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Conservação de Ambientes Naturais

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1
ReservasReservas: : desenho desenho 
e seu papel na e seu papel na 
conservaconservaççãoão
•• Alta taxa de destruiAlta taxa de destruiçção de ão de 
ambientes naturaisambientes naturais
•• ÁÁreas Protegidas ou reas Protegidas ou 
Unidades de ConservaUnidades de Conservaçção ão 
(UC), como são chamadas (UC), como são chamadas 
no Brasil, atendem no Brasil, atendem àà
necessidade de se conservar necessidade de se conservar 
amostras intactas de amostras intactas de 
ambientes naturais que, de ambientes naturais que, de 
outra forma, estariam outra forma, estariam 
sujeitos sujeitos àà degradadegradaçção ão 
ambiental e perda de ambiental e perda de 
espespéécies.cies.
•• Efetividade vem sendo Efetividade vem sendo 
debatida debatida 
•• NNúúmero, formato e tamanhomero, formato e tamanho
SLOSS?
• Single large or several small? (uma grande ou 
várias pequenas?)
• Vantagens de reservas grandes
– Menor efeito de borda
– Comporta maiores populações 
– Comporta populações de espécies com grandes 
requerimentos de habitat
– Menores custos de patrulhamento
• 10.000 km2
– 400 km perímetro
– 9.900 km internos (trilhas a cada 1 km)
• 100 de 100 km2
– 4.000 km perímetro
– 9.000 km internos (trilhas a cada 1 km)
2
SLOSS?
• Single large or several small? (uma grande ou 
várias pequenas?)
• Vantagens de várias reservas pequenas
– Abrange maior variedade de condições ambientais
• Maior diversidade
• Menor risco de condições extremas dizimar toda 
população
– Eventos de extinção podem ser contrabalançados 
por imigração
– Doenças e catástrofes atingem somente parte das 
populações
Seleção de áreas para conservação
• Tamanho
• Conectividade
• Representatividade
• Diversidade
• Desenho
• Limites
• Endemicidade e raridade
• Grau de ameaça
• Reservas cobre 8% Tailândia, mas incluem 
88% das aves residentes
• Zaire tem mais de 1000 spp. de aves, 89% 
ocorrendo em 3,9%de área de reservas; Quênia 
– 85% em 5,4%
• Costa Rica – Santa Rosa tem 0,2% da área e 
55% dos Sphingidae do país
Efetividade das UCs
• Efetividade de UCs no mundo Bruner et al.
– 93 UCs em 22 países
3
Tamanho das UCs no mundo
Situação no Brasil?
Histórico da Conservação no Brasil
• Década de 30: primeiros parques criados 
no Brasil:
1937-Parque Itatiaia
1939- Parque Iguaçu, Serra dos Órgãos e 
Sete Quedas
• De 1974 a 1989, unindo esforços do 
SEMA e IBDF, foram criados 22 Parques 
Nacionais, 20 reservas biológicas e 25 
Estações Ecológicas.
• Em 1990 foram decretadas 6 unidades de 
conservação no Amazonas e em 2003 
foram decretadas mais sete, totalizando 
uma área de 155.858 km2.
• Em 2000 o SNUC (Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação) foi 
oficialmente instituído por lei. O SNUC 
reconhecia as RPPN’s.
Proteção Integral
• Parques 
• Estações Ecológicas
• Reservas Biológicas
• Monumentos Naturais
• Refúgios de Vida Silvestre
• Reservas Particulares do Patrimônio 
Natural
4
Uso sustentável
• Áreas de Proteção Ambiental
• Áreas de Relevante Interesse Ecológico
• Florestas Nacionais
• Reservas Extrativistas
• Reservas de Fauna
• Reservas de desenvolvimento sustentável
Table 1. Area occupied by Conservation Units and proportion of cTable 1. Area occupied by Conservation Units and proportion of conserved lands in onserved lands in 
each Brazilian Biome. each Brazilian Biome. 
3.583.5830,534,645.6730,534,645.67853,530,641.41853,530,641.41TOTALTOTAL
78,875.0078,875.0000CerradoCerrado--AtlAtl. Forest. Forest
2.582.58352,679.42352,679.4213,684,530.2613,684,530.26PantanalPantanal
1.711.711,889,000.611,889,000.61110,626,617.41110,626,617.41Atlantic Atlantic 
9.979.97503,967.77503,967.775,056,768.475,056,768.47Costal areasCostal areas
1.621.62233,833.73233,833.7314,458,259.6314,458,259.63CaatingaCaatinga--AmazonAmazon
0.370.3763,168.2763,168.2717,137,704.5417,137,704.54Campos Campos sulinossulinos
2.032.033,999,413.713,999,413.71196,776,092.28196,776,092.28CerradoCerrado
1.081.08796,058.92796,058.9273,683,115.5373,683,115.53CaatingaCaatinga
1.921.92220,446.12220,446.1211,510,813.0011,510,813.00CerradoCerrado--Caatinga Caatinga 
5.175.172,155,339.742,155,339.7441,700,717.9241,700,717.92CerradoCerrado--AmazonAmazon
5.495.4920,241,862.3820,241,862.38368,896,022.37368,896,022.37AmazonAmazon
% total% totalProtected area (ha)Protected area (ha)Area occupied (ha)Area occupied (ha)
BiomeBiome
*= Transition zones.
Figure 1. Area in Conservation Units in each Biome in Brazil.Figure 1. Area in Conservation Units in each Biome in Brazil.
0
5.000.000
10.000.000
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Figure 2. Average size of the Conservation Units in each Biome iFigure 2. Average size of the Conservation Units in each Biome in Brazil.n Brazil.
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Figure 3. Size distribution of the federal public CUs in Brazil.Figure 3. Size distribution of the federal public CUs in Brazil.
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Cerrado
Atlantic Forest
Caatinga
Coastal areas
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No Plan
Old Plans
Recent Plans
Precarious
Minimum
Reasonably
CarnivororesCarnivorores in in ConservationConservation
UnitsUnits
DDDDOlingoOlingoBassaricyonBassaricyon gabbiigabbii
DDDDAmazonAmazon weaselweaselMustelaMustela africanaafricana
DDDDShortShort--earedeared dogdogAtelocynusAtelocynus microtismicrotis
NTNTGeoffoyGeoffoy’’s s catcatLeopardusLeopardus geoffroyigeoffroyi
NTNTRiverRiver otterotterLontra Lontra longicaudislongicaudis
NTNTPumaPumaPuma Puma concolorconcolor
VuVuGiantGiant otterotterPteronuraPteronura brasiliensisbrasiliensis
VuVuPampas Pampas catcatLynchailurusLynchailurus colocolocolocolo
VuVuOncillaOncillaLeopardusLeopardus tigrinustigrinus
VuVuMargayMargayLeopardusLeopardus wiediiwiedii
VuVuOcelotOcelotLeopardusLeopardus pardalispardalis mitismitis
VuVuPumaPumaPuma Puma concolorconcolor capricornensiscapricornensis
VuVuPumaPumaPuma Puma concolorconcolor greenigreeni
VuVuJaguarJaguarPantheraPanthera oncaonca
VuVuBush Bush dogdogSpeothosSpeothos venaticusvenaticus
VuVuManedManed wolfwolfChrysocyonChrysocyon brachyurusbrachyurus
3,43,4PteronuraPteronura brasiliensisbrasiliensis
10,310,3LynchailurusLynchailurus colocolocolocolo
10,310,3SpeothosSpeothos venaticusvenaticus
13,813,8PantheraPanthera oncaonca
17,217,2LeopardusLeopardus tigrinustigrinus
17,217,2LeopardusLeopardus wiediiwiedii
69,069,0LeopardusLeopardus pardalispardalis
72,472,4Lontra Lontra longicaudislongicaudis
79,379,3Puma Puma concolorconcolor
100,0100,0ChrysocyonChrysocyon brachyurusbrachyurus
Cerrado (29)Cerrado (29) AtlanticAtlantic Forest (13)Forest (13)
7,77,7SpeothosSpeothos venaticusvenaticus
23,123,1PteronuraPteronura brasiliensisbrasiliensis
23,123,1ChrysocyonChrysocyon brachyurusbrachyurus
38,538,5LeopardusLeopardus wiediiwiedii
46,246,2PantheraPanthera oncaonca
46,246,2LeopardusLeopardus tigrinustigrinus
53,853,8Lontra Lontra longicaudislongicaudis
69,269,2Puma Puma concolorconcolor
69,269,2LeopardusLeopardus pardalispardalis
6
AmazonAmazon (7)(7)
14,314,3ChrysocyonChrysocyon brachyurusbrachyurus
28,628,6BassaricyonBassaricyon gabbiigabbii
42,942,9MustelaMustela africanaafricana
42,942,9AtelocynusAtelocynus microtismicrotis
57,157,1LeopardusLeopardus tigrinustigrinus
85,785,7Puma Puma concolorconcolor
85,785,7PantheraPanthera oncaonca
85,785,7LeopardusLeopardus wiediiwiedii
85,785,7LeopardusLeopardus pardalispardalis85,785,7Lontra Lontra longicaudislongicaudis
100,0100,0PteronuraPteronura brasiliensisbrasiliensis
100,0100,0SpeothosSpeothos venaticusvenaticus
0000003 / 13 / 1001,666,600 / 1,666,600 / 
4,166,700*4,166,700*
PantheraPanthera oncaonca
0000003 / 13 / 1001,250,000 / 1,250,000 / 
3,125,000*3,125,000*
Puma Puma concolorconcolor
001 / 11 / 11 / 01 / 025 / 1625 / 1612 / 512 / 5138,900 / 138,900 / 
347,200*347,200*
HerpailurusHerpailurus yagouaroundiyagouaroundi
003 / 13 / 12 / 02 / 027 / 2127 / 2112 / 612 / 6108,700 / 108,700 / 
271,700*271,700*
LeopardusLeopardus pardalispardalis
FelidaeFelidae
00------33500,000500,000ChrysocyonChrysocyon brachyurusbrachyurus
CanidaeCanidae
?1?15510103232191920,80020,800GalictisGalictis vittatavittata
1155223131151550,00050,000Eira Eira barbarabarbara
-- (3)(3)99----20203,6003,600ConepatusConepatus semistriatussemistriatus
MustelidaeMustelidae
226614143232191913,20013,200ProcyonProcyon cancrivoruscancrivorus
----25253232--2,1002,100PotosPotos flavusflavus
33992424323220203,3003,300NasuaNasua nasuanasua
ProcyonidaeProcyonidae
CS CS 
(4)(4)
Ca Ca 
(11)(11)
AF AF 
(27)(27)
AmAm
(33)(33)
CeCe
(21)(21)
Area needed Area needed 
(ha):(ha):
N = 500N = 500
SPECIESSPECIES
7
Perspectives to Perspectives to thethe futurefuture
•• CreationCreation of CUs of CUs 
((largelarge, , connectedconnected))
•• ManagementManagement PlansPlans
•• AmplificationAmplification of of thethe
knowledgeknowledge
•• ManyMany CUs CUs createdcreated in in 
lastlast yearsyears, some , some largelarge
andand withwith connectionconnection
withwith othersothers
•• ManagentManagent PlansPlans beingbeing
elaboratedelaborated
RecomendationsRecomendations TendenciesTendencies
Paradigma de conservação
• Modelo Americano;
• Wilderness X Civilização urbano-industrial;
• Modelo copiado na Europa e em países 
em desenvolvimento;
• Mito da natureza intocada;
• Decisões legais implantadas de forma 
vertical;
• Dicotomia: Homem x Natureza;
Os objetivos que justificaram a criação das primeiras áreas protegidas – os 
parques nacionais, a partir do final do século XIX – eram considerados 
incompatíveis com a ocupação humana em seus limites (Brito, 2000).
Yellowstone National Park (U.S. National Park Service)
Unidades de Conservação
Paradigma de conservação
Beneficiados
-Populações urbanas (turismo ecológico);
- Futuras gerações;
- Equilíbrio ecossistêmico;
- Pesquisas científicas.
Prejudicados
- Populações locais
Paradigma de conservação
8
• Criminalização de atividades tradicionais:
- Caça, pesca e utilização de recursos da 
floresta;
- Criação de animais domésticos;
- Corte de lenha;
- Construções familiares;
• Responsabilizados pela degradação 
ambiental;
Homem e o Meio Ambiente
A visão do homem e o meio ambiente é bem 
controversa, apresentando duas vertentes opostas:
■A percepção da natureza como algo exterior ao ser 
humano e este como um ser exterior à natureza.
■O homem faz parte da natureza, portanto deve-se 
valorizar os conhecimentos e práticas das sociedades 
tradicionais.
A partir dos anos de 1970, essa perspectiva foi sendo substituída pela 
possibilidade de manutenção da ocupação humana em áreas protegidas 
mediante o controle do uso dos recursos naturais.
Isso pode ser observado na mudança das diretrizes de organismos 
internacionais, particularmente da IUCN, referência internacional das 
diretrizes das áreas protegidas, que condicionou a ocupação ao uso 
sustentável dos recursos naturais, garantindo assim a prioridade da 
conservação (Diegues, 2000).
Unidades de Conservação
Nos anos 70 comeNos anos 70 começçouou--se a dar atense a dar atençção para os problemas ão para os problemas 
envolvendo populaenvolvendo populaçções tradicionais que estavam dentro das ões tradicionais que estavam dentro das ááreas de reas de 
proteproteçção ambiental. A Organizaão ambiental. A Organizaçção Educacional, Cientão Educacional, Cientíífica e Cultural fica e Cultural 
das Nadas Naçções Unidas (UNESCO) ao lanões Unidas (UNESCO) ao lanççar o programa ar o programa ““O Homem e a O Homem e a 
BiosferaBiosfera”” (MAB) foi uma das pioneiras a tentar integrar as atividades (MAB) foi uma das pioneiras a tentar integrar as atividades 
humanas, a pesquisa e a protehumanas, a pesquisa e a proteçção do meio ambiente natural em um ão do meio ambiente natural em um 
úúnico lugar, destinando um nnico lugar, destinando um núúmero de Reservas da Biosfera para esses mero de Reservas da Biosfera para esses 
fins (BATISSE, 1997 apud fins (BATISSE, 1997 apud PRIMACK & RODRIGUES, 2001).PRIMACK & RODRIGUES, 2001).
O Homem como parte da natureza
Em 1971, a Unesco elaborou o programa Man and Biosphere (MAB), cujo 
objetivo era encontrar uma relação de equilíbrio entre desenvolvimento 
econômico e conservação ambiental.
Unidades de Conservação
9
Este programa definiu, em 1976, o conceito de Reserva da Biosfera como 
forma de alcançar a “otimização da relação homem-natureza”.
Tais reservas seriam “exemplos de gestão harmoniosa de diferentes culturas 
[...] sítios de experimentação do desenvolvimento sustentado e [...] centros de 
monitoramento, pesquisa e educação ambiental” (Brito, 2000, p. 29).
Por meio do zoneamento estas seriam áreas preservadas sem ocupação 
humana, cercadas por “zonas- tampão”, que poderiam ser habitadas.
Unidades de Conservação
Essas propostas respondiam aos efeitos da exclusão de populações que 
viviam nos parques, uma vez que o seu deslocamento e as restrições de 
uso de recursos naturais em áreas protegidas demonstraram ser uma 
ameaça à reprodução de populações consideradas tradicionais, 
geralmente já castigadas pela pobreza.
Unidades de Conservação
Além disso, observou-se que as práticas produtivas dessas 
populações eram incompatíveis com os objetivos da conservação 
(Diegues, 2000).
Unidades de Conservação
O Brasil incorporou as reflexões 
sobre ocupação humana em UC, 
seguindo o programa Man and
Biosphere, a partir dos anos de 
1980, e elaborou sua primeira 
proposta de criação de um Sistema 
Nacional de Unidades de 
Conservação, com categorias nas 
quais o uso sustentável era 
permitido (Brito, 2000).
Unidades de Conservação
O conceito de reserva extrativista 
surge em 1987 como uma resposta ao 
processo de expropriação das terras 
ocupadas pelos extrativistas no estado 
do Acre.
Sua função primária era de 
regularização fundiária e não como 
unidade de conservação, uma vez que ela 
constituía um instrumento para a 
regularização de áreas ocupadas por 
grupos sociais que têm como fonte de 
sobrevivência produtos nativos da 
floresta e que realizam exploração 
econômica sustentável dos mesmos.
Questão indígena
• "Para os povos indígenas, a terra é muito mais do que 
simples meio de subsistência. Ela representa o suporte 
da vida social e está diretamente ligada ao sistema de 
crenças e conhecimento. Não é apenas um recurso 
natural - e tão importante quanto este - é um recurso 
sócio-cultural" (RAMOS, Alcida Rita - Sociedades 
Indígenas).
• As terras indígenas são bens da União, inalienáveis e 
indisponíveis e os direitos sobre elas imprescritíveis, 
embora os índios detenham a posse permanente e o 
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos 
lagos existentes em suas terras. 
10
• Há ocupação Indígena em áreas de proteção integral: 
índios Guarani no Parque Nacional Aparados da Serra, 
no Rio Grande do Sul; índios Javaé no Parque Nacional 
do Araguaia, situado na Ilha do Bananal; índios Raposa 
Serra do Sol, no Parque Nacional Monte Roraima; índios 
Guarani, no Parque Nacional de Superagui, no Paraná e 
índios Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe, no Parque Nacional 
do Monte Pascoal, na Bahia, entre outros. (ARAÚJO In
www.ibap.org/direitoambiental/artigos/ua01.doc )
• Muitas vezes o interesse indígena é compatível com os 
interesses conservacionistas, outras vezes não.
• A conservação de áreas indígenas é de extrema 
importância devido à sua grande extensão territorial.
Presençahumana em UCs....
O contraponto
• UCs proteção integral – 3,5%
• TI – 11% (20% Amazônia)
• Pequenas áreas fragmentadas – enfoque 
em paisagem
• Muitas espécies não conseguem 
sobreviver sob ação de certas atividades 
humanas
• O que são populações tradicionais?
• Seringueiros
– Vinculação com economia de mercado
– Descendentes de nordestinos que chegaram 
na região após 1870 (Martinello 1988)
• Caiçaras 
– N SP e S RJ: originários do colapso das 
fazendas de café e açúcar no início do século 
XX
– S SP: originários do colapso do cultivo de 
arroz e banana para exportação (França
1954, Mussolini 1980, Marcílio 1986, Sanches
1997).
• Ñ incorram em degradação ambiental e 
superexploração de recursos
• Práticas que ameacem a sustentabilidade
sejam evitadas
• Evitar usar recursos que estejam 
diminuindo
11
Desmistificando o “bom selvagem”
• Extinção da Megafauna (Pleistoceno-Holoceno)
• Ruptura de processos ecológicos e diminuição 
de recursos para algumas espécies
• Populações polinésias extinguiram cerca de 
2000 sp de aves das ilhas do Pacífico (entre 
1600 e 1980, 88 sp e 83 sub sp extintas)
• Extinção dos moas em 100 anos...
• Populações pré-descobrimento
• 54 milhões de pessoas nas Américas, 7 
milhões na Amazônia – 15 hab/km2 nas 
várzeas
• Áreas florestadas em algumas partes do 
continente eram menores do que 2 
séculos depois
• Colapso dos maias e outras civilizações
• Extinções na mata atlântica
• Ararauna – arara negra com reflexos 
verdes, pés amarelos e bico vermelho
• Anapuru – papagaio multicolorido
• Jaguaruçu – mamífero semi-aquático
•• AlteraAlteraçção aumenta biodiversidade...ão aumenta biodiversidade...
•• Agricultura de coivaraAgricultura de coivara
•• Mito da natureza intocadaMito da natureza intocada
•• Atual atividade das CT não Atual atividade das CT não éé sustentsustentáável vel 
e leva a extine leva a extinçção local vão local váárias rias sppspp
•• ExceExceçções: baixas densidades, não uso de ões: baixas densidades, não uso de 
armas de fogo, fonte prarmas de fogo, fonte próóximaxima
12
• Preferências por fêmeas grávidas por 
serem mais gordas e melhor sabor
• Waimiri-Atroari – 80% dos 421 macacos-
aranha caçados por 5 aldeias em um ano 
eram fêmeas
• Sustentável????
• Mudanças culturais
• Economia de mercado
• Novas tecnologias
• As RESEX funcionam? Área derrubada, 
incêndios, caça de spp protegidas
• Picinguaba: casas vendidas, extração 
ilegal de palmito,desmatamento, caça 
ilegal...
• Art. 23. A posse e o uso das áreas ocupadas pelas 
populações tradicionais nas Reservas Extrativistas e 
Reservas de Desenvolvimento Sustentável serão 
regulados por contrato, conforme se dispuser no 
regulamento desta Lei. 
• § 1o As populações de que trata este artigo obrigam-se 
a participar da preservação, recuperação, defesa e 
manutenção da unidade de conservação. 
• § 2o O uso dos recursos naturais pelas populações de 
que trata este artigo obedecerá às seguintes normas: 
• I - proibição do uso de espécies localmente ameaçadas 
de extinção ou de práticas que danifiquem os seus 
habitats; 
• II - proibição de práticas ou atividades que impeçam a 
regeneração natural dos ecossistemas; 
• III - demais normas estabelecidas na legislação, no 
Plano de Manejo da unidade de conservação e no 
contrato de concessão de direito real de uso. 
Parque Nacional Monte PascoalParque Nacional Monte Pascoal
• Existe a sobreposição de terras indígenas com as terras 
do Parque.
• Parques Nacionais são áreas de proteção integral, 
sendo assim destinam-se a fins científicos, culturais, 
educativos e recreativos. São objeto de preservação 
permanente, submetidas à condição de 
inalienabilidade e indisponibilidade no seu todo.
• Sendo um Parque Nacional, então, a utilização dos 
recursos do Parque Nacional Monte Pascoal pelo índios 
é ilegal.
• A sobreposição dos territórios gera um grande conflito 
na área.
(Fonte: ARAÚJO, U. In www.ibap.org/direitoambiental/artigos/ua01.doc
• Quando o PNMP foi criado em 1961 havia um grupo de 
152 Pataxós próximos à vila de Caraíva, utilizando uma 
área de 200 ha.
• Habitantes históricos da região eram os Tupiniquim e a 
ocupação Pataxó data de 1861, qdo o governo da 
província da Bahia reuniu comunidades indígenas 
dispersas em um único aldeamento perto de Porto 
Seguro
• Perda cultural, tentativa de ONGs em reconstituir a 
identidade
• Crescimento de 1500% da população após criação do 
Parque...
• 1980 8.627 dos 22.500 ha do Parque desmembrados e 
alocados para uso dos Pataxó, que se engajaram em 
vender a madeira e desmatar a área
• 1990 havia 2.100 Pataxós no Parque...
• 5 mil ha desmatados, incêndios no Parque (“retirada de 
madeira morta”), venda de animais silvestres
13
• 1999 – 300 Pataxós invadiram a sede do 
Parque e expulsaram os funcionários do 
IBAMA
• Indigenistas afirmavam que os Pataxós
habitavam o Parque qdo os portugueses 
chegaram e que estavam protegendo o 
Parque!!!
Guaranis e a Mata Atlântica
• MA ocupada tradicionalmente por povos 
Tupi (Tupinambás em São Paulo)
• Carijó (Guarani) do sul de Cananéia ao 
RS
• Jê (Goitacá) foz do Paranaíba e Doce
• 1921, grupo Guarani oriundo do Py, 
atravessa Paraná e chega ao litoral 
paulista
• Outros se seguiram
• Extração de orquídeas e bromélias, caça 
de muriquis, retirada de palmito de EE 
Juréia-Itatins
• 1992 – ocupação do PN Superagui. Índios de 
SC e RS transportados para o Pareuq pela 
FUNAI. Não havia ocupação indígena antes da 
criação do Parque.
• Tráfico de animais (inclusive L. caissara)
• Ocupação parece se originar de cisões e 
orientação da FUNAI em ocupar UCs
• 2000, após cisão de aldeia Bananal (Peruíbe), 
sugestão da FUNAI e MP foi instalar os 
expulsos na EE Juréia-Itatins (o que acabou não 
ocorrendo)
• Fim de 1992, 4 índios levados por ONG 
(em barco próprio) para o PE Ilha do 
Cardoso. 2000: 75 índios
• Número de Tayassu caçados era 3x a 
taxa de desfrute, corte de palmeiras, 
tráfico de animais... Hoje, diminuição da 
fauna de carnívoros
• Após cisões, outras UCs ocupadas, mas 
terras particulares não....
Reserva de Desenvolvimento Reserva de Desenvolvimento 
SustentSustentáável de vel de MamirauMamirauáá
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Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
No início da década de 90, concomitante aos inúmeros esforços 
realizados para implementar as primeiras reservas extrativistas, e aos 
numerosos debates entre aqueles que acreditavam na viabilidade do 
modelo extrativista (Allegretti, 1989; Ab’Saber, 1992; Schwartzman, 
1992; Menezes, 1994), e aqueles que duvidavam (Browder, 1992; 
Homma, 1989 e 1992), estava em gestação o conceito de reserva 
de desenvolvimento sustentável. 
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
A solicitação para a criação da Estação Ecológica do 
Lago Mamirauá foi resultado dos estudos que o biólogo 
José Márcio Ayres realizou na área com Uacari-branco
(Cacajao calvus), nos anos de 1983 e 1984 (Ayres, 1985).
Em 1990, foi criada a Estação Ecológica Mamirauá.
Por ser uma área inundável, Mamirauá é considerado um 
ambiente raro, com muitas espécies endêmicas adaptadas ao ambiente. 
Sendo assim, em 1990 foi criada a Estação Ecológica de Mamirauá com 
1.124.000 ha por influência do Dr. Ayres. 
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
Nos próximos anos, os pesquisadores do Projeto Mamirauá, liderados 
por J. M. Ayres e pela antropóloga Deborah de Magalhães Lima, 
desenvolveram junto à população local um modelo de reserva onde, 
tanto o manejo dos recursos, como a gestão da área seria realizada 
em parceria com os moradores da área.
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
Este processo culminou com a transformação da EEM em Reserva de 
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (1996).
Mais tarde, o modelo seria incorporado no Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação (Lei n.º 9.985, 18 de julho de 2000).
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
Contudo, seu caráter pioneiro não está em manter as populações na 
área, nem na permissãodestas utilizarem os recursos naturais locais, 
mas sim no intenso e prolongado programa de pesquisa implantado, 
que envolve e apóia as comunidades locais mostrando que a 
conservação pode estar relacionada ao desenvolvimento apropriado 
em escala local, e levar à inúmeras novas iniciativas de conservação.
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MFC (Mercado e renda)
R$ 35,00R$ 20,00Manejada
R$ 15,00R$ 8,00Ilegal
PesadaBrancaPreço
(Preços em R$/m3)
As vantagens do 
Manejo da Madeira:
0
200
400
600
800
1000
1994 1996 1998 2000 2002
R
en
da
 A
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al
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ili
ar
 M
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ia
Evolução da renda domiciliar 
média em reais nas 
comunidades envolvidas no 
PMFC
Dados IDSM
MFC (Monitoramento)
Monitoramento mostra diminuição da 
produção anual de madeira ilegal na área
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Á
rv
or
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xp
lo
ra
da
s
Dados IDSM
Quando a presença humana pode ser vantajosa para a 
conservação?
Grandes áreas;
Baixa densidade populacional;
Bons índices de conservação;
Populações naturais relativamente estáveis;
Alternativas para o desenvolvimento social e econômico;
Pesquisa científica adequada;
Manejo dos recursos;
Vontade política;

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