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Análise das Demonstrações Contábeis - aula 2 - impressão

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
AULA 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Aline Andrade Barbosa da Silva
CONVERSA INICIAL
Olá, caros alunos e alunas! Esta aula objetiva apresentar a análise vertical e horizontal, assim
como os índices de liquidez e de estrutura patrimonial (endividamento), detalhados em suas
dinâmicas e metodologias. Esperamos que você possa adquirir as habilidades necessárias não
somente da parte técnica (cálculos dos índices), mas também da interpretação do significado deles. A
aula abordará os seguintes temas:
Análise vertical;
Análise horizontal;
Índices de liquidez;
Índices de estrutura patrimonial; e
Geração de valor ao acionista.
Um excelente aprendizado!
CONTEXTUALIZANDO
Conforme Silva (2019), durante a análise das demonstrações, o analista pode empregar várias
dinâmicas: a) diferenças absolutas; b) análise horizontal; c) análise vertical; d) análise por índices e
quocientes; e e) metodologias complementares. A análise por quocientes é o processo de análise
mais adotado pelos analistas das demonstrações financeiras. Os quocientes são índices originados
por meio da comparação entre contas ou grupos de contas (Moura, 2020, p. 43). Assim, quanto maior
a demanda do usuário, maior a quantidade de índices para analisar.
Geralmente, a análise por meio de índices ocorre com o emprego de quocientes de
endividamento, liquidez e rentabilidade. Mas sempre que as análises de quocientes não forem
conclusivas, um número mais amplo de quocientes pode ser retirado das demonstrações contábeis.
Dessa forma, a interpretação pode ser isolada, conjunta ou por meio de comparação com
quocientes-padrão. A análise por quocientes deve ser desenvolvida por meio da criação de série
passada de índices, calculados mediante associação entre contas que pertencem a demonstrações
contábeis.
As diferenças absolutas são desenvolvidas por meio de planilhas e devem constituir-se na etapa
inicial da análise. Esse método verifica as diferenças mais acentuadas, de modo a confrontar duas
situações por vez, com cálculo das diferenças absolutas entre os valores em dinheiro de uma mesma
conta ou grupos de contas de um período para outro.
A análise horizontal, denominada por muitos autores como análise de tendências, é desenvolvida
a partir da análise da sucessão gradual de uma conta ou grupo de contas no decorrer de diversos
períodos. A finalidade dessa análise está nas consequências e não, necessariamente, nas causas das
alterações nas contas. Finalmente, a análise vertical, chamada, igualmente, de análise de estrutura das
demonstrações, é útil para descobrir certas causas, ainda que primárias, das variações nas contas.
Face ao exposto, passamos a explicação metodológica da análise vertical, bem como de sua
interpretação.
TEMA 1 – ANÁLISE VERTICAL
A análise vertical (AV) é um processo de análise que visa verificar a participação de cada conta ou
grupos de contas em um mesmo período. Nessa análise, é constatada a variação de cada conta em
relação a outra conta-base no mesmo ano. A comparação realizada pode ser entre contas da mesma
empresa ou de diferentes segmentos. A AV objetiva verificar a expressão de cada componente dos
relatórios contábeis, de maneira a confrontá-los como a respectiva base. Vejamos como isso funciona
na prática.
Figura 1 – Análise Vertical
Fonte: Extraído de Martins, Diniz e Miranda, 2020.
O Balanço Patrimonial apresenta três períodos. Conforme se observa, o valor-base para cada um
dos períodos consiste no somatório do ativo, passivo e patrimônio líquido, que corresponde a 100.
Para chegar ao número-índice, divide-se cada conta por essa base. Por exemplo, a análise vertical
acima demonstra que o ativo circulante corresponde a 65,6% (3.396/5.174) do total-base no período
1. Nos períodos seguintes, assume o comportamento de alta, de modo a atingir os patamares de
67,9% (3.615/5.326) e 71,7% (4.341/6.057). Ademais, a conta caixa e equivalentes de caixa evoluiu ao
longo dos períodos que significa que há uma alocação maior de recursos no ativo circulante em
relação ao ativo total. Isso, sem dúvidas, é um fator positivo, mas notem também que pode estar
havendo uma dificuldade da empresa em aplicar recursos ociosos.
Figura 2 – Análise vertical
Fonte: Extraído de Martins, Diniz e Miranda, 2020.
Na análise vertical dos passivos, verificamos que o grupo de maior proporção é o do Patrimônio
Líquido, com 54,1% (2.799/5.174) no período 1, 58,6% (3.121/5.326) no período 2 e 60,8%
(3.682/6.057) no período 3. Em referência às contas, o capital social corresponde a 33,6%
(1.740/5.174) do total-base no período 1, 35,4% (1.884/5.326) no período 2 e 32,1% (1.943/6.057) no
período 3, que demonstra que ocorreu um aumento no investimento dos sócios ou acionistas na
empresa e, em todos os casos, o comportamento da conta é o de maior representatividade, ou seja,
mais de 30% do endividamento da empresa deriva do capital social, sendo o endividamento por
capital próprio (patrimônio líquido) correspondente a 60,8% (3.682/6.057) do endividamento total.
No período 2, a conta de menor significância é obrigações sociais e trabalhistas, com 3,7%
(195/5.326). Diferentemente do período 3, cuja conta de menor expressão é contas a pagar. Além
disso, observa-se uma tendência regressiva para o passivo não circulante, com quedas sucessivas ano
a ano do endividamento com terceiros a longo prazo.
Segundo Martins, Diniz e Miranda (2020), a análise vertical pode ser usada em todas as
demonstrações, mas ganha mais importância na demonstração do resultado do exercício, visto que
há vários itens que podem ser calculados em relação às vendas, por exemplo. Tal análise viabiliza uma
demonstração célere da evolução das participações, sobretudo nas receitas auferidas.
Passados esses apontamentos acerca da análise vertical, seguimos para uma visão geral de outra
análise: a análise horizontal.
TEMA 2 – ANÁLISE HORIZONTAL
A análise horizontal (AH) é um processo que visa constatar a evolução das contas e, de igual
forma, dos grupos de contas mediante a apuração de índices. Tal análise pode ser evolutiva (voltada
para o futuro) ou retrospectiva (voltada para o passado) e é de suma importância para a construção
de uma série temporal, com vistas a verificar tendências.
Para o desenvolvimento da AH, em princípio, estabelecemos uma data-base, em geral, a
demonstração mais distante, que será representada pelo valor 100. Para apurar os valores dos índices
das demonstrações posteriores, faz-se apenas uma regra de três, de modo a ter como parâmetro a
data-base. Vejamos um exemplo prático a seguir.
Figura 3 – Cálculos da análise horizontal
Fonte: Extraído de Martins, Diniz e Miranda, 2020.
Como demonstra o balanço patrimonial apresentado, todos os valores do momento 1 equivalem
a 100, período-base. Para calcular os números-índices, é necessário dividir o montante referente à
conta ou grupo de contas pelo montante do ano-base e, posteriormente, multiplica-se por 100.
Temos a análise horizontal de que a conta caixa e equivalentes de caixa corresponda a 106,4
(3.615/3.396), no período 2 e 127,8 (4.341/3.396) no período 3, em relação ao período 1.
Já para calcular a variação, é necessário subtrair 1 e multiplicar o valor obtido por 100 do índice
obtido.
Nesse caso, podemos afirmar que a conta caixa e equivalentes de caixa, sofreu uma variação de
43,9% no período 2 ((436/303) – 1) x 100%) e 94,1% no período 3 ((588/303) – 1) x 100%) em relação
ao período base. Podemos perceber que a conta de variação mais expressiva é a de despesas
antecipadas no período 2, quando a variação foi de 133% ((7/3) – 1) x 100%). Por outro lado, a menor
variação do ativo é verificada na conta de aplicações financeiras no período 2, com 0,3% ((765/763) –
1) x 100%). Já no passivo, a menor variação ocorre no segundo período com a conta de obrigações
sociais e trabalhistas, que sofreu uma variação de 9,6% em relação ao período base ((195/178) – 1) x
100%).
Figura4 – Análise horizontal – cálculo de números-índices
Fonte: Extraído de Martins, Diniz e Miranda, 2020.
Já no passivo, a conta de variação mais relevante é contas a pagar, com 77,3% ((227/128) – 1) x
100%). E, no patrimônio líquido, a reserva de lucros possui variação de 88,8% ((1.488/788) – 1) x 100)
e a menor alteração ocorreu com as reservas de capital, com 7,7% ((250/271) - 1) x 100%) de
variação.
Notem que essa análise permite identificar duas coisas: os números-índices e a variação de cada
conta. Mas não permite identificar, por exemplo, o porquê dessas variações. Essa limitação suscita o
emprego de outras formas de análise, com fins de fornecer subsídios para uma análise dos
demonstrativos mais completa.
TEMA 3 – ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Os índices de liquidez são adotados para análise da capacidade de pagamento da empresa, ou
seja, a capacidade de assumir compromissos futuros de curto, longo ou prazo imediato, com
fundamento na solvência da organização. Para além da situação financeira da empresa, demonstra-se
por meio desses índices a expectativa de continuidade dela. Silva (2017, p. 144) afirma que o analista
deve avaliar, em conjunto com a liquidez, a qualidade e os graus de conversibilidade para moeda
corrente dos direitos e das dívidas.
Como vimos anteriormente, são quatro índices relacionados à análise de liquidez: a) liquidez
corrente ou liquidez comum; b) liquidez imediata ou instantânea; c) liquidez geral ou total; e d)
liquidez seca ou prova ácida. Vejamos a seguir as dinâmicas de interpretação desses índices.
3.1 LIQUIDEZ CORRENTE
O índice de liquidez corrente demonstra a capacidade de pagamento da empresa no curto
prazo. Em outras palavras, ele indica o quanto a empresa possui em dinheiro, bens e em direitos
realizáveis no curto prazo, relacionando-os com as obrigações a serem sanadas no curto prazo. Esse
é o índice mais empregado para calcular a “saúde” financeira da empresa.
Sabemos que a liquidez corrente é calculada pela relação entre ativo circulante e passivo
circulante.
A interpretação desse índice é para cada real de dívida que a organização possui no curto prazo,
há quantos reais de recebíveis realizáveis também no curto prazo, por isso, de forma geral, e
analisando especificamente a capacidade de pagamento, quanto maior melhor. Dessa maneira, se o
índice de liquidez for maior que 1, isso significa que o capital circulante líquido (ativo circulante –
passivo circulante) será positivo, e assim a empresa estará apta a cobrir todos os seus pagamentos
por meio dos seus recebimentos de curto prazo, como também terá o potencial de financiar suas
demandas por capital de giro.
Apesar da relevância do índice, há algumas limitações na liquidez corrente. Dentre elas podemos
citar: i) não indica a qualidade dos itens do ativo circulante (como estoques superavaliados,
obsoletos, considera a conta de clientes totalmente recebível ignorando eventual inadimplência; ii)
não sinaliza se os recebimentos se realizarão dentro do prazo de pagamento da empresa; e iii)
podem existir distorções provocadas pelos critérios de avaliação dos estoques. Assim, verifica-se uma
precisão maior para o índice quando há um equilíbrio entre os índices prazo médio de rotação de
estoques e prazo médio de recebimento das vendas. É importante ressaltar que a análise de liquidez
também deve ser acompanhada da análise de tendências. Isso ocorre porque duas empresas podem
apurar o mesmo índice, mas possuírem realidades complemente diferentes. Vejamos um exemplo de
apuração desse indicador.
Figura 5 – Balanço patrimonial BRF – 3º Trimestre 2021
ATIVO   Controladora Consolidada
CIRCULANTE NE 30.09.21 31.12.20 30.09.21 31.12.20
Caixa e equivalentes de caixa 4 4.231.435 3.876.139 ; 6.889.844 ; 7.576.625
Títulos e valores mobiliários 5 318.893 312.515  343.182 ;314.15
Contas a receber de clientes e outros recebíveis 6 8.781.558 5.254.064 3.586.751  4.136.421
Estoques 7 7.158.067 ; 5.161.261 9.258.921   6.802.759
Ativos biológicos 8 2.569.929 ; 2.044.288 ; 2.668.065 2.129.010
Tributos a recuperar 9 776.456 812.338 883.740 899.120
Tributos a recuperar sobre o lucro 9 46.383 28.888 94.936 43.840
Instrumentos financeiros derivativos 24 79.921 ;  361.315 83.144  377.756
Caixa restrito   24.529 1 24.529 1
Ativos mantidos para venda   5.000 15.637 21.773 186.025
Total do ativo circulante   24.295.491 18.215.168 . 24.242.226 22.911.984
Passivo   Controladora Consolidada
CIRCULANTE NE 30.09.21 31.12.20 30.09.21 31.12.20
Empréstimos e financiamentos 15 2.421.940 811.919 2.861.250 1.059.984
Fornecedores 16 9.922.746 8.156.231
11.077.197
;
8.996.206
Fornecedores risco sacado 17 1.889.219 1.452.637 1.889.219 ; 1.452.637
Passivo de arrendamento 18 367.085 302.946 485.905 383.162
Salários, obrigações sociais e participações   949.188 860.836 1.003.089 940.816
Obrigações tributárias   213.438 268.347 372.343 395.630
Instrumentos financeiros derivativos 24 185.270 378.543 186.147 384.969
Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas 21 1.046.122 860.889 1.050.188 865.338
Benefícios a empregados 20 114.938 114.938 125.312 125.230
Adiantamentos de partes relacionadas 30 14.250.968 8.960.394  - -
Passivos diretamente relacionados a ativos mantidos para
venda
 - - - - 21.718
Outros passivos circulantes   247.447 335.137 1.183.243 814.638
Total do passivo circulante   31.608.361 22.502.817 20.233.893 15.440.328
Não circulante
Realizável a longo prazo
Títulos e valores mobiliários 5 14.966 15.044 375.906 344.577
Contas a receber de clientes e outros recebíveis 6 41.550 49.569 41.886 49.864
Tributos a recuperar 9 4.734.542 4.868.219 4.743.657 4.868.198
Tributos a recuperar sobre o lucro 9 54.327 54.123 59.864 54.859
Tributos diferidos sobre o lucro 10 2.454.669 2.068.769 2.505.005 2.109.064
Depósitos judiciais 11 539.770 553.276 543.106 553.341
Ativos biológicos 8 1.310.156 1.154.726 1.382.832 1.221.749
Créditos com partes relacionadas 30 340 315 - -
Instrumentos financeiros derivativos 24 2.139 234 2.139 234
Caixa restrito   1 24.357 1 24.357
Outros ativos não circulantes   71.152 77.829 77.528 82.123
Total do ativo realizável a longo prazo   9.223.612 8.866.461 9.731.924 9.308.366
Investimentos 12 12.710.877 11.922.325 6.911 8.874
Imobilizado  13 11.482.643 11.168.558 12.822.742 12.215.580
Intangível 14 3.207.412 3.186.476 6.245.045 5.220.102
Total do ativo não circulante   36.624.544 35.143.820 28.806.622 26.752.922
Não circulante
Empréstimos e financiamentos 15 18.335.459 18.498.335 21.317.352 21.344.442
Fornecedores 16 11.999 13.781 11.999 13.781
Passivo de arrendamento 18 1.843.364 1.965.748 2.069.305 2.153.519
Obrigações tributárias   132.815 141.252 133.560 141.252
Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas 21 499.421 837.106 508.353 837.382
Tributos diferidos sobre o lucro 10 - - 34.482 26.527
Passivos com partes relacionadas 30 45.001 41.892 - -
Benefícios a empregados 20 551.809 521.855 696.862 651.325
Instrumentos financeiros derivativos 24 36.077 727 36.077 727
Outros passivos não circulantes
 
 
 
255.882 249.691 330.719 242.089
Total do passivo não circulante   21.711.827 22.270.387 25.138.709 25.411.044
Patrimônio líquido
Capital social   12.460.471 12.460.471 12.460.471 12.460.471
Reservas de capital   141.834 141.834 141.834 141.834
Outras transações patrimoniais   (80.313) 246 (80.313) 246
Prejuizos acumulados    (3.062.798)  (2.594.028) (3.062.798)  (2.594.028)
Ações em tesouraria    (105.620)  (123.938)  (105.620)  (123.938)
Outros resultados abrangentes    (1.753.727)  (1.298.801)  (1.753.727)  (1.298.801)
Atribuído aos acionistas controladores   7.599.847 8.585.784 7.599.847 8.585.784
Atribuído aos acionistas não controladores   - - 76.399 227.750
Total do patrimônio líquido   7.599.847 8.585.784 7.676.246 8.813.534
TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO   60.920.035 53.358.988 53.048.848 49.664.906
Fonte: BRF, 2021.
Para o caso em questão, o índice de liquidez correntedo balanço consolidado é calculado assim:
Isso significa que o índice de liquidez corrente indica que, em 2021, a empresa poderá dispor de
1,19 vezes e, em 2020, de 1,48 vezes em recursos de curto prazo para honrar suas dívidas a curto
prazo como fornecedores, empréstimos e financiamentos de curto prazo, contas a pagar.
3.2 LIQUIDEZ SECA
Supondo que uma organização paralisasse suas operações de vendas ou seu estoque se tornasse
obsoleto, quais seriam as condições da empresa para quitar suas dívidas? Para responder a esse
questionamento, foi criado o índice de liquidez seca. O índice, basicamente, exclui os estoques da
relação entre ativo circulante e passivo circulante. Esse índice também é denominado por alguns
autores de prova ácida.
Existe uma associação forte entre a liquidez seca e a liquidez corrente. Esse indicador é muito
pertinente à análise de capacidade de pagamento da entidade em casos em que o giro do estoque é
muito baixo, de maneira a refletir uma gestão ruim sobre o montante de compras de material para
revenda ou industrialização. Além disso, ele, assim como o indicador de liquidez corrente, deve ser
empregado em conjunto com outros índices. Em bancos, a liquidez seca é muito adotada. Deve-se
levar em consideração também que o estoque (item excluído para análise) pode tonar-se antiquado
ou perecível.
A interpretação desse índice é para cada real de dívida que a organização possui no curto prazo,
há quantos reais de recebíveis realizáveis também no curto prazo sem considerar os estoques, ou
seja, quanto maior esse indicador, maior a capacidade de honrar compromissos no curto prazo pela
empresa.
Quando esse índice for menor do que 1, significa que a companhia tem mais obrigações
assumidas imediatas do que recursos disponíveis. Entretanto, nem sempre um índice menor que 1
implica dificuldades de liquidez. Pode acontecer de a empresa não possuir o desejo de exceder a
liquidez acima do mínimo indispensável.
Para o caso prático da Petrobras S.A fornecido anteriormente temos os seguintes índices
apurados:
O índice de liquidez seca aumentou de 2020 para 2021. Há três tipos de interpretações possíveis:
a) liquidez seca maior do que 1, em que a empresa detém de capital disponível suficiente para cobrir
suas dívidas de curto prazo; b) liquidez seca for igual a 1, em que o capital disponível e as obrigações
são equivalentes; e c) liquidez seca menor do que 1, em que a companhia possui capital suficiente
para honrar com todas as suas dívidas.
3.3 LIQUIDEZ IMEDIATA
O índice de liquidez imediata apresenta a parcela das obrigações de curto prazo que poderiam
ser sanadas por caixa e equivalentes de caixa (disponível). Em outros termos, expressa quanto a
entidade possui de disponível para cada montante de obrigações vencíveis no curto prazo.
A interpretação desse índice é sob o ponto de vista de endividamento, quanto maior, melhor
será para a situação da empresa. Por outro lado, a manutenção de muitos recursos com liquidez
imediata pode denotar uma postura muito conservadora pela gestão da empresa, uma vez que tais
recursos poderiam ser reinvestidos com o intuito de gerar uma lucratividade maior para a
organização. Para Marion (2019), a redução seguida nesse índice pode indicar uma política mais
rígida de disponível, bem como uma redução no limite de segurança, isto é, uma diminuição
constante na liquidez imediata pode indicar dificuldades financeiras da empresa.
O índice de liquidez imediata é pouco adotado, pois significa muito pouco em termos de
informações acerca da realidade da empresa. Por outro lado, ele é relevante para bancos comerciais,
visto que a realidade de um disponível significativo é imprescindível para o caso de dias ou períodos,
em que os depósitos sejam menores que os saques. Nesse caso, analisa-se como disponível somente
os valores de curtíssimo prazo, na forma de depósitos.
Para o caso prático da Petrobras S.A, temos os seguintes índices apurados:
O índice de liquidez imediata diminuiu de 2020 para 2021. Esse indicador demonstra quanto do
dinheiro disponível em caixa consegue arcar com as obrigações de curto prazo. Assim, a análise dos
indicadores de liquidez imediata sinaliza uma diminuição da capacidade do caixa de pagar
obrigações de curto prazo.
3.4 LIQUIDEZ GERAL
O índice de liquidez geral demonstra a capacidade de pagamento da entidade de curto e de
longo prazo, de modo a considerar para cálculo o curto e longo prazo.
A interpretação é similar aos demais indicadores de liquidez, representando quantos reais
realizáveis a empresa dispõe no curto e longo prazo para o pagamento de cada real de dívida,
também de curto e longo prazos. Nesse sentido, quanto maior, melhor.
Não se deve olvidar de que a possibilidade de divergência entre vencimentos de recebíveis e de
exigíveis pode gerar distorções na análise. Assim, vale a regra de analisar cada índice em combinação
com outros indicadores, que possam trazer uma visão global da organização.
Para o caso prático da BRF, temos os seguintes índices apurados:
O índice de liquidez geral diminuiu de 2020 para 2021. Há três interpretações possíveis: a) índice
maior do que 1, em que a companhia está confortável com a capacidade de pagamento; b) índice
igual a 1, em que a entidade possui disponível a mesma quantia que deve ser paga; e c) índice menor
do que 1, em que o valor das obrigações é maior que sua capacidade de pagar a dívida.
Retomando o exemplo, temos para os dois períodos uma diminuição da capacidade de
cobertura de dívidas, com os índices calculados decrescendo ano a ano.
TEMA 4 – ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL
Os índices da análise de estrutura patrimonial associam as origens de financiamento próprio
(recursos investidos pelos sócios ou acionistas, ou seja, patrimônio líquido) e de terceiros (bancos,
governo, fornecedores, colaboradores etc.). Estes buscam apresentar a inter-relação da empresa
frente aos recursos de terceiros. Os indicadores desse tipo de análise são: endividamento,
composição de endividamento, imobilização do patrimônio líquido; e imobilização dos recursos não
correntes. Vejamos cada um deles em particular.
4.1 ENDIVIDAMENTO
O endividamento demonstra a relação entre as obrigações com terceiros e os recursos próprios.
A finalidade desse indicador é sinalizar o risco ao qual a entidade está sujeita, de modo a apontar sua
subordinação ao capital de terceiros demonstrando, também, o estilo de gestão da empresa como
mais conservadora (com utilização maior de cursos próprios) ou mais agressiva (com maior utilização
de recursos de terceiros).
O índice de endividamento é calculado por:
A interpretação é tanto quanto subjetiva, pois não se pode qualificar o endividamento como
bom ou ruim, uma vez que há uma relação muito grande com os custos de oportunidade. A análise
de itens como prazo da exigibilidade da obrigação, taxa de juros, risco, haja vista a empresa ter a
possibilidade de ter um comportamento de alta do endividamento a longo prazo e,
simultaneamente, um baixo custo. Deve-se entender, do mesmo modo, que um endividamento alto
no curto prazo pode conduzir a empresa à baixa rentabilidade.
Para o caso prático da BRF, temos os seguintes índices apurados:
O endividamento aumentou de 2020 para 2021, de maneira a indicar que grande parte dos
recursos foi conseguida mediante dívidas, de forma que a entidade pode estar muito sujeita ao
capital de terceiros.
4.2 COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO
O índice de composição do endividamento expressa a relação da dívida total no curto prazo. Seu
objetivo consiste em examinar os prazos de exigibilidade (vencimento) da obrigação.
Martins, Miranda e Diniz (2020) declaram que é corriqueiro a empresa buscar recursos de longo
prazo para cobertura do ativo circulante, como também recursos de curto prazo para financiamento
do ativo circulante.
A interpretação não possui uma regra, mas sabe-se que uma empresa que possui níveis de
endividamentos mais elevados no longo prazo terá umafolga orçamentária que proporcione
recursos para cobertura de dívidas em situações de crise. Já uma empresa endividada no curto prazo
apresentará maiores barreiras para quitar suas obrigações no curto prazo. Em outras palavras, quanto
menor o endividamento de curto prazo, maior o risco.
Para o caso prático da BRF, temos os seguintes índices apurados:
A composição de endividamento corresponde ao percentual em dívidas de curto prazo em
comparação ao seu total. No exemplo em questão, as dívidas de curto prazo correspondem a 45% e
38%, para os anos de 2021 e 2020, respectivamente.
4.3 IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O indicador de imobilização do patrimônio líquido, também denominado imobilização de capital
próprio, representa a parte dos recursos próprios que está investida em ativos imobilizados,
investimentos ou ativos intangíveis, isto é, ativo não circulante reduzidos do ativo realizável a longo
prazo. A fórmula do índice é expressada assim:
Esse índice é desenvolvido para avaliar empresas sob a visão fundamentalista. Sua interpretação
é do tipo quanto menor, melhor, pois se a organização dispender mais de recursos fixos e que não
possuem liquidez (imobilizado, investimentos e intangíveis), significa que ela provavelmente buscará
recursos de terceiros, o capital de giro, para quitar suas dívidas. Por outro lado, o setor de serviços,
como operadoras de planos de saúde, pode apresentar a imobilização do patrimônio líquido elevada.
Tal situação pode indicar a construção de ambulatórios para atender pacientes, e não apenas a oferta
básica de assistência à saúde. Partindo desse pressuposto, esse índice pode auxiliar na decisão de
leasing (aluguel com expectativa de compra) ou aluguel comum de terceiros.
Para o caso prático da BRF, temos os seguintes índices apurados:
A imobilização de patrimônio líquido aumentou de 2020 para 2021. O índice representa o
quanto a companhia aplicou no ativo permanente para cada R$ 100 de patrimônio líquido. Quanto
menor esse índice, maior será a parcela para financiamento do ativo circulante, de maneira a reduzir a
sua dependência de capital de terceiros. Assim, de modo geral, quanto menor esse indicador, melhor
será para a organização empresarial.
4.4 IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NÃO CORRENTES
A imobilização de recursos não correntes, também denominada de imobilização de recursos não
permanentes, calcula a porcentagem de recursos de longo prazo empregados nos ativos imobilizado,
investimentos e intangível.
Os ativos do imobilizado possuem, em média, vida útil de 2, 5 e 10 anos. Dessa maneira, é
possível adotar recursos de longo prazo para financiamento do imobilizado, desde que o prazo seja
compatível com a duração dele. De forma geral, a interpretação é quanto menor, melhor, tendo em
vista que o índice de imobilização de recursos não correntes superiores a 1 delatam que a empresa é
descompensada financeiramente, por imobilizar recursos de curto prazo.
Após essa seção acerca dos índices de estrutura patrimonial, passamos para o estudo de um
assunto muito relevante para a análise das demonstrações contábeis: geração de valor ao acionista.
Para o caso prático da BRF, temos os seguintes índices apurados:
Pelo exemplo analisado, verificamos que a imobilização de recursos não correntes aumentou de
2020 para 2021, fato que, em termos de interpretação, significa que o quanto de capital de terceiros
está aplicado em ativos permanentes.
TEMA 5 – GERAÇÃO DE VALOR AO ACIONISTA
A riqueza de uma organização empresarial é expressada pela qualidade de suas decisões
financeiras, de modo a equilibrar risco e retorno esperado. A Geração de Valor ao Acionista (GVA)
ocorre quando o lucro é superior à remuneração das necessidades de curto e longo prazo. Para a
GVA ter êxito, o gestor deve preocupar-se com a viabilidade do projeto de investimento; ofertar
produtos com preços que o mercado está disposto a adquirir; não visar o lucro apenas para
atendimento das próprias necessidades; e deve reduzir deficiências.
Para fins contábeis, a GVA é um indicador que considera o aumento de valor da empresa, mais
os dividendos distribuídos do período. Em outros termos, consiste no aumento de riqueza pelo
aumento de valor da empresa mais o dividendo recebido (Martins; Miranda; Diniz, 2020). A fórmula
para calcular o GVA é:
Visto isso, iremos tratar agora dos aspectos vinculados à GVA, tais como gestão baseada em
valor e mensuração do valor da empresa.
5.1 GESTÃO BASEADA EM VALOR
A Gestão Baseada em Valor é um indicador que pressupõe informações completas e de longo
prazo. Há dois elementos elencados na literatura para que uma organização possa voltar-se
totalmente à criação de valor. O primeiro consiste no valor intrínseco da empresa e o segundo na
implementação de prioridades para criação de seu valor. Assim, a criação de valor é a meta de longo
prazo da entidade.
O entendimento é de que a empresa aumenta outros valores ao tentarem o aumento do valor
residual da empresa. Dessa maneira, o valor do acionista deve ser priorizado em detrimento do valor
do cliente, porque se invertida essa prioridade, pode comprometer a continuidade da companhia. Por
conta disso, a GBV constitui o privilégio máximo dos interesses dos acionistas, quando esse interesse
conflitar com outros que envolvam outros agentes da empresa.
Nesse cenário, entram os gestores internos (administradores) das entidades que adquirem uma
nova atribuição, e suas atividades se dispõem ao atendimento dos desejos do acionista, isto é, a
maximização do valor do negócio. Em vista disso, esses profissionais buscam o retorno em fluxo de
caixa de longo de prazo e devem ser um agente que visualiza a organização como usuário externo.
Assim, o administrador da organização deve atentar para companhia pela visão do acionista, e caso
não seja possível, os recursos envolvidos devem ser restituídos para aplicação em melhores chances.
Na GBV, há também a figura do value drivers, que são indicadores menores. Estes sinalizam as
áreas-chave a serem desenvolvidas para maximização do valor da empresa. Segundo Coopeland,
Koller e Murrin (2000), os value drivers são qualquer variável que influencia o valor da empresa e a
responsabilidade pelo cumprimento de objetivos relacionados a estes deve ser competência dos
agentes que os controlam. Dessa forma, os value drivers são direcionadores que devem ajustar as
atividades de curto prazo com a meta financeira de longo prazo, com vistas ao aumento de valor da
empresa.
Os direcionadores podem ser categorizados em macro e microdirecionadores. Em referência ao
valor da empresa, Rappaport (2001) afirma que há sete direcionadores financeiros: a) crescimento em
vendas; b) margem de lucro operacional; c) investimento incremental em ativos fixos; d) investimento
incremental em capital de giro; e) alíquota de imposto de renda base caixa; e f) custo de capital e
duração do crescimento do valor. Além disso, há três níveis de classificação dos value drivers que
consistem em: i) nível genérico (cálculo do retorno sobre capital investido); ii) nível de unidade de
negócios (mix de clientes como elemento importante); e iii) níveis operacionais (associação dos value
drivers às decisões gerenciais).
5.2 MENSURANDO O VALOR DA EMPRESA
Segundo Martins, Miranda e Diniz (2020), o valor da empresa refere-se ao potencial de gerar
riqueza para seus sócios. O valor da empresa depende dos benefícios líquidos esperados para o
presente e futuro da organização. No primeiro caso, se não há expectativa de continuidade, entende-
se que o valor da empresa é calculado pelo preço de venda dos ativos menos os gastos com vendas
e passivos. Se há expectativa de futuro, o valor da empresa é calculado de acordo com benefícios
futuros. Assim, quando o valor da empresa é menor do que o valor de liquidação dela, deve-se passar
por liquidação.
De acordo com Frezatti (1998), os métodos de mensuração do valor da empresa são: 1) fluxo de
caixa descontado; 2) resultado econômicoresidual; e 3) múltiplos. O primeiro é calculado em função
dos benefícios futuros menos o valor presente apurado pelo custo de oportunidade. O segundo é
mensurado pelo resultado operacional, líquido do imposto de renda, sem afetação do custo de
financiamento das operações. O último, por sua vez, é baseado no índice preço/lucro, com vistas a
detectar pontos de entrada e saída do mercado.
Há, de igual modo, modelos de avaliação que visam mensurar o valor da companhia mediante
comparação com empresas de mesmo segmento de mercado, como nas técnicas de comparativas de
mercado; técnicas baseadas em ativos e passivos contábeis ajustados, que buscam atingir o valor da
empresa mediante conversão dos elementos divulgados nas demonstrações contábeis; técnicas
baseadas no desconto de fluxos de caixa futuros, que se baseia na expectativa de geração de riqueza
da organização.
Ademais, existe a avaliação contábil, que consiste na apuração do patrimônio líquido pela
diferença entre os ativos contábeis menos os passivos exigíveis. O modelo é simples, mas possui
fraquezas, haja vista que esse método possuir inconsistências entre o valor apurado e o valor de
mercado.
TROCANDO IDEIAS
Nesta aula, foi possível notar que a análise vertical horizontal são as principais análises que
representam a realidade econômico-financeira das empresas. É possível perceber também que a
análise de liquidez permite analisar a capacidade de pagamento das organizações. Em vista disso,
apresente as diferenças entre análise vertical e análise horizontal. Em seguida, apresente as diferenças
entre os tipos de liquidez (corrente, seca, imediata e geral) e como esses índices podem ser
interpretados. Queremos sua contribuição no fórum.
NA PRÁTICA
Em Provas...
Sem dúvida, o assunto mais cobrado, dentre os abordados por esta aula, em provas do Conselho
Federal de Contabilidade, como também no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes é índice
de liquidez, seguido de análise vertical e horizontal. Vamos aprender na prática como os índices de
liquidez são cobrados no Exame de Suficiência? Vocês verão que a abordagem que fizemos do
assunto nesta aula é mais do que suficiente para responder e acertar as questões da prova.
(Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – Ciências Contábeis/2018)
Balanço Patrimonial da Cia. Alfa no exercício findo em 31/12/X9 em R$
ATIVO X8 X9 PASSIVO X8 X9
CIRCULANTE 8.000,00 6.500,00 CIRCULANTE 6.000,00 5.000,00
Caixa e Bancos conta corrente 1.000,00 1.200,00 Salários a Pagar 3.000,00 2.300,00
Contas a receber 2.000,00 1.300,00 Contas a Pagar 1.000,00 1.300,00
Estoques 5.000,00 4.000,00 Empréstimos 2.000,00 1.400,00
NÃO CIRCULANTE 72.000,00 83.500,00      
Realizável a Longo Prazo 3.000,00 2.500,00 NÃO CIRCULANTE 14.000,00 15.000,00
Investimentos 6.000,00 8.000,00 Exigível a Longo Prazo 14.000,00 15.000,00
Imobilizado 40.000,00 46.000,00      
Intangíveis 23.000,00 27.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 60.000,00 70.000,00
TOTAL 80.000,00 90.000,00 TOTAL 80.000,00 90.000,00
Com base na análise vertical e horizontal e na análise dos indicadores de liquidez do balanço
patrimonial apresentado, avalie as afirmações a seguir acerca do que se verifica em X9.
I. A conta de Empréstimos diminuiu 30%.
II. O total das Origens de Recursos aumentou 16,67%.
III. O CCL – Capital Circulante Líquido – é de R$1.500,00.
IV. O ILS – Índice de Liquidez Seca – é de 0,50.
V. O ILC – Índice de Liquidez Corrente – é de 1,23.
VI. O ILG – Índice de Liquidez Geral – é de 0,55.
É correto o que se afirma em:
a. I, II e VI
b. I, III e IV
c. II, V e VI
d. I, III, IV e V
e. II, III, IV, V e VI
Comentário: vamos analisar cada uma das alternativas.
I. A conta de empréstimos diminuiu ((1.400/2.000) -1) x 100%) = 30%. Alternativa correta.
II. O total das origens de recurso corresponde ao total do passivo que é composto por passivo
circulante + passivo não circulante + patrimônio líquido. Em X8, o passivo foi de R$80.000,00,
enquanto que em X9, o passivo foi de R$90.000,00. A variação é ((90.000/80.000) – 1) x 100% =
12,5%. Alternativa falsa.
III. O capital circulante líquido é resultante da diferença entre AC – PC = 6.500 – 5.000 = 1.500.
Alternativa correta.
IV. O ILS = (AC – EST)/PC = (6.500 – 4.000)/5.000 = 0,5. Alternativa correta.
V. O ILC = AC/PC = 6.500/5.000 = 1,30. Alternativa falsa.
VI. O ILG = (AC+RLP)/(PC+PNC) = (6.500 + 2.500)/(5.000 + 15.000) = 9.000/20.000 = 0,45.
Alternativa falsa.
Gabarito: alternativas I, III e IV corretas. Assim, resposta correta LETRA B.
(Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – Ciências Contábeis/2015)
O gráfico a seguir representa a situação de liquidez de determinada empresa de 2010 a 2014,
com os valores dos indicadores de liquidez corrente e geral, para esse período.
Com base no gráfico, avalie as afirmações a seguir.
I. A empresa apresentou folga financeira de curto prazo de 2010 a 2014.
II. Há tendência de melhora da liquidez corrente para 2015.
III. Há indícios de que, em 2014, a empresa tenha trocado dívidas de longo prazo por dívidas de
curto prazo passaram a ser recebíveis a longo prazo.
É correto o que se afirma em:
a. I, apenas.
b. III, apenas.
c. I e II, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III.
Comentário: novamente, vamos analisar cada uma das alternativas.
I. Para saber se a empresa apresentou folga de curto prazo, devemos analisar a liquidez corrente.
A liquidez corrente, de modo geral, apresentou comportamento crescente, o que significa que
houve realmente uma folga financeira de curto prazo. Alternativa correta.
II. O índice de liquidez corrente teve um comportamento de alta na maior parte dos anos
seguintes a 2010. Logo, a tendência para 2015 é de melhora. Alternativa correta.
III. A liquidez geral apresenta a capacidade de pagamento geral da entidade, no curto e longo
prazo. Conforme podemos ver no gráfico, houve um aumento na liquidez corrente e a liquidez
geral manteve-se constante em referência ao ano anterior, o que nos faz inferir que a
companhia trocou dívidas de curto prazo por obrigações de longo prazo ou que houve
recebimento de recursos de longo prazo. Alternativa falsa.
(Exame de Suficiência 2016.2 – Bacharel em Ciências Contábeis)
Uma Sociedade Empresária apresentou, em 30 de junho de 2016, os seguintes dados retirados
do seu Balancete de Verificação e a fórmula de Liquidez Geral: 
Dados Valor
Bancos Conta Movimento 192.000,00
Capital Subscrito 1.440.000,00
Duplicatas a Receber – Curto Prazo 144.000,00
Duplicatas a Receber – Longo Prazo 460.800,00
Duplicatas Descontadas – Curto Prazo 32.000,00
Empréstimos Concedidos – Longo Prazo 307.200,00
Empréstimos Obtidos – Curto Prazo 160.000,00
Estoques – Curto Prazo 576.000,00
Fornecedores – Curto Prazo 112.000,00
Terrenos de Uso 64.000,00
Considerando-se apenas os dados apresentados, é CORRETO afirmar que o Índice de Liquidez
Geral é de, aproximadamente:
a. 0,96.
b. 2,25.
c. 5,53.
d. 6,29.
Comentário: reparem que o examinador já deu a fórmula a ser aplicada. A questão aqui para ser
resolvida depende muito mais de classificação de contas do que da análise de liquidez propriamente
dita. Vamos classificar as contas então.
Dados Valor
Bancos Conta Movimento 192.000,00 ATIVO CIRCULANTE
Capital Subscrito 1.440.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Duplicatas a Receber – Curto Prazo 144.000,00 ATIVO CIRCULANTE
Duplicatas a Receber – Longo Prazo 460.800,00 ATIVO NÃO CIRCULANTE/RLP
Duplicatas Descontadas – Curto Prazo 32.000,00 PASSIVO CIRCULANTE
Empréstimos Concedidos – Longo Prazo 307.200,00 ATIVO NÃO CIRCULANTE/RLP
Empréstimos Obtidos – Curto Prazo 160.000,00 PASSIVO CIRCULANTE
Estoques – Curto Prazo 576.000,00 ATIVO CIRCULANTE
Fornecedores – Curto Prazo 112.000,00 PASSIVO CIRCULANTE
Terrenos de Uso 64.000,00 ATIVO NÃO CIRCULANTE/IMOBILIZADO
Após a classificação, temos o seguinte: LG=
(192.000+144.000+576.000+460.800+307.200)/(32.000+160.000+112.000) = 5,5263~=5,53. Gabarito
Alternativa C.
(Exame de Suficiência 2016.1 –Bacharel em Ciências Contábeis)
Uma Sociedade Empresária apresentou, em 31 de dezembro de 2015, os seguintes dados do
Balanço Patrimonial: 
Balanço Patrimonial em 31.12.2015
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante R$65.000,00 Passivo Circulante R$33.000,00
Caixa R$9.000,00 Duplicatas a Pagar R$8.000,00
Bancos Conta Movimento R$15.000,00 Títulos a Pagar R$7.000,00
 
Duplicatas a
Receber
R$18.000,00 Financiamentos Bancários R$18.000,00
Mercadorias para Revenda R$23.000,00 Passivo não Circulante R$12.000,00
Ativo não Circulante R$30.000,00 Financiamentos Bancários R$12.000,00
Ativo Realizável a Longo Prazo R$10.000,00 Patrimônio Líquido R$50.000,00
Imobilizado R$20.000,00 Capital Subscrito R$40.000,00
    Reserva Legal R$1.000,00
    Reservas para Contingências R$9.000,00
TOTAL DO ATIVO R$95.000,00 TOTAL DO PASSIVO R$95.000,00
A partir desse Balanço Patrimonial, é CORRETO afirmar que:
a. a Liquidez Corrente é, aproximadamente, de 1,67.
b. a Liquidez Geral é, aproximadamente, de 0,73.
c. a Liquidez Imediata é, aproximadamente, de 1,97.
d. a Liquidez Seca é, aproximadamente, de 1,27.
Comentário: vamos analisar as alternativas.
A. LC=AC/PC=65.000/33.000=1,97
B. LG=(AC+ARL)/(PC+PNC)=(65.000+10.000)/(33.000+12.000)=1,67
C. LI=CAIXA E EQUIV./PC=(9.000+15.000)/33.000=0,73
D. LS=(AC-EST)/PC=(65.000-23.000)/33.000=1,27.
Eis o gabarito, Alternativa D.
Perceberam como é tranquila a cobrança desses assuntos para o Exame de Suficiência? Era
exatamente isso que queríamos demonstrar. Com os conteúdos abordados, certamente, vocês
acertarão todas as questões que tratarem de análise de liquidez, análise horizontal e análise vertical.
FINALIZANDO
Nesta aula, pontuamos as análises vertical e horizontal. Aprendemos também os tipos de índices
de liquidez e de estrutura patrimonial, como também a geração de valor ao acionista. Percebemos
que a apuração e a interpretação dos tipos de índices de liquidez e de estrutura patrimonial são
importantes para analisar a capacidade de pagamento e a estrutura da dívida das empresas. Além
disso, foi abordada a geração de valor ao acionista que configura o somatório do valor da empresa
mais os dividendos distribuídos. Aula produtiva! Mas ainda continuaremos nossos estudos, com mais
aspectos da análise das demonstrações contábeis. Futuramente, trataremos acerca da análise dos
índices de atividade, avaliação de ciclos operacionais e de capital de giro.
REFERÊNCIAS
COOPELAND, T. E.; KOLLER, T.; MURRIN, J. Avaliação de empresas – valuation: calculando e
gerenciando o valor das empresas. São Paulo: Makron Books, 2000.
FREZATTI, F. Valor da empresa: avaliação de ativos pela abordagem do resultado econômico
residual. Cadernos de Estudos FIPECAFI, n. 19, set./dez., p. 57-69, 1998.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
MARTINS, E.; DINIZ, J. A.; MIRANDA, G. J. Análise didática das demonstrações contábeis. 3. ed. São
Paulo : Atlas, 2020.
______. Análise avançada das demonstrações contábeis: uma abordagem crítica. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2020.
RAPPAPORT, A. Gerando valor para o acionista: um guia para administradores e investidores.
São Paulo: Atlas, 2001.
SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 5. ed. 2.
Reimpr. São Paulo: Atlas, 2019.

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