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EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos. § 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha Pena - reclusão, de doze a vinte anos § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos § 3º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. - Sujeitos passivos - pessoa jurídica - subtração de animal para exigir vantagem (extorsão- art. 158) - Elemento objetivo – “qualquer vantagem” – devida ou indevida??? (sequestro e exercício arbitrário) - Consumação e tentativa – crime permanente - Competência – prevenção - Formas qualificadas (§1º) Art. 159, § 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha - praticado por associação criminosa – art. 288 (absorção ou concurso material?) - §§ 2º, 3º e 4º § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos § 3º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos - aplicação exclusiva à vítima - morte culposa ou dolosa - Delação eficaz (§ 4º) § 4º -“Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços”. EXTORSÃO INDIRETA Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. ALTERAÇÃO DE LIMITES Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem: Usurpação de águas I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias; Esbulho possessório II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório. § 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada. § 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. DANO Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. DANO QUALIFICADO Parágrafo único - Se o crime é cometido: I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos; IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência. - Objeto jurídico - Crime subsidiário - Competência do Juizado Especial Criminal (JECRIM) - Composição civil dos danos Art. 74 (Lei 9.099/95). A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. - Sujeito ativo - Crime comum - Proprietário do bem - Artigo 346 CP Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. - Condômino da coisa - Bem fungível – art. 156, § 2º CP por analogia in bonan partem Furto de coisa comum Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 1º - Somente se procede mediante representação. § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. - Elemento objetivo do tipo Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia Obs: Pichar – grafitar - art. 65 da Lei 9605/98 Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. - Elemento subjetivo - Dano culposo - Dolo genérico ou específico - DANO QUALIFICADO Parágrafo único - Se o crime é cometido: I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017); - III - patrimônio particular locado - preso que danifica cela IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência. - Ação penal – art. 167 Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa. APROPRIAÇÃO INDÉBITA Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Aumento de pena § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; III - em razão de ofício, emprego ou profissão. - Objeto jurídico e objeto material (apropriação de dinheiro) - apropriação propriamente dita - apropriação por negativa de restituição - Requisitos: - Entrega do bem pela vítima de forma espontânea; - Agente deve ter a posse ou a detenção desvigiada; - Agente que recebe o bem deve estar de boa-fé; - Inversão da posse ou propriedade - Sujeito ativo e sujeito passivo - funcionário público como autor (peculato) - Elemento objetivo – “Apropriar-se” (consumindo a coisa; alterando a coisa; retendo a coisa e ocultando o objeto) - Posse do todo e do conteúdo - Apropriação de uso - Demora na restituição – estipulação de prazo - Consumação e tentativa - Art. 102 do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade: Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. - Causas de aumento (§1º) § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; III - em razão de ofício, emprego ou profissão. a) Depósito necessário divide-se em: - legal (peculato ou inciso II) - miserável - por equiparação (inciso III) - Discussão na doutrina (aplicação ao depósito miserável) Art. 647 do Código Civil. É depósito necessário: I - o que se faz em desempenho de obrigação legal; II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIAArt. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. - Crime omissivo, norma penal em branco - Sujeito ativo: crime próprio (substituto tributário) § 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. § 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. § 4º A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. CAPÍTULO VI DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES ESTELIONATO Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. - Objeto Jurídico e sujeito ativo - Sujeito passivo - determinado - Crime contra a economia popular – diferença – Lei 1.551/51 – Ex: obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas, mediante especulações ou processos fraudulentos - Conduta típica - Artifício - Ardil - Outro meio fraudulento - Consumação - Duplo resultado – prejuízo para a vítima e obtenção da vantagem ao agente - Tese do STJ sobre a consumação no crime de estelionato: ► Competência para julgar estelionato no caso em que o prejuízo ocorreu em local diferente da obtenção da vantagem. a) estelionato cometido por meio de cheques adulterados ou falsificados: o local da obtenção da vantagem ilícita é aquele em que se situa a agência bancária onde foi sacado o cheque adulterado, seja dizer, onde a vítima possui conta bancária. b) estelionato em que a vítima efetua depósito ou transferência de valores para uma conta corrente designada pelo estelionatário: em virtude da Lei nº 14.155/21, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima (posição anterior era de que o local seria a da obtenção da vantagem ilícita ou seja, no momento em que ele é depositado na conta do estelionatário). ■ Art. 70. (...) § 4º do CPP. Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. (Lei nº 14.155/2021) - Devolução da vantagem – arrependimento posterior – art. 16 CP Arrependimento posterior Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. - Tentativa - Se a vítima sofre o prejuízo, mas o agente não obtém a vantagem, o crime é tentado. - Crime impossível – utilização de meio inidôneo - Diferença entre estelionato e tráfico de influência – art. 332 CP TRÁFICO DE INFLUÊNCIA Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. - Falsificação de documento e estelionato - Concurso material - Estelionato - Súmula 17 do STJ - Falsidade - Concurso formal - Fraude bilateral - Posições - Estelionato judiciário – deslealdade processual e infração disciplinar Discutiu-se a possibilidade de se praticar o tipo do crime previsto no art. 171 do CP na seara judicial, denominado pela jurisprudência e doutrina de “estelionato judiciário”. Nesta instância, entendeu-se que as supostas manobras e inverdades no processo podem configurar deslealdade processual e infração disciplinar, mas não crime de falso e estelionato. O caso carece de tipicidade penal; estranho, portanto, à figura do estelionato, mais ainda à do denominado estelionato judiciário. Com esses fundamentos, entre outros, a Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, concedeu a ordem. Precedentes citados: RHC 2.889-MG, DJ 7/3/1994, e REsp 878.469-RJ, DJ 29/6/2007. HC 136.038-RS, Rel. Min. Nilson Naves, julgado em 1º/10/2009. - Art. 171 § 1º - criminoso primário e de pequeno valor o prejuízo § 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º - Art. 171 § 2º. Nas mesmas penas incorre quem: Disposição de coisa alheia como própria I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; - se estiver na posse – Apropriação Indébita Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; Defraudação de penhor III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; Art. 1.431 do Código Civil. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação. Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar. - Art. 171 § 2º. Nas mesmas penas incorre quem: Fraude na entrega de coisa IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém; Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro; Fraude no pagamento por meio de cheque VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. Fraude no pagamento por meio de cheque VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. - Condutas do inciso VI - Emissão do cheque e Frustração - Exigência de Má-fé Súmula nº 246 do STF: “Comprovado não ter havidofraude, não se configura o crime de emissão de cheques sem fundos” - Cheque pós-datado (pré-datado) - SITUAÇÕES ESPECÍFICAS a) Falsificação de cheque alheio - estelionato “caput” b) Abertura de conta corrente com documentos falsos e consequente obtenção de cheques verdadeiros do banco (fraude anterior à emissão) - estelionato “caput” c) Sustação do cheque antes de sua emissão. Nesse caso, a fraude é anterior à própria emissão - estelionato “caput” d) Emissão de cheques que ainda estavam em poder do agente, mas referentes a conta corrente que já fora encerrada - estelionato “caput” e) Cheque roubado – estelionato “caput” f) Cheque em substituição a outro título – fato atípico (a dívida já existia e continua existindo) g) Dívida antiga ou vencida – fato atípico (falta o dano patrimonial) – (a dívida já existia e continua existindo) h) Emissão de cheque imaginando ter dinheiro em conta – ilícito civil - Consumação e Foro Competente para julgamento - Súmulas 521 do STF e 244 do STJ ► RESTAM SUPERADAS as Súmulas 244 do STJ e 521 do STF Art. 70. (...) § 4º do CPP. Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. (Lei nº 14.155/2021) - Emissão de cheque em valor superior ao limite – Cheque Especial - Pagamento do cheque - Súmula 554 do STF “O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal”. - Arrependimento Posterior Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. - ESTELIONATO COM CHEQUE E PAGAMENTO DE ATO ILÍCITO (JOGOS) OU IMORAL (PAGAMENTO DE RELAÇÕES SEXUAIS – PROSTITUIÇÃO) - Divergência na doutrina e jurisprudência CRIME: Estelionato. Não Impede a sua configuração a Conduta Ilícita ou imoral da vítima (Torpeza Bilateral). Emissão de cheque, sem fundos, em pagamento de divida de jogo pode constituir crime de estelionato. O artigo 1477 do código civil, embora disponha que as dividas de jogo não obrigam a pagamento, todavia acrescenta: "mas não se poderá recobrar a quantia que voluntariamente se pagou". assim, embora o cheque seja dado prosolvendo e não pro soluto, força, força e reconhecer que, se o réu tivesse provisão de fundos, o cheque teria sido recebido e o réu não teria ação para recobrar a respectiva importância. logo, não há negar que, na espécie, a emissão do cheque sem fundos importou para a vítima um dano patrimonial (STF - HC 33.015). FATO ATÍPICO: “ As dívidas de jogo ou aposta não obrigam a pagamento. Sendo ato estranho ao Direito Civil, ipso facto , não está sujeito à sanção penal o cheque como meio de pagamento de tal dívida. Se a lei civil, em determinado caso, nega proteção ao patrimônio, não poderá ter cabimento aí a sanção penal ” (Tacrim-SP — Rel. Ricardo Couto — RT 413/272). Fraude eletrônica Art. 171, § 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. § 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância do resultado gravoso, aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional. - redes sociais: como Facebook, Twitter, Linkedin e Instagram - contatos telefônicos: pessoas se passando por funcionários das operadoras de cartão de crédito, também o envio de mensagem (por WhatsApp, por exemplo); - correio eletrônico fraudulento - qualquer outro meio fraudulento análogo: páginas na internet, por exemplo Furto mediante fraude por dispositivo eletrônico Estelionato mediante Fraude Eletrônica O agente subtrai coisa alheia móvel por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. Art. 155, § 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. O agente obtém vantagem ilícita com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou e-mail fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. Art. 171, § 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. - Não aplicação do Princípio da Insignificância Súmula nº 24 do STF. Aplica-se ao crime de estelionato, em que figure como vítima entidade autárquica da Previdência Social, a qualificadora do § 3.º do art. 171 do Código Penal. TESES DO STJ: “Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal. (Súmula n. 107/STJ)”. “O delito de estelionato previdenciário (art. 171, § 3º do CP), praticado pelo próprio beneficiário, tem natureza de crime permanente uma vez que a ofensa ao bem jurídico tutelado é reiterada, iniciando-se a contagem do prazo prescricional com o último recebimento indevido da remuneração”. “O delito de estelionato previdenciário, praticado para que terceira pessoa se beneficie indevidamente, é crime instantâneo com efeitos permanentes, iniciando-se a contagem do prazo prescricional a partir da primeira parcela do pagamento relativo ao benefício indevido”. ESTELIONATO CONTRA IDOSO § 4º § 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido contra idoso ou vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso. - Pena do “caput” 01 a 05 anos – neste caso, de 02 a 10 anos - Vedação do sursis processual – art. 89 da Lei 9099/95 “Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena”. - Aplicação ao caput e § 2º - Art. 106 do Estatuto Idoso –Lei nº 10.741/2003 Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente: Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. § 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019 – Pacote Anticrime) I - a Administração Pública, direta ou indireta; II - criança ou adolescente; III - pessoa com deficiência mental; ou IV - maior de 70 (setenta)anos de idade ou incapaz. - Retroatividade da Lei. Aplica-se aos casos em curso? - Teses do STJ: Tese 09: A exigência de representação da vítima como condição de procedibilidade para a ação penal por estelionato, inserida pela Lei n. 13.964/2019, não alcança os processos cuja denúncia foi apresentada antes da vigência de referida norma. ■ Julgados: AgRg no HC 701937/SC, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 16/11/2021, DJe 19/11/2021. Tese 10: A retroatividade da representação da vítima no crime de estelionato, inserida pelo Pacote Anticrime, deve se restringir à fase policial, pois não alcança o processo. AgRg no AREsp 1781548/MS, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 02/02/2021, DJe 08/02/2021 Jurisprudência em Teses, Edição nº 184, de 21 de janeiro de 2022 - Entendimento firmado pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal: A retroatividade da exigência de representação da vítima no crime de estelionato não deve ser aplicada nos casos em que o Ministério Público ofereceu a denúncia antes da entrada em vigor da Lei 13.964/2019 (pacote "anticrime") Não se aplica a retroatividade nas ações penais em que houve oferecimento da denúncia, "porque naquele momento o ato jurídico perfeito se consubstanciou". Por isso, é inaplicável a inovação legislativa em todas as ações penais já iniciadas antes da entrada em vigor da lei. CAPÍTULO VII DA RECEPTAÇÃO - Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. - Receptação - Espécies - Simples (PRÓPRIA e IMPRÓPRIA) – caput - Qualificada (§1º) - Culposa (§3º) - Crime acessório (parasitário) – crime antecedente - Contravenção penal anterior – não há receptação - Receptação de receptação - Artigo 180, § 4º § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. - Extinção da punibilidade do crime anterior – artigo 108 CP - Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. - Sujeito ativo – regra geral – qualquer pessoa - Pode ser Advogado? - Pode ser o Proprietário do bem? Casos de penhor - Pode ser o Autor do crime antecedente? - Sujeito passivo - Objeto material (bem móvel) - Receptação de imóvel – Possível? – divergência e posição do STF - Receptação de dinheiro – exemplo: empréstimo de conta para depósito de dinheiro proveniente de estelionato a) dolo desde o início - participação (por auxílio) no estelionato; b) dolo de obter proveito após a consumação do crime – receptação dolosa; c) dolo de favorecer o proveito do crime pelo criminoso – favorecimento real; d) dolo de dar aparência de legalidade ao dinheiro – lavagem de capitais (dinheiro) - Objeto material - “produto de crime” transformado em outra coisa ou dinheiro - receptação - Elemento subjetivo do tipo - Dolo (caput –”sabe” e § 1º - “deve saber”) - Dolo na Receptação e na Lavagem de Capitais - Receptação – dolo de adquirir (etc.) e obter proveito para si ou para terceiro. - Lavagem de Capitais – a finalidade da conduta é para converter dinheiro ilícito em lícito. - Receptação própria (art. 180, caput, 1ª parte) - Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte. - Consumação e Tentativa - Elemento subjetivo do tipo - Dolo direto - Dolo eventual? - receptação culposa - Dolo subsequente – não há crime - Diferença do Favorecimento Real (art. 349) - Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. - Receptação Imprópria (art. 180, caput, 2ª parte) - Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte. - Adquirente deve desconhecer a origem do bem - Consumação e Tentativa - Artigo 180, § 6º § 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. - Esse aumento de pena do § 6º do art. 180 do CP é aplicada a todas as espécies de receptação? - Receptação Qualificada – art. 180 § 1º § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. - Art. 180 caput – “sabe” – dolo direto (pena de 01 a 04) - Art. 180 §1º - “deve saber” – dolo eventual § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência. - Significado do “deve saber” (dolo eventual ou culpa?) - Comerciante que sabe da procedência ilícita – como punir? Informativo nº 546 do STF de 2009 - HC 97.344/SP, rel. Min. Ellen Gracie, 12.5.2009. (HC-97344). “...aduziu-se que a conduta descrita no § 1º do art. 180 do CP é mais gravosa do que aquela do caput, porquanto voltada para a prática delituosa pelo comerciante ou industrial, que, em virtude da própria atividade profissional, possui maior facilidade para agir como receptador de mercadoria ilícita. Em seguida, asseverou-se que, apesar da falta de técnica na redação do aludido preceito, a modalidade qualificada do § 1º abrangeria tanto o dolo direto quanto o eventual, ou seja, abarcaria a conduta de quem “sabe” e de quem “deve saber” ser a coisa produto de crime. Assim, se o tipo pune a forma mais leve de dolo (eventual), a conclusão lógica seria de que, com maior razão, também o faria em relação à forma mais grave (dolo direto), mesmo que não o tenha dito expressamente, pois o menor se insere no maior. HC 97344/SP, rel. Min. Ellen Gracie, 12.5.2009. (HC-97344)”. - Receptação Culposa (Art. 180 § 3º) § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. - Hipóteses Legais - Natureza do objeto - Desproporção entre preço e valor - Condição do ofertante - Forma Culposa - Dolo eventual? - Consumação e tentativa RECEPTAÇÃO DE ANIMAL Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. - Furto de Animais - ABIGEATO - Art. 155, § 6º (Furto de Semovente) A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. RECEPTAÇÃO DE ANIMAL Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósitoou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: - Objeto jurídico e objeto material - Sujeitos do delito (ativo e passivo) - coautor e partícipe do crime anterior - Condutas típicas - crime de ação múltipla - Elemento subjetivo - Dolo eventual e dolo direto - Fim especial de agir: produção ou comercialização Finalidade de consumo próprio (art. 180, caput) Finalidade tornar seguro a coisa produto do crime (art. 349) CAPÍTULO VIII DISPOSIÇÕES GERAIS IMUNIDADE ABSOLUTA (ESCUSA ABSOLUTÓRIA) Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; - União Estável (analogia in bonan partem) - Separação de fato II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. - Reparação do dano – na área cível CAPÍTULO VIII DISPOSIÇÕES GERAIS IMUNIDADE RELATIVA Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. CAPÍTULO VIII DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II - ao estranho que participa do crime. III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. TÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos. Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. - Objeto jurídico, sujeitos ativo e passivo - Art. 5º, inciso XXVII CF: “aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar”; – Lei nº 9.610/98 – Lei dos Direitos Autorais - Conduta - VIOLAR - Direitos do autor – criação da obra Benefícios Patrimoniais Criações artísticas Direitos do Autor Vantagens Morais Científicas Prerrogativas Econômicas Literárias - Direitos conexos ao do autor – interpretação, reprodução, transmissão, execução da obra. - Elemento Subjetivo, Consumação e tentativa § 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. § 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. § 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. - Hipótese de Programa de computador: Lei nº 9.609/98 § 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. AÇÃO PENAL Art. 186. Procede-se mediante: I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e 2º do art. 184; III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3º do art. 184. - Arts. 187 a 196 – REVOGADOS LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996 (Propriedade Industrial) TÍTULO IV DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Artigo 5º, XIII da C.F: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. - Competência de Julgamento: Federal ou Estadual? - Lesão Individual – competência estadual - Categoria profissional como um todo – competência federal Art. 109, inciso IV da CF – “os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral”; DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Divisão desses crimes: Arts. 197 a 199 – formas especiais de constrangimento ilegal. Arts. 200 e 201 - tratam da greve ilegal ou lockout. Art. 202 - trata do delito de sabotagem e a invasão de estabelecimentos empresariais. Arts. 203 e 204 - tratam da frustação de direitos trabalhistas e de lei sobre a nacionalização do trabalho. Art. 205 – exercício de atividade com infração de decisão administrativa Arts. 206 e 207 – tratam do aliciamento de trabalhadores ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência; II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de atividade econômica: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. - Sujeito passivo pessoa física e jurídica? - Condutas - crime material - Consumação ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO E BOICOTAGEM VIOLENTA Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. - Condutas: 1ª) Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho; - E a não celebração de contrato de trabalho? - Consumação – assinatura do contrato 2ª) Boicotagem violenta na área do comércio-indústria. - Consumação – com a omissão (não fornecimento – não aquisição) ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Art. 8º da CF: “É livre a associação profissional ou sindical... V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado em sindicato”: - Sujeito ativo - funcionário público pratica o crime? Abuso de Autoridade?– Lei nº 13.869/19 (Lei de Abuso) - análise PARALISAÇÃO DE TRABALHO, SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados. - Suspensão do trabalho (empregadores – lockout) Art. 17 da Lei nº 7.783/89. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout). Parágrafo único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção dos salários durante o período de paralisação. - Abandono Coletivo (empregados – greve) Art. 9º da CF: “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”. PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. - Dispositivo revogado ou não? Serviço Essencial ou não - Revogação – punição administrativa apenas – Lei nº 7.783/89 - Não revogação – punição penal – art. 201 Art. 9º da CF. É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. DECISÃO DO S.T.F. EM 2010 “(…) IV. DO DELITO DE PARALISAÇÃO DO TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO. Consta dos inclusos autos de inquérito policial que os denunciados (…), previamente ajustados e com unidade de desígnios, nos dias 07, 08 e 09 de abril de 2003, nesta cidade e subseção judiciária, participaram de abandono coletivo de trabalho, provocando a total interrupção do serviço de transporte coletivo urbano, serviço público de interesse coletivo e essencial (assim definido pelo art. 10, inciso V, da Lei Federal nº 7.783, de 28 de junho de 1989)... (...) Assim agindo, incorreram os denunciados no delito tipificado no art. 201 c.c. o art. 29, ambos do Código Penal brasileiro (…).” (RE/599943 – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SÃO PAULO, Rel. Min. Carmem Lúcia, 1ª Turma, julgamento em 8 de junho de 2010)”. INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. SABOTAGEM Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor: Pena – reclusão, de um a três anos, e multa. - Condutas: - 1) Invasão ou ocupação de estabelecimento - Finalidade específica (se não tiver finalidade específica?) - 2) Sabotagem - Modalidades da sabotagem FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho: Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência. § 1º Na mesma pena incorre quem: I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida; II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. - Norma penal em branco (art. 7º da C.F. e CLT) - Hipóteses legais - Jurisprudência - Tipos assemelhados e ação penal § 1º Na mesma pena incorre quem: I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida; II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. Redução a condição análoga à de escravo - PROTEÇÃO À LIBERDADE DE IR E VIR Art. 149 do CP. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. - Objetivo do legislador - Número mínimo de trabalhadores - Tráfico de Pessoas – art. 149-A Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; III - submetê-la a qualquer tipo de servidão IV - adoção ilegal; V - exploração sexual. ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL PARA OUTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional: Pena - detenção de um a três anos, e multa. § 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. TÍTULO V DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO ULTRAJE A CULTO E IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE ATO A ELE RELATIVO Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. Art. 5º, VI da Constituição Federal: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias”. - Objeto Jurídico - Sujeito ativo: crime comum - Padres, pastores, sacerdotes, rabinos, etc. - Condutas típicas - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa - Impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso - Vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso - Suspensão do processo – art. 89 da Lei 9099/95 INFORMATIVO Nº 935 DO S.T.F. – AGOSTO DE 2018. Lei estadual e sacrifício de animais em rituais ADI Parte 1 Parte 2 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS - 5262 “É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa,permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana. Com base nessa orientação, o Plenário, por maioria, negou provimento a recurso extraordinário em que discutida a constitucionalidade da Lei estadual 12.131/2004, que acrescentou o parágrafo único (1) ao art. 2º da Lei 11.915/2003 do estado do Rio Grande do Sul (Código Estadual de Proteção aos Animais). Para a Corte, a legislação local está em consonância com a Constituição Federal (CF). Sob o prisma formal, improcede a alegação de inconstitucionalidade ao argumento de a legislação versar sobre matéria penal. O ato normativo impugnado acrescentou ao código estadual situação de exclusão de responsabilidade administrativa na hipótese de abate de animais em cultos religiosos, que em nada se relaciona com a excludente de ilicitude penal. O caráter penal da legislação, por sua vez, exigiria a definição de fatos puníveis e suas respectivas sanções. O mencionado código estabelece regras de proteção à fauna, define conceitos e afasta a prática de determinadas condutas. Inexiste, portanto, descrição de infrações, tampouco de penas a serem impostas. Dessa forma, a natureza do diploma não é penal, mostrando-se impróprio falar em usurpação de competência da União. Igualmente não se pode considerar ofensa à competência da União para editar normas gerais de proteção do meio ambiente, sobretudo ante o silêncio da legislação federal acerca do sacrifício de animais com finalidade religiosa. Os dispositivos apontados pelo recorrente (arts. 29 e 37 (2) da Lei 9.605/1988) cuidam tão somente do abate de animais silvestres, sem abranger os domésticos, utilizados nos rituais”............. CAPÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE CERIMÔNIA FUNERÁRIA Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. - Objeto jurídico - Sujeitos do delito - Conduta típica - Crime comissivo ou omissivo VIOLAÇÃO DE SEPULTURA Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. - Crime vago – sujeito passivo a coletividade - Condutas: violar e profanar - Concurso de crimes - Violação e profanação - Violação e calúnia “Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: § 2º - É punível a calúnia contra os mortos”. - Violação e subtração de cadáver - Violação e furto DESTRUIÇÃO, SUBTRAÇÃO OU OCULTAÇÃO DE CADÁVER Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. - Condutas: destruir, subtrair ou ocultar - Objeto material: cadáver - Ossos e cinzas - Natimorto e o feto como objeto material (divergência) - Vítima enterrada viva - Remoção de Órgãos, tecidos e partes do corpo humano - Lei nº 9.434/97 - Lei nº 9.434/97 - Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo com as disposições desta Lei: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, de 100 a 360 dias-multa. Art. 15. Comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano: Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa. Art. 16. Realizar transplante ou enxerto utilizando tecidos, órgãos ou partes do corpo humano de que se tem ciência terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei: Pena - reclusão, de um a seis anos, e multa, de 150 a 300 dias-multa. Art. 17 Recolher, transportar, guardar ou distribuir partes do corpo humano de que se tem ciência terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei: Pena - reclusão, de seis meses a dois anos, e multa, de 100 a 250 dias-multa. VILIPÊNDIO A CADÁVER Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. - Objeto jurídico e sujeitos do crime - Conduta típica: vilipendiar - Consumação e tentativa TÍTULO VIII DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA CAPÍTULO I - DOS CRIMES DE PERIGO COMUM CAPÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS CAPÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA TÍTULO VIII DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA CAPÍTULO I DOS CRIMES DE PERIGO COMUM Crimes de Perigo - Perigo Concreto e Perigo abstrato - Perigo Individual e Perigo coletivo INCÊNDIO Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. - Objeto jurídico, sujeitos do delito - Consumação e tentativa - Imóvel afastado (Dano); - Incêndio para Homicídio; Incêndio e Estelionato (fraude seguro) - Exame pericial - Artigo 41 da Lei nº 9.605/98 –incêndio em mata ou floresta Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Aumento de pena § 1º - As penas aumentam-se de um terço: I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio; II - se o incêndio é: a) em casa habitada ou destinada a habitação; b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura; c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; d) em estação ferroviária ou aeródromo; e) em estaleiro, fábrica ou oficina; f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; g) em poço petrolífico ou galeria de mineração; h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. Incêndio culposo § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos Formas qualificadas de crime de perigo comum Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço. - Hipótese pretederdolosa (1ª parte) Incêndio Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. EXPLOSÃO Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. § 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Aumento de pena § 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo parágrafo. Modalidade culposa § 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um ano. OBSERVAÇÕES: Lei 10.826/03 – Estatuto do Desarmamento Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: § 1º Nas mesmas penas incorre quem: III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; Art. 251 – Perigo comume perigo concreto Art. 16, §1º, inciso III – perigo abstrato ou presumido Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. Roubo Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Modalidade Culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de três meses a um ano. - tóxico: venenoso (cloro, cianídrico, monóxido de carbono); - asfixiante: sufocante (nitrogênio, hélio, hidrogênio) - Uso pela polícia: exercício regular de direito/legítima defesa – excesso – art. 23, § único do CP (excesso punível) - Spray de pimenta, gás pimenta ou gás OC (de Oleorresina Capsicum): irrita os olhos e causa lacrimejamento, dor e mesmo cegueira temporária. Atualmente, no Brasil, seu uso é restrito a forças de segurança pública. Decreto nº 10.030, de 30 de setembro de 2019– regulamento de produtos controlados . - Uso de gás tóxico ou asfixiante e homicídio Homicídio qualificado Art. 121 § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; - Causar Poluição Art. 54 da Lei nº 9.605/98. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. INUNDAÇÃO Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa. PERIGO DE INUNDAÇÃO Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. DESABAMENTO OU DESMORONAMENTO Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Modalidade culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano. SUBTRAÇÃO, OCULTAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE MATERIAL DE SALVAMENTO Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. - Pode-se considerar medicamentos, máscaras e álcool gel como “material” ou “qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo”, no caso, a epidemia instalada - Subtrações de máscaras e lotes de álcool gel de hospitais - Furto ou Art. 257? - Sujeito ativo: qualquer pessoa, inclusive, o proprietário do material CAPÍTULO II DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E TRANS- PORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS Perigo de desastre ferroviário Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro: I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação; II - colocando obstáculo na linha; III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia; IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. - Objeto jurídico, sujeitos do delito - Conduta típica e consumação e tentativa Desastre ferroviário § 1º - Se do fato resulta desastre: Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa. § 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo. ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE TRANSPORTE MARÍTIMO, FLUVIAL OU AÉREO Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea: Pena - reclusão, de dois a cinco anos. ARREMESSO DE PROJÉTIL Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público por terra, por água ou pelo ar: Pena - detenção, de um a seis meses. Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço. CAPÍTULO III – DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA EPIDEMIA Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: Pena - reclusão, de dez a quinze anos. § 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. § 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos. - Objeto jurídico - Sujeito ativo e passivo - Conduta típica - Surto, epidemia, pandemia e endemia (diferenças) - Propagação de germes patogênicos (vírus, germes, bactérias, entre outros): febre amarela, difteria, coronavírus (COVID-19) § 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. - Lei 8072/90 – Lei dos Crimes Hediondos Art. 1º. São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). § 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos. - COVID-19 (Coronavírus) - Conduta dolosa e culposa (§§1º e 2º) - Intenção de matar (Homicídio) - Penas aplicáveis - Outras possibilidades penais - Intenção de transmitir Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta: II - perigo de vida; Pena - reclusão, de um a cinco anos. Perigo de contágio de moléstia grave Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. INFRAÇÃO DE MEDIDA SANITÁRIA PREVENTIVA Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro. - Crime de perigo abstrato ou presumido - Norma penal em branco - Infração de menor potencial ofensivo - Conduta típica: “infringir determinação do poder público” - Isolamento, quarentena, uso de máscara, evitar aglomerações, não utilização de espaços públicos, fechamento de estabelecimentosnão essenciais, etc. (Lei 13.979/2020) Lei 13.979/2020 Art. 3º Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional de que trata esta Lei, as autoridades poderão adotar, no âmbito de suas competências, entre outras, as seguintes medidas: (Redação dada pela Lei nº 14.035, de 2020) I - isolamento; II - quarentena; III - determinação de realização compulsória de: a) exames médicos; b) testes laboratoriais; c) coleta de amostras clínicas; d) vacinação e outras medidas profiláticas; ou e) tratamentos médicos específicos; III-A – uso obrigatório de máscaras de proteção individual; (Incluído pela Lei nº 14.019, de 2020) IV - estudo ou investigação epidemiológica; V - exumação, necropsia, cremação e manejo de cadáver; OMISSÃO DE NOTIFICAÇÃO DE DOENÇA Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. - Sujeito ativo: crime omissivo próprio - Desnecessidade de contato direto com o paciente Jurisprudência: “Omissão de notificação de doença – Febre tifóide – Imputação a farmacêutico – ‘A denúncia à autoridade pública de doença cuja notificação é compulsória só é exigível do médico e não também do farmacêutico’” (TACrimSP, Apelação, Rel. Rafael Granato, RT, 492:355). - Norma penal em branco - Doença de notificação compulsória: varíola, difteria, febre amarela, Covid-19, etc. - O CORONAVÍRUS está na lista nacional de notificação compulsória, como também na Lei 13.979/2020 (medidas de enfrentamento à pandemia). PORTARIA Nº 264, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2020 Legenda: MS (Ministério da Saúde), SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria Municipal de Saúde) PORTARIA Nº 264, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2020 ENVENENAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL OU DE SUBSTÂNCIA ALIMENTÍCIA OU MEDICINAL Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo: Pena - reclusão, de dez a quinze anos. § 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada. Modalidade culposa § 2º - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Jurisprudência: “O objeto jurídico tutelado pelo tipo penal inscrito no art. 270 do Código Penal é a incolumidade pública, não importando o fato de as águas serem de uso comum ou particular, bastando que sejam destinadas ao consumo de indeterminado número de pessoas” (STJ, HC 55.504/PI, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 11-12- 2007). FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE SUBSTÂNCIA OU PRODUTOS ALIMENTÍCIOS Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. - Crime de Perigo concreto - produto com validade vencida - Crime hediondo? NÃO - Condutas típicas – se visar pessoa determinada? - Objeto material ATENÇÃO!! Art. 1º Lei nº 8072/90: São considerados hediondos os seguintes crimes...: VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B) § 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado. § 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico. Modalidade culposa § 2º - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. Jurisprudência “Crime de falsificação de substâncias ou produto alimentícios (art. 272 do CP). Nocividade à saúde. Exigência para caracterizá-lo. Para que se caracterize o delito previsto no art. 272 e parágrafos do Código Penal, é indispensável que a falsificação ou adulteração etc. das substâncias torne o produto nocivo à saúde. Não basta o processo fraudulento. É imprescindível que ele torne a coisa prejudicial a higidez humana” (TJRS, Apelação 70000988295, Rel. Sylvio Baptista Neto, j. 21-9-2000). FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. § 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. - Perigo abstrato - produto com validade vencida - Crime hediondo? SIM Art. 1º Lei nº 8072/90: São considerados hediondos os seguintes crimes...: VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B) - Condutas típicas - Objeto material § 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. - Objeto material: medicamentos, matérias-primas, insumos farmacêuticos, cosméticos, saneantes e os de uso em diagnóstico. - Fabricação de álcool gel falsificado ou adulterado - álcool em gel é inegavelmente um saneante - crime hediondo § 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente;** II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; V - de procedência ignorada; ** VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. Modalidade culposa § 2º - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; O Supremo Tribunal firmou a seguinte tese (Tema 1003) sobre esse dispositivo (§1º-B, inciso I): "É inconstitucional a aplicação do preceito secundário do art. 273 do Código Penal, com redação dada pela Lei nº 9.677/98 (reclusão, de 10 a 15 anos, e multa), à hipótese prevista no seu § 1º-B, I, que versa sobre a importação de medicamento sem registro no órgão de vigilância sanitária. Para esta situação específica, fica repristinado o preceito secundário do art. 273, na redação originária (reclusão, de 1 a 3 anos, e multa)" STF. Plenário. RE 979962/RS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 1003) (Info 1011). Ministro Roberto Barroso (Relator): propunha a fixação da seguinte tese (tema 1.003 da repercussão geral): “É inconstitucional o preceito secundário do art. 273, § 1º-B, I, do Código Penal, devendo ser aplicadas à violação das condutas previstas no seu preceito primário, mediante analogia favorável ao réu, as penas previstas no art. 334-A do Código Penal”, no que foi acompanhado pelo Ministro Nunes Marques Ministro Alexandre de Moraes: propunha a fixação da seguinte tese: “É inconstitucional a redação dada ao preceito secundário do art. 273 (reclusão, de 10 a 15 anos, e multa) e prevista nos seus §§ 1º, 1º-A e 1º-B, do Código Penal, pela Lei nº 9.677/1998, devendo ser aplicadas à violação das condutas previstas em seus preceitos primários as sanções previstas na redação original do Código Penal (reclusão, de 1 a 3 anos, e multa)” Ministro Edson Fachin: propunha a seguinte tese: “A configuração das condutas previstas no art. 273,caput e § 1º e § 1º-A e § 1º-B, do Código Penal, depende de comprovação inequívoca da ocorrência de dano ou de perigo concreto de lesão à saúde” Inciso V - de procedência ignorada; EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA, ARTE DENTÁRIA OU FARMACÊUTICA Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. - Objeto jurídico - crime de perigo abstrato - Sujeito ativo: modalidades - parteira como autora - veterinário Art. 47 da LCP. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. - protético que passa a exercer atividades próprias do dentista “Acusado que se diz biologista mas exerce atos próprios dos médicos: exames e diagnósticos dos clientes, prescrevendo-lhes medicamentos. Habitualidade na prática de tais atos. A prática de atos de natureza clínica médica por pessoa leiga constitui fato típico, desde que executados com a habitualidade exigida pelo art. 282 do CP ” (Tacrim-SP — Rel. Gonçalves sobrinho — RT 430/380); “ Comete o delito de exercício ilegal quem se faz passar por ‘doutor’, sem ter concluído qualquer curso universitário, mantendo consultório, expedindo receitas e divulgando avisos pelo rádio sobre os dias em que irá clinicar no interior do município ” (TARS — Rel. Wolney Santos — RT 451/467); “ Exerce ilegalmente a Medicina, com fim de lucro, o estudante de Medicina que, mediante receituário assinado em branco por profissional habilitado, dirige clínica clandestina, atendendo a doentes e a eles fornecendo receituário ” (TARJ — Rel. Gama Malcher — RT 513/474). - Condutas típicas – crime habitual - Exercício da profissão sem autorização - Exercício da profissão excedendo-lhe os limites - Acupuntura –fato atípico - Forma qualificada Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço. Médico sem especialidade e Exercício Ilegal da Medicina O Parecer CFM n. 17/2014 afirma que “Os Conselhos Regionais de Medicina não exigem que um médico seja especialista para trabalhar em qualquer ramo da Medicina, podendo exercê-la em sua plenitude nas mais diversas áreas, desde que se responsabilize por seus atos e, segundo a nova Resolução CFM n° 1.701/03, não as propague ou anuncie sem realmente estar neles registrado como especialista.” - Responsabilidade penal fora das situações: - Art. 121, § 3º e Artigo 129, §6º (Culposos) Jurisprudência em teses do STJ Quando o agente no exercício irregular da medicina prescreve substância caracterizada como droga, resta configurado, em tese, o delito do art. 282 do Código Penal, em concurso formal com o art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006. Julgados: HC 139667/RJ, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 17/12/2009, DJe 01/02/2010; HC 9126/GO, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 05/12/2000, DJ 13/08/2001 p. 265. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 420) (Vide Jurisprudência em Teses N. 126 – TESE 6) http://www.stj.jus.br/internet_docs/jurisprudencia/jurisprudenciaemteses/Ju risprud%C3%AAncia%20em%20Teses%20131%20- %20Compilado%20Lei%20de%20Drogas.pdf http://www.stj.jus.br/internet_docs/jurisprudencia/jurisprudenciaemteses/Jurisprud%C3%AAncia em Teses 131 - Compilado Lei de Drogas.pdf CHARLATANISMO Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. - Objeto jurídico - Sujeito ativo: - médico como autor? - Conduta típica, consumação e tentativa - Distinção do exercício ilegal da medicina - Distinção do estelionato - Concurso de crimes CURANDEIRISMO Art. 284 - Exercer o curandeirismo: I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; III - fazendo diagnósticos: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa. - Distinção entre curandeirismo, charlatanismo e exercício ilegal da medicina. “ Quem prescreve o uso de água fria, com a aposição de mãos e invocação de forças sobrenaturais, para cura de doença, pratica o curandeirismo, que é crime contra a saúde pública ” (TJRS — Rel. Mário Boa Nova Rosa — RF 204/345) “ O curandeirismo é uma especial modalidade do crime de exercício ilegal da medicina, consagrada como figura autônoma. No seu exercício a arte de curar despe-se inteiramente dos seus atributos científicos; serve-se da credulidade ingênua, da ignorância e, sobretudo, da superstição ” (Tacrim- SP — Rel. Dante Busana — Jutacrim 75/355); “A liberdade de crença e de culto asseguradas no art. 5º, VI, da Constituição Federal não exclui o crime quando padre, pastor ou líder religioso deixa de lado a pregação da fé e passa a atos concretos de tratamento da saúde de fiéis doentes por meio de benzeduras, tratamentos místicos, passes, ministração de óleos sem poder de cura etc”. TÍTULO VII DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO BIGAMIA Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena - reclusão, de dois a seis anos. § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos. § 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime. Código Civil - Art. 1.521. Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. - Objeto jurídico - Sujeito ativo e passivo - Conduta típica - falsificação de documentos para a bigamia - casamento religioso e bigamia “Art. 1.515 do C.C. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração”. - Casamento e União Estável (Bigamia): Código Civil chama a relação recorrente entre pessoa casada e amante de concubinato. C.C. - Art. 1.723, § 1º. A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. C.C. - Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato. Código Civil - Art. 1.521. Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de
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