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ESTUDOESTUDOESTUDO DO PÃODO PÃODO PÃO 1º SEMESTRE | 2023 | NP1 | TÉCNICAS RETROSPECTIVAS - TEORIA DO RESTAURO - PROJETO | DATA: 23.03.2023 DOCENTES: ARQ. MA. ANA LETICIA PEROSA RAVAGNANI | ARQ. MA. PRISCILLA SOUZA BOND BEATRIZ DA COSTA FONSECA– R.A: D86DAH4 | BRUNO BAESSO - R.A: D9569H-0 | ISADORA STOPA– R.A: D884CI-0| LAÍS M. DOS SANTOS TOFANELI– R.A: F0009J4 | MIRELLY SOUZA RIBEIRO- R.A: D981CJ4 SUMÁRIOSUMÁRIO FICHA TÉCNICA | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA | RELEVANCIA DO RESTAURO 01 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA | DA TEORIA PARA PRÁTICA 02 DISPOSIÇÃO ESPACIAL ACESSOS E FLUXOS | SETORIZAÇÃO PLANTAS | SETORIZAÇÃO CORTES | VEGETAÇÃO /05 03 04 VISTAS E CONFORTO AMBIENTAL 06 MATERIALIDADE | CONCLUSÃO | REFERENCIAS 07 FICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICA Ilópolis Construção do moinho (Edifício histórico) Inauguração do Complexo Arquitetônico Museu do Pão 1930 2005 Desenvolvimento do projeto de restauração + tombamento municipal 2007 Área do terreno: 1.000 m² Área construída: 660 m² Edifício histórico existente restaurado Projeto: Brasil Arquitetura CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICACONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA O contexto socio-espacial em que I lópolis está inserido se moldou principalmente ao longo do século XIX, com o predomínio de imigrantes italianos na cidade. Dessa forma, um dos elementos em que visualiza-se essa composição cultural é na arquitetura ital iana local, havendo a prevalência da simplicidade, ornamentação, racionalidade construtiva e simetria por meio de ti jolos, madeira e pedra (Figura 06 e 07). Residência em madeira, típica de imigração italiana, em Farroupilha/RS. Fonte: Raízes da arquitetura. Moinho Colognense após o restauro em Ilópolis/RS. Fonte: Nelson Kon,2007 RELEVÂNCIA DO RESTAURORELEVÂNCIA DO RESTAURO O complexo do Museu do pão foi idealizado a partir de um Moinho Colognesse, datado em 1930. A proposta de restauração do edifício surgiu com o objetivo de promover uma renovação cultural, histórica e uma nova interação na cidade como parte do circuito cultural e turístico. Dois programas complementares compõem o museu, o cultural expositivo abrange o museu e um auditório, e o programa de oficinas, que oferece aulas de panificação. O Moinho de I lópolis faz parte do projeto turístico chamado “Caminho dos Moinhos”, que envolve a recuperação do Moinho Colognese (único já realizado) e outros cinco moinhos localizados nas cidades vizinhas. Objetivo: Resgatar do abandono essas construções históricas através do turismo e desenvolvimento econômico na região. Figura 01 Figura 02 Figura 03 Localização da cidade no Brasil. Fonte: Elaborado pelos autores. Mapa de Ilópolis-RS. Fonte: Google MyMaps, 2023. Inserção Urbana do Museu Fonte: Google Maps, 2023. Figura 04 Linha do tempo: Histórico de construção do Moinho Colognense. Fonte: Elaborado pelos autores Figura 05 Planta: Área construída e área do terreno. Fonte: Brasil Arquitetura, 2007, adaptado pelos autores. Figura 06 Figura 07 01/07 https://www.archdaily.com.br/br/office/brasil-arquitetura?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.google.com/maps/views/view/113009516089822616194/gphoto/6147376065295381074?gl=br FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICAFUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA TEORIA PARA A PRÁTICADA TEORIA PARA A PRÁTICA As intervenções no patrimônio deveriam acontecer de forma súti l , serem reversíveis e diferenciadas do conjunto da obra original, para que essas alterações fossem visíveis aos olhos do observador, portanto não originar o chamado "falso histórico". Considerar e respeitar o período histórico e artístico da edificação para realizar o restauro, portanto criar uma l inguagem que dialogasse com a estética original. O aperfeiçoamento dos ideais de Viollet-le-Duc, John Ruskin, Alois Riegl, se concretizou quando o ital iano Cesare Brandi, idealizador do restauro nomeado como crít ico, junto à Camillo Boito, pioneiro do restauro fi lológico, ferti l izaram um embasamento teórico mais adequado para os dias atuais. A conceituação de Brandi se desenvolve nos seguintes aspectos: Nas Figuras 08 e 09, visualiza-se a parte nova construída, moldada por materiais que dialogam com o moinho como é o caso das chapas de madeiras que intercalam entre si na lateral desse novo volume junto a outros materiais uti l izado na contemporaneidade como vidro e o concreto armado. Isso mostra plasticidades diferentes entre o novo construído e o restaurado. Nas Figuras 10 e 11, observa-se a semelhança na materialidade da fachada na uti l ização da madeira, a t ipologia de janela guilhotina e formato das portas foram mantidas. Portanto, toda a l inguagem estética pertencente ao período de construção do moinho foi mantida. Paralelamente as teorias de Brandi e abrangendo o restauro realizado no Museu do pão, a concepção brandiana se espacializa: Parte externa das oficinas, volume anexo ao museu do pão. Fonte: André Marques e Silvia Raquel Chiarelli, 2011 Parte interna das oficinas, volume anexo ao museu do pão. Fonte: Nelson Kon,2007 Figura 08 Figura 09 02/07 Fachada Museu do pão, volume restaurado. Fonte: Nelson Kon,2007 DISPOSIÇÃO ESPACIALDISPOSIÇÃO ESPACIAL O museu do pão tem como principal ideial “sustentar” uma necessidade e preservar o moinho Colognese, definindo uma nova uti l ização para o local que era abandonado. O partido do projeto se dá da adição de dois volumes de características opostas ao moinho, sendo eles de concreto aparente articulados em um formato de “L” e interl igados por passarelas de madeira, lembrando a tradicionalidade das casas dos colonos ital ianos. Desse modo, o programa do projeto é dividido em três partes, sendo duas novas construções e a outra já existente, sendo somente o restauro do moinho. A baixa volumetria das novas edificações torna visível a presença vertical do moinho, encontrando-se claramente a diferença entre o edifício do moinho, de maior escala e protagonista e os novos elementos (Figura 12). Figura 10 Figura 11 VOLUME 1 (MOINHO RESTAURADO) Figura 12 Antiga fachada do Museu do pão. Fonte: Escritório Brasil Arquitetura VOLUME 2 (SANITÁRIOS, SALA DE AULA TEÓRICA E SALA DE AULA PRÁTICA) VOLUME 3 (MUSEU) Fonte: Brasil Arquitetura, 2007, adaptado pelos autores. 03/07 ACESSOS E FLUXOSACESSOS E FLUXOS ACESSO SECUNDARIO LEGENDA FLUXO INTERNO ACESSO PRINCIPAL 1 2 1 2 Existem três entradas principais e sete quanto ao acesso secundário , onde 03 delas levam para o moinho, 02 para a sala teórica, 01 para o museu e 01 para acessar os três prédios, como mostra a figura 13. No fluxo interno é bem disperso, deixando assim uma fácil locomoção entre os ambientes. Planta pavimento térreo - Acessos e fluxos. Fonte: Brasil Arquitetura, 2007, adaptado pelos autores. Figura 13 Figura 14 Figura 15 Anexo expositivo relacionado a história do museu. Fonte: Nelson Kon,2007 Anexo de aulas práticas de panificação. Fonte: Nelson Kon,2007 SETORIZAÇÃO - PLANTASETORIZAÇÃO - PLANTA Planta pavimento térreo setorizada por usos. Fonte: Brasil Arquitetura, 2007, adaptado pelos autores. MOINHO MUSEU SALA DE AULA PRÁTICA SALA DE AULA TEÓRICA CIRCULAÇÃO SANITÁRIOS SANITÁRIOS SALA DE AULA TEÓRICA SALA DE AULA PRÁTICA CIRCULAÇÃOMOINHOCIRCULAÇÃOMUSEU ESCADA ESCADA FLUXOGRAMA LEGENDA Figura 16 Figura 17 Fluxograma do conjunto arquitetônico do Museu do pão. Fonte: Elaborado pelo autores. 04/07 SETORIZAÇÃO CORTESSETORIZAÇÃO CORTES Figura 18 Corte transversal setorizado por usos. Fonte: Brasil Arquitetura, 2007, adaptado pelos autores. MOINHO LEGENDA SALA DE AULA PRÁTICA Figura 19 Corte longitudinal setorizado por usos. Fonte: Brasil Arquitetura, 2007, adaptado pelos autores. MOINHO LEGENDA MUSEU CIRCULAÇÃO SANITÁRIOS SALA DE AULA TEÓRICA VEGETAÇÃOVEGETAÇÃO O Museu do Pão está localizado em umaárea urbana, por isso não possui grande extensão de vegetação em seu entorno imediato (Figura 20). No entanto, é possível encontrar algumas árvores e plantas na área externa do museu, principalmente nas áreas de lazer e de eventos. LEGENDA GRAMA PISOTEAVÉL TETO JARDIM CONTORNO BLOCOS Figura 20 Vegetação no entorno do conjunto arquitetônico. Fonte: Brasil Arquitetura, 2007, adaptado pelos autores. 05/07 1 2 3 4 5 VISTASVISTAS 1 2 3 4 5 Figura 21 *Figuras 22,23,24,25,26 mostram as respectivas vistas da Figura 21. Fonte: Nelson Kon,2007 Planta pavimento térreo - Vistas. Fonte: Brasil Arquitetura, 2007, adaptado pelos autores Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Figura 26 VENTO PREDOMINANTE VERÃO VENTO PREDOMINANTE INVERNO LEGENDA: Vento Predominante Inverno Vento Predominante Verão Figura 28 Diagrama de ventilação. Fonte: SAMBIASI. 2011, SP. / Autor (2023) Caminho do Sol - Nascente ao Poente Maior incidência solar - Fachada Oeste Média incidência solar - Fachada Norte Baixa incidência solar - Fachada Leste / Sul LEGENDA: Todos os blocos são beneficiados pela iluminação natural como mostra a (Figura 27). A ventilação natural se manifesta, mesmo tendo a instalação de ar-condicionado em quase todos os ambientes do museu para maior conservação, na oficina de panificação e na bodega, em decorrência da necessidade de conforto do ambiente como mostra a Figura 28. Na oficina de panificação, foi pensado na higienização colocando janelas na altura adequada. CONFORTO AMBIENTALCONFORTO AMBIENTAL Figura 27 Diagrama de insolação, Fonte: Fonte: SAMBIASI. 2011, SP. / Autor (2023) 06/07 Painéis móveis de madeira e estrutura metálica deslizam paralelos aos fechamentos laterais. Os caixilhos foram fixados diretamente no concreto moldado. O concreto armado demarca o esqueleto das duas novas edificações, vedadas com vidro e adornadas em madeira, estabelecendo um diálogo com o desenho das ripas verticais do Moinho existente. As passarelas ao ar livre representam uma distância física e temporal entre os novos anexos e a edificação restaurada. MATERIALIDADEMATERIALIDADE Anexo lateral à edificação restaurada, com fechamento em vidros e madeira, resguardados pelo concreto na cobertura. Figura 29 Figura 30 Figura 31 Museu anexo ao Moinho . Fonte: Nelson Kon,2007 Parte externa anexa ao moinho .Fonte: Nelson Kon,2007 Vedação do volume do museu em vidro. Fonte: Nelson Kon,2007 CONCLUSÃOCONCLUSÃO A evolução das teorias do século XIX garantiram a criação da metodologia de Cesare Brandi e Camillo Boito, pioneiros do restauro na contemporaneidade, que ajudaram a conceber a restauração do Moinho Colognense e a criação dos anexos do Museu. Isso, valoriza a memória cultural do monumento, enfatizando a história de seus colonizadores e apresentando o potencial para o Caminho dos Moinhos, expondo uma importante relação entre arquitetura e o território partindo da valorização do patrimônio material e histórico. Entende-se, portanto, a intervenção arquitetônica como parte da valorização cultural do patrimônio, promovendo-se em escala territorial a aplicação da teoria do restauro, que preserva e respeita a história local e permite a visualização do novo e do antigo. REFERÊNCIASREFERÊNCIAS ALOISE, Julia Miranda. “O RESTAURO NA ATUALIDADE E A ATUALIDADE DOS RESTAURADORES”. 2015. 22 f. 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Disponível em: https://historia-do- rio-grande-do-sul.webnode.page/imigracao- italiana/#:~:text=Assim%20como%20os%20imigrantes%20a%C3%A7orianos,praticadas%20em%20fam%C3%ADlia%2 C%20aos%20domingos.. Acesso em: 05 mar. 2023. 07/07