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1. Memorial Descritivo Residencial

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ARLLEN AUGUSTO GOMES SOUZA – 201707740058 
RODRIGO TEIXEIRA MAMEDE DA COSTA – 201707740041 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIMENSIONAMENTO – SISTEMA PREDIAL HIDRÁULICO 
E SANITÁRIO 
 
 
 
 
 
 
Avaliação do Dimensionamento do Sistema 
Hidrossanitário da disciplina Sistemas Prediais 
Hidráulicos e Sanitários, do curso de Engenharia 
Sanitária e Ambiental da Universidade Federal do Pará 
sob orientação da Profª. Drª. Katiucia Nascimento 
Adam e do Prof. Dr. Francisco Carlos Lira Pessoa. 
 
 
 
 
 
 
BELÉM 
2021
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 
2 ÁGUA FRIA (AF) ................................................................................................... 4 
2.1 Determinação do consumo de diário .............................................................. 4 
2.2 Reservatório domiciliar ................................................................................... 4 
2.3 Divisão das colunas de distribuição de água (AF) ........................................ 4 
2.4 Pressões e perdas de carga .............................................................................. 7 
2.5 Detalhe dos banheiros e lavanderia/cozinha ................................................. 9 
3 ÁGUA QUENTE (AQ) ......................................................................................... 12 
3.1 Consumo de água quente .............................................................................. 12 
3.2 Volume de água quente ................................................................................. 12 
3.3 Vazão, velocidade, perda de carga e pressão ............................................... 15 
4 ESGOTO SANITÁRIO (ES) ............................................................................... 19 
4.1 Diâmetro das tubulações ............................................................................... 19 
4.2 Locação dos tubos de queda (TQ) ................................................................ 19 
5 TRATAMENTO PRELIMINAR DO ESGOTO SANITÁRIO COM 
TANQUE SÉPTICO E FILTRO ANAERÓBIO ....................................................... 22 
5.1 Tanque séptico (TS) ....................................................................................... 22 
5.2 Filtro anaeróbio .............................................................................................. 23 
6 ÁGUAS PLUVIAIS (AP) ..................................................................................... 24 
6.1 Cálculo da vazão de projeto .......................................................................... 24 
6.2 Dimensionamento de calhas .......................................................................... 25 
6.3 Dimensionamentos dos condutores verticais ............................................... 27 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 30 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Este trabalho refere-se ao projeto hidrossanitário de uma residência de alto 
padrão, localizada no Condomínio Morada Verde, em Belém, Pará. O projeto 
contempla abastecimento de água fria e quente, esgotamento sanitário e drenagem 
de águas pluviais. 
A residência contém dois pavimentos, onde estão inseridos quatro banheiros, 
uma lavanderia e uma cozinha. Para a elaboração deste trabalho, foram utilizadas 
as normas técnicas NBR 5626 (1998), NBR 8160 (1999), NBR 7229 (1993), 
NBR 13969 (1997) e a NBR 10844 (1989). 
 
4 
 
2 ÁGUA FRIA (AF) 
2.1 Determinação do consumo de diário 
Foi considerado um total de oito moradores na residência e per capita de 250 
L.hab/dia, devido ao alto padrão do empreendimento. O Consumo Diário (CD) de água 
foi calculado da seguinte forma: 
𝐶𝐷 = 𝑞 × 𝑃 
𝐶𝐷 = 250
𝑙
ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎
× 8 ℎ𝑎𝑏 
𝐶𝐷 = 2.000 
𝐿
𝑑𝑖𝑎
= 2 
𝑚³
𝑑𝑖𝑎
 
Onde: 
CD = Consumo diário; 
P = População. 
É importante mencionar que durante a elaboração do projeto foi fornecido na 
primeira etapa a utilização de um coeficiente de segurança de 1,5 para ser multiplicado 
pelo CD em caso de falta d’água por mais de um dia. Porém, como a residência é 
localizada em um condomínio de alto padrão será mantido o valor para suprir um dia 
todos os residentes. 
2.2 Reservatório domiciliar 
Calculado o consumo de água diário, fica estabelecido que o volume de 
reservação para um dia (conforme recomendação da NBR 5626) é de 2.000 litros. Será 
utilizado um reservatório de polietileno, o qual seu volume comercial disponibilizado é 
de 2.000 l ou 2 m³. 
𝑉𝑟𝑒𝑠 = 𝐶𝐷 = 2,8
𝑚3
𝑑𝑖𝑎
 
O reservatório tem diâmetro de 1,6 m e altura de 1 m. Por exigências do 
consumidor, o sistema de abastecimento é indireto e o diâmetro do ramal é de 25 mm o 
que é comumente utilizado pela Companhia de Saneamento do Estado do Pará 
(COSANPA). 
2.3 Divisão das colunas de distribuição de água (AF) 
Foram adotados cinco AF’s para fornecer mais independência para os cômodos. 
Ocorreram reuniões com a equipe de arquitetura para tentar reduzir a quantidade de 
colunas, porém a disposição dos locais atendidos não ficou tão favoráveis e a 
5 
 
distribuição da canalização não teve uma logística adequada. Por isso, optou-se por 
utilizar a quantidade de colunas atuais. 
O AF-01 abastecerá uma bacia sanitária, uma ducha, um lavatório e um 
chuveiro. O diâmetro do forro do AF-01 foi calculado por meio do cálculo da vazão 
nesta seção, de acordo com a fórmula abaixo. 
𝑄 = 0,3√∑ 𝑃 
Onde Q é a vazão na seção (l/s), e P o somatório dos pesos relativos nos pontos 
de utilização identificados em função do aparelho sanitário e da peça de utilização. 
Para os aparelhos sanitários alimentados pelo AF-01, a NBR 5626/1998 
estabelece os pesos relativos expostos na Tabela 1, por meio dos quais foi calculado o 
peso total. 
Tabela 1 – Quantitativo dos pesos relativos para os aparelhos sanitários 
Aparelho Sanitário Quantidade Peso relativo Total 
Bacia Sanitária 1 0,3 0,3 
Lavatório 1 0,3 0,3 
Chuveiro 1 0,4 0,4 
Ducha 1 0,4 0,4 
Peso Total 1,40 
Dessa forma, a vazão para o AF 01, foi calculada, resultando em 0,52L/s. 
𝑄 = 0,3√1,40 
𝑄 = 0,35
𝐿
𝑠
= 0,00035 𝑚3/𝑠 
Respeitando a velocidade limite de 3 m/s no conduto, o diâmetro do forro foi 
calculando por tentativa e erro, iniciando por 32 mm, com o intuito de ter pressão 
mínima no chuveiro mais desfavorável. Desta forma, usando a Equação da 
continuidade, a velocidade calculada com o diâmetro de 32 mm foi de 0,44 m/s. 
𝑄 = 𝑣. 𝐴 
Equação da continuidade, onde Q é a vazão (0,00035 m³/s), v é a velocidade da 
água no conduto e A, a área do contudo. 
𝐴 =
𝜋 × 𝑑²
4
 
𝑄 = 𝑣 ∗
𝜋 × 𝑑²
4
 
Basta substituir os valores encontrados para saber qual velocidade será 
alcançada na tubulação do forro. 
6 
 
𝑣 =
𝑄 ∗ 4
𝜋 ∗ 𝑑²
 
𝑣 =
0,00035 ∗ 4
𝜋 ∗ 0,032²
 
𝑣 = 0,44 𝑚/𝑠 
O AF-02 abastece uma bacia sanitária, uma ducha, um lavatório e um chuveiro. 
Os pesos relativos e o peso total dos aparelhos estão exposto na Tabela 2. 
Tabela 2 – Quantitativo dos pesos relativos para os aparelhos sanitários 
Aparelho Sanitário Quantidade Peso relativo Total 
Bacia Sanitária 1 0,3 0,3 
Lavatório 1 0,3 0,3 
Chuveiro 1 0,4 0,4 
Ducha 1 0,4 0,4 
Peso Total 1,40 
Novamente utilizou-se a equação de vazão na seção e com o peso total dos 
aparelhos igual a 1,40 e com isso encontrou-se uma vazão de 0,35 L/s na seção. 
𝑄 = 0,3√1,40 
𝑄 = 0,35
𝐿
𝑠
= 0,00035 𝑚3/𝑠 
O AF-04 e o AF-05 abastecem uma bacia sanitária, uma ducha, um lavatório e 
um chuveiro no andar térreo, na Tabela 3 é apresentado os parâmetros de peso e os 
aparelhos utilizados. 
Tabela 3 – Pesos e aparelhos do AF-04 e AF-05 
AF-04 
Aparelho Sanitário Quantidade Peso relativo Total 
Bacia Sanitária 1 0,3 0,3 
Lavatório 1 0,3 0,3 
Chuveiro 1 0,4 0,4 
Ducha 1 0,4 0,4 
Peso Total 1,40 
AF-05 
AparelhoSanitário Quantidade Peso relativo Total 
Bacia Sanitária 1 0,3 0,3 
Lavatório 1 0,3 0,3 
Chuveiro 1 0,4 0,4 
Ducha 1 0,4 0,4 
Peso Total 1,40 
7 
 
O cálculo da vazão foi o mesmo do AF-01 e AF-02, como os banheiros 
apresentam os mesmos aparelhos os valores serão iguais, bem como as suas 
velocidades. 
Em relação ao AF-03 este irá alimenta a lavanderia e a cozinha da casa com um 
ponto para máquina de lavar, um tanque e uma pia como mostra a Tabela 4. 
Tabela 4 – Aparelhos e pesos que alimentam a lavanderia e cozinha da residência 
Aparelho Sanitário Quantidade Peso relativo Total 
Máquina de lavar 1 1,0 1,0 
Tanque 1 0,7 0,7 
Pia 1 0,7 0,7 
Peso Total 2,40 
Novamente utilizou-se a equação de vazão na seção e com o peso total dos 
aparelhos igual a 2,40, foi encontrada vazão de 0,46 L/s na seção. 
𝑄 = 0,3√2,40 
𝑄 = 0,46
𝐿
𝑠
= 0,00046 𝑚3/𝑠 
Com a mesma vazão e adotando-se os mesmos diâmetros no forro a velocidade 
será a mesma. Porém, nas colunas de distribuição (tubulação que irá se conectar aos 
sub-ramais) foram adotados tubulação de 25mm e nos sub-ramais tubulação de 20mm. 
O AF-01, AF-02, AF-04 e AF-05 apresentam velocidade de 0,72 m/s por apresentarem 
os mesmos diâmetros e mesma vazão e o AF-03 apresenta novos pesos devido os 
aparelhos serem da lavanderia e cozinha com velocidade de 0,95 m/s. 
2.4 Pressões e perdas de carga 
A pressão foi calculada para o ponto mais desfavorável em relação ao 
reservatório de água. Os comprimentos reais e fictícios, perdas e cargas e pressões estão 
na Tabela 4. 
Tabela 5 – Pressões e perdas de carga 
Parâmetros Lr Lf Lt J ΔH PD 
Forro 4,00 1,80 5,8 0,010 0,06 0,29 
B1 1,90 4,9 6,8 0,033 0,22 0,87 
B2 1,90 
4,9 6,8 0,033 0,22 0,87 
B3 7,05 
7,9 14,95 0,033 0,49 3,54 
B4 7,79 
9,4 17,19 0,033 0,56 3,44 
Lavanderia 
e Cozinha 
14,15 16,9 31,052 0,052 1,62 3,03 
8 
 
 É importante mencionar que os banheiros mais desfavoráveis com o chuveiro 
como aparelho sanitário são os B1 e B2 e pode-se observar que a pressão disponível 
(PD) não foi atingida que é igual a 1 m. Para isso, será necessário optar pela utilização 
de um pressurizador, visto que a pressão disponível não é atendida, bem como será 
utilizado um aquecedor de passagem a gás para os banheiros e a pia da cozinha. 
 Com a utilização do pressurizador da Intech Machine 9mca (BFL120) será 
possível obter pressões satisfatórias no segundo pavimento, o que antes não seria 
possível. Na Figura 1 é possível identificar o modelo e a visualização do pressurizador. 
Figura 1 – Pressurizador BFL120 
 
https://intechmachine.com.br/product/bomba-pressurizadora-bfl120/ 
Fonte: Lorenzetti, 2021. 
 O pressurizador possui potência máxima de 120W, pressão máxima de 9mca, 
baixo consumo de energia elétrica, compacta e silenciosa e outros benefícios. Abaixo é 
possível visualizar as novas pressões disponíveis no sistema, conforme a Tabela 6. 
Tabela 6 – Pressões e perdas de cargas com a utilização do pressurizador 
Parâmetros Lr Lf Lt J ΔH PD 
Forro 4,00 1,80 5,8 0,010 0,06 9,29 
B1 1,90 4,9 6,8 0,033 0,22 9,87 
B2 1,90 4,9 6,8 0,033 0,22 9,87 
B4 7,05 7,9 14,95 0,033 0,49 12,54 
B5 7,79 9,4 17,19 0,033 0,56 12,44 
Lavanderia 
e Cozinha 
14,15 16,9 31,052 0,052 1,62 12,03 
 Dessa forma, será possível atender o pavimento superior com boa pressão. É 
importante destacar que poderia ser utilizado pressurizador com menos mca, porém os 
fornecedores estão trabalhando com pressurizadores acima de 6 mca. Logo, optou-se 
pelo aparelho mais usual do mercado e que atenda às necessidades do consumidor, isto 
é, de 9 mca. 
9 
 
2.5 Detalhe dos banheiros e lavanderia/cozinha 
Para se descobrir se a pressão chegaria até o chuveiro mais desfavorável, isto é, os 
do segundo pavimento não podendo ser inferior a 1 mca. 
Sem pressurizador: 
𝑃𝑑𝑖𝑛â𝑚𝑖𝑐𝑎 − 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑐ℎ𝑢𝑣𝑒𝑖𝑟𝑜 
0,87 − 1,10 
−𝟎, 𝟐 mca 
Com pressurizador: 
9,87 − 1,10 
𝟖, 𝟕𝟕 𝒎𝒄𝒂 
 A utilização do pressurizador facilita o caminho e a pressão da água até o ponto 
mais desfavorável. A desvantagem é o consumo de energia elétrica e em alguns casos o 
barulho. Outra alternativa é aumentar a altura da caixa d’água para que se tenha uma 
distância maior do ponto mais desfavorável. 
É importante mencionar que aumentar o volume do reservatório (sendo o 
crescimento para os lados) não irá aumentar a pressão na rede, apenas estará 
armazenando maior quantidade de água. 
 Além disso, calculou-se o pior cenário utilizando o chuveiro e a caixa de 
descarga do banheiro para que se atendesse as necessidades e o diâmetro adotado de 20 
mm. 
Trecho AB Ø 20: 
Tabelado 
Qchuveiro = 0,2 
L/s Qvaso = 0,15 
Qtotal = 0,35 
Qtotal = 0,00035 m³/s 
 
D = 20 mm 
D = 0,02 m 
 
 
J^0,571 = 0,256 
Jab = 0,09 m/m 
 
 
10 
 
Leq = 
Lreal = 0,4 
ΔHab = 0,04 m 
 
 Não foi contabilizado o comprimento equivalente (Leq – perdas nas peças), pois 
já foi contabilizado. Agora, será calculado o trecho BC, isto é, o trecho do chuveiro para 
saber se o diâmetro de 20 mm serve. 
Trecho BC Ø 20: 
 
J^0,571 = 0,146 
Jbc = 0,034 m/m 
 
 
Leq = 12,3 Registro de Globo + Joelho 90° 
Lreal = 1,1 
ΔHbc = 0,46 m 
 
 
 
Δhbc + Δhab = 0,50 < 8,8 Serve 
 
 
Pmáxima = 9,9 m 
PrequericaCH = 1,60 m 
 
 Pode-se observar que a pressão atendeu, bem como o diâmetro de 20 mm para 
esse trecho. Como os banheiros possuem a mesma configuração adotou-se o mesmo 
método para todos os banheiros.
11 
 
 Na Tabela 7 são apresentadas as peças utilizadas para o projeto hidrossanitário, 
bem como o comprimento da tubulação de água fria. 
Tabela 7 – Quantidade de peças e comprimento de tubulação AF 
Peças Quantidade 
Registro de esfera. DN 40 mm 3 
Registro de gaveta. DN 25 mm 5 
Registro de pressão. DN 20 mm 4 
Curva de 90°. DN 32 mm 8 
Tê de passagem. DN 20 mm 20 
Joelho de 90°. DN 25 mm 15 
Joelho de 90°. DN 20 mm 18 
Tubo AF PVC. DN 20 mm 27 (m) 
Tubo AF PVC. DN 25 mm 30 (m) 
Tubo AF PVC. DN 32 mm 32 (m) 
Tubo AF PVC. DN 40 mm 8 (m) 
 
 
12 
 
3 ÁGUA QUENTE (AQ) 
3.1 Consumo de água quente 
A determinação do consumo de água quente foi realizada pela formula abaixo: 
𝐶𝑑 = 𝐶. 𝑁𝑃 
Onde: 
CD = Consumo diário (L/dia); 
C = Consumo diário por pessoa per capita (l.hab/dia); 
NP = Número de pessoas atendidas. 
 Com base na Figura 2 determinou o per capita para ser realizado o cálculo de 
consumo de água para a residência. 
Figura 2 – Determinação de consumo diário de Água quente 
 
Fonte: NBR 5626/1998 
𝐶𝑑 = 45.8 
𝑪𝒅 = 𝟑𝟔𝟎 𝒍/𝒅𝒊𝒂 
3.2 Volume de água quente 
Para o volume de água quente será utilizado alguns parâmetros de temperatura 
da água e o volume em litros/minuto de cada ponto de água. O cálculo utilizará a 
fórmula abaixo. 
𝑉𝑎𝑓 ∗ 𝑇𝑎𝑓 + 𝑉𝑎𝑞 ∗ 𝑇𝑎𝑞 = 𝑉𝑚𝑖𝑠𝑡 ∗ 𝑇𝑚𝑖𝑠𝑡 
𝑉𝑎𝑓 = 𝑉𝑚𝑖𝑠𝑡 − 𝑉𝑎𝑞 
13 
 
Onde: 
Vaf – Volume de água fria (l/min); 
Taf – Temperatura de água fria (°C); 
Vaq – Volume de água quente (l/min); 
Taq – Temperatura de água quente (°C); 
Vmist – Volume de água de mistura (l/min); 
Tmist – Temperatura de água de mistura (°C). 
 Foram adotados parâmetros de temperatura e calculado o valor de volume de 
mistura. O volume de mistura junta todas as peças que será a mistura de água quente e 
água fria: 4 Chuveiros, 4 lavatórios, 4 duchas higiênicas e 1 pia da cozinha. As peças 
foram somadas de acordo com a vazão da Figura 3. 
Figura 3 - Vazões Mínimas e Pesos das Peças de Utilização 
 
Fonte: NBR 5626/1998 
Com isso, o volume de mistura é de 2,45 l/s (147 l/min) e a temperatura de água 
quente, água fria e de mistura é de 70°C, 20°C e 43°C, respectivamente. 
𝑉𝑎𝑓 ∗ 20 + 𝑉𝑎𝑞 ∗ 70 = 147 ∗ 43 
𝑉𝑎𝑓 ∗ 20 + 𝑉𝑎𝑞 ∗ 70 = 6321 
(147 − 𝑉𝑎𝑞) ∗ 20 + 70𝑉𝑎𝑞 = 6321 
𝑉𝑎𝑞 =
6321 − 2940
50
 
𝑽𝒂𝒒 = 𝟔𝟕, 𝟔𝟐 𝒍/𝒎𝒊𝒏 
14 
 
𝑽𝒂𝒇 = 𝟕𝟏𝟗, 𝟑𝟖 𝒍/𝒎𝒊𝒏 
Serão utilizados 2 aquecedores, portanto, será realizado um novo cálculo paraas 
demandas que serão necessárias. 
Parte inferior: 2 Chuveiros, 2 Lavatórios, 2 Duchas e 1 Pia. 
𝑉𝑎𝑓 ∗ 20 + 𝑉𝑎𝑞 ∗ 70 = 81 ∗ 43 
𝑉𝑎𝑓 ∗ 20 + 𝑉𝑎𝑞 ∗ 70 = 3483 
(81 − 𝑉𝑎𝑞) ∗ 20 + 70𝑉𝑎𝑞 = 3483 
𝑉𝑎𝑞 =
3483 − 1620
50
 
𝑽𝒂𝒒 = 𝟑𝟕, 𝟐𝟔𝒍/𝒎𝒊𝒏 
𝑽𝒂𝒇 = 𝟒𝟑, 𝟕𝟒 𝒍/𝒎𝒊𝒏 
Parte superior: 2 Chuveiros, 2 Lavatórios e 2 Duchas 
𝑉𝑎𝑓 ∗ 20 + 𝑉𝑎𝑞 ∗ 70 = 66 ∗ 43 
𝑉𝑎𝑓 ∗ 20 + 𝑉𝑎𝑞 ∗ 70 = 2838 
(66 − 𝑉𝑎𝑞) ∗ 20 + 70𝑉𝑎𝑞 = 2838 
𝑉𝑎𝑞 =
2838 − 1320
50
 
𝑽𝒂𝒒 = 𝟑𝟎, 𝟑𝟔𝒍/𝒎𝒊𝒏 
𝑽𝒂𝒇 = 𝟑𝟓, 𝟔𝟒 𝒍/𝒎𝒊𝒏 
É importante ressaltar que o cálculo da demanda da ducha higiênica foi 
contabilizado, porém não será aplicado a água quente para esse dispositivo devido a 
alguns problemas que podem ocorrer. Além disso, a distribuição para a parte inferior da 
residência foi de 1,35 l/s o que é atendido pelo aquecedor REU–E420 e para parte 
superior foi de 1,10 l/s que o aquecedor REU-E330 consegue suprir as necessidades. 
15 
 
Com isso, cada aparelho sanitário será atendido conforme estabelecido pelo 
fabricante com uma vazão de 8 l/min, sendo a parte inferior 5 duchas (2 chuveiros, 2 
lavatórios e 1 pia) e o compartimento superior 4 duchas (2 chuveiros e 2 lavatórios). 
Após saber o volume de água fria será necessário encontrar um aquecedor de 
passagem a gás que satisfaça o valor obtido. Para isso, utilizou-se o catálogo da Rinnai e 
será utilizado dois aquecedores, um de 42,5 l/min e 32,5 l/min com uso de Gás 
liquefeito de petróleo (GLP). Sendo o de maior vazão abastecerá a parte inferior da 
residência e o de menor abastecerá a parte superior, ambos estarão alocados na área de 
serviço da residência. Na Figura 4 é possível visualizar os dois aquecedores que serão 
utilizados. 
Figura 4 – Aquecedores GLP uso residencial 
 
Fonte: Rinnai, 2021 
 Vazão, velocidade, perda de carga e pressão 
Utilizando Figura 3 obteve-se os pesos para a parte inferior da casa, sendo a parte 
inferior 3,60 e a parte superior de 2,20. Com isso, é possível realizar o cálculo da vazão. 
Inferior: 
𝑄 = 0,3√∑ 𝑃 
𝑄 = 0,3√3,60 
𝑸 = 𝟎, 𝟓𝟕
𝒍
𝒔
= 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟓𝟕 𝒎𝟑/𝒔 
 Adotou-se o diâmetro de 22 mm para tubulação de CPVC e com isso foi 
possível calcular a velocidade na tubulação. 
𝑣 =
𝑄 ∗ 4
𝜋 ∗ 𝑑²
 
16 
 
𝑣 =
0,00057 ∗ 4
𝜋 ∗ 0,022²
 
𝒗 = 𝟏, 𝟓𝟎 𝒎/𝒔 
 Atende a velocidade máxima estabelecida pela NBR 5626/1998 de 3 m/s. A 
tubulação de água quente começa a partir da saída do aquecedor e para a parte inferior 
da residência o seu comprimento foi de 31,46 m e o valor tabelado para a tubulação no 
catálogo da Tigre, sendo comprimento equivalente de 1,64 mca. 
ℎ = 10,643 ∗ 𝑄1,85 ∗ 𝐶−1,85 ∗ 𝐷−4,87 
Onde: 
Q – Vazão (m³/s); 
C – Coeficiente de rugosidade; 
D – Diâmetro (m). 
ℎ = 10,643 ∗ 0,000571,85 ∗ 150−1,85 ∗ 0,022−4,87 
𝒉 = 𝟎, 𝟏𝟐 
 Basta realizar a multiplicação do h com o comprimento total para se ter a perda 
de carga real do sistema. 
𝛥𝐻 = 0,12 ∗ 33,11 
𝜟𝑯 = 𝟑, 𝟗𝟎 𝒎 
 Em relação a pressão, como houve adição de um pressurizador a pressão será 
atendida para o ponto mais desfavorável. 
𝑃𝑑𝑖𝑛â𝑚𝑖𝑐𝑎 = 𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑜𝑟á𝑣𝑒𝑙 + 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑟 − 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 
𝑃𝑑𝑖𝑛â𝑚𝑖𝑐𝑎 = 4,23 + 6 − 3,90 
𝑷𝒅𝒊𝒏â𝒎𝒊𝒄𝒂 = 𝟔, 𝟑𝟑 𝒎 
Superior: 
𝑄 = 0,3√2,20 
𝑸 = 𝟎, 𝟒𝟒
𝒍
𝒔
= 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟒 𝒎𝟑/𝒔 
 Abaixo é possível visualizar o cálculo da velocidade na parte superior, utilizando 
o aquecedor de 32,5 l/m. 
𝑣 =
𝑄 ∗ 4
𝜋 ∗ 𝑑²
 
𝑣 =
0,0004 ∗ 4
𝜋 ∗ 0,022²
 
𝒗 = 𝟏, 𝟏𝟕 𝒎/𝒔 
17 
 
 Atende a velocidade máxima estabelecida pela NBR 5626/1998 de 3 m/s. A 
tubulação de água quente começa a partir da saída do aquecedor e para a parte inferior 
da residência o seu comprimento foi de 23 m e o valor tabelado para a tubulação no 
catálogo da Tigre, sendo comprimento equivalente de 1,243 mca. 
ℎ = 10,643 ∗ 0,00041,85 ∗ 150−1,85 ∗ 0,022−4,87 
𝒉 = 𝟎, 𝟎𝟕 
 Basta realizar a multiplicação do h com o comprimento total para se ter a perda 
de carga real do sistema. 
𝛥𝐻 = 0,07 ∗ 24,24 
𝜟𝑯 = 𝟏, 𝟖𝟏 𝒎 
 Em relação a pressão, como houve adição de um pressurizador a pressão será 
atendida para o ponto mais desfavorável. 
𝑃𝑑𝑖𝑛â𝑚𝑖𝑐𝑎 = 1,2 + 6 − 1,81 
𝑷𝒅𝒊𝒏â𝒎𝒊𝒄𝒂 = 𝟓, 𝟑𝟗 𝒎 
Abaixo é realizado o cálculo para juntas de expansão Aquatherm da Tigre. 
Cálculo para dilatação térmica CPVC. 
𝑒 = 0,06 ∗ 𝑇 ∗ 𝐿 
Onde: 
E – Expansão térmica (deslocamento axial em mm); 
T – Diferença entre a maior e a menor temperatura da tubulação (ºC). 
𝑒 = 0,06 ∗ (70 − 20) ∗ 54,46 
𝑒 = 163,38 𝑚𝑚 
𝒆 = 𝟏𝟔, 𝟑𝟑𝟖 𝒄𝒎 
 Agora será verificado quantas juntas serão necessários para o comprimento da 
tubulação. É importante mencionar que esse valor é de toda a tubulação de água quente. 
𝑁 =
𝑒
90
 
Onde: 
N – Número de juntas de expansão; 
e – Expansão térmica (deslocamento axial em mm); 
90 – Comprimento máximo do pistão (mm). 
𝑁 =
163,38
90
 
𝑵 = 𝟏, 𝟖𝟏𝟓𝟑𝟑 𝒋𝒖𝒏𝒕𝒂𝒔 = ~ 𝟐 𝒋𝒖𝒏𝒕𝒂𝒔 
18 
 
 Para melhor detalhamento a Tabela 8 apresenta o resumo da quantidade de peças 
e comprimento da tubulação utilizada para o projeto. 
Tabela 8 – Peças e comprimento de tubulação de AQ CPVC 
Peças Quantidade 
Joelho de 90°. DN 22 mm 23 
Tê de passagem. DN 22 mm 11 
Misturador 9 
Tubo AQ CPVC. DN 22 mm 63 (m) 
 
19 
 
4 ESGOTO SANITÁRIO (ES) 
Para a elaboração do projeto de sistema de esgotamento sanitário, foi utilizada a 
NBR 8160/99. Ao longo do memorial serão apresentadas as etapas do 
dimensionamento, bem como os matérias utilizados. 
4.1 Diâmetro das tubulações 
Os valores de diâmetros foram retirados da Tabela 3 da NBR 8160. Na Tabela 9 
serão apresentados os diâmetros designados para cada aparelho sanitário. 
Tabela 9 – Diâmetros retirados da NBR 8160/1999 
Aparelho Sanitário DN (mm) 
Bacia Sanitária 100 
Chuveiro de Residência 40 
Lavatório de Residência 40 
Pia de Cozinha Residencial 50 
Tanque de Lavar Roupas 40 
Máquina de Lavar Roupas 40* 
*Devido a recomendação do fabricante, utilizou-se o diâmetro de 40 
 É importante mencionar que as tubulações que apresentarem diâmetros iguais ou 
inferiores a 75 mm a declividade aplicada será de 2% e 1% para aquelas iguais ou 
superiores a 100 mm. Essa recomendação consta no item (4.2.3). 
4.2 Locação dos tubos de queda (TQ) 
Devido ao projeto arquitetônico apresentar a distribuição dos banheiros ao longo da 
residência no primeiro instante ocorreu sugestões para instalação dos tubos de queda, 
haja vista que não constava no projeto e no orçamento a presença de paredes de gesso 
para que fosse possível esconder o Tubo de Queda (TQ). Nas Tabela 10 e Tabela 11 são 
apresentadas o dimensionamento do tubo de queda. 
Tabela 10 – Dimensionamento TQ 01, banheiro 01 e 02 
TQ 01 
Aparelho 
Sanitário 
Nº 
UHC 
Quantidade 
(Unid.) 
Contribuição Total 
(UHC) 
Bacia Sanitária 6 2 12 
Chuveiro 2 2 4 
Lavatório 1 2 2 
TOTAL 18 
Diâmetro do TQ 1 (NBR 8160) 100 mm 
Diâmetro do subcoletor 1 (NBR 8160) 100 mm 
Diâmetro da coluna de ventilação 1 
(NBR 8160) 
50 mm 
20 
 
Tabela 11 – Dimensionamento TQ 02, banheiro 03 
TQ 02 
Aparelho 
Sanitário 
Nº 
UHC 
Quantidade 
(Unid.) 
Contribuição Total 
(UHC) 
Bacia Sanitária 6 1 6 
Chuveiro 2 1 2 
Lavatório 1 1 1 
TOTAL 9 
Diâmetro do TQ 1 (NBR 8160) 100 mm 
Diâmetro do subcoletor 1 (NBR 8160) 100 mm 
Diâmetro da coluna de ventilação 1 (NBR 
8160) 
50 mm 
Com isso, a melhor solução tomada pela equipe de engenharia foi dimensionar 
dois tubos de queda, sendo o banheiro 01 (pavimento superior) e banheiro 02 
(pavimento inferior) estarão ligados ao primeiro tubo de queda e em seguida será 
direcionado para a Caixa de Inspeção. O segundo TQ foi alocado no lado direito da casa 
recebendo somente o banheiro 03 (superior), em relação ao banheiro 04 (inferior) 
optou-se pela ligação do ramal de esgoto direto na CI. 
 Para melhor entendimento na Tabela 12 foi desenvolvidouma tabela resumo 
com os diâmetros e inclinações, para facilitar a operação do projeto. 
Tabela 12 – Resumo dos componentes do esgoto sanitário 
Aparelho Sanitário DN (mm) I 
Ramal de descarga (RD 40 2% 
Ramal de esgoto (RE) 100 1% 
Caixa sifonada (CF) - RE 50 2% 
Tubo de queda (TQ) 100 1% 
Subcoletor (SC) 100 1% 
Ramal de ventilação (RV) 50 2% 
Coluna de ventilação (CV) 50 2% 
É importante comentar que foi realizado a separação das peças utilizadas na 
instalação predial de esgoto. A Tabela 13 consta toda a lista de matérias utilizados para 
o dimensionamento de ES da residência. 
21 
 
Tabela 13 – Peças utilizadas ao longo do traçado e dimensionamento 
PEÇA QUANTIDADE 
Joelho 45° Esg. Série Normal. DN 40 7,00 
Joelho 45° Esg. Série Normal. DN 50 15,00 
Joelho 45° Esg. Série Normal. DN 100 13,00 
Joelho 90° Esg. Série Normal. DN 40 8,00 
Joelho 90° Esg. Série Normal. DN 50 6,00 
Tubo Esgoto de PVC Esgoto Série Normal DN 100 (m) 51,07 (m) 
Tubo Esgoto de PVC Esgoto Série Normal DN 50 (m) 28,37 (m) 
Tubo Esgoto de PVC Esgoto Série Normal DN 40 (m) 12,41 (m) 
Ralo Seco Circular 4,00 
Ralo Sifonado 5,00 
Junção Simples 45° Esg. Série Normal DN 50x50 4,00 
Junção Simples 45° Esg. Série Normal DN 100x50 4,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
5 TRATAMENTO PRELIMINAR DO ESGOTO SANITÁRIO COM TANQUE 
SÉPTICO E FILTRO ANAERÓBIO 
5.1 Tanque séptico (TS) 
Foi utilizado como base a NBR 7229/1993 e a NBR 13969/1997. O volume útil 
do tanque foi calculado utilizando a equação: 
𝑉𝑢 = 1000 + 𝑁 ∗ (𝐶 ∗ 𝑇 + 𝐾 ∗ 𝐿𝑓) 
Onde: 
Vu – Volume útil (m³); 
N – Número de pessoas ou unidades de contribuição; 
C – Contribuição de despejo (L/hab.d); 
T – Período de detenção (dias); 
K – Taxa de acumulação de lodo digerido (dias); 
Lf – Contribuição de lodo fresco (L/hab.dia). 
 Com isso, foi possível calcular o volume útil do TS para residência projetada. 
𝑉𝑢 = 1000 + 8 × (160 × 1 + 137 × 1) 
𝑉𝑢 = 3,38 𝑚³ 
Além disso, adotou-se profundidade útil de 2,20 m segundo recomendações da 
NBR 7229/1992. Diante disso, a equipe de engenharia optou-se pela escolha do tanque 
cilíndrico. 
𝑉𝑢 = 𝐴 ∗ 𝐻𝑚á𝑥 
𝐴 =
π ∗ 𝑑²
4
 
Onde: 
Vu – Volume útil (m³); 
A – Área do tanque séptico (m²); 
D – Diâmetro do tanque (m) 
H – Profundidade máxima (m). 
 Diante disso, foi possível calcular o diâmetro que o tanque terá para ser 
desenhado e implementado na residência. 
𝑑² =
Vu ∗ 4
π ∗ 𝐻𝑚á𝑥
 
𝒅 = 𝟏, 𝟒 𝒎 
 
23 
 
5.2 Filtro anaeróbio 
Após o dimensionamento do TS será realizado o cálculo para o filtro anaeróbio 
para que se evite o lançamento in natura dos efluentes gerados na residência. O projeto 
já está apto para ser ligado a uma possível rede coletora de esgotamento sanitário 
quando for implementado pela companhia de saneamento local. 
O volume útil do filtro anaeróbio foi calculado através de equação: 
𝑉𝑢 = 1,6 ∗ 𝑁 ∗ 𝐶 ∗ 𝑇 
Onde: 
Vu – Volume útil (m³); 
N – Número de pessoas ou unidades de contribuição; 
C – Contribuição de despejo (L/hab.d); 
T – Período de detenção (dias). 
O volume útil do filtro será calculado abaixo: 
𝑉𝑢 = 1,6 ∗ 8 ∗ 150 ∗ 1 
𝑉𝑢 = 1920 𝑙 
𝑽𝒖 = 𝟐, 𝟎𝟒𝟖 𝒎³ 
Com isso, será necessário definir as dimensões dos filtros anaeróbios. Para 
calculasse a área pela equação abaixo: 
𝐴 =
V
1,2
 
𝐴 =
2,048
1,2
 
𝑨 = 𝟏, 𝟕 𝒎² 
A equipe de engenheiros adotou o filtro retangular com as seguintes dimensões: 
𝐿2 = 𝐴 
𝐿2 = 1,7 
𝑳 = 𝟏, 𝟑 𝒎 
 
 
24 
 
6 ÁGUAS PLUVIAIS (AP) 
 Foi fixado o valor de tempo de duração das chuvas de 5 minutos, indicado pela 
norma NBR10844/1989 e adotou-se o tempo de retorno de 5 anos para coberturas na 
cidade de Belém, Estado do Pará. 
6.1 Cálculo da vazão de projeto 
De posse dos dados do item 6, foi calculada a vazão de projeto pela fórmula do 
método racional: 
𝑄 =
𝐶. 𝐼. 𝐴
60
 
Onde: 
C: coeficiente de escoamento. No caso adotou-se 1 porque a área da cobertura precisa 
ser um local impermeável; 
I: intensidade pluviométrica (mm/h); 
A: área de contribuição (m²). 
O valor de intensidade pluviométrica foi obtido pela Tabela 14, disponibilizada 
pela norma técnica supracitada. 
Tabela 14 - Intensidades pluviométricas para período de retorno de 5 anos 
 
 Nota-se que, pela tabela, foi adotado o valor para Intensidade pluviométrica para 
período de retorno de 5 anos de 157 mm/h. 
 Sobre a área de contribuição, utilizou-se a área da planta de cobertura do projeto 
Figura 5 disponibilizado para aquisição do valor de vazão de projeto.
25 
 
Figura 5 – Área da cobertura do projeto. 
 
É possível observar que a cobertura do projeto possui 4 locais de escoamento da 
água, sendo a área 1 (29,79 m²) igual 2 e a 3 (71,87 m²) igual a 4. 
Utilizando a fórmula do método racional, tem-se: 
Para áreas 1 e 2: 
𝑄 =
𝐶. 𝐼. 𝐴
60
 
𝑄 =
1𝑥157𝑥29,19
60
 
𝑸 = 𝟕𝟔, 𝟑𝟖 𝑳/𝒎𝒊𝒏 
 Para áreas 3 e 4: 
𝑄 =
𝐶. 𝐼. 𝐴
60
 
𝑄 =
1𝑥157𝑥71,87
60
 
𝑸 = 𝟏𝟖𝟖, 𝟎𝟔 𝑳/𝒎𝒊𝒏 
 
6.2 Dimensionamento de calhas 
 De acordo com o projeto, como não há platibanda, foi adotado calhas do tipo 
beiral de PVC, pois é um material de fácil manuseio e manutenção, além de ser 
impermeável e resistente (durável). 
26 
 
Para o cálculo da seção transversal, utilizou-se a fórmula de Manning Strickler e 
a equação da continuidade: 
𝑄 = 𝑘.
𝐴
𝑛
. 𝑅ℎ
2
3. 𝑖
1
2 
Sendo: 
Q: vazão no final da calha em L/min; 
K = 60.000 = coeficiente de transformação de m³/s para L/min; 
A: área molhada (m²); 
Rh: raio hidráulico (m), dividindo-se a área pelo perímetro molhado; 
I: declividade da calha em m/m; 
n: coeficiente de Manning, no caso, para calhas em PVC, de valor 0,011. 
 Ao tentar utilizar o diâmetro interno de 75 mm para calhas em PVC percebeu-se, 
em todos os cálculos, utilizando todas as inclinações possíveis, que a vazão de projeto é 
maior que a vazão no final da calha, então este diâmetro está descartado. 
 Para calhas 10X8 de PVC, Qprojeto = 76,38 L/min, áreas 1 e 2 de 29,19 m²: 
𝑄 = 60.000 ∗ (
0,008
0,011
) ∗ 0,003077
2
3 ∗ 0,5%
1
2 
𝑸 = 𝟔𝟒, 𝟎𝟑 𝑳/𝒎𝒊𝒏 
 Ao utilizar a inclinação de 0,5%, nota-se que a vazão no final da calha é menor 
que a vazão de projeto, pois a inclinação não consegue suprir a necessidade do projeto, 
portanto deve-se aumentar a inclinação. 
Aumentando a inclinação para a mesma calha: 
𝑄 = 60.000 ∗ (
0,008
0,011
) ∗ 0,003077
2
3 ∗ 1%
1
2 
𝑸 = 𝟗𝟎, 𝟓𝟓 𝑳/𝒎𝒊𝒏 
Ao utilizar a inclinação de 1%, percebe-se que a vazão no final da calha é maior 
que a vazão de projeto, portanto o dimensionamento prossegue. Como a calha é 10x8, o 
diâmetro interno adotado é de 100 mm. 
Para calhas 10X8 de PVC, Qprojeto = 188,06 L/min, áreas 3 e 4 de 71,86 m²: 
𝑄 = 60.000 ∗ (
0,008
0,011
) ∗ 0,003077
2
3 ∗ 0,5%
1
2 
𝑸 = 𝟔𝟒, 𝟎𝟑 𝑳/𝒎𝒊𝒏 
𝑄 = 60.000 ∗ (
0,008
0,011
) ∗ 0,003077
2
3 ∗ 1%
1
2 
𝑸 = 𝟗𝟎, 𝟓𝟓 𝑳/𝒎𝒊𝒏 
27 
 
𝑄 = 60.000 ∗ (
0,008
0,011
) ∗ 0,003077
2
3 ∗ 2%
1
2 
𝑸 = 𝟏𝟐𝟖, 𝟎𝟓 𝑳/𝒎𝒊𝒏 
Ao utilizar a inclinação de 0,5%, 1% e 2%, nota-se que a vazão no final da calha 
é menor que a vazão de projeto, pois a inclinação não consegue suprir a necessidade do 
projeto, portanto deve-se aumentar o diâmetro da tubulação da calha. 
Aumentando o diâmetro interno para 125 mm, a inclinação de 0,5% e 1% não 
suprem o necessário do projeto pelo mesmo motivo citado anteriormente. Porém a 
inclinação de 2% já satisfaz a condição, porém não se adotou porque a tubulação ficará 
muito inclinada, escoando a água mais turbulentamente, podendo danificar a tubulação, 
logo, será necessário aumentar o diâmetro interno para 150 mm. 
Para calhas 15X10 de PVC, Qprojeto = 188,06 L/min, áreas 3 e 4: 
𝑄 = 60.000 ∗ (
0,018
0,011
) ∗ 0,0051
2
3 ∗ 0,5%
1
2 
𝑸 = 𝟐𝟎𝟑, 𝟐𝟓 𝑳/𝒎𝒊𝒏 
Ao utilizar a inclinação de 0,5%, percebe-se que a vazão no final da calha é 
maior que a vazão de projeto, portanto o dimensionamento prossegue. Como a calha é 
15x10,o diâmetro interno adotado é de 150 mm. 
6.3 Dimensionamentos dos condutores verticais 
 O dimensionamento dos condutores verticais foi feito por meio de ábacos 
disponibilizados pelo Centre Scientifiquet et Tecnique de la construction CSTC / 1975 – 
Bélgica. 
 No ábaco, utiliza-se como dados a altura da lâmina d’água na calha (70% do 
diâmetro interno dimesionado), o comprimento (m) do condutor vertical e a vazão de 
projeto (L/min). A incógnita é o diâmetro. Para calhas da área 1 e 2 da cobertura de 
29,19 m²: 
Altura da lâmina d’água: 70%*100= 70 mm 
Comprimento do condutor vertical: 6,13 m (2 andares de 2,80m de pé direito +0,53m de 
folga). 
Vazão de projeto: 76,38 L/min 
 
 
 
28 
 
 
 De acordo com o ábaco de calha com saída em aresta viva, o diâmetro comercial 
a ser utilizado é de 75 mm, pois foi achado um diâmetro perto de 70 mm. Para calhas da 
área 3 e 4 da cobertura de 71,87 m²: 
Altura da lâmina d’água: 70%*150= 105 mm 
Comprimento do condutor vertical: 6,13 m (2 andares de 2,80m de pé direito +0,53m de 
folga). 
Vazão de projeto: 188,06 L/min 
 
De acordo com o ábaco de calha com saída em aresta viva, o diâmetro comercial 
a ser utilizado é de 100 mm. 
29 
 
Todos dados obtidos do dimensionamento da água pluvial encontram-se na 
Tabela 8 a seguir, em resumo. 
Telhado Área (m²) Q (l/min) 
DN calha 
(mm) 
Material 
DN condutor 
(mm) 
1 29,19 76,38 100 PVC 75 
2 29,19 76,38 100 PVC 75 
3 71,87 188,06 150 PVC 100 
4 71,87 188,06 150 PVC 100 
 
30 
 
REFERÊNCIAS 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5626: Instalação 
predial de água fria. Rio de Janeiro. 1998. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10844: Instalações 
prediais de águas pluviais. Rio de Janeiro. 1989. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8160: Sistemas 
prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução. Rio de Janeiro. 1999. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7229: Projeto, 
construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Rio de Janeiro. 1993. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13969: Tanques 
sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes 
líquidos - Projeto, construção e operação. Rio de Janeiro. 1997.

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