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Fatores para analisar a história da Saúde pública br: Relação da evolução histórica das políticas de saúde com evolução político-social e econômica da país; 1. Influência do capitalismo para a lógica do processo evolutivo;2. Local periférico destinado às políticas da saúde no país, nunca central; De modo geral, os problemas de saúde tornam-se foco quando epidemias e deixam de ter importância em endemias; a. 3. Ações de saúde atingem majoritariamente grupos sociais economicamente importantes na estrutura social; 4. Direitos sociais são resultantes do poder de luta, organização e reivindicação, nunca uma dádiva do Estado, como alguns querem fazer parecer; 5. História da saúde se confunde com a história da previdência pela falta de clareza6. Constância da dualidade de medidas preventivas e curativas nas políticas;7. 1500 até Primeiro Reinado No início, Portugal sem interesse Limitava-se aos recursos da terra (plantas e ervas) e curandeiros; Vinda da famíliar real: Delegação de atribuições sanitárias as juntas municipais;• Controle de nacios e saúde dos portos;• Inexistência de assitência médica permite a proliferação dos boticários pelo país Iniciativa de prescrição de medicamentos ainda presente; Início República até 1930 Das 19 organizações atuantes até mov. 1930, nenhuma excedeu a disciplina imposta pela defesa de interesses regionais, embora pudessem compor alianças Interesses dominantes agrários; Nas cidades: representação da burguesia clássica; RJ com quadro caótico: varíola, malária, febre am., peste. Navio extrangeiros não abarcam mais; Rodrigues Alves nomeia Oswaldo Cruz como Diretor do Dep. Fed. de Saúde Pública Modelo de intervenção Campanhista 1500 pessoas para desinfecção Arbitrário e desorganizado. 31/10/1904 - vacinação anti-varíola obrigatória Revolta da vacina Erradicam Febre Amarela no Rio Reforma de Oswaldo Cruz: Registro Demográfico p/ fatos vitais;○ Introdução de labs para diagnóstico etiológico○ Fabricação de produtos profiláticos em massa;○ 1920 - Introdução propagando e educação sanitária (Carlos Chagas) Modelo de Oswaldo era fiscal e policial Devido à agroexportação (monoc. cafeeira) dominar a economia, até mesmo a saúde era voltada para ela, erradicando doenças etc Por esta razão, desde o final do século passado até o início dos anos 60, predominou o modelo do sanitarismo campanhista (MENDES, 1992). Com controle urbano, campanhistas deslocam ação para rural (Sucam → Fundação Nacional de Saúde) Resumo da História da Saúde no Brasil Página 1 de Medicina Nacional de Saúde) Nascimento da Previdência Social Urbanização e industrialização eixo Rio-SP utilização de imigrantes Já haviam conquistado direitos na Europa Mobilizaram classe operária Férias, jornada definida, pensão, aposentadoria. 2 greves gerais (1917, 1919) Lei Eloi Chaves: Marco inicial da prev. Criação das Caixas de aposentadoria e Pensão Concedida apenas ao urbano Rural apenas em 60, com a FUNRURAL▪ Congresso era dominado de oligarca rural, então wtv▪ ○ Caixas deveriam ser orientadas por empresa, não categorias profiss.○ Criação não automática, dependia da mobilização dos trab. na empresa;○ No sistema das Caixas estabelecido pela lei Eloy Chaves, as próprias empresas deveriam recolher mensalmente o conjunto das contribuições das três fontes de receita, e depositar diretamente na conta bancária da sua CAP. A criação das CAP’s deve ser entendida, assim, no contexto das reivindicações operárias no início do século, como resposta do empresariado e do estado a crescente importância da questão s A crise dos anos 30 1930 - Rompimento Café com Leite; Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e Educação e Saúde; 1939 - 1943: Regulamentação da justiça do trabalho e Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) Procuravam estabelecer um contrato capital-trabalho (direitos sociais para o trabalhador) Parecem como dádivas do Estado, mas o fundamento disso era manter trabalhadores contidos. Previdência Social no Estado Novo Para atender todas as categorias profissionais extingue-se as CAP's e cria-se os Institutos de Aposentadoria e Pensões Direito aposentadoria pensão em morte assistência médica e hospitalar socorros farmacêuticos Até o final de 50 assitência médica prev. não importante; técnicos a consideram secundária, segurados não faziam dela parte das reivindicações 1949 - Criação da Ass. Médica Domiciliar e Urgência (SAMDU) É a partir principalmente da segunda metade da década de 50, com o maior desenvolvimento industrial, com a conseqüente aceleração da urbanização, e o assalariamento de parcelas crescente da população, que ocorre maior pressão pela assistência médica via institutos, e viabiliza-se o crescimento de um complexo médico hospitalar para prestar atendimento aos previdenciários, em que se privilegiam abertamente a contratação de serviços de terceiros. Saúde Pública no Período de 30 a 60 Poucos recursos e conflitos de jurisdição e gestão reduziram ações da saúde pública a meras normativas sem efetivação 1953 - Criação do Ministério da Saúde: Desmembramento do antigo Min. da Educação e Saúde, sem mudança significativa; 1956 - Departamento Nacional de Endemias Rurais incorporando serviços contra Febre Amarela, Página 2 de Medicina 1956 - Departamento Nacional de Endemias Rurais incorporando serviços contra Febre Amarela, Malária e Peste; Lei Orgânica da Previdência e Unificação dos IAPs Unificação iniciada em 1941 Lei Orgânica sancionada em 1960 Unificação do regime geral da previdência Abranger todos os trabalhadores (exceto rurais, domésticos e serv. públicos); Rurais só com a FUNRURAL Contribuição tríplice (empregado, empregador e União) O governo federal nunca cumpriu a sua parte, o que evidentemente comprometeu seriamente a estabilidade do sistema (POSSAS, 1981). O processo de unificação só avança com movimento revolucionário de 1964, que neste mesmo ano promove uma intervenção generalizada em todos os IAPs, sendo os conselhos administrativos substituídos por juntas interventoras nomeadas pelo governo revolucionário. A unificação vai se consolidar em 1967. Movimento de 64 e consequências Instaurado diante a ameaça de proliferação do comunismo. Fortalecimento do Executivo. Esvaziamento dos estudos sociais (nega reconhecimento a sociólogos) Ações na previdência Social Na tecnoburocracia, o governo se utiliza da previdência para buscar apoio e sustentação social O processo de unificação previsto em 1960 se efetiva em 2 de janeiro de 1967, com a implantação do Instituto Nacional de Previdência social (INPS), reunindo os seis Institutos de Aposentadorias e Pensões, o Serviço de Assistência Médica e Domiciliar de Urgência (SAMDU) e a Superintendência dos Serviços de Reabilitação da Previdência Social. Na INPS, governo incorpora benefícios já instituídos, um deles a assistência médica. Sistema médica insuficiente para toda a população de beneficiários que surge Governo investe na iniciativa privada para resovler problema (convênios e contratos) 1978 - Criação do INAMPS (INPS cada vez mais complexo administ. e financeiramente) 1974 - Criação do Ministério da Previdência e Assitência social; Aumento de 500% nos leitos hospitalares em 15 anos 1971 - PRORURAL: Rurais c/ previdência 1972 - Empregados autônomos e domésticos com previdência; Ações de Saúde Pública no Reg. Militar 1967 - Decreto Lei 200: Competências do Ministério da Saúde 1970 - SUCAM: Executar erradicação e controle de endemias 1975 - Sistema Nacional de Saúde: Sistematiza Campo de Atuação da Saúde Medicina Curativa a cargo do M. da Previdência Medicina Preventina a cargo do M. da Saúde Destinação de poucos recursos ao Ministério o tornam muito mais um órgão burocrato- normativo que executivo de saúde; 1975 - A Crise Modelo econômico da ditadura em crise: Capitalismo internacional também em crise1. Diminuição do fluxo de capital estrangeiro para o país torna o crescimento insustentável;2. Página 3 de Medicina Diminuiçãodo fluxo de capital estrangeiro para o país torna o crescimento insustentável;2. Economia melhorou, mas pobres ficaram mais pobres, e ricos mais ricos; Um dos maiores índices de concentração de renda mundial; O modelo de saúde previdenciário mostra suas mazelas: Incapaz de solucionar problemas de saúde coletiva Endemias, epid. e indicadores de saúde○ • Aumentos constantes nos custos centrada na atenção médico-hospitalar• Redução das receitas para o sistema pela diminuição do cresc. econômico• Desvios de verba do sistema previdenciário para cobrir verbas de outros setores (principalmente obras); • Não repasse pela União dos recursos do sistema previdenciário (tripartite)• 1981 - Conselho Consultivo de Adm. da Saúde Previdenciária (CONASP) ligado ao INAMPS para conter custos e combater fraudes; Fiscalização riogorosa da prestação de contas dos serviços credenciados Encontra oposição da Federação Brasileira de Hospitais que viam a perda de hegemonia nesta tentativda; Grupos da oposição conseguem derrotar e aquivar projeto PREV-SAÚDE Um dos mais interessantes de modelo sanitário Não impede o CONASP de apoiar novos modelos assistenciais (PIASS no nordeste) 1983 - Criação AIS (Ações Integradas de Saúde) projeto interministerial (Prev-Saúde-Educação) Visa novo modelo assistencial que integra ações curativas-preventivas e educativas simultaneamente; Coincide com o movimento de transição democrática O fim do Regime Militar Movimentos sociais criam CONASS (Assoc. da saúde estaduais) ou CONASEMS (municipais) VIII conferência nacional de saúde (1986) - Lançamento de bases para a reforma sanitária e do SUDS (Sistema Único Descentralizado de Saúde) Como o sistema médico Neo-liberal procurou se articular neste momento de crise? A partir de 64 os recursos e subsídios do setor público "engordou" o modelo médico- privativ. Assim, direcionaram o modelo para a classe média e assalariados pelo subsistema de Atenção Médico-Supletiva Medicina de Grupo, Cooperativas, Auto-gestão, seguro-saúde, plano de adm. Baseadas em contribuições mensais dos beneficiários pela prestação de serviços Este sistema baseia-se num universalismo excludente, beneficiando e fornecendo atenção médica somente para aquela parcela da população que tem condições financeiras de arcar com o sistema, não beneficiando a população como um todo e sem a perocupação de investir em saúde preventiva e na mudança de indicadores de saúde 1990: Edição das leis 8080 e 8142 → Leis Orgânicas da Saúde, regulamentando o SUS criado em 1988. O Nascimento do SUS Const. 1988. Capítulo VII da ordem social Artigo 196: “A saúde é direito de todos e dever do estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” O SUS é definido pelo art. 198: Página 4 de Medicina O SUS é definido pelo art. 198: Descentralizado1. Atendimento integral com prioridade para prevenção2. Participação na comunidade3. Financiado com recursos do orçamento da seguridade social, União, Estados, Distrito Federal e Municípios; Consolida-se como um dos direitos da CIDADANIA Pessoal recém-saído da ditadura nem lembrava mais o que era isso; Princípios Doutrinários do SUS UNIVERSALIDADE• EQUIDADE• INTEGRALIDADE (considerar a pessoa como um todo)• Princípios organizativos derivados: HIERARQUIZAÇÃO• PARTICIPAÇÃO POPULAR (conselhor municipais de saúde)• DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA-ADMINISTRATIVA• Os objetivos e as atribuições do SUS foram assim definidas: identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; formular as políticas de saúde; fornecer assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica ; executar ações visando a saúde do trabalhador; participar na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; participar da formulação da política de recursos humanos para a saúde; realizar atividades de vigilância nutricional e de orientação alimentar; participar das ações direcionadas ao meio ambiente; formular políticas referentes a medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; controle e fiscalização de serviços , produtos e substâncias de interesse para a saúde; fiscalização e a inspeção de alimentos , água e bebidas para consumo humano; participação no controle e fiscalização de produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; incremento do desenvolvimento científico e tecnológico na área da saúde; formulação e execução da política de sangue e de seus derivados: Implantação não uniforme em todos os Estados e Municípios pois heterogêneos; Lei 8.080 estabelece que recursos proviriam do Orçamento da Seguridade Social. Repasse baseado em: perfil demog. perfil epidemio. rede de serv. instalada desempenho técnico ressarcimento de serviços prestados Mudanças a partir das NOBs (norma operacional básica) O SUS ao longo da sua existência sempre sofreu as consequências da instabilidade institucional e da desarticulação organizacional na arena decisória federal que aparecem para o senso comum como escassez de financiamento. Ministros da saúde transformados em reféns das indefinições e rupturas que colocam à deriva instituições no Brasil Mas, ao nível da atenção primária, o SUS apresentou progressos significativos com o setor público, já com o setor privado não. Setor privado detém maioria dos serviços de complexidade e referência a nível secundário Página 5 de Medicina Setor privado detém maioria dos serviços de complexidade e referência a nível secundário e terciário e sem interesse em integrar ao modelo em virtude da baixa remuneração paga; Os Governos Neoliberais (1992 →) Constituição de 88 busca garantir saúde como um direito de todos e dever do Estado; 91: Fernando Collor: estado mínimo Redução de gastos atinge todos os setores, inclusive o da saúde; Normas Operacionais Básicas: regulam transferência de recursos financeiros da União para Estados e Municípios NOB 01/91: Institui um sistema de pagamento por produção de serviços na saúde, que permanece até hoje em grande parte; Sistema de atenção à saúde voltado para a produção e avaliado pelos procedimentos executados, em qte, não qualidade. ○ • NOB 01/93: INAMPS torna-se obsoleto e é extinto• A partir de 94 o Ministro da Previdência determina que recursos colhidos da folha salarial iriam apenas para a previdência, não para o Ministério da Saúde Ministro da Saúde Adib Janete propõe a criação da CPMF (contribuição provisório sobre movimentação financeira) Setor econômico do governo deduz dos recursos do orçamento da União destinados para a saúde e arrecadados pelo CPMF Ministro se demite 1997 - FHC intensifica privatizações Crise de financiamento no SUS Até hospitais-escolas são impedidos de funcionar adequadamente Baixo valor pago pelos serviços conveniados e demora na liveração dos recursos NOB 01/96: Gestão plena de atenção básica e do Sistema Municipal. Propondo a transferência dos custos para municípios. • 2 modelos de gestão diferentes: diferenças existentes nos dois modelos de gestão, sendo a gestão plena do sistema municipal o de maior abrangência, transferindo um número maior de responsabilidades para os municípios , especialmente no que se refere gestão direta do sistema hospitalar , não incluído no modelo de gestão plena da atenção básica. Além disto, o município poderá receber incentivos para o desenvolvimento de determinadas ações de saúde agregando valor ao PAB . As ações de saúde que fornecem incentivo são : Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS); Programa de Saúde da Família(PSF); Assistência Farmacêutica básica; Programa de combate as Carências Nutricionais; ações básicasde vigilância sanitária; ações básicas de vigilância epidemiológica e ambiental. 1998 - lei 9656/98: planos e seguros de saúde: limita os abusos das empresas, mas oficializa o universalismo excludente, pois cria modelos diferenciados de cobertura: Ambulatorial (mais simples e limitado, mas mais barato) Hospitalar sem obstetrícia Hosp. c/ obstetrícia Odontológico Referência (completo mas mais caro) Estes fatos demonstram claramente que o compromisso da Medicina Supletiva é primordialmente com o ganho financeiro e com o lucro do capital , e não com a saúde dos cidadãos . Página 6 de Medicina
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