. Também são utilizadas em condomínios residenciais de grande porte e em estabelecimentos comerciais de consumo elevado. Nas instalações industriais de pequeno porte, as potências variam entre 300 kVA e 5000 kVA. Pela legislação, Resolução Normativa 414/2010 da ANEEL, atualizada pela Resolução Normativa 725/2016, a concessionária se obriga a atender a unidade consumidora até a potência demandada ou contratada de 2500 kW. Acima desse valor cabe à concessionária a decisão de atender ao empreendimento industrial através do seu sistema de distribuição local, em 13,20 kV ou 13,80 kV, ou através do seu sistema de subtransmissão nas tensões de 69 kV, 88 kV ou 138 kV. Esse mesmo procedimento é aplicado em edificações comerciais e em residências. A Figura 1.2 mostra a vista frontal de uma subestação industrial de 13,80 kV, muito comum nos empreendimentos industriais brasileiros. Subestação de média tensão nível II É aquela cujo nível de tensão está compreendido entre 34,5 kV e 46 kV, sendo as de maior predominância as subestações na tensão de 34,5 kV, utilizadas com muita frequência nas redes coletoras aéreas ou subterrâneas de parques eólicos e fotovoltaicos. Como esses níveis de tensão não são normalmente disponíveis nos sistema de distribuição das concessionárias brasileiras, as subestações de média tensão nível II são encontradas também em empreendimentos industriais de grande porte na função de subestações secundárias atendendo a determinados tipos específicos de carga. Subestação de alta tensão nível III São subestações utilizadas praticamente por todas as companhias distribuidoras de energia elétrica do Brasil. Seunível de tensão está compreendido entre 69 kV e 145 kV. As subestações de 69 kV são predominantes nessa faixa de tensão. Já as subestações de 138 kV têm seu uso restrito a poucos estados da Federação. No Nordeste, por exemplo, são empregadas pela Eletrobras Companhia Energética do Piauí (CEPISA), Companhia Energética de Pernambuco (CELPE) e Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA). Na região Sudeste existe o sistema de 88 kV, no qual um grande número de indústrias está conectado. As indústrias brasileiras de médio porte possuem subestações próprias, em sua grande maioria, na tensão de 69 kV. A Figura 1.3 mostra uma subestação de 69 kV, com arranjo simples típico utilizado tanto nas instalações industriais como em parques eólicos de pequeno e médio portes na função de subestação elevadora. Subestação de alta tensão nível IV São subestações utilizadas predominantemente na Rede Básica do Sistema Interligado Nacional (SIN). Seu nível de tensão está compreendido entre 230 kV e 440 kV. As subestações de 230 kV são utilizadas praticamente em todas as áreas das concessionárias do Brasil. As subestações industriais de 230 kV são operadas normalmente pelas equipes técnicas do próprio empreendimento, porém o arranjo de barramento de 230 kV deve obedecer aos Procedimentos de Rede do Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável pela operação da Rede Básica. Já as subestações de 345 kV pertencem em sua grande maioria a FURNAS Centrais Elétricas e a algumas concessionárias que operam no estado de São Paulo. A tensão de 230 kV é o menor nível de tensão do Sistema Interligado Nacional, operado pelo ONS. Figura 1.2 1.3.1.5 Vista frontal da subestação. As grandes indústrias brasileiras, principalmente as de eletrointensivas, possuem subestações próprias de 230 kV. A Figura 1.4 mostra uma subestação de 230 kV, com arranjo de barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves e cuja funcionalidade será discutida no Capítulo 2. Subestação de alta tensão nível V Classificadas como de ExtraAlta Tensão, são subestações utilizadas predominantemente na Rede Básica do Sistema Interligado Nacional (SIN). Seu nível de tensão está compreendido entre 500 kVca e ±800 kVcc. No Brasil a tensão máxima das subestações existentes em corrente alternada é de 765 kV (Furnas). No Norte e Nordeste predominam as subestações de 230 kV nos sistemas elétricos da Eletrobras Companhia Hidroelétrica do São Francisco S/A (CHESF) e da Eletrobras Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A (ELETRONORTE), sendo de 550 kV a tensão mais elevada dos sistemas elétricos das mencionadas geradoras. A Figura 1.5 mostra uma subestação de 500 kV. Figura 1.3 Subestação em estrutura de concreto armado – vista lateral. Figura 1.4 1.3.2 1.3.2.1 1.3.2.2 1.3.2.3 Subestação de 230 kV. Categoria de utilização As subestações podem ser planejadas e projetadas para exercer diferentes funções no sistema no qual irão operar. Subestação elevadora É aquela que eleva o nível de tensão gerado por uma fonte de energia elétrica e distribui a potência associada para as linhas de transmissão com tensão mais elevada do que a de origem. Assim, são as subestações de usinas hidráulicas, térmicas, eólicas, fotovoltaicas etc. Subestação abaixadora É aquela que reduz o nível de tensão gerado por uma fonte de energia elétrica e distribui a potência associada para as redes de distribuição aéreas e subterrâneas alimentando subestações com menor nível de tensão. É normalmente instalada na periferia dos centros urbanos com a finalidade de evitar que as linhas de transmissão de tensões elevadas sejam construídas no espaço urbano levando transtornos à população e limitando o uso do solo. Normalmente, essas subestações são alimentadas por linhas de transmissão de 230 kV e 550 kV as quais estão conectadas às redes de subtransmissão ou simplesmente de distribuição, denominação oficial dos Procedimentos de Rede, com tensões entre 69 kV e 138 kV. Subestação de distribuição É aquela destinada a reduzir o nível de tensão de forma a atender às necessidades das áreas de concessão de determinada região ou estado da Federação. Essas subestações normalmente pertencem às empresas de distribuição de energia elétrica e aos consumidores de médio porte. Normalmente, são subestações do tipo aérea instaladas em poste de concreto armado ou de ferro e são conectadas às redes de distribuição aéreas, ou do tipo padmounted, ou ainda do tipo subterrâneo, quando conectadas a redes subterrâneas. As tensões frequentes são 13,2 kV e 13,8 kV. Figura 1.5 1.3.2.4 1.3.2.5 1.3.2.6 1.3.2.7 Subestação de extraalta tensão de 500 kV. Subestação de manobra É aquela que se destina ao chaveamento de linhas de transmissão de 230 kV a 750 kV. Em geral, são subestações pertencentes à Rede Básica. Também existem subestações de manobra que operam em sistemas de tensões de 138 kV, 88 kV ou 69 kV. Subestação conversora É uma subestação normalmente pertencente ao sistema de corrente contínua e que pode ser retificadora ou inversora. Subestação industrial É aquela que é suprida por um ou mais alimentadores de uma rede de distribuição pública ou por uma ou mais linhas de subtransmissão ou transmissão, reduzindo a tensão de alimentação a valores compatíveis com as tensões de utilização da indústria. Subestação móvel É aquela montada sobre um veículo motorizado ou não e tem por objetivo atender a situações emergenciais. Na sua grande maioria utiliza equipamentos compactos e é composta pelos seguintes elementos: (i) chave seccionadora tripolar do lado primário; (ii) disjuntor no lado primário; (iii) transformador de potência com capacidade nominal definida pela empresa utilizadora para atender a maior demanda que o sistema vai requerer em situação emergencial; (iv) disjuntor no lado secundário; (v) chave seccionadora do lado secundário; (vi) painel de relés de proteção; (vii) chave seccionadora do transformador de serviços auxiliares; e (viii) transformador de serviços auxiliares. Outros equipamentos podem ser utilizados em função das necessidades de uso da subestação móvel. Em geral, esse tipo de subestação é adquirido pelas empresas concessionárias de energia elétrica para usar em suas subestações fixas quando da perda do transformador de potência. Pode ser utilizada também em eventos realizados em locais onde não há centros de transformação com capacidade necessária para atender à demanda esperada. Existem subestações móveis em média e alta tensão, ou seja, (i) 13.800/380220 V; (ii) 69/13,8 kV e (iii) 230/69 kV. Essas subestações são quase sempre alimentadas pelo sistema de distribuição ou transmissão presente no local de utilização. Raramente, são alimentadas por geradores móveis. Existem também empresas privadas que adquirem esse tipo de subestação para prestação de serviços tanto às concessionárias de serviço público como ao setor industrial. As subestações móveis podem ser fabricadas do tipo aberto ou do tipo fechado (enclausurado). Esse último tipo de subestação, em geral, é transportado até o local de utilização e instalado em uma base fixa de forma temporária. 1.3.3 1.3.3.1 1.3.3.2 1.3.4 1.3.4.1 1.3.4.2 1.3.4.3 1.3.4.4 • • • • Figura 1.6 a) • • • • Forma de operação Há três formas distintas de operação de uma subestação. Subestações com operação presencial São aquelas que exigem a presença constante de um operador, em geral, com revezamento por turno. Para pequenas subestações com tensões iguais ou superiores a 69 kV é necessário apenas 1 (um) operador por turno. Para subestações mais complexas há exigência de 2 (dois) ou mais operadores. Esse tipo de subestação está aos poucos migrando para sistemas com tecnologias mais avançadas e são denominadas subestações de operação assistida ou supervisionadas. Subestações supervisionadas São aquelas dotadas de um sistema supervisório digital que permite que se controle e supervisione a partirde locais remotos todos os pontos de importância operacional da subestação. Para operar essas subestações não há necessidade da presença de um operador. Essas subestações possuem um sistema digital capaz de acionar equipamentos, registrar as informações de corrente, tensão, potência etc., em tempo real, enviando essas informações ao Centro de Operação do Sistema que comanda, controla e supervisiona toda a subestação. Além disso, as subestações possuem um sistema de câmeras com visão noturna instalado em pontos estratégicos (entradas, barramentos, casa do comando e controle) que estão integradas ao sistema supervisório. São utilizados também sensores de presença do tipo térmico que enviam sinal de alarme de intrusão para o Centro de Operação do Sistema. Funções das subestações Em termos gerais, as subestações podem ser classificadas como a seguir. Subestação central de transmissão É aquela normalmente construída ao lado das usinas produtoras de energia elétrica, cuja finalidade é elevar os níveis de tensão fornecidos pelos geradores para transmitir a potência gerada aos grandes centros de consumo. Subestação receptora de transmissão É aquela construída próxima aos grandes blocos de carga e que está conectada, através de linhas de transmissão, à subestação central de transmissão ou a outra subestação receptora intermediária. Subestação de subtransmissão É aquela construída, em geral, no centro de um grande bloco de carga, alimentada pela subestação receptora e de onde se originam os alimentadores de distribuição primários, suprindo diretamente os transformadores de distribuição e/ou as subestações de consumidor. Subestação de consumidor É aquela construída em propriedade particular suprida através de alimentadores de distribuição primários, originados das subestações de subtransmissão e que suprem os pontos finais de consumo. As subestações de consumidor podem ser do tipo industrial, quando implantada dentro de uma instalação industrial, comercial, quando implantada em empreendimentos comerciais, tais como shopping center, edifícios para escritórios etc., e residencial, quando instaladas em edificações para uso de moradia. A Figura 1.6 mostra, esquematicamente, a posição de cada tipo de subestação dentro do contexto de um sistema de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. As concessionárias de serviço público de energia elétrica geralmente possuem normas próprias que disciplinam a construção das subestações de consumidor, estabelecendo critérios, condições gerais de projeto, proteção, aterramento etc. Todas as companhias concessionárias de distribuição de energia elétrica disponibilizam aos interessados as normas de fornecimento em tensões primária e secundária que, no seu todo, está compatível com as normas brasileiras, notadamente as normas Instalações Elétricas de Baixa Tensão (NBR 5410) e Instalações Elétricas de Alta Tensão (NBR 14039). A escolha do número de subestações dentro de uma planta industrial depende da localização e concentração das cargas, bem como do fator econômico que envolve essa decisão, cujas linhas de orientação são: Quanto menor a capacidade da subestação, maior o custo por kVA. Quanto maior o número de subestações unitárias, maior será o emprego de cabos de média tensão. Desde que convenientemente localizadas, quanto maior o número de subestações unitárias, menor será o emprego de cabos de baixa tensão. Quanto menor o número de subestações unitárias de capacidade elevada, menor será o emprego de cabos de média tensão e maior o uso de cabos de baixa tensão. Funções das subestações inseridas em um sistema elétrico. Como se pode observar, o projetista deve assumir um compromisso técnicoeconômico que melhor favoreça tanto a qualidade da instalação como o custo resultante. É comum o projetista receber do interessado a planta baixa com o arranjo físico das máquinas e com o espaço reservado para a subestação. Um projeto de subestação deve conter os seguintes elementos: Memorial descritivo Visa a fornecer aos interessados (inclusive à concessionária que aprovará o projeto) os seguintes dados: Finalidade do projeto. Local onde vai ser construída a subestação. Carga prevista e tipo de subestação (abrigada, ao tempo, blindada etc.). Memorial de cálculo da demanda prevista. • • 1.3.5 1.3.5.1 Descrição sumária de todos os elementos de proteção utilizados, baseada no fluxo de carga e no cálculo do curtocircuito. Características completas de todos os equipamentos utilizados. No caso de empreendimentos fabris, o valor das cargas elétricas de uma indústria define a capacidade nominal da subestação que será adotada. Essa subestação pode ser localizada em um único ponto da indústria ou ser distribuída em vários pontos normalmente próximos aos centros de carga. Como já comentamos, a legislação estabelece que a concessionária de serviço público de eletricidade se obriga a suprir os seus consumidores em média tensão até uma demanda máxima contratada de 2500 kW. A partir desse valor, o suprimento deve ser em alta tensão, ou seja, nas tensões de 69 kV, 88 kV, 138 kV ou 230 kV, de acordo com o sistema disponível no local do empreendimento, considerando ainda: (i) o valor da carga a ser suprida e o cálculo econômico; (ii) o custo da rede de alimentação externa; (iii) o custo da subestação; e (iv) o valor da tarifa média da energia a ser consumida em cada uma das opções mencionadas. No entanto, a concessionária poderá, a seu critério, suprir o consumidor em média tensão com demanda superior a 2500 kW, em função da disponibilidade do seu sistema de distribuição. As subestações de média tensão (15 kV) constituem a grande maioria das aplicações industriais. No entanto, com a utilização crescente de cargas que demandam grande consumo de energia elétrica é necessário que sejam utilizadas subestações com maior capacidade nominal, sendo as de maior aplicação as subestações na tensão de 69 kV (utilizadas genericamente na maioria das regiões brasileiras), na tensão de 88 kV (utilizadas em parte da região Sudeste) e na tensão de 230 kV (utilizadas genericamente em todas as regiões brasileiras). Tipos construtivos Os principais tipos construtivos das subestações são os seguintes. Instalação abrigada São aquelas cujos equipamentos são instalados no interior de uma edificação normalmente feita com estrutura de concreto armado. Tem seu aspecto construtivo visto na Figura 1.7. Esse galpão contém uma subestação abrigada de 2 × 15 MVA – 69/13,8 kV construído em uma zona com elevada poluição salina. Nesse tipo de subestação todos os equipamentos de alta tensão são instalados no interior de uma construção que pode ser totalmente fechada com ventilação ou parcialmente fechada. Em subestações sujeitas a altos índices de poluição, seja por concentração de contaminantes salinos (muito próximas ao litoral) ou contaminantes industriais, são normalmente instaladas abrigadas. Apresentam um custo mais elevado. Não são raras subestações abrigadas em 69 kV ou 88 kV. Somente em casos muitos especiais são construídas subestações abrigadas em 230 kV. Nesse nível de tensão, em geral, quando se faz necessária a instalação de uma subestação abrigada utilizase o tipo de subestação compacta Gas Insulation Switchgear (GIS), em que todos os equipamentos de alta tensão, TCs, TPs, disjuntores e chaves seccionadoras, são instalados no interior de robustos cilindros metálicos, cheios do gás SF6, sob pressão. Figura 1.7 1.3.5.2 1.3.5.3 Subestação de 69/13,8 kV abrigada para dois transformadores e uma LT. Instalação ao tempo em barramentos nus e instalação convencional São aquelas cujos equipamentos devem ser próprios para instalação ao tempo, sujeitos à chuva e a outras intempéries. Seu aspecto construtivo é visto na Figura 1.8. É o tipo mais comum e de menor custo. Nesse caso, são utilizados equipamentos convencionais de alta tensão, TCs, TPs, pararaios, disjuntores e chaves seccionadorasfabricadas para operação ao tempo, sujeitos a intempéries. A grande maioria dos projetos de subestações de alta tensão, iguais e superiores a 69 kV, são de construção ao tempo. Instalação ao tempo em barramentos isolados compactos São aquelas construídas ao tempo utilizando equipamentos convencionais e equipamentos compactos, porém com os barramentos cobertos com material isolante sem blindagem eletrostática. Dessa forma, podemse arranjar os barramentos com distâncias inferiores aos valores necessários quando se trata de subestações constituídas de barramentos rígidos. Esse tipo de subestação permite ser construído em uma área com dimensões inferiores às dimensões necessárias à construção de subestações convencionais ao tempo. Em áreas urbanas, em que o preço do terreno é muito elevado, pode ser conveniente optar por essa solução. Figura 1.8 1.3.5.4 1.3.6 1.3.6.1 1.3.6.2 1.3.7 1.3.7.1 Instalação ao tempo em barramentos nus e instalação convencional. Instalação blindada São as subestações cujos equipamentos de potência convencionais estão instalados no interior de cubículos metálicos. Dependendo do grau de proteção do cubículo, podem ser instaladas ao tempo ou somente em ambientes abrigados. Têm seu aspecto construtivo visto na Figura 1.9. Esse tipo de subestação é normalmente empregado em locais onde há restrição de área, ou para alimentação de uma carga elevada junto à qual se instala essa subestação. Nesse caso, devese adotar o grau de proteção contra penetração de objetos sólidos, partículas ou penetração de água quando se tratar de subestação de instalação ao tempo. Normalmente, as subestações blindadas são construídas para sistemas de média tensão até 34,5 kV. Material das estruturas As subestações de instalação ao tempo podem ser construídas utilizando diferentes tipos de estruturas. Estrutura de concreto armado A estrutura de concreto armado é utilizada normalmente nos projetos de subestações de construção ao tempo, em tensão igual ou superior a 13,8 kV, em que são utilizados postes duplo T ou postes de concreto armado de seção retangular, normalmente construídos para aquela subestação em particular. É pouco o número de subestações construídas na faixa de tensão entre 6,6 kV e 46 kV, ou seja, subestações de níveis de tensões I e II, utilizando estruturas de concreto armado. Normalmente, essas subestações são de instalação abrigada em construções de alvenaria ou blindadas. A Figura 1.10 mostra uma subestação de 230 kV de construção em estrutura de concreto armado. Estrutura metálica É utilizada em geral nos projetos de subestações de construção ao tempo, em tensão igual ou superior a 69 kV. Esse tipo de subestação normalmente tem seu custo superior ao custo das subestações construídas com estruturas de concreto armado. A vantagem das subestações de estruturas metálicas é quanto à facilidade de deslocamento das mesmas para o local da obra. Essas estruturas são montadas em pequenas seções quando comparadas com as estruturas de concreto armado, o que facilita o seu transporte para subestações em locais de difícil acesso. A Figura 1.11 mostra uma subestação de 230 kV de construção em estrutura metálica. Meios de isolação As subestações podem ser isoladas por diferentes meios isolantes. Isolação a ar São as subestações de maior uso devido ao seu baixo custo quando comparadas com outros tipos de subestações isoladas por outros meios isolantes. Essas subestações normalmente ocupam espaços maiores do que os demais tipos de subestação. A Figura 1.11 mostra uma subestação de 230 kV com isolação a ar utilizando estruturas metálicas. Figura 1.9 Figura 1.10 Subestação blindada – vista frontal externa e interna. Subestação em estrutura de concreto armado – vista lateral. Figura 1.11 1.3.7.2 1.3.7.3 Figura 1.12 1.3.7.4 Subestação em estrutura metálica (230 kV). Conjunto de componentes compactos a SF6 Também denominado Compact Air Insulated Switchgear (CAIS), esse é o tipo de subestação muito compacta. A tecnologia é de domínio de somente alguns fabricantes. São utilizadas apenas em locais onde há séria restrição de área, tal como ocorre em centros comerciais urbanos muito densos, em que o custo do terreno é muito elevado, ou a carga necessita de elevado grau de confiabilidade e continuidade do serviço. A área ocupada por esse tipo de subestação é de aproximadamente 50 % da área ocupada por uma subestação do tipo convencional, instalação ao tempo. A Figura 1.12 mostra um conjunto compacto onde estão integrados três transformadores de corrente, três transformadores de potencial, um disjuntor de potência e duas chaves seccionadoras. Isolação total a SF6 Também denominada Gas Insulation Switchgear (GIS), esse é o tipo de subestação mais compacta que atualmente é fabricada. A tecnologia é de domínio de poucos fabricantes. É utilizada somente em locais onde o espaço para construção é muito restrito, tal como ocorre em centros comerciais de alta concentração de carga, em que o custo do terreno é extremamente elevado, ou a carga necessita de elevadíssimo grau de confiabilidade e continuidade do serviço. A área ocupada por esse tipo de subestação é de aproximadamente 15 % da área ocupada por uma subestação do tipo convencional, instalação ao tempo, e ocupa um volume de apenas 20 %. Conjunto compacto isolado a SF6 (TCsTPschavedisjuntor). Nesse tipo de subestação todos os componentes de potência, incluindo os barramentos, estão instalados nos cilindros e compartimentos metálicos cheios do gás SF6, sob pressão, constituindose um bloco metálico muito compacto. Essas subestações são normalmente instaladas abrigadas. Isolação híbrida É o tipo de subestação que agrega a tecnologia das subestações de isolação a ar e a tecnologia das subestações isoladas a SF6. A tecnologia relativa à seção de SF6 é de domínio de poucos fabricantes. Já a tecnologia da seção de isolação a ar é de conhecimento geral. É utilizada somente em locais onde há alguma restrição de espaço, ou a carga necessita de um razoável grau de confiabilidade e continuidade do serviço. A área ocupada por esse tipo de subestação é de aproximadamente 65 % da área ocupada por uma subestação do tipo convencional, instalação ao tempo. 2.1 2.2 • – – • 2.2.1 • – – • – – – – – • 2.2.2 INTRODUÇÃO As subestações são dotadas de barramentos nos quais são conectados tanto os circuitos alimentadores como os circuitos de distribuição, incluindose os transformadores de potência, banco de capacitores etc. A configuração do barramento de uma subestação influi significativamente no custo do empreendimento, na flexibilidade de recursos operacionais, na perda de carga durante a manutenção da subestação etc. As concessionárias de serviços públicos de eletricidade normalmente adotam padrões de estruturas, denominados bays ou vãos, que podem ser definidos como a parte da subestação, correspondente a uma entrada (vão de entrada de linha) ou à saída de linha (vão de saída de linha), a um transformador (vão de transformador) ou a um equipamento qualquer utilizado na subestação, como, por exemplo, banco de capacitores, banco de reguladores etc. TIPOS DE ARRANJO DE BARRAMENTO Existem vários tipos de arranjo de barramentos primários e secundários como a seguir analisados. Cada um desses arranjos deverá ser selecionado em função das características da carga, do nível de confiabilidade e continuidade desejado, do nível de flexibilidade de manobra e recomposição da subestação. De forma geral, os barramentos podem ser classificados como: Barramentos de condutores nus Condutores flexíveis: devido às oscilações decorrentes do vento e dos esforços eletromecânicos associados, necessitam de distâncias maiores entre fases e entrefase e terra. Condutores rígidos: não oferecem os inconvenientes técnicos dos condutores flexíveis. Barramentos de condutores isolados Normalmente são fabricados com condutores rígidos. Seu uso é restrito, em virtude de seu custo ser mais elevado. A seguir será feita uma análise dos vários arranjos de barramento que podem ser utilizados em projeto de subestações. Barramento simples no secundário e/ou no primário Esse tipo de barramento é empregado praticamente em todas as subestações de níveis de tensões I e II, ou seja, de 2,3 a 46 kV. Pode também ser aplicado tanto no barramento de tensão superior como no barramento de tensão inferior. Quando utilizado no barramento de tensão inferior com mais de um transformador de potência permite colocar em operação em paralelo esses transformadores. Nesse caso, é preciso atentar para o fato de que a corrente de curtocircuito deve aumentar consideravelmente a cada transformador que é posto em paralelo, podendo inviabilizar o projeto por não ser possível encontrar no mercado os equipamentos com capacidade de interrupção adequada ao nível de curtocircuito resultante. Essa configuração, barramento simples, está mostrada na Figura 2.1. Vantagens Baixo nível de investimento. Operação extremamente simples. Desvantagens Defeito no barramento ou no disjuntor geral obriga o desligamento da subestação. Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários desliga a carga correspondente. Trabalhos de manutenção e ampliação no barramento implicam o desligamento da subestação. Trabalhos de manutenção no disjuntor geral ou chave seccionadora implicam o desligamento da subestação. Trabalhos em qualquer disjuntor ou chave seccionadora dos circuitos secundários implicam o desligamento das cargas correspondentes. Aplicação Alimentação de cargas que podem sofrer interrupções de tensão demoradas, sem custos sociais e financeiros relevantes. Barramento principal e de transferência Esse tipo de arranjo pode ser aplicado tanto no barramento de tensão inferior [Figura 2.2(a)] como no barramento de tensão superior [Figura 2.2(b)]. Figura 2.1 • – – • – – • – – • – – – – – • – • – 2.2.3 Barramento simples. Quando utilizado no nível de tensão inferior se ganha muito com a flexibilidade operativa da carga, de acordo com a Figura 2.2(a), podendose ter, entre outras, as seguintes configurações: Posição normal de operação Chaves abertas: (C), (C1), (F)... (F4). Chaves fechadas: (A), (A1), (B), (B1), (D)... (D4), (E)... (E4). Perda do transformador (1) Admitese que o transformador (2) suportará toda a carga. Chaves abertas: (A), (B), (C), (F)... (F4). Chaves fechadas: (A1), (B1), (D1)... (D4), (E1)... (E4). Manutenção ou defeito no disjuntor associado uma das chaves (D) e (E) Chaves abertas: (D), (E), (C), (C1). Chaves fechadas: (G), (H), (F), (D1)... (D4), (E1)... (E4). Observar que o disjuntor de transferência substitui o disjuntor associado às chaves (D) e (E) que estão abertas. Vantagens Aumento da continuidade do fornecimento. Médio nível de investimento. Facilidade operacional de manobra no circuito secundário. Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários interrompe apenas momentaneamente a carga associada. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído sem interrupção do fornecimento. Desvantagens Defeito no barramento principal obriga o desligamento da subestação. Aplicação Alimentação de indústrias de médio e grande portes. Deixase para o leitor descobrir as configurações possíveis do barramento de tensão superior. Barramento simples seccionado Esse sistema é indicado para a condição de não se desejar a operação contínua em paralelo de dois ou mais transformadores e quando também não for desejável por em paralelo os alimentadores de alta tensão, conforme mostramos na Figura 2.3. Poderemos ter, entre outros, as seguintes configurações: • – – • – – • – – • – – – – – – – – • – Operação normal Chaves abertas: (E), (F). Chaves fechadas: todas as demais. Operação com a perda do alimentador (1) Supõese que o alimentador e o transformador (2) possam atender a toda carga. Chaves abertas: (A), (B), (C), (D). Chaves fechadas: (A1), (B1), (C1), (D1) e as demais chaves, excluídas as chaves definidas como abertas. Operação em paralelo dos transformadores Chaves abertas: nenhuma. Chaves fechadas: todas. Vantagens Continuidade do fornecimento regular. Baixo nível de investimento. Facilidade operacional de manobra no circuito secundário ou de média tensão. Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários interrompe somente a carga associada. Capacidade de transferência da carga de uma barra para outra com a perda de uma das fontes de tensão, desde que cada fonte tenha capacidade para suprimento de toda a carga. Alternativa de operar ou não com os dois transformadores em paralelo. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído com interrupção do fornecimento somente da carga associada. A perda de um barramento afeta somente as cargas a ele conectadas. Desvantagens Perda da metade da carga da subestação quando ocorrer um defeito em qualquer um dos barramentos. Figura 2.2 (a) Barramento principal e de transferência: somente no secundário. Figura 2.2 (b) Barramento principal e de transferência: no primário e no secundário. Figura 2.3 • – 2.2.4 Barramento simples seccionado. Aplicação Alimentação de cargas cujos transformadores não devam ser postos a operar em paralelo e quando não se deseja também colocar em paralelo os alimentadores de alta tensão, através dos secundários dos transformadores de potência. Barramento simples com geração auxiliar Esse sistema é indicado quando se necessita operar uma usina de geração termelétrica para funcionamento em emergência, na ponta de carga ou no controle da demanda por injeção de geração. Esse arranjo está mostrado na Figura 2.4. Figura 2.4 • – – • – – • – – • – – – – – Duplo barramento simples com geração auxiliar. Podemos ter, entre outras, as seguintes configurações: Operação normal Chaves abertas: (C), (D), (G), (H). Chaves fechadas: (A), (B), (E), (F) e demais chaves. Operação em emergência ou na ponta de carga Chaves abertas: (E), (F). Chaves fechadas: (A), (B), (C), (D), (G), (H) e demais chaves, excluídas as chaves anteriores. Operação em paralelo entre o sistema principal e gerador auxiliar Pode ser utilizada para cortar os picos de demanda e evitar acréscimo na fatura mensal. Chaves abertas: nenhuma. Chaves fechadas: todas. Vantagens Continuidade do fornecimento aumentada. Custo de investimento baixo, excluindo a aquisição da central de geração. Facilidade operacional de manobra no circuito secundário. Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários interrompe somente a carga associada. Capacidade de transferência da carga de uma barra para outra com a perda de uma das fontes de energia, desde que a fonte de geração auxiliar tenha capacidade para suprimento de toda a carga. – – • – – • – 2.2.5 • – – • – – • – – • – – – – – – • – – • – 2.2.6 • – – • – – • – – Alternativa de operar na ponta, em situação de emergência com a perda da fonte principal ou ainda poder controlar a demanda máxima para fins tarifários, injetando a geração auxiliar. A perda de um barramento afeta somente as cargas a ele conectadas. Desvantagens Perda da carga da subestação associada ao barramento em que ocorrer um defeito. Qualquer equipamento conectado ao barramento ao ser retirado e substituído forçará a interrupção do fornecimento somente das cargas associadas ao barramento que deve ser desligado. Aplicação Nas indústrias e grandes consumidores comerciais que necessitam de geração auxiliar, como garantia de continuidade de fornecimento de energia elétrica. Barramento duplo, 1 disjuntor a 2 chaves É um arranjo que envolve poucos disjuntores e muitas chaves seccionadoras e possibilita vários arranjos quando da perda de disjuntores de carga. Podemos ter, entre outras, as seguintes configurações, de conformidadecom a Figura 2.5: Operação normal Chaves abertas: (C), (D), (H), (J), (L). Chaves fechadas: (A), (B), (E), (I), (K), (M) e as chaves associadas aos disjuntores de carga. Operação com a perda do barramento (1) Chaves abertas: (C), (D), (H), (J), (L), (F), (G). Chaves fechadas: (A), (B), (E), (I), (K), (M) mantendo fechadas as chaves dos disjuntores de carga. Operação com perda do disjuntor de média tensão, associado às chaves (A) e (B) Neste caso, o disjuntor de transferência substitui o disjuntor geral de média tensão associado às chaves (A) e (B). Chaves abertas: (A), (B), (H), (J), (L). Chaves fechadas: (C), (D), (G), (F), (I), (K), (M) mantendo fechadas as chaves dos disjuntores de carga. Vantagens Boa continuidade de fornecimento. Investimento moderadamente baixo. Facilidade operacional de transferência de circuitos de um barramento para o outro. Qualquer um dos barramentos pode ser retirado de operação para manutenção, sem afetar a carga. A perda de um barramento não afeta a carga a ele conectada, já que pode ser transferida para o outro barramento. O disjuntor de transferência pode substituir o disjuntor geral de média tensão. Desvantagens Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários interrompe a carga associada. Elevada exposição a falhas no barramento, em função da grande quantidade de chaves. Aplicação Nas indústrias que necessitam de um bom grau de continuidade e confiabilidade de fornecimento em média tensão. Barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves Esse arranjo é um dos mais utilizados em subestações de 230 kV, notadamente naquelas que são conectadas à Rede Básica. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estabelece, para qualquer consumidor, ou gerador de 230 kV, que seja adotado esse arranjo na configuração final do projeto, flexibilizando, na sua implantação, a ausência de alguns equipamentos, tais como chaves e disjuntores. Podemos ter, entre outras, as seguintes situações, conforme Figura 2.6: Operação normal Chaves abertas: (E), (F), (C), (D), (G), (I) e as chaves numericamente correspondentes. Chaves fechadas: (A), (B), (H), (J) e as chaves numericamente correspondentes. Operação com a perda do barramento (1) Chaves abertas: (B), (B1), (C), (C1), (E), (F), (H), (I) e as chaves numericamente correspondentes. Chaves fechadas: (A), (D), (G), (J) e as chaves numericamente correspondentes. Perda do disjuntor de alta tensão da linha de transmissão (1) Chaves abertas: (A), (B), (D), (G), (I) e as chaves numericamente correspondentes. Chaves fechadas: (C), (F), (E), (H), (J) e as chaves numericamente correspondentes. Figura 2.5 Barramento duplo, 1 disjuntor a 2 chaves. Figura 2.6 • – – • – – – – – • – – • – Barramento duplo, 1 disjuntor a 4 chaves. Perda do disjuntor associado a uma das chaves (H), (J) Chaves abertas: (C), (D), (G), (H), (J) e as demais chaves permanecem na posição normal. Chaves fechadas: (A), (B), (E), (F), (I) e as demais chaves permanecem na posição normal. Vantagens Continuidade do fornecimento aumentada. Facilidade operacional de transferência de circuitos de um barramento para o outro. Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários interrompe temporariamente a carga associada. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, sem a interrupção do fornecimento da carga associada. A perda de um barramento não afeta as cargas a ele conectadas, já que podem ser transferidas para o outro barramento. Desvantagens Maior exposição a falhas devido à grande quantidade de chaves e conexões. Investimento elevado. Aplicação Nas indústrias e nas unidades de geração de grande porte que necessitam de alto grau de continuidade e confiabilidade de fornecimento. 2.2.7 • – – • – – • – – • – – – – – – – – • – – • – 2.2.8 • – – • – – • – – – – • – • – 2.2.9 Barramento duplo, 1 disjuntor a 5 chaves O arranjo do barramento duplo, 1 disjuntor a 5 chaves pode ser aplicado tanto para o lado de alta tensão como para o lado de média tensão. Esse é um dos arranjos de maior confiabilidade e continuidade e é utilizado em subestações de grande porte em tensão igual ou superior a 230 kV. Podemos ter, entre outras, as seguintes configurações, conforme está indicado na Figura 2.7: Operação normal Chaves abertas: todas as chaves excluindose aquelas que se seguem. Chaves fechadas: (A), (B), (D), (G), (H), (I) e as chaves numericamente correspondentes. Perda do disjuntor de média tensão do transformador (1) Chaves abertas: (A), (B), (E), (G), (J), (C1), (D1), (G1), (J1) e as chaves numericamente correspondentes. Chaves fechadas: (C), (D), (M), (N), (F), (H), (I), (A1), (B1), (E1), (F1), (H1), (I1) e as chaves numericamente correspondentes. Neste caso o disjuntor associado às chaves (M), (N) substituirá o disjuntor de média tensão do transformador (1). Perda do barramento (1) Chaves abertas: (C), (D), (M), (N), (G), (J), e as chaves numericamente correspondentes. Chaves fechadas: (A), (B), (E), (F), (H), (I) e as chaves numericamente correspondentes. Vantagens Continuidade do fornecimento muito elevada. A seleção do barramento pode ser feita sob condição de carga. Defeito em qualquer disjuntor dos circuitos secundários interrompe temporariamente a carga associada. A perda do barramento (1) não afeta o fornecimento à carga. A perda do barramento (2) não afeta o fornecimento à carga. Qualquer barramento pode ser utilizado como barramento de transferência. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, sem a interrupção do fornecimento da carga associada. A perda de um barramento não afeta as cargas a ele conectadas, já que podem ser transferidas para o outro barramento. Desvantagens Maior exposição a falhas em razão da grande quantidade de chaves e conexões. Investimento muito elevado. Aplicação Nos sistemas de suprimento altamente interconectados. Barramento duplo, 2 disjuntores a 4 chaves O arranjo do barramento duplo, 2 disjuntores a 4 chaves, mostrado na Figura 2.8, pode ser aplicado também para o lado de alta tensão. Esse é um arranjo de grande confiabilidade e continuidade e é utilizado em subestações em tensão de 69 a 230 kV. Podemos ter, entre outras, as seguintes configurações: Operação normal Chaves abertas: todas as chaves excluindose aquelas que se seguem. Chaves fechadas: (A), (B), (D), (E) e as chaves numericamente correspondentes. Perda do disjuntor de média tensão do transformador Chaves abertas: (A), (B), (D), (E) e as chaves numericamente sequenciadas. Chaves fechadas: (H), (I), (G), (F) e as chaves numericamente sequenciadas. Vantagens Continuidade do fornecimento aumentada. Facilidade operacional de transferência de circuitos de um barramento para o outro. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, sem interrupção do fornecimento. A perda de um barramento não afeta as cargas a ele conectadas, já que podem ser transferidas para o outro barramento. Desvantagens Investimento elevado. Aplicação Nas indústrias e unidades de geração de grande porte e na alimentação de subestações de centros urbanos de grande importância. Barramento duplo e disjuntor e meio O arranjo de barramento duplo e disjuntor e meio, mostrado na Figura 2.9, pode ser aplicado tanto para o lado de alta tensão como para o lado de média tensão. Esse é um dos arranjos de maior confiabilidade, continuidade e flexibilidade e é utilizado em subestações de grande porte em tensão superior a 230 kV. Figura 2.7 • – – • – – • – – – – – – – • – – • – Barramento duplo, 1 disjuntor a 5 chaves. Podemos ter, entre outras, as seguintes situações: Operação normal Chaves abertas: (G) e (H), e as chaves numericamente correspondentes. Chaves fechadas: (A), (B), (C), (D), (E), (F) e as chaves numericamente correspondentes. Perda do disjuntor de média tensão do transformador (1) Supõese, neste caso, que o transformador (2) possa atender a todas as cargas (1a opção). Chaves abertas: (A) e (B). Chaves fechadas: (A1), (B1), (C3), (D3), (E3), (F3) e as chaves numericamente sequenciadas. VantagensContinuidade e confiabilidade do fornecimento muito elevadas. Facilidade operacional de transferência de circuitos de um barramento para o outro. Curto tempo de recomposição do sistema após uma falha. Defeito em qualquer disjuntor ou chave dos circuitos secundários interrompe temporariamente a carga associada. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, sem interrupção do fornecimento. Qualquer barramento pode ser retirado de serviço para manutenção, sem interrupção da carga. A perda de um barramento não afeta as cargas a ele conectadas, já que podem ser transferidas para o outro barramento. Desvantagens Investimento muitíssimo elevado. Complexidade operacional no esquema de proteção. Aplicação Nas subestações de grande porte alimentando cargas de alta relevância. Figura 2.8 2.2.10 • – – • – Barramento duplo, 2 disjuntores a 4 chaves. Barramento em anel seccionado Esse arranjo está mostrado na Figura 2.10. Podemos ter, entre outras, as seguintes situações: Operação normal Chaves abertas: (B), (B1). Chaves fechadas: todas as demais chaves estão fechadas. Perda do disjuntor de tensão inferior do transformador (1) Chaves abertas: (A) e (C). Figura 2.9 Barramento duplo disjuntor e meio. Figura 2.10 – • – – • – – – – – • – – • – 2.2.11 Barramento em anel seccionado. Chaves fechadas: (B) e todas as demais, excluindose as chaves abertas anteriormente; o disjuntor de tensão inferior do transformador (1) será substituído pelo disjuntor associado às chaves (D), (E). Perda do transformador (1) Chaves abertas: (A) e (C). Chaves fechadas: todas as demais chaves estarão fechadas, excluindose as chaves abertas anteriormente. Supõese, neste caso, que o transformador (2) tenha capacidade suficiente para atender a carga. Vantagens Médio nível de investimento. Cada circuito secundário é alimentado mediante dois disjuntores. Facilidade de manutenção dos disjuntores. Defeito em qualquer disjuntor ou chave do anel não interrompe o fornecimento. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, com interrupção do fornecimento somente da carga associada ao referido equipamento. Desvantagens A falha em qualquer disjuntor instalado no anel transforma o mesmo em barramento simples seccionado. Complexidade operacional no esquema de proteção. Aplicação Nas usinas de geração de energia de grande porte. Barramento em anel contínuo Esse arranjo está mostrado na Figura 2.11. Figura 2.11 • – – • – – • – – • – – – • – 2.2.12 • – – • Barramento em anel contínuo. Podemos ter, entre outras, as seguintes configurações: Operação normal Chaves abertas: (B), (B1), (D), (D1), (D2). Chaves fechadas: (A), (A1), (C), (C1), (E), (F) e as demais chaves numericamente correspondentes. Perda do transformador (1) Chaves abertas: (A), (B), (B1), (C), (D), (D1), (D2). Chaves fechadas: (A1), (C1) e todas as demais, exceto as citadas anteriormente. Vantagens Médiobaixo investimento. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, sem interrupção do fornecimento, exceto os disjuntores e chaves dos circuitos secundários. Desvantagens Cada circuito secundário é alimentado através de somente um disjuntor, sem alternativa de alimentação por outro disjuntor. A falha em qualquer ponto do barramento interrompe todas as cargas conectadas. Simplicidade operacional no esquema de proteção. Aplicação Nas instalações industriais e de geração de médio porte. Barramento em anel modificado Esse arranjo está mostrado na Figura 2.12. Podemos ter, entre outras, as seguintes configurações: Operação normal Chaves abertas: (B), (B1), (E4), (D4). Chaves fechadas: todas as demais chaves estão fechadas. Perda do transformador (1) – – • – – • – – • – – – – • – – – – • – 2.3 2.3.1 2.3.2 Neste caso, supõese que o transformador (2) tenha capacidade nominal para atender à totalidade da carga. Chaves abertas: (A), (B), (C), (B1), (E4) e (D4) Chaves fechadas: todas as demais chaves estão fechadas. Perda do barramento entre as chaves (D1), (D3) Chaves abertas: (E1), (D1), (E2), (D2), (E3), (D3), (B), (B1). Chaves fechadas: todas as demais chaves estão fechadas. Perda do disjuntor de tensão inferior do transformador (1) Chaves abertas: (A), (C), (E), (D), (E1), (D1). Chaves fechadas: (B), (E4), (D4), cujo disjuntor associado substitui o disjuntor de tensão inferior do transformador; todas as demais chaves estão fechadas. Vantagens Cada circuito secundário é alimentado por dois disjuntores. Facilidade de manutenção dos disjuntores, exceto dos disjuntores dos circuitos secundários. Defeito em qualquer disjuntor ou chave do anel não interrompe o fornecimento. Qualquer equipamento pode ser retirado e substituído, sem interrupção do fornecimento, exceto os disjuntores de carga. Desvantagens Alto nível de investimento. A falha em qualquer disjuntor do anel transforma o mesmo em barramento simples seccionado. Complexidade operacional no esquema de proteção. Dependendo da posição da falha, é necessário manobrar até três disjuntores para ilhar o ponto de defeito. Aplicação Nas usinas de geração de energia de grande porte. DIMENSIONAMENTO DE BARRAMENTO DE SUBESTAÇÕES Entendese por barramento de uma subestação um conjunto de condutores de cobre ou alumínio ao qual se conectam tanto os circuitos de entrada injetando potência na subestação como os circuitos que escoam essa potência no sentido da carga, de conformidade com o que vimos na Seção 2.2. Os barramentos podem ser classificados como a seguir. Barramentos flexíveis São constituídos de cabos, normalmente de alumínio, com capacidade definida pela corrente nominal do circuito, pela transferência de calor, pelos esforços mecânicos de tração etc. Os barramentos flexíveis são normalmente utilizados em sistema de potência, subestações com tensão igual ou inferior a 230 kV, e são constituídos de cabo de alumínioliga (CAL) e cabos de alumínio sem alma de aço, ou seja, CA. O cabo CA tem a vantagem de possuir maior capacidade de corrente e são menos pesados do que o equivalente em capacidade de corrente ao cabo CAA (cabo de alumínio com alma de aço, normalmente utilizado em linhas de transmissão). Podem ser utilizados também cabos de cobre ou ainda o cabo de alumínio liga. Barramentos rígidos nus São constituídos de barras retangulares de cobre, normalmente utilizadas em cubículos de baixa e média tensões, de barras circulares de cobre, normalmente utilizadas em barramento de subestações de média tensão, e de tubos de alumínio, normalmente utilizados em subestações de alta tensão. A capacidade de corrente dos barramentos rígidos depende se os mesmos são pintados ou nus. Quando pintados, os barramentos são capazes de conduzir corrente superior à do mesmo barramento sem pintura. Os barramentos são pintados quando operam em áreas cobertas. Quando instalados ao tempo os barramentos são instalados sem pintura. Isso se deve ao fato de que os barramentos pintados instalados ao tempo vão perdendo a sua capacidade de corrente em razão da ação do tempo que os torna mais escuros; portanto, armazenam mais energia calorífica decorrente dos raios solares incidentes. Figura 2.12 2.3.3 2.3.4 2.3.4.1 Barramento em anel modificado. Barramentos rígidos isolados Os barramentos rígidos isolados são constituídos de barras circulares, normalmente de cobre, com nível de isolação adequado às necessidades do projeto, o qual, para atender a várias situações a serem solucionadas por barramentos convencionais ou pela utilização de cabos isolados, seria extremamente complicado e oneroso. Vejamos a aplicação de barramentos rígidos isolados na sala de comando da Figura 2.13, em que houve necessidade de interligação entre os barramentos dos quadros de comando instalados frente a frente em lados opostos do ambiente. Outra aplicação desse tipo de barramento pode ser visto na Figura 2.14, no qual é conduzida uma elevada corrente de carga entre dois diferentes pontos de uma subestação de construção ao tempo, de forma a não interferirna mesma. Uma das principais funções dos barramentos rígidos isolados é permitir a redução das distâncias entre fases. Também podem ser utilizados em ambientes fechados e abertos pelos quais podem circular somente pessoas autorizadas. Esse tipo de barramento é aplicado em situações especiais ou quando a sua utilização simplifica o projeto de forma a tornálo econômico. Dimensionamento dos barramentos Antes de iniciarmos os cálculos para determinação da seção dos barramentos devemos conhecer seus principais tipos, suas características mecânicas bem como a natureza dos materiais de que são constituídos. Tipos de barramentos e suas seções transversais Podem ser caracterizados inicialmente pelo formato de suas seções transversais. Independentemente do formato, esses barramentos podem ser fabricados tanto em cobre como em alumínio, sendo este último o mais empregado nas subestações iguais e superiores a 69 kV. Para subestações ditas de distribuição empregadas em indústrias, grandes unidades comerciais e até residenciais é mais comum o uso de barramentos em cobre. Figura 2.13 2.3.4.1.1 2.3.4.1.2 Figura 2.14 2.3.4.1.3 Barramento isolado: instalação interna. Seção transversal de um perfil circular maciço e de cabos condutores Também conhecida como barras circulares, a seção transversal em mm2 pode ser dada pela Equação (2.1). Sb – seção do barramento, em mm2; Db – diâmetro do perfil circular, em mm. Seção de um perfil retangular maciço Também conhecida como barras chatas, a seção transversal em mm2 pode ser dada pela Equação (2.2). Sb– seção do barramento, em mm2; B – base da barra chata, em mm; H – altura da barra chata, em mm. Barramento isolado: instalação ao tempo. Seção de um perfil tubular Tratandose de um barramento em perfil tubular de cobre ou alumínio, a seção em mm2 pode ser dada pela Equação (2.3). Deb – diâmetro externo do condutor do barramento, em mm; Dib – diâmetro interno do condutor do barramento, em mm. Para outros perfis, o leitor deve procurar literatura específica para determinar a seção transversal do barramento. Para facilitar o dimensionamento dos barramentos apresentamos as tabelas de capacidade de corrente e outros dados complementares de cabos, barras e tubos circulares. A Tabela 2.1 mostra as características das barras tubulares de cobre, empregadas principalmente em subestações construídas em áreas extremamente poluentes, como determinados distritos industriais, ou próximas à orla marítima. Já a Tabela 2.2 mostra as características das barras retangulares de alumínio que são as mais utilizadas em barramentos de subestações de potência de grande porte em tensões iguais ou superiores a 69 kV. Nos projetos de subestação abrigada é comum a aplicação das barras de seção tubular de alumínio, cujas características são mostradas na Tabela 2.3. Já nas subestações de construção ao tempo nas tensões 69 a 230 kV é mais comum o uso do cabo alumínioliga (Norma ASTM B399M), denominado cabo CAL, cujas características técnicas podem ser Tabela 2.1 conhecidas na Tabela 2.7. Minoritariamente, os cabos de alumínio CA e CAA (cabos de alumínio com alma de aço) são utilizados nas subestações construídas ao tempo e localizadas longe de áreas poluentes. Suas características técnicas podem ser tomadas, respectivamente, nas Tabelas 2.4 e 2.5. Os cabos de cobre têm aplicação residual como barramentos de subestações ao tempo e somente são aplicados em áreas de elevada poluição. Suas características técnicas estão mostradas na Tabela 2.6. Capacidade de corrente para barras tubulares de cobre Barras tubulares de cobre Diâmetro externo Espessura da parede Seção Peso Resistência Reatância Capacidade decorrente permanente mm mm mm2 kg/m mOhm/m mOhm/m Barra pintada Barra nua A A 20 2 113 1,01 0,1933 0,2267 384 329 3 160 1,43 0,1365 0,2136 457 392 4 201 1,79 0,1086 0,2050 512 438 5 236 2,10 0,9257 0,1990 554 475 6 264 2,35 0,0827 0,1947 591 506 32 2 188 1,68 0,1162 0,2075 602 508 3 273 2,44 0,0800 0,1935 725 611 4 352 3,14 0,0620 0,1839 821 693 5 424 3,78 0,0515 0,1769 900 760 6 490 4,37 0,0455 0,1714 973 821 40 2 239 2,13 0,0914 0,1985 744 624 3 349 3,11 0,0625 0,1842 899 753 4 452 4,04 0,0483 0,1745 1020 857 5 550 4,90 0,0397 0,1671 1130 944 6 641 5,72 0,0340 0,1613 1220 1020 50 3 443 3,95 0,0493 0,1752 1120 928 4 578 5,16 0,0377 0,1652 1270 1060 5 707 6,31 0,0309 0,1576 1410 1170 6 829 7,40 0,0263 0,1516 1530 1270 8 1060 9,42 0,0206 0,1423 1700 1420 63 3 565 5,04 0,0386 0,1661 1390 1150 4 741 6,61 0,0294 0,1558 1590 1320 5 911 8,13 0,0239 0,1480 1760 1460 6 1070 9,58 0,0204 0,1420 1920 1590 8 1380 12,30 0,0158 0,1324 2150 1780 80 3 726 6,47 0,0300 0,1566 1750 1440 4 955 8,52 0,0280 0,1463 2010 1650 5 1180 10,50 0,0185 0,1383 2230 1820 6 1400 12,40 0,0156 0,1318 2430 1990 8 1810 16,10 0,0120 0,1222 2730 2240 100 3 914 8,15 0,0239 0,1479 2170 1770 4 1210 10,80 0,0180 0,1373 2490 2030 5 1490 13,30 0,0146 0,1295 2760 2250 Tabela 2.2 6 1770 15,80 0,0123 0,1230 3020 2460 8 2310 20,60 0,0094 0,1130 3410 2780 120 4 1460 13,00 0,0149 0,1303 2970 2400 5 1810 16,10 0,0120 0,1222 3300 2670 6 2150 19,20 0,0101 0,1157 3610 2930 8 2820 25,10 0,0077 0,1054 4070 3300 10 3460 30,80 0,0063 0,0977 4400 3560 160 4 1960 17,50 0,0011 0,1192 3910 3510 5 2440 21,70 0,0089 0,1109 4350 3500 6 2900 25,90 0,0075 0,1044 4770 3840 8 3820 34,10 0,0057 0,0940 5400 4340 10 4710 42,00 0,0046 0,0861 5830 4690 200 5 3060 27,30 0,0071 0,1024 5440 4350 6 3660 32,60 0,0059 0,0956 5920 4730 8 4830 43,00 0,0045 0,0852 6700 5360 10 5970 53,20 0,0036 0,0772 7250 5800 12 7090 63,20 0,0030 0,0707 7610 6080 250 5 3850 34,30 0,0056 0,0937 6740 5360 6 4600 41,00 0,0047 0,0870 7350 5830 8 6080 54,30 0,0035 0,0765 8330 6610 10 7540 67,30 0,0028 0,0684 9010 7160 12 8970 80,00 0,0024 0,0618 9470 7520 Condições de instalação: Temperatura da barra: 65 °C Temperatura ambiente: 35 °C Distâncias entre as barras: 7,5 cm Distâncias entre os centros de fases: igual ou superior a 2,5 vezes o diâmetro externo. Capacidade de corrente para barras retangulares de alumínio Barras retangulares de alumínio no interior de painéis Largura Espessura Seção Peso Resistência Reatância Capacidade de corrente permanente (A) mm mm mm2 kg/m mOhm/m mOhm/m Barra pintada Barra nua Número de barras por fase 1 2 3 1 2 3 12 2 23,5 0,0633 1,4777 0,2859 97 160 178 84 142 168 15 2 29,5 0,0795 1,1771 0,2774 118 190 204 100 166 193 3 44,5 0,1200 0,7803 0,2619 148 252 300 126 222 283 20 2 39,5 0,1070 0,8791 0,2664 150 240 245 127 206 232 3 59,5 0,1610 0,5836 0,2509 188 312 357 159 272 337 5 99,1 0,2680 0,3504 0,2317 254 446 570 214 392 537 10 199,0 0,5380 0,1745 0,2054 393 730 1060 331 643 942 Tabela 2.3 25 3 74,5 0,2010 0,4661 0,2424 228 372 412 190 322 390 5 124,0 0,3350 0,2800 0,2232 305 526 656 255 460 619 30 3 89,5 0,2420 0,3880 0,2355 267 432 465 222 372 441 5 149,0 0,4030 0,2331 0,2163 356 606 739 295 526 699 10 299,0 0,8080 0,1161 0,1900 536 956 1340 445 832 1200 40 3 119,0 0,3230 0,2918 0,2248 346 550 569 285 470 540 5 199,0 0,5380 0,1745 0,2054 456 762 898 376 658 851 10 399,0 1,0800 0,0870 0,1792 677 1180 1650 557 1030 1460 50 5 249,0 0,6730 0,1395 0,1969 566 916 1050 455 786 995 10 499,0 1,3500 0,0696 0,1707 815 1400 1940 667 1210 1710 60 5 299,0 0,8080 0,1161 0,1900 655 1070 1190 533 910 1130 10 599,0 1,6200 0,0580 0,1639 951 1610 2200 774 1390 1940 80 5 399,0 1,0800 0,0870 0,1792 851 1360 1460 688 1150 1400 10 799,0 2,1600 0,0435 0,1530 1220 2000 2660 983 1720 2380 100 5 499,0 1,3500 0,0696 0,1707 1050 1650 1730 846 1390 1660 10 999,0 2,700 0,0348 0,1446 1480 2390 3110 1190 2050 2790 15 1500,0 4,0400 0,0232 0,1292 1800 2910 3730 1450 2500 3220 120 10 1200,0 3,2400 0,0289 0,1377 1730 2750 3540 1390 2360 3200 15 1800,0 4,8600 0,0193 0,1224 2090 3320 4240 1680 2850 3650 160 10 1600,0 4,3200 0,0217 0,1268 2220 3470 4390 1780
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