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História do SUS

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1 Medicina – história do SUS 
ASPECTOS HISTÓRICOS DO SUS 
○ DESCOBRIMENTO DO IMPÉRIO 
- Perfil epidemiológico: doenças pestilenciais (peste negra, varíola, malária, febre 
amarela) 
- Cenário político e econômico: país agrário extrativista. 
- Organização da saúde: não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde; 
Recorriam aos: boticários – pessoas que mexiam com fórmulas naturais, ervas, 
infusões de chás → os primeiros “farmacêuticos” 
curandeiros → pajés 
medicina liberal → apenas 4 médicos estrangeiros residentes no RJ 
- Chegada da família Real Portuguesa (1808): 
Saneamento de toda a capital 
Controle de navios → saúde dos portos 
Abertura de novas estradas; 
Criação da primeira escola médica do brasil (na BA) 
**Começou a ter o controle sanitário mínimo 
○ REPÚBLICA VELHA 
- Perfil epidemiológico: predomínio das doenças transmissíveis 
febre amarela, varíola, tuberculose, sífilis, epidemias rurais, peste 
- Os navios estrangeiros não queriam atracar no porto do Rio de Janeiro. 
- Oswaldo cruz é nomeado diretor do departamento federal de saúde pública → grande 
sanitarista 
objetivo: erradicar a epidemia de febre amarela na cidade do RJ → em moldes 
militares, dividindo a cidade em 10 distritos sanitários, cada qual chefiado por um 
delegado de Saúde 
Obrigatoriedade da vacinação contra varíola → Revolta da Vacina 
- Modelo de saúde “campanhista”: o governo da época e profissionais só intervinham 
quando os problemas se tornavam grandes 
(ex: epidemias já intaladas) 
- 1920: Criaram-se órgãos especializados na luta contra tuberculose, hanseníase (lepra) e 
doenças venéreas 
- Criou-se a escola de enfermagem Annanery (RJ) 
- Aumento do número de escolas de formação de profissionais da saúde (médicos, 
enfermeiros). 
- Início do processo de industrialização 
- Vinda de imigrantes italianos e portugueses → aglomeração nas grandes cidades 
pioraram os níveis de transmissão de diversas doenças já ali existentes 
- Cenário político e econômico: 
Nascimento da previdência social: Instalação do capitalismo no brasil → existência 
 
2 Medicina – história do SUS 
de excedente econômico → surgimento das primeiras indústrias → entrada de 
investimento estrangeiro 
Precárias condições de trabalho e de vida da população urbana → surgimento de 
movimentos operários que resultaram em embriões de legislação trabalhista e 
previdenciária 
- Organização do setor saúde: 
Acesso da população – medicina liberal e hospitais filantrópicos. 
Ideologia liberal – o estado deveria atuar somente naquilo que o indivíduo sozinho 
ou que a iniciativa privada não pudesse fazê-lo. 
Ameaças aos interesses do modelo agroexportador → organização do serviço de 
saúde pública e campanhas sanitárias 
Serviços definidos pela necessidade econômica ** 
- Lei Eloy Chaves: o marco da previdência social ** 
Organização das CAP's (caixas de aposentadorias e pensões): empregados 3% 
empresas 1% 
1923: CAP dos ferroviários. 
1926: CAP dos portuários e marítimos. 
Financiamento e gestão: trabalhador e empregador 
Direitos à aposentadoria, pensão e assistência médica 
- Dicotomia da saúde no Brasil: 
Saúde Pública - prevenção e controle das doenças → coletiva 
Previdência Social - medicina individual, assistencialista → exclusiva. 
○ ERA VARGAS 
- Perfil epidemiológico: predomínio das doenças, da pobreza e aparecimento das doenças 
da modernidade 
início da transição demográfica → envelhecimento da população. 
- Fracionamento da assistência: 
Medicina liberal 
Hospital beneficente ou filantrópico 
Hospital lucrativo → viraram verdadeiras empresas médicas 
- Criação dos IAP's (instituições de aposentadorias e pensões): 
Por categorias: marítimos (IAPM) comerciários (IAPC) bancários (IAPB) 
 transportes e cargas (IAPETEC) servidores do estado (IPASE); 
Financiamento: 3 entes → estados, empregado e empregadores. 
Gerencia: indicado pelo estado 
Oferecia aposentadoria, pensão e assistência médica 
○ REGIME MILITAR 
- Perfil epidemiológico: 
Condições de saúde continuam críticas: aumento da mortalidade infantil, 
 
3 Medicina – história do SUS 
tuberculose, malária, chagas, acidentes de trabalho, etc. 
Predomínio das doenças da modernidade 
Urbanização e industrialização crescentes → milagre econômico brasileiro (1968-73) 
- Promoveu a unificação dos IAP's em 1966 → INPS (instituto nacional de previdência 
social) – acabou nivelando por baixo o sistema, com o objetivo de economia, o que 
causou a piora de todos os sistemas 
1972: Previdência para autônomos e empregadas domésticas 
1973: Previdência para trabalhadores rurais → FUNFURAL. 
- 1974: Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) 
- 1974: Plano de pronta ação (PPA): ampliação do atendimento de emergência e urgência 
a toda a população nas clínicas e hospitais da previdência 
- 1977: Criação do INAMPS (instituto nacional de assistência médica da previdência 
social) → assistência médica total da saúde 
- Fortalecimento da relação estado e segmento privado → ocorre a privatização das 
ações curativas → pagamento por quantidade de atos médicos → “complexo medico-
industrial" 
quase inexistia controle ou regulação → "cheque em branco" 
Obs.: sistema esse extremamente corrupto 
○ NOVA REPÚBLICA 
- Perfil epidemiológico: 
Queda da mortalidade infantil e doenças imuno-previníveis; 
Manutenção das doenças da modernidade (aumento das causas externas) 
Crescimento da AIDS 
Epidemias de dengue 
- Antes do SUS: 
São Paulo – mortalidade infantil de 90 a cada 1000 crianças 
1973: Criou-se o Programa Nacional de Vacinação** 
1961: 60 óbitos por mil nascidos vivos→ o índice mais baixo do século. 
1972-1976 no brasil: 1417500 crianças morreram por causas evitáveis, associadas à 
desnutrição e a falta de saneamento → como difteria, coqueluche, sarampo, tétano, 
poliomielite e doenças diarreicas. 
72% das mortes em menores de 50 anos, e destes, 46,5% eram crianças menores 4 
Obs.: País bom - quando 75% de todas as mortes estão em pessoas de mais de 50 anos 
- Difusão da Proposta Sanitarista: 
Conceito ampliado de saúde 
Reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do Estado ** 
Criação do sistema único de saúde (SUS) 
Participação popular (controle social) 
Constituição e ampliação do orçamento social. 
 
 
4 Medicina – história do SUS 
○ MODELOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE: 
• MODELO MÉDICO-ASSISTENCIAL: PRIVATISTA 
- Voltado para o indivíduo (livre iniciativa na procura dos serviços) 
- Capitalização da medicina 
- Centrado nas cooperativas médicas 
- Predominantemente curativo: não via o coletivo, nem o preventivo 
- Modelo biomédico: não vê o todo, nem o ser humano em si → objetivo de tratar a 
doença, não de cuidar da pessoa 
• MODELO ASSISTENCIAL SANITARISTA: CAMPANHISTA 
- Campanhas e programas especiais: 
campanhas de caráter temporário → com o objetivo apenas de baixar os dados, 
não de evitar os mesmos problemas no futuro 
apenas em doenças com nível de contaminação em massa 
- Não contemplam a totalidade da atenção, nem enfatiza a integralidade da atenção 
- Programas verticalizados: não havia análise da localidade, com campanhas para 
problemas específicos daquela região → programa padronizado e que não atendia às 
necessidades locais 
○ PARTE EXECUTIVA E LEGISLATIVA: 
• 8° Conferência Nacional de Saúde 
“...saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio 
ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e o 
acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de 
organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis 
de vida...” 
- Diversos profissionais da saúde se reuniram para pautar os aspectos e necessidades da 
saúde 
- Vista a necessidade da melhora do saneamento básico 
• SUDS (1987) 
- 1980: setor público absorvia apenas28,7% dos investimentos 
- Já em 1987: o setor público absorveu 54,1%. 
• CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (1988) → "Constituição cidadã" 
- Saúde como direito de todos e dever do Estado ** → Modelo de Saúde para Todos, 
com inspiração Russa 
- Ampliação do conceito de saúde; 
- Cria o SUS. 
- A “Lei Orgânica da Saúde é formada pelas Leis 8.080 e 8.142 
• LEI 8080 
- A organização e a gestão das: competências e atribuições das 3 esferas de governo 
 
5 Medicina – história do SUS 
funcionamento e participação complementar do setor 
privado; 
política de recursos humanos; 
recursos financeiros, planejamento e orçamentos. 
- Objetivo: 
Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde 
Formulação de política de saúde destinada a promover o acesso universal e 
igualitário 
Assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e 
recuperação da 
saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e preventivas 
Execução de ações: de vigilância sanitária e epidemiológica 
de saúde do trabalhador 
de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica 
Formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; 
Ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; 
Vigilância nutricional e a orientação alimentar; 
Colaboração na proteção do meio ambiente (trabalho); 
Formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros 
insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção 
• LEI 8142 
- Define: a participação social; 
a transferências intergovernamentais de recursos de financiamento 
○ PRINCÍPIOS DO SUS: 
• PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS 
- Universalidade: a saúde é direito de cidadania e dever do Estado; 
 todas as pessoas têm direito ao atendimento independente de cor, 
raça, religião, local de moradia, situação de emprego ou renda, etc; 
 deixa de existir diferenças entre contribuintes da previdência e não 
contribuintes 
- Equidade: o SUS deve tratar desigualmente os desiguais 
 os serviços de saúde devem identificar as diferenças da população e 
trabalhar para cada necessidade, oferecendo mais a quem mais precisa; 
 reduzir disparidades regionais e sociais 
- O SUS não pode oferecer o mesmo atendimento à todas as pessoas da mesma 
Maneira e em todos os lugares. Se isto ocorrer, algumas pessoas vão ter o que não 
necessitam e outras não serão atendidas naquilo que necessitam → cada grupo ou classe 
social ou região tem seus problemas específicos, tem diferenças no modo de viver, de 
adoecer e de ter oportunidades de satisfazer suas necessidades de vida 
 
6 Medicina – história do SUS 
- Integralidade: entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços 
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os 
níveis de complexidade 
do sistema.” (lei 8.080,7°,II). 
visão do indivíduo como um todo. 
ações de promoção, de prevenção e de recuperação 
necessidade da hierarquização do sistema de saúde 
• PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS 
- Regionalização e Hierarquização: está ligado aos gestores municipais e estaduais. 
hierarquização em níveis crescentes de complexidade 
regulação adequada entre os níveis do sistema (fluxo de referências e 
contrarreferências) 
 
- Resolubilidade: é a exigência de que quando o indivíduo buscar o atendimento ou 
quando surgir um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente 
esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível de sua complexidade 
- Descentralização: redistribuição das responsabilidades quanto as ações e os serviços de 
saúde entre os vários níveis de governo. 
 municipalização 
a Lei 8.080 e as NOBs (Norma Operacional Básica do Ministério da 
Saúde) definem precisamente o que é obrigação de cada esfera de governo 
- Controle Social: participação dos cidadãos na formulação e controle da execução das 
políticas de saúde 
Conselho de Saúde: Paritário (gestores, profissionais de saúde e usuários) 
 nível municipal, estadual e federal. 
Obs.: 50% de usuários; 25% de trabalhadores de saúde e 25% de representação do 
governo, prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos 
são as instâncias máximas de deliberação 
devendo ocorrer periodicamente (a cada 4 anos) 
definem as prioridades e linhas de ação sobre a saúde. 
- É dever das instituições oferecerem informações e conhecimentos necessários para que 
a população se posicione sobre as questões que dizem respeito à sua saúde)) 
- Participação do Setor Privado na Saúde: quando o setor público for insuficiente, os 
serviços privados devem ser contratados → preferência os hospitais filantrópicos

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