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A Importância da Leitura e seus Níveis

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6ºAula
O ato de ler
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 reconhecer a importância da leitura e do ato de ler, de compreender e de interpretar;
•	 identificar os níveis de leitura em textos.
Caro(a) aluno(a), 
Nesta aula, trataremos sobre um assunto interessante para 
a maioria das sociedades: a leitura e os níveis de leitura. 
Você já parou para pensar sobre as diversas formas de 
leitura que temos a oportunidade de realizar? E de como é 
importante sabermos ler verdadeiramente?
Esses questionamentos serão apenas algumas das reflexões 
que faremos nesta aula. 
Lembre-se, você é o protagonista da sua aprendizagem, 
então, mãos à obra!
Bons estudos!
50Tecnologia Educacional e Linguagem
1 - O ato de ler: o que ler?
2 - Níveis de leitura de um texto.
1 - O ato de ler: o que ler?
A arte de ler
O leitor que mais admiro é aquele que não chegou até a 
presente linha. Neste momento já interrompeu a leitura e está 
continuando a viagem por conta própria (Mário Quintana).
Inspirados em Mario Quintana, iniciemos efetivamente 
nossa aula! Vamos em frente!
Como primeiro passo para tratarmos sobre a leitura, 
vamos refletir sobre a imagem e a prática da leitura na sociedade 
atual:
Embora estejamos no século da informação 
por meio da imagem (uma imagem vale mais 
que mil palavras), é inegável a importância e 
a necessidade da leitura, pois desempenha 
funções informativa e recreativa, ao transmitir 
a História e a Cultura da humanidade. 
A prática da leitura nos enreda desde o 
momento em que começamos a “entender” o 
mundo que nos envolve. Com a vontade de 
entender quem somos, buscamos na leitura 
(de textos escritos, orais e não-verbais) as 
respostas que almejamos, ou seja, a leitura 
nos abraça de forma a proporcionar um 
passeio pelo imaginário, pelo mundo mágico, 
pelas fantasias e pela realidade que nos 
cerca! 
A leitura crítica é aquela que permite ir 
além do “dito”, além do “exposto”; ler nas 
“entrelinhas” é uma forma de ler criticamente. 
Mas será que estamos preparados para fazer 
tal leitura (EDUCADORES DE SUCESSO, 
2010).
VOCÊ SABIA?
“De maneira geral o leitor crítico irá conscientemente ou 
inconscientemente avaliar o original por diversos diferentes aspectos, 
como por exemplo:
• Coesão ou Continuidade: [...] refere à integração entre frases, 
parágrafos, capítulos, e tramas do livro, indicando se o autor consegue 
manter uma narrativa onde os elementos estão sempre conectados.
• Consistência: a consistência se refere à qualidade da obra de manter 
a mesma “voz” ou forma narrativa em sua totalidade, ou dentro de cada 
trama que eventualmente justifique “vozes” diferentes. 
• Coerência: a coerência se refere à capacidade do autor de criar uma 
realidade coerente para sua história, sem “surpresas” que pareçam não 
se encaixar na realidade apresentada. 
• Concisão: a concisão se refere à qualidade do texto de ser conciso, não 
apresentando “pontas soltas” ou divagações que não contribuem para a 
história como um todo.
• Clareza: a clareza indica se o texto é ou não facilmente lido.
• Cadência: a cadência, ou ritmo, do texto é resultante da velocidade de 
leitura sugerida pela fluidez e clareza do texto, e pela organização das 
tramas e capítulos” (UOL, 2014).
Seções de estudo
Nesse contexto, caro aluno, a leitura pode não ser 
encarada como simples decodificação de signos, ou seja, ela 
não é uma atividade mecânica que determina uma postura 
passiva diante do texto, mas pode e deve ir além. Para Paulo 
Freire (1985, p. 11-12): 
A leitura do mundo precede a leitura da 
palavra, daí que a posterior leitura desta não 
possa prescindir da continuidade da leitura 
daquele. Linguagem e realidade se prendem 
dinamicamente. A compreensão do texto a 
ser alcançada por sua leitura crítica implica 
na percepção das relações entre o texto e o 
contexto.
De acordo com Gold (2010, p. 6), o texto escrito deve 
ser percebido e articulado como um instrumento relacionado 
à função de estratégia, tanto na área de linguagem em 
geral, como no meio específico, como o texto empresarial.
Podendo intervir mediante três dimensões: cultural, aspecto 
motivacional e econômico, cada qual em seu meio de trabalho. 
E o que seria o contexto? Que tal pesquisar?
O que você entendeu acerca da declaração que o educador Paulo Freire 
fez?
Veja bem, se você ainda não entendeu o que leu, não 
siga em frente com sua leitura. Como sugestão, retorne à 
citação de Paulo Freire e tente entendê-la, só assim você estará 
exercitando a leitura responsável e crítica dentro do contexto 
em que estamos inseridos.
Uma compreensão crítica do ato de ler, além de possibilitar 
a “tradução” dos significados das palavras, promove o 
desvendamento daquilo que está “por trás” delas. Assim, podemos 
observar que o vocabulário para a transmissão da mensagem 
faz com que todo esse contexto possa ser compreendido pelo 
interlocutor. Observe alguns exemplos abaixo:
Exemplo 1:
Figura 1 - Exemplo de compreensão crítica.
Fonte: IPU – HISTÓRIAS E ATULIDADES. Charge seleção. Disponível em: http://ipu-
historia-atualidades.blogspot.com/2010/08/charge-eleicao-2010.html. Acesso em: 
12 set. 2010.
51
Perceba que, na imagem acima, há o contexto que 
determina a compreensão e a interpretação do texto. Dessa 
forma, o menino da imagem solicita ajuda da mãe em relação 
aquilo que ele está vendo/ouvindo na televisão, pois não 
condiz com o discurso proferido pela sua mãe sobre a mentira, 
gerando, assim, uma incoerência sobre a definição de mentira 
para a criança, a qual fica extremamente confusa. 
A maneira de se expressar pode ser articulada de forma 
mais simples, mas com uma complexidade em sua escrita. 
A linguagem se faz com um rebuscamento e leva ao leitor a 
compreensão, e assim, não deixa de ser apresentada a forma 
culta e coerente que deve ter um texto sobre essa criticidade 
que estamos relatando no decorrer de nossa aula. 
Por exemplo:
A média de produção do último ano fiscal foi maior 
do que a do ano anterior. Foram instaladas novas máquinas 
hidráulicas para a estamparia, automáticas e de alta velocidade 
aumentando o número de peças, e foi introduzida nova 
metodologia, a fim de gerar economia com tempo e mão de 
obra (Gold, 2010, p.20).
Percebe-se que a escrita viabiliza uma clareza nas informações, 
não deixando de apresentar um vocabulário mais elaborado 
na transmissão da mensagem. E com isso, a informação/ideia 
principal vai sobressair dentre as demais apresentadas para a 
articulação do comunicado aos seus interlocutores. 
Para melhor compreensão, vejamos como é organizada 
a letra da música “Admirável Gado Novo”, de Zé Ramalho:
Vocês que fazem parte dessa massa
que passa nos projetos do futuro
é duro tanto ter que caminhar
e dar muito mais que receber.
E ter que demonstrar sua coragem
à margem do que possa parecer
e ver que toda essa engrenagem
já sente a ferrugem te comer.
Eh!... ô... ô... vida de gado
 Povo marcado eh!... povo feliz! 
Lá fora faz um tempo confortável
a vigilância cuida do normal
os automóveis ouvem a notícia
os homens a publicam no jornal
e correm através da madrugada
a única velhice que chegou
demoram-se na beira da estrada
e passam a contar o que sobrou.
O povo foge da ignorância
apesar de viver tão perto dela
e sonham com melhores tempos idos
contemplam essa vida numa cela
esperam nova possibilidade
de verem esse mundo se acabar
a Arca de Noé, o dirigível
não voam nem se pode flutuar.
Não voam nem se pode flutuar...
Percebeu como essa letra nos conduz à reflexão? Notou 
como as palavras representam muito mais do que “parecem” 
representar? 
Observe as palavras que Zé Ramalho selecionou para 
compor a letra. Veja que as palavras não foram aleatoriamente 
dispostas; cada uma tem uma intenção, está no texto com 
finalidade determinada. Assim:
A coerência diz respeito à conexão entre as 
ideias apresentadas no texto. Sem ela, as frases 
ficam perdidas e sem lógica. Evidentemente, 
esta característica não é apenas do 
texto moderno,mas de toda e qualquer 
comunicação escrita ao longo dos tempos. A 
língua escrita exige um rigor e uma disciplina 
de expressão muito maiores do que a língua 
falada, obrigando o emissor a expressar-se 
com harmonia tanto na relação de sentido 
entre as palavras quanto no encadeamento de 
ideias dentro do texto (Gold, 2010, p.10).
A decodificação da palavra escrita é uma necessidade 
óbvia, porém constitui apenas a primeira etapa do processo 
da leitura criativa. A decodificação permite a intelecção, ou 
seja, a percepção do assunto, permite entender o significado 
do que foi lido. Assim, a linguagem escrita em detrimento 
ao ato de ler e compreender o enunciado, nos leva a uma 
reflexão e entendimento com significado, além de apresentar 
essa comunicação de várias maneiras, sendo uma escrita mais 
objetiva, simples, e levando em conta as normas gramaticais.
É importante que amplie continuamente seus conhecimentos. Para 
tanto, sugerimos a leitura do seguinte artigo: CAMPOS, G. P. C. O processo 
de leitura: da decodificação à interação. Disponível em: http://www.
faculdadeobjetivo.com.br/arquivos/OProcessoDeLeitura.pdf. Acesso 
em: 3 maio 2014.
Em seguida faz-se a interpretação, que é a continuidade 
da leitura do mundo, realizada pelo leitor. A interpretação, 
muitas vezes, extrapola a letra do texto, pois se baseia nas 
relações entre texto e contexto. 
Na letra da música que acabou de ler, viu que a sua 
interpretação foi além da letra do texto, não é mesmo? 
Sendo assim, interpretar é um ato que requer dedicação 
e seriedade por parte do leitor. Cumprida as etapas anteriores, 
está o leitor apto para empreender a aplicação do conteúdo 
da leitura, de acordo com o objetivo a que se propôs. É 
muito interessante determinarmos objetivos quando vamos 
processar nossas leituras, como por exemplo: vamos ler para 
quê? E com que finalidade?
Que tal, agora, aprendermos como fazer uma leitura 
mais elaborada? 
A técnica de sublinhar, conforme muitos autores 
destacam, é de grande utilidade para a intelecção e interpretação 
do texto, facilitando o trabalho de resumir, esquematizar 
ou fichar. Pode-se até afirmar que sem compreensão e 
interpretação do texto, torna-se impossível empregar com 
eficiência as técnicas de resumo, esquema e fichamento.
A leitura é uma atividade necessária no mundo de hoje 
e não deve restringir-se às finalidades de estudo. É preciso ler 
para se informar, para participar, para ampliar conhecimentos 
e alcançar uma compreensão melhor da realidade atual. Na 
opinião de Ezequiel T. Silva (1983, p. 46): 
Optar pela leitura é, então, sair da rotina, 
é querer participar do mundo criado pela 
imaginação de determinado escritor. Ler é 
52Tecnologia Educacional e Linguagem
basicamente, abrir-se para novos horizontes, 
é ter possibilidade de experenciar outras 
alternativas de existência, é concretizar 
um projeto consciente, fundamentando na 
vontade individual. 
Segundo a mesma vertente de pensamento exposta por 
Silva (1983), a linguista Sgarbi (2009) nos lembra que: 
Lemos, não só a linguagem verbal (fala e 
escrita), como, também a linguagem não 
verbal. Quando olhamos para uma pintura, 
uma escultura ou quando observamos as 
reações do nosso corpo ou, ainda, quando 
assistimos a um filme, também, estamos 
fazendo leituras. 
E então, pronto para exercitar nossa Língua Portuguesa por meio da 
leitura? Espero que sim! Então, vamos em frente, pois temos mais uma 
seção nesta aula, a qual trata sobre as distintas formas em que um texto 
pode ser lido.
2 - Níveis de leitura de um texto
Para iniciar, reiteramos a relevância de reforçar a ideia da 
importância do ato de ler e entender quais conhecimentos e 
objetivos devemos deter para nos tornarmos bons leitores.
Vamos começar?
Começamos, então, a perceber que um dos grandes 
desafios a ser enfrentado pela escola e pela sociedade é o de 
fazer com que os alunos aprendam a ler e a ler reflexivamente. 
Segundo Geraldi (2006), a leitura é um processo de 
interlocução entre leitor/autor mediado pelo texto, nisso 
vemos a importância do contato do aluno com o texto e 
obras literárias, para que ele possa atribuir significado ao texto, 
e a partir disso conseguir relacioná-lo a outros textos, ou a 
realidade ou pensamento.
Assim, a leitura passa a ser fundamental para o domínio 
das múltiplas estruturas contidas nos textos, as quais são 
responsáveis pelo sentido. Nesse contexto, o pouco hábito 
da leitura reflete-se na escrita e, consequentemente, na fala, 
restringindo ao vocabulário. 
Dessa forma, o conhecimento prévio necessário à 
compreensão do texto também fica restrito, pois, segundo 
Ângela Kleiman (1995, p.13):
O leitor utiliza na leitura o conhecimento que 
ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo 
de sua vida. É mediante a interação de diversos 
níveis de conhecimento como o conhecimento 
linguístico, o textual, o conhecimento de 
mundo, que o leitor consegue construir o 
sentido do texto.
É importante fazer uma distinção entre ler e aprender 
a ler. Ler é estabelecer uma comunicação com textos verbais 
ou não verbais, por meio da busca da compreensão, enquanto 
a aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente, 
que se enriquece com novas habilidades, na medida em que 
se manejam adequadamente textos cada vez mais complexos. 
Por isso, a aprendizagem da leitura não se restringe ao 
primeiro ano da vida escolar. Essa leitura, na verdade, seriam 
os métodos referentes à determinada área a que se observa. O 
profissional (mediador) vai ter a responsabilidade de mediar 
e extrair de uma determinada leitura sua finalidade, contendo 
nesse processo objetivos claros e definidos.
SABER MAIS
“À leitura como processo, sempre caberá estudo e aprofundamento, pois 
envolve leitor e texto e a interação entre esses dois. A investigação dos fatores 
que contribuem para a compreensão textual requer especial atenção, uma 
vez que interfere em todas as áreas do conhecimento, sendo objeto de 
estudo interdisciplinar” (LER E COMPREENDER TEXTOS, 2014).
Sgarbi (2009, p.89) afirma que “para capacitar os alunos 
[...] para o encontro com o texto; constatando-o, cotejando-o 
e transformando-o, há que se criar condições concretas para 
que esses alunos leiam de maneira significativa”.
Kleiman (1999, p. 16) exemplifica: 
[...] Os professores que lembramos e 
admiramos e que tiveram alguma influência nas 
nossas vidas são aqueles que demonstraram 
gostar de suas matérias e conseguiram 
transmitir esse entusiasmo pelo saber.
Outro autor ratifica este pensamento ao mencionar que: 
Em outras palavras, o professor é aquele 
que precisa ser leitor e que apresenta as 
diferentes possibilidades de leitura: livros, 
poemas, notícias, receitas, paisagens, imagens, 
partituras, sons, gestos, corpos em movimento, 
mapas, gráficos, símbolos, o mundo enfim: 
“(...) Ou o texto dá um sentido ao mundo, 
ou ele não tem sentido nenhum” (LAJOLO, 
1994, p. 14).
Contudo, é importante ficar atento para o fato de que 
o aluno também precisa fazer a sua parte! Esse profissional 
deve estar próximo ao aluno no processo de aprendizagem, 
sanando dúvidas, fazendo observações e análises, mostrando 
o caminho a ser seguido, mas permitindo que o aluno caminhe 
sozinho na busca por novos horizontes que somente a leitura 
pessoal pode revelar. Diante da palavra e do contato com os 
textos que os alunos podem compreender a funcionalidade 
das palavras e o uso da gramática, por isso é tão importante 
que o aluno descubra o mundo da leitura. O orientador deve 
ser aquele que mostra o caminho a ser seguido, ele fornece as 
ferramentas para que o leitor desvende o texto e extraia dele 
o máximo possível. Precisa demonstrar ao aluno segurança, 
estímulo e um caminho longo a ser seguido, porém prazeroso 
e com uma ótima recompensa.
Assim, a leitura importa quando o leitor transforma 
a linguagem escrita em linguagem oral e quando o leitor 
consegue captar e dar sentido ao conteúdo da mensagem, 
analisando o valor dessa no contexto social. Porisso, a 
importância da leitura reside, principalmente, no ato de 
ensinar a ler. Para Reina e Durigan (2003, p. 21),
53
[...] ensinar leitura não é responsabilidade 
exclusiva do professor de língua, mas sim 
de todos aqueles que usam esse código, 
seja para a interação, para a transmissão de 
conhecimentos, para a atuação sobre o outro, 
seja para o relacionamento com o mundo 
sensível.
Outro aspecto importante no trabalho com a leitura é a 
interdisciplinaridade vinculada à intertextualidade, pois todas 
as disciplinas, sejam das áreas das ciências exatas, agrárias, 
humanas ou qualquer outra são discursivas, requerem 
desempenho de linguagem, e a leitura e a escrita são o fim e o 
meio de todo trabalho escolar. 
A interdisciplinaridade deve ir além da mera justaposição 
de disciplinas e, ao mesmo tempo, levar o aluno a pensar, a 
ser um aluno crítico, a buscar em vários meios o que possa 
ajudá-lo a compreender melhor seu universo de leitura e de 
vida. A leitura é compreensão, produção e interação com o 
meio. O aluno deve ser ativo na sociedade, capaz de expressar 
pensamentos e incorporar significações no processo social 
em que vive.
Se um “texto remete a outros textos e estes apontam 
para outros no futuro” (KLEIMAN, 1999, p. 62), a 
interdisciplinaridade permite que os contextos dos programas 
de diversas disciplinas sejam introduzidos em decorrência da 
leitura de um texto lido em sala de aula.
Entendeu o que é interdisciplinaridade e intertextualidade? 
Se tem dúvidas, leia o parágrafo anterior novamente.
Entretanto, a questão do ensino da leitura é ampla e pode 
situar-se na própria conceituação do que é leitura, na forma 
como é avaliada pelos professores, no papel que ocupa na 
sociedade, nos meios que são oferecidos para que ela ocorra, 
na metodologia que o professor adota para ensiná-la e na 
maneira como o aluno a compreende e valoriza.
Cansados? Acredito que vocês ainda têm energia para 
aprender muito mais! A partir de agora, estudaremos o ato 
da leitura (conhecimentos prévios, objetivos e hipóteses), 
vejamos:
Mas, de que precisamos para realizar uma boa leitura?
O ato de ler aciona uma série de ações no pensamento do 
leitor, por meio das quais ele pode extrair novas informações 
ou remetê-las às informações anteriores. 
Na interação com essas informações, aqui denominadas 
de conhecimento prévio, o leitor pode mantê-las, modificá-
las ou desenvolvê-las durante a assimilação do conteúdo, pois 
“[...] quando um leitor é incapaz de chagar à compreensão 
através de um nível de informação, ele ativa outros tipos de 
conhecimentos para compensar as falhas momentâneas” 
(KLEIMAN, 1999, p. 17).
Assim, ao ler um texto qualquer, o leitor escolhe aspectos 
relevantes, ignora outros irrelevantes ou desinteressantes, 
dando atenção aos aspectos que interessam, ou seja, àqueles 
sem os quais seria impossível compreender o texto. Por isso,
[...] a ativação do conhecimento prévio 
é essencial à compreensão, pois é o 
conhecimento que o leitor tem sobre o assunto 
que lhe permite fazer as inferências necessárias 
para relacionar diferentes partes discretas 
do texto num todo coerente (KLEIMAN, 
1999, p. 25).
Essas inferências são hipóteses que o leitor levanta, 
antecipando informações com base nas pistas que vai 
percebendo durante a leitura. Portanto, quando chega à 
escola, o aluno já é um leitor do mundo, pois desde muito 
novo começa a observar, antecipar, interpretar e interagir, 
dando significado a seres, objetos e situações que o rodeiam:
O conhecimento linguístico, o conhecimento 
textual, o conhecimento do mundo devem ser 
ativados durante a leitura para poder chegar 
ao momento da compreensão, momento este 
que passa desapercebido, em que as partes 
discretas se juntam para fazer um significado 
(KLEIMAN, 1999, p. 26).
Você e eu fazemos a leitura de tudo que nos cerca! Essa 
aprendizagem natural da leitura deve ser considerada pelo 
professor e incorporada às suas estratégias de ensino, com o 
fim de melhorar a qualidade desse processo contínuo, iniciado 
no momento em que o aluno é capaz de captar e atribuir 
significado às coisas do mundo. 
Assim, a ação de ler o mundo é enriquecida na medida 
em que o educando enfrenta progressivamente numerosos e 
variados textos, pois:
A forma do texto determina, até certo ponto, 
os objetivos de leitura: há um grande número 
de textos, como romances, contos, fábulas 
(...) notícias de jornal, artigos científicos (...): 
parece claro que o objetivo geral ao ler o jornal 
é diferente daquele quando lemos um artigo 
científico (KLEIMAN, 1999, p. 33).
Note que o trabalho de leitura na escola tem por objetivos 
levar o leitor à analise e à compreensão das ideias dos autores e 
a buscar no texto os elementos básicos e os efeitos de sentido. 
E é isto que esperamos que faça, a partir deste momento 
que está aprendendo mais sobre a maravilhosa habilidade da 
leitura.
Para saborear um pouco este mundo da leitura, eis que 
cito um trecho de um texto/poema de Martha Medeiros, em 
que a autora expõe seu imenso prazer em ler:
Eu, por exemplo, gosto do cheiro dos livros. 
Gosto de interromper a leitura num trecho 
especialmente bonito e encostá-lo contra o 
peito, fechado, enquanto penso no que foi 
lido. Depois reabro e continuo a viagem. 
[…] Gosto do barulho das paginas sendo 
folheadas. Gosto das marcas de velhice 
que o livro vai ganhando: […] a lombada 
descascando, o volume ficando meio ondulado 
com o manuseio. Tem gente que diz que uma 
casa sem cortinas é uma casa nua. Eu penso 
o mesmo de uma casa sem livros (Martha 
Medeiros). 
54Tecnologia Educacional e Linguagem
Dessa forma, cremos que a caminhada para o aprendizado 
da leitura acontece lendo e, da mesma forma, aprendemos 
a escrever escrevendo; vendo outras pessoas lerem e 
escreverem, tentando e errando, sempre nos guiando pela 
busca do significado mediante hipóteses ou pela necessidade 
de produzir algo que tenha sentido.
Fique antenado! Na internet você pode encontrar inúmeros sites sobre 
o tema em estudo. Sugiro que realize buscas utilizando termos com 
palavras-chave e procure ler alguns artigos em relação ao conteúdo e 
procure fazer uma análise crítica das informações encontradas no site!
Nesse contexto e de acordo com Kleiman (1999, p. 
36), “vários autores consideram que a leitura é, em grande 
medida, um jogo de adivinhação, pois o leitor ativo, realmente 
engajado no processo, elabora hipóteses e as testa, à medida 
que vai lendo”.
Assim, para elaborar hipóteses, o leitor precisa ter acesso 
ao texto cuja leitura foi transformada em objetivo, ou seja, ele 
deve prever o tema do texto com base nas pistas dadas; então, 
para ter acesso ao texto, é preciso ter acesso ao seu código e à 
mensagem escrita.
Enfim, é preciso que professor e alunos entendam que ler 
não é um ato mecânico de decodificação: é o estabelecimento 
de relações dentro de contextos, de vivências de mundo; não 
são frases ou palavras soltas que levam o leitor a entender que 
isso seja o ato de ler. 
Vale salientar que, para que esse quadro mude, é preciso 
que professor e aluno estejam verdadeiramente envolvidos. 
Nesse sentido, pensamos que o processo de ensino-
aprendizagem da leitura na sala de aula situa-se dentro de 
dois objetivos fundamentais: serve como meio eficaz para 
aprofundamento dos estudos e aquisição de cultura geral.
E, então, está percebendo como a leitura é interessante, 
importante e indispensável em nossas vidas?
Retomando a aula
E então? Entendeu bem as questões iniciais relacionadas a 
leitura e sua importância? Em caso de resposta afirmativa: 
Parabéns! Mas, há muitos outros conhecimentos a serem 
agregados sobre o tema. Para tanto, sugerimos que consulte 
as obras, periódicos e sites indicados ao final desta aula. 
1 - O ato de ler: o que ler? 
Na primeira seção, vimos que, para que possamos efetuar 
uma leitura significativa, faz-se necessário construir sentido 
através dos conhecimentos prévios que você possui sobre o 
assunto e a interaçãocom o suporte de leitura. 
Assim, para de fato obter informações corretas sobre 
o texto lido e consequentemente construir um suporte de 
sentido para a compreensão e a interpretação deste texto, 
é preciso, ainda, lançar mão dos conhecimentos culturais 
adquiridos ao longo da vida, tais como as crenças, as opiniões 
ou atitudes. 
A motivação ou objetivos diferentes atuarão na 
construção da representação sobre o evento ou o enunciado 
presente no texto, o que faz com que, ao ler um mesmo texto, 
diferentes leitores construam significados diferenciados, 
produzindo diferentes tipos de inferências.
Finalmente, na seção inicial, tivemos a oportunidade de 
começar a perceber como a leitura é importante em nossas 
vidas, além de reconhecer que é interessante sabermos “ler” 
as diversas situações às quais somos expostos e o quanto é 
importante, também, sabermos interpretar devidamente os 
diferentes textos. 
2 - Níveis de leitura de um texto.
Na seção 2, estudamos os níveis de leitura de um texto, 
os quais trazem a seguinte questão à tona: fazer uma leitura e 
aprender a fazer uma leitura. Tais ações são distintas, pois no 
ato de ler, estabelece-se uma comunicação com textos verbais 
e não verbais via compreensão holística. 
No entanto, a aprendizagem da leitura compõe uma 
ação permanente, que se enriquece com novas habilidades, 
na medida em que se manejam adequadamente textos cada 
vez mais complexos. 
Por isso, a aprendizagem da leitura não se restringe ao 
primeiro ano da vida escolar, mas, sobretudo, a caminhada 
do leitor. Somos nós que estabelecemos o nível de leitura 
que iremos ter, uma vez que a dedicação deve ser séria e 
permanente no processo de compreensão e interpretação 
textual. 
Nas palavras de Paulo Freire: “A leitura de mundo 
precede a leitura da palavra”.
Existem inúmeros cursos sobre os conteúdos tratados nas Seções desta 
aula, inclusive gratuitos, que podem ser encontrados e realizados pela 
internet. Assim, é importante que realize pesquisas em sites de busca, 
utilizando o termo curso junto à palavra que representa a conceituação 
do termo estudado, como por exemplo: “curso leitura”. 
Aproveite a oportunidade para aprofundar e/ou ampliar ainda mais seus 
conhecimentos!
Vale a pena
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três 
artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados, 
1989.
GERALDI, João Wanderley (Org.) O texto na sala de 
aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2001.
KATO, Mary. No mundo da escrita: uma perspectiva 
psicolinguística. São Paulo: Ática, 1986. (Série Fundamentos)
ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel Theodoro 
da. (Orgs.) Leitura: perspectivas interdisciplinares. 2ª ed. São 
Paulo: Ática, 1991.
Vale a pena ler
55
CAMPOS, G. P. C. O processo de leitura: da decodificação 
à interação. Disponível em: http://www.faculdadeobjetivo.
com.br/arquivos/OProcessoDeLeitura.pdf. Acesso em: 3 
maio 2014. 
EDUCADORES DE SUCESSO. Homepage. 
Disponível em: http://educadoresdesucesso.blogspot.
com/. Acesso em: 14 set. 2010.
IPU – HISTÓRIAS E ATULIDADES. Charge seleção. 
Disponível em: http://ipu-historia-atualidades.blogspot.
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LER E COMPREENDER TEXTOS. A leitura e os 
diferentes níveis de interpretação. Disponível em: http://www.
lerecompreendertextos.com.br/2012/09/a-leitura-e-os-
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UOL. O que é leitura crítica? Disponível em: http://
linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-
ortografia/37/artigo265053-1.asp. Acesso em: 3 maio 2014. 
Vale a pena acessar
O Clube de Leitura de Jane Austen
Vale a pena assistir
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