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Contabilidade Societária - aula 4 - impressao

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CONTABILIDADE SOCIETÁRIA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Paolla Hauser 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Em nossa aula de hoje vamos continuar falando sobre as contas 
existentes no patrimônio líquido, especificamente as contas de reservas de 
lucros e ajuste de avaliação patrimonial. 
Além disso, trataremos também sobre a distribuição de dividendos, 
prevista na Lei n. 6.404/1976 assim como uma outra forma de remunerar os 
sócios, através dos juros sobre o capital próprio. Este último meio de 
remuneração é uma espécie de correção monetária do investimento inicial que 
o sócio/acionista realizou ao iniciar sua participação na entidade. 
CONTEXTUALIZANDO 
Como você viu na aula anterior, o patrimônio líquido (PL) é composto 
pelo capital social investido na entidade, assim como o resultado líquido do 
período de apuração representado pelo lucro ou prejuízo. 
Este resultado líquido é apurado da seguinte forma: ativo – passivo. Ou 
seja, o PL é a soma de todos os ativos da entidade diminuído de todos os 
passivos. Dessa forma, podemos dizer ainda que o patrimônio líquido é um 
importante indicador de desempenho de uma empresa e que pode, de forma 
rápida, apresentar o crescimento ou não de uma entidade. 
Imagine que você é sócio de uma empresa, e que vai encerrar suas 
atividades na data de hoje! Para isso, você deve levantar todos os bens e 
direitos (ativos) e com esse montante total você deverá quitar todas as suas 
obrigações (passivo). O que sobrar dessa operação é o patrimônio líquido da 
entidade. 
Em um balanço patrimonial, você vai enxergar operações realizadas 
com o resultado positivo (lucro), que irão se “transformar” em outras contas 
contábeis, como as reservas. Como o próprio nome já indica, trata-se de uma 
reserva do lucro que será destinada para algum fim específico ou 
simplesmente para aumentar o PL sem aumento do capital. 
TEMA 1 – CONCEITO DE RESERVA E RESERVA LEGAL 
Na aula passada, conhecemos a estrutura do patrimônio líquido, em que 
constam as contas de reservas de uma entidade. 
Vamos relembrar como fica então essa estrutura patrimonial: 
 
 
3 
Quadro 1 – Estrutura do balanço patrimonial 
ATIVO 
 
[...] 
PASSIVO 
 
[...] 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Capital 
- Capital a Integralizar 
Reserva de Lucros 
Reservas de Capital 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Prejuízos Acumulados 
- Ações em tesouraria 
Fonte: Adriano, 2018. 
Nesta aula, vamos focar nas reservas de lucros, já que as reservas de capital 
já foram tratadas na aula passada. 
O art. 192 da Lei n. 6.404/1976 determina que a administração da companhia 
deverá apresentar à assembleia geral ordinária uma proposta sobre a destinação a ser 
dada do lucro líquido do exercício (Brasil, 1976) 
Segundo Ferrari (2012), as reservas de lucro representam um dos “pedaços” 
do líquido no processo de destinações. Esse lucro poderá ser destinado para 
constituição de reservas, compensação de prejuízos acumulados ou ainda para 
distribuição de dividendos. Dessa forma, a conta de lucros acumuladas deverá ser 
zerada no final de cada exercício. 
São tipos de reservas de lucros: 
 Reserva legal, prevista no art. 193 da Lei das S/As; 
 Reservas estatutárias, prevista no art. 194 da Lei das S/As; 
 Reservas para contingências, prevista no art. 195 da Lei das S/As; 
 Retenção de lucros para constituição de reservas de lucros para expansão ou 
reservas de planos para investimentos, prevista no art. 196 da Lei das S/As; 
 Reserva de lucros a realizar, prevista no art. 197 da Lei das S/As; 
 Reserva específica de prêmios de emissão de debêntures, prevista no art. 19 
da Lei n. 11.941/2009; 
 Reserva especial de lucros para dividendos obrigatórios, prevista no art. 202, 
parágrafo 5º da Lei das S/As; e 
 Reserva de incentivos fiscais, prevista no art. 422 do RIR/99 
A Lei n. 6.404/76, alterada pela Lei n. 11.638/07, estabelece que o somatório 
das reservas de lucros, excetuando-se as reservas para contingências, de incentivos 
fiscais e de lucros a realizar, não poderá ser superior ao montante do capital social da 
sociedade. Caso o referido somatório ultrapasse o capital social, caberá à assembleia 
 
 
4 
deliberar sobre a aplicação do excedente, que poderá ser utilizado para integralização 
ou aumento de capital, desde que com a devida fundamentação, ou distribuído como 
dividendos (Gelbcke et al., 2018) 
1.1 Reserva legal 
Para Gelbcke et al. (2018), a reserva legal, basicamente instituída para 
dar proteção ao credor, deve ser constituída com a destinação de 5% do lucro 
líquido do exercício. 
Essa reserva deve ser a primeira a ser constituída, obrigatoriamente, 
tendo como limite de saldo o equivalente a 20% do capital social realizado. A 
critério da companhia, a reserva legal pode ainda deixar de receber créditos, 
quando o saldo, somado ao montante das reservas de capital, atingir 30% do 
capital social. 
Por exemplo: 
Saldo de reserva legal em 31/12/X1 R$ 3.900,00 
Capital social R$ 21.000,00 
Lucro líquido em 31/12/x2 R$ 8.000,00 
Valor a ser destinado à reserva legal em 31/12/X2 será ... ? 
 
Limite da reserva – 20% de 21.000,00 = 4.200,00 
5% do lucro líquido – 5% de 8.000,00 = 400,00 
 
Saldo anterior da reserva + 5% do lucro líquido = 3.900 + 400 = 4.300,00 
Dessa forma, a companhia não poderá destinar o total dos 5% do lucro 
para conta de reservas, uma vez que irá ultrapassar o limite de 20% do capital 
social. Sendo assim, a empresa deve destinar R$ 300,00 (parte) do resultado, 
para conta de reserva legal no ano X2. 
Nesse caso, a contabilização da destinação à reserva legal, ficará assim: 
D – Lucro líquido do exercício R$ 300,00 
C – Reserva legal R$ 300,00 
A reserva legal é constituída para fins de aumento de capital ou 
absorção de prejuízos contábeis. 
Vejamos agora outro exemplo para a constituição da reserva legal. 
Considerando o segundo limite previsto na legislação, que é de 30% do saldo 
da reserva legal somada a reserva de capital. 
 
 
 
5 
Lucro Líquido – 400.000,00 x 5% = R$ 20.000,00 
Reserva legal (saldo) R$ 170.000,00 
Reserva de capital R$ 120.000,00 
Capital Social R$ 1.000.000,00 
 
1º limite: 20% do capital social: R$ 200.000,00 
2º limite: 30% da reserva legal + 
reserva de capital 
(170.000,00 + 120.000,00) R$ 290.000,00 
 
Reserva a ser constituída: R$ 20.000,00 
O saldo final da conta de reserva legal será de R$ 190.000,00, 
correspondente ao saldo anterior de R$ 170.000 acrescido do valor apurado no 
exercício de R$ 20.000. 
 O total a ser constituído é menor que os dois limites estabelecidos pela 
lei das sociedades anônimas. 
TEMA 2 – OUTRAS RESERVAS DE LUCROS 
Como vimos no tema anterior desta aula, a Lei n. 6.404/1976 traz uma 
relação das contas de reservas existentes no patrimônio líquido das 
companhias. 
Vamos conhecer cada uma delas. 
2.1 Reserva estatutária 
 A reserva estatutária está prevista no art. 194 da Lei das S/As e é 
constituída por determinação do estatuto da companhia, como destinação de 
uma parcela dos lucros do exercício. 
 O referido artigo descreve: 
Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma: 
I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; 
II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos 
que serão destinados à sua constituição; e 
III - estabeleça o limite máximo da reserva. (Brasil, 1976) 
 As reservas estatutáriasdeverão ser criadas dentro do PL, em 
subcontas que indiquem sua natureza e que sejam intituladas conforme sua 
 
 
6 
finalidade. Outra condição prevista no art. 198 da Lei das S/As é de que essas 
reservas não podem restringir o pagamento dos dividendos obrigatórios. 
 A contabilização dessa reserva ficará: 
D – Lucros ou prejuízos acumulados 
C – Reserva estatutária 
2.2 Reserva para contingências 
A reserva para contingência está prevista no art. 195 da Lei n. 
6.404/1976, que determina: 
Art. 195. A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da 
administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva 
com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do 
lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser 
estimado. 
§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa 
da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a 
recomendem, a constituição da reserva. 
§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir 
as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a 
perda. (Brasil, 1976) 
O objetivo da reserva para contingências é reservar uma parte do lucro 
que não será distribuído para utilização futura em provável perda, como a 
redução do lucro ou até mesmo prejuízo. Dessa forma, no momento em que 
ocorrer a perda, essa reserva é revertida para a conta de lucros acumulados. 
A constituição dessa reserva é opcional e a proposta da administração 
deverá indicar a causa da perda prevista e justificar a constituição da reserva. 
A contabilização dessa reserva ficará: 
D – Lucros ou prejuízos acumulados 
C – Reserva para contingências 
 A reversão da reserva, quando necessária, será contabilizada: 
D – Reserva para contingências 
C – Lucros ou prejuízos acumulados 
2.3 Retenção de lucros para constituição de reservas de lucros para 
expansão ou reservas de planos de investimentos 
 A retenção de lucros está prevista no art. 196 da Lei n. 6.404/1976, que 
dispõe o seguinte: 
 
 
7 
Art. 196. A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da 
administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício 
prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado. 
§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a 
justificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender 
todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, 
e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de 
execução, por prazo maior, de projeto de investimento. 
§ 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assembleia-geral 
ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado 
anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social 
(Brasil, 1976). 
A referida reserva tem a finalidade de separar parte do lucro apurado, 
com intuito de manter tais recursos na companhia, para aplicação em projetos 
de expansão. 
A criação dessa reserva é baseada nos orçamentos de capital 
aprovados pela assembleia geral. Tal reserva não poderá ser constituída em 
prejuízo da distribuição de dividendo obrigatório. 
A contabilização dessa reserva ficará assim: 
D – Lucros ou prejuízos acumulados 
C – Reserva de lucros para expansão 
A reversão dessa ficará escriturada: 
D – Reserva de lucros para expansão 
C – Lucros ou prejuízos acumulados 
A capitalização ficará: 
D – Reserva de lucros para expansão 
C – Capital social 
2.4 Reserva de lucros a realizar 
A reserva de lucro a realizar está prevista no art. 197 da Lei n. 
6.404/1976, que prevê o seguinte: 
Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, 
calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela 
realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, 
por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à 
constituição de reserva de lucros a realizar (Brasil, 1976) 
O objetivo dessa reserva é a não distribuição de dividendos obrigatórios 
quando a entidade ainda não tiver apurado tais lucros financeiramente. 
 
 
8 
Sabemos que a escrituração contábil é realizada considerando fatos 
econômicos e por competência. Dessa forma, é possível que a contabilidade 
apure resultado positivo, sem que a companhia possua caixa suficiente para 
distribuí-lo. 
A contabilização dessa reserva poderá ser: 
D – Lucro do exercício 
C – Reserva de lucros a realizar 
TEMA 3 – RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS 
A reserva de incentivos fiscais foi criada pela Lei n. 11.638/2007, que 
adicionou à Lei n. 6.404/76 o art. 195-A o seguinte: 
A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de 
administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela 
do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções 
governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base 
de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta 
Lei). (Brasil, 2008) 
Incentivos podem ser dados por meios financeiros ou mesmo por 
dedução de tributos devidos. 
Complementarmente, a Lei n. 11.638/2007 revogou a reserva de capital 
– doações e subvenções para investimentos, provocando a necessidade de 
alteração no tratamento contábil que era dispensado às doações e 
subvenções. 
A partir do exercício social de 2008, conforme o Pronunciamento 
Técnico CPC 07 – Subvenção e Assistência Governamentais (2010), as 
doações e subvenções recebidas pela companhia devem transitar pelo 
resultado, e terão seus registros contábeis determinados em função das 
condições estabelecidas para recebimento dessas doações e subvenções. 
Apesar de transitarem pelo resultado do exercício, não serão 
computadas na determinação do lucro, desde que sejam registradas como 
reserva de incentivos fiscais, que somente poderá ser utilizada para absorção 
de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido totalmente absorvidas as 
demais reservas de lucros, com exceção da reserva legal; ou então para 
aumento do capital social. 
 
 
9 
3.1 Subvenção condicional 
Subvenção é uma espécie de incentivo dado pelo órgão público, 
podendo ser em transferência financeira, por exemplo, para custeio de uma 
operação, ou até mesmo por incentivo fiscal, que é a redução de algum tributo. 
Se a subvenção tiver contraprestação da empresa para com a 
administração pública, a empresa deverá atender a todas as condições 
previstas para então reconhecer tal rendimento no resultado. 
Dessa forma, se uma empresa recebe uma subvenção de uma prefeitura 
na forma de um terreno a ser utilizado para a construção de uma fábrica, e a 
legislação e/ou contratação dizem que esse terreno será da empresa 
unicamente depois de passados dez anos, e desde que ela gere pelo menos 
1.000 novos empregos, a entidade deverá então contabilizar o terreno no seu 
imobilizado assim que adquirir sua posse, seu controle e puder utilizá-lo para 
as finalidades negociadas (não a sua propriedade, que ainda não será 
transferida) (Gelbcke et al., 2018). 
Dessa conta será feita a transferência ao resultado da empresa tão 
somente quando forem eliminadas todas as restrições que impeçam a 
plena e final incorporação desse terreno ao patrimônio da companhia. 
Assim, se ao final do décimo ano a empresa não houver cumprido, 
por exemplo, a exigência da contratação dos 1.000 novos 
empregados, não poderá reconhecer a receita, a não ser que haja 
perdão dessa cláusula por quem de direito. (Gelbcke et al., 2018, p. 
393) 
3.2 Subvenção incondicional 
Segundo Gelbcke et al. (2018, p. 393), se a entidade receber 
subvenções ou outros tipos de incentivos e não houver absolutamente 
nenhuma obrigação adicional a cumprir, oreconhecimento como receita será 
imediato. 
Assim, por exemplo, se a empresa destina um pedaço do seu imposto 
de renda nas quotas de um fundo por conta de um incentivo fiscal, e desde 
que, ao efetuar o pagamento do imposto, não haja obrigações, ou tenha 
cumprido a última de suas obrigações, nesse momento reconhecerá essa 
parcela como receita de subvenção (Gelbcke et al., 2018). 
Se o imposto for apropriado por competência a um período, mas o 
pagamento se der em outro, a despesa será lançada como antes se fazia, 
 
 
10 
quando do registro dos resultados que a geraram, e a receita com a subvenção 
será reconhecida apenas no período em que cumprida a última das obrigações 
para fazer jus a esse incentivo. Não poderá a empresa, quando do 
reconhecimento da despesa com o imposto de renda, registrar um ativo relativo 
a um direito a ser exercido no futuro, contra o resultado, já que não cumpriu 
ainda com todas as suas obrigações (Gelbcke et al., 2018). 
3.3 Benefícios em forma de redução ou isenção tributária 
Quando o incentivo é dado pelo não pagamento do imposto (redução, 
isenção etc.), quando da existência de lucro que normalmente exigiria tal 
tributo, não havendo compromissos de investimento e outros que já terão sido 
cumpridos pela entidade (Gelbcke, et al., 2018). 
Nesse caso, registra-se a despesa do imposto que deveria ser pago, 
mas, imediatamente após, registra-se como redução dessa despesa uma 
receita pela subvenção. Isso faz com que sejam devidamente evidenciados, na 
demonstração do resultado, a todos os usuários, que há um resultado 
incentivado a compor o desempenho da empresa (Gelbcke et al., 2018). 
Anteriormente, o procedimento adotado evidenciava uma despesa com o 
tributo, como se esse tributo fosse efetivamente ser pago, e o crédito era no 
patrimônio líquido, distorcendo-se o desempenho da entidade. 
3.4 Constituição da reserva de incentivos fiscais 
A Lei n. 11.941/2009 deliberou no sentido de evitar que as empresas 
sejam prejudicadas, do ponto de vista tributário, por conta da nova forma de 
registro contábil das doações e subvenções, fazendo isso da seguinte forma: 
permitindo que a entidade registre, em cada exercício em que reconhecer esse 
tipo de receita, a transferência da conta de lucros acumulados para a conta de 
reserva de incentivos fiscais o exato valor de tal receita, de forma a não 
distribuir esse valor como lucros ou dividendos aos sócios. 
Esse controle deverá ser efetuado com a utilização do Livro de Apuração 
do Lucro Real (LALUR) para que a empresa possa ajustar seu lucro tributável, 
tanto para fins de cálculo do imposto de renda quanto da contribuição social 
sobre o lucro líquido (Gelbcke et al., 2018). 
 
 
11 
O LALUR é utilizado para calcular o imposto de renda devido pela 
empresa, quando esta tiver tributação pelo lucro real. Esse livro é utilizado, pois 
o lucro tributável (real) não é o lucro apurado pela contabilidade, mas sim o 
ajustado neste livro, para que as receitas que não sejam tributadas possam ser 
retiradas do resultado, assim como as despesas que não forem dedutíveis 
possam ser adicionadas. 
TEMA 4 – AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 
O ajuste de avaliação patrimonial é uma conta contábil que faz parte do 
patrimônio líquido. Essa conta foi introduzida na contabilidade brasileira por 
meio da Lei n. 11.638/2007 e tem o objetivo de receber as contrapartidas de 
aumentos e reduções de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, 
quando da sua avaliação a valor justo, enquanto não forem computados no 
resultado do exercício, considerando o regime de competência. 
 De acordo com Viceconti e Neves (2013, p. 199) 
Valor justo é definido pela estrutura conceitual da contabilidade como 
o valor pelo qual um ativo pode ser negociado ou um passivo 
liquidado entre partes interessadas, conhecedoras do assunto e 
independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem 
para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação 
compulsória. 
 Podemos então dizer que o valor justo é o valor de mercado de um bem, 
em que as partes concordam em pagar e receber em uma operação de venda. 
O ajuste de avaliação patrimonial é, portanto, um ajuste ao valor do ativo 
ou passivo, fazendo com que estes aproximem-se ao seu valor real. 
Alguns exemplos de ajuste de avaliação patrimonial são: 
a. Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de 
demonstrações contábeis; 
b. Instrumentos financeiros; 
c. Combinação de negócios; 
d. Estoques de produtos agrícolas com origem em ativos biológicos; 
e. Recomposição do custo do imobilizado (deemed cost). 
É importante observarmos que, apesar de a conta do ajuste de avaliação 
patrimonial fazer parte do PL, ela não pode ser confundida com uma reserva, 
 
 
12 
uma vez que seus valores não transitam pelo resultado, o que somente 
ocorrerá na medida da realização dos ativos e dos passivos que os geraram. 
Vejamos a seguir alguns exemplos para ajuste a valor justo e criação da 
conta de ajuste de avaliação patrimonial. 
4.1 Variação cambial 
Para investimentos no exterior, faz-se necessária a realização de uma 
avaliação a valor justo em cada encerramento de período, de forma que tal 
avaliação reflita o valor justo do investimento. 
Seguindo o exemplo de Rios e Marion (2017), a empresa UNT realizou 
investimentos no exterior, no valor de US$ 10.000, em janeiro de X1; a cotação 
o dólar nesta data era de R$ 1,95. Dessa forma, o investimento em reais 
correspondia a R$ 195.000, ficando escriturado assim: 
D – Investimentos no exterior – R$ 195.000 
C – Disponibilidade – R$ 195.000 
 Em dezembro do ano X1, a empresa UNT fez uma avaliação do seu 
investimento. Como este está representado em moeda estrangeira, no caso, o 
dólar, faz-se necessária a verificação da taxa de câmbio na data do 
encerramento do período. O valor do dólar nessa data é R$ 1,89. 
 Ao calcularmos, teremos US$ 100.000 x R$ 1,89 = R$ 189.000. Portanto 
podemos observar que houve uma redução, tendo então um ajuste contábil 
representado da seguinte forma: 
D – Ajuste de avaliação patrimonial (PL) – R$ 6.000 
C – (-) Variação cambial (redutor do investimento) – R$ 6.000 
 A transferência do valor da conta de ajuste de avaliação patrimonial para 
o resultado do exercício só ocorrerá na realização do investimento. No caso de 
alienação. 
 Ao admitirmos a venda do investimento pelos R$ 189.000, teremos: 
D – Disponibilidade – R$ 189.000 
D – (-) Variação cambial (redutor do investimento) – R$ 6.000 
C – Investimento no Exterior – R$ 195.000 
 
 
 
13 
O lançamento da conta de ajuste (PL) para o resultado, será: 
D – Variação Cambial (resultado) – R$ 6.000 
C – Ajuste de avaliação patrimonial (PL) – 6.000 
4.2 Recomposição do custo do imobilizado (deemed cost) 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis permitiu, por meio do ICPC, 
que as entidades realizassem, avaliação do seu imobilizado pelo valor justo, 
entretanto somente na adoção inicial dos pronunciamentos contábeis (regras 
internacionais) 
De acordo com a Interpretação Técnica ICPC 10, no momento da 
adoção inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPC 27 – Ativo 
Imobilizado, CPC 37 – Adoção Inicial das Normas Internacionais de 
Contabilidade, e CPC 43 (R1) – Adoção Inicial dos Pronunciamentos 
Técnicos CPC 15 a 41, a entidade pode detectar itens do ativo 
imobilizado ainda em operação, capazes de proporcionar geração de 
fluxos de caixa futuros, que estejam reconhecidos no balanço por 
valor consideravelmente inferior ou superior ao seu valor justo. 
Nesses casos, entende-se que a prática mais adequada a ser 
adotada é empregar o valor justo como custo atribuído(deemedcost) 
para ajustar os saldos iniciais possivelmente subavaliados ou 
superavaliados. (Gelbcke et al., 2018, p. 249) 
A adoção inicial às normas internacionais de contabilidade iniciou em 
2008 e 2015, após a publicação das Lei n. 11.634/2007 e n. 11.941/2009. Nada 
diz a legislação sobre aquelas empresas que, por algum motivo, não aderiram 
às normas internacionais de contabilidade. 
O objetivo é a recomposição do valor dos ativos, mesmo nos casos em 
que estes estejam totalmente depreciados, mas que ainda se encontrem em 
plena atividade operacional. O ajuste nesse caso funciona como se fosse uma 
reavaliação desses ativos. 
Vejamos um exemplo prático dessa avaliação no imobilizado, seguindo 
como base o exemplo trazido por Rios e Marion (2017). 
A empresa VIX, ao adotar os pronunciamentos do CPC no ano X, 
resolve rever o valor do seu imobilizado, mensurando-o pelo valor justo, 
possuindo apenas três ativos relevantes, sendo: 
Ativo Custo original (_) Depreciação Valor contábil Valor Justo 
Máquina 1 325.000 97.500 227.500 415.000 
Máquina 2 715.000 107.250 607.750 680.000 
Máquina 3 2.000.000 400.000 1.600.000 1.750.000 
Totais 3.040.000 604.750 2.435.250 2.845.000 
 
 
14 
As diferenças geradas pela avaliação a valor justo são as seguintes: 
Ativo Valor contábil Valor Justo Diferença 
Máquina 1 227.500 415.000 187.500 
Máquina 2 607.750 680.000 72.250 
Máquina 3 1.600.000 1.750.000 150.000 
Totais 2.435.250 2.845.000 409.750 
 
Os lançamentos contábeis serão: 
D – Máquina 1 (Imobilizado) – R$ 187.500 
D – Máquina 1 (Imobilizado) – R$ 72.250 
D – Máquina 1 (Imobilizado) – R$ 150.000 
C – Ajuste de avaliação patrimonial (PL) – R$ 409.750 
 À medida que os bens forem sendo realizados, ou pela venda ou pela 
depreciação, o saldo constante na conta de ajuste de avaliação patrimonial 
deverá ser transferido para o resultado. 
4.3 Reavaliação 
 Com a publicação da Lei n. 11.638/2007, foi eliminada a possibilidade, 
descrita até então na Lei n. 6.404/1976, de uma empresa avaliar os ativos por 
seu valor de mercado quando este fosse superior ao custo (Brasil, 2007). 
 De acordo com Gelbcke et al. (2018), essa eliminação está em 
desacordo com as normas internacionais, as quais permitem esse tipo de 
procedimento. No entanto, o principal motivador para essa impossibilidade no 
Brasil foi o mau uso desse mecanismo. 
 Com a edição das normas internacionais, tivemos a possibilidade de 
realizar o ajuste de avaliação patrimonial, que é uma espécie de “reavaliação”, 
no entanto tal ajuste somente poderia ocorrer quando da adesão pela entidade 
às normas internacionais de contabilidade, conceito este que deve ser 
respeitado pelas entidades. 
TEMA 5 – DIVIDENDOS 
Os dividendos correspondem à parcela do lucro que é distribuída aos 
sócios/acionistas como forma de remuneração. 
A Lei n. 6.404/1976 dispõe ainda: 
 
 
15 
Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo 
obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no 
estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo 
com as seguintes normas: 
I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos 
seguintes valores: 
a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); e 
b) importância destinada à formação da reserva para contingências 
(art. 195) e reversão da mesma reserva formada em exercícios 
anteriores; 
II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I 
poderá ser limitado ao montante do lucro líquido do exercício que 
tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como 
reserva de lucros a realizar (art. 197); 
III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando 
realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em 
exercícios subseqüentes, deverão ser acrescidos ao primeiro 
dividendo declarado após a realização (Brasil, 1976) 
Gelbcke et al. (2018) esclarecem que, antes do dividendo obrigatório, já 
existiam o dividendo mínimo e o dividendo fixo, ambos atualmente previstos no 
art. 17 da Lei das S/As (Brasil, 1976). 
Nas sociedades limitadas não existe exigência para pagamento de 
dividendo mínimo. Nessa natureza societária, há liberdade para que as 
próprias empresas determinem suas políticas de pagamento de dividendos. 
Já nas sociedades anônimas há exigências mínimas que devem ser 
seguidas e que podem, inclusive, constar no estatuto social da companhia. 
Segundo Viceconti e Neves (2013), a Companhia somente poderá pagar 
dividendos à conta de lucro líquido do exercício, lucros acumulados e de 
reservas de lucros. No caso de ações preferenciais, pode-se utilizar a conta de 
reserva de capital. 
A contabilização dos dividendos, poderá ser feita da seguinte forma: 
D – Lucros acumulados (PL) 
C – Dividendos a pagar (PC) 
 Veja que inicialmente há a criação de uma obrigação de dividendos a 
pagar e, em seguida, há o efetivo pagamento, baixando o saldo do passivo 
contra disponibilidade. Esse valor pode ainda voltar ao PL da entidade, na 
forma de aumento de capital, conforme opção e acordo entre sócios/acionistas. 
 Viceconti e Neves (2013) nos ensinam que o estatuto da companhia 
pode fixar política de distribuição de dividendos que melhor se ajuste às suas 
particularidades. Podemos ainda visualizar de forma resumida a tipologia de 
dividendos, com base na Lei n. 6.404/1976. 
 
 
16 
Quadro 2 – Tipologia dos dividendos 
1. Quanto à ordem de distribuição 
1.1 Prioritários Quando existe prioridade no recebimento de dividendos, normalmente 
concedida aos acionistas detentores de ações preferenciais. 
1.2 Não prioritários Quando não existe prioridade na distribuição de dividendos aos 
acionistas (acionistas detentores de ações ordinárias) 
2. Quanto ao direito ao seu recebimento – dividendo: 
2.1 Cumulativo Quando o acionista tiver direito ao recebimento do dividendo no 
exercício em que não houver lucros suficientes para sua distribuição 
ou quando não for possível distribuí-lo no exercício social, seu 
montante será acumulado e distribuído em exercício futuro. 
2.2 Não 
cumulativo 
Quando os acionistas perdem o direito ao recebimento do dividendo 
quando os lucros forem insuficientes ou quando não for possível 
distribuí-lo no exercício social. 
3. Quanto à forma de distribuição dos lucros 
3.1 Mínimo Quando possibilita aos acionistas participar da distribuição dos lucros 
remanescentes, ou seja, após todas as distribuições previstas no 
estatuto e, no mínimo, em igualdade de condições com os acionistas 
detentores de ações ordinárias. 
3.2 Fixo Quando a ação não participa nos lucros remanescentes, ou seja, 
quando o montante a ser recebido a título de dividendo é, 
normalmente, prefixado. Nessa hipótese, caso o montante dos lucros 
possibilitasse a distribuição de importância superior os acionistas com 
direito a dividendo fixo não participam dessa distribuição. 
3.3 Obrigatório Quando o estatuto for omisso, os acionistas terão o direito de receber 
os dividendos na forma estabelecida pelo artigo 202 da lei 6.404/76, ou 
seja, 50% do lucro ajustado. 
Fonte: Vicenconti; Neves, 2013, p. 192. 
5.1 Juros sobre o capital próprio – JPC 
Os juros sobre o capital próprio (JCP) refere-se a uma espécie de 
“correção monetária” paga ao sócio ou acionista sobre o valor que este investiu 
naquela empresa (capital social). Não há obrigatoriedade de pagamento 
desses juros aos sócios ou acionistas, sendo isso uma opção feita por meio de 
acordo entre os participantes do capital. 
A norma brasileira permite que as empresas remunerem seus 
sócios/acionistas com o chamado juros (ou remuneração) sobre o capital 
próprio. Essa regrafoi instituída pela Lei n. 9.249/1995, permitindo então que 
os sócios ou acionistas recebam um valor pelo capital investido na empresa. 
Os juros sobre o capital próprio, além de serem mais uma forma de 
remunerar os sócios/acionistas de uma entidade, são ainda uma forma de 
planejamento tributário, já que o valor pago a título de JCP pode ser dedutível 
na apuração do imposto de renda pelo lucro real, desde que o montante dos 
juros remuneratórios não ultrapasse o maior entre os seguintes valores: (i) 50% 
 
 
17 
(cinquenta por cento) do lucro líquido do exercício antes da dedução dos juros, 
caso estes sejam contabilizados como despesa; ou (ii) II - 50% (cinquenta por 
cento) do somatório dos lucros acumulados e reservas de lucros. 
Vejamos a previsão do JCP descrito na Instrução Normativa da Receita 
Federal n. 1.700/2017: 
Art. 75. Para efeitos de apuração do lucro real e do resultado ajustado 
a pessoa jurídica poderá deduzir os juros sobre o capital próprio 
pagos ou creditados, individualizadamente, ao titular, aos sócios ou 
aos acionistas, limitados à variação, pro rata die, da Taxa de Juros de 
Longo Prazo (TJLP) e calculados, exclusivamente, sobre as 
seguintes contas do patrimônio líquido: 
I - capital social; 
II - reservas de capital; 
III - reservas de lucros; 
IV - ações em tesouraria; e 
V - prejuízos acumulados. 
Observem que o valor dos juros sobre o capital é calculado, em regra, 
pela TJLP e sua base de cálculo é o saldo do patrimônio líquido, com exceção 
da conta de ajuste de avaliação patrimonial, que deve ser desconsiderada para 
realização do cálculo. 
Quadro 3 – Exemplo de apuração do JCP 
Patrimônio Líquido da entidade: 
CONTAS SALDO 
Capital Social 100.000,00 
Reserva de Capital 35.000,00 
Reserva Incentivos Fiscais 11.000,00 
Reserva Legal 22.500,00 
Ajuste de Avaliação Patrimonial 55.000,00 
Reserva de Contingência 61.000,00 
Reserva Estatutária 11.500,00 
PL Total 296.000,00 
 
Lucro do Exercício 250.000,00 
TJLP 7,5% 
 
Valor dos juros sobre o capital a pagar aos sócios/acionistas pode ser de R$ 18.075,00 
 
Cálculo: 
 
Total PL 296.000 
(-) ajuste de avaliação patrim. (55.000) 
Saldo 241.000 
TJLP x 7,5% 
Total JCP 18.075 
 
 
18 
TROCANDO IDEIAS 
Agora você precisa buscar uma demonstração financeira de alguma das 
empresas listadas na bolsa e identificar as contas do PL. Participe do fórum 
indicando quais são as contas de reserva que você identificou, leia as notas 
explicativas referente às reservas e conte para nós e para seus colegas a que 
se referem. Faça o mesmo com a conta de ajuste de avaliação patrimonial e 
nos diga qual é a conta do ativo ou do passivo que foi ajustada com base no 
valor justo. 
NA PRÁTICA 
É admitido pela legislação que as empresas do lucro real deduzam de 
sua apuração os juros pagos ou creditados individualmente a titular, sócios ou 
acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as 
contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro-rata dia, da taxa de 
juros de longo prazo – TJLP. 
Diante disto, uma empresa apresentou o patrimônio líquido de acordo 
com os dados a seguir: 
Capital social 70.000,00 
Reserva de capital 14.000,00 
Reserva incentivos fiscais 5.000,00 
Reserva legal 9.000,00 
Ajuste de avaliação patrimonial 23.000,00 
Reserva de contingência 6.000,00 
Reserva estatutária 2.500,00 
Considerando que a TJLP do período é de 7,5% e o lucro do exercício é 
R$ 180.000,00, calcule o valor do JCP devido ao sócio e indique qual é o valor 
passível de dedução na apuração do lucro real. 
Resolução: 
Total PL 129.500,00 
(-) AAP (23.000,00) 
Base de cálculo 106.500,00 
TJLP x 7,5% 
 
JCP 7.987,50 
 
 
 
19 
Dedutibilidade 
50% Lucro líquido 90.000,00 
50% Lucro acumulado + Reserva de lucro 11.250,00 
O total de JCP pago é totalmente dedutível no lucro real. 
FINALIZANDO 
Nesta aula conhecemos um pouco mais sobre as contas do patrimônio 
líquido, especificamente as reservas de lucros, reserva de incentivos fiscais e 
ajuste de avaliação patrimonial. 
É importante destacar ainda que as reservas de lucros são partes do 
resultado da empresa, em regra geral, que foram transferidas às contas de 
reservas de acordo com a finalidade e estatuto da entidade. Já as reservas de 
incentivos fiscais referem-se a incentivos dados pelos órgãos públicos, como a 
subvenção, com o objetivo de incentivar uma atividade em um determinado 
local. 
Já a conta de ajuste de avaliação patrimonial é o ajuste do ativo ou do 
passivo, a valor justo, ou valor de mercado, para que o balanço apresente, de 
forma real, o saldo dos seus bens, direitos e obrigações. 
Por último, conhecemos também as regras de dividendos previstas na lei 
das sociedades anônimas, que podem ser aplicadas a empresas limitadas. 
Vimos ainda outra forma de remuneração dos sócios, os juros sobre o capital, 
que é bastante utilizada entre as empresas, muito mais com intuito de 
planejamento tributário. 
 
 
 
 
20 
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Paulo: Atlas, 2018. 
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Brasília, DF, 29 mar. 1999 
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FERRARI, E. L. Contabilidade geral: teoria e mais de 1000 questões. 12. ed. 
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