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Aula 01 - Tecnologia de Planejamento

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154	
  
	
  
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA 
DIRETORIA DE ENSINO 
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE TURISMO 
DISICPLINA: TECNOLOGIAS DE PLANEJAMENTO 
PROFESSOR: AMBROZIO QUEIROZ 
 
 
 
Aula I – Tecnologia de Planejamento: Introdução – A evolução do homem e da 
técnica 
 
 
 Esta aula tem o objetivo de apresentar o ato de planejar como um ato natural 
do homem, o ser técnico. 
O ato de planejar, inerente ao homem, é discutido através da bibliografia de autores 
de diferentes ciências e linhas de pensamento, na busca de produzir um entendimento 
melhor sobre o tema. 
 
I.1 Evolução do Homem e da Técnica 
 
A arte de projetar é coetânea ao homem. Segundo PINTO (2005), o ato de criar 
novas condições de existência pra si fazem parte da essência de projetar do homem. 
EDGARD MORIN (1999) apresenta a idéia de organização viva, em contrapartida à 
idéia de matéria viva. Para MORIN, a organização da matéria viva apresenta um esquema 
cibernético de uma máquina governada por um programa informacional que se insere na 
estrutura das moléculas de DNA. Dirigindo assim, todas as atividades do ser celular para 
solucionar os problemas do viver que são os de sobreviver: 
 
Para MORIN (Ibidem), os problemas essenciais do viver – sobreviver são os da 
alimentação e da defesa num ambiente aleatório; a formação dos sistemas nervosos, ao 
longo de diversas evoluções animais, é inseparável das ações e reações no interior do meio 
ambiente; e os desenvolvimentos cerebrais são inseparáveis da locomoção rápida, da 
busca, do ataque e da defesa, ligados à procura do alimento. “Nestas condições, um circuito 
auto-eco-ogranizador, indo do sensorium ao motorium, ou seja, dos neurônios sensoriais 
aos neurônios motores, gera o cerebrum” (1999): 
155	
  
	
  
 
 
Figura I.1 – Formação do aparelho Neurocerebral 
Fonte: MORIN (1999) 
 
MORIN (Ibidem) defende a tese que o aparelho neurocerebral está constituído pelo 
cérebro e pelo sistema nervoso. E que o cérebro está fechado na caixa craniana; sendo um 
centro operacional ligado aos terminais sensoriais que percorre o organismo através dos 
seus canais, recebendo mensagens do exterior e do interior, comunicando as suas decisões 
aos músculos e transmitindo as suas injunções químicas através dos circuitos sanguíneos. 
Além da relação viver - sobreviver, o homem deve também atender as demandas do 
produzir-se – reproduzir-se. (ibidem) 
 
Para PINTO, somente o homem é capaz de se produzir, tornando-se assim um 
animal técnico. 
“O homem projeta de fato o seu ser, mas não pelo cultivo dessas 
especulações metafísicas e sim mediante o trabalho efetivo de transformações da 
realidade material, tornando-se o outro que projeta ser em virtude de haver criado 
para si diferentes condições de vida e estabelecido novos vínculos produtivos com as 
forças e substâncias da natureza. [...] O Projeto é na verdade a característica 
156	
  
	
  
peculiar, porque engendrada no plano do pensamento, da solução humana do 
problema da relação homem com o mundo físico e social.” (2005) 
 
Ainda segundo PINTO (2005), “toda ação humana é técnica”. A partir do momento 
que o homem produz a si mesmo e ao espaço, acaba se diferenciando dos outros animais 
irracionais, pois, estes, modificam a si mesmos para tornarem-se favoráveis as condições 
da natureza. 
 
“O animal não “projeta” seu ser, não produz a existência, mas apenas a 
conserva, valendo-se das indicações cumpridas cegamente, compreendidas no 
código genético entregue a cada qual pela evolução natural. Por isso, somente o 
homem estende, pelo aproveitamento da energia cerebral, as possibilidades de 
imposição da matéria viva ao meio. Nele cresce o tecido nervoso, sem aumento 
correspondente do tecido muscular. Amplia o domínio sobre a realidade porque 
adquiriu a mais poderosa das armas, a capacidade de representar o mundo 
circundante.” (Ibidem) 
 
Pode-se dizer que, quando o homem é colocado diante de opções, o mesmo adota, 
livre e racionalmente, determinada conduta, executando assim uma ação planejada. Essa 
ação é tomada com base na capacidade abstrativa de criar uma imagem única e distinta, 
com base na ligação entre as imagens reflexas das propriedades dos corpos e fenômenos 
objetivos compreendidos. (Ibidem) 
MATUS (1993) por sua vez, apresenta que o planejamento na verdade é uma 
ferramenta de lutas permanentes, desde o início da humanidade, para conquistar graus 
crescentes de liberdade. Para este autor, quando o homem não conhecia o fogo, ele não 
dispunha da liberdade de escolher entre o frio e o calor; quando o descobre, pode optar por 
não passar frio. Em suma, planejar é converter variantes em opções, tornando a realidade 
mais governável para os desígnios de sua razão. 
PARA	
  UM	
  MELHOR	
  ENTENDIMENTO	
  
Prezado	
  aluno	
  (a),	
  
Para	
   ilustrar	
  a	
   relação	
  do	
  “produzir-­‐reproduzir”	
  e	
  a	
  produção	
  do	
  espaço	
   físico	
  para	
  sua	
  sobrevivência.	
  
Assista	
  o	
  vídeo	
  “Amanhecer	
  do	
  Homem”	
  retirado	
  do	
  filme	
  “2001	
  	
  -­‐	
  Uma	
  odisseia	
  no	
  Espaço”	
  do	
  Diretor	
  
Stanley	
  Kubrick,	
  cujo	
  link	
  pode	
  ser	
  encontrado	
  na	
  plataforma	
  na	
  Aula	
  1.	
  
157	
  
	
  
PETROCCHI (1998) propõe um exemplo simplificado para o entendimento dos 
processos de planejamento (Figura I.2): Quanto um indivíduo observa as condições do 
tempo, o mesmo está colhendo informação. Colhida a informação ela é analisada e sobre 
ela o indivíduo toma uma decisão: escolhe a roupa que vai usar. Neste instante, o mesmo 
estará em condições de realizar a ação: Pegar a roupa no armário e vestir-se. Entendendo 
que o planejamento é um processo cíclico, o indivíduo estará apto a realimentar o sistema 
de planejamento, iniciando novamente através de nova informação. 
 
Figura I.2 – Enfoque sistêmico de Planejamento 
Fonte: PETROCCHI (1998) 
 
 
Segundo FONSECA NETTO (1991), o planejamento é um método que visa 
racionalizar o processo de decisões. Enquanto metodologia é um conjunto ordenado de 
procedimentos destinados à consecução de determinado objetivo. Enquanto metodologia 
aplicada às decisões sociais, o planejamento é uma técnica a serviço da política, isto é, da 
formulação e da consecução dos objetivos estabelecidos por uma nação no seu todo. 
Assim, como o homem, tecnicamente, planeja suas ações para melhor desenvolver 
a sua existência em quanto indivíduo, o mesmo acontece no planejamento em organização 
societal. 
Para MATUS (1993) todos os cidadãos são responsáveis por mover ou arrastar a 
realidade para onde querem; mas ao mesmo tempo, em muitos casos, são 
inconscientemente arrastados na direção que não desejam. O planejamento social consiste 
ATIVIDADE	
  
Prezado	
  aluno(a),	
  	
  
Exercite	
  estes	
  conceitos	
  criando	
  exemplos	
  de	
  processos	
  cíclicos	
  de	
  tomada	
  de	
  decisão	
  que	
  você	
  
realize	
  diariamente.	
  
Ex:	
  
Ao	
  sair	
  de	
  carro:	
  	
  
Informação	
  -­‐>	
  Observar	
  o	
  painel	
  de	
  instrumentos	
  ,	
  se	
  tem	
  combustível,	
  ajustes	
  de	
  retrovisor,	
  etc.	
  
Decisão	
  	
  -­‐>	
  Estou	
  apto	
  a	
  ligar	
  o	
  carro,	
  posso	
  ligar	
  o	
  carro.	
  
Ação	
  -­‐>	
  Ligo	
  o	
  automóvel	
  ...	
  e	
  o	
  processo	
  recomeça	
  novamente!	
  
	
  
158	
  
	
  
em tentar submeter o curso dos acontecimentos à vontade humana. Onde existem dois 
homens: homem indivíduo e homem coletivo. 
Após decidir não deixar ser levado pelo curso dos acontecimentos, o homem 
enquanto indivíduo ou, como Matus mesmo propõe, o homem individuo (produção individual 
de fatos políticos, bélicos, econômicos sociais e culturais) realiza um ato de reflexão 
superior e reconhece que só a consciência e a força do homem enquanto ser societal ou 
homem coletivo podem encarar tal vontade humana e enfrentar a correnteza dos fatospara 
desviar seu curso em direção a objetivos racionalmente decididos. O homem coletivo, que é 
o condutor do processo social, não é independente do homem individuo e não têm objetivos 
ou intenções homogêneas. (Figura I.3) 
 
Surge assim, o planejamento como problema entre os homens: (Figura I.3) 
 
“Por isso o planejamento surge como um problema entre os homens: 
primeiramente o homem indivíduo, que procura alcançar objetivos particulares, e o 
homem coletivo, que busca uma ordem e uma direção societária: em segundo ligar 
entre as distintas forças sociais, nas quais se encarna o homem coletivo, que lutam 
por objetivos opostos.” (MATUS, 1993) 
 
 
Figura I.3 – Conflitos no planejamento social 
Fonte: Matus (1993) 
 
Tendo em vista a busca pelos antecedentes históricos das técnicas de planejamento 
enquanto instrumento de política. Pode-se observar em LAFER (1987), que a então União 
Soviética fez uso em 1929 do Plano Qüinqüenal – estabelecendo metas de produção física, 
159	
  
	
  
em termos quantitativos, em diversos tipos de produtos, tendo como referência dados 
estatísticos sobre a economia. A Comissão Central de Planejamento – Chamada na URSS 
de Gosplan -, estabelecia qual deveria ser o crescimento da renda e, em grau de agregação 
bastante grande, quais as produções setoriais. Esse plano ainda passava para os escalões 
hierárquicos inferiores até chegar às empresas. Nas empresas, com base em normas 
técnicas, faziam-se requisições de suplementos para a produção. O plano voltava, de baixo 
para cima, até o Gosplan, que analisava, fazia o balanceamento das produções em níveis 
mais detalhados e repassava ao Governo para apreciação e aprovação. (FONSECA 
NETTO, 1991) 
Diferente do Estado Socialista, os países capitalistas acreditavam que “toda 
intervenção estatal na economia perturbava o livre jogo das forças de mercado, capaz de 
conduzir o equilíbrio e ao progresso, devendo o Estado ser apenas o guardião da ordem e 
da liberdade, abstendo-se de imiscuir-se na práxis econômica. A regra era o Laissez-faire - 
Liberalismo clássico. Após a Grande Depressão de 1929, o livre jogo de mercado (Laissez-
faire) tornou-se incapaz de levar resultados à sociedade. Os países que adotavam a 
economia de mercado abandonam o Liberalismo clássico e adotaram uma intervenção 
parcial, mais ou menos ampla, que veio a ser chamado de Neoliberalismo. (Ibidem) 
No Brasil, embora tenha havido tentativas de se coordenar, controlar e planejar a 
economia brasileira a partir da década de 19401, somente o plano de metas (1956-1961) 
pode ser considerado com a primeira experiência efetivamente posta em prática de 
planejamento governamental no Brasil. (LAFER, 1987) 
A decisão de planejar é essencialmente uma decisão política. E, Juscelino 
Kubitschek propôs, ainda em campanha presidencial, sustentar, caso tornar-se Presidente, 
o planejamento como solução para os problemas brasileiros. Tal decisão teria sido 
influenciada pelo crescimento da participação da população brasileira no processo eleitoral: 
 
“Na história brasileira, esse período se insere em uma época marcada pela 
ampliação da participação política. De fato, se tomar o voto como medida 
preliminar de participação política, verifica-se que, na República Velha, a 
porcentagem do voto dado em relação à população total não ultrapassou 
4%, enquanto que no período que se inicia com Dutra e se encerra com a 
queda de Goulart, esta porcentagem se elevou de 13,4% (em 1945) para 
17,7% (em 1960).” (ibidem) 
 
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
1 O que se pode dizer a respeito dessas tentativas até 1956 é que elas foram mais propostas como é o caso do 
relatório Simonsen (1944-1945); mais diagnósticos como é o caso da Missão Cooke (1942-1943), da Missão 
Abbink (1948), da Comissão Mista Brasil - EUA (1951-1953); mais esforços no sentido de racionalizar o 
processo orçamentário como é o caso do Plano Salte (1948); mais medidas puramente setoriais como é o caso 
do petróleo ou do café do que experiências que pudessem ser enquadradas na noção de planejamento 
propriamente dito (Lafer in Lafer. 1987. Pag. 29-30) 
160	
  
	
  
O Governo Kubitschek, visando aumentar o nível de vida da população brasileira, 
identificou os chamados pontos de estrangulamentos - áreas de demanda insatisfeitas que 
estrangulavam a economia brasileira; e, pontos de germinação – oposto do conceito de 
ponto de estrangulamento, pois partia do pressuposto de que a oferta de infra-estrutura 
provocaria atividades produtivas; e a partir dessa avaliação, surgiu a percepção da 
importância dos cinco setores: energia, transporte, alimentação, indústrias de base e 
educação, que integraram o Plano de Metas. (ibidem) 
O Plano de Metas foi bem sucedido mesmo ocasionando problemas aos governos 
posteriores. A taxa média do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 7% no 
período de 1957-1962, o que contrasta favoravelmente com a taxa de 5,2% dos dois 
qüinqüênios anteriores. Tendo ainda um crescimento da renda real na ordem de 3,9%, ante 
os 2,1% nos períodos anteriores (1947-1951; 1952-1956). (ibidem) 
Atualmente, não se discute a importância do planejamento enquanto processo de 
tomada de decisão na gestão pública. O que deve ser destacado são as características das 
técnicas de planejamento voltadas à Gestão Pública. 
 
 
FICA A DICA 
 
Prezado aluno (a) 
Agora que terminamos esta introdução a disciplina, aproveite o material 
apresentado e pesquise mais informações sobre o tema tecnologia e sobre 
diferentes técnicas de planejamento. Sugiro a você que busque informações na 
Biblioteca do seu pólo e também no “Portal de Periódicos” da CAPES 
(http://www.periodicos.capes.gov.br). É uma excelente ferramenta para realizar 
buscas em artigos científicos confiáveis.

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