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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURICIO DE NASSAU – UNINASSAU SOBRAL Antonio Azael Terceiro Pinto 01383116 Engenharia Civil AOL5 – ATIVIDADE CONTEXTUALIZADA TEORIA DAS ESTRUTURAS. SOBRAL-CE 2023 Conteúdo do exercício 1. CONCEITO BÁSICO SOBRE PROCESSO DOS ESFORÇOS O processo dos esforços, também conhecido como método das forças, é o processo mais simples quando se trata de resolução de estruturas hiperestáticas. Trata-se de um método matemático usado para definir os esforços em estruturas hiperestáticas. Esse método se fundamenta nas possibilidades matemáticas do método clássico, gerando resultados semelhantes, pois combina esforços em números iguais ao grau de indeterminação estática. Antes de apresentarmos a diferença entre os tipos de estrutura, precisamos primeiramente conhecer as condições de equilíbrio estático, que são duas. A primeira condição necessária para que uma estrutura esteja em equilíbrio é que a soma de todas as forças que atuam sobre ela seja zero, ou seja, essa forças devem se anular. Já a segunda condição necessária para que uma estrutura esteja em equilíbrio é que a soma dos momentos (ou torque) em relação a um ponto qualquer dessa estrutura também seja zero. Sendo o momento a grandeza calculada pelo produtor entre a força aplicada perpendicularmente em determinado ponto pela distância entre o ponto de aplicação da força e o eixo de rotação. Tipos de apoio Iremos agora conhecer os tipos de apoio para, com isso, saber o grau de restrição da estrutura. Isso será importante no momento de determinarmos o grau de estaticidade da estrutura. Apoio do 1º gênero Esse tipo de apoio é assim classificado quando consegue restringir apenas o deslocamento vertical, mas permite o deslocamento horizontal e a livre rotação da estrutura. É por esse motivo que recebe o nome de primeiro gênero e, portanto, possui apenas 1 reação de apoio na direção do deslocamento impedido, ou seja, na direção vertical e que chamaremos de RV. Essa situação ocorre, por exemplo, quando temos a estrutura apoiada sobre um rolo lubrificado que impede apenas o deslocamento vertical, conforme mostra o esquema abaixo. Apoio do 2º gênero Esse tipo de apoio é assim classificado quando consegue restringir as translações horizontais e verticais, permitindo apenas a rotação da estrutura. É por esse motivo que recebe o nome de segundo gênero e, com isso, possui 2 reações de apoio na direção dos deslocamentos impedidos e que chamaremos de RV, RH. Essa situação ocorre, por exemplo, quando temos a estrutura apoiada sobre uma chapa presa completamente ao plano-suporte, conforme mostra o esquema abaixo. Apoio do 3º gênero Esse tipo de apoio também é chamado de engaste e é assim classificado quando consegue restringir todos os movimentos possíveis da estrutura, ou seja, as translações horizontais e verticais e a rotação. É por esse motivo que recebe o nome de terceiro gênero e, portanto, possui 3 reações de apoio na direção dos 3 movimentos impedidos, que chamaremos de RH, RV e M. Essa situação ocorre, por exemplo, quando ancoramos um elemento estrutural em outro de elevada rigidez, conforme mostra o esquema abaixo. Agora que já sabemos as condições de estabilidade e quais as reações de apoio devem ser calculadas para cada situação, estamos prontos para classificar as estruturas conforme o grau de estaticidade, sabendo que existem 3 tipos: as estruturas hipostáticas, as isostáticas e as hiperestáticas. Estrutura hipostática As estruturas hipostáticas, simplificadamente, são aquelas em que o número de reações de apoio é inferior ao número de equações de equilíbrio disponíveis. Usualmente, as equações disponíveis são apenas 3, mas em alguns casos pode haver mais equações se, por exemplo, existir rótulas na estrutura. Para as estruturas hipostáticas, geralmente, há instabilidade. Isso porque os apoios são insuficientes para restringir os movimentos da estrutura. Mas pode ocorrer também que o próprio carregamento da estrutura consiga impedir os graus de liberdade que os apoios não forem capazes de impedir. Nesse caso, há o que chamamos de equilíbrio instável. Estrutura isostática Já as estruturas isostáticas são aquelas em que o número de reações de apoio é igual ao número de equações de equilíbrio disponíveis, ou seja, o sistema é determinado. No entanto, precisamos nos atentar que esse critério não é condição suficiente para afirmarmos o grau de estaticidade da estrutura. Também precisamos analisar sua estabilidade. Estrutura hiperestática Por fim, as estruturas hiperestáticas são aquelas em que o número de reações de apoio é maior que o número de equações de equilíbrio disponíveis, ou seja, o sistema é indeterminado. Nessa situação, assim como nas estruturas isostáticas, o equilíbrio deverá estar garantido para que a estrutura seja classificada como hiperestática. Caso contrário, será também hipostática. O processo dos esforços é uma técnica usada para avaliar estruturas hiperestáticas, possibilitando obter as reações de apoio e traçar os seus diagramas de esforços solicitantes. Os processos de cálculos de estruturas hiperestáticas precisam respeitar sempre as condições de equilíbrio, de compatibilidade e dos materiais empregados. Eles são conhecidos como leis constitutivas de materiais. 2. PRINCÍPIO DOS TRABALHOS VIRTUAIS O princípio dos trabalhos virtuais estabelece que o trabalho virtual das forças externas equivale ao trabalho virtual das forças internas. Neste contexto, a palavra virtual significa que as forças e os deslocamentos envolvidos podem não corresponder um ao outro, somente é necessário que as forças estejam estaticamente admissíveis e os deslocamentos cinematicamente admissíveis. Um deslocamento virtual é qualquer deslocamento materialmente possível imaginado para o sistema frente às restrições determinadas em um especificado instante de tempo t; feito de forma coerente ou não com a real dinâmica a ser seguida pelo sistema ao evoluir no tempo. O deslocamento é dito virtual justamente para se fazer distinção entre o deslocamento sendo definido e os possíveis deslocamentos reais do sistema - que ocorrem em um dado intervalo de tempo dt. No deslocamento real não há nada que impeça que os vínculos e as forças aplicadas também se alterem ao longo da evolução temporal do sistema, encontrando-se tais vínculos e forças contudo por definição essencialmente fixos durante o cômputo de qualquer deslocamento virtual. Nada impede que o deslocamento real a ser seguido pelo sistema encontre-se entre os possíveis deslocamentos virtuais, mas não há obrigatoriedade em tal relação. Como exemplo que permite a distinção entre deslocamentos real e virtual pode citar-se uma partícula sujeita à restrição de se mover obrigatoriamente em uma superfície plana, digamos no interior de duas placas de vidro paralelas. Qualquer deslocamento virtual considerado para a partícula tem que dar-se ao longo de um plano definido pelas placas em um dado instante de tempo t, contudo, se as placas encontrarem-se também em movimento, digamos, ao longo de uma direção perpendicular à sua superfície, a trajetória real da partícula no intervalo de tempo dt não coincidirá com nenhum caminho virtual possível. No exemplo em questão percebe-se também que a força de vínculo, perpendicular à superfície (força normal), tem a ela associado um trabalho virtual sempre nulo; muito embora o trabalho real a ela associado não necessariamente o seja. 3. CONCEITOS BÁSICOS DO PROCESSO DE DESLOCAMENTO O Método dos Deslocamentos pode ser considerado como o método dual do Método das Forças. Em ambos os métodos a solução de uma estrutura considera os três grupos de condições básicas da Análise Estrutural: condições de equilíbrio, condições de compatibilidade entre deslocamentose deformações e condições impostas pelas leis constitutivas dos materiais. Entretanto, o Método dos Deslocamentos resolve o problema considerando os grupos de condições a serem atendidas pelo modelo estrutural na ordem inversa do que é feito pelo Método das Forças. A dualidade entre os dois métodos fica clara quando se observa a metodologia utilizada pelo Método dos Deslocamentos para analisar uma estrutura. A metodologia de cálculo do método consiste em: somar uma sér ie de soluções básicas (chamadas de casos básicos) que satisfazem as condições de compatibilidade, mas que não satisfazem as condições de equilíbrio da estrutura original, para na superposição restabelecer as condições de equilíbrio Esse procedimento é o inverso do que é feito na solução pelo Método das Forças mostrada no capítulo anterior. Cada caso básico satisfaz isoladamente as condições de compatibilidade (continuidade interna e compatibilidade com respeito aos vínculos externos da estrutura). Entretanto, os casos básicos não satisfazem as condições de equilíbrio da estrutura original pois são necessários forças e momentos adicionais para manter o equilíbrio. As condições de equilíbrio da estrutura ficam restabelecidas quando se superpõem todas as soluções básicas. 4. CONCEITOS BÁSICOS DOS MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS O Método dos Elementos Finitos é uma análise matemática que consiste na fragmentação de um meio contínuo em pequenos elementos, sem que haja alteração das propriedades do meio original. Esses elementos são descritos por equações diferenciais e resolvidos por modelos matemáticos, para que sejam obtidos os resultados desejados. Somente com o advento dos computadores a https://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a_normal sua viabilização tornou-se possível, facilitando a resolução das enormes equações algébricas. O MEF pode ser utilizado em diversas áreas das ciências exatas e biológicas e, devido à sua grande aplicabilidade e eficiência, existem trabalhos com esta metodologia nas diversas especialidades, quando se deseja analisar cargas, tensões ou deslocamentos. Com o contínuo uso desse método em pesquisas, com suas vantagens em relação a outros disponíveis, torna-se de suma importância o conhecimento da técnica, para que sua utilização possa proporcionar benefícios científicos. Para que os trabalhos sejam mais precisos em sua interpretação, torna-se primordial que o profissional da engenharia civil conheça os conceitos básicos deste método A idéia básica do Método dos Elementos Finitos consiste em subdividir, inicialmente, o domínio do problema, em subdomínios de dimensões finitas tais que, o conjunto de todos os subdomínios seja igual ao domínio original. Em seguida, sobre cada subdomínio, isoladamente, adota-se um comportamento aproximado, local, para as incógnitas do problema (ALVES, 2007). Devido à complexidade do comportamento material, da geometria, das cargas ou das condições de fronteira, há muitos problemas de Engenharia para os quais não são conhecidas soluções analíticas. Em tais situações recorre-se a métodos numéricos que permitem a obtenção de soluções aproximadas (RIBEIRO, 2004). Um dos métodos mais utilizados é o Método dos Elementos Finitos. Tal método implica uma divisão do domínio que se pretende analisar em subdomínios, designados por elementos, que se ligam entre si em pontos chamados nós. Assim, as soluções são formuladas para cada elemento e a seguir são combinadas para obter a solução para o domínio completo (ALVES, 2007). Existem um grande número de problemas na Engenharia onde o Método dos Elementos Finitos podem ser aplicados, entre as quais se destacam a Mecânica dos Solos, a Mecânica Estrutural a Mecânica das Rochas, a Condução de Calor, a Engenharia Nuclear e a Hidrodinâmica (AZEVEDO, 2003). 5. FUNDAMENTOS DO PROCESSO CROSS O Processo de Cross, ou Método da Distribuição de Momentos (White et al. 1976), é um método relativamente simples para o cálculo de momentos fletores em vigas contínuas, pórticos planos, grelhas e até em pórticos espaciais. Este processo é baseado no Método dos Deslocamentos e só se aplica para estruturas sem deslocabilidades externas (do tipo translação), isto é, ele só se aplica a estruturas com barras inextensíveis e que só tenham deslocabilidades do tipo rotação. Apesar desta limitação, o método criado por Hardy Cross na década de 1930 (“Analysis of Continuous Frames by Distributing Fixed-End Moments,” Transactions, ASCE, Paper no. 1793, vol. 96, 1936) ainda é utilizado hoje para o cálculo de estruturas. O trabalho de Cross teve um impacto inicial muito grande pois possibilitou a solução manual de estruturas hiperestáticas em um momento em que estruturas de concreto armado estavam se tornando muito comuns. O concreto armado propicia a criação de pórticos com ligações contínuas, com alto grau de hiperestaticidade. A aplicação prática do Processo de Cross diminuiu bastante pois atualmente se faz uso de programas de computador para a análise de estruturas, que geralmente utilizam o Método dos Deslocamentos (embora alguns programas utilizem o Processo de Cross como procedimento de análise de vigas contínuas). Apesar do uso do Método da Distribuição de Momentos ter caído nas últimas décadas, a sua apresentação neste livro tem um objetivo acadêmico, pois ele tem um apelo intuitivo muito forte e, por isso, serve para uma melhor compreensão do comportamento à flexão de estruturas reticuladas. Deve-se observar que o Processo de Cross também pode ser aplicado a estruturas com deslocabilidades externas, isto é, com translações nodais. Isso é feito aplicando-se a metodologia do Método dos Deslocamentos considerando como incógnitas apenas as deslocabilidades externas. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, L. M., Métodos dos Elementos Finitos, Curitiba, 2007, Apostila organizada como resultado do estudo das aulas para obtenção de créditos da Disciplina de Método dos Elementos Finitos do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Paraná. AZEVEDO, A. F. M., Método dos Elementos Finitos, Porto – Portugal, 1ª Edição – Abril 2003, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto RIBEIRO, F. L. B., Introdução ao método dos elementos finitos, Rio de Janeiro, 2004, Notas de Aula do Professor Fernando L B Ribeiro da Universidade Federal do Rio de Janeiro. SÜSSEKIND, José Carlos. Curso de análise estrutural – Vol. 1. 6. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1981. https://www.guiadaengenharia.com/estaticidade-estruturas/ http://www2.dec.fct.unl.pt/seccoes/S_Estruturas/DCR/teoricas/2_1Sebenta.pdf https://pt.wikipedia.org/wiki/Deslocamento_virtual http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/lfm- cap06_m%C3%A9todo_dos_deslocamentos.pdf https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/184711/001079232.pdf?sequence=1#: ~:text=O%20M%C3%A9todo%20dos%20Deslocamentos%2C%20tamb%C3%A9m,uma %20superposi%C3%A7%C3%A3o%20de%20configura%C3%A7%C3%B5es%20deform adas. http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/rs7zGfsUfvv4wME_2014-4- 22-19-46-51.pdf http://coral.ufsm.br/decc/ECC1002/Downloads/_Cap_8_Processo_de_Cross.pdf https://www.guiadaengenharia.com/estaticidade-estruturas/ http://www2.dec.fct.unl.pt/seccoes/S_Estruturas/DCR/teoricas/2_1Sebenta.pdf https://pt.wikipedia.org/wiki/Deslocamento_virtual http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/lfm-cap06_m%C3%A9todo_dos_deslocamentos.pdf http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/lfm-cap06_m%C3%A9todo_dos_deslocamentos.pdf https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/184711/001079232.pdf?sequence=1#:~:text=O%20M%C3%A9todo%20dos%20Deslocamentos%2C%20tamb%C3%A9m,uma%20superposi%C3%A7%C3%A3o%20de%20configura%C3%A7%C3%B5es%20deformadashttps://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/184711/001079232.pdf?sequence=1#:~:text=O%20M%C3%A9todo%20dos%20Deslocamentos%2C%20tamb%C3%A9m,uma%20superposi%C3%A7%C3%A3o%20de%20configura%C3%A7%C3%B5es%20deformadas https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/184711/001079232.pdf?sequence=1#:~:text=O%20M%C3%A9todo%20dos%20Deslocamentos%2C%20tamb%C3%A9m,uma%20superposi%C3%A7%C3%A3o%20de%20configura%C3%A7%C3%B5es%20deformadas https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/184711/001079232.pdf?sequence=1#:~:text=O%20M%C3%A9todo%20dos%20Deslocamentos%2C%20tamb%C3%A9m,uma%20superposi%C3%A7%C3%A3o%20de%20configura%C3%A7%C3%B5es%20deformadas http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/rs7zGfsUfvv4wME_2014-4-22-19-46-51.pdf http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/rs7zGfsUfvv4wME_2014-4-22-19-46-51.pdf http://coral.ufsm.br/decc/ECC1002/Downloads/_Cap_8_Processo_de_Cross.pdf Tipos de apoio Apoio do 1º gênero Apoio do 2º gênero Apoio do 3º gênero Estrutura hipostática Estrutura isostática Estrutura hiperestática
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