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Desmistificando a Estomatologia para o Clinico Geral - Livro

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ESTOMATOLOGIA
ESTOMATOLOGIA
ESTOMATOLOGIAESTOMATOLOGIA
William Eduardo Pirola
Carlos Deyver de Souza Queiroz
e Colaboradores
Título: Desmistificando a Estomatologia para o Clínico Geral
Revisão ortográfica: Ana Ligia Scaldelai Salles 
Todos os direitos reservados aos autores. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida sem 
permissão expressa dos autores.
Autores: William Eduardo Pirola; Carlos Deyver de Souza Queiroz
Revisão do conteúdo: Os autores
- Mestre em Periodontia / Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos
- Especialização em Periodontia / Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos
- Especialização em Estomatologia / Unyleya
- Habilitação em Sedação Consciente Inalatória com Óxido Nitroso
- Graduação em Odontologia / Unifeb
- Professor Titular Adjunto II da Faculdade Odontologia UniRV Disciplinas Histologia Bucal, 
Patologia Bucal e Semiologia
- Professor do Curso de Odontologia UniCerrado - Disciplinas Histologia Bucal e Semiologia
- Professor do Curso de Medicina UniCerrado
- Habilitação em Odontologia Hospitalar/ CFO
William Eduardo Pirola
- Mestre em Oncologia / Hospital de Câncer de Barretos
- Especialização em Oncologia / Residência Multiprofissional em Odontologia Oncológica / 
Hospital de Câncer de Barretos
- Habilitação em Laserterapia / Hospital Isrelita Albert Einstein
- Graduação em Odontologia / Unifeb
- Habilitação em Odontologia Hospitalar / CFO
- Professor do Curso de Odontologia - UniCerrado - Disciplinas Semiologia, Anestesiologia e 
Oncologia
- Doutorando em Oncologia / Hospital de Amor
Carlos Deyver de Souza Queiroz
Autores
Colaboradores
- Residência em Cancerologia Clínica pela (FAMERP)
- Doutorado em Odontopediatria (USP - FORP)
Késsia Suênia Fidelis de Mesquita Guimarães
- Professor do Curso de Odonologia UniCerrado - GO
Mariana de Oliveira Daltoé
- Especialista Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (UNIFENAS)
- Mestrado em Odontopediatria (USP - FORP)
- Professora do Curso de Atualização em Odontopediatria APCD Franca - SP
Natália Shizu Kusuke
- Mestrado em Patologia Oral e Pacientes especiais (USP - FOUSP)
- Especialização em Saúde Pública (Unileya)
- Especialista em Implantodontia (UniEvangélica)
- Residência em Clínica Médica (FAMERP). 
- Especialização em Radiologia e Imaginologia Odontológica (AORP)
- Coordenador e Professor do Curso de Odonologia UNIFASC- GO
João Antônio Soler
- Graduação em Medicina (FAMECA)
- Doutorado em Odontopediatria (USP - FORP)
- Graduação em Odontologia (UFU)
Cássio Vinhadelli Ribeiro
- Mestre em Clínica Odontológica Integrada com ênfase em patologia Oral/ Estomatologia 
(UFU)
- Especialização em Odontopediatria (AORP)
- Graduação em Odontologia (UFAL)
- Professora do Curso de Odontologia UniCerrado - GO
- Graduação em Odontologia (USP - FORP)
- Idealizadora do Projeto OCA: Odontologia em Constante Aprimoramento
- Graduação em Odontologia (FMU)
- Mestrado em Odontopediatria (USP - FORP)
- Professora do Curso de Especialização em Odontopediatria Funorte - Uberaba - MG
- Especialização em Pacientes Especiais (AORP)
- Especialização em Odontopediatria (USP - FORP)
- Residência em Odontologia Oncológica (Hospital de Câncer de Barretos)
Wander Tamura
- Especialização em Ortodontia (ABO - MG)
- Graduação em Odontologia (USP - FORP)
- Mestrado em Ciências da Saúde (USP - FORP)
- Especialização em Saúde Coletina (UFTM)
- Mestranda em Radiologia e Imaginologia (São Leopoldo Mandic)
- Professora e Coordenadora do Curso de Especialização em Odontopediatria Funorte - 
Uberaba - MG
- Graduação em Odontologia (UniCerrado)
- Idealizadora do Projeto OCA: Odontologia em Constante Aprimoramento
- Especializanda em Radiologia e Imaginologia (São Leopoldo Mandic)
- Especialização em Odontopediatria (UNESP)
- Professora e Coordenadora do Curso de Atualização em Odontopediatria APCD Franca - 
SP
Thais Priscila Pádua
Thais Uenoyama Dezem
Paula Regina Ávila
- Doutorado em Ciências da Saúde (USP - FORP)
- Doutorado em Biologia Buco Dental (Unicamp)
- Mestrado em Periodontia (Unifeb)
- Especialista em Odontologia Legal (Unicamp)
- Graduação em Odontologia (Unifeb)
- Professora do curso de Odontologia (UniCerrado)
- Mestrado em Endodontia (Unifeb)
- Especialização em Implantodontia (Unifeb)
- Graduação em Odontologia (Unifeb)
- Coordenador e Professor do curso de Odontologia (UniCerrado)
ESTOMATOLOGIA
desmistificando a
para o clinico geral´
Prefácio
 Os caros amigos e colegas Carlos Deyver Souza Queiroz e William 
Eduardo Pirola me convidaram para apresentar esta obra – “Desmistificando a 
Estomatologia para Clínico Geral”. Sem dúvida, motivo de muita satisfação e 
responsabilidade e que agradeço pela consideração à minha pessoa e ao meu 
trabalho. 
 O conteúdo manifesta a experiência dos professores Carlos e 
William, que descrevem os sinais e sintomas vistos na prática clínica e embasados 
cientificamente, com apuro didático e linguagem acessível. Ao estudar por este 
livro, o leitor conhecerá um pouco dos autores e compreenderá a generosidade 
desses mestres, que aqui compartilham conhecimento e vivência, o que por si só já 
é digno de respeito e mérito. 
 Por força de minha área de atuação, a Saúde Coletiva, sempre penso 
“grande”, não apenas nos benefícios individuais que certas ações possam ter, mas 
no impacto que causam para a comunidade. E é assim que reflito sobre este livro. 
As infinitas possibilidades que, ao fazer uso de seu conteúdo e ao aprender através 
dele, cirurgiões dentistas possam garantir melhor saúde para aqueles sob seus 
cuidados, construindo um mundo mais favorável, mais justo e mais saudável, 
promovendo a importância dos cuidados com a saúde bucal até mesmo em locais 
onde a população desconhece e/ou não tem acesso a serviços de saúde. Que 
possamos educar, diagnosticar precocemente, tratar com humanidade e 
acolhimento, reabilitar e até curar. Que, a exemplo do Carlos e do William, sejamos, 
a partir do conhecimento promovido por este livro, ainda mais conscientes do nosso 
compromisso social e profissional. 
Profª Ivana Maria Esteves Maciel
 O livro apresenta-se em duas versões – a impressa, para se ter e 
expor no consultório, com orgulho pela obra, e a versão digital. Entendo este e-book 
de Estomatologia como uma facilidade de estender, deixar ao alcance dos colegas 
cirurgiões dentistas e alunos de Odontologia, em qualquer lugar desse mundo, os 
conhecimentos necessários para prevenir, diagnosticar e tratar as doenças bucais, 
possibilitado pela praticidade e acessibilidade da internet, utilizando seus celulares 
ou qualquer outro dispositivo conectado. 
 Carlos e William, que obtenham o sucesso merecido!
 Com admiração,
ESTOMATOLOGIA
desmistificando a
para o clinico geral´
Dedicatória
Agradecimentos
Aos meus pais, Leonilda e Luiz,
A Deus, pelo dom da vida.
pelo incentivo incondicional.
Aos co-autores deste livro, equipe
A Ana Ligia, que prontamente aceitou 
A cada paciente que tive o prazer de atender
e me confiaram sua saúde.
que aceitou de prontidão participar deste projeto.
revisar este livro
Ao meu orientador do doutorado, Dr René,
que acreditou e sempre me incentivou.
Ao departamento de Odontologia UniCerrado
que me acolheu como professor.
William Eduardo Pirola
ESTOMATOLOGIA
desmistificando a
para o clinico geral´
Dedicatória
Agradecimentos
Carlos Deyver de Souza Queiroz
Ao meus pais pelos incentivos.
odontologia diferenciada, e ao Takeo Furuse que foi o inspirador, 
motivador de gostar da Estomatologia. 
E aos meus alunos e ex-alunos que esse 
todos ensinamentos e dedicar a realizar uma 
desenvolvimento dessa obra.
Aos professores que colaboraram com o 
Ao William Pirola pela grande parceria e sempre estar 
me motivando a sair da minha zona de conforto.
Gratidão aos meu professores Hélio Tanimoto por 
exemplar possa enriquecer mais os vosso conhecimento.
Dedico primeiramente a Deus por ser 
Aos meus filhos Bianca e Arthur, 
meu apoio em momentos difíceis.por quem dedico toda minha jornada.
A minha avó Aparecida ‘‘in memoriam’’ por todos 
esforços e exemplo q foi em minha vida.
ESTOMATOLOGIA
desmistificando a
para o clinico geral´
William Eduardo Pirola
William Eduardo Pirola
William Eduardo Pirola
Lesões Ósseas
Variação do Aspecto Normal
Lesões Enegrecidas
Cássio Vinhadelli Ribeiro
Exame Físico e Manobras Semiotécnicas
William Eduardo Pirola
Lesões Ulcerativas e Vesicobolhosas
Lesões Fundamentais
Lesões Brancas 
Mariana de Oliveira Daltoé
Wander Tamura
Thais Priscila Pádua
Carlos Deyver de Souza Queiroz
Carlos Deyver de Souza Queiroz
William Eduardo Pirola
Carlos Deyver de Souza Queiroz
Carlos Deyver de Souza Queiroz
Carlos Deyver de Souza Queiroz
Lesões de Interesse Endodôntico
Paula Regina Ávila
Cistos Odontogênicos e Não Odontogênicos
Capítulo 5
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 6
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 1 01
13
31
21
71
97
79
45
59
ESTOMATOLOGIA
desmistificando a
para o clinico geral´
Hemograma
Estomatologia na Odontopediatria
Complicações Orais Frente ao Tratamento Oncológico
Biópsia em Odontologia
Késsia Suênia Fidelis de Mesquita Guimarães
João Antônio Soler
William Eduardo Pirola
Citodiagnóstico em Odontologia
Natália Shizu Kusuke
Carlos Deyver de Souza Queiroz
William Eduardo Pirola
Carlos Deyver de Souza Queiroz
Conceitos Legais relacionados à Estomatologia 
Thais Uenoyama Dezem
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 14
111
153
127
135
143
183
William Eduardo Pirola
Carlos Deyver de Souza Queiroz
EXAME CLINICO e
ESTOMATOLOGIA
desmistificando a
para o clinico geral´
MANOBRAS
SEMIOTECNICAS
Capítulo 1
´
´
1. Exame Clínico e Manobras Semiotécnicas
 Cada etapa da coleta de dados deve ser realizada de forma 
sistemática, para que o profissional diminua qualquer perda de informações. 
Mesmo que classifiquemos estes passos como um momento roterizado, o 
dentista não pode fazer da anamnese uma entrevista apenas para 
preenchimento da documentação odontológica. Este momento deve ser de total 
atenção ao paciente, sempre que possível em ambiente silencioso, calmo, 
agradável, apenas com o profissional e o paciente, uma vez que o paciente 
precisa se sentir seguro para contar sobre sua saúde bucal e sistêmica.
 Durante o exame físico, o profissional utiliza vários sentidos naturais 
para identificar qualquer alteração, sendo que a metodologia empregada para 
identificar as alterações levam o nome de , por manobras semiotécnicas
 Classifica-se o exame físico como uma importante ferramenta que 
deve ser associada à anamnese. Importante ressaltar que ambos os métodos de 
coleta de informações do paciente, seja anamnese ou o exame físico devem ser 
complementares entre si, não podemos ignorar informações ou ainda 
subestimar qualquer etapa.
 O exame físico como um todo deve ser iniciado assim que o 
profissional vê o paciente pela primeira vez, no primeiro momento, ou seja, 
devemos avaliar e prestar atenção em como o paciente se porta, suas 
expressões faciais, formas como o paciente se levanta, caminha, postura, 
proporções corporais, estado mental, aparências nutricionais, dentre qualquer 
outro aspecto que possa ver avaliado de forma técnica visual e contribua para 
associar os dados com à situação clínica do paciente.
 É comum que o paciente entre na sala iniciando a conversa com sua 
queixa principal, o profissional deve então acalmar o paciente, e iniciar uma 
breve explicação sobre a importância de uma completa anamnese, informações 
relativas à saúde sistêmica podem auxiliar no diagnóstico que motivou a busca 
pela consulta. Após a coleta de informações, inicia-se o exame físico, assim, o 
profissional estará munido de informações completas o que elucidará tanto na 
solicitação de exames complementares, quanto no diagnóstico clínico.
 O exame físico como um todo compreende o exame físico e a 
anamnese. O exame físico pode dividido em exame físico geral e exame físico 
regional; sendo que este último pode ser subdivido ainda em exame extra bucal e 
exame intra bucal. 
03
 Para complementar a 
inspeção, devemos colocar o paciente 
em repouso na cadeira odontológica e 
realizar a visualização em todas as 
estruturas anatômicas que envolvem 
o sistema estomatognático, iniciando 
pela inspeção extra oral, possível 
assimetria, e posteriormente, a 
inspeção intra oral. Para esta etapa, 
devemos nos atentar em tracionar te-
Inspeção
 Utiliza-se o sentido da 
visão para realização da inspeção, 
trata-se do ato de inspecionar, avaliar; 
ou seja, observa-se todos os detalhes 
relacionados à lesão ou alteração oral. 
O profissional deve observar todas as 
estruturas anatômicas correla-
cionadas à área na qual deve ser 
analisada.
 
 A par t i r do pr imei ro 
contato visual do profissional com o 
paciente, a inspeção deve ser realiza-
da de forma minuciosa, ou seja, inicia-
se ainda em movimento, com o 
examinador observando os movimen-
tos do paciente, assim como suas 
expressões facias.
exemplo, através do tato, obtemos a 
palpação; pela visão obtemos a inspe-
ção; a audição é utilizada para auscul-
tação.
 Ao longo deste capítulo 
vamos detalhar as manobras: inspeção; 
palpação; auscultação; olfação; punção; 
exploração; percussão; raspagem; 
vitropressão e fotografia. Todas as 
informações devem ser descritas no 
prontuário do paciente, complementando 
a anmnese, que também será discutida.
04
cidos, mover a língua para as laterais 
e para região palatina, para que todas 
as áreas se tornem visíveis.
 Com a utilização do tato, 
a palpação deve ser utilizada como 
método de avaliação de textura, 
endurecimento de base, bordas, 
assim como possível dor. Na odon-
tologia, a palpação pode ainda ser 
realizada de forma indireta, com 
auxílio de uma sonda exploradora, por 
exemplo. Ou, palpação direta, utili-
zando os dedos e a mão. Para 
palpação direta, as técnicas podem 
ser subdividas em:
 Utiliza-se a polpa da digital de 
um dos dedos, em geral polegar ou 
indicador. Exemplo, utilizada em 
cadeia ganglionar (Figura 1.1).
 Utiliza-se dois dedos, polegar e 
indicador, fazendo movimento de 
pinça. Exemplo, utilizada para avaliar 
uma área ou região que possa estar 
endurecida (Figura 1.2).
 - Digital
 - Digitopalmar
 Utiliza-se o indicador para 
palpação, e a palma da mão faz 
interposição, ou anteparo. Exemplo, 
para avaliação da região de glândulas 
salivares (Figura 1.3).
 - Bidigital
 Pode-se ainda utilizar 
equipamentos de ampliação, como 
lupas ou microscópio operatório para 
uma completa avaliação do paciente.
Palpação
Figura 1.1 - Palpação digital em região gengival
05
Auscultação
 Geralmente é utilizada 
com auxílio de um estetoscópio a fim 
de potencializar a audição. Para que a 
auscultação seja realizada de forma 
Figura 1.2 - Palpação bidigital em lábio inferior
Figura 1.3 - Palpação digitopalmar em mucosa jugal
 Uma das p r i nc i pa i s 
formas de utilização da auscultação 
da odontologia está associada à avali-
ação da ATM para avaliar crepitação e 
estalidos (Figura 1.4).
assertiva, o ambiente deve ser 
silencioso e calmo. 
Figura 1.4 - Auscultação na região da ATM
1. EXAME CLINICO E MANOBRAS SEMIOTECNICAS
 - Êmbolo retrocede facil-
mente sem conteúdo
Olfação
 São comuns também 
outros odores, como odores cetônicos 
em pacientes diabéticos, ou hálito com 
cheiro de urina em paciente com 
uremia. 
Punção
 Trata-se de puncionar 
uma agulha acoplada em uma seringa 
descartável estéril em uma massa 
tecidual ou cavidade com finalidade de 
identificar qual tipo de conteúdo está 
presente na região puncionada.
 Após retroceder o êm-
bolo da seringa, o profissional deve 
estar atento para avaliação do 
diagnóstico, caso não haja conteúdo 
aspirado, também é uma informação 
importante:
 - Êmbolo não retrocede
 Apesar de pouco utiliza-
da de forma sistemática, a olfação é 
um sentido muito útil para indícios em 
umasérie de situações na odonto-
logia. Por exemplo, o profissional deve 
pres tar a tenção no che i ro de 
cigarro/tabaco, assim como o cheiro 
de bebidas alcoólicas que o paciente 
pode trazer consigo.
 A agulha está puncionada em 
uma massa tecidual sólida.
 A agulha está puncionada em 
uma cavidade oca.
 Uma série de conteúdos 
líquidos podem ser coletados através 
desta manobra, por exemplo:
 - Pus
 
 Material purulento, importante 
in formação no d iagnóst ico de 
abscesso.
 Material presente em cistos 
(Figura 1.5).
 - Saliva
 Agulha puncionada em um 
hemangiona ou vaso sanguíneo 
calibroso.
 - Conteúdo Pastoso
 - Sangue
 - Líquido Citrino
 Agulha puncionada em uma 
mucocele ou rânula.
 Queratocisto ou Cisto dermóide
FOTO
Figura 1.5 - Punção mostrando conteúdo citrino
06
 Geralmente util iza-se 
uma guta percha que deve ser 
puncionada no orifício de drenagem 
até que encontre resistência. 
Exploração
 A guta percha mostrará a 
área de comunicação entre as duas 
regiões (interna e externa) através do 
conduto patológico presente na região 
(Figura 1.6). 
 Utilizada nas regiões 
onde existe ponto de flutuação ou 
áreas de drenagem através de 
orifícios. 
 Após a fixação da guta 
percha na região, deve ser realiza uma 
tomada radiográfica. A guta percha por 
mostrar uma imagem radiopaca po-
derá indicar a origem da região infec-
cionada (Figura 1.7).
Raspagem
 A raspagem é uma se-
miotécnica obrigatória para placas, a 
fim de avaliar se ela se desprega ou 
não à raspagem. Basicamente, com 
auxílio de uma espátula romba 
esfrega-se a região. A raspagem tam-
bém é utilizada na suspeita de Pênfigo 
Vulgar, em que avalia-se o sinal de 
Percussão
 Menos utilizada na odon-
tologia, a percussão geralmente é 
utilizada com auxílio do cabo de um 
instrumental, como o espelho clínico. 
‘Batemos’ com o cabo do espelho na 
coroa dental na posição vertical para 
avaliação da região peripical, e na 
posição horizontal para avaliação 
periodontal.
Figura 1.6 - Exploração com guta percha em fístula
Figura 1.7 - Exame radiográfico complementar na 
semiotécnica de exploração
071. EXAME CLINICO E MANOBRAS SEMIOTECNICAS
Vitropressão
 Também pode ser cha-
manda de diascopia. Trata-se de uma 
manobra obrigatória nos casos de 
lesões pigmentadas, que consiste em 
pressionar uma lâmina de vidro contra 
a lesão com o objetivo de difenciar o 
conteúdo interno na lesão.
 Caso não haja alteração 
na coloração após a diascopia, 
estamos diante de uma lesão pig-
mentar; quando aparecem áreas 
isquêmicas na região, estamos diante 
de lesão com conteúdo hemorrágico.
 Em casos de lesões em 
áreas de elasticidade, como mucosa 
Nikolsky. A raspagem também é 
utilizada para realização de citologia 
esfoliativa (Figura 1.8).
 Conforme a evolução da 
lesão, ou do tratamento, algumas le-
sões apresentam variações de 
coloração, tamanho, bordas, dentre 
outras características. Portanto é im-
portante uma avaliação fotográfica 
para acompanhamento.
 Todos os dados de como 
descrever as imagens, e o que deve 
ser avaliado nas características das 
lesões são descritos no Capítulo 2. O 
armazenamento dos dados em 
relação às questões legais, estão 
descritos no Capítulo ‘Conceitos 
Legais relacionados à Estomatologia’.
Anamnese
 O prontuário do paciente 
deve ser preenchido pelo profissional, 
e não deve ser delegado a outra 
pessoa preencher, ou até mesmo ao 
próprio paciente. Deve-se tomar 
cuidado para que todas as infor-
mações relacionadas a saúde oral e 
sistêmica estejam completas, bem 
como não se pode negligenciar as 
atualizações periódicas dos documen-
tos.
 De origem grega, o termo 
anamnese significa 'recordar'. Em 
linhas gerais, trata-se do momento em 
que o paciente irá recordar, contar a 
história evolutiva da queixa principal 
relacionada a qualquer manifestação 
oral ou sistêmica. 
jugal e lábios, deve-se utilizar um 
anteparo para melhor estabilidade.
Fotografia
Figura 1.8 - Raspagem para realização de citologia
esfoliativa
08
 Neste momento, o profissional deve focar em todas as informações 
passadas ou presentes que o paciente poderá levar, a fim de elaborar 
diagnóstico, prognóstico, planejar tratamento e proservar.
 A primeira parte do prontuário deve conter informações 
relacionadas à identificação do paciente, como nome, nome social, idade, 
gênero, etinia, estado civil, nacionalidade, naturalidade, residência, documento 
pessoal, profissão, local de trabalho, dentre outras informações o identifique 
(Figura 1.9). 
 Tais informações também auxiliam no diagnóstico do paciente, por 
exemplo pacientes do gênero feminino apresentam maior predisposição a 
ulcerações aftosas recorrentes enquanto a paracoccidioidomicose apresenta 
maior prevalência em pacientes masculinos. Outras patologias não apresentam 
predileção por gênero, como o pênfigo vulgar, contudo, é quase exclusivo de 
pacientes adultos. Outras patologias, como o pênfigo foliáceo, são mais 
prevalentes em pacientes de zonas rurais, em especial nos estados de Mato 
Grosso, Paraná, Goiás e São Paulo e atingem principalmente mulheres jovens.
 Após a coleta dos dados do paciente, é importante que ele relate 
qual a queixa principal da consulta, esta etapa costuma ser espotânea, onde o 
paciente apresenta seus sinais e sintomas, espera-se que o paciente fale com 
suas palavras o que sente. É importante que o profissional se atente: ao fato de 
que o paciente é leigo e pode não se comunicar com termos técnicos. Tipos de 
sensação dolorosa, como 'pontadas', 'queimação' ou 'fisgadas', devem ser 
anotadas, da forma com que o paciente as relata. Não conhecer parte da história 
clínica também é uma informação importante, pois uma lesão pode, por exemplo 
estar associada à ausência de dor (Figura 1.10).
Anamnese Odontológica
Data do Preenchimento:
____/____/____
Data da atualização das informações:
____/____/____
Data da atualização das informações:
____/____/____
Nome completo
Nome social
Data de nascimento
____/____/____
Gênero Profissão Documento
Profissão
Naturalidade
Plano de Saúde
Endereço
Nacionalidade
Número do Cartão SUS
Nome da mãe
Telefone Email
Figura 1.9 - Modelo do prontuário odontológico
091. EXAME CLINICO E MANOBRAS SEMIOTECNICAS
 Após os relatos do paciente quanto à queixa principal, deve-se 
iniciar uma breve entrevista relacionada à saúde sistêmica do paciente. 
Importante ressaltar que em toda anamnese o paciente deve ter o máximo de 
confiança no profissional, pois deverá contar informações sensíveis da sua 
saúde. A Figura 1.10 apresenta um exemplo de questões importantes 
relacionadas ao paciente. 
 Por exemplo, questões sobre medicações que o paciente está 
tomando ou tratamentos médicos podem nos passar informações referentes à 
saúde sistêmica, ou possíveis interações medicamentosas em caso de 
prescrição. Informações sobre uso de medicações podem auxiliar no 
planejamento e solicitação de exames complementares, como em caso de 
anticoagulante, bifosfonatos, ansiolíticos, dentre outros.
Avaliação Sistêmica
SIM NÃO
Queixa principal?
Está em tratamento no momento?
Já tomou penicilina ou algum outro antibiótico?
Fez algum tratamento médico nos últimos 5 a 10 anos?
Tem alguma doença cardíaca, pulmonar ou no fígado?
Está tomando alguma medicação? Se sim, qual?
Tem ou teve incompatibilidade com alguma medicação?
Foi hospitalizado nos últimos anos? Se sim, por quê?
Sabe de algum caso de diabete, tuberculose ou câncer na família?
Tem alguma desordem sanguínea, como anemia?
Já fez exame de sangue para verificação de Sífilis?
Se sim, qual o resultado? Positivo ( ) Negativo ( )
Para Mulheres: Está grávida no momento?
Já fez exame de sangue para verificação de Hepatite B?
Se sim, qual o resultado? Positivo ( ) Negativo ( )
Já fez exame de sangue para verificação de HIV (AIDS)
Se sim, qual o resultado? Positivo ( ) Negativo ( )
Já fez tratamento oncológico? Radioterapia ou Quimioterapia?
Figura 1.10 - Modelo do prontuárioodontológico
10
 Em uma outra etapa da anamnese, após conhecer melhor as 
questões relacionadas à saúde sistêmica do paciente, iniciamos as 
considerações de saúde bucal, momento que buscaremos informações sobre 
queixas adicionais, dores bucais, quando foi a última consulta odontológica, e 
também são descritas informações dos exames físicos intra e extra oral (Figura 
1.11).
 Após avaliação da saúde bucal através da anamnese, o profissional 
deve iniciar o exame físico, completando portanto o exame clínico. Assim como já 
descrito neste capítulo, o exame físico deve ser sistemático e contemplar todas 
as áreas extra e intra orais. A descrição das possíveis alterações encontradas 
devem ser descritas associadas às manobras semiotécnicas (Figura 1.12).
Avaliação Bucal
SIM NÃO
Tem alguma alteração relacionada à saúde bucal que não foi perguntado?
Tem dificuldade em mastigar alimentos?
Sente que sua mandíbula estala com frequência?
Sua gengiva sangra com facilidade?
Já extraiu algum dente? 
Se sim, teve alguma complicação? Sim ( ) Não ( )
Tem algum dente sensível?
Costuma ter muita afta?
É difícil abrir a boca na extensão que gostaria?
Já tomou anestesia odontológica?
Se sim, teve alguma complicação? Sim ( ) Não ( )
Sente a boca muito seca?
Tem hábito de fumar?
Quando se fere, as feridas cicatrizam rapidamente?
Tem hábito de beber?
Tem hábito de ranger ou apertar os dentes?
Figura 1.11 - Modelo do prontuário odontológico
111. EXAME CLINICO E MANOBRAS SEMIOTECNICAS
BORAKS, Silvio. Semiotécnica, Diagnóstico e Tratamento das Doenças da Boca: Série Abeno: Odontologia Essencial-Parte 
Clínica. Artes Médicas Editora, 2013.
MIGLIARI, Dante Antônio et al. Fundamentos de Odontologia: Estomatologia. 2005.
Referências
KIGNEL, Sergio. Estomatologia : bases do diagnóstico para o clinico geral / Sergio Kignel. - 2. ed. - São Paulo: Santos, 2013
CRUZ, Fernando Luiz Goulart et al. Diagnóstico diferencial de hemangioma por meio da vitropressão. RGO. Revista Gaúcha de 
Odontologia (Online), v. 59, n. 1, p. 125-129, 2011.
TOMMASI, Antonio Fernando. Diagnóstico em patologia bucal. In: Diagnóstico em patologia bucal. 2002. 
PASSARELLI, Dulce Helena de Rosa Cabello. Atlas de estomatologia: casos clínicos. Elsevier Brasil, 2017.
Exame Físico
Exame físico extra oral
Figura 1.12 - Modelo do prontuário odontológico
Exame físico extra oral - História Clínica
Descrição da alteração/lesão
Diagnóstico Clínico
Exame físico intra oral
Exame físico extra oral - História Clínica
Descrição da alteração/lesão
Diagnóstico Clínico
12
William Eduardo Pirola
Carlos Deyver de Souza Queiroz
VARIACAO DO
ESTOMATOLOGIA
desmistificando a
para o clinico geral´
ASPECTO
NORMAL
Capítulo 2
~
~
2. Variação do Aspecto Normal
 Nem toda alteração encontrada na cavidade oral pode ser 
considerada patológica, precisamos entender que os seres humanos 
apresentam estruturas semelhantes entre si. Contudo, alterações estruturais de 
tecido em um determinado aspecto clínico que possa se parecer diferente do 
convencional, mas não representa uma patologia, ou seja, não cause nenhum 
dano a saúde do paciente, podemos classificá-las como 'variação do aspecto 
normal'.
 Abordaremos a seguir, algumas estruturas que podem comumente 
apresentar variação da normalidade na prática clínica, neste caso, o profissional 
não precisa realizar nenhum tratamento específico, mas deve orientar o paciente 
quanto a possível etiologia da variação.
15
 Descritas pela primeira 
vez em 1896, os grânulos de fordyce 
acometem principalmente a mucosa 
jugal bilateral (Figura 2.1), vermelhão 
dos lábios e mucosa labial. São 
assintomáticas e não requerem ne-
nhum tratamento
 Se apresentam como 
pontos (pápulas) ou placas papulosas 
de coloração amarelada ou branco-
amarelada. São coristomas sebá-
ceos, ou seja, glândulas sebáceas 
ectópicas, que são estruturas diferen-
tes dos tecidos que geralmente 
encontramos na região.
Granulos de Fordyce
Freios Labiais e Linguais
 Tanto a mucosa labial 
superior, quanto a inferior possuem 
várias bridas, ou freios labiais em tor-
Frênulos ou 
 Outro freio importante da 
cavidade oral, é o lingual, que pode 
apresentar uma inserção até o ápice 
da língua, dificultando a deglutição e 
fonação do paciente (Figura 2.3). 
no do rebordo alveolar. Quando a 
inserção dessas bridas apresentam 
um volume extenso para a região, em 
especial entre os incisivos centrais 
(superior ou inferior), podem acarretar 
diastema em pacientes dentados, ou 
prejudicar a estabilidade protética em 
pacientes desdentados (Figura 2.2)
 Além das regiões cen-
trais, apesar de apresentar menor 
incidência, os freios podem acometer 
também regiões de pré-molares e 
molares.
 Apesar de não ser patoló-
gico, quando os freios prejudicam a 
estética ou a função, eles podem ser 
removidos, liberando as estruturas 
anexas.
16
canal de Stensen. Para avaliar e 
determinar que trata-se da saída da 
glândula salivar, basta fazer a ordenha 
da parótida, onde será possível 
visualizar a saliva sendo excretrada 
através da região.
 Apresentam aparência 
de nódulo, mesma coloração da 
mucosa jugal e são assintomáticas 
(Figura 2.4).
Proeminente
Carúncula Sublingual
 Da mesma forma que 
acontece com saída dos ductos 
salivares das parótidas, a carúncula 
sublingual está associadas às glân-
dulas salivares sublinguais. Trata-se 
de duas saliências semelhantes a 
nódulos, localizadas lateralmente ao 
freio lingual. São, portanto, os óstios 
das glândulas submandibulares.
 São proeminências 
localizadas na mucosa jugal, geral-
mente bilaterais. Estão associadas ao
Papila Parotídea 
Proeminente
Figura 2.1 - Granulos de Fordyce em região de mucosa jugal
Figura 2.2 - Freio labial superior causando diastema entre os 
centrais superiores.
Figura 2.3 - Freio lingual com inserção estendida até o ápice 
da língua.
172. VARIACAO DO ASPECTO NORMAL~
~
Leucoedema
Linha Alba de Oclusão
 Assim como o nome 
sugere, são alterações que se 
assemelham a uma linha, branca ou 
esbranquiçada, e estão presentes na 
mucosa jugal, geralmente bilaterais. 
Formam alteração estrutural, saliên-
cia linear na região da oclusão desde 
os den tes pos te r io res a té os 
anteriores. Geralmente associado a 
apertamento dos dentes e períodos de 
estresse do paciente. Não há neces-
sidade de realizar a remoção cirúrgica 
(Figura 2.5).
 A mucosa jugal pode 
apresentar características de padrão 
uniforme e opalescente, esbran-
quiçada ou acinzentadas, quando há 
Figura 2.5 - Linha alba de oclusão em mucosa jugal
presença de edema intraepitelial. 
Quando é realizado o tracionamento 
da mucosa oral, ou diascopia, é 
possível observar o desaparecimento 
da alteração, fazendo com que a 
mucosa jugal volte a ter coloração 
rósea. Esta alteração está mais 
realizada a pacientes negros.
Pigmentação Racial 
Melânica
 São manchas de colora-
ção acastanhada ou escuras, presen-
tes principalmente nas gengivas, tanto 
superior quanto inferior. Trata-se de 
pigmentação por melanina, não 
requerendo nenhum tratamento, 
contudo, quando há comprome-
timento estético a laserterapia de alta 
potência é um alternativa que pode ser 
considerada (Figura 2.6).
Figura 2.4 - Presença da carúncula parotídea proeminente 
na mucosa jugal próximo aos molares.
18
 Quando há comprome-
timento da estabilidade protética, ou 
quando são mui to extensos e 
incomodam o paciente, podem ser 
removidos. 
Palatino
 O tórus mandibular são 
crescimentos ósseos que acometem a 
p a r t e i n t e r i o r d a m a n d í b u l a , 
geralmente na área dos pré-molares. 
Podem apresentar aparência uni ou 
multilobular, de consistência resisten-
te a palpação e indolores. Da mesma 
forma, este crescimento ósseo pode 
estar presente no palato duro, 
denominado de tórus palatino (Figura 
2.6 e Figura 2.7). 
 Quando se apresentam 
un i la te ra lmen te ou na reg ião 
vestibular, são denonimados exosto-
se.
Tórus Mandibular ou 
Língua FissuradaA higienização também 
deve ser acompanhada pois formam 
regiões que facilitam o acúmulo de 
matéria alba e microrganismos.
 Observa-se múltiplos 
sulcos no dorso da língua. Por 
apresentarem como fissuras, que 
podem ser profundas, o paciente pode 
queixar-se de sensibilidade dolorosa 
com ingestão de alimentos mais 
condimentados. 
Língua Crenada
 São sulcos presentes na 
borda da língua causadas pela 
pressão da língua contra os dentes. 
Assim como na linha alba de oclusão, 
é comum estar presentes em períodos 
de estresse do paciente.
Figura 2.5 - Linha alba de oclusão em mucosa jugal
Figura 2.6 - Tórus mandibular bilateral
192. VARIACAO DO ASPECTO NORMAL~
~
Papila Incisiva e 
Língua Pilosa
Rugosidade Palatina
 Localizadas na região 
anterior do palato duro. A papila 
incisiva assemelha-se a um nódulo, 
presente na região anterior do palato 
duro entre os incisivos centrais. A 
Rugosidade palatina se assemelham 
a estrias laterais a papila incisiva. 
Além de auxiliar no processo de 
mastigação, elas podem ser utilizadas 
como identificação pessoal.
 A língua pilosa é uma 
alteração semelhantes a pêlos, 
presente no dorso da língua devido à 
retenção de ceratina na superfície das 
papilas filiformes a partir da linha 
média. A coloração pode variar entre 
a c a s t a n h a d a , a m a r e l a d a o u 
enegrecida em acarretada pela pre-
sença de diferentes pigmentos prove-
 O tabagismo, higiene 
bucal insatisfatória, consumo de chá 
e/ou café e o uso de enxaguantes 
bucais oxidantes podem estar 
associados a um aumento da pro-
dução de ceratina. Contudo, a 
alteração pode também estar as-
sociada a pacientes com boa higiene 
oral, neste caso, a língua pilosa indica 
presença de doença sistêmica 
subjacente.
nientes de alimentos, do tabaco e de 
bactérias cromogênicas (Figura 2.8)
.
- KIGNEL, Sergio. Estomatologia: bases do diagnóstico 
para o clínico geral. In: Estomatologia: bases do 
diagnóstico para o clínico geral. 2007. p. 450-450.
Referências
- MARCUCCI, Gilberto; JUNIOR, Oswaldo Crivello. 
Fundamentos de Odontologia: Estomatologia . Grupo 
Gen-Guanabara Koogan, 2000.
Figura 2.7 - Tórus palatino
Figura 2.8 - Língua pilosa
ESTOMATOLOGIA
desmistificando a
para o clinico geral´
William Eduardo Pirola
Carlos Deyver de Souza Queiroz
LESOES
FUNDAMENTAIS
Capítulo 3~
3. Lesões Fundamentais
 Podemos classificar as "lesões fundamentais" como alterações 
morfológicas que acometem a cavidade oral; cada lesão apresenta a associação 
de determinadas características. Sendo que as informações referentes a tais 
alterações apresentam condições individualizadas e padronizadas.
 As lesões fundamentais resultam em processos patológicos 
básicos, sendo portanto, necessárias para realização de um completo 
diagnóstico. O cirurgião dentista tem por obrigação conhecer estes processos e 
características para iniciar o exame clínico, bem como dominar as hipóteses 
diagnósticas. 
 Podemos classificar as lesões mais frequentes da cavidade oral em 
grandes grupos, todas com características principais em comum, sendo elas:
 - Perda de tecido
 - Lesões vesicobolhosas
 - Lesões enegrecidas
 - Lesões elevadas
 O profissional deve ter em mente que uma mesma patologia pode 
apresentar lesões diferentes ao longo de sua evolução, sendo possível o 
paciente apresentar uma lesão primária, e ao decorrer da evolução, ser descrito 
como uma lesão secundária. Por exemplo, no caso do ‘herpes simples’, que 
apresenta múltiplas vesículas, sendo uma lesão com líquido em seu interior, em 
que determinado momento se rompe, e há perda de tecido, se transformando em 
uma úlcera. 
 Deve-se ainda, destacar uma série de alterações associadas às 
lesões para que sejam descritas com o máximo de características possíveis, 
dessa forma a comunicação com outro profissional, bem como o 
acompanhamento através de dados do prontuário clínico, torna-se facilitado. 
Para tal riqueza de detalhes, devemos levar em consideração informações 
como:
 - Lesões brancas
 - Posição correta na qual a lesão se encontra na cavidade Localização:
oral, por exemplo: região posterior da mucosa jugal esquerda; ou, rebordo 
alveolar superior direito na região aproximada do elemento 16.
23
 - Quais as estruturas anatômicas presentes na região de Limites:
‘fronteira’ da lesão.
 - Pode ser classificada basicamente em dois grupos, sendo eles: Base: 
séssil e pediculada.
 - Quantidade de lesões semelhantes na mesma região que Número: 
compreende a mesma patologia, pode ser única ou múltipla.
 - Qual a resistência da lesão frente à palpação, por Consistência: 
exemplo: elástica, pétrea, borrachóide, fibrosa.
 - Deve ser medido a área de maior diâmetro ou extensão da Tamanho: 
lesão. O ideal é que seja medida em milímetros.
Pediculada: Quando a base da lesão é menor que seu ápice.
 - Pode ser definido como características de contorno nítido ou Contorno: 
não, além disso, os limites podem ser regulares ou irregulares.
 - Definida através de palpação, pode ser lisa, áspera, rugosa, Textura: 
globosa, brilhante, opaca.
Séssil: Quando a base da lesão é maior que seu ápice.
 - Formato geométrico semelhante ao da lesão em questão, por Formato: 
exemplo: arredondado, ovalado, discóide, linear, globosa.
 - Nesta categoria, o profissional deve considerar a coloração Coloração: 
principal da lesão, por exemplo: esbranquiçada, avermelhada, amarelada, 
amarronzado, azulada.
24
Mancha /ou/ Mácula
 Lesões com alteração de 
coloração, sem elevação de tecido, e 
sem perda de estrutura tecidual. 
Podem apresentar uma série de 
característ icas, em relação ao 
tamanho (desde puntiformes até 
l esões ex tensas em d ive rsos 
centímetros); coloração (marrom, 
vermelho, branca, preta); formato, 
número, contorno, dentre outras.
 As manchas podem ser 
hipecrômicas ou hipocrômicas, sendo 
de pigmentar ou sanguíneas. Deve ser 
realizada vitropressão (ou diascopia) 
para determinar sua origem (Figura 
3.1)
Placa
 Alteração de coloração 
com alteração da superfície do 
tecido em questão.
 Assim como sugere o 
nome, podemos considerar como 
lesão com discreta elevação em 
relação ao tecido adjacente, sendo 
mais amplo em relação ao diâmetro do 
que em relação à altura (Figura 3.2).
 P o d e m a p r e s e n t a r 
diversas características de superfície, 
sendo elas, lisas, rugosas, onduladas, 
papulosas, etc. As características de 
diagnóstico podem ser diversas, 
sendo algumas delas:
 - Traumática:
 - Mecânica (causada por 
prótese oral, hábitos deletérios, etc.)
 - Química (causada por taba-
gismo, produtos químicos, etc.)
 As placas podem ser de 
or igem benigna, a inda lesões 
potencialmente cancerizáveis.
 - Física (radiação solar)
 - Geralmente Infecciosa: 
provocada por HPV ou Cândida 
albicans.
 Em casos de placas na 
cavidade oral, a primeira manobra 
semiotécnica a ser realizada deve ser 
a raspagem, sendo que se as placas 
cederem ou não à raspagem, é um 
importante dado para diagnóstico.
 - Nevo branco Hereditária: 
esponjoso, leucoedema, etc.
 - Líquen Plano, Leuco-Outras: 
plasia, etc.
Nódulo / Pápula
 Podemos c lass ifica r 
essas alterações como lesões de cres-
Figura 3.1 - Mancha acastanhada em rebordo 
alveolar superior esquerdo na região do dente 26
Figura 3.2 - Placa branca em mucosa jugal 
esquerda
253. LESOES FUNDAMENTAIS~
 As pápulas geralmente 
são classificadas com diâmetro 
inferior a 5mm, e os nódulos com 
diâmetro superior a 5mm. Em relação 
a sua base, podem ser classificadas 
como pediculada ou séssil (Figuras 
3.3 e 3.4).
 Séssil
 Pediculada
cimento sólido, podendo ter em seu 
conteúdo tecido conjuntivo, epitelial 
ou misto. Podem ser únicas ou 
múltiplas. 
 - alterações com Pústulosa: 
pus em seu interior.
 - alterações com Hemorrágica: 
sangue em seu interior, por exemplo 
em hemangiomas.
 - Límpidas, porém Melicéricas: 
com consistência espessa, aparência 
semelhante ao mel, por exemplo: 
cistos nãoinfectados.
 - alterações com saliva Salivar: 
em seu interior, por exemplo em 
mucocele (quando a bolha está 
associada à glêndula salivar menor) 
ou rânula (quando a bolha está 
associada a glândulas salivares 
submandibular ou sublingual) (Figura 
2.6).
 - Trans lúc idas, Serosas: 
límpidas. Geralmente presentes em 
lesões com conteúdo semelhante ao 
soro sanguíneo, por exemplo: herpes 
simples.
Vesícula / Bolha
 Elevações circunscritas 
de crescimento contendo conteúdo 
líquido em seu interior. As vesículas 
são caracterizadas por lesões com até 
3mm de diâmetro, enquanto as bolhas 
apresentam mais de 3mm. Podem ser 
únicas ou múltiplas (Figura 2.5).
 P o d e m a p r e s e n t a r 
diversas colorações e tipos de 
conteúdo, como por exemplo:
Figura 3.4 - Nódulo em região anterior da mucosa 
jugal próxima a comissura labial direita.
Figura 3.3 - Representação esquemática da lesão
nodular em relação a sua base de implantação
26
 L e s õ e s c o m p e r d a 
tecidual, sendo as erosões clas-
sificadas como lesão com perda 
tecidual sem exposição de tecido con-
Erosão / Úlcera
 Em especial, as úlceras 
apresentam uma série de aspectos 
q u e d e v e m s e r l e v a d o s e m 
consideração, como: base, bordas, 
fundo, evolução, natureza, caráter, 
halo, sintomas, forma, tamanho e 
número (Figura 3.7).
juntivo; e as úlceras são, portanto, 
lesões com perda tecidual e exposição 
de tecido conjuntivo.
 - elevadas, depri-Bordas: 
midas, irregulares, flácidas, endu-
recida, perfuradas.
 - Tempo de aumento Evolução: 
 - mole, endurecida, Base: 
infiltrada.
 - l i so , necrót ico, Fundo: 
granuloso, bri lhante, purulento, 
crostoso, hemorrágico.
Figura 3.5 - Bolha em mucosa labial inferior direita.
Foto cedida pela Cirugiã-Dentista Denise Souza 
Oliveira Mendonça
Figura 3.6 - Bolha em assoalho bucal.
273. LESOES FUNDAMENTAIS~
Figura 3.7 - Úlcera em mucosa labial superior 
direito. Foto cedida pela Cirurgiã-Dentista 
Emmelyne Souza Salatiel Ribeiro
 - regular ou ir-Contorno: 
regular, ovóide, arredondado, difuso, 
nítido.
 - Irregular, serpi-Formato: 
giosa, redonda, oral, riniforme.
 - características eritema-Halo: 
tosas ou esbranquiçadas.
Exame Físico da Lesão
 Quando estamos diante 
de uma lesão, geralmente há neces-
 - assinto-Sintomatologia: 
máticas ou indolores; /ou/ sintomá-
ticas e dolorosas.
 - diâmetro em milí-Tamanho: 
metros, podem variar de poucos 
milímetros a vários centímetros.
 - Te m p o d a I n v o l u ç ã o : 
diminuição, cicatrização da lesão.
tamanho e/ou profundidade da lesão.
 - única ou múltipla.Número: 
 - característica Natureza: 
aguda ou crônica.
 Toda lesão encontrada 
na cavidade oral precisa ser minu-
ciosamente descrita, tanto para 
arquivamento de documentação no 
prontuário odontológico do paciente, 
quanto para comunicação com outro 
profissional.
 - superfic ia l ou Caráter : 
profundo.
 É importante seguir um 
roteiro para descrever a lesão, por 
exemplo: Lesão fundamental, 
localização, forma, tamanho, 
co loração , número , l im i tes , 
características de superfície, base 
de implantação, endurecimento de 
base, consistência, características 
do le i to , bordas , conteúdo, 
condição da mucosa adjacente, 
tempo de evolução. 
 Quando algum exame é 
realizado, é de extrema importância 
que a comunicação com o patologista 
que receberá o material seja a mais 
completa possível. Nesses casos, é 
importante enviar os dados do 
paciente, gênero, idade, etnia, dentre 
outros, uma vez que tais característi-
cas também influenciam na linha de 
diagnóstico da patologia. Também 
precisamos enviar um material de 
imagem, tanto radiografias, como 
fotografias. Mesmo que hoje dispo-
mos de uma série de máquinas 
fotográficas com excelente qualidade, 
a descrição da lesão deve ser realiza-
da de forma minuciosa, uma vez que a 
fotografia não capta alterações que 
são sensitivas, como saber se a placa 
se desprende à raspagem, endure-
cimento de base, dentre outros.
 Há necessidade também 
de descrever os d iagnóst icos 
diferenciais e diagnóstico clínico da 
lesão. Assim como o plano de trata-
sidade da realização de uma biópsia 
ou citologia esfoliativa, os exames em 
questão serão descritos nos capítulos 
12 e 13. 
28
- Lesão fundamental: (descrita neste capítulo) nódulo, pápula, bolha, placa, 
Mancha ...
- Conteúdo: ceroso, hemorrágico, purulento, gaseoso.
- Consistência: tecido normal, fibrosa, borrachóide, dura, elástica, flácida, 
flutuante, mole.
- Limites: nítidos ou não nítidos, quando há facilidade de avaliar a diferença 
entre a lesão e o tecido adjacente normal.
- Características de superfície: lisa, ceratótica, rugosa, filiforme, papilomatosa, 
verrucosa.
mento, que pode ser: cirúrgico, medicamentoso, desgaste de prótese ou aresta 
dental, exodontia, suspenção do uso de prótese, encaminhamento para centro 
especializado. E o prognóstico, que pode ser favorável, reservado, sombrio ou 
fatal. A Figura 3.8 exemplifica um modelo do prontuário para arquivamento e 
comunicação com outros profissionais acerca da lesão oral.
- Número: única ou múltipla, caso seja possível, anotar o número exato das 
lesões.
- Forma: formato geométrico que aparenta a lesão, ex: oval, circular, irregular.
- Tamanho: tamanho em milímetros em seu maior diâmetro.
- Localização: local da cavidade oral onde está a lesão, ex: porção anterior da 
mucosa jugal direita próximo a comissura labial. Porção central do palato duro na 
linha média.
- Endurecimento de base: com ou sem endurecimento de base.
- Cor: coloração mais frequente da lesão, ex: centro arroxeado, bordas 
avermelhadas. 
- Características do leito: lesão apresenta leito íntegro ou tecido conjuntivo 
exposto. Ex: um nódulo pode apresentar uma úlcera traumática em seu leito.
- Base de implantação: séssil ou pediculada.
- Bordas: regulares ou irregulares.
- Condição da mucosa adjacente: mucosa adjacente normal, presença de 
eritema.
 
293. LESOES FUNDAMENTAIS~
- Tempo de evolução: descrito de acordo com as informações relatadas pelo 
paciente.
- KIGNEL, Sergio. Estomatologia: bases do diagnóstico para o clínico geral. In: Estomatologia: bases do diagnóstico 
para o clínico geral. 2007. p. 450-450.
- COLEMAN, Gary C.; NELSON, John F. Princípios de diagnóstico bucal. In: Princípios de diagnóstico bucal. 1996. p. 
329-329.
- MARCUCCI, Gilberto; JUNIOR, Oswaldo Crivello. Fundamentos de Odontologia: Estomatologia . Grupo Gen-
Guanabara Koogan, 2000.
- REGEZI, J. A. et al. Patologia oral: correlações clínicopatológicas. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
Referências
- GUIMARÃES JUNIOR, Jayro et al. Nomenclatura das lesões fundamentais. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent, p. 863-6, 
1992.
- ESPÍRITO, Gustavo da Rocha; SANTOS, Dayanne Simões Ferreira; MOTTA, Ana Carolina Fragoso. Lesões 
fundamentais e suas descrições. Guia prático de estomatologia, 2022.
- 
Descrição da Lesão Oral
Exame Físico da Lesão
Figura 3.8 - Modelo do prontuário odontológico
Lesão fundamental, localização, forma, tamanho, coloração, número, limites, características de superfície, base de implantação, endurecimento de base, 
consistência, características do leito, bordas, conteúdo, condição da mucosa adjacente, tempo de evolução.
Diagnóstico diferencial
Diagnóstico clínico
Diagnóstico definitivo (preenchido após retorno do anatomopatológico/ citológico)
Obervação
Prognóstico
Plano de tratamento
( ) Cirúrgico
( ) Medicamentoso
( ) Desgaste dental
( ) Desgaste de Prótese
( ) Exodontia
( ) Suspenção do uso da prótese
( ) Encaminhamento para Centro Especializado
( ) ___________________________________
( ) ___________________________________
( ) Favorável ( ) Reservado ( ) Sombrio ( ) Fatal ( ) ________________ 
Exame Realizado Data do Exame
30
ESTOMATOLOGIA
desmistificando a
para o clinico geral´
William Eduardo Pirola
Carlos Deyver de Souza Queiroz
LESOES
ULCERATIVAS e
Capítulo4~
VESICOBOLHOSOSAS
4. Lesões Ulcerativas e Vesicobolhosas
 As lesões erosivas e ulceradas podem ser comuns na rotina clínica, 
uma série de fatores etiológicos estão presentes nesses casos. No organograma 
abaixo, elencamos algumas lesões ulceradas e suas etiologias principais.
 Podemos ainda classificar as lesões ulcerativas em ‘agudas’, em 
que classificamos a úlcera traumática, mucosite oral, varicela, sífilis primária, etc. 
Ou ainda como, úlceras 'crônicas e/ou recorrentes', que podem apresentar um 
período longo de duração, ou ainda, certa recorrência, em linhas gerais, 
tratam-se de lesões com ciclos de aparecimento e desaparecimento; podemos 
33
ú
lc
er
as
 o
ra
is
- Químico
- Mecânico
- Físico
TRAUMA
- Herpes Simples
- GEHA (Gengivoestomatite Herpética Aguda)
- Doença mão-pé-boca
- Varicela
VIRAL
- Linfoma
- Carcinoma espinocelular
- Câncer de glândula salivar
NEOPLÁSICA
- Úlcera aftosa recorrente
- Eritema multiforme
- Pênfigo vulgar
AUTO-IMUNE
- Lúpus eritematoso
- Líquen Plano
INFECCIOSA
- Sífilis
- Tuberculose
- Histoplasmose
- Paracoccidiodomicose
34
elencar nesses casos lesões benignas 
como úlceras traumáticas, herpes 
recorrentes (na fase ulcerada), sífilis 
secundária, tuberculosa, paracoc-
cidiodomicose, dentre outras. Lesões 
com potencial de malignidade, como o 
líquen plano. E lesões malignas, como 
o carcinoma espinocelular, linfoma e 
tumor maligno de glândula salivar.
Herpes Labial 
 Durante a vida do paci-
ente, eventos recorrentes, como 
períodos de estresse, t rauma, 
alteração da imunidade, exposição 
solar intensa e aguda, podem 
desencadear lesões vesicobolhosas 
levando ao aparecimento do herpes. 
Ge ra lmen te um d ia an tes do 
aparecimento da lesão, inicia-se a 
manifestação clínica da doença, com 
ardor e desconforto local; esta 
al teração é denominada 's inal 
prodrômico'.
 Após o período de sinal 
prodrômico, inicia-se o aparecimento 
de vesículas que coalescem e se 
rompem, expondo tecido conjuntivo e 
se transformando em úlceras. A região 
(Herpes Recorrente)
 O herpes s imples é 
caracterizado como uma doença 
infecciosa viral, ou seja, uma doença 
infectocontagiosa acometida pelo 
vírus herpes simples (HSV) tipo 1. 
Após a i n fecção do v í rus no 
organismo, ele permanecerá de forma 
latente no gânglio trigeminal por 
período indeterminado (Figura 4.1)
mais acometida é a mucosa labial, 
contudo, regiões intra orais, em 
especial, regiões queratinizadas 
também podem manifestar a doença.
 Para o tratamento do 
herpes, a utilização de antivirais 
tópicos ou sistêmicos apresentam 
melhor eficácia quando administrados 
durante o período prodrômico, após o 
aparecimento das vesículas, não há 
m u d a n ç a s i g n i fi c a t i v a . O u t r o 
tratamento é a laserterapia de baixa 
intensidade, em especial, a aPDT 
(terapia fotodinâmica antimicrobiana) 
na qual o profissional deve romper as 
vesículas, aplicar o corante azul de 
metileno 0,005% ou 0,01%, aguardar 
o tempo de colocação de 5 minutos 
para sensibi l ização com a luz 
vermelha (660nm) (Figura 4.2).
Figura 4.1 - Úlceras causadas por herpes simples 
em mucosa jugal direita e comissura labial esquerda, 
em paciente imunodeprimido
Úlcera Traumática
 Úlcera traumática é uma 
lesão na cavidade oral decorrente de 
algum trauma local, seja mordida, 
irritação por prótese, restauração ou 
dente fraturado com bordas cortantes, 
queimaduras térmicas ou químicas, 
dentre outras (Figura 4.3).
 Assim como o nome da 
patologia leva o nome da lesão 
fundamental, trata-se de uma ‘úlcera’, 
ou seja, perda de tec ido com 
exposição do tecido conjuntivo. As 
características apresentam questões 
que variam de acordo com o agente 
agressor.
UAR
Úlcera Aftosa Recorrente 
 A presente etiologia idio-
pática, ou seja, sua etiologia ainda é 
desconhecida. Tratam-se de úlcera 
inflamatórias dolorosas, exclusivas da 
cavidade oral. 
 Geralmente apresentam 
circundadas por um halo eritematoso, 
o que demonstra o processo inflama-
tório associado à lesão. Podemos 
ainda classificar em três grupos, 
sendo Menores, Maiores e Herpe-
tiforme.
 - subt ipo mais Menores: 
comum, presente em 80 a 90% dos 
casos, caracterizadas por lesões 
pequenas, múltiplas ou únicas, 
arredondada a ovóide, contorno bem 
definido e base crateriforme, centro 
deprimido e exsudato amarelado. São 
Figura 4.2 - Realização de tratamento aPDT em 
herpes simples
Figura 4.3 - Úlceras traumática em lábio inferior 
esquerdo decorrente de mordeduras. Paciente 
pediátr ico anestesiado, real izou múlt ip las 
mordeduras no lábio durante o efeito do sal 
anestésico.
354. LESOES ULCERATIVAS E VESICOBOLHOSAS~
 - São menos Herpetiforme: 
c o m u n s , e a p r e s e n t a m f á c i l 
d iagnóst ico uma vez que são 
representadas por múltiplas úlceras 
de 1 a 3mm de diâmetro cada, 
podendo facilmente passar de 10 
úlceras chegando até 100 pontos de 
lesão. A fusão das lesões podem 
acontecer acarretando lesões mais 
extensas.
predominantes nas mucosas não 
ceratinizadas e seu processo de 
cicatrização geralmente está em volta 
de 7 a 14 dias.
 O tratamento da afta ge-
ralmente se baseia na sintomatologia, 
recorrência e duração. Contudo, por 
não haver etiopatogenia totalmente 
conhecida, nenhum tratamento é 
eficaz na cura ou erradicação.
 - Também chamadas Maiores: 
de ‘afta de Sutton’ são recorrentes de 7 
a 10% dos casos, porém são mais 
graves, geralmente medem mais de 
10mm e deixam cicatrizes após sua 
c i c a t r i z a ç ã o . o p r o c e s s o d e 
cicatrização leva até 6 semanas, são 
mais comuns em palato mole e 
mucosa labial.
Síndrome de Behçet
 Trata-se de manifes-
tações cutâneas, apesar de não haver 
uma completa etiopatogenia descrita 
na literatura, sabe-se que há envol-
vimento relacionado a imunogenética 
do paciente.
 Há certa dificuldade para
fechar o diagnóst ico, contudo, 
algumas características devem ser 
levadas em consideração, segundo o 
International Study Group for Behçet’ 
Disease elenca a necessidade de pelo 
menos duas manifestações, como 
ulceração genital recorrente, lesões 
inflamatór ias ocu lares, lesões 
inflamatórias em pele (Figura 4.4).
 O tratamento é feito com 
a c o m p a n h a m e n t o m é d i c o e 
geralmente associado a medicações à 
base de cor t icó ides tópicos e 
sistêmicos. Em casos de pacientes 
com manifestações oculares ou 
manifestações sistêmicas graves, o 
t ratamento costuma ainda ser 
associado a imunossupressores, o 
que aumenta a chance do paciente 
desenvolver candidose oral.
Figura 4.4 - Úlcera em lábio superior esquerdo em 
paciente com Síndrome de Behçet.
Foto cedida pela Cirurgiã-Dentista Emmelyne 
Souza Salatiel Ribeiro
36
 Trata-se de uma doença 
rara, autoimune, sem predileção por 
gênero, possui incidência de 1 a 5 
casos a cada milhão de pessoas. 
 Se apresentam como 
bolhas acarretadas pela produção 
anormal de ant icorpos cont ra 
glicoproteínas da superfície das 
células epiteliais, desmogleína 3 e 
desmogleína 1. Em linhas gerais, 
acontece um desequilíbrio imuno-
lógico. O paciente em geral costuma 
se queixar de dores intensas, uma vez 
que as bolhas se rompem rapida-
mente (Figura 4.5).
 
Pênfigos
 O s p ê n fi g o s s ã o 
caracterizados por quatro grupos, to-
d o s r e l a c i o n a d o s a d o e n ç a s 
autoimunes.
 - Pênfigo Vegetante
Gengivoestomatite Her-
pética primária
 Trata-se de uma doença 
infecto-contagiosa, sendo o padrão 
mais comum do vírus herpes simples 
(HSV), por ser mais frequente em 
crianças, as características pediá-
tricas da lesão será descrita no 
capítulo 10. Apesar de sua maior 
incidência ser no sexo masculino, 
acredita-se que pelo menos 10% da 
população apresente lesões da GEHP 
 O ‘Sinal de Nikolsky’ é a 
manobra semiotécnica de primeira 
escolha no diagnóstico da lesão. Este 
procedimento consiste em raspar a 
mucosa bucal nas regiões adjacentes 
as das lesões ulceradas, em caso 
positivo, espera-se que aconteçaa 
formação de bolhas hemorrágicas 
minutos após, com fácil rompimento 
do epitélio, por causa da friabilidade 
do tecido.
 - Pênfigo Esritematoso
 - Pênfigo Foliáceo
 - Pênfigo Vulgar
 As manifestações orais 
são recorrentes nos subtipos ‘vulgar’ e 
‘vegetante’, sendo o Pênfigo vulgar o 
mais comum. Vale ressaltar ainda que 
c e r c a d e 5 0 % d o s p a c i e n te s 
apresentam lesões orais por até um 
ano antes de apresentar lesões 
cutâneas.
GEHP
Figura 4.5 - Úlcera após realização da semiotécnica 
‘Sinal de Nikolky’
374. LESOES ULCERATIVAS E VESICOBOLHOSAS~
 com sintomatologia dolorosa.
 Apresenta um período 
prodrômico, ou seja, período de 
sintomas que antecedem a doença, 
dura aproximadamente 4 dias, 
podendo inclu i r d ificuldade de 
alimentação, irritabilidade, mal-estar, 
febre, cefaleia, mau hálito, lindade-
nopatia submandibular e cervical.
 Clinicamente as primei-
ras manifestações orais estão relacio-
nadas a múltiplas vesículas puntifor-
mes em mucosa bucal e labial, elas se 
rompem com facilidade, formando 
lesões eritematosas que aumentam 
de tamanho com a progressão da 
doença, onde apresentam áreas de 
ulceração revestidas por uma fina 
camada de fibrina amarelada. Estas 
úlceras costumam se unir, formando 
úlceras extensas, irregulares e rasas. 
O número de lesões apresenta 
elevada variação entre pacientes.
 A doença pode acometer 
áreas queratinizadas ou não, mucosa 
móvel ou aderida. Pode envolver 
mucosa labia l e u l t rapassar a 
semimucosa (Figura 4.6), ou ainda 
região gengival vestibular ou palatina. 
Em adultos, acometem também a 
parede posterior da faringe, com 
envolvimento da mucosa bucal 
anterior a estrutura que forma o anel 
linfático da faringe, que engloba 
tonsilas faríngea, palatinas e lingual 
(anel de Waldeyr).
 A duranção da doença 
apresenta período variável, sendo 
uma média de 14 dias para casos mais 
 
graves e 7 dias em manifestações 
mais brandas. A autoinoculação para 
outras áreas como olhos, dedo e 
genital também é uma alteração que 
pode ocorrer.
Eritema Multiforme
 - Eritema multiforme menor:
geralmente está associada a drogras 
ou à reação cruzada ao vírus herpes. 
 O eritema multiforme é 
um doença inflamatória mucocutânea 
l eve , ap resen ta po tenc ia l de 
recorrência, autolimitante, volhosa, 
ulcerativa e apresenta etiologia 
incer ta . A pa to log ia pode ser 
subdividida em quatro grupos, de 
acordo com sua severidade, sendo 
elas:
Figura 4.6 - Múltiplas ulcerações em lábio e região 
peribucal iniciando a fase de crosta em paciente 
adulto, sexo feminino.
38
Afeta pele e mucosa, em média 25 a 
50% dos casos, o eritema multiforme 
cutâneo, apresenta também manifes-
tações orais.
 - Eritema multiforme maior:
também conhecida como síndrome de 
Stevens-Jhnsons, trata-se de uma 
forma mais severa, geralmente está 
associada a drogas sistêmicas, em 
especial os antibióticos, analgésicos e 
barbitúricos. 
 As lesões também acometem 
as mucosa ocular e genital, assim 
como pele e mucosa oral. Afeta cerca 
de 5 pacientes por milhão de habitan-
tes.
 - Necrólise epidérmica bolho-
sa: também chamada de Doença de 
Lyell, forma mais severa da patologia, 
também associada a drogras sistê-
micas. A patologia é desencadeada 
pelo aumento da apoptose das células 
epiteliais, é comum que aconteça 
descamação difusa em grandes áreas 
da pele e mucosa. 
 - Eritema multiforme bolhoso:
Forma mais severa do eritema, 
descrito em 1993 por Bastuji-Garin. 
Apresenta etiologia desconhecida, a 
morfologia das lesões, extensão, 
distribuição e gravidade das áreas 
descamadas é diferente das outras 
 Acomete principalmente paci-
entes do sexo feminino e com idade 
mais avançada, o índice de morta-
lidade é elevado, contudo, quando o 
paciente sobrevive à patologia, as 
lesões podem levar em média 2 a 4 
semanas para cicatrizarem, porém as 
lesões orais tendem a demorar mais.
 Surge após o rompi-
mento do ducto excretor de uma 
glândula salivar menor, em seguida 
acontece o extravasamento de 
mucina, que fica acumulada no interior 
do tecido conjuntivo. Seu principal 
fator etiológico é o trauma local, por se 
tratar de uma lesão comum na 
infância, dificilmente o paciente é 
capaz de relatar o trauma causado no 
local.
(Fenômeno de extravasa-
mento de muco) 
formas do eritema.
Mucocele
 O tratamento da muco-
cele está relacionado à biópsia 
excisional com a glândula salivar 
associada ao trauma, como não é 
possível saber qual glândula salivar 
menor foi lesionada, é importante que 
sejam removidas as glândulas 
menores circunvizinhas à lesão. A 
realização da remoção das glândulas 
salivares menores associadas à 
região da lesão miniminiza os casos 
 Clinicamente é possível 
observar uma bolha, ou seja aumento 
volumétrico com conteúdo líquido no 
seu interior, de coloração azulada-
arrocheada ou translúcido, assinto-
mática, com maior prevalência em 
lábio inferior (Figuras 4.7 a 4.9), 
podendo acometer outras áreas da 
cavidade oral, desde que associadas 
a glândulas salivares menores. É 
comum que as bolhas se rompam e 
esvaziem, com recidiva.
394. LESOES ULCERATIVAS E VESICOBOLHOSAS~
de recidiva, que são frequentes.
Rânula
 A rânula é uma lesão bo-
 Clinicamente é possível 
observar uma bolha de colocação 
azulada ou translúcida (Figura 4.10), 
em geral assintomática e de etiologia 
associada à trauma local. Apesar de 
assintomática, o paciente pode relatar 
alteração de posição da língua (as 
lesões mais extensas podem elevar a 
língua). O diagnóstico da rânula é 
clínico e o tratamento consiste desde a 
marsupalização, ou seja, criação 
c i rúrg ica de uma nova v ia de 
d renagem, ou a m ic romarsu -
pialização, que consiste em passar um 
fio de sutura através da lesão, a fim de 
criar uma via de drenagem e induzir 
que o organismo forme epitélio em tor-
lhosa, também associada ao fenô-
meno de extravasamento de muco; a 
diferença entre a mucocele e a rânula, 
é que esta última acomete a região de 
assoalho de boca, associada À 
ruptura de um ducto de uma glândula 
salivar maior (sublingual).
Figura 4.7 - Bolha em lábio inferior - Mucocele. Foto 
cedida pela Cirurgiã-Dentista Denise Souza Oliveira 
Mendonça
Figura 3.8 - Bolha em lábio inferior - Mucocele. Foto 
cedida pela Cirurgiã-Dentista Denise Denise Souza 
Oliveira Mendonça
Figura 4.9 - Bolha em lábio inferior - Mucocele. Foto 
cedida pela Cirurgiã-Dentista Denise Souza Oliveira 
Mendonça
40
no do fio. Espera-se que desta forma, 
forme um novo ducto excretor (Figura 
4.11), ou ainda a remoção completa da 
glândula salivar, sendo este um 
tratamento radical.
Angina Bolhosa Hemor-
rágica
 Acometem pr incipal-
mente adultos acima da 5ª década de 
vida. As bolhas costumam se romper 
com facilidade, formando úlceras e 
não costumam deixar cicatrizes após 
sua cicatrização. Não apresenta um 
tratamento específico, contudo, pode 
ser realizado biópsia em caso de 
múltiplas recidivas.
 São bolhas ou vesículas 
c o m c o n t e ú d o h e m o r r á g i c o , 
geralmente assintomático, porém o 
paciente pode relatar sensação 
dolorosa na área. As principais regiões 
onde a lesão acomete são palato e 
mucosa jugal (Figura 4.12). Apresenta 
etiologia multifatorial, associada a 
traumas, susceptibilidade do paciente 
e uso crônico de corticóides inala-
tórios.
Figura 4.10 - Bolha em assoalho bucal - Rânula
Figura 4.11 - Realização de micromarsupialização 
em rânula Figura 4.12 - Vesícula hemorrágica em palato
414. LESOES ULCERATIVAS E VESICOBOLHOSAS~
 
 Termo clínico genérico 
q u e d e s c r e v e u m a c o n d i ç ã o 
inflamatória com aspecto erosivo, 
descamativo e avermelhado (Figura 
4.13). É comum que os pacientes 
apresentem quadros e eritemas, 
edemas e ulcerações em mucosa 
gengival. A descamação do epitélio 
e s t á a s s o c i a d a a s e n s a ç õ e s 
dolorosas.
 O d i a g n ó s t i c o é a 
associação dos dados clínicos e a 
realização de biópsia incisional, para 
realização doexame histopatológico, 
e imunofluoresência. Podem estar 
associados a doenças autoimunes 
mucocutâneas, por exemplo: líquen 
Gengivite Descamativa
Lesão erosiva em Gen-
giva
plano erosivo, o pênfigo vulgar e o 
penfigóide benigno de mucosa. 
 As lesões erosivas de 
lábio podem apresentar etiologia 
distinta entre si, sendo necessária a 
realização de uma completa anam-
nese para diagnóstico e prognóstico 
da lesão.
 é uma lesão - Queilite actínica: 
com potencial de malignidade, 
associada à exposição crônica e a 
radiação ultra violeta (exposição solar 
sem proteção). Clinicamente pode ser 
observada como placas ou manchas, 
á reas avermelhadas, c ros tas , 
fissuras, descamações e úlceras. No 
capítulo ‘Lesões Brancas’, esta lesão 
será mais discutida. O diagnóstico é 
realização da biópsia incisional 
associado dados clínicos e histopato-
lógicos, sendo que áreas erosivas e 
ulceradas apresentam maior grau de 
displasia, isto é, maior agres-sividade 
(Figuras 4.14 e 4.15).
Lesões Erosivas de Lábio
 O tratamento é variado 
por conta da doença base, mas 
geralmente está associado ao uso de 
corticóide e imunossupressores/ 
imunomoduladores.
 se situa nas - Queilite angular:
comissuras labiais, configura-se como 
uma forma de manifestação do fundo 
cândida, sendo a candidose erite-
matosa. Clinicamente observa-se 
eritemas, fissuras e descamação. Em 
geral, acomete pacientes idosos com 
perda de dimensão vertical de oclusão 
Figura 4.13 - Gengivite descamativa em gengiva 
inferior
42
(DVO). O tratamento consiste no uso 
de antifúngicos tópicos e confecção de 
nova prótese para reestabelecer a 
DVO do paciente.
 A eritoplasia e a eritoleu-
coplasia são lesões com potencial de 
malignidade. O diagnóstico é clínico, 
contudo, existe a necessidade da 
realização de biópsia incisional da 
região, quando há presença de 
displasia. O acompanhamento deve 
ser t r imestra l , quando não há 
displasia, o acompanhamento pode 
ser semestral. 
 fissuras e - Queilite esfoliativa: 
descamações pers is ten tes no 
vermelhão dos lábios. Geralmente 
estão associados a ambos os lábios 
simultaneamente. Em casos mais 
severos, podem gerar crostas 
hiperceratóticas amareladas e espes-
sas, por apresentar fissuras profun-
das, pode apresentar sangramento 
local.
 A eritroleucoplasia é um subtipo 
d a l e u c o p l a s i a , c l i n i c a m e n t e 
apresenta-se como uma lesão 
avermelhada, com placas ou manchas 
esbranquiçadas, e esfoliativas. As 
áreas avermelhadas apresentam um 
maior grau de displasia epitelial. 
 Nos casos em que há 
possibilidade da remoção completa da 
lesão, a cirurgia deve ser planejada. O 
agente causador principal da lesão é o 
f u m o , q u e t a m b é m d e v e s e r 
suspenso.
 A Figura 4.16 apresenta 
um caso de eritroleucoplasia em 
palato duro, e a Figura 4.17 apresenta 
Eritroleucoplasia
Figura 4.14 - Lábio com intenso ressecamento labial 
e áreas erosivas
Figura 4.15 - Úlcera em lábio inferior lado esquerdo
434. LESOES ULCERATIVAS E VESICOBOLHOSAS~
a mesma lesão sob visualização da 
fluorescência óptica com luz violeta 
através do equipamento Evince®.
- MARCUCCI, Gilberto; JUNIOR, Oswaldo Crivello. 
Fundamentos de Odontologia: Estomatologia . Grupo 
Gen-Guanabara Koogan, 2000.
- CAWSON, R. A.; ODELL, E. W. Fundamentos básicos 
de patologia e medicina oral. São Paulo: Santos, 2013.
Referências
- COLEMAN, Gary C.; NELSON, John F. Princípios de 
diagnóstico bucal. In: Princípios de diagnóstico bucal. 
1996.
- REGEZI, J. A. et al. Patologia oral: correlações 
clínicopatológicas. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
- NEVILLE, B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 3. 
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
- LASKARIS, G. Atlas colorido de doenças da boca. 3a 
edição. Editora: ArtMed, 2004.
- MOGHADAM-KIA, Siamak; FAZEL, Nasim. A 
diagnostic and therapeutic approach to primary burning 
mouth syndrome. Clinics in Dermatology, v. 35, n. 5, p. 
453-460, 2017.
Figura 4.16 - Eritroleucoplasia em palato duro. 
Visualização indireta através de espelho bucal.
Figura 4.17 - Eritroleucoplasia em palato duro 
visualizado através do equipamento Evince®
44
ESTOMATOLOGIA
desmistificando a
para o clinico geral´
Cássio Vinhadelli Ribeiro
LESOES
BRANCAS
Capítulo 5~
5. Lesões Brancas
 No sentido amplo, a expressão “lesões brancas” incluiria algumas 
lesões papulares/ nodulares, como por exemplo o papiloma escamoso, as quais 
não serão abordadas neste capítulo pois, embora brancas, pertencem ao 
capítulo “Lesões nodulares e vegetantes” por representarem um crescimento 
tecidual.
 Clinicamente, as lesões brancas orais são em geral de fácil 
diagnóstico clínico, mas ainda assim em muitos casos é necessário realizar o 
exame microscópico, uma vez que podem representar lesões malignas, 
conforme o quadro abaixo, o qual apresenta as principais lesões brancas, 
cavidade oral (Figura 5.1).
 A leucoplasia constitui-se de uma lesão potencialmente maligna 
mais frequente na mucosa bucal, sendo definida, pela Organização Mundial de 
Saúde (OMS), como uma mancha ou placa branca, não removível por raspagem 
e que não pode ser classificada clínica ou patologicamente como outra enfermi-
Leucoplasia
 Lesões brancas da mucosa bucal são observadas com frequência 
na rotina clínica do cirurgião-dentista. Tais manifestações surgem em 
decorrência de alterações no processo de renovação do epitélio (aumento da 
espessura de ceratina ou do tecido epitelial como um todo) e/ou da condensação 
de fibras do tecido conjuntivo, as quais tornam a vascularização da mucosa 
menos perceptível clinicamente.
Figura 5.1 - Principais lesões brancas da cavidade oral
47
dade. O termo leucoplasia é utilizado 
no sentido clínico, apenas, podendo 
ser composto por uma superfície lisa, 
rugosa ou verrugosa (Figuras 5.2 e 
5.3)
 A causa da leucoplasia é 
desconhecida, porém, pesquisas 
identificam fatores associados à lesão 
como prováveis agentes etiológicos, 
como tabaco, álcool, radiação solar, 
diabetes e infecções da cavidade oral 
ou até mesmo causa idiopática. 
 Clinicamente a Leuco-
plasia é dividida em dois tipos: 
homogênea e não-homogênea. A 
leucoplasia homogênea trata-se de 
uma lesão, branca, de superfície plana 
e fina, que pode exibir fendas 
superfic ia is com aspecto l iso, 
enrugado ou corrugado e textura 
consistente. A leucoplasia não-
homogênea, por sua vez, representa 
uma lesão branca ou branco-
avermelhada, que pode ter superfície 
irregular, nodular ou exofítica, com 
aspectos ulcerados ou eritematosos.
 Ainda que as leuco-
plasias sejam consideradas lesões 
p o t e n c i a l m e n t e m a l i g n a s , a s 
características histopatológicas de um 
epitélio displásico são encontradas 
apenas em 5 a 25% dos casos. As 
leucoplasias são classificadas como 
lesões pré-malignas porque em mais 
de um terço dos carcinomas orais 
diagnosticados a lesão está presente 
na vizinhança imediata.
 Com relação ao trata-
mento, pode-se dizer que a eliminação 
ou a redução do tamanho da lesão não 
é um indicador aceitável de eficiência, 
devido às grandes chances de 
recorrência que podem ser de até 
30%.
 Dessa forma, percebe-
mos que a Leucoplasia oral apresenta 
possibilidade de recidiva e, por isso,
Figura 5.2 - Leucoplasia em mucosa jugal esquerda
Figura 5.3 - Leucoplasia em assoalho bucal e língua
48
 Especificamente as le-
sões orais do Líquen Plano irão 
acometer principalmente indivíduos 
do sexo feminino podendo estar 
presente em cerca de 50 a 70% dos 
indivíduos afetados pela doença. Vale 
ressaltar inclusive que o Líquen Plano 
pode apresen ta r -se de fo rma 
exclusiva na cavidade oral em 
aproximadamente 20 a 30% dos 
enfermos.
 os pacientes devem ser examinados 
periodicamente, sendo a proservação 
de suma importância, devendo 
consistir de exame clínico oral 
completo, bem como de biópsias 
ocasionais.
Líquen Plano
 Líquen plano é definido 
como uma doença mucocutânea 
inflamatória crônica, mediada porcélulas T, de etiologia desconhecida. 
Quando presente em pele, embora 
também presente em crianças, irá 
apresentar maior incidência em indiví-
duos por volta dos 30 aos 60 anos 
sendo caracterizada por uma erupção 
papulosa.
 Já quando presente em 
mucosas, poderá estar presente 
principalmente na região oral e genital, 
podendo, em alguns poucos casos 
descritos também acometer as 
mucosa do ânus, do nariz, da laringe, 
da conjuntiva e da uretra. 
 O diagnóstico do Líquen 
Plano oral deve ser feito por meio de 
exames clínico e histológico. Entretan-
to entanto, existem lesões que devido 
à presença de características clínicas 
clássicas do Líquen Plano podem ter 
seu diagnóstico fechado apenas a 
partir da análise de suas caracterís-
ticas clínicas.
 As lesões do Líquen 
Plano Oral, normalmente, persistem 
por anos, apresentando períodos de 
exacerbação e quiescência. 
 Erosiva: apresenta lesões 
sintomáticas e com potencial de 
malignização, por conta da sinto-
tomatologia dolorosa, tende a ser mais 
perceptiva pelo paciente. Clinica-
mente, observa-se ulceração irregu-
lar, a qual pode se apresentar coberta 
 Clinicamente o Líquen 
Plano Oral pode se apresentar das 
seguintes formas:
 Forma clínica mais Reticular: 
comum sendo caracterizada pela 
presença de finas estrias brancas 
entrelaçadas, denominadas “estrias 
de Wickham”. Em geral, essas lesões 
não são estáticas, apresentando 
períodos de remissão e exacerbação 
em semanas ou meses. Tais lesões, 
usualmente, são assintomáticas, 
podendo em alguns casos o paciente 
queixar-se de sensação de quei-
mação na boca. Apresentam um 
padrão bilateral, simétrico e aco-
metem mucosa jugal posterior na 
maioria dos casos (Figura 5.4).
 Exacerbações da lesão 
estão relacionadas a periodos de es- 
tresse psicológico, ansiedade e 
trauma mecânico (fenômeno de 
Koebner).
495. LESOES BRANCAS~
 O processo terapêutico 
deve ser individualizado para cada 
caso, sendo os fármacos mais 
frequentemente indicados, com os 
corticos-teróides de via tópica e 
sistêmica. A potência do corticoide tó-
ou não por placa de fibrina. Também 
pode ser circundada por finas estrias 
radiantes queratinizadas ou rendi-
lhadas.
 Possui irregula-Tipo Placa:
ridades esbranquiçadas e homo-
gêneas que se assemelham à 
leucoplasia; sua frequência maior 
acomete dorso de língua e mucosa 
jugal. O aspecto elevadas e/ou 
rugosas são mais perceptíveis em 
pacientes tabagistas (Figura 5.5).
 Papular: Geralmente são 
observadas associadas a outros tipos 
de Líquem Plano; apresenta peque-
nas pápulas brancas, cerca de 0,5mm 
a 1 ,0mm de d iâmet ro aprox i -
madamente, com estrias finas em 
suas áreas adjacentes.
 Trata-se da forma Bolhosa: 
clínica mais incomum apresentando 
bolhas que aumentam de tamanho e 
tendem à ruptura, deixando a 
superfície ulcerada e dolorosa. 
 O tratamento da doença 
tem como objetivo aliviar os sintomas 
e minimizar o impacto funcional da 
patologia. 
 L e s õ e s a v e r -A t r ó fi c a : 
melhadas difusas, clinicamente, 
podem apresentar estrias brancas 
características do tipo reticular 
circundada por uma área eritematosa.
pico e sua frequência de utilização 
devem ser reduzidas a medida que o 
quadro c l in i co e os s in tomas 
me lho rem. Também podemos 
associar a laserterapia de baixa 
intensidade.
 
 
 
Figura 5.5 - Líquen Plano em placa no dorso da língua
Figura 5.4 - Líquen Plano reticular, possível 
visualizar as estrias de Wickham em mucosa jugal
50
 Queilite actínica é uma 
alteração crônica, potencialmente 
maligna, resultante da exposição solar 
frequente e prolongada, acometendo 
principalmente a região de lábio 
inferior, de indivíduos do sexo mas-
culino, de pele clara, entre 40 e 80 
anos de idade.
Queilite Actínica
 Podem apresentar-se na 
 Tratamento com laser 
tem sido realizado por alguns profis-
sionais de saúde, entretanto o método 
carece de embasamento científico 
para essa indicação.
 Inibidores tópicos da cal-
cineurina, tacrolimus e pimecrolimus 
foram introduzidos na terapêutica do 
Líquen Plano Oral no início da década 
passada. 
 
 Geralmente, a evolução da 
patologia, se dá-se com o aspecto de 
lábios ressecados, posteriormente 
s u r g e m e s t r i a s o u fi s s u r a s 
perpendiculares ao limite entre pele e 
vermelhão labial. Associada à desca-
mação prolongada, e o ressecamento 
labial. Há a perda da linha que delimita 
a parte avermelhada do lábio e a pele, 
e em alguns casos, os lábios se 
tornam mais endurecidos (Figura 5.7). 
Com o passar do tempo, este 
espessamento aumenta e o eritema 
se torna mais visível, algumas úlceras 
podem aparecer. 
f o rma aguda , menos comum, 
relacionada a episódios de intensa 
exposição ao sol, com presença de 
ulcerações, bolhas e crostas (Figura 
5.6). A forma crônica aparece devido à 
exposição solar de forma contínua e 
encontrada principalmente depois da 
quinta década de vida.
 
Figura 5.6 - Úlcera crônica em lábio inferior (queilite 
actinica)
Figura 5.7 - Lábio inferior sem delimitação do 
vermelhão do lábio, e ressecamento labial.
515. LESOES BRANCAS~
 Portanto, ao decorrer do 
curso da patologia, o lábio tende a 
perder seu contorno e elasticidade 
natural. Inicialmente esta é de uma 
lesão assintomática, porém, em 
alguns casos podem apresentar 
descamação, prurido, sensação de 
secura e queimação e que clinicamen-
t e a p r e s e n t a - s e c o m o á r e a s 
leucoplásicas nos lábios, associadas 
a áreas eritematosas, possivelmente 
com úlceras, crostas e, às vezes, 
sangrantes. 
 Entretanto, quando no 
quadro histológico forem eviden-
ciadas alterações do tipo atipia 
epitelial, o tratamento consiste na 
remoção cirúrgica da lesão.
 As condutas terapêuticas 
para a queilite actínica visam a impedir 
a malignização. Os tratamentos, vão 
desde mais conservadores, como a 
utilização de chapéus e filtros solares, 
inibindo a exposição direta ao sol, nos 
casos em que o quadro histológico 
não demonstra atipia epitelial.
Escamosas (CCE)
Carcinoma de Células 
 Sua etiologia está relaci-
onada a fatores genéticos, ambientais 
e comportamentais. O tabaco, o álcool 
 O carcinoma de células 
escamosas representa de 90 a 95% 
dos neoplasmas malignos da 
cav idade ora l , sendo também 
conhecido como carcinoma espino-
celular ou epidermóide (Figura 5.8). 
assim como a exposição excessiva ao 
sol são fatores de risco para doença. 
 Caracter is t icamente, 
essa lesão causa o rompimento do 
epitélio, com formação de uma úlcera 
de consistência e base enrijecida. O 
carcinoma exibe normalmente um 
fundo granuloso e grosseiro, com 
bordas elevadas circundando a lesão. 
Clinicamente, pode-se classificar as 
lesões da boca em ulceradas, 
nodulares e vegetantes. 
 
 Trata-se de uma lesão 
com maior taxa de incidência em 
pacientes do sexo masculino, entre a 
5ª e a 6ª década de vida. O sítio mais 
comum para o CCE bucal é a língua, 
correspondendo a 44% dos casos, 
seguido pelo assoalho bucal com 
16%. Outros sítios que também 
apresentam a lesão são o palato mole, 
gengiva, mucosa jugal, mucosa labial 
e palato duro.
Figura 5.8 - CCE em borda de língua
52
 Relacionada ao aumento 
da produção de ceratina no tecido 
epitelial que reveste a mucosa como 
uma reação f ren te a agen tes 
traumáticos crônicos, como por 
exemplo próteses dentais e aparelhos 
ortodônticos.
 Clinicamente é apresen-
tada uma mancha ou placa esbranqui-
çada e homogênea, assintomática 
de superfície lisa ou rugosa.
 Dessa forma, a identi-
ficação e remoção do agente causa-
dor é de extrema importância para 
diagnóstico e tratamento da lesão. 
Ceratose Friccional
 Seu diagnóstico é confir-
mado quando a lesão desaparece no 
período de até 4 semanas após a 
remoção do agente traumático que a 
causou.
 Quando a remoção do 
agente causador não é possível, 
recomenda-se contro le c l ín ico 
periódico e podendo considerar a 
realização de biópsia para descartar 
alterações mais

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