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ATIVIDADE 15 março HISTÓRIA COMO CONHECIMENTO HISTÓRICO

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UNIVERSIDADE DE VASSOURAS – CAMPUS SAQUAREMA-CURSO DE PEDAGOGIA 
Disciplina: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 
Professora: Arilda Rocha Vellasco 
Texto para Reflexão e debate: Conhecimento Histórico 
A História da Educação está diretamente ligada aos primeiros registros do homem e às primeiras 
produções escritas na Terra. Por isso, embora não seja o foco desse, é importante conhecer um pouco mais 
sobre essas concepções. 
A partir do momento em que a humanidade passou a estudar e tentar compreender sua própria 
trajetória no mundo e a reconstituir a história dos antepassados, procurou organizar suas descobertas e 
dividi-las em períodos. No século XIX, acreditava-se que as sociedades só poderiam documentar sua História 
por meio da escrita (o que demonstra um sentido ideológico carregado de estigma), desconsiderando as 
imagens (pinturas), fósseis, vestígios materiais, relatos orais e quaisquer outros indícios de evolução do 
homem. Dessa forma, ao período que conceitua todas as atividades humanas desde sua origem (há 
aproximadamente cinco milhões de anos) até o surgimento da escrita (por volta do ano 4.000 a.C.) foi 
chamado de culturas ágrafas (alguns autores denominam o período de Pré-História). 
Ao período que corresponde à descoberta da escrita até os dias atuais denominou-se História 
(POMIAN, 1993). No período Pré-Histórico, a humanidade registrou nas paredes rochosas das cavernas ou 
dos penhascos, pinturas e desenhos de seres humanos e animais, utilizando-se de muitos suportes para 
registrar seus conhecimentos, tais como pedras, argila, madeira, vegetais e compostos animais. Esses 
primeiros registros lineares introduziram no mundo o primeiro passo para a escrita. Mais tarde, as 
pictogravuras (descrição de imagens que servem de símbolos), associaram símbolos a objetos ou ideias. 
Assim, esses desenhos tornaram-se, aos poucos, ideogramas, e estes, por sua vez, escrita fonética (CARDOSO, 
1981). 
A escrita mais antiga de que se tem conhecimento é a cuneiforme, composta por sinais complexos, 
derivada da palavra latina “cuneus” que significa cunha, e proveniente da Mesopotâmia. Para escrever, 
utilizavam-se placas de argila ainda moles, e, com um estilete, faziam-se marcas em forma de cunha. Após 
concluir a escrita, a placa era cozida até ficar tão duro quanto um tijolo. Mais tarde, passaram a escrever 
sobre peças de marfim e pequenas tábuas de madeira e rapidamente a escrita exprimiu o pensamento do 
homem, surgindo os primeiros escribas (funcionários públicos, exercendo funções burocráticas) 
(GUARINELLO, 2003). 
O desenvolvimento do comércio facilitou a divulgação dos sistemas de escrita, que foram adaptados 
a outras línguas. Os fenícios simplificaram esses códigos, diminuindo o número de sinais utilizados e criando 
o primeiro alfabeto, com vinte e duas consoantes, que, mais tarde, foi adotado pelos gregos (século XI a.C., 
que introduziram as vogais entre os sinais utilizados), dando origem ao alfabeto grego clássico e orientando 
a escrita da esquerda para a direita (POMIAN, 1993). A evolução da escrita, que passou a representar os sons 
da língua falada, baseado na significação, possui papel tão importante no desenvolvimento das sociedades 
que serve de parâmetro para dividir os aspectos relacionados ao desenvolvimento do ser humano: antes da 
escrita, pré-história e depois da escrita história. 
Salienta-se, porém, que o aparecimento e a evolução da escrita não foi, e não é, uma característica 
de todas as sociedades humanas, considerando-se que há diversas línguas não escritas no mundo 
(aproximadamente 7.000). Questões históricas, como a estrutura da sociedade, podem explicar a ausência 
da escrita nesses idiomas (CARDOSO, 1981). Entretanto, falar e escrever não são a mesma coisa. Viver em 
sociedade requer o domínio da fala, e a criança em seus primeiros meses de vida já tem como instrutores as 
pessoas próximas. Por outro lado, a escrita precisa ser ensinada, geralmente em escolas, por pessoas que 
 
 
também a aprenderam. Ou seja, exige uma formalidade e uma intencionalidade, uma vez que não se aprende 
a escrever convivendo com quem escreve. “Essa intencionalidade também existiu na criação das línguas 
escritas e em sua evolução, para acompanhar o ritmo das sociedades e as várias modificações que a própria 
língua falada foi sofrendo”. (VALLE; PANCETTI, 2009, p. 2). 
Assim, as concepções acerca do mundo foram gravadas na História. O ser humano alcançou sistemas 
complexos de sociedade e criou diferentes formas de transmitir conhecimentos a seus descendentes, 
estabelecendo assim o sistema educacional. A educação está presente em todos os momentos da História. 
Por mais primitiva que seja uma sociedade, há um momento em que ela se educa (MEKSENAS, 2002). Embora 
não seja possível desvincular a História do desenvolvimento do homem e da mulher de outras concepções, 
como suas orientações filosóficas, religiosas, sociais e políticas, sempre que se considera a existência de uma 
sociedade, por mais primitiva que seja, considera-se também sua concepção de educação. Ela está presente 
em todos os momentos da História da humanidade (MEKSENAS, 2002). 
Atividades para pensar: 
 Com base nas nossas discussões e na leitura do texto, responda: 
1) Em sua opinião, qual é o objetivo da educação de hoje? 
2) Qual é o papel da família na educação atual? Comente suas expectativas a partir da participação 
familiar na construção do conhecimento. 
3) Comente com suas palavras a seguinte frase: “As concepções acerca do mundo foram gravadas 
na História. O ser humano alcançou sistemas complexos de sociedade e criou diferentes formas 
de transmitir conhecimentos a seus descendentes, estabelecendo assim o sistema educacional”.

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