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PEÇA PROCESSUAL CÍVEL INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

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Prévia do material em texto

AO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE FORTALEZA-CE 
 
 
 
 
CARLOS ROBERTO, solteiro, desempregado, inscrito no CPF sob o 
no XXXXXXXXXX, RG nº XXXXXXX, com endereço 
letrônico:robertocls@gmail.com, residente e domiciliado à Rua XXXXXX, 
nº 000, bairro XXXXX, Fortaleza/Ce, por intermédio de sua advogada, 
adiante assinado, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a 
presente 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
Em face de CAIO MÁRIO, solteiro, empresário, inscrito no CPF sob o 
n° XXXXXXXX, portador da cédula de identidade n ° XXXXXXX, com 
endereço eletrônico: mario@gmail.com, residente e domiciliado à avenida 
XXXX 000, Fortaleza/CE, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos. 
 
DOS FATOS 
Clube de Futebol, possibilitando a outros e a si próprio a “tomada de poder”, 
deforma ardilosa, ou seja, fica evidente não existir pretensão de proteger 
direito próprio. No mesmo dia da data da divulgação, Carlos Roberto 
não suportou a pressão e renunciou ao cargo de vice-presidente, por 
ter prejudicadas a sua honra e imagem. Importante registrar que entre 
os membros do grupo do WhatsApp, subsistia um verdadeiro contrato 
tácito de discrição e privacidade, formando, portanto, um ambiente de 
privacidade, probidade e boa-fé, onde, tal como em uma roda de 
amigos, todos se sentiam seguros para tecer comentários dos mais 
diversos e, não diferentemente, falar sobre o Fortaleza F.C. Assim, 
inconformado com a situação, Carlos Roberto busca reparação pelo dano 
moral sofrido, diante da violação à sua dignidade. 
DA JUSTIÇA GRATUITA 
O Autor é pobre na acepção jurídica do termo. Inclusive, está atualmente 
desempregado, em decorrência do ocorrido. Dessa forma, não possui 
condições financeiras de arcar com o pagamento das custas e 
despesas processuais, sem prejuízo do próprio sustento. 
Diante disto, o artigo 98 do Código de Processo Civil é bem claro: 
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou 
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as 
custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios 
tem direito à gratuidade da justiça, na formada lei. 
Além do mais, junta o Autor, neste ato, declaração de hipossuficiência e 
carteira de trabalho, conforme determinação do artigo 99 do Código de 
Processo Civil, para fazer jus à gratuidade processual. 
Portanto, requer o Autor o deferimento da justiça gratuita, com base nos 
artigos acima e no artigo 5º LXXIV, da Constituição Federal de 1988, 
que garante o acesso de todos à justiça. 
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
DA CARACTERIZAÇÃO DO DANO MORAL 
A Constituição Federal, ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, 
deixa evidente a inviolabilidade de alguns direitos, inclusive o da honra 
e imagem. Vejamos: 
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e 
à propriedade, nos termos seguintes: 
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito 
a indenização pelo dano material ou moral decorrente 
de sua violação. 
Assim, em toda situação fática que envolva a desmoralização da 
imagem e honra de um sujeito, restará a este o direito de ser indenizado por tal 
ato. 
Conforme demonstrado pelos fatos, o dano moral fica caracterizado pelo abalo 
sofrido pelo Autor ao ter uma conversa privada indevidamente divulgada, 
gerando transtorno e prejuízos a sua honra e imagem, configurando o dever de 
indenizar, conforme disposto nos artigos 186 e 187 do Código Civil: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um 
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente o s 
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-
fé ou pelos bons costumes. 
Desta forma, ainda que o indivíduo pratique um ato que cause danos 
exclusivamente moral a outrem, cometerá tal descrito no mencionado 
dispositivo e obrigatoriamente deverá reparar o prejuízo, conforme 
determinação do art. 927, também do Código Civil. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), 
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo 
único. Haverá obrigação de reparar o dano, 
independentemente de culpa, nos casos especificados em 
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo 
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para 
os direitos de outrem. 
No mesmo sentido n o presente caso há a violação ao sigilo das 
comunicações e quebra de legítima expectativa e boa-fé de uma das 
partes, configurando dano indenizável, conforme recente posicionamento do 
STJ. 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL, RECURSO ESPECIAL.AÇÃO 
DE R EPARAÇÃO POR DANOS MORAIS.CERCEAMENTO 
DE DEFESA. AUSÊNCIA DEINDICAÇÃO DO DISPOSITIVO 
LEGAL VIOLADO.PREQUESTIONAMENTO PARCIAL. 
NEGATIVA DEPRESTAÇÃO JURISDICIONAL. 
INOCORRÊNCIA. ÔNUSDA PROVA. PUBLICIZAÇÃO DE 
MEN SAGENSENVIADAS VIA WHATSAPP. ILICITUDE. 
QUEBRA DA LEGÍTIMA EXPECTATIVA E VIOLAÇÃO 
ÀPRIVACIDADE E À INTIMIDADE. JU 
LGAMENTO:CPC/2015. 1. Ação de reparação de danos 
morais ajuizada em 10/09/2015, da qual foi extraído o 
presente recurso especial interposto em 10/08/2020 e 
atribuído em 29/03/2021. 2. O propósito recursal consiste 
em decidir, além da ocorrência de negativa de prestação 
jurisdicional, acerca do ônus da prova e se a divulgação 
pública de mensagens trocadas via WhatsApp caracteriza 
ato ilícito apto a ensejar a responsabilização por eventuais 
danos decorrentes da publicidade (...) 
7. O sigilo da comunicação é corolário da liberdade de 
expressão e, em última análise, visa a resguardar o direito à 
intimidade e à privacidade, consagrados nos planos 
constitucionais (art. 5º, X, da CF/88) e infraconstitucional 
(arts.20 e 21 do CC/02). No passado recente, não se 
cogitava de outras formas de comunicação que não pelo 
tradicional método das ligações telefônicas. Com o passar dos 
anos, no entanto desenvolveu-se a tecnologia digital, o que 
culminou na criação da internet e, mais recentemente, da 
rede social WhatsApp, o qual permite a comunicação 
instantânea entre pessoas localizadas em qualquer lugar do 
mundo. Nesse cenário é certo que não só as conversas 
realizadas via ligação telefônica, como também aquelas 
travadas através do WhatsApp são resguardadas pelo sigilo 
das comunicações. Em consequência, terceiros somente podem 
ter acesso às conversas de WhatsApp mediante 
consentimento dos participantes ou autorização judicial. 8. 
Nas hipóteses em que o conteúdo das conversas enviadas 
via WhatsApp possa, em tese, interessar a terceiros, haverá 
um conflitoentre a privacidade e a liberdade de informação, 
revelando-se necessária a realização de um juízo de ponderação. 
Nesse aspecto, há que se considerar que as mensagens 
eletrônicas estão protegidas pelo sigilo e m razão de o seu 
conteúdo ser privado; isto é, restrito aos interlocutores. 
Ademais, é certo que a o enviar mensagem a determinado ou 
determinados destinatários via WhatsApp, o emissor tem a 
expectativa de que ela não será lida por terceiros, quanto 
menos divulgada ao público, seja por meio de rede social ou da 
mídia. Assim, ao levar a conhecimento 
público conversa privada, além da quebra da 
confidencialidade, estará configurada a violação à legítima 
expectativa, bem como à privacidade e à intimidade do 
emissor, sendo possível a responsabilização daquele que 
procedeu à divulgação se configurado o dano (...) 
9. Na espécie, o recorrente divulgou mensagens enviadas pelo 
recorrido em grupo de WhatsApp sem o objetivo de 
defender direito próprio, mas com a finalidade de expor as opiniões 
manifestadas pelo emissor. Segundo constataram as 
instâncias ordinárias, essa exposição causou danos ao recorrido, 
restando caracterizado o nexo de causalidade entre o ato 
ilícito perpetrado pelo recorrente e o prejuízo experimentado 
pelas vítimas (...)10. Recurso especial parcialmente 
conhecido e, nessa parte, desprovido. (STJ - Resp.: 1929433 
PR 2021/0088667-8, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI. 
Data de Julgamento:24/08/2021, T3 - TERC EIRA TURMA, 
Data de Publicação: DJe 30/08/2021). 
DA VIOLAÇÃO AO DIREITO INERENTE À PERSONALIDADE 
As conversas privadas trocadas por WhatsApp são protegidas pelos 
direitos à intimidade e à vida privada. A tecnologia utilizada no 
aplicativo assegura o sigilo das comunicações perante terceiros. Vale 
ressaltar que a liberdade de informação e de expressão não são 
absolutas, dessa forma não devem violar direitos de personalidade. 
A Constituição Federal assegura, no art. 5°, XII, a inviolabilidade das 
comunicações telefônicas, com exceção das hipóteses previstas em lei 
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. 
A Lei no 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação), em seu o art. 
31ressalta que o acesso as informações pessoais devem ser de 
forma transparente e enfatiza o respeito à intimidade, honra, vida privada, 
sem feridos direitos individuais, deixando claro que para serem divulgadas ou 
acesso a terceiros precisam de autorizadas pela pessoa na qual produziu 
aquelas informações. 
Configurado dano ao direito de personalidade, em especial ao direito de 
privacidade, quando assim rege o artigo 12 do Código Civil Legislação 
Substantiva Civil, in verbis: 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a 
direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, 
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Houve frustração da legítima expectativa de privacidade e intimidade 
do emissor, sendo irrefutável lesão a dano de personalidade. 
Em vista de todo o exposto, é importante considerar que a reparação, na qual 
se convertem em pecúnia os danos morais, devem ter caráter dúplice, 
ou seja, o que penaliza o ofensor, sancionando-o para que não volte 
a praticar o ato ilícito, bem como o compensatório, para que o 
ofendido, recebendo determinada soma pecuniária, possa amenizar os 
efeitos decorrentes do toque foi vítima. 
Deve-se lembrar ainda, que a indenização por danos morais deve 
ser fixada num montante que sirva de aviso ao REQUERIDO e à 
sociedade, como um todo, de que o nosso direito não tolera aquela 
conduta danos a impunemente, devendo a condenação atingir 
efetivamente, deste modo um valor justo seria, a fixação de indenização a 
título de dano moral no valor de R$20.000,00 (Vinte Mil Reais) ao 
REQUERENTE. 
Alternativamente, caso não seja este o vosso entendimento, que o valor 
indenizatório seja estipulado pelo nobre magistrado, com base na razoabilidade 
e proporcionalidade do dano, consoante ao disposto no art. 953, 
parágrafo único, do Código Civil. 
DOS PEDIDOS 
Diante de todo exposto, requer: 
1. Citação da parte RÉ, no endereço indicado na inicial, para, querendo, 
apresentar defesa no prazo legal; 
2. O deferimento da justiça gratuita, nos termos do artigo 98 do Código 
de Processo Civil; 
3. O julgamento totalmente procedente dos pedidos, para condenar o 
réu ao pagamento de R$ 20.000,00 (Vinte Mil Reais), a título de indenização 
por danos morais, posto que cometeu ato ilícito, causando danos ao 
requerente, consoante determinação do artigo 186 do Código Civil e 
demais dispositivos aplicáveis a espécie; 
4. A condenação do Réu ao pagamento de honorários advocatícios a 
serem fixados com base no artigo 85, § 2o do Código de Processo Civil; 
VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00. 
Nestes termos 
Pede deferimento 
Fortaleza, 22 de outubro de 2021 
 
Advogado 
 OAB nº

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