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Captação e Distribuição de Água

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Conteudista: Prof.ª M.ª Marli dos Reis
Revisão Textual: Prof.ª Esp. Lorena Garcia Aragão de Souza
 
Objetivos da Unidade:
Conhecer a história dos sistemas de captação e distribuição de água;
Conhecer o processo de captação e distribuição de água e relacioná-lo às
condições sanitárias favoráveis à saúde pública;
Conhecer detalhadamente as etapas da captação;
Conhecer o processo de tratamento, transporte e reservação;
Conhecer os componentes da distribuição.
 Material Teórico
 Material Complementar
 Referências
Captação e Distribuição de Água
Introdução
A palavra saneamento vem do latim Sanus; segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)
“Saneamento é o gerenciamento ou controle dos fatores físicos que podem exercer efeitos
nocivos ao homem, prejudicando seu bem-estar físico, mental e social.” (OMS, 2004 apud
FUNASA, 2015, p. 10).  
Podemos dizer que essa definição é a que melhor traduz o conceito do saneamento, uma vez que
não nomeia os fatores físicos que possam oferecer riscos ao homem, variando de acordo com
fatores, como a época, a circunstância e a cultura.
Se pensarmos nas civilizações desde a Pré-história, podemos concluir que as necessidades e as
formas de sanear variam de acordo com a evolução da espécie humana.
As civilizações primitivas eram nômades e alimentavam-se de caça, pesca e do cultivo de
subsistência (PINSKY, 2011).
Ao longo do tempo, as formas de organização social foram mudando, e constituíram-se as
cidades, que vêm evoluindo e requisitando novos usos dos recursos naturais (PINSKY, 2011).
A Revolução Industrial, iniciada em 1760, foi responsável por significativas mudanças culturais,
sociais, comportamentais e ambientais em todo o mundo. 
O êxodo rural ocasionado pela intensa atividade migratória para os grandes centros, as novas
formas de desenvolvimento da atividade produtiva, com mais velocidade e maior volume de
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 Material Teórico
produção, foram responsáveis pelo aumento da geração de resíduos e de efluentes (IGLÉSIAS,
1990).
Observa-se um grande aumento da população mundial a partir da revolução industrial: a
população então contabilizada em 603 milhões de habitantes, passou para um bilhão, em 1850. 
O período após a segunda guerra mundial também se caracteriza por um grande aumento
populacional. Em 1950, a população era contabilizada em 2,5 bilhões de habitantes, chegando a
6 bilhões no ano 2000.
O desenvolvimento das ações de saneamento no Brasil ocorreu de forma muito lenta e quase
sempre com um caráter corretivo, ou seja, motivado pelo abrandamento de alguma
consequência. 
No entanto, as medidas sanitárias, juntamente com o desenvolvimento do programa de
imunização, foram responsáveis pela redução da mortalidade infantil, pelo controle e pela
redução de ocorrência de doenças infectocontagiosas relacionadas à higiene, causadas por
vetores e veiculadas por meio hídrico.
Conhecer a história do saneamento e os fatores que foram preponderantes para a formação do
seu quadro atual é fundamental para que se consiga entender as dimensões da problemática que
envolve a universalização do saneamento pactuada pelo Novo Marco Legal do Saneamento para
2033.
Leitura  
Cronologia Histórica da Saúde Pública  
Esta Unidade se propõe a apresentar os sistemas de captação e
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ACESSE
Saneamento Básico
As primeiras ações sanitárias que se tem registro na sociedade atual ocorreram na Europa, no
período da “urbanização industrial”, no qual aconteceu rápida disseminação de doenças
transmissíveis entre as pessoas e relacionadas às condições precárias de higiene.
A saída encontrada para resolver esses problemas foi o saneamento, visto nessa época também
como forma de melhorar o aspecto plástico das cidades. Dessa forma, as ações de saneamento
iniciaram como modo de melhorar as condições de saúde, passando também ao
desenvolvimento do planejamento urbano, de tal forma que, entre os anos de 1830 e 1875,
passaram a ser vistos de forma indissociável (GUIMAR, 2015). 
Os primeiros registros no Brasil datam de 1561, no município do Rio de Janeiro, com a
perfuração de um poço para abastecimento da cidade. A partir de então, foram estabelecidas
pequenas ações individuais de saneamento voltadas principalmente ao abastecimento de água.
No final do século XIX, os serviços de saneamento foram entregues a companhias estrangeiras,
principalmente inglesas. O primeiro serviço de abastecimento de água encanada foi construído
entre os anos de 1857 e 1877. Devido à má qualidade dos serviços prestados pelas empresas
estrangeiras, o serviço foi estatizado, e a partir de 1940 surgiram as primeiras autarquias, sendo
cobrados os serviços com a finalidade de mantê-los (BRASIL, 2015; BRASIL, 2007; MEJIA et al.,
2003; MIGUELES et al., 2010).
distribuição de água, que devem ser estudados conjuntamente com o
conhecimento da realidade que eles pretendem transformar. Acesse o
link e veja a cronologia histórica da saúde pública publicada pela
Funasa.
http://www.bit.ly/3j937YY
Em 05 de janeiro de 2007, foi sancionada a Lei 11.445 – O Marco Legal do Saneamento, com as
seguintes definições para o Saneamento Básico e Ambiental:
Em junho de 2020, o senado aprovou o projeto de lei que define o chamado Novo Marco Legal do
Saneamento. A Lei 14.023/2020, que atualiza a Lei 11.445/2007, define a Agência Nacional de
Águas e Saneamento Básico (ANA) como órgão regulador do saneamento e propõe mudanças
com o objetivo de alcançar a universalização do saneamento no Brasil, fixando como prazo o
ano de 2033, e como metas de atendimento para a universalização o percentual de 99% da
população atendida com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgotos até 2033.
- BRASIL, 2007, n. p.
- BRASIL, 2015, p. 18
“Art. 2º
§ I - Saneamento Básico: conjunto de serviços, infraestrutura e instalações
operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e
manejo de resíduos e drenagem e manejo das águas pluviais.”
“Saneamento Ambiental é um conjunto de ações que visam a salubridade
ambiental, formadas por abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos,
gerenciamento de resíduos sólidos, gasosos, drenagem urbana, controle de
doenças transmissíveis e demais medidas.”
O Marco Legal do Saneamento, em seu artigo 3°, define os serviços públicos de abastecimento
de água: 
“Seção II
Dos Serviços Públicos de Abastecimento de Água 
Art. 3º Consideram-se serviços públicos de abastecimento de água a sua
distribuição mediante ligação predial, incluindo eventuais instrumentos de
medição, bem como, quando vinculadas a esta finalidade, as seguintes atividades:
I - reservação de água bruta;
II - captação;
III - adução de água bruta;
IV - tratamento de água;
V - adução de água tratada; [...]
CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES 
Art. 2º Para os fins deste Decreto, consideram-se:
VI - reservação de água tratada.
Sistema de Abastecimento de Água
Segundo TSUTIYA (2006), ser atendido com abastecimento de água de qualidade e em
quantidade compatíveis com as demandas, constitui uma das principais necessidades humanas.
De acordo com BRASIL (2015), um sistema de abastecimento de água pode ser dimensionado e
projetado para o atendimento de uma pequena comunidade ou grandes centros, da mesma
forma, os seus ativos dependerão do tamanho da população a ser atendida, assim como de
características topográficas, topológicas e climáticas.
Os sistemas de abastecimento de água retiram a água da natureza (rios, córregos e lagos –
naturais e/ou artificiais, aquíferos etc.) (BRASIL, 2015).
Cronologia do Sistema de Abastecimento de Água (TSUTIYA, 2006)
- BRASIL, 2007, n. p.
A cidade de Knossos, na ilha de Creta, desenvolveu, por volta de 1700-1450 a.C., o
primeiro sistema de transporte de água, que utilizava condutos circulares e
distribuía água para a cidade e para o palácio em tubulações pressurizadas;
Na região de Anatólia – Turquia, entre 2000 e 200 a.C., foi desenvolvido um sistema
de abastecimento
com tubulações, canais, túneis, sifões invertidos, aquedutos,
reservatórios, cisternas e barragens;
XXIV - sistema de abastecimento de água: instalação composta por conjunto de
infraestruturas, obras civis, materiais e equipamentos, destinada à produção e à
distribuição canalizada de água potável para populações, sob a responsabilidade do
Poder Público.”
Na cidade de Ephesus foi construído um sistema de abastecimento de 4 a 14 d.C.,
constituído por uma barragem, uma adutora e uma rede primária, toda com material
cerâmico;
Até o ano 100 d.C., os romanos construíram vários aquedutos com finalidade de
trazer água de localidades mais distantes; alguns tinham escoamento livre em
canais;
Em 1237, foi construído em Londres o primeiro sistema de abastecimento de água
tratada, utilizando-se tubos de chumbo;
Em 1455, foi utilizada a primeira tubulação de ferro fundido na Alemanha;
Em 1652, uma adutora de ferro fundido foi construída em Boston e em 1664, uma
adutora de 22 km foi construída na França;
Em 1754, foi construído o primeiro sistema de abastecimento de água dos EUA, no
estado da Pennsylvania;
No Brasil, a primeira cidade a ter sistema de abastecimento foi o Rio de Janeiro que,
em 1561, teve o seu primeiro poço escavado por Estácio de Sá;
Em 1673, foram iniciadas as obras de adução para a cidade, com construção do
primeiro aqueduto em 1723;
Em 1876, foi contratado o projeto para o primeiro sistema de abastecimento de água
encanada do Rio de Janeiro;
Em 1744, foi construído o primeiro chafariz público, e em 1746, foram construídas
pequenas redes adutoras;
Em 1842, foi elaborado o primeiro projeto de adução e distribuição de água
encanada;
Em 1881, foi realizado o primeiro estudo de perdas de água no abastecimento; no
primeiro levantamento, a cidade Glasgow, na Escócia, apresentou índice de perdas
de 77%;
Concepção do Sistema de Abastecimento
Para desenvolver um sistema de abastecimento de água, é preciso muito mais que a
disponibilidade de água e a necessidade de atendimento de uma população (TSUTIYA, 2006). 
O processo de concepção de um sistema passa por várias etapas, como a identificação dos
fatores que interferem no sistema, o diagnóstico do sistema existente (quando houver), o
estabelecimento dos parâmetros básicos de projetos, o dimensionamento das unidades
componentes do sistema, conhecer as características da população a ser atendida, dentre outras
(BRASIL, 2015).
Devem ser definidos vários cenários e a escolha do mais indicado deve ponderar entre as
condições técnicas de execução, as variáveis econômicas e as variáveis ambientais (BRASIL,
2015; TSUTIYA, 2006).
Componentes de um Sistema de Abastecimento de Água (TSUTIYA,
2006)
Em 1950, o Brasil fez o primeiro levantamento de perdas, na cidade de Manaus, com
índice de 70%.
Manancial: pode ser um corpo hídrico superficial ou subterrâneo, natural ou
artificial, que forneça a vazão necessária para atendimento à demanda de consumo
da população que se pretende abastecer;
Captação: conjunto de estruturas que possibilitam a extração de água do manancial;
Estação Elevatória (EE): conjunto de equipamentos que possibilitam o recalque de
água bruta ou tratada, vencendo cotas mais altas a jusante, de modo a atingir o
próximo elemento do sistema;
Adutora: tubulação de grande porte, com relação ao sistema, que realiza o transporte
de água bruta ou tratada; nesse último caso, elas precedem as redes de distribuição;
Estudo do Sistema de Abastecimento de Água
Diagnóstico
Para concepção do sistema de abastecimento de água, é imprescindível que se faça um
diagnóstico preciso e realístico, de forma a garantir o melhor atendimento ao cliente e a
operação do sistema.
Nessa etapa, segundo BRASIL (2015) e TSUTIYA (2006), devem ser considerados os seguintes
parâmetros:
Estação de Tratamento de Água (ETA): sistema desenvolvido para purificação da
água bruta, eliminando contaminantes e patógenos, adequando-a aos padrões de
potabilidade definidos pelas Portarias;
Reservatório: acondiciona a água tratada e garante o abastecimento da população
pela regulação da pressão nas redes de distribuição;
Redes de distribuição: constituem o último elemento do sistema de distribuição,
antecedem o ramal predial e têm a função de levar a água tratada até o cliente;
Setor de Abastecimento de Água: subdivisão do sistema de abastecimento definido
por características topológicas e/ou topográficas, de forma a facilitar o
abastecimento e a operação do sistema;
Válvula Redutora de Pressão (VRP): equipamento responsável pela redução de
pressões no setor de abastecimento; pode trabalhar com pressão fixa ou modulada,
possibilita o acompanhamento remoto;
Normas Técnicas para Projetos de Sistemas de Abastecimento de Água: NBR 12211,
NBR 12212, NBR 12213, NBR 12214, NBR 12215, NBR 1216, NBR 12217 e NBR 12218.
As características físicas, como mapa, vias, relevo e vegetação;
Pré-dimensionamento das Unidades Componentes do
Sistema
Captação e Adução
As diretrizes de uso e a ocupação do solo, como planos diretores, delimitação de
áreas de proteção, contaminadas etc.; 
Aspectos socioeconômicos; 
Os sistemas e as infraestruturas existentes, índice de cobertura, licenciamento;
Características de dimensionamento e atendimento: área a ser atendida,
quantidade de população a ser atendida, regularidade de abastecimento, índice de
perdas, características da água bruta a ser tratada, manejo e gerenciamento dos
resíduos, consumo per capita e por economia;
Levantamento e análise dos estudos existentes;
Parâmetros de projeto: consumo per capita, coeficiente de variação das vazões K1,
k2 e k3, coeficiente de demanda industrial, níveis de atendimento no período do
projeto, horizonte de projeto;
Demanda de água: análise do consumo nas categorias comercial, residencial,
pública, industrial e especial;
Cálculo das demandas: cálculo da demanda média, máxima diária e horária,
considerando setor de abastecimento e sazonalidade;
Estudo dos mananciais: estudo e levantamento hidrológico, uso de recursos
hídricos na área de influência do setor de abastecimento, cota de inundação,
características sanitárias e ambientais da bacia, condição da bacia a montante e a
jusante, levantamento sanitário da bacia, tratabilidade das águas dos mananciais.
A captação pode ser realizada em águas superficiais (rios, lagos, represas) que possuam
capacidade de atendimento à vazão requerida, sem prejuízo do manancial, assim como da fauna
e da flora da região. Pode também ser realizada em águas subterrâneas, normalmente por meio
de furação de poços.
Há necessidade de outorga para captação e uso da água, independentemente do tipo de
manancial.
O projeto de captação e adução deverá contemplar, além das condições de atendimento do
manancial, como calha, vazão etc., também, os demais elementos necessários para que a água
seja transportada até a ETA – EEA bruta, EEA tratada e adutoras de água bruta, adutoras de água
tratada e reservatórios. 
A captação e o transporte da água bruta podem ser feitos por gravidade ou por linha de recalque,
podendo o sistema ser misto. Os diâmetros e os materiais das tubulações devem ser definidos
considerando as principais caraterísticas do sistema, a vazão de adução e a população a ser
atendida.
Figura 1 – Estação de tratamento
Fonte: saaesp.sp.gov.br
Estação de Tratamento de Água – ETA
A ETA pode ser dimensionada para tratamento simplificado, convencional ou avançado,
dependendo da classificação do manancial e também do uso a que se destina.
A resolução CONAMA 357, de 2005, define parâmetros para enquadramento dos corpos hídricos
de águas doces, salobras e salinas, ou seja, define classes com características específicas quanto
ao uso possível e ao tipo de tratamento necessário (SIGRHSP, [20--]).
“Resolução Conama 357
Classes de Qualidade das Águas Doces Superficiais (art. 4º)
Classe Especial, águas destinadas a(o):
Abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
Preservação do equilíbrio
natural das comunidades aquáticas;
Preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção
integral.
Classe 1, águas que podem ser destinadas a(o):
Abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;
Proteção das comunidades aquáticas;
Recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho),
conforme CONAMA 274/00;
- SIGRHSP, [20--], n. p., grifos nossos
Irrigação de hortaliças consumidas cruas e de frutas (rente ao solo) e que
sejam ingeridas cruas sem remoção de película;
Proteção das comunidades aquáticas em terras Indígenas.
Classe 2, águas que podem ser destinadas a(o):
Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;
Proteção das comunidades aquáticas;
À recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho),
conforme CONAMA 274/00;
Irrigação de hortaliças e plantas frutíferas, parque e jardins e outros com os
quais o público possa vir a ter contato direto;
Aqüicultura e à atividade de pesca.
Classe 3, águas que podem ser destinadas a(o):
Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou
avançado;
Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
Pesca amadora;
Recreação de contato secundário;
Dessedentação de animais.
Classe 4, águas que podem ser destinadas à:
Navegação;
 Harmonia paisagística.
Tipos de Tratamento
Simples desinfecção: cloração (processo de adição de cloro antes da distribuição).  Simplificado:
adição de cloro e flúor na água antes da distribuição à população. Convencional: a água bruta
passa pelos processos de pré-cloração, pré-alcalinização, floculação, decantação, filtração,
correção de PH, desinfecção (cloração) e fluoretação, antes de ser distribuída à população. 
Avançado: clarificador de contato, pré-oxidação, flotação, centrifugação e membranas
filtrantes. 
Para definição do tratamento que será feito na ETA, é necessário o conhecimento da classe do
manancial que se vai tratar (FINKELMAN; SILVA-JR; CARMARCIO, 2004). A ETA para o
tratamento convencional é dimensionada considerando as etapas descritas na Figura 2:
Figura 2 – Etapas da estação de tratamento de água
convencional
Fonte: Adaptada de SABESP, 2022
 
#ParaTodosVerem: A figura representa as etapas do tratamento de água bruta.
No canto superior esquerdo da figura, existe um retângulo azul, no qual consta a
inscrição – represa; esse retângulo está marcado com o número 1, indicando
que é a primeira etapa do tratamento. Abaixo do retângulo consta a inscrição
bombeamento, da qual parte uma seta vertical, apontada para baixo; a seta
indica uma nova figura em formato cônico, com a inscrição número 2; ao lado
direito da figura constam as palavras sulfato de alumínio, cal e cloro, que são os
produtos químicos adicionados nessa etapa do tratamento. Dessa figura
derivam duas linhas paralelas que dão a ideia de uma tubulação que se conecta
com um retângulo horizontal; abaixo da figura 2 e ao centro, esse retângulo está
dividido em três partes, numeradas com os algarismos 3, 4 e 5, sendo,
respectivamente, as seguintes etapas do tratamento: floculação, decantação e
filtração. Abaixo de cada parte do retângulo consta o nome da etapa que cada um
representa. Na etapa de filtração, acima do retângulo, constam as inscrições
carvão, areia e cascalho, indicando as camadas da composição do filtro. Da etapa
filtração deriva uma seta horizontal no sentido da direita, numerada com o
algarismo 6; abaixo da seta constam as inscrições cal, cloro e flúor, indicando
que nessa etapa são adicionados esses produtos químicos. Essa seta se conecta a
um retângulo azul numerado com o algarismo 7, alinhado horizontalmente ao
retângulo anterior; nele, consta a inscrição Reservatório Água Final (ETA). Do
canto superior direito desse retângulo deriva uma seta à direita, e acima dessa
seta consta uma figura cônica que representa um reservatório elevado. Ao lado
esquerdo da figura consta a inscrição reservatório dos bairros. Dessa figura
deriva uma seta vertical com inclinação de 80 graus; acima da seta consta uma
representação gráfica com várias figuras horizontais representando prédios,
indicando que o final do processo de tratamento é o abastecimento. Fim da
descrição.
As etapas de pré-cloração e pré-alcalinização são opcionais, nem todas as ETAs são
dimensionadas com elas. Na etapa de pré-cloração, é adicionado cloro na água bruta para
facilitar a retirada de matéria orgânica e metais; na etapa de pré-alcalinização, é adicionada cal
ou soda após a pré-cloração, para ajustar o PH aos valores necessários para as etapas vizinhas.
A captação de águas profundas – poços, geralmente dispensa o tratamento, inclusive
simplificado; as várias camadas permeáveis fazem a filtração da água, que devido à profundidade
não oferece risco de contaminação.
O dimensionamento dos reservatórios deve considerar no mínimo o consumo de 24 horas de
dispêndio, a fim de minimizar os problemas de desabastecimento ocasionados por
manutenções preventivas e/ou coletivas.
Importante!  
Nas regiões litorâneas, principalmente do estado de São Paulo, é
bastante comum a captação de manancial de Serra. Para esse caso,
normalmente é necessário apenas um tratamento simplificado da
água, com aplicação de cloro e flúor.
Vídeo 
Como é Feito o Tratamento de Água
Como é feito o TRATAMENTO DE ÁGUA #Boravê com Mari Fulfar…
https://www.youtube.com/watch?v=cWBSF0VyiMI
Reservação
Os reservatórios são partes importantes do sistema e têm várias funções, como regularização de
vazão – recebe vazão média constante fazendo a reservação nos momentos de menor consumo
para suprir a demanda no horário de maior consumo; segurança no abastecimento – atende o
abastecimento nos momentos de interrupções da adução; reserva de água para incêndio – supre
vazões extras para combate a incêndios; e regularização de pressões – dependendo da
localização do reservatório (TSUTIYA, 2006).
Embora apresente várias vantagens, os reservatórios têm alto custo de implantação e dependem
de disponibilidade de área em cota adequada, o que nem sempre é fácil de encontrar nos grandes
centros e nos locais muito adensados.
Os reservatórios devem ser dimensionados de forma a atender a demanda de consumo diária do
setor de abastecimento; não devem ser construídos reservatórios com capacidade muito
superior à do consumo diário, pois a água reservada sem circulação pode perder o desinfetante
residual.
Classificação dos Reservatórios
Quando referimos à localização dos reservatórios no sistema de abastecimento, podemos ter
reservatório de montante, de jusante e intermediário.
O reservatório de montante é o primeiro elemento do sistema de distribuição (Figura 3). A partir
dele podem sair adutoras que vão alimentar o sistema de distribuição ou adutoras que alimentam
um outro reservatório, que pode ser de sobra ou de abastecimento de outro sistema.
O reservatório de jusante (Figura 3) pode ser de passagem, trabalhando como sobra nos
momentos no menor consumo, ou também pode estar localizado a jusante da área abastecida.
O reservatório de posição intermediária fica intercalado no sistema e pode ter a função de
equalizar pressões, ou mesmo de regular a transição do sistema de recalque para gravidade
(TSUTIYA, 2006).
Reservatórios a Montante e a Jusante do Sistema de
Abastecimento
Figura 3 – Reservatórios de montante e jusante
Fonte: Adaptada de TSUTIYA, 2006, p. 341
 
#ParaTodosVerem: A figura representa os reservatórios a montante e a jusante
do sistema de abastecimento, com a indicação das linhas piezométricas com e
sem consumo, com relação à área abastecida. Lendo a figura da esquerda para a
direita, existe um retângulo representando o reservatório a jusante; ao centro da
figura, existe a localidade a ser abastecida, que é formada por onze retângulos de
tamanhos diferentes, sendo três perfilados ao fundo, cinco à frente destes, dois
menores à esquerda e um à direita, representando prédios e residências; à
direita e alinhado verticalmente, considerando a base
superior do primeiro
retângulo, um pouco abaixo, existe um segundo retângulo azul, que representa
o reservatório a jusante do sistema de abastecimento, em cota inferior ao
reservatório de montante. A partir do canto superior direito do primeiro
retângulo – reservatório de montante, derivam duas linhas tracejadas em azul; a
primeira conectando-se ao canto superior esquerdo do segundo retângulo –
reservatório a jusante, e a segunda formando um ângulo de 30 graus com
relação à primeira linha, até o centro da figura, partindo dela uma terceira linha
que se conecta ao canto superior esquerdo do segundo reservatório –
reservatório a jusante. Essas três linhas representam a linha piezométrica entre
os reservatórios e a localidade a ser abastecida, sendo a primeira linha
piezométrica entre os dois reservatórios quando não há consumo, portanto,
constante; e a segunda e a terceira linhas representam a linha piezométrica
entre os reservatórios e a localidade a ser abastecida quando há consumo. Fim
da descrição.
Reservatório Elevado com Indicação das Linhas
Piezométricas com e sem Consumo
Figura 4 – Reservatório elevado
Fonte: Adaptada de TSUTIYA, 2006, p. 339
 
#ParaTodosVerem: A figura representa o reservatório elevado com a indicação
das linhas piezométricas com e sem consumo com relação à área abastecida.
Lendo a figura da esquerda para a direita, existe um retângulo azul sobre duas
hastes cruzadas, formando ângulo interno de 30 graus, indicando que o
reservatório está elevado com relação ao nível do solo; sobre o retângulo azul
está escrito reservatório elevado; a partir do canto superior direito do retângulo,
derivam duas linhas  tracejadas em azul; a primeira formando um ângulo de 5
graus com relação à face superior do retângulo – reservatório, e a segunda
fazendo um ângulo de 20 graus com a primeira linha, que representa a linha
piezométrica entre o reservatório e a localidade a ser abastecida; a segunda linha
representa a linha piezométrica entre o reservatório e a localidade a ser
abastecida quando há consumo. A localidade a ser abastecida está representada
à direita da figura e é formada por onze retângulos de tamanhos diferentes,
sendo três perfilados ao fundo, cinco à frente destes, dois menores à esquerda e
um à direita, representando prédios e residências. Fim da descrição.
Quanto à localização no terreno (Figura 5), o reservatório pode ser enterrado – quando fica
localizado em cota inferior à do terreno; semienterrado – tem no mínimo um terço de sua cota
total abaixo da cota do terreno; apoiado – cota de base é a mesma do terreno; elevado (Figura 4)
– cota do terreno é menor que a cota de base do reservatório.
A escolha pelo tipo de reservatório dependerá da cota piezométrica necessária para o
abastecimento e/ou da área disponível para implantação do reservatório.
Tipos de Reservatórios quanto à Localização no Terreno
Figura 5 – Tipos de reservatórios
Fonte: Adaptada de TSUTIYA, 2006, p. 344
 
#ParaTodosVerem: A figura representa os tipos de reservatório quanto à
localização no terreno – tipos de localização dos reservatórios. Linha horizontal
marrom que exemplifica a linha do terreno. Lendo a imagem da esquerda para a
direita, temos quatro retângulos de cor azul, distribuídos horizontalmente na
figura, que representam os reservatórios. O primeiro retângulo representa o
reservatório enterrado e está localizado abaixo da linha marrom – que
representa o terreno, demonstrando que está totalmente inserido dentro do
solo, sem nenhuma parte à vista. O segundo retângulo representa o reservatório
semienterrado e está com aproximadamente um terço da figura abaixo da linha
marrom – terreno, representando que está parcialmente enterrado no solo;
porém, tem uma parte, nesse caso, dois terços da altura da figura, que fica
visível. O terceiro retângulo representa o reservatório apoiado e aparece sobre a
linha marrom, indicando que fica totalmente exposto e apoiado sobre o solo. O
quarto retângulo representa o reservatório elevado e está sobre duas hastes
verticais cruzadas, formando ângulo interno de 30 graus; essas hastes
encostam na linha marrom, indicando que sustentam o reservatório sobre o
solo, deixando-o acima do nível do solo. Sobre cada um dos quatro retângulos
estão escritos os respectivos nomes – reservatório enterrado, reservatório
semienterrado, reservatório apoiado e reservatório elevado. Fim da descrição.
Distribuição
O sistema de distribuição é composto por adutoras de água tratada, redes primárias e redes de
distribuição, além de elementos, como válvulas, Boosters e VRPs, que ajudam a regular as
pressões nas redes e a garantir o atendimento com os parâmetros de pressão definidos pela
Norma.
Tipos de Rede
A implantação de redes primárias dispostas em forma de anel favorece o controle e a equalização
das pressões; seria a forma mais ideal de implantação, no entanto, nos grandes centros, locais
de ocupações desordenadas, grande adensamento populacional e também nas localidades com
topografia irregular, a implantação do sistema de anéis fica inviabilizada sobretudo devido à
irregularidade das quadras e à variação altimétrica; na verdade, esses fatores inviabilizam
qualquer padrão de implantação das redes.
O ideal é evitar as pontas secas (redes em que a água não circula), pois pode acontecer a
coloração da água (água suja) devido à deposição de materiais particulados.
Os diâmetros e os materiais das redes serão definidos de acordo com a vazão requerida e as
características do local a ser atendido.
Para facilitar a operação do sistema, são criados setores de abastecimento e microzonas de
manobra, definidos principalmente pela cartografia e pela topografia do terreno. 
Quando o setor tem cotas muito mais baixas que a cota do reservatório, há necessidade de
implantação de uma Válvula Redutora de Pressão, como forma de reduzir e equalizar as pressões
Rede primária: tem os maiores diâmetros do sistema e a função de abastecer as
redes secundárias;
Redes secundárias: têm diâmetros menores; delas derivam os ramais prediais, que
abastecem diretamente os pontos de consumo (TSUTIYA, 2006).
de abastecimento.
Se as cotas do setor estiverem acima da cota do reservatório, será necessária a instalação de um
sistema de recalque (booster) para equalização das pressões.
É comum, em áreas com grande variação altimétrica, a implantação de áreas de booster dentro
de área de VRP, quebrando as pressões gerais do setor e pressurizando somente nos locais de
cotas mais altas, com cotas inferiores a 10 mca, após a implantação da VRP. Considerando que a
pressão mínima que deve chegar no ponto de ligação é de 10 mca, deverá ser implantado um
booster se as pressões nos sistemas ou em partes deles ficarem inferiores a esse valor.
Abastecimento em Marcha
O abastecimento em marcha ocorre quando o setor é abastecido diretamente pela adutora, ou
seja, as redes primárias do setor derivam diretamente da adutora, sem passar por reservatório.
Esse método deve ser evitado sempre que possível, porque a falta de reservação deixa o sistema
muito frágil, interrompendo totalmente o abastecimento sempre que ocorrer algum problema
na linha de adução.
Importante!  
De acordo com a NBR 12218, de julho de 1994, as pressões mínimas e
máximas nas redes de distribuição devem ficar entre 100 kPa e 500 kPa,
que correspondem, respectivamente, a 10 mca e 50 mca.
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
  Vídeos  
Um Novo Olhar sobre as Secas do Nordeste 
2 / 3
 Material Complementar
Um novo olhar sobre as secas do Nordeste
https://www.youtube.com/watch?v=IzT1xF4QaLA
Tipos de Rede para Distribuição 
  Leituras  
A Emergência das Doenças Emergentes e as Doenças
Infecciosas Emergentes e Reemergentes no Brasil
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
A Ultrafiltração e sua Aplicabilidade na Área de Alimentos 
Clique no botão para conferir o conteúdo.
Abastecimento de Água (Vídeo #8) - Tipos de Rede para Distribuiç…
http://www.bit.ly/3Rau5fx
https://www.youtube.com/watch?v=LB4DazbCxPs
ACESSE
http://www.bit.ly/3R870dg
BRASIL. Agência Nacional de Águas. A História do Uso da Água no Brasil: do Descobrimento ao
Século XX. Brasília - DF: Agência Nacional de Águas: 2007. Disponível em
<http://historiadaagua.ana.gov.br/livro_historia_agua.pdf>. Acesso em 14/12/2022.
________. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece as diretrizes nacionais para o
saneamento básico; cria o Comitê Interministerial de Saneamento Básico; altera as Leis nos
6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.666, de 21 de junho de 1993, e 8.987, de 13 de fevereiro de
1995; e revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978. (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020).
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 jan. 2007. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/L11445compilado.htm>.
Acesso em: 27/11/2022.
________. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. 4. ed.
Brasília: Funasa, 2015.
FINKELMAN, J.; SILVA-JR, J. B. DA; CARMARCIO, V. Avaliação de impacto na saúde das ações de
saneamento: Marco conceitual e estratégia metodológica. 1. ed. Brasília: 2004]. 
FUNASA. Manual do Saneamento. BMC Public Health, p. 165, 2015. 
GUIMAR, R. B. Saúde Fundamentos da Geografia Humana. 1. ed. São Paulo: 2015. 
IGLÉSIAS, F. A Revolucao industrial - parte 2. 10. ed. São Paulo: Brasiliense, 1990. 
3 / 3
 Referências
MIGUELES, C.; ZANINI, M. T.; GUIMARÃES, R. Capítulo 4 – Líder, cultura de marca e valor de
mercado. In: Liderança Baseada em Valores. p. 91-106, 2010. 
MEJIA, A. et al. Série Água Brasil: água, redução da pobreza e desenvolvimento sustentável. 1. ed.
Brasília: Banco Mundial, 2003. (Série Água 4). Disponível em:
<https://documents1.worldbank.org/curated/en/193981468015548351/pdf/multi0page.pdf>.
Acesso em: 27/11/2022.
PINSKY, J. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2011. Disponível em:
<https://www.infoescola.com/historia/nomadismo>. Acesso em: 05/10/2022.
SIGRHSP. Enquadramento dos Corpos D'água. Disponível em:
https://sigrh.sp.gov.br/enquadramentodoscorposdagua. Acesso em: 19/10/2022.
TSUTIYA, M. T. Abastecimento de água. 3. ed. São Paulo: Departamento de Engenharia Hidráulica
e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2006.  <www.opersan.com.br>.
Acesso em: 22/10/2022.

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