Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Introdução: Quando o paciente nos procura na clínica, muitas vezes nossa primeira reação é perguntarmos qual o problema que o trouxe e, assim, rapidamente tentarmos resolvê-lo. Esta é uma conduta errada, justificada apenas em casos de urgências que, na Odontologia, correspondem a hemorragia, infecção e dor, quando então devemos realizar o exame clínico o mais rápida e objetivamente possível. • De maneira geral, o exame clínico deve ser completo e ter uma sequência apropriada de modo que não se omita ou se esqueça nenhum detalhe; • Um exame clínico completo requer tato, habilidade e paciência. • Tradicionalmente, o exame clínico divide-se em anamnese (exame subjetivo) e exame físico (exame objetivo). O primeiro tem como objetivo coletar sintomas e o segundo, estudar os sinais. O exame físico divide-se em geral e regional e este subdivide-se em extra e intrabucal. • O exame clínico marca o início do relacionamento concreto e leal entre o profissional e o paciente. Anamnese: É importante que o profissional compreenda que a etapa de coleta de dados é fundamental para toda a sequência de elaboração do diagnóstico, propiciando um percurso mais rápido e seguro até o diagnóstico final e consequente tratamento. • A recepção que o profissional faz ao paciente é o início da consulta e uma de suas fases críticas, pois é necessário perceber a história do paciente com os olhos, ouvidos e coração. • O profissional deve estar atento em utilizar sempre uma linguagem acessível, pois a comunicação deve ocorrer de fato. Exame clínico Odontológico: Abordagem do paciente Queixa principal História da doença atual História médica e odontológica Exame físico ANAMNESE • Revisão das informações • Diagnóstico diferencial • Testes clínicos • Testes laboratoriais • Estudo por imagens DIAGNÓSTICO DEFINITIVO ANAMNESE EXAME FÍSICO EXAME CLÍNICO SINTOMAS SINAIS Frequentemente, o paciente mostra-se ansioso para o início do exame físico pois acredita que este é o caminho mais rápido para o diagnóstico. Nesses casos, é necessário que o profissional seja claro, acalme o paciente e o torne colaborador. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • As informações podem ser obtidas de duas maneiras: 1. O paciente completa um questionário antes da consulta (na recepção); 2. O cirurgião-dentista obtém a história por meio de um interrogatório direto do paciente (contribui para um melhor relacionamento entre o CD e o paciente). A identificação do paciente deve contemplar: • Nome completo; • Sexo; • Idade; • Raça (etnia ou cor); • Naturalidade: • Estado civil; • Nacionalidade; • Profissão; • Endereço. • O paciente é questionado sobre a razão que o levou a procurar o consultório. • Neste tópico, interessa apenas o motivo da consulta e há quanto tempo o paciente queixa-se do problema. Deve-se perguntar: 1. O QUE VOCÊ ESTÁ SENTINDO? 2. POR QUE VOCÊ ESTÁ AQUI? 3. QUAL O MOTIVO QUE TE TROUXE ATÉ MIM? • Devemos anotar todos os dados desde o momento em que o paciente notou a presença da lesão ou do fato que o trouxe à consulta. Passo a passo: 1. Descrição do início do sintoma; 2. Duração do sintoma; 3. Se o sintoma é agudo, crônico ou cíclico; 4. Natureza da queixa (queimação, ardor, prurido..); 5. Qual a gravidade que o paciente acredita que o sintoma ou sintomas podem ter. • Todos os sintomas devem ser anotados e pesquisados. De todos eles, a dor é o mais frequente; assim, devemos obter detalhes como: 1. Localização e irradiação; 2. Caráter e intensidade; 3. Evolução; 4. Relação com funções orgânicas; 5. Fatores atenuantes ou de cessação. Além da dor existem muitos outros sintomas que devem ser levados em conta, tais como: ardor, adormecimento, formigamento, queimação, coceira, alterações do paladar etc. • Exemplos: → QUEIXA PRINCIPAL: “Dor e inchaço da gengiva” → HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: A dor foi notada inicialmente há 1 semana e o inchaço estava presente há três dias. O paciente descreve a dor como constante e com episódios lancinantes desencadeados pelo frio. O nível do estado estacionário da dor é brando a moderado, enquanto os episódios agudos são intensos. → QUEIXA PRINCIPAL: “Boca seca” → HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: O ressecamento foi inicialmente notado há aproximadamente 9 meses e há dois meses tornou-se muito mais evidente. O ressecamento é mais problemático no início do dia e o paciente pensa que o problema possa estar associado com o uso de medicamento antidepressivo administrado antes do início dos sintomas. OBS: ESCREVER EXATAMENTO COMO O PACIENTE RESPONDEU E COLOCAR ENTRE ASPAS NO PRONTUÁRIO. Dor aguda: repentina e devido a algum estímulo; Dor crônica: está sempre presente e persiste; Dor cíclica: varia durante o dia, aparece em um momento específico Devemos lembrar que a dor é uma vivência exclusiva do paciente, diferenciada entre semelhantes de acordo com suas condições físicas, emocionais, bagagem cultural, suporte familiar e social. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Neste momento nos interessam a história médica, os hábitos e os vícios do paciente e quaisquer outros dados que acreditemos serem relevantes. • Pode não contribuir ou pode existir uma condição sistêmica associada com a queixa principal do paciente. Pontos importantes: 1. Investigam-se o estado de saúde habitual e as doenças anteriores, órgãos e sistemas, a ocorrência de diabetes e cardiopatias. 2. Pesquisam-se cirurgias anteriores, suas razões e sequelas, bem como algum acidente ocorrido. 3. Uso de medicamentos; 4. Presença de alergias; 5. Vacinações; 6. Aspectos pesicológicos; 7. Perfil socioeconômico; 8. Doenças da infância; 9. Hábitos e vícios (tabagismo, etilismo, uso de drogas, onicofagia, etc). 10. Hábitos sexuais; 11. Antecedentes familiares (investigar a ocorrência de patologias de ordem genética). 12. Revisão dos sistemas. Terminada a anamnese, o profissional deve ler suas anotações para o paciente, de modo a determinar se estão corretas e completas. • Cáries desenvolvidas; • Procedimentos dentários restauradores; • Doença periodontal; • Próteses; • Cirurgias orais; • Higiene oral; • Hábitos. Exame físico: • O exame físico constitui-se como importante ferramenta ao raciocínio clínico. • É a etapa que se segue à anamnese e cujos resultados apresentam-se mais significativos em função da história do paciente. • O exame físico geral oferece uma ideia sintética do organismo, e com ele notamos, além da expressão fisionômica, as proporções do corpo, postura, situação nutricional, estado mental etc. • Utiliza-se recursos semiotécnicos: inspeção (visão), palpação (tato), Auscultação (audição) e Olfação (olfato). • Sentido da visão; • Para fazer a observação, necessita-se de um ambiente adequado: campo limpo; • Material e instrumental adequados; • Iluminação adequada; • Remoção de próteses removíveis; • Posicionamento adequado do paciente. Há métodos que aprimoram o diagnóstico através da inspeção: • Transiluminação por fibra ótica (FOTI) – diagnóstico de cáries e fraturas dentárias. Consiste em direcionar uma luz aos dentes para visualizá-los melhor. As regiões de fratura e de cárie ficam mais escuras, facilitando a identificação. • Vitropressão/Diascopia: utilizado em lesões pigmentadas (arroxeadas, escuras). Utiliza-se uma lâmina de vidro para pressionar a lesão. ▪ Vitropressão positiva: ocorre uma diminuição na intensidade da coloração e no tamanho da lesão após a vitropressão – significa que trata-se de uma lesão de origem vascular. O que acontece é que o sangue que ta dentro dos vasos sai e alesão fica menor e mais pálida. Exemplo: hemangioma (neoplasia benigna de vasos sanguíneos) – a proliferação de vasos sanguíneos acarretou o aparecimento dessa lesão. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto ▪ Vitropressão negativa: quando a lesão continua com a mesma coloração e o mesmo tamanho – significa que trata-se de uma lesão pigmentada sem envolvimento vascular, com origem endógena (melanina) ou exógena (prata do amálgama). Exemplos: nevo, melanoma, tatuagem por amálgama. • Sentido do tato; • Percepção de alterações mais profundas; • Avaliação de consistência; • Alterações de textura superficial; • Sensibilidade à palpação (quando o paciente sente dor apenas à palpação); • Elevação de temperatura; • Linfadenomegalias – aumento de volume dos linfonodos (os linfonodos saudáveis não são palpáveis); • Delimitação – Verificar se as lesões estão separadas ou infiltradas (característico de lesões malígnas); • Mobilidade. Tipos de palpação: • Bimanual – com duas mãos (ATM e linfonodos cervicais); • Bidigital – com dois dedos (língua, palato); • Digitopalmar – palma da mão e o dedo, utilizando o indicador para palpação e a palma da outra mão como anteparo (mucosa jugal); • Unilateral – Apenas um lado; • Bilateral – dois lados ao mesmo tempo; • Direta – palpando diretamente a mucosa; • Indireta – utilizando algum instrumental. • Sentido da audição: ▪ Sons emitidos pela ATM; ▪ Roçar de fragmentos de uma fratura. • Sentido do olfato; • Pouco usado; • Halitoses; • Cheiro de álcool e tabaco; • Odor cetônico de diabéticos descompensados (cetona – compostos químicos que caracterizam esse odor, hálito adocicado); • Odor fétido de tecidos necrosados. Exame físico geral: Exame físico inicia-se com a simples presença do paciente, identificando: • Sexo; • Estado geral de saúde; • Idade aparente; • Estatura; • Biotipo; • Tegumento visível; • Postura; • Motricidade; • Maneira de dar a mão; • Vestimenta; • Higiene pessoal; • Odores; • Expressões faciais; • Afeto; • Reação às pessoas presentes; • Fala; • Níveis de percepção e consciência; • Se vem só ou acompanhado. EXAME FÍSICO GERAL LOCORREGIONAL EXTRA-ORAL INTRA-ORAL – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Sinais vitais: São aqueles que evidenciam o funcionamento e as alterações da função corporal. Dentre os inúmeros sinais que são utilizados na prática diária para o auxílio do exame clínico, destacamos: pressão arterial (PA), pulso, temperatura corporal e respiração. A pressão ou tensão arterial é um parâmetro de suma importância na investigação diagnóstica; relacionando-se com o coração, traduz o sistema de pressão vigente na árvore arterial. É medida com a utilização do esfigmomanômetro e do estetoscópio. • A pressão arterial é determinada pela relação PA = DC × RP, em que DC é o débito cardíaco e RP significa resistência periférica, e cada um desses fatores sofre influência de vários outros. Partes do esfigmomanômetro: A. Manguito B. Pêra C. Válvula D. Manômetro Partes do estetoscópio: A. Olivas B. Haste C. Conexão da haste D. Tubo de conexão E. Campânula F. Diafragma Técnica para verificar a pressão: • O paciente deve ficar em repouso por pelo menos cinco minutos, em abstenção de fumo ou cafeína nos últimos 30 minutos; o braço selecionado deve estar livre de vestimentas, relaxado e mantido no nível do coração; com o paciente sentado, coloca-se o braço sobre uma mesa; a pressão arterial poderá estar falsamente elevada caso a artéria braquial fique abaixo do nível do coração. • A bolsa inflável deve ser centralizada sobre a artéria braquial, sendo que a margem inferior do manguito deve permanecer 2,5 cm acima da prega antecubital; prende- se o manguito e posiciona-se o braço de modo que fique levemente fletido. • Coloca-se o diafragma do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial; insufla-se o manguito até o nível previamente determinado (30 mmHg acima da pressão arterial máxima verificada pelo método palpatório) e em seguida desinsufla-se lentamente, a uma velocidade de 2 a 3 mmHg por segundo. • Verifica-se o nível no qual os ruídos (de Korotkoff) são auscultados, o que corresponde à pressão arterial máxima. Continua-se baixando a pressão até o abafamento das bulhas e a seguir o desaparecimento Débito cardíaco: é resultante do volume sistólico (VS) multiplicado pela frequência cardíaca (FC), sendo que o volume sistólico é a quantidade de sangue expelida do ventrículo cardíaco em cada sístole (contração); as variações do débito cardíaco são grandes, sendo em média de 5 a 6 ℓ por minuto, podendo chegar a 30 ℓ por minuto durante um exercício físico. Resistência periférica: é representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar, sendo este fator importante na regulação da pressão arterial mínima ou diastólica; ela é dependente das fibras musculares na camada média dos vasos, dos esfíncteres pré-capilares e de substâncias humorais tais como angiotensina e catecolamina. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto completo dos ruídos de Korotkoff, o que corresponde à pressão arterial mínima. • . A diferença entre a pressão arterial máxima e mínima é chamada de pressão de pulso. Durante a ausculta dos ruídos (de Korotkoff) pode existir uma ausência temporária destes, sendo este fenômeno chamado de hiato auscultatório, comum em hipertensos graves e em patologias da válvula aórtica. • A pressão ideal é aquela menor que 120 sistólica e 80 diastólica. Variações fisiológicas: • Idade: em crianças é nitidamente mais baixa do que em adultos. • Sexo: na mulher, a pressão é um pouco mais baixa do que no homem, porém na prática adotam-se os mesmos valores. • Sono: durante o sono ocorre uma diminuição de cerca de 10% tanto na sistólica como na diastólica. • Emoções: provocam elevação principalmente da sistólica. • Exercício físico: provoca intensa elevação da PA, devido ao aumento do débito cardíaco. • Alimentação: após as refeições, há discreta elevação, porém sem significado prático. • Mudança de posição: a resposta normal quando uma pessoa fica em pé ou sai da posição de decúbito inclui uma queda da PA sistólica de até 15 mmHg e uma leve queda ou aumento da diastólica de 5 a 10 mmHg., Classificação da pressão arterial: Classificação Pressão sistólica Pressão diastólica Ótima < 120 < 80 Normal < 130 < 85 Limítrofe 130 - 139 85 - 89 Hipertensão estágio 1 140- 159 90 - 99 Hipertensão estágio 2 160 - 179 100-109 Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90 Exame físico extra-oral: O exame extrabucal inicia-se pela observação do pescoço e paulatinamente dirige-se à boca. • Estuda as estruturas da cabeça e do pescoço. São observados os seguintes aspectos: • Coloração: cianótica (pele azulada), ruborecida (avermelhada) ou empalidecida; • Alterações pigmentares: vitiligo, albinismo, pigmentações melânicas, icterícia (pele amarela, causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue); • Distribuição de pelos cutâneos: hipertricose, epilação; • Sudorese; • Alterações da textura – normal, lisa, áspera e enrugada; • Distribuição do panículo adiposo (camada de gordura existente logo abaixo da pele); • Temperatura: normal, aumentada ou diminuída; • Lesões; • Olhos; • Nariz; • Ouvidos. Linfonodos são pequenas estruturas ovais ou riniformes que na região da cabeça e do pescoço são aproximadamente em número de 500 e compreendem cerca de 30% do total de linfonodos do corpo humano. Nos adultos geralmente não são palpáveis, exceto em indivíduos extremamente magros. • Muitos deles apresentam-se aumentados por diversos processos patológicos que atingem estruturascervicais, da cabeça, da boca e das regiões próximas, podendo ser acometidos em processos infecciosos e tumorais. • Os linfonodos saudáveis não são palpáveis; • Palpação com musculatura relaxada e com todos os dedos exceto o polegar; • Principais cadeias linfáticas que drenam a boca: ▪ Submandibular; ▪ Mentoniana; ▪ Bucinatória; ▪ Pré e pós-auricular; ▪ Cervical anterior, posterior e transversa. Palpação submentoniana: – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Palpação submandibular Palpação pré-auriculares Palpação cervical Características inflamatórias Características tumorais Aumento de volume Aumento de volume Consistência fibrosa Consistência pétrea Contorno definido Contorno não definido Móvel ou fugaz Aderido a planos profundos Superfície lisa Superfície rugosa ou globosa Dolorido à palpação Indolor à palpação Linfonodo com características tumorais em paciente com carcinoma espinocelular em assoalho de boca. A avaliação de sua função consiste nos seguintes elementos: • Palpação da ATM: a região pré-auricular deve ser firmemente palpada com a polpa dos dedos anular e médio com a musculatura em repouso e durante o fechamento. A presença de dor é indicação clara de inflamação da ATM. O examinador deve ficar atrás do paciente. Realizar palpação bilateral e simultânea. Dedos cerca de 1 cm anteriormente ao trágus. Solicita-se ao paciente que abra e feche a boca. Exame físico intra-bucal: A cavidade bucal tem de ser minuciosamente examinada e, para isso, é fundamental que o profissional conheça com propriedade as características de cada uma de suas partes e principalmente reconheça a infinidade de variações anatômicas. Não existe uma sequência “mais correta”. A avaliação deve compreender todas as estruturas, ser ordenada, metódica e completa. A inspeção sempre precede a palpação. • Palpação bidigital com o dedo indicador e polegar: ▪ Lábio externo – superior e inferior; ▪ Mucosa labial – superior e inferior; ▪ Fundo de sulco vestibular – formado pela mucosa labial e mucosa alveolar; ▪ Mucosa alveolar – entre o fundo de sulco e gengiva inserida. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 1. mucosa alveolar; 2. linha mucogengival; 3. gengiva; 4. freio labial São examinadas as porções extra e intrabucais sob os seguintes parâmetros: • Presença de lesões: vermelhão do lábio e mucosas devem apresentar-se hígidos; • Pápulas submucosas é normal e denota a presença de glândulas salivares menores; • Modificações de volume: presente em processos inflamatórios e de origem alérgica, entre outros; • Alterações de forma e simetria; • Coloração: a porção extrabucal apresenta-se geralmente rósea pálida homogênea; a intrabucal, rosa intenso próximo ao vermelhão; • Alterações da rima labial: a palpação bidigital deve percorrer inteiramente lábios superior e inferior. Inspecionam-se as mucosas desde a região retrocomissural até seu limite posterior. Observa-se: • Lesões e coloração; • Próximo à região de molares superiores visualiza-se uma pápula que representa a desembocadura do ducto parotídeo – carúncula parotídea; • Ocasionalmente: observa-se uma placa papulosa representando os grânulos de Fordyce; • Alterações de forma e simetria; Afastam-se os lábios e a mucosa jugal. O estudo deve abranger as faces vestibulares e linguais. Observam-se: • Presença de lesões e contorno; • Alterações de cor e textura: a gengiva, geralmente rósea, pode apresentar pigmentações acastanhadas de origem racial; • A gengiva livre contorna os dentes de maneira uniforme, sem apresentar sangramentos ou secreções; O paciente deve inclinar a cabeça ligeiramente para baixo, abrir bem a boca e colocar o ápice da língua em palato; depois, ao comando do examinador, encostá-la nas faces linguais dos molares superiores. Para melhor detalhamento, seca-se a região com gaze. Observam-se: • Lesões e coloração: a mucosa é íntegra, de coloração rósea clara e vasos de maior calibre podem estar presentes; • Modificação de volume; • Textura da mucosa: a superfície deve ser lisa e brilhante; • Palpam-se as glândulas salivares e seus ductos, que não devem apresentar nódulos endurecidos.. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto O estudo abrange o dorso, o ventre e as bordas laterais. Utiliza-se uma gaze para apreensão da língua. Observam-se: • Lesões, coloração e textura; • Apresenta coloração homogênea e textura uniformemente rugosa, composta por papilas filiformes, fungiformes e circunvaladas; • É possível que ocorram outras alterações de cor tais como: língua de framboesa (sinal de escarlatina), roxa (policitemia), amarela (icterícia), cianótica (deficiência do complexo B); • Forma e tamanho: microglossia e macroglossia, língua bífida, língua fissurada, geográfica; • Mobilidade: verificada pelos movimentos laterais, verticais e circulares.. O paciente deve ficar com a cabeça ligeiramente fletida para trás. Observam-se: • Lesões, coloração e textura: a mucosa apresenta-se com coloração rosa clara com matiz cinza-azulado homogêneo e rugosidades em seu terço anterior; • Forma: arqueada, em pacientes respiradores bucais ou ogival, na sífilis congênita; • A palpação digital encontra consistência firme; nas porções laterais é levemente compressível.. O paciente deve ficar com a cabeça ligeiramente fletida para trás. O abaixamento da língua frequentemente é necessário. Observam- se: • Lesões, coloração e textura: apresenta coloração róseo- avermelhada e superfície lisa; • Em pacientes mais velhos pode apresentar-se mais amarelada em consequência da proporção aumentada de tecido adiposo na submucosa; • Mobilidade: a elevação funcional do palato mole e úvula é visível ao solicitar ao paciente para protrair a língua e dizer “aah”; • A palpação raramente é utilizada. Referências: KIGNEL, Sergio. Estomatologia: bases do diagnóstico para o clínico geral. 3. ed. Rio de Janeiro: Santos Editora, 2020. Aula teórica de Clínica de Semiologia. Faculdade Maurício de Nassau, odontologia, 2021.
Compartilhar