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BENEFICIOS DO TREINEMENTO DE FORÇA EM INDIVIDUOS COM LESÃO MEDULAR

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA
CURSO DE BACHARELADO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
AKHENATON PEREIRA DE MELO
IRLANE SILVA DA GAMA BARBOSA
BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM INDIVÍDUOS COM
LESÃO MEDULAR
ANANINDEUA-PA
2022
BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM INDIVÍDUOS COM
LESÃO MEDULAR
AKHENATON PEREIRA DE MELO
IRLANE SILVA DA GAMA BARBOSA
Trabalho de conclusão de curso
apresentado a Universidade da Amazônia
como requisito parcial para obtenção do
grau de bacharel em educação física.
Orientadora: Profª Drª Martha de Souza
França.
ANANINDEUA-PA
2022
AKHENATON PEREIRA DE MELO
IRLANE SILVA DA GAMA BARBOSA
BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM INDIVÍDUOS
COM LESÃO MEDULAR
Projeto de trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade da Amazônia -
Ananindeua, como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Educação Física
BANCA EXAMINADORA:
Profª. Dr. Matha de Souza França.
(UNAMA/Ananindeua – Orientador)
Inserir o nome completo do membro 1
(Instituição)
Inserir o nome completo do membro 2
(Instituição)
DATA DA AVALIAÇÃO: / / /
NOTA:
Dedico este trabalho à minha mãe Maria do Amparo e ao
meu esposo Claudio Santos que foram fundamentais nessa
jornada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por nunca desistir de mim,
por sempre estar ao meu lado.
A minha mãe, pois me incentivou e me deu a
oportunidade de estudar.
Ao meu esposo que acreditou em mim e me
ajudou nessa jornada.
Ao meu orientador Profª.Drª Martha de Souza
França, pela sabedoria com que me guiou
nesta trajetória.
A os meus professores da faculdade
Aos meus colegas de sala.
A coordenação do curso, pela cooperação.
Enfim, a todos os que por algum motivo
contribuíram para a realização desta pesquisa.
“Cem vezes por dia, eu lembro a mim
mesmo que minha vida interior e
exterior depende do trabalho de outras
pessoas, vivos ou mortos, e que devo
me esforçar para dar na mesma
medida em que recebi e continuo a
receber”.
Albert Einstein (1879 – 1955)
RESUMO
O trauma raquimedular (TRM) é uma agressão à medula espinhal que pode acarretar prejuízos
neurológicos graves, desde alterações das funções motora, sensitiva e autônoma até síndromes
incapacitantes, como alterações autônomas, sensitivas e motoras, e assim reduzir a qualidade
de vida. O treinamento resistido, também conhecido como treinamento de força ou com pesos
são todos utilizados para descrever um tipo de exercício que exige que a musculatura corporal
se movimente (ou tente se movimentar) contra uma força oposta. O objetivo do nosso trabalho
é investigar os efeitos do treino de força em indivíduos com TRM. Trata-se de uma revisão
sistemática, onde sistematizamos acervos literários advindos das principais plataformas de
buscas cientificas como Biblioteca virtual em saúde (BVS), Pubmed, Lilacs e Scientific
Electronic Library (SCIELO). Todos os artigos inseridos tem relação direta com a TRM e o
treinamento resistido como estratégia de intervenção. Houve uma grande variabilidade nos
protocolos de medidas de avaliação, sendo a maioria deles a aplicação de dinamômetro
isocinético, para avaliação da força isocinética, e foi observado que os membros superiores
foram os mais avaliados, dessa forma conclui-se que o exercício resistido contribui para o
ganho de força e consequentemente na independência funcional colaborando para o nível de
percepção da qualidade de vida.
Palavras-chave: Exercício resistido. Lesão Medular. Trauma Raquimedular. Treinamento de
força. Qualidade de vida.
ABSTRACT
Spinal cord trauma (SCI) is an aggression to the spinal cord that can cause severe neurological
damage, ranging from changes in motor, sensory and autonomous functions to disabling
syndromes, such as autonomous, sensitive and motor changes, thus reducing quality of life.
Resistance training, also known as strength training or weight training, are all used to describe
a type of exercise that requires the body's musculature to move (or attempt to move) against
an opposing force. The aim of our work is to investigate the effects of strength training in
individuals with SCI. This is a systematic review, where we systematize literary collections
from the main scientific search platforms such as Virtual Health Library (VHL), Pubmed,
Lilacs and Scientific Electronic Library (SCIELO). All inserted articles are directly related to
TRM and resistance training as an intervention strategy. There was a great variability in the
protocols of evaluation measures, most of them being the application of an isokinetic
dynamometer, for the evaluation of isokinetic strength, and it was observed that the upper
limbs were the most evaluated, thus, it is concluded that resistance exercise contributes to the
gain in strength and consequently in functional independence collaborating for the level of
perception of quality of life.
Keywords: Resistance exercise. Spinal cord injury. Spinal cord trauma. Strength training.
Quality of life.
LISTA DE ABREVIATURAS
ERP – Exercícios de Resistência Progressiva
EE – Exercícios de Resistência
LM – Lesão Medular
MIF – Medida de Independência Funcional
TRM – Trauma Raquimedular
TF – Treinamento de Força
TL – Treinamento Locomotor
TR – Treinamento de Resistência
TRC– Treinamento de Resistência em circuito
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------11
2. METODOLOGIA ----------------------------------------------------------------------------12
3. RESULTADOS --------------------------------------------------------------------------------13
4. DISCUSSÃO -----------------------------------------------------------------------------------17
5. CONCLUSÃO ---------------------------------------------------------------------------------19
6. REFERÊNCIA --------------------------------------------------------------------------------20
11
1. INTRODUÇÃO
O traumatismo Raquimedular (TRM) é caracterizado por um dano que ocorre na
medula espinhal, que pode ser classificado em danos parcial ou total, o que representa
déficits temporário ou permanentes, reproduzindo deformações nas funções motoras e
sensitivas, acarretadas devido avarias no sistema nervoso, surgindo assim a deficiência
física, seja com um quadro de paraplegia ou tetraplegia (LIANZA et al., 2007).
No tocante ao perfil sociodemográfico, estudos em diferentes países mostram que,
fraturas da coluna vertebral tem maior incidência no sexo masculino jovem, com prevalência
de 60% em relação as mulheres (SOUSA et al. 2022). Atribui-se essa distribuição distinta
entre os sexos ao fato de os homens trabalharem em empregos com maior ameaça de
acidentes e a tendência de ser menos cuidadosos ao dirigir e ter seus momentos de lazer em
locais onde são mais sujeitos a acidentes (BOTELHO et al., 2014).
Os traumas tem a origem de acidente de trânsito, por conseguinte quedas de altura,
acidente por mergulho em águas rasas, e armas de fogo (WANG H. et al., 2012). De acordo
com alguns estudos internacionais de países desenvolvidos, o padrão etário do TRM mostrou
cada vez mais mudanças, como em Seoul (Coreia do Sul), com a média de idade de 52,8
anos, mantendo a predominância masculina. (KIM et al., 2021)
De acordo com o Ministério da Saúde (2013) o mesmo padrão epidemiológico se
mantém em pacientes com TRM, com ocorrência anual de aproximadamente 40 novos casos
por milhão de habitantes no Brasil, em outros termos, cerca de 6 a 8 mil novos casos por ano.
Sendo a ocorrência de trauma da coluna vertebral em todo o mundo, entre países em
desenvolvimento e não desenvolvidos com estatísticas totalmente diferentes. (RAHIMI-
MOVAGHAR V, et al, 2013)
Quando há acometimento da parte neurológica, raízes nervosas, nervos periféricos e
medula, verifica-se o maior risco de potenciais complicações desses pacientes. (SARAIVA
RA, et al., 1995). Alterações fisiológicas principais que ocorrem com esse paciente são:
choque medular, choque neurogênico, trombose venosa profunda, disreflexia autônoma,
bexiga neurogênica, intestino neurogênico,espasticidade, úlceras por pressão, pneumonias,
alterações psicossociais e infecções (SARAIVA RA; SBORN JR, et al., 1992-1995).
Complicações atinentes ao TRM, as mais dominantes foram úlceras por pressão,
pneumonia, atelectasia e espasticidade, (MORAES et al., 2020). Instala-se de maneira abrupta
e inesperada, e com grande potencial para causar sequelas, como paraplegia e tetraplegia
(SILVA, GA., 2015).
O exercício físico pode auxiliar e facilitar o dia a dia dessas pessoas com a prática
12
habitual de treinamentos resistidos adaptados, lhes trazendo benefícios que vão além da
composição corporal (BEZERRA; et al., 2021). Segundo Selvadurai et al., (2002) o
treinamento de força é um dos principais métodos de trabalho muscular utilizados para ganhos
de massa corporal (tecido muscular), força e resistência, além de importante redutor do tecido
adiposo, que contribuem para inúmeras funções orgânicas. Por conseguinte, a busca por
melhores condições e hábitos saudáveis, tem lançado como uma crucial defesa
presencialmente na rotina e na realidade social de muitas pessoas, especialmente das pessoas
com deficiências (PRÜSS H E COLS, 2017).
O treinamento locomotor (TL) é fundamentado na concepção de que a plasticidade
decorre da atividade podendo ser impulsionada pela ativação neuromuscular
abaixo da lesão, seja intrinsecamente usando pistas sensoriais específicas da
tarefa ou extrinsecamente usando estimulação (EKMAN LL., MORAWIETZ C et al., 2013-
2017).
Exercícios físicos, especificamente o treinamento resistido, pode favorecer a melhora
da percepção e da força de pessoas com deficiência física, cabe frisar que são quase
inexistentes os estudos que poderiam servir de subsídio para a área de treinamento resistido
voltada às pessoas com deficiência (SANCHEZ et al.,2021). Neste contexto, este trabalho tem
como objetivo investigar os efeitos do treino de força em indivíduos com Lesão Medular.
2. METODOLOGIA
O presente estudo é identificado como revisão sistemática de literatura, a qual foi
realizada com busca nas bases de dados eletrônicos. Para isso, teve como plataforma de busca
os banco de dados: U.S National Library of Mediline (PUBMED) e BVS e periódico Capes.)
e Scientific Electronic Library (SCIELO). Como método inicial, utilizaremos palavras chaves
em idioma inglês: Spinal cord trauma, spinal cord injury, resistance exercise and strength
training e em português: Trauma Raquimedular, Lesão Medular, exercício resistido e
treinamento de força.
O estudo adotou como critérios de inclusão: Utilizar apenas artigos originais que
apresentassem em sua amostragem grupo experimental e/ou grupo controle, artigos
publicados nos idiomas português e inglês, entre os anos de 2012 a 2019. Além disso, os
artigos utilizados devem ter em sua pesquisa, estudos de indivíduos que tenham o parâmetro
com a patologia, Lesão Medular completa e incompleta, e que utilizasse em seu protocolo de
intervenção o TF.
13
E como critério de exclusão: Artigos científicos de revisão, artigos que citam estudos
de casos, dissertação de mestrado, tese de doutorado, publicações em anais e congressos,
pôsteres e acervos advindos de livros, resumos simples ou expandidos não serão incluídos
neste estudo. Ademais, quaisquer outros Artigos que não utilizam o TF como método de
intervenção, e que utilizam outro tipo de treinamento concorrente junto ao treinamento de
força, ou que, em sua metodologia houve uso de delineamento experimental com intervenção
farmacológica, foram excluídos.
3. RESULTADOS
Na figura 1 é apresentado o fluxograma dos artigos que compõem esta revisão de
literatura. No total de 40 artigos foram identificados na base de dados para esta revisão
sistemática, 22 foram excluídos, dos quais 18 foram selecionados para a leitura dos títulos,
dentre esses ,5 foram excluídos para leitura do resumo, sendo assim 13 foram selecionados
pela leitura do resumo, sendo 2 excluídos por não atenderem o tipo de estudos, sobrando 11
estudos a serem lidos na íntegra, 6 foram descartados quanto a elegibilidade e, desses, apenas
05 foram incluídos na presente revisão (Tabela 1).
A soma da amostra de todos os estudos totalizou 100 indivíduos com lesão medular,
divididos em grupo de intervenção e grupo controle. Houve uma grande variabilidade nos
protocolos de medidas de avaliação, sendo a maioria deles a aplicação de dinamômetro
isocinético, para avaliação da força isocinética, e foi observado que os membros superiores
foram os mais avaliados, vale ressaltar que os programas de treinamento aconteciam pelo
menos 3 vezes durante a semana, de no mínimo 30 minutos de exercício físico, alguns artigos
compararam grupo de intervenção com grupo controle.
A tabela 1 apresenta a descrição de 5 estudos que foram utilizados para essa revisão
sistemática, incluindo os protocolos de intervenção, as amostras, o objetivo, os métodos
utilizados para a avaliação e os principais resultados. Os autores e os anos de publicação dos
artigos estão entre os anos de 2012 a 2019, sendo adolescentes, adultos e idosos com faixa
etária de 16 a 70 anos, totalizando 100 participantes.
14
Figura 1. Fluxograma da seleção dos artigos para a revisão da literatura
15
Tabela 1: Descrição dos estudos selecionados para esta revisão sistemática
Autor/Ano Amostra Objetivo Intervenção Avaliação Resultado
Serra O. et al.
2012
15 Homens
(26-70 anos)
Sujeitos com perda
motora nos membros
inferiores
Usuários de cadeiras
de rodas manuais em
tempo integral
Determinar os efeitos de um
programa de treinamento
resistido do ombro na força
isocinética e isométrica,
efeitos na composição corporal
e funcionalidade
em indivíduos paraplégicos.
- Programa de treinamento de
resistência de 8 semanas, 3
sessões na semana.
10’- alongamento dos músculos
do ombro
- 3 séries de 8 a 12 repetições
- Todos os exercícios foram
adaptados às características dos
participantes.
- Escala de Medida de
Independência Funcional
(MIF)
- Ao final de cada sessão
foi preenchido o
questionário de Deficiência
do Braço, Ombro e Mão.
- Dinamômetro isocinético
- Raios X de dupla energia
absorciometria
- Aumento da massa
muscular no braço e tronco.
- Diminuição do percentual
de gordura do braço.
- Aumento de força
- Aumento da
funcionalidade
Dosta Gulseren
et al. 2014
19 pacientes
(16-51 anos)
ERP (Exercícios de
Resistência
Progressiva)
(n= 10)
EE (Exercícios de
Resistência)
(n=9)
Comparar os efeitos dos
exercícios de resistência
progressiva e o exercício de
resistência, dos membros
superiores em pacientes com
Lesão Medular.
Grupo ERP
- 64 exercícios de
fortalecimento dos superiores
isotônico, na estação de
exercícios mecânicos
Grupo EE -Exercícios de alta
intensidade com 70% FCmáx
- Escala de Medida de
Independência Funcional
(MIF)
- Dinamômetro isocinético
computadorizado
- Ambos os exercícios
aumentaram
significativamente os
valores da MIF e melhora
nos valores de força
muscular pós-treinamento
tanto no grupo ERP
(considerado mais eficaz)
quanto no EE.
Yildirim Adem
et al. 2016
26 participantes
(16-52 anos)
Grupo Intervenção
(n= 13)
Grupo controle
(n=13)
Testar a hipótese dos
potenciais benefícios da TRC
(treinamento de resistência e
circuito) envolvendo
exercícios repetitivos
realizados em estações fixas
de exercícios mecânicos, para
a força muscular da
extremidade superior e
independência funcional em
pacientes com paraplegia.
Grupo Intervenção
Exercícios
60’ – 5 dias/semana por 6 sem
Estações fixas de exercícios
mecânico
Grupo controle
Não receberam intervenção
- Dinamômetro isocinético
computadorizado
- Escala de Medida de
Independência Funcional
(MIF).
- Escala de Borg
Nos grupos exercício e
controle, houve efeitos
positivos na força muscular
da extremidade superior e
incapacidade física indexada
pelos escores da MIF e
Escala de Borg.
No grupo de exercício, A
grande maioria dos valores
isocinéticos foram
significativamente mais
melhorados
16
Bye EA et al.
2017
30 participantes
(25-65 anos)
- Determinar os efeitos de um
programade
treinamento de força de 12
semanas na força muscular
isométrica voluntária máxima.
- Objetivos secundários,
determinar os efeitos do
treinamento na espasticidade,
fadiga muscular e percepções
de força e função dos
participantes.
- Programa de Treinamento de
Resistência
Progressivas, com foco no
grupo muscular alvo, em um
lado do corpo
por 12 semanas 3x na semana,
totalizando 36 sessões.
- Dinamômetro
Participantes foram
medidos por um avaliador
cego uma vez antes da
randomização e
uma vez 12 semanas após a
randomização (com uma
janela de 1 semana).
Este estudo indica que o
treinamento de força
aumenta a força dos
músculos
parcialmente paralisados de
pessoas com LM.
Elizabeth A. et
al. 2019
10 participantes
(>18 anos)
Investigar os mecanismos
pelos quais o treinamento
resistido de curta duração de 6
semanaas, aumenta a força dos
músculos parcialmente
paralisados em pessoas com
lesão medular.
Programa de treinamento de
força, com foco no grupo
muscular alvo, em um lado do
corpo
3x por semana durante 6
semanas,
totalizando 18 sessões
A arquitetura muscular foi
medida antes e após o
treinamento usando
ressonância magnética -
Dados DTI (imagem por
tensor de difusão )
- Dinamômetro isocinético
.
Os ganhos de força a curto
prazo são devidos ao
aumento do impulso neural
ou a um aumento na tensão
muscular específica
17
4. DISCUSSÃO
Esta é uma revisão sistemática baseada em estudos controlados e uma estrutura
metodológica para analisar a eficácia do TF e do EE em pessoas com lesão medular, no qual
mostrou que de uma extensa literatura, poucos estudos foram realizados, porque há um
número limitado de ensaios clínicos randomizados, e os dados não relatados nas variáveis,
dificultaram a interpretação dos resultados. De modo geral, os estudos com o objetivo de
observar a relação e efeitos entre a prática de exercícios resistidos, para ganho de força com
pessoas com lesão medular, indica a prática de atividade física como um influenciador no
aumento da força e da medida de independência funcional, isso é especialmente significativo
quando se considera que o envolvimento de pessoas com LM em programas de exercícios
muitas vezes é restrito. Os principais efeitos do treinamento dos trabalhos revisados serão
discutidos na perspectiva das diferenças na modalidade de treinamento, intensidade e
qualidade metodológica.
Nesse contexto, observou-se que houve ganho de força em todos os resultados dos
cinco estudos analisados, com variabilidade de protocolo de intervenção de seis a doze
semanas realizado em sessões três vezes na semana, com treinamento de resistência
progressiva, treinamento de resistência em circuito e treinamento de resistência. Vale ressaltar
que o aumento de força se dá também acompanhado de outras variáveis como a diminuição
do percentual de gordura, aumento da massa muscular e funcionalidade.
Nos cinco estudos, (Serra O. et al. 2012; Dosta Gulseren et al. 2014; Yildirim Adem et
al. 2016; Bye EA et al. 2017; Elizabeth a. et al. 2019) o Dinamômetro isocinético foi o
equipamento usado para mensurar a força dos membros inferiores e superiores, pois apesar
das intervenções se assemelharem, os resultados teriam que mostrar uma análise fidedigna, no
qual permite a avaliação objetiva e direta dos componentes de desempenho muscular.
Nos estudos de Bye Ea et al. (2017) e Elizabeth et al. (2019) que analisaram músculos
parcialmente paralisados, convergem para resultados parecidos, que o ganho de força era
devido o aumento do impulso neural. Sendo que, a prática repetitiva com baixa resistência
pode ser mais importante, pois o aumento da força pode ser amplamente secundário a
adaptações neurais.
Esses resultados corroboram ao estudo de Cabral et al. (2021) em que a “educação
cruzada ou força cruzada corresponde a uma adaptação neural no qual ocorre melhoria de
desempenho do membro não treinado, após um período de prática unilateral do membro
contralateral”. A co-ativação da musculatura antagonista também corresponde a um fenômeno
18
neural que pode limitar a produção de força e estratégias de como a pré-ativação procuram
melhorar o desempenho e a combinação de ambos pode resultar em aumento de desempenho
no treinamento de força.
De acordo com Toigo e Boutellier (2006) no treinamento de força a composição
corporal sofre o aumento dos músculos e da massa pelo processo de hipertrofia com o
aumento das fibras musculares e um maior acúmulo de proteínas contráteis . Aumento na
síntese proteica, diminuição na taxa de degradação proteica ou uma combinação destes dois
fatores é responsável pela hipertrofia muscular, além disso, uma contribuição ativa dos
componentes contráteis, sendo na contração excêntrica a apresentar uma contribuição passiva
dos elementos constituintes da estrutura muscular na geração de tensão (BARROSO et al.
2005).
O aumento da massa e a redução do percentual de gordura em curto período de
treinamento pode advir do tipo de contração usada como a excêntrica que trabalha com uma
maior tensão nos músculos e ativação de um número menor de unidades motoras causando
um estresse mecânico sobre as fibras musculares ativa. Franchi et al (2017), reforça que as
ações excêntricas geram maior força que as contrações isométricas e concêntricas, quando
usado sistematicamente (ou seja, durante treinamento de força). Além disso, os exercícios
excêntricos promovem uma massa muscular mais rápida (SGRÒ et al. 2021).
Tomando por base o resultado do estudo de Serra et al. (2012) no qual a diminuição
do percentual de gordura é um fator extremamente relevante para essa população com a lesão
medular, a incidência da inatividade física contribui com o sedentarismo e a comorbidade.
Junior et al.(2014) reforça que a redução da massa muscular e a concentração do tecido
adiposo corporal é resultande da falta de exercício físico, acarretando fatores de riscos para
doenças crônicas e degenerativas, como a síndrome metabólica, doença cardiovascular,
diabete. Assim a prática regular de exercício reduz o risco de adquirir essas patologias.
Analisando os estudos de Serra O. et al. (2012), Dosta Gulseren et al. (2014) e
Yildirim Adem et al. (2016), apontam aumento da força nos membros superiores trabalhados,
sendo que Dosta Gulseren et al. (2014) aplicou o exercício de resistência progressiva e
exercício de resistência, porém Serra O. et al. (2012) empregou o exercício de resistência com
variação da força muscular isométrica e isocinética e Yildirim Adem et al. (2016) usou o TRC.
Observa-se que o treinamento resistido é significativo para o aumento da força independente
da variação do mesmo. Inúmera séries parecem gerar benefícios de treinamento superiores se
comparados com séries únicas. (SUCHOMEL et al. 2018).
19
Ainda sobre os estudos de Serra O. et al. (2012), Dosta Gulseren et al. (2014) e
Yildirim Adem et al. (2016) seus estudos avaliaram o ganho de força para membros
superiores, e que está atrelada a variável independência funcional, e mensurada na escala da
(MIF) medida de independência funcional, que atribui pontuação ou classificação as pessoas
com incapacidades, de acordo com os cuidados exigidos e suas limitações identificando o
nível de independencia funcional pois apresenta confiabilidade e validade para LM.(SILVA,
2012).
Portanto, as consequências debilitantes da lesão medular acarretam frequentemente o
comprometimento das habilidades básicas de realizar atividades diárias e limitam as funções
de mobilidade, convivência social e qualidade de vida. A OMS (Organização Mundial de
Saúde), reitera que qualidade de vida é a percepção do indivíduo em relação à sua posição na
vida no contexto cultura e do sistema de valores nos quais vive em relação aos seus objetivos.
Ressalta-se que este estudo acarretou algumas limitações, tais como: O pequeno
número de participantes, além de idade e sexo não ter sido mencionados, entretanto, esse viés
é inerente da natureza da maioria dos estudos de intervenção. Com tudo, permanece a
importânciaem encorajar a prática de atividade física com foco no fortalecimento muscular
para as pessoas com essa patologia.
5. CONCLUSÃO
Dessa forma conclui-se que o exercício resistido contribui para o ganho de força e
consequentemente na independência funcional colaborando para o nível de percepção da
qualidade de vida. Esta revisão mostrou a escassez de literatura de treinamento resistidos para
indivíduos com lesão medular, se faz necessário que existam mais estudos relacionados a área
da Educação Física Adaptada que objetivem analisar protocolos de treinamentos, a fim de
descobrir e identificar, qual (is) o(s) melhor(es) tipos de treinamento mais indicados para esse
segmento populacional.
20
6. REFERÊNCIAS
BARROSO R, TRICOLI V E UGRINOWITSCH C. 2005. Adaptações neurais e
morfológicas ao treinamento de força com ações excêntricas. R
BOTELHO RV, ALBUQUERQUE LDG, BASTIANELLO JUNIOR R, ARANTES
JÚNIOR AA. Epidemiologia de lesões traumáticas da coluna vertebral no Brasil: revisão
sistemática. Arq Bras Neurocir. 2014; 33 (2): 100-06.
BEZERRA, EWERTTON DE SOUZA et al. resistance training exercise selection:
efficiency, safety and comfort analysis method. revista brasileira de cineantropometria
& desempenho humano [online]. 2021, v. 23 [accessed 26 april 2022] , e82849.
available from:
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de atenção domiciliar. Brasília, 2012a. v. 1.
Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular .
Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 68 p. : il.
BYE EA, HARVEY LA, GAMBHIR A, KATARIA C, GLINSKY JV, BOWDEN JL,
MALIK N, TRANTER KE, LAM CP, WHITE JS, GOLLAN EJ, ARORA M,
GANDEVIA SC. Strength training for partially paralysed muscles in people with
recent spinal cord injury: a within-participant randomised controlled trial. Spinal
Cord. 2017 May;55(5):460-465. doi: 10.1038/sc.2016.162. Epub 2016 Dec 6. PMID:
27922626.
CABRAL F, ANDERSON SOUZA, IGOR NASSER, HUMBERTO MIRANDA,
GABRIEL PAZ Efeitos de diferentes protocolos de pré-ativação antagonista
contralateral sobre o desempenho de repetições múltiplas. 2021 November doi:
https://doi.org/10.31501/rbcm.v29i1.11739
DOST G, DULGEROGLU D, YILDIRIM A, OZGIRGIN N. The effects of upper
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injury. J Back Musculoskelet Rehabil. 2014;27(4):419-26. doi: 10.3233/BMR-140462.
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