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Modelos de atenção à saúde no Brasil

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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
Modelos de atenção à saúde no Brasil 
 Modelo de atenção ou modelo assistencial é uma representação esquemática e simplificada de um sistema de saúde, 
com identificação de seus traços principais, seus fundamentos, suas lógicas, enfim, sua razão de ser ou as 
racionalidades que lhe informam. 
 Modo de intervenção em saúde por meio da combinação de tecnologias utilizadas pela organização dos serviços de 
saúde em determinados espaços-populações. 
 Modo como são produzidas as ações de saúde. 
 Maneira como os serviços de saúde e o Estado se organizam para produzi-las e distribuí-las. 
 É possível concluir que “modelo assistencial” é um termo polissêmico, utilizado para designar diferentes aspectos de 
um fenômeno complexo. No entanto, todos se referem a como, em um determinado contexto histórico-social, são 
organizados os serviços de saúde, como são realizadas as práticas, os valores que orientam o modo como a sociedade 
define saúde e os direitos dos seres humanos em relação à vida. 
 
 
 
 
 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
1) MODELO SANITARISTA (sanitário-campanhista) 
 Primeira República; Oswald Cruz; Revolta da Vacina. 
 Tem como principais exemplos de sua atividade: vacinação, controle de epidemias e erradicação de endemias. 
 A assistência à saúde individual era prestada quase que exclusivamente de forma privada, excluindo o acesso de 
grande parte da população que não podia pagar por estes cuidados, restando-lhes os serviços filantrópicos de 
caridade. 
 Centrada no biomédico e incorpora ações de vigilância sanitária e epidemiológica. 
 
2) MODELO MÉDICO ASSISTENCIAL PRIVATIVISTA 
 Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPS); Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP); Instituto Nacional de 
Previdência Social (INPS). 
 Do ponto de vista de saúde pública, este novo quadro substitui a ênfase na prevenção das doenças endêmicas pelas 
doenças de massa agravadas pelas condições de vida e de trabalho. 
 Esse modelo era centrado na assistência médica, nas práticas curativas altamente especializadas e fragmentadas, no 
cuidado individual e na organização voltada ao complexo médico-hospitalar. 
 Demanda espontânea, individualismo, saúde e doença como mercadoria, medicalização dos problemas, estímulo ao 
consumismo médico. 
 A ênfase nas ações curativas e no tratamento das doenças, lesões e danos; a medicalização; a ênfase na atenção 
hospitalar com uso intensivo do aparato tecnológico do tipo material. 
 Pode-se mencionar, ainda, a pouca ênfase na análise dos determinantes do processo saúde-doença, a orientação para 
a demanda espontânea, o distanciamento dos aspectos culturais e éticos implicados nas escolhas e vivências dos 
sujeitos e a incapacidade de compreender a multidimensionalidade do ser humano. 
 Resumindo: é um modelo baseado na concepção de saúde como MERCADORIA e não em função das necessidades de 
saúde da população. 
 
3) MODELO ASSISTENCIAL ALTERNATIVO 
 As discussões sobre a necessidade de mudanças do modelo assistencial ganharam força no final dos anos 70 com a 
emergência do movimento da Reforma Sanitária Brasileira. 
 A crítica ao modelo de saúde dominante no Brasil, altamente centralizado, fragmentado e restrito às ações curativas 
apontava a necessidade de profundas transformações, evidenciando a necessidade da descentralização dos serviços, 
humanização do atendimento e da atenção integral garantindo o acesso à saúde para toda a população. 
 Em âmbito mundial, ocorre a Conferência Internacional de Alma-Ata (1978) que traz para o centro de discussão a 
Atenção Primária à Saúde (APS) como proposta de reordenamento dos sistemas de saúde. 
 Em 1986 ocorre a VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS) que foi um marco de referência para as mudanças no 
setor saúde. Ao propugnar a saúde como direito de todos e dever do Estado, esta conferência reafirma e consolida as 
propostas do movimento sanitário brasileiro e amplia o conceito de saúde conferindo-lhe o caráter de direito de 
cidadania. 
 Os princípios do SUS passaram a ser um eixo de orientação para as práticas assistenciais, contemplando o acesso 
universal e igualitário, a regionalização, a hierarquização e a descentralização dos serviços de saúde, o atendimento 
na perspectiva da integralidade e a participação popular. 
 Necessidade de construção de um modelo de atenção para a qualidade de vida. 
 A partir de 1994, surge a formulação do Programa Saúde da Família, o qual se constitui em uma das principais 
tentativas de superação dos problemas decorrentes do modelo biomédico e também de busca da implementação dos 
princípios do SUS. Apresenta-se como eixo estruturante do processo de reorganização do sistema de saúde, baseado 
na Atenção Primária à Saúde (APS). 
 O objetivo da Estratégia de Saúde da Família é reorganizar a prática assistencial, ampliando o foco para a família e 
suas relações sociais e condições de vida, articulando um conjunto de ações de promoção, proteção e recuperação 
da saúde. 
 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 Medicina comunitária, equipes matriciais de referência, levar a saúde a população geral e promover a integralidade 
da atenção. 
 
 
 
A busca de um modelo assistencial que esteja orientado para a integralidade e às necessidades ampliadas de 
saúde, em sintonia com os princípios do SUS e que supere os problemas decorrentes da hegemonia do paradigma da 
biomedicina é um dos grandes desafios do sistema de saúde brasileiro na atualidade.

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