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Short Physical Performance Battery na DAOP

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Prévia do material em texto

Monize Cristine de Oliveira Pires 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APLICABILIDADE DA SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY 
NA AVALIAÇÃO FUNCIONAL DE INDIVÍDUOS COM DOENÇA 
ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG 
2015 
Monize Cristine de Oliveira Pires 
 
 
 
 
 
 
 
APLICABILIDADE DA SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY 
NA AVALIAÇÃO FUNCIONAL DE INDIVÍDUOS COM DOENÇA 
ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação 
em Ciências da Reabilitação da Escola de Educação 
Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, da 
Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito 
parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da 
Reabilitação. 
Área de concentração: Desempenho Funcional Humano 
Orientadora: Prof
a
. Dr
a
. Danielle Aparecida Gomes 
Pereira 
Coorientadora: Profa Dr
a
. Lygia Paccini Lustosa 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
À professora Danielle Gomes, que, além de ser minha orientadora, é minha 
inspiração profissional, meu maior exemplo de competência, compromisso, 
dedicação e amor ao trabalho. Muito obrigada por tanta generosidade e paciência 
para orientar os caminhos por onde passei, sempre me tranquilizando e incentivando 
nos momentos difíceis dessa caminhada. As oportunidades que me proporcionou de 
crescimento profissional e pessoal serão bagagens que levarei comigo! 
À professora Lygia Paccini, minha coorientadora, pelas valiosas discussões, que 
enriqueceram esse trabalho. 
Aos meus amados pais, Juvêncio Pires e Lúcia Pires, pelo carinho, incentivo, 
confiança e principalmente por me fazerem acreditar, com gestos que talvez nem 
eles percebessem, que a vida é muito maior do que aquilo que os nossos olhos 
podem ver. Aos meus queridos irmãos, Filipe Pires e Melize Pires, pela amizade e 
torcida para que tudo desse certo. Vocês foram o bálsamo que eu precisei para 
concluir essa etapa. 
Ao meu noivo, namorado, super companheiro e melhor amigo, Henrique Rocha, por 
ser o meu maior incentivador, por torcer por minhas conquistas como se fossem dele 
próprio, por querer ver o meu crescimento profissional e, assim, compreender os 
momentos de dificuldade e cansaço, e, com uma paciência infinita, revigorar as 
minhas forças sempre que precisei. 
À todos os meus familiares e amigos, que de longe ou de perto, sempre estiveram 
na torcida para que essa conquista fosse possível. 
Á família do Henrique, que agora também é minha, por estar sempre presente. 
Agradecimento especial ao Francisco Rocha, por ter feito esses dois anos mais 
leves e felizes e, principalmente, por me ensinar e me permitir sentir o que é amor de 
tia. 
À equipe do SAP-DAOP, pela convivência enriquecedora, pelo apoio e respeito à 
esse trabalho. Sem vocês não teria dado tão certo e não teria sido tão bom como foi. 
À equipe do LABCARE, principalmente à professora Verônica Parreira, pela 
confiança e apoio. 
Às queridas Thayná Rezende e Juliana Viana, pelo compromisso e profissionalismo 
nas coletas. Vocês foram fundamentais para a concretização desse projeto. 
À todos os colegas do Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação, 
em especial à Marluce Lopes, Liliane Mendes e Aline Andrioni, pela ajuda, 
cumplicidade, companheirismo e pelos momentos de conversas descontraídas, que 
muitas vezes foram fundamentais para endireitar os caminhos. 
Aos voluntários, que se comprometeram em comparecer ao local de coleta, sempre 
com disposição, doando parte do seu dia para que esse trabalho pudesse ser 
realizado. À vocês a minha eterna gratidão e respeito. 
Aos médicos Ricardo Jayme Procópio, Bruno Lima de Castro, Marconi Gomes e 
João da Silva Jr, pela confiança e colaboração, tão fundamentais para a realização 
desse trabalho. 
Aos professores do Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação, por 
todo o conhecimento compartilhado. 
Aos funcionários do Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, 
principalmente à Marilane Soares, pela atenção, carinho e disponibilidade. 
Finalmente, agradeço à Deus por cuidar de forma tão especial de tudo o que eu 
precisei nesse caminho, por escolher à dedo todas as pessoas que me cercaram, 
por me inundar de fé e consciência, me colocando novamente “nos trilhos” sempre 
que foi necessário e por me permitir chegar ao final com a sensação de dever 
cumprido. 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) é caracterizada por perfusão 
inadequada, secundária à obstrução arterial, que acomete principalmente os 
membros inferiores. Testes de caminhada são comumente utilizados para avaliar a 
funcionalidade desta população e apresentam dados reprodutíveis e confiáveis. 
Entretanto, uma vez que a DAOP leva a outros comprometimentos estruturais e 
funcionais além da limitação da marcha, é necessário que esses indivíduos sejam 
avaliados por meio de testes que possibilitem uma visão mais global da sua função. 
A Short Physical Performance Battery (SPPB) é um teste que contempla três 
componentes do desempenho dos membros inferiores necessários para atividades 
funcionais (velocidade de caminhada, força muscular e equilíbrio)Pode ser mais uma 
opção de avaliação na DAOP; porém, sua aplicabilidade precisa ser mais bem 
investigada. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar se a SPPB é capaz de 
diferenciar níveis funcionais em indivíduos com DAOP. Foram aplicados SPPB, 
Shuttle Walking Test (SWT) e o Perfil de Atividade Humana (PAH). Para avaliar se a 
SPPB diferencia capacidades funcionais, a amostra foi estratificada em tercis pela 
distância caminhada no SWT e pelo Escore Ajustado de Atividade (EAA) do PAH. A 
divisão da amostra em tercis pelo SWT ficou da seguinte forma: menor que 193,33 
metros para tercil 1(T1), maior ou igual a 193,33 e menor que 303,33 metros para 
tercil 2(T2) e maior ou igual a 303,33 metros para tercil 3(T3). A divisão da amostra 
em tercis pelo PAH foi: menor que 64,33 para tercil 1(T1), maior ou igual a 64,33 e 
menor que 73,67 para tercil 2(T2) e maior ou igual a 73,67 para tercil 3(T3). Para a 
comparação dos valores da SPPB entre os diferentes valores de tercis do SWT e 
PAH, foi utilizado ANOVA one way com post-hoc least significant difference (LSD). 
Considerado significaivo um alfa de 5%. Foram incluídos 42 indivíduos, sendo 71,4% 
do sexo masculino. Os participantes apresentaram média de idade de 65±7,7 anos; 
distância caminhada: 259,29 ± 115,28 metros; EAA do PAH: 68,36±9,04. Foi 
encontrada diferença significativa nos domínios velocidade da marcha e sentar-
levantar para os grupos separados tanto pela capacidade funcional avaliada pelo 
SWT quanto pelo desempenho relatado no PAH. O domínio equilíbrio apresentou 
diferença somente para os grupos separados pelo PAH. A SPPB foi capaz de 
estratificar indivíduos com DAOP de classes funcionais distintas, sendo uma opção 
válida e viável na prática clínica para a avaliação funcional dessa população. 
 
Palavras-chave: Doença Arterial Periférica. Caminhada. Aptidão Física. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Peripheral Arterial Obstructive Disease (PAOD) is characterized by inadequate 
perfusion secondary to arterial obstruction that affects mainly the lower limbs. 
Walking tests are commonly used to evaluate the functionality of this population and 
have reproducible and reliable data. However, since the PAD leads to other structural 
and functional impairments beyond the gait limitation, it is necessary that these 
individuals are assessed through tests that allow a more global view of their function. 
A Short Physical Performance Battery(SPPB) is a test that includes the three 
performance components of the lower limbs necessary for functional activities 
(walking speed, muscle strength and balance). It may be more an evaluation option in 
the PAD; however, its application needs to be further investigated. Thus, the 
objective of this study was to evaluate whether SPPB can differentiate functional 
levels in individuals with PAD. Were applied SPPB, Shuttle Walking Test (SWT) and 
the Human Activity Profile (HAP). To assess whether the SPPB distinguishes 
functional capacity, the sample was stratified into tertiles by the distance walked in 
the SWT and the Adjusted Activity Score (AAS) of the HAP. Dividing the sample into 
tertiles the SWT was as follows: less than 193.33 meters for the 1 tertile (T1) greater 
than or equal to 193.33 and less than 303.33 meters for the tertile 2 (T2) and greater 
than or equal to 303.33 meters for the tertile 3 (T3). Dividing the sample into tertiles 
for PAH was: less than 64,33 for the 1 tertile (T1) greater than or equal to 64.33 and 
less than 73.67 for the 2 tertile (T2) and greater than or equal to 73.67 for the tertile 3 
(T3). To compare the values of SPPB between different tertiles values SWT and PAH 
was used one-way ANOVA with post-hoc least significant difference (LSD). 
Considered significant an alpha of 5%. Were included 42 individuals, 71.4% were 
male. Participants had a mean age of 65 ± 7.7 years; Walking distance: 259.29 ± 
115.28 meters; AAS of the HAP: 68.36 ± 9.04. There was a significant difference in 
the fields gait speed and sit-up for the separate groups by both the functional 
capacity assessed by SWT as the reported performance in PAH. The balance 
domain was different only for the groups separated by HAP. The SPPB was able to 
stratify individuals with PAD of the different functional classes, being a valid and 
viable option in clinical practice for the functional evaluation of this population 
 
Keywords: Peripheral Arterial Disease. Walk. Physical Fitness 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO …………………………………………………………………. 11 
1.1 Objetivos ………………………………………………………………………. 16 
1.1.1 Objetivo primário .................................................................................... 16 
1.1.2 Objetivos Secundários ........................................................................... 16 
 
2 MATERIAIS E MÉTODOS …………………………………………………...... 17 
2.1 Tipo de estudo ........................................................................................ 17 
2.2 Considerações éticas ............................................................................. 17 
2.3 Participantes ........................................................................................... 17 
2.4 Local de realização ................................................................................. 18 
2.5 Instrumentos de medidas ....................................................................... 18 
2.6 Procedimentos ......................................................................................... 22 
2.7 Cálculo amostral ..................................................................................... 23 
2.8 Análise estatística ................................................................................... 24 
 
3 ARTIGO ....................................................................................................... 25 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 46 
 
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 48 
 
ANEXO A ......................................................................................................... 52 
ANEXO B ......................................................................................................... 56 
ANEXO C ......................................................................................................... 58 
 
APÊNDICE A ................................................................................................... 63 
APÊNDICE B ................................................................................................... 64 
APÊNDICE C ................................................................................................... 67 
 
MINI-CURRÍCULO ........................................................................................... 70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREFÁCIO 
 
A presente dissertação de mestrado foi elaborada em formato opcional, de acordo 
com as regras estabelecidas pelo Colegiado do Programa de Pós-Graduação em 
Ciências da Reabilitação da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Sua 
estrutura é composta por sete seções. A primeira compreende a introdução, que 
abrange a contextualização do assunto, a justificativa e o objetivo do estudo. Na 
segunda seção encontra-se a metodologia descrita detalhadamente, incluindo o tipo 
de estudo, participantes, local de realização, instrumentos de medidas, 
procedimentos, considerações éticas, cálculo amostral e análise estatística. A seção 
três contém o artigo científico, produto final desta dissertação, intitulado 
“Aplicabilidade da Short Physical Performance Battery na avaliação funcional 
de indivíduos com doença arterial obstrutiva periférica”. O artigo foi redigido e 
formatado de acordo com as normas da revista Physiotherapy, para a qual o mesmo 
será traduzido e enviado após a defesa da dissertação. Na quarta seção estão as 
considerações finais em relação aos resultados encontrados. Na quinta seção estão 
presentes as referências bibliográficas em ordem alfabética, de acordo com as 
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Nas seções seis e 
sete estão incluídos os apêndices e anexos. Ao final desta dissertação encontra-se o 
mini-currículo da mestranda, onde foram incluídas as atividades acadêmicas e a 
produção científica deste período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) é caracterizada por redução do fluxo 
sanguíneo para as extremidades, secundária a uma obstrução arterial, que acomete 
principalmente os membros inferiores, sendo 90% dos casos de origem 
aterosclerótica (FOKKENROOD et al., 2013; ROBBINS et al., 2011; MONTEIRO et 
al., 2013). A prevalência mundial estimada de indivíduos com DAOP é de 3 a 10%, 
aumentando para 15 a 20% em pessoas com mais de 70 anos (NORGREN et al., 
2007). No Brasil, essa prevalência é de 10% na população geral (MAKDISSE et al., 
2008) 
 
O sintoma clássico da DAOP é a claudicação intermitente (CI), que se manifesta 
comumente como dor, câimbra, parestesia ou sensação de desconforto na 
musculatura afetada, que ocorre durante a caminhada e melhora em repouso 
(MCDERMOTT et al., 2010; ROBBINS et al., 2011; MONTEIRO et al., 2013). 
 
Indivíduos com DAOP apresentam maior comprometimento e declínio funcional, com 
piora da capacidade de locomoção (RUO et al., 2007; GARDNER et al., 2009). 
Como a capacidade de percorrer longas distâncias está reduzida, indivíduos mais 
comprometidos pela DAOP reduzem a velocidade de caminhada para que assim 
consigam alcançar maiores distâncias (PEREIRA et al., 2008; GARDNER et al., 
2009). Dessa forma, pacientes sintomáticos apresentam limitações nas atividades 
de vida diária, redução da qualidade de vida e aumento da morbidade e mortalidade 
(GARDNER et al., 2009). Neste contexto, existem pressupostos que os indivíduos 
com DAOP apresentam níveis de atividade física inferiores a indivíduos sem a 
doença. No entanto, na literatura a atenção está mais voltada para a limitação da 
capacidade deambulatória e são escassos estudos que tenham utilizado 
instrumentos específicos para avaliar o nível funcional, de maneira mais global, 
nesta população.Além dessas alterações na capacidade de locomoção, o processo isquêmico crônico 
que acomete os membros inferiores pode levar a outros comprometimentos 
estruturais e funcionais (MENÊSES; FARAH; RITTI-DIAS, 2012). Regensteiner et al. 
12 
 
(1993), em análise histológica do músculo gastrocnêmio de indivíduos com DAOP, 
acometidos unilateralmente, demonstraram denervação e redução da área de 
secção transversa das fibras do tipo II, quando comparados a indivíduos saudáveis. 
Segundo os mesmos autores, essa denervação pode ser secundária à lesão 
isquêmica dos nervos motores distais, que contribui para a atrofia muscular, redução 
da força muscular e redução da funcionalidade observada nesses indivíduos. 
 
No estudo de Pereira et al. (2011), que avaliou o equilíbrio de pessoas com DAOP, 
fisicamente ativas, comparado a indivíduos saudáveis, não foi encontrada diferença 
significativa entre os grupos. Porém, a média de tempo do teste de apoio unipodálico 
apresentou valores inferiores em indivíduos acometidos pela doença, o que sugere 
um déficit de equilíbrio nessa população. Resultados semelhantes foram 
encontrados no estudo de Gardner et al. (2001), que apontou redução do equilíbrio e 
maior probabilidade de queda em pacientes com DAOP, quando comparados a 
pessoas saudáveis. 
 
Myers et al. (2009), em um estudo da marcha de indivíduos com DAOP, 
encontraram aumento significativo da variabilidade da marcha desses indivíduos, 
mesmo na ausência da claudicação, o que provavelmente reflete uma combinação 
de miopatia e neuropatia. Este aumento na aleatoriedade e instabilidade da marcha 
pode resultar em incapacidade de se escolher a resposta adequada quando está 
presente uma perturbação do ambiente, o que contribui para o aumento do número 
de quedas e redução da mobilidade de pessoas com DAOP (MYERS et al., 2009). 
Segundo esses autores, os resultados do estudo indicam uma redução global da 
saúde do sistema locomotor de pacientes com a doença. 
 
Gardner et al. (2009), em um estudo sobre os efeitos da CI nos parâmetros 
espaciais e temporais da marcha de pessoas com DAOP, observaram, além da 
redução da velocidade e da cadência, uma diminuição da fase de apoio simples e 
aumento na fase de apoio duplo. Este mesmo estudo apontou uma redução da 
flexão plantar máxima no final da fase de apoio, o que reduz a impulsão e 
consequentemente reduz o tamanho da passada e da velocidade. Por outro lado, 
Celis et al. (2009), avaliando a marcha antes e após o início da claudicação, 
observaram um pobre controle excêntrico de dorsoflexores na fase de apoio inicial, 
13 
 
provavelmente provocada pela lesão nervosa, secundária à isquemia, mesmo antes 
do início da dor claudicante. 
 
A gravidade da DAOP é comumente avaliada com base no grau de 
comprometimento funcional do indivíduo (CUNHA-FILHO et al., 2007; PEREIRA et 
al., 2008; GARG et al., 2009). Existem diversos protocolos para avaliação descritos 
na literatura, como o Shuttle Walking Test (SWT) e o Teste de Caminhada de Seis 
Minutos (TC6) (CUNHA-FILHO et al., 2007; GARG et al., 2009). 
 
O SWT é uma medida utilizada para avaliar a capacidade funcional em diversas 
doenças (CUNHA-FILHO et al., 2007; BOOTH; ADAMS, 2001; LEWIS et al., 2001; 
ROSA et al, 2006),. Lewis et al. (2001) concluíram que o SWT apresenta altos 
valores de confiabilidade para a medida de tolerância ao exercício de pacientes com 
Insuficiência Cardíaca (IC) grave. Booth et al. (2001) demonstraram que o teste é 
confiável e reprodutível para avaliar a capacidade funcional de indivíduos com 
câncer em estágio avançado. O teste é recomendado também para a avaliação da 
capacidade de exercício em pacientes com DPOC (ROSA et al, 2006). A 
confiabilidade do SWT para a avaliação de indivíduos com DAOP já foi testada e o 
teste mostrou-se reprodutível e viável na prática clínica (CUNHA-FILHO et al., 2007). 
 
O TC6 é também comumente utilizado para a avaliação da capacidade funcional de 
indivíduos com DAOP e se mostrou reprodutível e viável na avaliação dessa 
população (CUNHA-FILHO et al., 2007). 
 
Tanto o SWT quanto o TC6 são confiáveis e úteis para a avaliação funcional de 
indivíduos com DAOP; porém, o SWT mostrou índices de confiabilidade mais 
elevados, podendo ser uma melhor opção para a avaliação da capacidade de 
caminhar dessa população (CUNHA-FILHO et al., 2007). 
 
Embora SWT e TC6 apresentem dados objetivos e reprodutíveis sobre a 
funcionalidade de indivíduos com DAOP (CUNHA-FILHO et al., 2007), eles são 
específicos de caminhada e a literatura mostra que a DAOP leva a outros 
comprometimentos estruturais e funcionais, além da limitação da marcha 
(REGENTEINER et al.,1998; CELIS et al., 2009; MYERS et al., 2009; GARDNER; 
14 
 
MONTGOMERY, 2011; PEREIRA et al., 2011; MENÊSES; FARAH; RITTI-DIAS, 
2012). Portanto, é necessário que esses indivíduos sejam avaliados por meio de 
testes que possibilitem uma visão mais global da sua funcionalidade, incluindo 
mobilidade e equilíbrio. Além disso, indivíduos com DAOP que apresentam outras 
comorbidades, como doenças neurológicas, complicações ortopédicas, cardíacas ou 
respiratórias, podem apresentar maiores limitações para realizar caminhada, o que 
dificulta a utilização de testes como SWT e TC6 nessa população, cuja aplicação 
exige um determinado nível de esforço deambulatório. 
 
A Short Physical Performance Battery – SPPB é um instrumento para avaliação da 
capacidade funcional, criado nos Estados Unidos e tem como principal autor Jack M. 
Guralnik (GURALNIK et al., 1995) . A SPPB combina dados do teste de equilíbrio 
estático em pé, de velocidade da marcha em passo habitual, medida em dois 
tempos, e de força muscular estimada de membros inferiores, medida indiretamente, 
por meio do movimento de sentar e levantar de uma cadeira (GURALNIK et al., 
1995; NAKANO, 2007). Estes três parâmetros de capacidade, avaliados e 
interpretados de forma associada, tem sido considerados válidos e como fator 
preditivo para o desempenho global e dos membros inferiores. Acredita-se que 
comprometimentos nesta esfera podem contribuir para uma pior qualidade de vida 
(MARCHON; CORDEIRO; NAKANO, 2010). 
 
A adaptação cultural e avaliação da confiabilidade da SPPB para a população idosa 
brasileira foi feita por Nakano, em 2007. A versão brasileira da SPPB apresentou 
altos valores de confiabilidade interexaminador e intraexaminador (ICC= 0,99 e 0,87, 
respectivamente). O instrumento mostrou-se sensível e válido para a avaliação do 
estado funcional de idosos, tanto em pesquisa como na prática clínica (NAKANO, 
2007). 
 
Assim, a SPPB vem sendo utilizada como um instrumento útil na avaliação da 
capacidade funcional, principalmente em idosos (VASUNILASHORN et al., 2009; 
MARCHON; CORDEIRO; NAKANO, 2011; VOLPATO et al., 2011; FREIRE et al., 
2012). Freire et al. (2012), em um estudo que avaliou a funcionalidade de idosos de 
65 a 74 anos, por meio da SPPB, observou que há uma redução gradual do escore 
15 
 
do teste à medida que aumentam as limitações dos membros inferiores, 
incapacidades e problemas relacionados ao estado de saúde. 
 
Marchon et al. (2010), analisando a eficácia da SPPB em detectar alterações na 
capacidade funcional de idosos institucionalizados, concluíram que o teste mostrou-
se sensível para detectar declínio da funcionalidade e aplicável na rotina de 
acompanhamento funcional dessa população. 
 
Em um estudo com indivíduos acima de 65 anos, Vasunilashorn et al. (2009) 
afirmaram que a SPPB prediz a perda da capacidade de caminhar 400 metros, 
podendo ser utilizada para identificar idosos em alto risco de apresentar limitações 
funcionais. Resultado semelhante foi apontado por Volpato et al. (2011), que 
afirmaram que a SPPB oferece importante informação prognóstica sobre o risco de 
declínio da funcionalidade, após alta hospitalar, de pacientes acima de 65 anos. 
 
A SPPB também foi utilizadaem alguns estudos para avaliar capacidade física de 
indivíduos com DAOP. No estudo de McDermott et al. (2007) foi comparada a perda 
de mobilidade entre pessoas com e sem DAOP. Nesse estudo, os autores 
concluíram que a capacidade funcional, medida por meio da SPPB, prediz a perda 
de mobilidade de indivíduos com a doença, e que esses indivíduos apresentam 
maior perda de mobilidade ao longo de 50 meses. 
 
Outro estudo (HERMAN et al., 2009) avaliou a associação entre a força de membros 
inferiores com o declínio na capacidade funcional, ao longo de seis anos, de homens 
e mulheres com DAOP. Esses autores aplicaram a SPPB para avaliar a capacidade 
funcional e concluíram que uma força menor de flexores e extensores de joelhos e 
quadris no baseline está associada com maior perda anual no escore da SPPB, em 
mulheres. McDermott et al. (2009) também utilizaram a SPPB para comparar a 
melhora da capacidade funcional de pacientes com DAOP, submetidos ao treino de 
resistência de membros inferiores, com pacientes que receberam como intervenção 
o treinamento aeróbico em esteira. Esses autores concluíram que nenhum dos dois 
tratamentos melhorou os resultados na SPPB. 
 
16 
 
Nesse contexto, observa-se que a SPPB é um instrumento com medidas válidas e 
confiáveis na avaliação da capacidade funcional (NAKANO, 2007). Uma vez que a 
DAOP leva a outros comprometimentos além da limitação da marcha 
(REGENTEINER et al.,1998; CELIS et al., 2009; MYERS et al., 2009; GARDNER; 
MONTGOMERY, 2011; PEREIRA et al., 2011; MENÊSES; FARAH; RITTI-DIAS, 
2012), o instrumento pode oferecer uma possível contribuição para a prática clínica, 
pois permite uma avaliação mais global da funcionalidade, contemplando os três 
componentes preditivos do desempenho dos membros inferiores, necessários para 
atividades funcionais e importantes para a qualidade de vida (MARCHON; 
CORDEIRO; NAKANO, 2010). Além disso, o teste pode ser um método viável para 
avaliar os pacientes mais comprometidos funcionalmente, nos quais a avaliação por 
meio de testes que exigem esforço deambulatório, como o SWT, muitas vezes é 
limitada. 
 
Ainda que seja factível o uso da SPPB na prática clínica, contribuindo com uma 
avaliação mais ampla da capacidade funcional de pacientes com DAOP, sua 
aplicabilidade precisa ser mais bem investigada. Embora alguns estudos já tenham 
utilizado a SPPB para avaliação de indivíduos com DAOP, não estão disponíveis 
informações sobre os resultados da SPPB entre indivíduos de diferentes níveis 
funcionais para verificar se esse teste pode, de fato, informar sobre a capacidade 
funcional dessa população. 
 
1.1 OBJETIVOS 
 
1.1.1 Objetivo primário 
 
Avaliar se a SPPB é capaz de diferenciar níveis funcionais em indivíduos com 
DAOP. 
 
1.1.2 Objetivos secundários 
17 
 
- Avaliar a correlação entre a SPPB, SWT e questionário Perfil de Atividade Humana 
(PAH); 
- Comparar a resposta hemodinâmica na SPPB em relação ao SWT; 
- Comparar idade e índice de massa corporal (IMC) entre os diferentes níveis 
funcionais divididos a partir do SWT e do PAH 
 
 
2 MATERIAIS E MÉTODO 
 
2.1 Tipo de estudo 
 
Trata-se de um estudo transversal desenhado para comparar os resultados da 
SPPB entre diferentes níveis funcionais de indivíduos com DAOP, estratificados por 
testes direto e indireto de avaliação funcional. 
 
2.2 Considerações éticas 
 
Essa pesquisa foi desenvolvida dentro do Programa de Pós Graduação em Ciências 
da Reabilitação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e foi aprovada 
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG (CAAE 21878413.1.0000.5149) datado 
em 26 de novembro de 2013 (ANEXO A). 
 
2.3 Participantes 
 
Foi selecionada para participar do estudo uma amostragem não probabilística da 
lista de pacientes encaminhados ao projeto de extensão Serviço de Apoio a Pessoas 
com DAOP (SAP-DAOP) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Além 
disso, foi feita uma busca ativa no ambulatório de cirurgia vascular do Hospital das 
Clínicas da UFMG. Foram selecionados indivíduos com DAOP: Índice Tornozelo 
Braço [ITB]<0,9 (NORGREN et al., 2007) e/ou DAOP diagnosticada por meio de 
18 
 
exames de imagem, independente de idade, sexo e etnia, que não apresentassem 
as seguintes condições: DAOP aguda, úlcera de origem arterial e/ou venosa, 
insuficiência venosa crônica (Classificação CEAP – Clinical, Etiological, Anatomical 
and Pathophysiology – 4 a 6), angina instável, embolia pulmonar, hipertensão não 
controlada, diabetes não controlada, insuficiência cardíaca, episódios cardíacos 
agudos comprovados por meio de eletrocardiograma e doenças ortopédicas e/ou 
neuromusculares que pudessem interferir na realização dos testes. Indivíduos que 
apresentassem déficits cognitivos, de acordo com a escolaridade, avaliados pelo 
Mini-Exame do Estado Mental (ANEXO B), versão Bertolucci et al (1994) eram 
excluídos. 
 
2.4 Local de Realização 
 
Os testes foram realizados no setor de Reabilitação Cardiovascular e Metabólica do 
Ambulatório Jenny de Andrade Faria em Belo Horizonte, local de funcionamento do 
SAP-DAOP, em parceria com o Laboratório de Avaliação e Pesquisa em 
Desempenho Cardiorrespiratório (LABCARE) (APÊNDICE A). O local de coleta era 
coberto, com superfície plana e estava adequado para a realização dos testes. 
 
2.5 Instrumentos de Medidas 
 
Foram aplicados a SPPB, o SWT e o Perfil de Atividade Humana (PAH) por 
avaliadores devidamente treinados. Para a realização da SPPB, foi avaliada a 
confiabilidade teste-reteste. 
 
O protocolo para a aplicação da SPPB foi utilizado conforme sua versão brasileira, 
que inclui os testes de equilíbrio estático em pé, de velocidade da marcha e de força 
muscular de membros inferiores (NAKANO, 2007). Para o teste de equilíbrio o 
participante deveria conseguir manter-se em cada um das posições: em pé com os 
pés juntos, em pé com um pé parcialmente à frente (postura semi tanden) e em pé 
com um pé à frente (postura tanden), por 10 segundos. Nas duas primeiras 
posições, o participante recebia nota um (1) caso conseguisse manter-se na posição 
por 10 segundos e nota zero (0) caso permanecesse por menos de 10 segundos ou 
não conseguisse realizar o teste. Na terceira posição, o indivíduo recebia nota dois 
19 
 
(2) se conseguisse manter a posição por 10 segundos; nota um (1) se mantivesse a 
posição por 3 a 9,99 segundos e, nota zero (0) para o tempo menor que 3 segundos 
ou caso não realizasse o teste. Se em qualquer das duas primeiras posições o 
participante pontuasse zero (0), o teste de equilíbrio deveria ser interrompido. 
 
Para o teste de velocidade da marcha o indivíduo caminhou uma distância de 4 
metros, demarcada por fitas fixas ao chão. Atribuiu-se pontuação zero (0) ao 
participante que não conseguiu completar o teste. Pontuação de um (1) a quatro (4) 
foi atribuída de acordo com a velocidade alcançada, sendo que quanto maior a 
velocidade, maior a pontuação. 
No teste de sentar-levantar da cadeira, o participante recebia nota zero (0), caso não 
completasse o teste. Atribuiu-se nota de um (1) a quatro (4) de acordo com o tempo 
despendido para sentar e levantar da cadeira, por cinco vezes consecutivas, sendo 
que quanto maior o tempo, menor a pontuação. Para esse teste a cadeira utilizada 
não deveria ter apoio lateral e o participante não utilizou apoio dos membros 
superiores, permanecendo com os mesmos cruzados à frente do tronco. 
 
O escore total da SPPB é obtido pela soma da pontuação de cada teste, variando de 
zero (pior capacidade) a 12 (melhor capacidade). Segundo Guralnik et al. (1995), o 
resultado pode receber a seguinte graduação: 0 a 3 pontos: incapacidade ou 
capacidade ruim; 4 a 6 pontos: baixa capacidade; 7 a 9 pontos: capacidade 
moderada e 10 a 12 pontos: boa capacidade. No presente estudo, as variáveis 
analisadas da SPPB foram o escore total e os escores de cada domínio 
separadamente.As orientações para aplicação da SPPB estão expostas no quadro 
1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Quadro 1: Orientações para a aplicação da Short Physical Performance Battery 
(SPPB). 
Teste de Equilíbrio 
Posição Em pé com os pés juntos 
 
 
 
Em pé com um pé 
parcialmente à frente 
 
 
Em pé com um pé à frente 
 
 
Como pontuar - Manteve por 10 seg: 1 ponto 
- Não manteve por 10 seg: 0 
ponto 
- Não tentou: 0 ponto 
- Tempo < 10 seg:_ _:_ _seg 
- Manteve por 10 seg: 1 
ponto 
- Não manteve por 10 seg: 0 
ponto 
- Não tentou: 0 ponto 
- Tempo < 10 seg:_ _:_ _ 
seg 
- Manteve por 10 seg: 2 
pontos 
- Manteve por 3 a 9,99seg: 
1 ponto 
- Manteve por menos que 3 
seg: 0 ponto 
- Não tentou: 0 ponto 
- Tempo < 10 seg:_ _:_ _ 
seg 
Pontuação 
Total do teste de equilíbrio: _____ 
Se em qualquer das 3 posições o indivíduo pontuar 0, encerre os testes de equilíbrio e escreva o motivo: 
 
Teste de Velocidade da Marcha 
 1º Tentativa 2º Tentativa 
Não realizou a caminhada Pontue 0 e siga para o teste da cadeira Pontue 0 
Tempo em segundos 
Como pontuar - Se o tempo > 8,7 seg: 1 ponto 
- Se o tempo for de 6,21 a 8,7 seg: 2 
pontos 
- Se o tempo for de 4,82 a 6,2 seg: 3 
pontos 
- Se o tempo < 4,82 seg: 4 pontos 
- Se o tempo > 8,7 seg: 1 ponto 
- Se o tempo for de 6,21 a 8,7 seg: 
2 pontos 
- Se o tempo for de 4,82 a 6,2 seg: 
3 pontos 
- Se o tempo < 4,82 seg: 4 pontos 
Pontuação 
Marque o menor dos dois tempos e utilize-o para pontuar. Se somente uma caminhada foi realizada, marque 
esse tempo. 
Apoio para a caminhada: Nenhum __; Bengala __; Outro ______________ 
Se o paciente não realizou o teste ou falhou, marque o motivo: 
 
Teste de sentar-levantar da cadeira 
 Pré-teste (levantar-se da cadeira uma 
vez) 
Teste 
Resultado - Levantou-se sem ajuda e com 
segurança: 
Sim:____; Não:____ 
- Levantou-se sem usar os braços: vá 
para o teste levantar-se da cadeira 5 
vezes 
- Usou os braços para tentar levantar-se: 
encerre o teste e pontue 0 
- Teste não completado ou não realizado: 
encerre o teste e pontue 0 
- Levantou-se as 5 vezes com 
segurança (mesmo com ajuda dos 
braços): 
Sim:___; Não:___ 
- Levantou-se as 5 vezes com êxito 
(sem ajuda dos braços), registre o 
tempo: 
 _ _:_ _ seg 
Como pontuar - Não conseguiu levantar-se as 5 
vezes ou completou o teste em 
tempo maior que 60 seg: 0 ponto 
- Tempo do teste de 16,7 seg ou 
mais: 1 ponto 
- Tempo do teste de 13,7 a 16,69 
seg: 2 pontos 
- Tempo do teste de 11,2 a 13, 68 
seg: 3 pontos 
- Tempo do teste < 11,19 seg: 4 
pontos 
Pontuação 
Pontuação total da SPPB (soma da nota dos três testes): 
21 
 
Para avaliação direta da capacidade funcional, foi realizado o SWT, de acordo com a 
versão modificada desenvolvida por Singh et al. (1992). Dois cones foram colocados 
a uma distância de nove metros entre si com uma marcação de meio metro além de 
cada cone, perfazendo uma distância total de 10 metros. O indivíduo caminhou de 
um cone a outro, contornando-os. O teste teve início quando foi emitido um primeiro 
sinal sonoro, gerado por aparelho de som portátil. Em seguida esses sinais foram 
emitidos em intervalos de tempo regulares, dentre os quais o indivíduo percorreu a 
distância entre os cones. Este teste é composto por doze estágios, com duração de 
um minuto cada. A cada estágio, o intervalo de tempo entre os sinais sonoros 
diminui, resultando em aumento da velocidade. A velocidade inicial é de 0,5 
metro/segundo (m/s), aumentando progressivamente até o indivíduo ser incapaz de 
manter o ritmo imposto pelos sinais sonoros, sendo que a velocidade máxima é de 
2,37 m/s. O teste foi interrompido caso o participante não alcançasse o cone por 
duas vezes consecutivas entre o intervalo dos sinais sonoros. O SWT foi escolhido 
em detrimento do TC6 por apresentar índices de confiabilidade mais elevados na 
avaliação de indivíduos com DAOP (CUNHA-FILHO et al., 2007). As variáveis 
analisadas nesse teste foram a distância máxima percorrida e a velocidade máxima 
alcançada. 
 
Para avaliação indireta do nível geral de atividade física dos participantes e com o 
objetivo de se ter uma medida de desempenho dos mesmos, foi aplicado o 
questionário PAH, de acordo com sua versão brasileira (SOUZA; MAGALHÃES; 
TEIXEIRA-SALMELA, 2006) (ANEXO C). 
 
O PAH foi desenvolvido por Daughton et al., em 1982. Sua adaptação transcultural 
para o Brasil foi feita por Souza et al., em 2006. O instrumento é composto por 94 
itens que abordam os domínios de atividade e participação, sendo que a disposição 
desses itens é baseada no custo energético: os de menor gasto energético 
apresentam menor numeração e os de maior gasto energético, maior numeração. 
Existem três possíveis respostas para cada item: “ainda faço”, “parei de fazer” ou 
“nunca fiz”. Com base em cada resposta, calcula-se o escore máximo de atividade 
(EMA), que corresponde à numeração da atividade com a mais alta demanda de 
oxigênio que o indivíduo “ainda faz” e o escore ajustado de atividade (EAA), que 
corresponde à subtração do EMA do número de itens que o indivíduo “parou de 
22 
 
fazer” anteriores ao último que “ainda faz”. Com base no EAA, o indivíduo pode ser 
classificado como debilitado ou inativo (EAA<53), moderadamente ativo (EAA entre 
53 e 74) ou ativo (EAA>74). A resposta “nunca fiz” não deve ser computada em 
qualquer escore ou classificação do PAH. 
 
O questionário vem sendo utilizado em diversas populações. Braun et al. (2012) 
concluíram que o nível de atividade física, avaliado por meio do PAH, apresenta 
correlação significativa com equilíbrio e qualidade de vida em indivíduos 
hemiparéticos após AVE. Em outro estudo (RODRIGUES-DE-PAULA, 2011) o 
questionário mostrou-se sensível em avaliar o nível de atividade física de pacientes 
com Parkinson após um programa de reabilitação. Baião et al. (2008) observaram 
correlações significativas entre o PAH e o VO2 pico atingido no teste ergométrico, 
concluindo que o instrumento pode contribuir para a avaliação do nível geral de 
atividade física de indivíduos com IC. 
 
O PAH parece ser um bom indicador do nível de atividade física, tanto para pessoas 
com algum grau de disfunção, quanto para aquelas saudáveis, em qualquer faixa 
etária (SOUZA; MAGALHÃES; TEIXEIRA-SALMELA, 2006; DAVIDSON; MORTON, 
2007). A adaptação transcultural do questionário para o Brasil (SOUZA; 
MAGALHÃES; TEIXEIRA-SALMELA, 2006) apresentou consistência interna de 0,91. 
A versão brasileira mostrou que, por ser constituído por atividades de diferentes 
graus de dificuldade, o instrumento pode ser aplicado em indivíduos de diferentes 
níveis funcionais, desde muito baixos até muito altos, e que ele permite a 
discriminação entre esses níveis de habilidade funcional. No presente estudo, a 
variável utilizada do PAH foi o EAA. 
 
2.6 Procedimentos 
 
Inicialmente o participante foi informado dos testes e procedimentos necessários 
para a condução da pesquisa. O indivíduo somente participou da pesquisa após 
assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B). 
 
A seguir foi feita uma avaliação inicial com cada participante, na qual foram 
verificados os critérios de elegibilidade, coletados os dados pessoais, a história da 
23 
 
moléstia atual, os sinais e sintomas da DAOP e o histórico de comorbidades. Foi 
realizada a medida do ITB nos indivíduos que não apresentavam esse valor 
previamente estabelecido. Para a medida do ITB, um esfigmomanômetro foi 
colocado de 10 a 12 cm acima do tornozelo e um instrumento Doppler foi utilizado 
para aferir as pressões sistólicas da artéria tibial posterior e dorsal do pé de cada 
perna. Os mesmos equipamentos foram utilizados para a aferição da pressão 
sistólica da artéria braquial de cada braço. A maior pressão sistólica de cada perna 
(tibial posterior ou dorsal do pé) foi dividida pela maior pressão da artéria braquial 
(braço direito ou esquerdo) para o cálculo do ITB (NORGREN et al.,2007). Após a 
avaliação inicial, foi aplicado o questionário PAH, sempre pelo mesmo avaliador, que 
foi previamente treinado. 
 
 Os testes somente foram realizados com a pressão arterial do participante abaixo 
de 160/105 mmHg (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 
2007). A frequência cardíaca máxima de cada indivíduo foi calculada pela fórmula 
[220 – idade] ou obtida do teste ergométrico, caso apresentasse. 
 
A ordem de aplicação do SWT e SPPB foi aleatória, em blocos dois a dois, por 
sorteio. Os testes foram aplicados sempre pelo mesmo avaliador, sendo um 
aplicador para cada teste. Foi dado um intervalo de 15 minutos entre os dois testes. 
 
Antes da realização dos testes, os mesmos foram demonstrados por um dos 
examinadores. A pressão arterial foi aferida antes e após cada teste e a frequência 
cardíaca monitorizada durante os mesmos por meio de um cardiofrequencímetro da 
marca Polar®, modelo RS800CX. Os testes foram interrompidos nos casos em que 
a frequência cardíaca do participante ultrapassou a frequência pico obtida do teste 
Fergométrico ou 90% da máxima prevista para a idade. 
 
Os dados da avaliação inicial, do questionário e dos testes foram registrados em 
uma ficha de avaliação (APÊNDICE C). 
 
2.7 Cálculo amostral 
 
24 
 
Para o cálculo do tamanho da amostra considerou-se a comparação da SPPB entre 
os diferentes tercis do SWT como desfecho principal. No piloto de 20 indivíduos, foi 
encontrado tamanho de efeito de 0,55 para comparação do escore total da SPPB 
entre grupos de diferentes desempenhos no SWT. Para um poder de 0,80 e um alfa 
de 5% seria necessário um N de 12 voluntários por grupo, ou seja, 36 indivíduos no 
total. Considerando possíveis perdas, esse N foi acrescido em 15%, totalizando 42 
sujeitos. 
 
2.8 Análise estatística 
 
Os dados estão apresentados como medida de tendência central, dispersão e 
frequência. Para a análise de distribuição dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-
Wilk. A reprodutibilidade teste-reteste da SPPB foi avaliada pelo coeficiente de 
correlação intraclasse (CCI). Para avaliar se a SPPB diferencia capacidades 
funcionais, a amostra foi estratificada em tercis pela distância caminhada no SWT e 
pelo EAA no PAH. Os tercis foram definidos com o intuito de dividir a amostra em 
três níveis diferentes de capacidade funcional: inferior, mediano e superior 
(MCDERMOTT, 2011). A divisão da amostra em tercis pelo SWT ficou da seguinte 
forma: menor que 193,33 metros para tercil 1(T1), maior ou igual a 193,33 e menor 
que 303,33 metros para tercil 2(T2) e maior ou igual a 303,33 metros para tercil 
3(T3). Já a divisão da amostra em tercis pelo PAH: menor que 64,33 para tercil 
1(T1), maior ou igual a 64,33 e menor que 73,67 para tercil 2(T2) e maior ou igual a 
73,67 para tercil 3(T3). Para a comparação dos valores da SPPB, idade e IMC entre 
os diferentes grupos separados pelos tercis do SWT e PAH foi utilizado ANOVA one 
way com post-hoc Least Significant Difference (LSD). Para avaliar a correlação entre 
a SPPB, SWT e PAH foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson. Foi 
aplicado o teste t pareado para a comparação da resposta hemodinâmica na SPPB 
em relação ao SWT. Foi considerado para significância estatística um alfa de 5%. 
 
 
 
 
 
25 
 
3 ARTIGO1 
 
APLICABILIDADE DA SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY NA 
AVALIAÇÃO FUNCIONAL DE INDIVÍDUOS COM DOENÇA ARTERIAL 
OBSTRUTIVA PERIFÉRICA 
 
SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY EM DOENÇA ARTERIAL 
OBSTRUTIVA PERIFÉRICA 
MONIZE CRISTINE DE OLIVEIRA PIRES1, LYGIA PACCINI LUSTOSA2, THAYNÁ 
GUILHERME DE REZENDE3, DANIELLE APARECIDA GOMES PEREIRA2 
 
1 Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação da Escola de Educação 
Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Universidade federal de Minas Gerais– 
Belo Horizonte – Minas Gerais - Brasil 
2 Departamento de Fisioterapia da Escola de Educação Física, Fisioterapia e 
Terapia Ocupacional - Universidade federal de Minas Gerais– Belo Horizonte – 
Minas Gerais - Brasil 
3 Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Universidade 
federal de Minas Gerais– Belo Horizonte – Minas Gerais - Brasil 
Correspondência: Danielle Aparecida Gomes Pereira. Universidade Federal de 
Minas Gerais - Escola de Educação Física Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 
Departamento de Fisioterapia - Av. Antônio Carlos, 6637, Pampulha. CEP: 31270-
901 - Belo Horizonte, MG – Brasil. 
Telefone: +55 31 3409-4783 - Fax: +55 31 3409-4783. 
E-mail: danielleufmg@gmail.com 
 
Palavras-chave: Doença Arterial Periférica; Caminhada; Aptidão Física 
Keywords: Peripheral Arterial Disease; Walk; Physical Fitness 
 
 
 
1
 Este artigo está no formato da revista Brazilian Journal of Physical Therapy, www.scielo.br/rbfis 
mailto:danielleufmg@gmail.com
http://www.scielo.br/rbfis
26 
 
RESUMO: 
Introdução: A Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) é caracterizada por 
perfusão inadequada que acomete principalmente os membros inferiores. Testes de 
caminhada são utilizados para avaliar a funcionalidade desta população. Entretanto 
é necessário que esses indivíduos sejam avaliados por meio de testes que 
possibilitem uma visão mais global da sua funcionalidade. A Short Physical 
Performance Battery (SPPB) contempla componentes do desempenho dos membros 
inferiores necessários para atividades funcionais. Sua aplicabilidade em indivíduos 
com DAOP precisa ser mais bem investigada. Objetivo: avaliar se a SPPB é capaz 
de diferenciar níveis funcionais em indivíduos com DAOP. Método: SPPB, Shuttle 
Walking Test (SWT) e o Perfil de Atividade Humana (PAH) foram aplicados em 42 
indivíduos. Para avaliar se a SPPB diferencia capacidades funcionais, a amostra foi 
estratificada em tercis pela distância caminhada no SWT e pelo Escore Ajustado de 
Atividade (EAA) do PAH. Para a comparação dos valores da SPPB entre os tercis do 
SWT e PAH, foi utilizado ANOVA one way com post-hoc least significant difference 
(LSD). Considerado significativo um alfa de 5%. Resultados: A média de idade foi 
65±7,7 anos; distância caminhada: 259,29 ± 115,28 metros; EAA do PAH: 
68,36±9,04. Foi encontrada diferença significativa nos domínios velocidade da 
marcha e sentar-levantar para os grupos separados pelo SWT e pelo PAH. O 
domínio equilíbrio apresentou diferença somente para os grupos separados pelo 
PAH. Conclusão: A SPPB foi capaz de estratificar indivíduos com DAOP de classes 
funcionais distintas, sendo uma opção válida e viável na prática clínica para a 
avaliação funcional dessa população. 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
ABSTRACT 
Background: Peripheral Arterial Obstructive Disease (PAOD) is characterized by 
inadequate perfusion that affects mainly the lower limbs. Walking tests are used to 
evaluate the functionality of this population. However it is necessary that these 
individuals are assessed through tests that allow a more global view of their function. 
A Short Physical Performance Battery (SPPB) includes components of the lower 
limbs necessary for functional activities. Its applicability in individuals with PAD needs 
to be further investigated Purpose: Evaluate whether SPPB can differentiate 
functional levels in individuals with PAD. Methods: SPPB, Shuttle Walking Test 
(SWT) and the Human Activity Profile (HAP) were applied in 42 volunteers. To 
assess whether the SPPB distinguishes functional capacity, the sample was stratified 
into tertiles by the distance walked in the SWT and the Adjusted Activity Score (AAS) 
of the HAP. To compare the values of SPPB between tertiles of SWT and PAH was 
used one-way ANOVA with post-hoc least significant difference (LSD). Considered 
significant an alpha of 5%. Results: The mean age was 65 ± 7.7 years; Walking 
distance: 259.29 ± 115.28 meters;AAS of the HAP: 68.36 ± 9.04. There was a 
significant difference in the fields gait speed and sit-up for the separate groups by 
SWT and PAH. The balance domain was different only for the groups separated by 
HAP. Conclusion: The SPPB was able to stratify individuals with PAD of the 
different functional classes, being a valid and viable option in clinical practice for the 
functional evaluation of this population. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTOS-CHAVE: 
 
Indivíduos com DAOP apresentam outras limitações além da caminhada. 
 
A funcionalidade desses indivíduos precisa ser avaliada de forma global. 
 
A SPPB contempla componentes necessários para atividades funcionais. 
 
A SPPB estratificou indivíduos com DAOP de classes funcionais distintas. 
 
A SPPB é uma opção válida e viável para avaliação de indivíduos com DAOP 
29 
 
INTRODUÇÃO 
 
 A Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) é caracterizada por redução 
do fluxo sanguíneo para as extremidades, secundária a uma obstrução arterial, que 
acomete principalmente os membros inferiores1,2,3. O sintoma clássico da doença é 
a claudicação intermitente (CI), que se manifesta como uma sensação de 
desconforto na musculatura afetada, que ocorre durante a caminhada e melhora em 
repouso2,3,5,6. 
 Indivíduos com DAOP apresentam declínio funcional, com piora da 
capacidade de locomoção7,8. O processo isquêmico crônico leva a 
comprometimentos estruturais e funcionais9,10,11,12,13, além de limitações nas 
atividades de vida diária, redução da qualidade de vida e aumento da morbidade e 
mortalidade8. 
 Existem diversos testes para avaliação da capacidade funcional de 
indivíduos com DAOP descritos na literatura. Os dois principais são o Shuttle 
Walking Test (SWT) e o Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6)14. Embora 
ambos apresentem dados objetivos e reprodutíveis sobre a funcionalidade de 
indivíduos com DAOP14, são específicos de caminhada e a literatura mostra que a 
DAOP leva a outros comprometimentos estruturais e funcionais, além da limitação 
da marcha9-13. Portanto, é necessário que esses indivíduos sejam avaliados por 
meio de testes que possibilitem uma visão mais global da sua funcionalidade. 
 A Short Physical Performance Battery (SPPB) é utilizada para avaliação da 
capacidade funcional que combina dados do teste de equilíbrio, de velocidade da 
marcha e de força muscular estimada de membros inferiores15,16. Estes três 
parâmetros de capacidade, interpretados de forma associada, têm sido 
considerados válidos e preditivos para o desempenho global e dos membros 
inferiores 15,16. 
 Esse teste vem sendo utilizado em alguns estudos para avaliar capacidade 
física de indivíduos com DAOP16,17,18. O instrumento pode contribuir para a prática 
clínica, pois permite uma avaliação mais global da funcionalidade19. Além disso, o 
teste pode ser um método viável para avaliar pacientes mais comprometidos 
funcionalmente, nos quais a aplicação de testes que exigem esforço deambulatório é 
limitada. Embora alguns estudos já tenham utilizado a SPPB para avaliação de 
30 
 
indivíduos com DAOP, não estão disponíveis informações sobre os resultados da 
SPPB entre indivíduos de diferentes níveis funcionais para verificar se esse teste 
pode, de fato, informar sobre a capacidade funcional dessa população. 
 Sendo assim, o objetivo primário desse estudo foi avaliar se a SPPB é capaz 
de diferenciar níveis funcionais em indivíduos com DAOP. Secundariamente foi 
avaliar a correlação entre a SPPB, SWT e o questionário Perfil de Atividade 
Humana; comparar a resposta hemodinâmica na SPPB em relação ao SWT e 
comparar idade e IMC entre os diferentes níveis funcionais. 
 
MATERIAIS E MÉTODO 
 
Aspectos Éticos 
 
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição sob o 
número CAAE 21878413.1.0000.5149. Todos os participantes assinaram o Termo 
de Consentimento Livre e Esclarecido. 
 
Participantes 
 
 Uma amostra não probabilística foi selecionada a partir da lista de pacientes 
encaminhados a um serviço de reabilitação vascular de uma instituição universitária 
e de um ambulatório de cirurgia vascular de um hospital universitário. Foram 
incluídos indivíduos com DAOP: Índice Tornozelo Braço [ITB]<0,94 e/ou diagnóstico 
por exames de imagem, independente de idade e sexo, que não apresentassem as 
seguintes condições: DAOP aguda, úlcera de origem arterial e/ou venosa, 
insuficiência venosa crônica (Classificação CEAP – Clinical, Etiological, Anatomical 
and Pathophysiology – 4 a 6), angina instável, embolia pulmonar, hipertensão ou 
diabetes não controlada, insuficiência cardíaca, episódios cardíacos agudos e 
doenças ortopédicas e/ou neuromusculares que pudessem interferir na realização 
dos testes. Indivíduos que apresentassem déficits cognitivos, de acordo com a 
escolaridade, avaliados pelo Mini-Exame do Estado Mental, versão Bertolucci et al 
(1994)20 foram excluídos. 
 
31 
 
Medidas 
 Logo após a leitura e assinatura do termo de consentimento livre e 
esclarecido foi feita uma avaliação inicial com cada participante, na qual foram 
verificados os critérios de elegibilidade, coletados os dados clínicos, demográficos e 
aplicado o questionário PAH sob forma de entrevista. Após esses procedimentos, 
foram aplicados o SWT e a SPPB. A ordem de aplicação do SWT e SPPB foi 
aleatorizada, em bloco, por sorteio. SPPB, SWT e PAH foram aplicados por 
avaliadores devidamente treinados. Para a realização da SPPB foi avaliada 
previamente a confiabilidade teste-reteste. em 16 indivíduos (intraclass correlation 
coefficient = 0,85, p=0,01). 
 O protocolo para a aplicação da SPPB foi conforme sua versão brasileira15. 
Para o teste de equilíbrio o participante deveria conseguir manter-se nas seguintes 
posições em ortostatismo: pés juntos, um pé parcialmente à frente (postura semi 
tanden) e um pé à frente (postura tanden), por 10 segundos. Foi dada uma 
pontuação de 0 (não conseguiu manter-se com um pé ao lado do outro por 10 
segundos) a 4 (conseguiu manter-se em cada uma das 3 posições por 10 segundos) 
 Para o teste de velocidade da marcha o indivíduo caminhou uma distância de 
4 metros. Atribuiu-se pontuação zero (0) ao participante que não conseguiu 
completar o teste e nota de um (1) a quatro (4) foi dada de acordo com a velocidade 
alcançada, sendo que quanto maior a velocidade, maior a pontuação. 
 No teste de sentar-levantar da cadeira, o participante recebeu nota zero (0), 
caso não completou o teste. Atribuiu-se nota de um (1) a quatro (4) de acordo com o 
tempo despendido para sentar e levantar da cadeira por cinco vezes consecutivas, 
sendo que quanto maior o tempo, menor a pontuação. O participante permaneceu 
com os membros superiores cruzados à frente no tronco. 
 O escore total da SPPB (soma da pontuação de cada teste) varia de zero (0) 
a doze (12). O resultado pode receber a seguinte graduação: 0 a 3 pontos: 
incapacidade ou capacidade ruim; 4 a 6 pontos: baixa capacidade; 7 a 9 pontos: 
capacidade moderada e 10 a 12 pontos: boa capacidade21. No presente estudo, as 
variáveis analisadas da SPPB foram o escore total e os escores de cada domínio 
separadamente. 
 O protocolo de realização do SWT foi a versão modificada desenvolvida por 
Singh et al. (1992)22. Dois cones foram colocados a uma distância de nove metros 
entre si com uma marcação de meio metro além de cada cone. O indivíduo 
32 
 
caminhou de um cone a outro, contornando-os. O teste teve início quando foi emitido 
um primeiro sinal sonoro, gerado por aparelho de som portátil. Esses sinais foram 
emitidos em intervalos de tempo regulares, dentre os quais o indivíduo percorreu a 
distância entre os cones. Este teste é composto por doze estágios, com duração de 
um minuto cada. A cada estágio, o intervalo de tempo entre os sinais sonorosdiminui, resultando em aumento da velocidade. O teste foi interrompido caso o 
participante não alcançasse o cone por duas vezes consecutivas entre o intervalo 
dos sinais sonoros ou caso a FC ultrapassasse 90% da máxima prevista. As 
variáveis analisadas nesse teste foram a distância máxima percorrida e a velocidade 
máxima alcançada. 
 Para avaliação do nível geral de atividade física dos participantes e com o 
objetivo de se ter uma medida de desempenho dos mesmos, o questionário PAH foi 
aplicado de acordo com sua versão brasileira23. O instrumento é composto por 94 
itens que abordam os domínios de atividade e participação. A disposição desses 
itens é baseada no custo energético: os de menor gasto energético apresentam 
menor numeração e os de maior gasto energético, maior numeração. Existem três 
possíveis respostas para cada item: “ainda faço”, “parei de fazer” ou “nunca fiz”. 
Com base em cada resposta, calcula-se o escore máximo de atividade (EMA) e o 
escore ajustado de atividade (EAA). O indivíduo pode ser classificado como 
debilitado ou inativo (EAA<53), moderadamente ativo (EAA entre 53 e 74) ou ativo 
(EAA>74). No presente estudo, a variável do PAH utilizada para as análises foi o 
EAA. 
 
Cálculo amostral 
 
Para o cálculo do tamanho da amostra considerou-se a comparação da SPPB 
entre os diferentes tercis do SWT como desfecho principal. No piloto de 20 
indivíduos, foi encontrado tamanho de efeito de 0,55 para comparação do escore 
total da SPPB entre grupos de diferentes desempenhos no SWT. Para um poder de 
0,80 e um alfa de 5% seria necessário um N de 12 voluntários por grupo, totalizando 
36 indivíduos. Considerando possíveis perdas, esse N foi acrescido em 15%, ou 
seja, 42 sujeitos. 
 
Análise estatística 
33 
 
 
 Os dados estão apresentados como medida de tendência central, dispersão e 
frequência. Para a análise de distribuição dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-
Wilk. Para avaliar se a SPPB diferencia capacidades funcionais, a amostra foi 
estratificada em tercis pela distância caminhada no SWT e pelo EAA no PAH. Os 
tercis foram definidos com o intuito de dividir a amostra em três níveis diferentes de 
capacidade funcional: inferior, mediano e superior24. A divisão da amostra em tercis 
pelo SWT ficou da seguinte forma: menor que 193,33 metros para tercil 1(T1), maior 
ou igual a 193,33 e menor que 303,33 metros para tercil 2(T2) e maior ou igual a 
303,33 metros para tercil 3(T3). A divisão da amostra em tercis pelo PAH: menor que 
64,33 para tercil 1(T1), maior ou igual a 64,33 e menor que 73,67 para tercil 2(T2) e 
maior ou igual a 73,67 para tercil 3(T3). Para a comparação dos valores da SPPB, 
idade e IMC entre os diferentes grupos separados pelos tercis do SWT e PAH foi 
utilizado ANOVA one way com post-hoc Least Significant Difference (LSD). Para 
avaliar a correlação entre a SPPB, SWT e PAH foi utilizado o coeficiente de 
correlação de Pearson. Foi aplicado o teste t pareado para a comparação da 
resposta hemodinâmica na SPPB em relação ao SWT. Foi considerado para 
significância estatística um alfa de 5%. 
 
RESULTADOS 
 
Foram recrutados 43 indivíduos. Destes, 42 participaram do estudo e um foi 
excluído devido à queixa de dor lombar durante a realização do SWT. A maioria dos 
participantes era do sexo masculino e ex-tabagista. Entre os 42 participantes, 29 
apresentavam acometimento bilateral, sete de membro inferior esquerdo e seis de 
membro inferior direito. Os dados de caracterização da amostra estão apresentados 
na tabela 1. 
 Todos os 42 participantes foram capazes de completar a SPPB. De acordo 
com a classificação para os escores da SPPB proposta por Guralnik et al. (1995)21, 
4,76% da amostra apresentou baixa capacidade, 52,38% foi classificada como 
capacidade moderada e 42,86% apresentou boa capacidade. 
 No SWT, 19,04% dos indivíduos tiveram o teste interrompido por atingirem 
mais que 90% da FC máxima prevista para a idade ou obtida do TE e 80,96% 
pararam o teste por CI. 
34 
 
 Na análise da correlação entre a SPPB, SWT e PAH, foi observada 
correlação diretamente proporcional de magnitude moderada entre SPPB e SWT 
(r=0,54; p=0,001) e entre SPPB e PAH (r=0,53; p=0,001). 
 Na comparação dos escores da SPPB entre os tercis separados pela 
distância caminhada no SWT, foi encontrada diferença significativa para o escore 
total da SPPB, para o teste de velocidade da marcha e para o teste de sentar-
levantar (tabela 2). Não foram observadas diferenças entre os tercis em relação à 
idade e IMC. 
 Na comparação dos escores da SPPB entre os tercis separados pelo escore 
no PAH, foi detectada diferença significativa tanto para o escore total quanto para os 
escores de cada domínio do teste (tabela 3). Novamente, não foram observadas 
diferenças em relação à idade e IMC. 
 Os resultados para a comparação da resposta hemodinâmica na SPPB em 
relação ao SWT mostraram que a SPPB apresentou valores significativamente 
menores do que o SWT. Os resultados para esta análise estão apresentados na 
tabela 4. 
 
DISCUSSÃO 
 
 No presente estudo, resultados obtidos por meio da SPPB em indivíduos com 
DAOP foram significativamente diferentes entre os grupos separados tanto pela 
distância caminhada no SWT quanto pelo relato no PAH. A literatura vem mostrando 
que indivíduos com DAOP apresentam comprometimentos estruturais e funcionais 
além da limitação da marcha9-13, o que aponta para a necessidade de uma avaliação 
dessa população por meio de instrumentos que abordem a funcionalidade de 
maneira mais global. Nesse contexto, a SPPB, que contempla componentes 
preditivos de desempenho dos membros inferiores, foi sensível em estratificar 
indivíduos com DAOP de classes funcionais distintas. Foi encontrada diferença 
significativa nos domínios velocidade da marcha e sentar-levantar para os grupos 
separados tanto pela capacidade funcional avaliada pelo SWT quanto pelo 
desempenho relatado no PAH. O domínio equilíbrio apresentou diferença somente 
para os grupos separados pelo PAH. 
 A velocidade da marcha em passo habitual é um forte fator preditivo do 
estado de saúde do indivíduo, e, mesmo quando analisada de forma isolada, é 
35 
 
sensível para prever eventos adversos em saúde25. Studenski et al. (2011)26, 
analisando os resultados de nove estudos de coorte com a população de idosos, 
encontrou associação entre a velocidade da marcha e a mortalidade em todos os 
estudos. Outro estudo27 com indivíduos com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica 
(DPOC) mostrou que ocorre redução da velocidade da marcha com o aumento da 
gravidade da doença, sugerindo que esse pode ser um importante parâmetro de 
medida do avanço da DPOC e de risco de mortalidade nessa população. 
 Guralnik et al. (2000)28 afirmaram que o domínio marcha é o que mais prediz 
incapacidade, dentre os três domínios da SPPB. Esses autores observaram que a 
velocidade da marcha, isoladamente, apresenta valor preditivo próximo ao do escore 
total da SPPB para o risco de limitação da mobilidade e incapacidade. Rolland et al. 
(2006)29 também observaram que a velocidade da marcha, analisada de forma 
isolada, foi significativamente associada com risco de morte em idosos, o mesmo 
não acontecendo para os domínios força e equilíbrio. Esses estudos demonstram, 
então, que o domínio marcha está fortemente relacionado à funcionalidade, 
principalmente entre a população idosa. Assim, levando-se em consideração que os 
indivíduos com DAOP apresentam comprometimento da capacidade de 
locomoção7,8 e que a maior parte dos sujeitos da presente amostra era idosa, 
justifica-se o resultado do presente estudo que encontrou menor velocidade de 
marcha na SPPB naqueles que apresentaram capacidade e desempenho mais 
comprometidos, avaliados respectivamente pelo SWT e PAH. 
 O teste de sentar-levantar da cadeira foi utilizado no estudo de Shamay et al 
201030, no qual foram incluídos indivíduoshemiparéticos. Nesse estudo, o escore 
desse teste foi significativamente correlacionado com a distância caminhada no TC6. 
Além disto, este teste pode ser um bom discriminante entre indivíduos idosos 
funcionalmente diferentes, podendo ser usado na clínica para avaliação global do 
nível funcional dessa população31. Da mesma forma, também se mostrou preditivo 
de quedas e incapacidade para realizar tarefas em uma população de idosos que foi 
acompanhada por um período de três anos32. 
A literatura indica que o teste de sentar-levantar, uma medida indireta da força 
de membros inferiores, fornece informações sobre a funcionalidade dos indivíduos. 
Esses achados, aliados à redução da força muscular já comprovada em indivíduos 
com DAOP10, poderiam justificar o pior resultado no teste de sentar-levantar da 
SPPB nos indivíduos mais acometidos funcionalmente no presente estudo (T1). 
36 
 
 Na adaptação transcultural da SPPB15 foi feita uma análise da correlação de 
cada um dos três domínios do instrumento com o escore total, sendo que o teste de 
equilíbrio foi o que apresentou o menor valor de correlação. Além disso, em outro 
estudo33 analisou-se individualmente a relação do escore de cada domínio da SPPB 
com a incapacidade para realizar tarefas. Nessa análise não foi observada 
correlação significativa para o domínio equilíbrio, o que sugere que esse teste 
sozinho não prediz incapacidade. Esses dados dão subsídio ao fato de no presente 
estudo não ter sido encontrada diferença significativa entre os grupos separados 
pelo resultado no SWT para o teste de equilíbrio, sugerindo que esse não parece ser 
um bom domínio para identificar capacidade funcional. 
 Os resultados para a comparação entre os grupos separados pelo escore no 
PAH mostraram diferença significativa entre T2 e T3 para o domínio equilíbrio e para 
o escore total da SPPB, o que difere da análise com os grupos separados pela 
distância caminhada no SWT. É necessário salientar que o PAH é uma medida de 
desempenho, cujo resultado é dado pelo auto-relato. Medidas auto-relatadas são 
propensas a superestimar ou subestimar a capacidade real, dependendo do estado 
de motivação do indivíduo, podendo também sofrer influência das habilidades 
cognitivas34. No presente estudo, pode-se pensar na sub ou superestimação da 
informação, mas acredita-se que as habilidades cognitivas não tenham influenciado, 
visto que possibilidade de alterações cognitivas foi critério de exclusão de indivíduos. 
 Por outro lado, Souza et al23 afirmaram que as respostas a esse tipo de 
questionário também podem ser influenciadas pela escolaridade, podendo o sujeito 
confundir não ser capaz com não ter o hábito de realizar alguma tarefa. Neste caso, 
esse pode ter sido um fator de influência para essa amostra, pois mais da metade 
dos indivíduos não tinha o primeiro grau completo. 
 Na comparação dos tercis, separados pelo EAA do PAH, com as faixas de 
classificação desse instrumento, observa-se que os indivíduos do T3, que são os 
que relataram melhor desempenho funcional, apresentaram EAA próximo ao 
utilizado pelo instrumento para classificar o sujeito como “ativo”, o que indica que 
essa parcela da amostra apresenta uma boa percepção da sua saúde. Por outro 
lado, o escore do T1, onde estão incluídos os indivíduos mais acometidos 
funcionalmente, está na faixa de pontuação que o instrumento utiliza para classificar 
uma pessoa como moderadamente ativa. Os sujeitos do T1 podem ter 
superestimado sua real condição de saúde, podendo justificar o fato de 71,4% da 
37 
 
amostra se encontrar na classificação de moderadamente ativa, quando, na 
realidade, parte desta provavelmente deveria estar na faixa dos debilitados ou 
inativos. Isso pode indicar uma pior percepção de saúde dos participantes que 
apresentam maior acometimento funcional. No entanto, pelo momento, isto são 
suposições e devem ser analisadas de forma mais detalhada em estudos futuros. 
 É importante notar que, à exceção do domínio equilíbrio, cujas 
particularidades já foram discutidas anteriormente, todos os outros domínios da 
SPPB apresentaram diferença significativa entre os T1 e T3, tanto para os grupos 
separados pela distância caminhada no SWT quanto para os divididos pelo escore 
no PAH, o que sugere que a SPPB é sensível em diferenciar indivíduos mais 
acometidos funcionalmente daqueles com menor acometimento. 
 De acordo com a classificação proposta por Guralnik et al. (1995)21, 4,76% da 
presente amostra apresentou baixa capacidade e 95,24% capacidade moderada a 
boa capacidade. Portanto, esses indivíduos apresentaram menor comprometimento 
funcional em relação à população de outros estudos que utilizaram a SPPB para 
avaliação da capacidade funcional de pessoas com DAOP16,17. 
 Na comparação da resposta hemodinâmica na SPPB em relação ao SWT, foi 
observado que apesar da pressão arterial sistólica inicial ter sido maior no SWT do 
que na SPPB, não houve diferença entre os valores de frequência cardíaca inicial 
nos dois testes. Além disso, o duplo produto, que é uma medida estimada do esforço 
cardíaco, foi significativamente maior ao final do SWT comparado à SPPB. Esses 
dados demonstram que a SPPB leva a uma sobrecarga cardíaca inferior ao SWT; 
portanto, poderia ser indicada como uma opção segura de avaliação da capacidade 
funcional de pacientes mais comprometidos hemodinamicamente, sendo viável, por 
exemplo, para avaliação em ambiente hospitalar. 
 Uma limitação do presente estudo foi a discrepância entre a proporção de 
homens e mulheres, o que pode ser justificado pela maior prevalência de DAOP no 
sexo masculino35. Outra limitação a ser levantada é que a amostra avaliada foi 
composta de indivíduos de melhor nível funcional. São necessários estudos com 
indivíduos mais comprometidos funcionalmente pela DAOP. Além disso, é 
importante avaliar se a SPPB é sensível às alterações que podem ocorrer pelo 
processo natural de evolução da doença, bem como para avaliar a responsividade 
do instrumento ao tratamento com prescrição de exercício físico, comumente 
proposto para essa população. 
38 
 
CONCLUSÃO 
 
 Os resultados do presente estudo demonstraram que a SPPB foi capaz de 
diferenciar níveis funcionais de indivíduos com DAOP. O instrumento oferece uma 
importante contribuição para a avaliação da capacidade funcional de indivíduos com 
DAOP. Além disso, pode ser uma alternativa segura para a avaliação daqueles 
pacientes mais comprometidos funcionalmente, cuja aplicação de testes de 
caminhada muitas vezes é limitada. 
 
Aprovação ética: 
 O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição na qual 
foi realizado (CAAE – 21878413.1.0000.5149). 
 
Agradecimentos: 
 Esse estudo recebeu apoio financeiro da FAPEMIG (Fundação de Amparo à 
Pesquisa de Minas Gerais). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
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42 
 
Tabela 1 – Caracterização sociodemográfica e clínica da amostra (n=42) 
Variáveis Média ± dp Frequência Relativa 
Idade Anos 65 ± 7,7 - 
 
Sexo 
 
F 
M 
 
- 
- 
 
28,6 
71,4 
 
IMC 
 
Kg/m
2 
 
26,77 ± 4,04 
 
- 
 
ITB 
 
Direito 
Esquerdo 
 
0,67 ± 0,21 
0,60 ± 0,23 
 
- 
- 
 
Tempo de início dos 
sintomas da DAOP 
 
Anos 
 
5,5 ± 4,97 
 
- 
 
Tabagismo 
 
Sim 
Não 
Ex 
 
- 
- 
- 
 
23,8 
2,4 
73,8 
 
Tempo tabagismo 
 
Anos 
 
37,41 ± 14,06 
 
- 
 
Cigarros 
 
Anos-maço 
 
47,4 ± 41,5 
 
- 
 
Intervenção cirúrgica 
 
Sim 
Não 
 
- 
- 
 
33,3 
66,7 
 
PAH 
 
EAA 
EMA 
Inativo 
Moderadamente Ativo 
Ativo 
 
68,36 ± 9,04 
78,48 ± 5,87 
- 
- 
- 
 
- 
- 
2,4 
71,4 
26,2 
 
SWT (TDI) 
 
Segundos 
 
169,67 ± 71,47 
 
- 
SWT (TDM) Segundos 310,52 ± 96,75 - 
SWT (D) Metros 259,29 ± 115,28 - 
SWT (V) Metros/segundo 0,88 ± 0,33 - 
dp: desvio padrão; IMC: índice de massa corporal; Kg/m2: quilograma por metro quadrado; ITB: índice tornozelo braço; 
DAOP: doença arterial obstrutiva periférica; PAH: perfil de atividade humana; EAA: escore ajustado de atividade; EMA: 
escore máximo de atividade; F: feminino; M: masculino; SWT (TDI): tempo

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